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Previz2 - 11.07 VRamalho

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Querido pai,<br />

Escrevo-lhe agora, numa pausa de duas grandes<br />

“lutas”, para celebrar os 70 anos do homem<br />

mais importante da minha vida! Em ambas, foi o<br />

pai quem me ensinou como se segura no cravo lá<br />

bem no alto e como se enfrentam as dificuldades<br />

de cara levantada.<br />

Foi o pai que esteve sempre ao meu lado, com<br />

toda a coragem e toda a sabedoria, porque como o<br />

pai sempre diz: “a experiencia é o superior<br />

conhecimento da razão”. Não obstante das suas<br />

próprias preocupações, da sua própria dor, do<br />

seu próprio sofrimento, não me deixou nem por<br />

um segundo. Não descansou (literalmente)<br />

enquanto sentiu que havia ainda caminho para<br />

andar... Que lição de vida, meu pai! Que banho<br />

de amor e dedicação!<br />

Páro agora para reviver as minhas memórias<br />

de 35 anos de vida em conjunto (teria o pai<br />

a idade que tenho hoje quando eu nasci) e<br />

pergunto-me...“O que é ser sua filha?”<br />

É ter um orgulho e uma admiração<br />

sem fim. É sentir uma enorme<br />

responsabilidade em não falhar<br />

na passagem dos valores que o<br />

pai me transmite a cada palavra<br />

e a cada gesto. Amizade, honestidade,<br />

coragem, determinação.<br />

Orgulho esse que sei que será<br />

partilhado com o Francisco,<br />

quando ele souber o que o<br />

avô construiu ao longo da vida,<br />

o que o avô fez por Portugal, pela Lusofonia,<br />

pelo mundo, e por ele próprio, Francisco,<br />

quando ainda começava a dar os seus<br />

primeiros passos... E fê-lo sempre por<br />

convicção e por paixão à vida, ao mundo<br />

e às gentes!<br />

Pensar no pai é sentir toda essa paixão...<br />

É recordar os almoços de História do mundo, em<br />

que o pai me falava da História como se de um<br />

conto se tratasse e em que no final, tudo fazia<br />

sentido! É lembrar as músicas que tocavam no<br />

carro, porque o fado é a “alma portuguesa”. É<br />

reviver os poemas na voz da Dra. Maria Barroso,<br />

que tantas vezes sentimos em silêncio. É emocionar-me<br />

com o riso fácil do pai e as gargalhadas<br />

sem fim...<br />

Obrigada por ser o meu Homem de<br />

referência e o melhor pai do mundo!<br />

Sara<br />

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