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Grande Victor! Chegou a tua vez de comemorar a bonita idade de 70 anos. Parabéns bom<br />
amigo! Com a tua raiz africana que te acalma a vida e te dá alma artística, quem contigo<br />
partilhou algum pedaço de tempo, guarda de ti a imagem de um homem justo, solidário,<br />
honesto e corajoso.<br />
Faltam ajustes<br />
A vida corre e o nosso dia-a-dia é cada vez mais ocupado com as recordações que nos<br />
alimentam o trajecto que fomos efectuando. Nessa caminhada vêm à memória os lugares e<br />
as pessoas que fomos conhecendo e o que nos ficou de cada momento vivido.<br />
Recordo bem o meu primeiro contacto contigo. Não sei o dia, nem o mês, mas recordo que<br />
foi ao fim de um dia, numa daquelas reuniões, que a pedido teu, ou das entidades sindicais,<br />
tu tentavas perceber para ajudar a resolver gravíssimos problemas laborais que, naquele<br />
tempo, nos enchiam de sofrimento. Eras, então, membro do governo, e eu um ativista sindical<br />
e dirigente de base do nosso partido.<br />
A actividade política e sindical em todo o país, mas com especial ênfase no Distrito de<br />
Setúbal, era determinada pelo combate à fome, ao desemprego, aos ordenados em atraso<br />
e à intolerância que tantas vezes terminava em violência, verbal e física. Nesses tempos,<br />
meu querido amigo, não havia ninguém no mundo laboral que não conhecesse ou tivesse<br />
ouvido falar do Dr. Vítor Ramalho. A determinação e a competência técnica era por todos<br />
admirada e disputada como garantia na salvação da empresa ou posto de trabalho, em<br />
reuniões até às tantas. No governo ou nas empresas, tu foste a esperança de muitos trabalhadores<br />
e patrões, e em muitos casos conseguiste salvá-los já com o fim à vista.<br />
Aqueles que como eu vivemos esses tempos temos para contigo uma divida de gratidão,<br />
porque sabemos bem da importância do trabalho que desenvolves-te no governo de então.<br />
Passados esses tempos, quer no exercício de cargos políticos, como foi por exemplo o de<br />
Presidente do PS em Setúbal, ou ao serviço de instituições, como o INATEL ou a UCCLA,<br />
a tua marca, fica para além do mandato, porque dele fica, o trabalho feito e a recordação<br />
fraterna do Vítor Ramalho.<br />
Sabes Vítor, já me começa a “chatear” recordar as coisas, porque às tantas, dou por mim a<br />
pensar que já não nos vemos tantas vezes, em volta de um petisco, em amena cavaqueira<br />
conspirativa, ouvindo-te falar do Partido, do País e do Mundo, e onde também havia lugar á<br />
analise a alguns convencidos da sua importância, e que por isso mesmo, ali se comentava<br />
com a importância que mereciam.<br />
Acho que já abusei, vou por fim a esta conversa, sem que antes te peça desculpa, por não<br />
conseguir passar melhor para o papel o que ao meu espírito ocorreu.<br />
PARABÉNS VITOR. Longa Vida!<br />
És um Amigo do peito. OBRIGADO VITOR.<br />
Um fortíssimo abraço,<br />
José Reis.<br />
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