Revista MB Rural 36 2018
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A DIFÍCIL TAREFA DE GERIR PESSOAS. Página 26<br />
EDIÇÃO <strong>36</strong> | ANO 08 | MAI/JUN <strong>2018</strong><br />
O Agro contra<br />
o Cancer<br />
HOSPITAL DE AMOR CRIA PROJETO DE ARRECADAÇÃO<br />
DE RECURSOS VOLTADO AO AGRONEGÓCIO
2<br />
EDIÇÃO <strong>36</strong> | ANO 08 | MAI/JUN <strong>2018</strong>
EDIÇÃO <strong>36</strong> | ANO 08 | MAI/JUN <strong>2018</strong><br />
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O PADRÃO SUPERIOR DAS SEMENTES<br />
UNIGGEL DA UBS LAGOA DA CONFUSÃO-TO<br />
COMO É O SEU PROCESSO DE PRODUÇÃO E QUAIS SÃO<br />
OS SEUS DIFERENCIAIS?<br />
Existe uma série de fatores que contribuem para<br />
os bons resultados no campo, mas um deles é<br />
primordial: a qualidade das sementes. Para garantir<br />
a alta qualidade, a Uniggel Sementes dispõe de um<br />
rígido Controle de Qualidade Interno, superior aos<br />
padrões recomendados pelos órgãos oficiais do<br />
Brasil, com profissionais altamente capacitados e<br />
que estão em constante treinamento, acompanhando<br />
todas as etapas, do plantio ao armazenamento, para<br />
assegurar que cheguem ao mercado sementes com<br />
altos índices de germinação e vigor.<br />
Há 30 anos no mercado, a Uniggel produz sementes em<br />
Chapadão do Céu (GO), Campos Lindos (TO) e Lagoa da Confusão<br />
(TO), sendo hoje a 3ª maior sementeira do Brasil enquanto grupo<br />
familiar, reconhecida pela alta qualidade das sementes.<br />
As sementes produzidas na Lagoa da Confusão se<br />
destacam pela qualidade ainda maior devido às condições do seu<br />
processo de produção, as quais você irá conhecer agora.<br />
A primeira etapa é o planejamento do plantio, com a<br />
escolha do local da semeadura, das variedades ideais e do pacote<br />
tecnológico apropriado para otimizar a colheita das sementes.<br />
O plantio é realizado em etapas e com velocidade controlada,<br />
utilizando sementes sadias, vigorosas e de alta pureza. Além disso,<br />
são tomados todos os cuidados para evitar a mistura de variedade.<br />
As sementes produzidas na Lagoa da Confusão se<br />
diferenciam por serem plantadas em uma área com sistema de<br />
sub-irrigação que permite total controle do período de colheita, o<br />
que confere características importantes na qualidade das sementes.<br />
A primeira característica é o alto vigor e germinação das<br />
sementes, pelo fato de serem plantadas nos meses de abril e maio,<br />
após a colheita do arroz irrigado, e colhidas nos meses de agosto<br />
e setembro, época ideal para serem usadas na safra, pois são<br />
sementes ainda jovens, armazenadas por no máximo 30 dias antes<br />
da próxima semeadura.<br />
Além disso, as sementes são isentas de mofo branco, pelo fato que<br />
a inundação dos campos com arroz irrigado inviabiliza a produção<br />
de esporos desse fungo, e possuem maior resistência à doenças<br />
foliares, pois as sementes são produzidas numa situação controlada<br />
de umidade relativa e luminosidade, o que dificulta a ocorrência<br />
deste tipo de doença.<br />
Por fim, a soja semeada nesse período do ano antecipa em média<br />
20 dias seu ciclo. Com isso, a sementes ficam menos expostas às<br />
4<br />
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/uniggel /uniggelsementes (63) 3<strong>36</strong>4.12<strong>36</strong> | 1601 | 1604 (Lagoa da Confusão - TO)
condições ambientais e são colhidas antecipadamente. Todas essas<br />
condições e características tornam as sementes da Lagoa da<br />
Confusão - TO altamente produtivas, com índices superiores<br />
de vigor e germinação.<br />
Durante o estabelecimento da cultura, é feito todo o<br />
controle fitossanitário pelos técnicos de controle de qualidade da<br />
Uniggel, que também determinam o início e o término da colheita,<br />
assim como os padrões de qualidade, monitorando a limpeza dos<br />
equipamentos, os danos mecânicos e o teor de água ideal das<br />
sementes.<br />
Antes de passar pelo processo de beneficiamento,<br />
cada variedade é destinada para uma linha de secagem, a qual<br />
é realizada com sistema estático de calor a gás, que garante<br />
homogeneidade, índices menores de danos mecânicos e alto padrão<br />
de pureza das sementes.<br />
Após a secagem e aeração, as sementes são encaminhadas para<br />
as unidades de beneficiamento, que são equipadas com o mais<br />
moderno aparato tecnológico e segue rígidos critérios na recepção<br />
das sementes para uma eficiente segregação da massa. Essas<br />
unidades promovem uma classificação com maior precisão,<br />
resultando em lotes formados por sementes vigorosas, de tamanho<br />
e PMS semelhantes e sempre monitoradas por profissionais do<br />
controle de qualidade da Uniggel Sementes.<br />
Após o beneficiamento, as sementes passam pelo<br />
sistema de resfriamento Cool Seed, até atingirem a temperatura<br />
de 15 graus, preservando suas propriedades de vigor e germinação<br />
por mais tempo. Posteriormente, é feito o ensaque das sementes<br />
em big bags, de onde é retirada uma amostra de cada uma para que<br />
se tenha uma amostra representativa do lote em formação, a qual<br />
será monitorada pelo controle de qualidade interno da Uniggel.<br />
Todos os lotes de sementes são armazenados nos<br />
barracões da Uniggel, que possuem climatização, fornecendo as<br />
condições ideais para garantir a preservação da qualidade das<br />
sementes. Esses mesmos lotes passam pelas seguintes avaliações:<br />
Envelhecimento acelerado, Tetrazolio, PH do exsudato, emergência<br />
em canteiros, germinação em rolo de papel e análises oficiais<br />
por laboratórios credenciados junto ao Ministério da Agricultura,<br />
totalizando mais de 7 baterias de testes, constituindo assim um<br />
histórico de segurança para cada lote formado.<br />
Na expedição dos lotes, para cada cliente é retirada uma<br />
amostra, que é encaminhada ao laboratório de controle interno para<br />
realização das análises de tetrazolio e emergência em canteiros.<br />
Os resultados ficam disponíveis aos clientes com a porcentagem<br />
de germinação e vigor dos volumes adquiridos, não havendo<br />
necessidade da realização de novos testes pelo produtor.<br />
Para gerenciar os processos e assegurar o padrão de<br />
qualidade, a Uniggel utiliza o programa SIPAR, que fornece<br />
padrões, confere a eficiência dos processos e disponibiliza dados e<br />
números precisos para o corpo técnico, comercial e administrativo da<br />
Uniggel. Além disso, o programa também permite que o produtor<br />
acompanhe em tempo real o envio das sementes, tendo acesso<br />
a todos o histórico do beneficiamento dos lotes adquiridos.Todos<br />
estes processos e análises são feitos para garantir total segurança<br />
aos clientes, facilitar o planejamento e evitar transtornos, o que<br />
contribui para aumentar cada vez mais a confiabilidade da marca.<br />
A Uniggel Sementes se orgulha de<br />
todo esse cuidado e está sempre em busca<br />
de inovações para tornar a qualidade de suas<br />
sementes ainda maior e, assim, gerar melhores<br />
resultados para os produtores, se tornando<br />
referência em produtividade.<br />
www.uniggelsementes.com.br<br />
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EDITORIAL<br />
Amigos agropecuaristas!<br />
A <strong>Revista</strong> <strong>MB</strong> RURAL está completando 7 anos de serviços<br />
prestados ao Agronegócio, mas, não é a hora para festejarmos os nossos<br />
avanços e conquistas tecnológicas e administrativas ( gestão ).<br />
O momento é de reflexão, conscientização, ação e grandeza<br />
em favor do HOSPITAL DE AMOR de PALMAS -TO, aderindo<br />
e participando ativamente do Projeto “O AGRO CONTRA O<br />
CÂNCER ”, vamos SALVAR VIDAS através de DOAÇÕES junto aos<br />
produtores rurais, indústrias processadoras de matéria prima, insumos<br />
em geral e comércio; vamos realizar um grande mutirão da Solidariedade<br />
envolvendo toda a sociedade em prol da manutenção da vida com mais<br />
eficácia no tratamento, respeito e dignidade ao ser humano.<br />
Vamos surpreender positivamente aos idealizadores deste<br />
projeto beneficiando a população necessitada de melhor atendimento,<br />
instalações e equipamentos mais adequados e modernos. Vamos, não só<br />
participar desta campanha, mas se possível duplicar as doações para 2<br />
sacas para cada 1.000 produzidas e R$2,00 para cada boi abatido. Vamos<br />
duplicar a esperança de milhares de pessoas, vamos investir na vida, no<br />
amor, nós podemos e com certeza nos sentiremos muito gratificados,<br />
vamos nos empenhar ao máximo participando ativamente desta bela<br />
causa. Todos nós juntos somos mais fortes, e é com o pouco de muitos<br />
que venceremos esta terrível doença.<br />
Sabemos que nada é fácil, tudo na nossa vida é batalhado, é<br />
conquistado com muito trabalho e dedicação, mas, muito mais difícil é<br />
sabermos e vermos as pessoas doentes perderem a esperança e a vida<br />
pela pouca ou falta de iniciativa, descaso e muitas vezes a omissão dos<br />
órgãos públicos de saúde.<br />
Por isso Rubikinho, os parabéns são para você e sua equipe de<br />
colaboradores pela iniciativa e pela vida, e tenham certeza que a maior<br />
recompensa não será a surpreendente arrecadação através do AGRO,<br />
mas sim a grande alegria de ver as pessoas que foram tratadas e curadas<br />
junto dos seus familiares. Isso Rubikinho não tem preço, é gratificante, é<br />
emocionante; vale muito mais que uma safra inteira ou uma boiada. Vale<br />
a vida! Parabéns a todos que estão lutando pela digna longevidade, pela<br />
vida e pelo HOSPITAL DE AMOR !<br />
“Saudades do meu irmão Ricardo que não teve chance contra<br />
esta doença e tão cedo nos deixou.”<br />
Um forte abraço e boa leitura!<br />
Reinaldo Gil - Eng. Agrônomo/<strong>MB</strong> Parceiro<br />
Índice<br />
09 | SOLIDARIEDADE<br />
11 | GENÉTICA ANIMAL<br />
16 | ECONOMIA<br />
19 | FERTILIDADE DO SOLO<br />
23 | GESTÃO RURAL<br />
26 | GESTÃO DE PESSOAS<br />
30 | AGRONEGÓCIO<br />
32 | PASTAGENS<br />
<strong>36</strong> | SUPLEMENTAÇÃO<br />
40 | OVINOCULTURA<br />
44 | SUPLEMENTAÇÃO II<br />
46 | OBRIGAÇÕES FISCAIS<br />
Uma publicação do Grupo <strong>MB</strong> Parceiro<br />
Distribuição Gratuita<br />
Editores:<br />
Mauricio Bassani dos Santos<br />
CRMV-TO 126/Z<br />
Reinaldo Gil<br />
CREA 77816/D<br />
reinaldo.gil@uol.com.br<br />
(63) 98466 8919 / 98426 6697 (WhatsApp)<br />
Tiragem: 3.000 exemplares<br />
Fotos:<br />
Maurício Fenelon<br />
(63) 99984 1439<br />
Projeto gráfico:<br />
Agência Lumia (63) <strong>36</strong>02 3441<br />
Bruce Ambrósio e equipe<br />
A <strong>Revista</strong> <strong>MB</strong> <strong>Rural</strong> não possui matéria paga<br />
em seu conteúdo. As ideias contidas nos artigos<br />
assinados não expressam, necessariamente,<br />
a opinião da revista e são de inteira<br />
responsabilidade de seus autores.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>MB</strong> <strong>Rural</strong> (Adm/Redação):<br />
Endereço:<br />
204 Sul Av. LO 03, QI 17 Lt 02<br />
Palmas - TO - Cep.: 77.020-464<br />
Fones: (63) 98466-0066 / 3213 1630<br />
mauricio_bassani@yahoo.com<br />
A SERVIÇO DO AGRONEGÓCIO<br />
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José Rubens de Carvalho<br />
Coordenador do Projeto<br />
rubikinho@hcancerbarretos.com.br<br />
SOLIDARIEDADE<br />
Hospital de Amor<br />
CRIA PROJETO DE ARRECADAÇÃO DE RECURSOS<br />
VOLTADO AO AGRONEGÓCIO<br />
‘O AGRO CONTRA O CÂNCER’ BUSCA DOAÇÕES JUNTO AOS PRODUTORES RURAIS,<br />
INDÚSTRIAS PROCESSADORAS DE MATÉRIA-PRIMA E INSUMOS EM GERAL.<br />
Com um déficit mensal<br />
de mais de R$ 22 milhões e<br />
dependendo dos mais diversos tipos<br />
de doações para manter suas portas<br />
abertas, oferecendo um tratamento<br />
de excelência a seus pacientes, o<br />
Hospital de Amor (Hospital de<br />
Câncer de Barretos), criou um<br />
novo projeto de arrecadação de<br />
recursos. ‘O Agro Contra o Câncer’<br />
busca atingir todos os setores do<br />
agronegócio no país, tanto na área de<br />
produção de matéria-prima, quanto<br />
na agroindústria, para combater<br />
uma doença que só no Brasil afeta<br />
mais de meio milhão de pessoas<br />
todos os anos.<br />
A iniciativa surgiu após<br />
uma conversa dos empresários<br />
barretenses, Giovane Barroti e José<br />
Rubens de Carvalho (conhecido<br />
como ‘Rubikinho’ e coordenador do<br />
Projeto) na tentativa de encontrar<br />
outras formas de arrecadação para o<br />
Hospital diferente das já existentes.<br />
A primeira ação foi solicitar aos<br />
produtores de laranja a doação de<br />
alguns caminhões, tendo uma ótima<br />
adesão por parte deles. “Foi a partir<br />
daí que nasceu ‘O Agro Contra o<br />
Câncer’, inicialmente voltado para<br />
a soja, cana, café e boi, e agora<br />
abrangendo todo o meio rural”,<br />
afirmou o coordenador.<br />
O público-alvo são os produtores<br />
rurais, as indústrias processadoras<br />
de matéria-prima e as<br />
de insumos em geral. A parceria<br />
começou com o CMA – Confinamento<br />
Monte Alegre, em outubro<br />
de 2017 e o Frigorífico Minerva, em<br />
novembro de 2017; mas desde janeiro<br />
deste ano várias outras empresas<br />
do setor, como por exemplo: Fribal,<br />
Masterboi, Marfrig, Cooperfrigu,<br />
JBS, Frigorífico Paraíso e Plena Alimentos<br />
já estão engajadas. Além dos<br />
frigoríficos, as usinas Pedra, Buriti,<br />
Ipê, São Martinho, Batatais, Lins,<br />
Viralcool, Santa Isabel, Cofco, Laguna,<br />
Tereos, Estiva e São José da<br />
Estiva; Haras PFF; Leilão de Touros<br />
Naviaraí/Camparino; CASE CNHI;<br />
Exportadora de Café Guaxupé; Laticínio<br />
Pirancanjuba; armazém de<br />
recebimento e comercialização de<br />
soja Ouro Safra, na soja contamos<br />
ainda com a parceria dos produtores<br />
Gabriel Cury e Artur Eduardo Monassi;<br />
na laranja parceria com Louis<br />
Dreyfus Company; Laboratório<br />
Zoetis; estão envolvidos no projeto.<br />
“Tudo o que estiver relacionado ao<br />
agro está na nossa mira! As doações<br />
pedidas são pequenas, mas com o<br />
volume de adesões, tornam-se valores<br />
expressivos. Estamos solicitando<br />
sempre um percentual da produção<br />
no momento da comercialização<br />
dos produtos”, explicou Rubikinho.<br />
Apesar do setor ainda ser pouco<br />
explorado pela instituição, o coordenador<br />
(também produtor rural<br />
na cidade de Barretos/SP e Miranorte/TO)<br />
está otimista quanto aos<br />
resultados que o Hospital de Amor<br />
receberá com a nova forma de arrecadação.<br />
“Queremos alcançar todos<br />
os estados do país. Não estamos<br />
pedindo uma doação única, mas sim<br />
parceiros fiéis, que vão nos doar todas<br />
as vezes que comercializarem<br />
seus produtos. Desta forma, esperamos<br />
sanar uma boa parte do déficit<br />
mensal que a instituição possui”, finalizou.<br />
Se você deseja contribuir<br />
com o projeto e receber mais informações,<br />
basta ligar para: (17) 3321-<br />
6624/(64) 9 9671-5656 ou enviar<br />
um e-mail para: rubikinho@hcancerbarretos.com.br.<br />
“Com a sua adesão ao Projeto,<br />
você estará ajudando a<br />
salvar vidas”.<br />
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10<br />
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Enoch Borges de Oliveira Filho<br />
Méd. Vet., MsC., Dr., Pós Dr.<br />
Fazenda Serra Bela<br />
GENÉTICA ANIMAL<br />
Como escolher bem seus<br />
TOUROS DE CORTE<br />
Estou produzindo tourinhos Nelore P.O. aqui no Tocantins desde 2.005. Treze anos de seleção não é<br />
muito tempo em Melhoramento, três a quatro gerações, mas se levarmos em conta o ponto de partida, o início do<br />
rebanho, poderá ser apreciado o avanço que tivemos. As primeiras matrizes compradas eram top de rebanhos com<br />
25 anos de seleção ou mais, de origem comprovada, aqui no Tocantins e de fora do Estado também.<br />
A criação é quase artesanal,<br />
plantel pequeno, usando FIV<br />
intensivamente, com o sêmen<br />
dos melhores raçadores Nelore<br />
disponíveis no mercado brasileiro.<br />
O objetivo da seleção é obter touros<br />
altamente adaptados para a região<br />
central do Tocantins, com solos<br />
fracos, precipitação pluviométrica<br />
concentrada em seis meses<br />
(novembro a abril) e seca nordestina<br />
nos outros seis meses. Em vista<br />
da fantástica plasticidade da raça<br />
Nelore, estamos conseguindo<br />
desmamar bezerros P.O. entre nove<br />
e dez arrobas, sem qualquer artifício,<br />
nem mesmo “creep-feeding” e<br />
tourinhos de alta fertilidade, com<br />
circunferência escrotal bem acima<br />
do exigido pela ABCZ e, novamente,<br />
sem qualquer suplementação<br />
alimentar, exclusivamente a pasto.<br />
Que tipo de touro lhe serve?<br />
Atendendo compradores,<br />
nossa primeira questão é sobre seu<br />
objetivo com seu rebanho. Gado<br />
de corte, sim, mas qual seu produto<br />
para vender? Bezerro macho?<br />
Macho e fêmea? Seu comprador vai<br />
confinar ou recriar? Qual seu tipo de<br />
pasto? Qual seu manejo alimentar?<br />
Como você usa seu sal mineral? É<br />
de boa qualidade, ou é o mais baratinho?<br />
Ainda mistura com sal branco?<br />
Após meia hora de conversa,<br />
podemos traçar um esboço do<br />
que o comprador quer. Ele quer um<br />
“milagre”, não um tourinho. É impressionante<br />
a alta porcentagem de<br />
criadores que não sabem o que querem,<br />
não têm ideia do seu mercado,<br />
adoram uma pechincha, sem nem ligar<br />
para a qualidade, seja do sal, seja<br />
do empregado, seja do tourinho que<br />
está prestes a comprar, e assim vai.<br />
Essa pergunta é crucial:<br />
Que tipo de touro lhe serve? Um<br />
touro rústico, de alta fertilidade,<br />
não exigente, que nunca foi tratado<br />
em baia nem maquiado para leilão,<br />
que passa a seca comendo talo de<br />
andropogon e brachiária seca e<br />
que dê filhos uniformes e pesados.<br />
As bezerras que ficam na fazenda<br />
devem ser parideiras e também<br />
muito adaptadas. Esse tipo de touro<br />
existe? Sim, desde que tenha sido<br />
moldado geneticamente para isso.<br />
Só que esse tourinho adaptado não<br />
vai ser bonito, gordinho, roliço<br />
nem limpinho, lavadinho, mas vai<br />
dar conta da obrigação, porque foi<br />
criado para isso. A expressão técnica<br />
para essa qualidade é “Fitness”, que,<br />
fora das academias de ginástica,<br />
quer dizer que está apto a dar o seu<br />
melhor em um dado ambiente.<br />
Com alto “Fitness”, o<br />
tourinho desce do caminhão na<br />
fazenda do comprador às três horas<br />
da tarde, sai pastando a macega<br />
e cobrindo a vacada. Não vai<br />
emagrecer, como os maquiados,<br />
que se tornam irreconhecíveis dois<br />
meses depois da compra, ao cair<br />
na real dos nossos pastos, fracos e<br />
secos.<br />
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Como escolher o touro<br />
adequado?<br />
Primeiro trace um objetivo<br />
bem claro do seu propósito de<br />
criação. Defina o que você quer<br />
fazer, aonde quer chegar. A fazenda<br />
é grande, está formada, tem terra<br />
boa, bons pastos, chove bem? Você<br />
pode pensar em ciclo completo,<br />
até confinamento, dependendo do<br />
seu grau de tecnificação e recursos<br />
para investimento. Procure seus<br />
touros aonde eles sejam criados<br />
em ambientes parecidos com o que<br />
você tem.<br />
Há antigas informações sobre<br />
deslocamento de bovinos que é<br />
bem oportuno lembrar. Por exemplo,<br />
na Suiça, nos anos vinte e trinta<br />
do século passado, era comum os<br />
criadores levarem gado dos vales<br />
para as montanhas no verão e retornarem<br />
no inverno para as terras<br />
baixas. Havia gado originário das<br />
montanhas, que eram adquiridos e<br />
vinham junto com os que estavam<br />
retornando. Foi verificado que o<br />
gado montanhês, da mesma raça,<br />
chegava no vale e crescia mais rápido<br />
e mais vigoroso na fartura, um tipo<br />
de compensação pelas privações<br />
anteriores no ambiente mais difícil<br />
da montanha. O contrário também<br />
foi relatado: gado do vale que ficava<br />
na montanha ia perdendo condição<br />
orgânica, definhando, piorando em<br />
comparação com os adaptados de<br />
lá. Aqui no Brasil, é bem conhecida<br />
a disparidade de gado criado no<br />
cerrado, que entra na cultura e sobressai,<br />
e o contrário, gado que foi<br />
criado na cultura, na abundância, e<br />
que vai depois para o cerrado e mingua,<br />
o chamado “encabritamento”<br />
do Nelore.<br />
Essas constatações não são<br />
folclore, foram descritas por pesquisadores,<br />
confirmadas e devem ser<br />
reativadas no momento da tomada<br />
de decisão da compra dos seus<br />
touros. Comprando animais bons,<br />
criados em ambiente mais rústico, a<br />
tendência é que eles se mostrem ainda<br />
melhores em ambientes mais favoráveis.<br />
Comprando animais pelo<br />
visual apenas, muito bem tratados,<br />
roliços, que terão de servir a campo<br />
em condições inferiores, a tendência<br />
é que eles degenerem. Pode haver<br />
touro bom no campo que veio de<br />
criação em baia? Sim, pode haver,<br />
mas não será a maioria, e sim, a exceção.<br />
Todos os tourinhos criados<br />
em condições adversas são bons?<br />
Não, não são todos. Mas os que se<br />
mostram bem em condições adversas<br />
se sairão muito melhor em boas<br />
condições de ambiente.<br />
E quanto à Genética?<br />
Falando em reprodutores,<br />
esse ponto é vital. O touro tem uma<br />
responsabilidade maior que o da<br />
vaca no Melhoramento Genético do<br />
rebanho. Mas não vem metade da<br />
Genética da mãe e a outra metade<br />
do pai, para cada bezerro? Sim, porém<br />
se fosse um touro com potencial<br />
genético igual aos das vinte ou<br />
trinta vacas que ele cobre, não haveria<br />
Melhoramento nenhum, só repetição<br />
do desempenho da geração anterior,<br />
seja de peso à desmama, seja<br />
de peso ao abate, ou a repetição das<br />
mesmas características, sem avanço.<br />
Esse é o motivo de investir em um<br />
touro bem acima do potencial genético<br />
das matrizes, para alavancar<br />
o desempenho das crias em direção<br />
ao mais produtivo, ou seja, o pai.<br />
Se você souber escolher<br />
bem, é claro que um indivíduo (o<br />
touro) que deixou 29 concorrentes<br />
para trás, é melhor que as 30 vacas<br />
que ele cobre, que não puderam ter<br />
29 inferiores eliminadas, para que<br />
apenas a número um, a favorita, formasse<br />
um casal monogâmico com o<br />
touro. É preciso se conformar com<br />
as vacas que estão do segundo ao<br />
trigésimo lugar neste lote e que têm<br />
de ficar e serem servidas pelo único<br />
touro. Por isso, a média dos filhos<br />
de um touro com 30 vacas é mais<br />
baixa que o desempenho dele, individual.<br />
É assim que funciona<br />
o Melhoramento. Escolha dos<br />
melhores, eliminação dos piores,<br />
e reprodução privilegiada desses<br />
animais superiores.<br />
O que passa despercebido<br />
pelo comprador de tourinhos é<br />
que havendo uma DEP (Diferença<br />
Esperada na Progênie) elevada no<br />
touro reprodutor, não é só nos bezerros<br />
machos que vão ser vendidos<br />
que ele vai ter lucro. As irmãzinhas<br />
deles vão ficar no rebanho e substituir<br />
as vacas mais fracas, vinte por<br />
cento ao ano, até ter matrizes também<br />
melhoradas, em um processo<br />
contínuo que se auto sustenta.<br />
Como a Genética é fundamental<br />
para a qualidade do tourinho<br />
que está sendo comprado, vale a<br />
pena rever alguns aspectos. Touros<br />
doadores de sêmen e tourinhos jovens<br />
muito promissores são avaliados<br />
anualmente e ranqueados. Os<br />
resultados dos touros com sêmen<br />
12<br />
EDIÇÃO <strong>36</strong> | ANO 08 | MAI/JUN <strong>2018</strong>
já disponível são publicados em um<br />
Sumário, em ordem decrescente das<br />
DEPs, inclusive para o Mérito Genético<br />
Total (MGT), que é um somatório<br />
de todas as característica<br />
avaliadas, de peso, ganho de peso,<br />
fertilidade, conversão alimentar,<br />
economicidade, etc.<br />
No Sumário da ABCZ (Associação<br />
Brasileira dos Criadores de<br />
Zebu) são avaliados 5 a 6 mil touros<br />
por ano. O ranking considera apenas<br />
uma casa decimal, ou seja, o touro<br />
com melhor MGT, por exemplo<br />
26,7 pontos, tem a avaliação Top<br />
0,1% ou seja, em seis mil touros, ficaram<br />
5.999 abaixo dele. O segundo<br />
colocado, com 26,6 pontos, também<br />
tem avaliação Top 0,1%, mas é inferior<br />
ao primeiro, já citado e superior<br />
aos demais 5.998 abaixo dele. É uma<br />
ferramenta poderosa para usar na<br />
decisão da compra de um touro superior.<br />
Você não pode comprar esse<br />
touro, que custaria alguns milhões<br />
de reais, mas pode comprar aqui no<br />
Tocantins seus filhos, cujas mães,<br />
doadoras FIV, também são ranqueadas<br />
nas posições superiores do topo<br />
da raça.<br />
Não basta ter pontuação<br />
alta, o animal tem de ter performance,<br />
desempenho, no meio ambiente<br />
onde ele vai viver. Então, se<br />
você tem Genética de alta avaliação,<br />
criação sem artifícios, no ambiente<br />
usual da região, com resistência ao<br />
período seco e boa fertilidade, você<br />
está próximo a encontrar o tourinho<br />
ideal para seu objetivo.<br />
Dicas para comprar um<br />
bom tourinho<br />
A Ciência vem ajustando<br />
procedimentos e ferramentas para<br />
identificar os bons reprodutores.<br />
Por exemplo, a pesquisa definiu, há<br />
mais de 30 anos, que a circunferência<br />
escrotal está ligada diretamente<br />
à fertilidade dos touros. Suas filhas<br />
não terão testículos, evidentemente,<br />
mas terão ovários mais desenvolvidos<br />
e mais funcionais, ou seja,<br />
também serão mais férteis. Recentemente,<br />
tem surgido estatísticas de<br />
vendas de tourinhos em leilões, acusando<br />
uma proporção direta entre a<br />
circunferência escrotal e o preço obtido,<br />
sendo que a cada 1 cm a mais,<br />
o preço sobe até R$ 1.000,00 no<br />
lance final. A ABCZ estabelece um<br />
mínimo de 28 cm de circunferência<br />
escrotal aos 18 meses, na apresentação<br />
para registro definitivo. Tivemos<br />
muitos tourinhos com 34, 35 e até<br />
40 cm de circunferência escrotal no<br />
registro definitivo. É o trabalho de<br />
seleção com touros Top 0,1 %, acasalados<br />
na FIV com matrizes selecionadas<br />
também.<br />
A DEP dos tourinhos é outro<br />
fator de alta dos preços em proporção<br />
à sua qualidade. Na verdade,<br />
é uma DEP provisória, chamada<br />
DEP Interina, porque esses tourinhos<br />
ainda não têm idade para ter<br />
filhos em número suficiente para<br />
efetuar a avaliação real do seu potencial<br />
genético. Assim, a DEP Interina<br />
é a média da DEP do pai e a<br />
da doadora, que já indica o potencial<br />
genético, mas não é conclusiva.<br />
Mesmo assim, o comprador leigo,<br />
em leilões, tem valorizado as DEPs<br />
mais altas, pagando valores acima da<br />
média daquele dado leilão pela aposta<br />
na qualidade melhor.<br />
Tendo avaliado a circunferência<br />
escrotal, as DEPs, você já<br />
pode comprar seu tourinho?<br />
Ainda não. Vá visitar fazendas de<br />
criação de tourinhos, veja o sistema<br />
de criação, avalie se o manejo, o pasto,<br />
trato na seca, o ambiente daquele<br />
dado criador, se parecem com o<br />
seu. Converse sobre o clima, chuvas,<br />
mortes ocorridas no rebanho, medicamentos<br />
usados frequentemente,<br />
faça uma pesquisa detalhada, afinal<br />
não é só o valor do tourinho que está<br />
em jogo, mas também o progresso e<br />
evolução do seu rebanho que estão<br />
pesando na decisão de compra. A<br />
melhor fonte de informação desse<br />
tipo não é o proprietário, nem o gerente,<br />
mas o tratador. Faça amizade<br />
com ele e consiga, “mineiramente”,<br />
essas informações.<br />
Preste muita atenção em<br />
cada tourinho que lhe interessar.<br />
Além da DEP, circunferência escrotal<br />
e outros dados técnicos, como<br />
Genômica, exija o Exame Andrológico,<br />
para comprovar a normalidade<br />
espermática. Observe atentamente<br />
como os tourinhos andam, se têm<br />
aprumos corretos, não arrastam<br />
os membros nem têm articulações<br />
frouxas, bambas.<br />
Gado de campo tem de andar<br />
atrás da forragem do pasto e cobrir<br />
fêmeas com um salto perfeito.<br />
Se tiver jarretes defeituosos, não vai<br />
durar muito tempo, apresentará dores<br />
e não montará mais. Observe a<br />
profundidade do tórax. Deve ter a<br />
mesma distância da linha de dorso<br />
à base do peito (osso esterno) que<br />
tem do peito ao solo. O arqueamento<br />
das costelas indica boa capacidade<br />
respiratória. Narinas grandes,<br />
bem abertas, favorecem a respiração<br />
e a eliminação de calor.<br />
O animal com abdômen<br />
mais volumoso tem mais capacidade<br />
digestiva, ingere mais forragem e<br />
cresce mais, como consequência<br />
EDIÇÃO <strong>36</strong> | ANO 08 | MAI/JUN <strong>2018</strong><br />
13
de mais combustível. Se tiver boca<br />
larga, abocanha mais capim no<br />
pasto. Se o couro da virilha descer<br />
um pouco mais baixo que o joelho,<br />
indica mais espaço para o rúmen,<br />
maior aproveitamento da forrageira<br />
ingerida<br />
Ṡe é de corte, tem de ter<br />
musculosidade. Observe se o quarto<br />
traseiro desce os músculos até<br />
perto do jarrete; se há abaulamento<br />
dos músculos do coxão, projetando-<br />
-se para fora. Se o culote é saliente,<br />
como nas raças europeias.<br />
Comprar em leilão é cômodo,<br />
mas não dá oportunidade<br />
de mergulhar em profundidade na<br />
avaliação do seu futuro reprodutor.<br />
Você vai ficar cinco, seis, talvez oito<br />
anos com ele. As filhas dele serão<br />
suas próximas matrizes. Tenha calma,<br />
e cuidado.<br />
Mais dicas: Depois de tudo avaliado,<br />
volte a considerar seu objetivo<br />
original. Por que você cria gado<br />
mesmo? Para vender uns bezerros e<br />
tirar um leitinho? Só para se divertir,<br />
voltar às raízes, lembranças boas da<br />
infância...<br />
Há diversos motivos para<br />
criar gado de corte. A maioria não é<br />
rentável. Ou você leva a sério, como<br />
profissional, ou prepare o bolso<br />
para o prejuízo, ou no mínimo falta<br />
de renda, porque a pecuária, hoje<br />
em dia, não perdoa o amador.<br />
Leite e corte não se misturam.<br />
Houve tempo em que o gado<br />
misto, que dava uns bezerros mais<br />
fortes e as vacas produziam cinco<br />
litros por dia, ainda compensava.<br />
Hoje, não dá mais. Ou você tem<br />
vacas de 15 a 18 litros cada, ou faz<br />
bezerros pesados para venda na desmama.<br />
Fazenda grande, solo bom,<br />
estruturada, dá para fazer ciclo completo,<br />
com ou sem confinamento e<br />
outras tecnologias, como integração<br />
lavoura-pecuária-silvicultura. Fazendas<br />
médias e pequenas, é melhor se<br />
especializar: leite bem feito, ou corte<br />
exclusivamente, seja para vender<br />
bezerro, ou garrote. O tempo que<br />
você perde com a tirada de leite não<br />
especializada onera demais seu custo<br />
da fazenda, fora a dificuldade de<br />
encontrar funcionário bom.<br />
Seja qual for seu objetivo,<br />
não abra mão da qualidade. Qualidade<br />
em tudo: nos reprodutores,<br />
nas vacas, nas pessoas, nas máquinas<br />
e ferramentas. Não economize<br />
em sal mineral. Não misture com sal<br />
branco. A pesquisa em Nutrição de<br />
Bovinos permite ter sais minerais<br />
(proteinados e núcleos aqui também<br />
considerados) no mercado em doses<br />
definidas, confirmadas para cada categoria,<br />
cada época do ano e cada situação.<br />
Não estrague esse equilíbrio<br />
com a tentativa pouco inteligente<br />
de misturar sal branco para baratear<br />
o custo. Vai é aumentar, porque o<br />
pouco que o bovino ingerir não vai<br />
fazer nenhum efeito. Hoje matamos<br />
bois com 19 arrobas aos dois anos<br />
por causa da Genética e dos sais<br />
minerais, ambos progredindo lado<br />
a lado. Genética sem sal bom não<br />
se manifesta, sal bom em Genética<br />
ruim é prejuízo certo.<br />
Considerações finais<br />
A diminuição da margem de<br />
lucro, ou mesmo sua eliminação, na<br />
pecuária, afeta propriedades grandes<br />
e pequenas. Têm sido feitos estudos<br />
e avaliações sobre causas e efeitos<br />
dessa perda e as conclusões são de<br />
que o tradicionalismo não sobrevive<br />
mais, a solução é aplicar tecnologia.<br />
Quem investe mais, ganha mais.<br />
Quem não investe, quebra.<br />
Essas ideias e argumentos<br />
são trazidos para levantar<br />
questionamentos, reflexões, sem<br />
pretensão de doutrinar quem quer<br />
que seja. Após cinquenta anos<br />
de formado, atuando na pecuária<br />
brasileira em diversas áreas e, na<br />
condição de pequeno criador de<br />
tourinhos Nelore P.O. aqui no<br />
Tocantins, quis compartilhar minha<br />
visão e pequena experiência prática<br />
com outros criadores, sem os rigores<br />
da linguagem acadêmica.<br />
14<br />
EDIÇÃO <strong>36</strong> | ANO 08 | MAI/JUN <strong>2018</strong>
EDIÇÃO <strong>36</strong> | ANO 08 | MAI/JUN <strong>2018</strong><br />
15
Fernanda Borges Oliveira<br />
Zootecnista<br />
www.ciclorural.com.br<br />
ECONOMIA<br />
Impacto Econômico na utilização de<br />
TOUROS MELHORADORES<br />
O desempenho de um indivíduo, também chamado de fenótipo, é o resultado de uma equação clássica do<br />
melhoramento genético: Genética + Ambiente + Interação genótipo-ambiente. Nesta equação a genética é herdada<br />
de seus descendentes, sendo que pai e mãe contribuem igualmente com a quantidade de genes. Portanto,as<br />
matrizes têm papel fundamental na contribuição genética para formação de um animal superior.<br />
O problema está na identificação<br />
da superioridade dessa matriz,<br />
já que ao longo da sua vida reprodutiva<br />
a mesma pode deixar cerca de<br />
8 a 10 filhos, possuindo baixa confiabilidade.<br />
Já os touros podem ser<br />
pais de dezenas de animais por ano,<br />
possibilitando intensidade maior de<br />
seleção e facilidade na identificação<br />
daqueles que possuem maior valor<br />
genético transmissível a suas progênies.Alguns<br />
pesquisadores citam<br />
que um touro é responsável por<br />
mais de 80% do ganho genético de<br />
um plantel, sendo assim o sistema<br />
de produção só terá maior sucesso<br />
com a escolha assertiva dos reprodutores<br />
utilizados.<br />
Antes de escolher o touro a<br />
ser utilizado é imprescindível que a<br />
fazenda estabeleça um objetivo claro<br />
de produção, de acordo com seu<br />
sistema produtivo, recursos naturais<br />
e financeiros, necessidades da população,<br />
mercado consumidor e preferências<br />
do pecuarista.<br />
Existem diversos critérios<br />
que podem ser adotados para eleger<br />
os touros superiores para cada propriedade,<br />
como:<br />
• Conformação frigorífica<br />
• Fertilidade<br />
• Libido<br />
• Características raciais<br />
Mas o primeiro critério a<br />
ser seguido deve ser a avaliação<br />
genética, que é a predição do<br />
mérito genético do touro, ou<br />
seja, determina o potencial de<br />
produção que seus filhos terão nas<br />
diversas características, de forma<br />
estatística, eliminando as inúmeras<br />
intercorrências ambientais.<br />
A característica de maior<br />
facilidade para compararmos o potencial<br />
genético de touros é o peso<br />
ao desmame, pois possui alta herdabilidade<br />
(facilidade de transmissão<br />
de pais para filhos), além de possuir<br />
valor comercial estabelecido.<br />
Segundo o Sumário da<br />
ANCP Maio <strong>2018</strong> a média de DEP<br />
(Diferença Esperada na Progênie)<br />
para peso aos 210 dias (desmame) é<br />
2,37 quilogramas, com variação de<br />
-21,90 a 22,78 kg.<br />
Para comparar os touros<br />
seguindo suas avaliações genéticas<br />
é importante relembrar que a DEP<br />
nada mais é do que comparações<br />
de desempenho dos touros e seus<br />
16<br />
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filhos e só pode ser usada observando<br />
animais que estão na mesma base<br />
genética, ou seja, no mesmo sumário.<br />
Se considerarmos a utilização do<br />
touro mediano da ANCP para DEP<br />
P210 em relação a um touro TOP<br />
0,1% no mesmo sumário:<br />
TOUROS DEP P210 ANCP 5/<strong>2018</strong><br />
TOURO A<br />
2,37 Kg<br />
TOURO B<br />
14,41 Kg<br />
DIFERENÇA<br />
12,04 Kg<br />
Isso significa que, se tivermos<br />
um grande número de filhos<br />
dos touros A e B, acasalados com<br />
vacas em uma mesma população,<br />
em média os filhos do touro B pesarão<br />
12 kg a mais do que os filhos do<br />
touro A ao desmame com 7 meses<br />
de idade.<br />
Traduzindo isso em valores<br />
Com 1.000 filhos de cada<br />
touro e considerando que o mercado<br />
atualmente paga cerca de R$5,80<br />
/kg de bezerro, podemos concluir<br />
que financeiramente o touro B pode<br />
ser aproximadamente R$70.000,00<br />
mais lucrativo do que o touro A.<br />
“Boi de boiada”<br />
Muitas propriedades não levam<br />
a avaliação genética como critério<br />
para escolha de seus reprodutores<br />
e terminam por utilizar aqueles<br />
que conhecemos como cabeceira<br />
de boiada, bezerros sem registro ou<br />
informação genética, que se destacaram<br />
no peso e são eleitos como<br />
reprodutores. Normalmente esses<br />
animais possuem valor genético negativo,<br />
próximo ao encontrado pela<br />
ANCP nos touros pior avaliados.<br />
Assumindo que o “boi de<br />
boiada” tem uma DEP igual ao pior<br />
touro avaliado no Sumário Maio<br />
<strong>2018</strong> ANCP para DEP P 210, podemos<br />
concluir:<br />
TOUROS DEP P210 ANCP 5/<strong>2018</strong><br />
Boi de Boiada<br />
-21,90 Kg<br />
TOURO B<br />
14,41 Kg<br />
DIFERENÇA<br />
<strong>36</strong>,31Kg<br />
Portanto, os filhos dos touros<br />
líderes de sumário podem agregar<br />
quase 40 kg em relação aos bois<br />
de boiada.<br />
Traduzindo isso em valores<br />
Com 1.000 filhos de cada<br />
touro e considerando que o mercado<br />
atualmente paga cerca de R$5,80<br />
/kg de bezerro, podemos concluir<br />
que financeiramente o touro B pode<br />
serR$210.000,00 mais lucrativo do<br />
que o boi de boiada.<br />
Com esse valor é possível<br />
investir em melhorias estruturais na<br />
fazenda, além de realizar mais de<br />
3.000 IATFs (Inseminação Artificial<br />
em Tempo Fixo), considerando o<br />
investimento em sêmen, protocolo<br />
de sincronização e mão de obra especializada<br />
do médico veterinário.<br />
A escolha do touro pode<br />
impactar de forma gigantesca na<br />
saúde financeira da propriedade.<br />
Não somente pelo incremento no<br />
crescimento dos animais, mas a fazenda<br />
também pode eleger outros<br />
critérios de seleção, agregando em<br />
precocidade sexual, fertilidade, melhoria<br />
de qualidade de carne e maior<br />
rendimento de carcaça.<br />
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18<br />
EDIÇÃO <strong>36</strong> | ANO 08 | MAI/JUN <strong>2018</strong>
João Batista de Medeiros<br />
Geólogo<br />
joao.batistamedeiros@hotmail.com<br />
FERTILIDADE DO SOLO<br />
A agropecuária e as<br />
SUBSTÂNCIAS MINERAIS<br />
Há uma interação muito forte entre o desenvolvimento da agropecuária e as substâncias minerais desde<br />
os tempos remotos, quando o homem resolveu deixar de ser meramente coletor, para ser agricultor e criador de<br />
animais. Como ser gregário e objetivando a sustentabilidade dos seus e do entorno com segurança, verificaram que<br />
para manter as aglomerações humanas, tornava-se necessário o pressuposto abastecimento de suas aglomerações<br />
humanas, advindo da agricultura e pecuária de animais domesticados. Para se praticar, de forma racional, a agricultura<br />
e pecuária é absolutamente necessário a utilização de dois suportes fundamentais: solo e água.<br />
O solo é consequência da<br />
decomposição das rochas com posterior<br />
transporte através da água,<br />
vento e gelo, ou residuais. As rochas<br />
por sua vez são compostas de<br />
minerais e a água é uma substância<br />
mineral. Há vários tipos de solo, os<br />
quais devidos as suas características,<br />
por vez, para se tornarem mais produtivos,<br />
precisam que sejam adicionados<br />
outras substâncias minerais,<br />
quais sejam calcário calcítico, calcário<br />
dolomítico, dolomito, NPK,<br />
gipso e outros mais como vermiculita,<br />
um excelente recuperador de<br />
solos muito utilizado pelos Israelenses<br />
quando resolveram se tornar os<br />
maiores exportadores de frutas do<br />
mundo. Tudo isto mencionado, com<br />
um objetivo prático e exequível, que<br />
é de tornar o Estado de Tocantins<br />
como o grande e excepcional produtor<br />
de alimentos do Brasil, quiçá,<br />
em função das suas dimensões, do<br />
mundo.<br />
Compete mais aos senhores<br />
agropecuaristas, como a força<br />
impulsora,a realização desse grande<br />
projeto, aliando vontade política<br />
+potencial mineral + solo + água +<br />
tecnologia + logística e transformação,<br />
senão vejamos:<br />
1. Calcário calcítico = Carbonato<br />
de cálcio para correção de solos<br />
magnesianos;<br />
2. Calcário dolomítico = Carbonato<br />
de cálcio e magnésio para<br />
correção de solos aluminosos;<br />
3. Dolomito = Carbonato de<br />
magnésio e cálcio para correção<br />
de solos muito ricos em alumina;<br />
4. Apatita = Fluorfosfato de cálcio<br />
largamente utilizado como<br />
fertilizante;<br />
5. Carbonatito = Rocha vulcânica<br />
rica em minerais fosfatados tipo<br />
fluorapatita, pirocloro, cloroapatita,<br />
hidroxilapatita e carbonatoapatita,<br />
todos como minerais<br />
fertilizantes.<br />
6. Gipso = Sulfato de cálcio hidratado,<br />
fertilizante;<br />
7. Vermiculita = Silicato de potássio,<br />
magnésio, ferro e alumínio.<br />
É um mineral muito utilizado<br />
para recuperação de solos<br />
degradados, principalmente em<br />
regiões áridas e semiáridas assoladas<br />
pelas secas. Quando aquecida<br />
há um aumento de volume<br />
em até 20X, tornando-se higroscópica<br />
(absorve e retém a água),<br />
propiciando a economia na utilização<br />
de corretivos e fertilizantes<br />
por um período bastante<br />
mais longo de reposição. Funciona<br />
como uma fonte primária<br />
de K (potássio) fertilizante;<br />
EDIÇÃO <strong>36</strong> | ANO 08 | MAI/JUN <strong>2018</strong><br />
19
8. Rochagem com rochas ricas<br />
em potássio = As rochas ricas<br />
em potássio e naturalmente pobres<br />
em sílica, têm sido muito<br />
usadas (ecom sucessos) como<br />
fontes primárias desse tipo de<br />
fertilizante, e por serem higroscópicas<br />
contribuem muito para<br />
o alongamento do prazo de reposição<br />
de corretivos e fertilizantes.<br />
Economia de escala.<br />
9. Zeólitas = São aluminossilicatos<br />
hidratados para recuperação<br />
de solos residuais e degradados;<br />
10. Argilas = São minerais compostos<br />
de finíssimas camadas<br />
alternadas de sílica e alumina.<br />
Os solos argilosos são os mais<br />
propensos as práticas da agricultura,<br />
já que são os mais húmidos<br />
por reterem água por mais tempo<br />
devido as suas características<br />
de porosidades altas, as quais<br />
ainda facilitam a fixação de nutrientes<br />
propícios ao desenvolvimento<br />
das culturas. Em termos<br />
gerais e em função das suas propriedades<br />
específicas podemos<br />
distribuí-las em dois grupos:<br />
- cauliníticas e esmectitas. As<br />
primeiras muito utilizadas como<br />
cargas nos formicidas, larvicidas<br />
e adubos foliares; as esmectitas<br />
são largamente utilizadas na recuperação<br />
de solos degradados<br />
e arenosos para aglutinação e<br />
fixação dos nutrientes adicionados<br />
aos solos de grandes projetos<br />
de irrigação para fruticultura,<br />
ex.: Califórnia(USA), Israel,<br />
Chile, Espanha, Grécia, Egito.<br />
11. Água = É um composto mineral<br />
a cujo conteúdo químico<br />
H2O – são adicionados vários<br />
outros elementos e compostos<br />
químicos que lhes irão conferir<br />
as suas características alcalinas<br />
e não alcalinas, ou seja, vão lhes<br />
atribuir o meio básico, ácido<br />
ou salino. O Estado de Tocantins<br />
é cortado por dois grandes<br />
rios – Tocantins e Araguaia – e<br />
seus tributários, os quais podemos<br />
classificá-los genericamente<br />
o rio Tocantins como ácido<br />
e o Araguaia como básico. Isto<br />
tem efeito econômico bastante<br />
significativo na formulação e<br />
desenvolvimento dos projetos<br />
de agropecuária, estabelecendo<br />
vetores de avaliação para implantação<br />
de tratos agrícolas e<br />
pecuários, significativos o bastante<br />
para determinar o sucesso<br />
ou insucesso dos pretensos projetos.<br />
Por sua vez, em determinadas<br />
porções registram-se as<br />
presenças de solos salinos, os<br />
quais podem ter origem local ou<br />
transportados.<br />
Os de origem local, via de<br />
regra são decorrentes da elevação<br />
do nível freático propiciado por um<br />
acréscimo desnecessário da lâmina<br />
d’água em um local mal estudado.<br />
Neste caso o sal é oriundo da rocha<br />
(ou rochas) que ocorrem no subsolo.<br />
São notáveis os transportados<br />
pelas correntes aéreas e depositados<br />
em partes de países como Espanha,<br />
Israel, Grécia, Turquia, Iraque, USA,<br />
Peru, Bolívia, Namíbia, Botsuana.<br />
Todas estas substâncias<br />
minerais são encontradas aqui<br />
no Estado de Tocantins.<br />
20<br />
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Samuel Aguiar Melo<br />
samuel.taqcowdog@gmail.com<br />
Médico Veterinário<br />
GESTÃO RURAL<br />
Gestão e Finanças de<br />
EMPRESAS DO AGRONEGÓCIO<br />
O fato é que, no meio rural em sua grande maioria é comum que não se dê a devida atenção à parte financeira<br />
do negócio, como em boa parte do Brasil a agropecuária é administrada por pessoa física e não por empresas<br />
rurais, a contabilidade na grande maioria é realizada de mesma forma a várias décadas. Muitas vezes se realiza um<br />
balanço e uma declaração apenas para fins fiscais como o Imposto de Renda e ITR que são obrigatórios, por contadores<br />
que visam apenas minimizar os custos pagos ao governo a cada final de ano.<br />
O perfil do Agronegócio<br />
Brasileiro é de propriedades familiares,<br />
lembrando que novas gerações<br />
estão sempre entrando no negócio.<br />
Muitas dessas vindo de uma formação<br />
agrária com muitas ideias, novos<br />
métodos e conceitos de produção,<br />
alguns destes que optaram por outro<br />
negócio não seguirão carreiras<br />
dentro do setor, mas precisarão de<br />
conhecimento e indicadores financeiros<br />
para que possa analisar a administração<br />
do negócio familiar.<br />
Em qualquer setor a contabilidade<br />
é dividida do mesmo modo:<br />
Ativo e Passivo, o termo lucro ou<br />
prejuízo tem a mesma diferença em<br />
qualquer negócio, daí a importância<br />
de conhecer sobre as particularidades<br />
da cadeia produtiva e entender<br />
as adversidades da produção rural<br />
para poder analisar cenários.<br />
Nestes últimos anos tivemos<br />
uma forte valorização de terra, onde<br />
boa parte das propriedades são negócios<br />
milionários que precisam ter<br />
uma atenção na condução destes<br />
empreendimentos.<br />
Independente do tamanho<br />
de sua área, que ela segue da agricultura<br />
familiar, grupo de investimento,<br />
agroindústria, fator de produção<br />
ou apenas um investidor em terra,<br />
ela só terá êxito caso tenha profissionalismo<br />
inserido no projeto, pois<br />
uma fazenda não é igual uma indústria<br />
que pode produzir em 100 %<br />
de sua área. Temos regulamentação<br />
ambiental que traz um desafio maior<br />
que é produzir legalmente em parte<br />
da propriedade chegando ao ponto<br />
de produzir em apenas 20% da área.<br />
Dados apontam que 80%<br />
do ativo imobilizado está no<br />
valor da terra e que precisa ser<br />
remunerado. Temos que ter em<br />
mente que o Agronegócio é uma<br />
EDIÇÃO <strong>36</strong> | ANO 08 | MAI/JUN <strong>2018</strong><br />
23
área de muitas oportunidades em<br />
toda a cadeia, com o aumento<br />
da população cuja projeção que<br />
até 2050 seremos 9,3 bilhões de<br />
habitantes (ONU,2013) temos uma<br />
responsabilidade na produção de<br />
alimentos muito grande. Tendo<br />
bons anos para poder desfrutar<br />
dos benefícios que o Agronegócio<br />
do Brasil proporciona na produção<br />
mundial. Mas ao mesmo tempo, tem<br />
que levar em conta os riscos como o<br />
câmbio, economia mundial, pressão<br />
ambiental e de política pública.<br />
Então, como vemos se a<br />
saúde financeira do seu negócio vai<br />
bem ou mal? A rentabilidade ou o<br />
retorno sobre o capital investido<br />
reflete em como está à eficiência da<br />
gestão da atividade. Ferramentas de<br />
análise financeira e produtiva são<br />
muito uteis para qualquer tomada de<br />
decisão. O ponto de equilíbrio mesmo<br />
está em se o que você produz<br />
consegue custear toda sua atividade,<br />
consegue fazer parte de uma avaliação<br />
e planejamento para reajustar<br />
a lucratividade com a produção e a<br />
projeção de crescimento.<br />
Se você já ficou incomodado<br />
numa roda de conversa que discutiam<br />
sobre lucro da atividade ou<br />
alguém lhe perguntou sobre a evolução<br />
do seu negócio e não soube<br />
responder, ao longo desta série de<br />
artigos iram tratar de uma forma<br />
simples e objetiva como você pode<br />
iniciar ou aprimorar o controle econômico<br />
de sua propriedade.<br />
Aqui você acompanhou um<br />
dos três artigos de uma série destinada<br />
a trazer mais informações sobre<br />
Gestão e Finanças de empresa<br />
do Agronegócio. No próximo artigo<br />
será discutido como podemos<br />
extrair informações de dados para a<br />
construção de indicadores que será<br />
muito útil para toda a estratégia do<br />
negócio. Entendam que chegou a<br />
hora do produtor rural dar lugar ao<br />
empresário do agronegócio.<br />
24<br />
EDIÇÃO <strong>36</strong> | ANO 08 | MAI/JUN <strong>2018</strong>
EDIÇÃO <strong>36</strong> | ANO 08 | MAI/JUN <strong>2018</strong><br />
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João Houly<br />
Médico/Pecuarísta<br />
jhouly@uol.com.br<br />
GESTÃO DE PESSOAS<br />
A difícil tarefa de<br />
GERIR PESSOAS<br />
A máxima de liderar pelo exemplo, elogiar em público e corrigir em particular é pouco para o líder que<br />
deseja motivar sua equipe; cada dia mais se faz necessário o completo conhecimento das relações humanas e de<br />
como influenciar positivamente seu ambiente de trabalho.<br />
É preciso ter clareza que o<br />
ser humano é um todo com variáveis<br />
humorais, hormonais e circadianas<br />
que podem influenciar direta ou<br />
indiretamente seu comportamento<br />
frente ao trabalho e aos desafios que<br />
lhes são apresentados.<br />
Conhecer o predomínio de<br />
energia de cada colaborador é fundamental<br />
para o êxito de sua função;<br />
por exemplo: há pessoas que são<br />
predominantemente matinais, de<br />
tal modo que, dar a estes indivíduos<br />
funções nobres ao fim do dia certamente<br />
os tornarão menos produtivos;<br />
da mesma forma,haverá menor<br />
chance de êxito, caso se delegue funções<br />
nas primeiras horas a pessoas<br />
vespertinas e noturnas.<br />
Outra ferramenta<br />
26<br />
EDIÇÃO <strong>36</strong> | ANO 08 | MAI/JUN <strong>2018</strong><br />
fundamental nos dias atuais são<br />
os feedbacks. É preciso nortear o<br />
colaborador sobre sua atuação, pois,<br />
o que às vezes parece óbvio para<br />
muitos, se faz necessário ratificar<br />
sempre. Tudo está dito, mas ainda<br />
que escrito, é preciso repetir sempre,<br />
pois assim se baseia o aprendizado:<br />
na repetição.<br />
Por isso, fazer a gestão de recursos<br />
humanos não se trata apenas<br />
de procurar deixar seus colaboradores<br />
satisfeitos e motivados. Antes de<br />
tudo, é criar uma estratégia completa,<br />
que envolve toda a organização<br />
em busca do desenvolvimento, capacitação<br />
e humanização de quem<br />
faz parte dela. Ela está apoiada em<br />
cinco pilares essenciais segundo Rafael<br />
Ávila.<br />
Motivação<br />
Pode-se motivar de várias<br />
formas: com benefícios econômicos,<br />
facilidades em transporte e alimentação<br />
e tantas outras maneiras,<br />
porém, é preciso lembrar que o ser<br />
humano sobrevive de remuneração,<br />
mas o que o torna vivo é o reconhecimento<br />
e valorização que vai muito<br />
além da percepção econômica.<br />
Compreender a real necessidade<br />
de seu colaborador fará uma<br />
enorme diferença motivacional. É<br />
também de grande valia o entendimento<br />
do quão benéfico é o trabalho<br />
como função social.<br />
É muito comum encontrar<br />
no setor da Economia (bancos e<br />
gerenciadores de recursos financeiros),<br />
profissionais exemplares - com<br />
performances invejáveis, extrapolando<br />
metas cada vez maiores - de
epente se perguntando: Qual o objetivo<br />
de tudo isso? Quais benefícios<br />
eu agrego à minha volta?<br />
Portanto motivar é muito<br />
mais que ofertar bons salários, que<br />
posicionar bem, é preciso reconhecer<br />
o intangível da cada um para direcionar<br />
sua motivação.<br />
Comunicação<br />
Nos dias atuais, há um verdadeiro<br />
paradigma na comunicação:<br />
embora tenhamos hoje uma infinidade<br />
de meios de comunicação:<br />
e-mail, celular, whatsapp, messenger,<br />
entre outros, frequentemente<br />
ouvimos que o problema está na<br />
comunicação. É preciso quebrar as<br />
barreiras da comunicação burocrática<br />
e pouco efetiva para ação imediata<br />
e direta.<br />
Um exemplo que usamos<br />
em nossa instituição é o chamado<br />
“stand up meeting” – trata-se de<br />
uma reunião diária às 10h30, com<br />
todos os gerentes em pé, com duração<br />
não superior a 15 minutos, onde<br />
cada um apresenta as dificuldades<br />
do seu setor e lá são apresentadas as<br />
possíveis soluções; em nosso hospital<br />
ela tem sido bastante resolutiva.<br />
A melhor tática é promover<br />
a liberdade de expressão e reduzir as<br />
distâncias hierárquicas que dificultam<br />
o entendimento e a compreensão<br />
da informação.<br />
Trabalho em equipe<br />
Antes de mais nada, é preciso<br />
entender que cada setor da empresa,<br />
seja ela grande ou pequena, é<br />
parte de um todo, e a fragmentação<br />
ou setorização ultra especializada<br />
pode ter alguns benefícios, mas não<br />
se pode esquecer que o resultado<br />
depende de todos. Há profissionais<br />
exímios em suas competências, que,<br />
contudo, ao trabalhar em equipe,<br />
desagrega e pode por em risco o sucesso<br />
do trabalho.<br />
Uma ideia que funciona<br />
bem, são reuniões fora do ambiente<br />
de trabalho: apara arestas e em geral,<br />
desarma pretensos opositores.<br />
Fala-se muito em engajamento,<br />
mas é necessário conhecer<br />
e respeitar o momento de cada um<br />
na empresa. A figura acima ilustra o<br />
comportamento dos empregados da<br />
maioria das empresas.<br />
Conhecimento e competência<br />
Imaginar que todos estarão<br />
remando a todo vapor e o tempo<br />
todo é, no mínimo, desconhecimento<br />
do comportamento humano. Vamos<br />
exemplificar para facilitar: alguém<br />
colocado em uma função sem<br />
o devido domínio ou sem as ferramentas<br />
necessárias para a execução<br />
de seu trabalho pode realizar um esforço<br />
hercúleo que ainda assim seu<br />
trabalho irá deixar a desejar.<br />
É natural que alguém recém-<br />
-contratado, num primeiro momento,<br />
queira apreciar a vista e sentir o<br />
local de trabalho; do mesmo modo,<br />
alguém próximo a se aposentar,<br />
tende a desacelerar seus esforços e<br />
pode cair no grupo dos “afundando<br />
o barco”. Cabe ao gestor reconhecer<br />
o enquadramento de cada um<br />
e trazê-lo para um momento mais<br />
proativo.<br />
Destaco quatro ferramentas<br />
fundamentais para êxito<br />
1. Faça um rigoroso e transparente<br />
processo seletivo.<br />
2. Tenha um job description (descrição<br />
clara de cada função a ser<br />
exercida).<br />
3. Realize avaliação de desempenho<br />
e dê feedbacks frequentes.<br />
4. As promoções devem ser pautadas<br />
sempre na meritocracia e no<br />
desempenho.<br />
Treinamento e desenvolvimento<br />
O mundo está em constante<br />
evolução e quem não se atualiza<br />
fica para trás. Todos os dias novas<br />
ferramentas e novos processos são<br />
desenvolvidos; se fixar na competência<br />
de algo que já se faz com sucesso<br />
por muitos anos e assim permanecer,<br />
é perigoso e quase sempre<br />
fadado ao insucesso.<br />
Aqui se faz necessário alinhar<br />
a visão de futuro que a empresa<br />
possui e se questionar: Onde<br />
queremos estar em cinco anos;e em<br />
dez anos?<br />
Como disse no início, o<br />
aprendizado se dá por repetição;<br />
mesmo treinamentos já conhecidos<br />
sempre reforçam a ideia do<br />
conhecimento. No entanto, parece<br />
haver uma resistência natural<br />
a realizar treinamentos de algo<br />
previamente conhecido e a banalizar<br />
o aprimoramento. É primordial<br />
identificar os treinamentos<br />
desejáveis e organizar a frequência<br />
com que eles ocorrerão.<br />
Enfim caro leitor, gerir pessoas<br />
é algo muito mais complexo<br />
que simplesmente delegar funções<br />
e cobrar resultados. Trata-se de um<br />
desafio dinâmico e constante, mas<br />
que traz consigo as ferramentas<br />
para conquista da excelência numa<br />
empresa.<br />
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27
28<br />
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EDIÇÃO <strong>36</strong> | ANO 08 | MAI/JUN <strong>2018</strong><br />
29
Maurício Buffon<br />
Presidente da APROSOJA<br />
aprosojato.adm@gmail.com<br />
AGRONEGÓCIO<br />
APROSOJA TOCANTINS<br />
A APROSOJA TOCANTINS é uma associação sem fins lucrativos, criada no dia 25 de setembro de 2013, com<br />
objetivo de proporcionar uma integração entre os produtores de soja e milho do estado junto às cadeias produtivas.<br />
A primeira diretoria foi eleita<br />
para os anos de 2013/2015 e era<br />
composta pelos seguintes membros:<br />
Presidente: Ruben Ritter, Vice-presidente:<br />
Mauricio Buffon, 1º Diretor<br />
administrativo: Vanderlei Talevi,<br />
2ª Diretora administrativa: Caroline<br />
Cristiane Schneider Barcellos, 1º Diretor<br />
financeiro: Carlos Lima e 2º<br />
Diretor Financeiro, e reeleita para o<br />
biênio 2016/2017, José Faion. Também<br />
foramcriados os cargos de vice-presidentes<br />
regionais totalizando<br />
dezesseis (16) visando à integração<br />
de todos os produtores.<br />
Atualmente a diretoria é<br />
composta pelos seguintes membros:<br />
presidente: Mauricio Buffon, Vice-<br />
-Presidente: Dari Fronza, Diretor<br />
Administrativo: Wanderlei Carlos<br />
Ferreira Talevi, Vice-Diretor Administrativo:<br />
Everton Klaus, Diretor<br />
Financeiro: Rodrigo Gomes Barcellos<br />
e o Vice-Diretor Financeiro:<br />
José Roberto Faion, eleitos para o<br />
biênio de <strong>2018</strong>/2019 e os vice-presidentes<br />
regionais.<br />
As ações da APROSOJA<br />
TOCANTINS são sempre pensadas<br />
para o melhor desenvolvimento<br />
da agricultura no estado, com isso a<br />
associação sempre luta para trazer<br />
melhorias para seus associados, tais<br />
como:<br />
• A atuação daAPROSOJA TO-<br />
CANTINS juntos aos senhores<br />
Deputados Estaduais resultou<br />
na redução de 50% dos emolumentos<br />
cobrados pelos cartórios,<br />
mesmo com essa redução<br />
não atendeu a expectativa, por<br />
isso a associação está buscando<br />
junto à Assembleia uma nova tabela<br />
de valores;<br />
Agrosoja 2016 - Mauricio e Ruben<br />
• Intervenção da APROSOJA<br />
TOCANTINS para a<br />
permanência da LEI KANDIR<br />
em vigor que estava ameaçada a<br />
sua revogação;<br />
30<br />
EDIÇÃO <strong>36</strong> | ANO 08 | MAI/JUN <strong>2018</strong>
• A intervenção da APROSOJA<br />
BRASIL em parceria com a<br />
APROSOJA TOCANTINS na<br />
prorrogação da lei de isenção<br />
da cobrança de ICMS sobre<br />
fertilizantes, adubos e insumos<br />
que foi prorrogado por dois<br />
anos a partir de 2017;<br />
• Conquista junto ao governo estadual<br />
para revogação imediata<br />
da cobrança de ICMS de frete<br />
referente à soja para a exportação<br />
em quinze de fevereiro de<br />
dois mil e dezoito;<br />
• Lei de Proteção deCultivares, a<br />
atuação da APROSOJA BRASIL<br />
em parceria com a APROSOJA<br />
TOCANTINS permitindo que<br />
os produtores expandissem seus<br />
estudos tecnológicos na área de<br />
pesquisas de sementes geneticamente<br />
modificadas, oferecendo<br />
um produto com uma melhor<br />
qualidade e possibilitando a livre<br />
concorrência;<br />
• A APROSOJA TOCANTINS<br />
esta atuando junto a Assembleia<br />
Legislativa para a revogação da<br />
lei de cobrança de taxa de vistoria<br />
sanitária;<br />
• Elaboração da lei que institui o<br />
código florestal estadual;<br />
• A APROSOJA TOCANTINS<br />
tem uma atuação constante junto<br />
à Secretaria de Infraestrutura<br />
Estadual em defesa da manutenção<br />
periódica das rodovias<br />
estaduais, consideradas fundamentais<br />
para o escoamento da<br />
produção;<br />
• A APROSOJA BRASIL junto<br />
com a APROSOJA TOCAN-<br />
TINS constituiu uma assessoria<br />
jurídica para anular a cobrança<br />
de royalties da Monsanto e<br />
questionar a validade da patente<br />
do Intacta.<br />
A APROSOJA TOCAN-<br />
TINS atua fortemente com a política<br />
porque o setor primário da agricultura,<br />
que é responsável por 79%<br />
do PIB estadual, sendo que 50%<br />
proveniente da soja e do milho, e os<br />
29% originam dos demais produtos<br />
da agropecuária, e é muito visado<br />
pelo governo, devido a Lei Kandir<br />
oferecer isenções de impostos para<br />
os produtores, sendo que esses tributos<br />
são compensados pelo governo<br />
federal, onde não há perca de<br />
receita para o estado.<br />
EDIÇÃO <strong>36</strong> | ANO 08 | MAI/JUN <strong>2018</strong><br />
31
Deivison Santos<br />
Eng. Agrônomo, Mestre em Irrigação e Drenagem<br />
Pesquisador da Embrapa<br />
deivison.santos@embrapa.br<br />
PASTAGENS<br />
IRRIGAÇÃO<br />
Um alternativa para a intensificação<br />
sustentável da produção pecuária<br />
A irrigação de pastagens tem se tornado uma realidade cada vez mais frequente no Tocantins, em locais onde<br />
há aptidão de solo e disponibilidade de água. Nas condições de solo e clima do estado, espera-se boa resposta ao<br />
uso da irrigação como estratégia para atenuar o efeito da estacionalidade de produção das pastagens, caracterizada<br />
por um período com grande produção (águas) e outro com baixíssima produção (seca).<br />
Para a correta tomada de<br />
decisão no uso da irrigação, é preciso<br />
compreender em que contexto<br />
o fornecimento de água é exigido,<br />
considerando o solo, clima e tipo de<br />
cultivo, pois estes fatores influenciam<br />
na escolha do melhor sistema<br />
de irrigação, bem como na sua forma<br />
de uso.<br />
A irrigação plena, como o<br />
próprio nome diz, é aquela exigida<br />
em regiões em que não é possível<br />
produzir sem o uso adicional de<br />
água, como no sertão nordestino,<br />
onde se indicam cultivos intensivos<br />
e de maior valor agregado.<br />
A irrigação de salvamento<br />
é aquela utilizada em regiões de<br />
ocorrência de veranicos, como na<br />
região sudeste e sul e caracteriza-se<br />
pela distribuição uniforme da chuva<br />
ao longo do ano e ausência de uma<br />
estação seca bem definida. Devese<br />
optar por sistemas versáteis, que<br />
podem ser utilizados em mais de<br />
uma área, em cultivos intensivos ou<br />
extensivos.<br />
A irrigação complementar<br />
é aquela que visa suprir a demanda<br />
hídrica das plantas durante um<br />
período mais longo de deficiência<br />
hídrica, como ocorre na região<br />
central do Brasil. O investimento<br />
em sistemas fixos e com alta<br />
eficiência justifica-se, pois o período<br />
de utilização deverá ser maior.<br />
Com quantidade de chuvas<br />
aparentemente satisfatória, mas com<br />
distribuição concentrada nos meses<br />
de primavera e verão, pouquíssimas<br />
propriedades do Tocantins estão<br />
preparadas para o período da seca,<br />
resultando em um decréscimo significativo<br />
na oferta de forragem durante<br />
essa época. Por consequência,<br />
a exploração do potencial produtivo<br />
da estação chuvosa fica limitada à<br />
capacidade de produção de forra-<br />
32<br />
EDIÇÃO <strong>36</strong> | ANO 08 | MAI/JUN <strong>2018</strong>
mm<br />
gem durante a seca ou dependente<br />
da comercialização de animais, ainda<br />
não acabados, a baixos preços de<br />
mercado.<br />
As condições climáticas<br />
para obter-se produção forrageira<br />
satisfatória por todo ano são: água<br />
disponível, temperatura ótima e intensidade<br />
luminosa, dentre os fatores<br />
citados, aquele que pode sofrer<br />
algum tipo de intervenção é a quantidade<br />
de água oferecida à planta,<br />
que pode ser mediante irrigação.<br />
Na região central do estado,<br />
a média anual de chuva é de 1650<br />
mm e as das temperaturas mínima<br />
e máxima são de 22 e 33 °C (Figura<br />
1), respectivamente, o que representagrande<br />
parte das áreas de pastagens<br />
do estado.<br />
350<br />
300<br />
250<br />
200<br />
150<br />
100<br />
50<br />
0<br />
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez<br />
Chuva TEMPmínima TEMPmáxima<br />
Figura 1. Dados climáticos médios da estação<br />
de Palmas (TRMM.5192), de 01/03/00 a<br />
20/05/18. (AGRITEMPO, <strong>2018</strong>)<br />
Tais temperaturas, portanto,<br />
garantem potencial de Bcrescimento<br />
de plantas forrageiras tropicais B ao<br />
longo do ano todo, desde que ocorra<br />
o fornecimento de água e nutrientes<br />
durante o período seco do ano.<br />
Estudos de simulação, considerandoa<br />
temperatura média do ar e o<br />
comprimento do dia,mostraram<br />
que a região de Porto Nacional –<br />
TO tem potencial de manter a taxa<br />
de lotação média anual de 7,1 UA/<br />
ha, considerando-se somente a área<br />
irrigada.<br />
Entretanto, para a recomendação<br />
do uso da irrigação, devem<br />
ser considerados fatores como o<br />
ajuste na taxa de lotação, custo de<br />
aquisição de animais de reposição e<br />
o preço de venda (relação de troca);<br />
40<br />
35<br />
30<br />
25<br />
20<br />
15<br />
10<br />
5<br />
0<br />
°C<br />
além do manejo do pastejo, para que<br />
este seja feito de forma eficiente, assegurando<br />
que o investimento em<br />
adubação e irrigação seja convertido<br />
em arrobas de carne ou litros de leite<br />
produzidos.<br />
Em trabalho realizado na região<br />
de Lajeado – TO, com um sistema<br />
de irrigação do tipo aspersão<br />
convencional sobre capim massai<br />
(Panicummaximum cv. Massai), foi<br />
alcançada a produção de 24 t de matéria<br />
seca/ha/ano, com estimativa<br />
de 5,1 cabeças/ha/ano, considerando<br />
animais com peso vivo médio de<br />
300 kg.<br />
Interessante ressaltar o efeito<br />
sobre a estacionalidade de produção<br />
de forragem, a produção obtida<br />
no período seco, que representou<br />
apenas 1% no tratamento sem irrigação,alcançou<br />
19% com o uso da<br />
irrigação (Figura 2).<br />
25<br />
20<br />
20<br />
42 42<br />
2<br />
59<br />
15<br />
16<br />
22<br />
22<br />
Jun-Set Out-Nov Dez-Mar Abr-Mai<br />
Jun-Set Out-Nov Dez-Mar Abr-Mai<br />
Figura 2. Distribuição percentual da produção<br />
anual de forragem obtida sem irrigação (A) e com<br />
irrigação por aspersão (B) em Lajeado - TO.<br />
16<br />
Apesar dos resultados obtidos<br />
serem animadores,ainda são necessários<br />
estudos sobre o desempenho<br />
animal e viabilidade econômica<br />
em condições de cerrado de baixa<br />
altitude,sem interferência de microclima,<br />
para recomendar o melhor<br />
manejo de irrigação.<br />
Recomenda-se, para que a<br />
tomada de decisão seja mais precisa,<br />
o produtor avaliese os resultados<br />
obtidos com o sistema de sequeiro<br />
já estão próximos ao potencial produtivo.<br />
Pois, o aumento do nível tecnológico<br />
da atividade e a intensificação<br />
da produção trazem também o<br />
aumento no nível de complexidade<br />
do sistema, exigindo que o planejamento<br />
e o gerenciamento também<br />
se intensifiquem.<br />
Caso ainda não tenha atingido<br />
um nível de produção satisfatório<br />
utilizando tecnologias mais simples<br />
e com relação benefício-custo<br />
mais favorável, é recomendado o investimento<br />
em tecnologias de base<br />
(como correção do solo, manejo<br />
da fertilidade e manejo do pastejo)<br />
antes de alçar voos mais arriscados<br />
e que exigem maior investimento e<br />
conhecimento, como a irrigação.<br />
EDIÇÃO <strong>36</strong> | ANO 08 | MAI/JUN <strong>2018</strong><br />
33
34<br />
EDIÇÃO <strong>36</strong> | ANO 08 | MAI/JUN <strong>2018</strong>
EDIÇÃO <strong>36</strong> | ANO 08 | MAI/JUN <strong>2018</strong><br />
35
Leila da Silva Assunção<br />
Zootecnista<br />
Phyllypi F. Melo<br />
Gestor Técncico Comercial - CriaBem<br />
Zootecnista<br />
SUPLEMENTAÇÃO<br />
SUPLEMENTAÇÃO NA SECA<br />
O período transição e seca do ano é definido normalmente entre os meses de maio a outubro, momento<br />
esse que as forragens apresentam baixo teor de proteína e energia e maior concentração de fibras. Esse fato<br />
proporciona queda no desempenho dos bovinos em pastejo, uma vez que as pastagens por si só não conseguem<br />
suprir as exigências de mantenças dos animais, podendo causar perda de peso e prejuízos ao pecuarista.<br />
A suplementação mineral<br />
protéica de bovinos no período<br />
seco e crítico do ano é de suma<br />
importância para o lucro na pecuária<br />
tropical, todavia os pecuaristas<br />
muitas vezes não se prepararam<br />
para esse período, causando grande<br />
transtorno dentro das propriedades.<br />
Sendo assim o uso da técnica de<br />
suplementação seja por concentrado<br />
ou volumoso traz grandes benefícios<br />
para este período que é considerado<br />
o mais crítico dentro da pecuária.<br />
O baixo teor de proteína<br />
é o fator limitante das pastagens<br />
nessa época do ano, e sua correção,<br />
normalmente, resulta em aumento<br />
no consumo e digestibilidade da<br />
pastagem. Isto porque as bactérias<br />
celulolíticas, responsáveis pela<br />
digestão da fibra, necessitam para<br />
o seu crescimento, de amônia (que<br />
pode ser fornecida pela uréia), mas<br />
também de esqueletos de carbono<br />
(fornecido pelos carboidratos e<br />
proteína verdadeira).<br />
A fração protéica utilizada<br />
no rúmen é denominada de<br />
Proteína Degradada no Rúmen<br />
(PDR) e sua exigência está<br />
relacionada diretamente com os<br />
microorganismos do rúmen e<br />
não com o animal. Essa exigência<br />
aumenta proporcionalmente à oferta<br />
de energia (NDT) ao animal, e pode<br />
ser estimada usando-se a equação:<br />
PDRg/animal/dia = 12,5%NDT,<br />
kg/animal/dia. É aconselhável que<br />
no suplemento mineral protéico, a<br />
proporção de PDR com origem na<br />
uréia, não ultrapasse 30% do PDR<br />
total.<br />
Sem suplementação adequada,<br />
as pastagens não atendem as exigências<br />
mínimas de mantença para<br />
bovinos que requerem 7% de proteína<br />
bruta na dieta. Apesar de garantir<br />
um estoque de forragem para<br />
ser utilizado sob pastejo durante os<br />
meses de entressafra, o diferimento<br />
do uso da pastagem resulta em produção<br />
de forragem de limitado valor<br />
nutritivo.<br />
A qualidade da forragem,<br />
refletida no desempenho animal é a<br />
resposta da interação entre inúmeros<br />
fatores abióticos e bióticos do<br />
ecossistema.<br />
O entendimento destas<br />
complexas inter-relações permite a<br />
adoção de práticas de manejo que<br />
proporcionam a exploração do potencial<br />
genético dos animais, bem<br />
como da forragem disponível. Sendo<br />
assim, se nesta fase não houver<br />
uma suplementação adequada na<br />
dieta dos animais, a fim de suprir os<br />
nutrientes deficientes na forragem,<br />
haverá redução no seu desempenho,<br />
pois nutrientes corporais são mobilizados<br />
para mantença, resultando<br />
assim, em aumento da idade de aba-<br />
<strong>36</strong><br />
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te e redução da taxa de desfrute da<br />
fazenda e aumento do custo fixo do<br />
sistema.<br />
Com isso, a suplementação<br />
de animais em pastejo durante o<br />
período da seca tem por finalidade<br />
suprir esta deficiência nutricional<br />
das pastagens permitindo assim<br />
eliminar a perda de peso, uma vez<br />
que ao melhorar a digestibilidade<br />
das forrageiras, minimiza os efeitos<br />
de enchimento ruminal, possibilita<br />
maior consumo de forragem e,<br />
consequentemente, melhora o<br />
desempenho animal.<br />
O tipo de suplemento empregado,<br />
seu nível de fornecimento<br />
e composição, bem como os ganhos<br />
proporcionados devem ser considerados<br />
no momento da sua implementação<br />
em sistemas de produção<br />
com base no uso de forrageiras, para<br />
a maior eficiência do sistema e a maximização<br />
da renda do produtor rural.<br />
Um dos principais ingredientes<br />
utilizados no período da seca é o nitrogênio<br />
não protéico (ureia), onde<br />
o mesmo faz parte dos suplementos<br />
minerais protéico, sua substituição<br />
pela proteína verdadeira pode<br />
chegar até 25% de acordo com as<br />
pesquisas, a principal característica<br />
dessa fonte de nutriente é o seu<br />
preço, pois está abaixo das fontes<br />
de proteína verdadeira como farelo<br />
de soja, torta de girassol e outros. A<br />
substituição da proteína verdadeira<br />
pelo nitrogênio não protéico (NNP)<br />
da ureia em dietas para ruminantes<br />
é possível somente em virtude da<br />
capacidade dos microrganismos ruminais<br />
de converter o NNP em proteína<br />
de alto valor biológico.<br />
A ureia é incluída na<br />
alimentação de ruminantes, com<br />
o objetivo de substituir a proteína<br />
verdadeira, de maior custo, ou<br />
acrescentar nitrogênio em sistemas<br />
de produção com forragens de baixo<br />
valor protéico. O principal objetivo<br />
da uréia na suplementação é manter<br />
a concentração de amônia ruminal<br />
em níveis elevados, aumentando,<br />
assim, o consumo por intermédio de<br />
melhorias na fermentação ruminal.<br />
A utilização de cada<br />
suplemento é recomendada a partir<br />
do objetivo a ser alcançado e é<br />
preciso atentar sempre à existência<br />
de três tipos de dieta: a que é<br />
formulada, a que chega ao cocho<br />
e a que o animal consome. O erro<br />
em cada uma destas resulta em<br />
comprometimento do desempenho<br />
dos animais.<br />
Outro importante fator é o<br />
espaço de cocho disponível para os<br />
animais em suplementação. Quando<br />
o consumo aumenta, o espaço de<br />
cocho também precisa aumentar<br />
para que os animais tenham um<br />
melhor acesso. Para misturas com<br />
consumo de 0,05 % do peso vivo,<br />
são necessários, pelo menos 5<br />
centímetros de espaço linear de<br />
cocho; para misturas de 0,1 %, 10<br />
cm e para 0,2 % de consumo, pelo<br />
menos 20 cm de cocho. Monitorar<br />
constantemente o consumo é<br />
outro fator para que se consigam<br />
os resultados propostos. Tendo<br />
conhecimento dos ingredientes que<br />
são inibidores de consumo (uréia e<br />
sal comum) e os que são estimulantes<br />
(farelos), a fórmula pode ser alterada<br />
para que o consumo seja adequado.<br />
Outro cuidado essencial é<br />
a taxa de lotação das propriedades.<br />
Com a queda da qualidade do pasto,<br />
é inviável manter a taxa de lotação<br />
do período das águas. Se antes o<br />
produtor conseguia colocar até<br />
quatro cabeças por hectare, na seca<br />
uma cabeça já se torna interessante.<br />
A suplementação no<br />
período seco do ano representa<br />
uma forma de introduzir um novo<br />
tipo de manejo a propriedade de<br />
modo a otimizar o uso da forragem<br />
ao longo do ano disponibilizando<br />
nesses períodos críticos um aporte<br />
de nitrogênio ao sistema que<br />
servirá para estimular o consumo<br />
e consequentemente aumentar a<br />
produção. A utilização da técnica<br />
de suplementação alimentar em<br />
sistemas de produção animal em<br />
pasto devem, como em qualquer<br />
atividade econômica, respeitar uma<br />
relação entre custo e benefício<br />
que otimize o sistema. Para isso é<br />
fundamental o acompanhamento<br />
de todas as etapas do processo<br />
e que algumas condições sejam<br />
estabelecidas.<br />
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37
38<br />
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39
Marcello Costa<br />
Engenheiro Agrônomo<br />
marcellocosta03@gmail.com<br />
OVINOCULTURA<br />
OVINOCULTURA<br />
o agora, planejando o futuro<br />
A produção de carne ovina tem aumentado recentemente, impulsionada por um mercado consumidor,<br />
potencialmente grande nos grandes centros urbanos brasileiros. Temos uma expansão por vários estados com<br />
destaque para Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo e mais recentemente Minas Gerais. A<br />
produção de carne apresenta-se como uma atividade alternativa capaz de adicionar renda aos negócios por ser uma<br />
atividade que consome pequenos espaços e, se bem conduzida, produzir com eficiência e lucratividade.<br />
A carne ovina é quase<br />
uma unanimidade com relação ao<br />
apresso e a aceitação por parte da<br />
população e está sendo apontado<br />
como uma alternativa de fonte<br />
protéica. No entanto, para a<br />
produção de animais jovens para<br />
o abate é preciso modificar o meio<br />
ambiente, principalmente no que<br />
se refere à alimentação (pastagens,<br />
concentrados, etc.).<br />
As alternativas que se<br />
apresentam são o uso de pastagens<br />
cultivadas e o fornecimento de<br />
alimento no cocho, como forma de<br />
suplementação à pasto ou, então,<br />
manter os animais confinados.<br />
A atividade se sustenta no<br />
tripé: NUTRIÇÃO, MANEJO<br />
E GENÉTICA. Temos avanços,<br />
estagnação e retrocesso nos vértices<br />
desse triangulo. A mão de obra<br />
precisa ser técnica, pois, são animais<br />
extremamente susceptíveis ao ataque<br />
de vermes internos ou externos,<br />
sendo primordial um calendário<br />
de vacinação e vermifulgação<br />
constantes. Vale ressaltar que criação<br />
de ovinos e bem diferente da criação<br />
de bovinos.<br />
No estado do Tocantins,<br />
tivemos um aumento exponencial<br />
nos últimos 10 anos, fazendo com<br />
que nos tornássemos o 2º rebanho<br />
de ovinos da região Norte do Brasil,<br />
com um efetivo beirando às 135 mil<br />
cabeças. Como o restante do pais,<br />
o Tocantins, apresenta altos índices<br />
de informalidade. E desponta<br />
como grande impedidor do<br />
desenvolvimento da Ovinocultura,<br />
na medida em que provoca<br />
concorrência desleal com a indústria<br />
que vier a se estabelecer no estado.<br />
Além disso, não estimula<br />
a melhoria das técnicas de criação<br />
com qualidade superior e que seja<br />
competitivo com as demais carnes.<br />
O consumidor, por sua vez,<br />
não faz restrições ao consumo de<br />
carne clandestina. A informalidade<br />
do comercio traz, ao mesmo<br />
tempo, custos e benefícios à cadeia<br />
produtiva.<br />
No estado do Tocantins o<br />
escoamento da produção se dá principalmente<br />
através do autoconsumo,<br />
da venda direta para os atravessadores<br />
ou da venda direta ao consumidor<br />
(animais vivos ou abatidos).<br />
Para o criador, as características<br />
zootécnicas dos ovinos levam à<br />
aceleração da produção. A gestação<br />
40<br />
EDIÇÃO <strong>36</strong> | ANO 08 | MAI/JUN <strong>2018</strong>
da ovelha dura 5 meses, as fêmeas<br />
jovens estão aptas à reprodução<br />
com 8 meses e os cordeiros podem<br />
ser abatidos com idade menor que 6<br />
meses e com peso acima de 15 Kg<br />
de carcaça, ou seja, o período de recria<br />
é pequeno e os machos estão<br />
prontos para o abate rapidamente.<br />
Dessa forma, é possível a exploração<br />
de rebanhos grandes, em áreas<br />
relativamente pequenas.<br />
Além disso, os ovinos se<br />
adaptam perfeitamente às condições<br />
de solo e clima do bioma Cerrado,<br />
que caracteriza o Tocantins que<br />
vem se despontando juntos com<br />
os outros estados que compõem<br />
o MATOPIBA, na última grande<br />
fronteira agrícola do mundo. Toda<br />
a minha narrativa, partem de uma<br />
experiência em que vivenciei e<br />
vivencio no meu dia a dia nos<br />
últimos 3 anos de trabalho.<br />
Seguem algumas sugestões para<br />
implementação imediata de<br />
algumas ações, simples, mais<br />
extremamente eficazes:<br />
• Criação de 3 PDOA`s<br />
(Propriedade de Descanso de<br />
Ovinos para Abate). Em Gurupi,<br />
Colinas do Tocantins e Araguaína.<br />
Utilizando os parques de exposição<br />
que ficam ociosos na maior parte<br />
do tempo. A gestão e manutenção<br />
dessas PDOA`s fica a cargo dos<br />
produtores;<br />
• Linha de crédito específica<br />
(Bancos).<br />
• Organização dos produtores em<br />
associações e/ou cooperativas<br />
regionais, que irão se comprometer<br />
com o fornecimento de<br />
cordeiros com uma periodicidade<br />
(mensal, semanal), com<br />
isso, os produtores terão força<br />
para negocias com o comprador<br />
(indústria ou atravessador) e podem<br />
fazer grupos de compra de<br />
insumos.<br />
• Criação de um programa piloto<br />
intitulado “MAIS OVELHA”.<br />
Será detalhado no decorrer<br />
desse artigo.<br />
Vale lembrar que sem A<br />
EFETIVA PARTICIPACAÇÃO<br />
DO PRODUTOR NO PROCES-<br />
SO, as iniciativas se tornam inócuas.<br />
O mercado, seja ele estadual<br />
e nacional, se apresenta com demanda<br />
maior que a oferta, o que leva à<br />
necessidade de aumentar o rebanho<br />
ovino para diminuir as importações.<br />
No estado, já existe um frigorífico<br />
misto (bovinos e ovinos), funcionando<br />
na cidade de Miracema-To,<br />
com SIE (Selo de Inspeção Estadual),<br />
o que é um fato positivo, pois, é<br />
uma das reivindicações dos produtores.<br />
Mais, ainda falta a união dos<br />
“elos” dessa cadeia produtiva. A falta<br />
de um “pacote tecnológico”, que<br />
estimule a criação em escala.<br />
O chegada desse frigorífico,<br />
a conclusão do que está sendo construído<br />
no município de Aliança do<br />
Tocantins e os 8 novos frigoríficos<br />
que estão sendo licitados através do<br />
PDRIS (Projeto de Desenvolvimento<br />
Regional Integrado e sustentável),<br />
que tem como parceiro o governo<br />
do estado do Tocantins, nesse caso,<br />
através de SEAGRO. Abrem alternativas<br />
de abate e comercialização,<br />
se tornando, uma oportunidade<br />
única para que os entes envolvidos<br />
em todo o processo que move essa<br />
cadeia, se unam e façam reuniões<br />
se comprometendo na entrega do<br />
produto e na negociação de preços<br />
pagos pelos compradores sejam frigoríficos<br />
ou atravessadores.<br />
Torna-se necessário o aprimorar<br />
dessas articulações, dos entes<br />
(públicos e/ou privados), melhorando<br />
o ambiente competitivo, principalmente<br />
através da modernização<br />
da legislação e da criação de incentivos<br />
efetivos à produção de carne<br />
ovina e caprina. Na área privada,<br />
devem ser desenvolvidas ações de<br />
cooperativismo para gestão profissional,<br />
e sem, interferência política<br />
das futuras plantas.<br />
Nessa viajem, pelo estado<br />
do Tocantins, estivemos em vários<br />
municípios coletamos dados “in<br />
• Assistência Técnica Qualificada<br />
(cursos teóricos e práticos).<br />
• Desoneração da carga tributária<br />
(ICMS, GTA).<br />
EDIÇÃO <strong>36</strong> | ANO 08 | MAI/JUN <strong>2018</strong><br />
41
loco” através de uma pesquisa, junto<br />
aos produtores e aos entes públicos<br />
e privados, que é a base de dados<br />
para a publicação do “Diagnóstico<br />
da Oferta e Demanda de Ovinos e<br />
Caprinos para Processamento de<br />
Carne, Pele e Leite na Região Central<br />
do Tocantins”. Esse trabalho,<br />
extremamente atual e direcionador,<br />
como ferramenta de gestão e ações<br />
políticas (públicas ou privadas).<br />
O lançamento foi durante<br />
a “AGROTINS <strong>2018</strong>”. Foi traçado<br />
um retrato atual da atividade<br />
em todo o estado e propõe<br />
ações conjuntas. Oprodutor, na<br />
maioria, fica esperando, uma ajuda<br />
governamental para entrar na<br />
atividade o que caracteriza um alto<br />
nível de amadorismo e paternalismo<br />
para com a atividade.<br />
Passamos a conviver com as<br />
reais necessidades, vindas do campo<br />
e que cria um direcionador, para o<br />
arranjo produtivo e para o desenvolvimento<br />
cadeia produtiva como<br />
um todo. É preciso, independente<br />
da construção de frigoríficos, criar<br />
mecanismos para que a comercialização<br />
seja, realmente viabilizada.<br />
Temos exemplos de sucesso<br />
no MS, com a utilização dos espaços<br />
existentes (Baias, currais), que são<br />
utilizados para a realização de feiras<br />
agropecuárias, com isso estimulando<br />
os produtores a utilizarem como um<br />
ponto de terminação e/ou descanso,<br />
para embarque.<br />
Que é a síntese das PDOA`s<br />
(Propriedade de Descanso de<br />
Ovinos para Abate). Descrito e<br />
sugerido por André Sorio(<strong>2018</strong>).<br />
Temos, como representantes e<br />
entusiastas dessa cadeia, fomentar<br />
essa união entre produção e abate.<br />
Em todas as conversas com<br />
os vários agentes envolvidos, sempre<br />
nos deparávamos com um assunto<br />
extremamente recorrente: “GES-<br />
TÃO DAS PROPRIEDADES”.<br />
Existem vários programas de sucesso<br />
no Brasil. Vou me ater, a um, que<br />
atualmente está sendo executado no<br />
estado de Alagoas que tem o nome<br />
de “MAIS PASTO”, por ser focado<br />
na cadeia produtiva de bovinos. Alguns<br />
pontos que chamam atenção<br />
nesse programa:<br />
• Mudança na gestão das propriedades<br />
com a participação direta<br />
do proprietário;<br />
• É cobrada uma taxa de<br />
assistência técnica, para que os<br />
mesmos se sintam responsáveis;<br />
• Os produtores que são<br />
associados a alguma entidade<br />
de classe. Precisam estar<br />
adimplentes para participarem;<br />
• Todos os indicativos diretos<br />
e indiretos tiveram melhoras.<br />
Taxa de lotação, proteção de<br />
nascentes, dentre outros;<br />
• É feito um mapeamento<br />
completo da propriedade onde<br />
consta, um planejamento com<br />
cronograma de execução,<br />
visando as reformas e divisões<br />
de pastagens, entre outros;<br />
• Em dois anos já ouve aumento<br />
da produtividade com isso<br />
aumentando a rentabilidade das<br />
propriedades;<br />
• São feito “dias de campo”, para<br />
a divulgação dos resultados.<br />
Em face dos pontos acima.<br />
Poderíamos no nosso estado criar<br />
um programa piloto, intitulado<br />
“MAIS OVINOS”, que trabalharia<br />
na mesmo linha do exemplo citado.<br />
Para complementar. As<br />
ideias e ações a serem executadas,<br />
são muitas, ficando as entidades<br />
sejam elas públicas ou privadas,<br />
responsáveis por trabalhar de uma<br />
forma integrada, para proporem<br />
ações que venham a fomentar e<br />
desenvolver essa cadeia produtiva<br />
e com isso, aumentar a renda<br />
do produtor e da propriedade<br />
rural, através da diversificação de<br />
atividades.<br />
42<br />
EDIÇÃO <strong>36</strong> | ANO 08 | MAI/JUN <strong>2018</strong>
EDIÇÃO <strong>36</strong> | ANO 08 | MAI/JUN <strong>2018</strong><br />
43
Cristiane Louriano Barboza<br />
Zootecnicsta<br />
crislouriano@hotmail.com<br />
SUPLEMENTAÇÃO II<br />
Estratégias para suprir as<br />
exigências nutricionais<br />
do rebanho no período da seca<br />
Entramos no período mais preocupante para o produtor, definido pela ausência de chuvas, o famoso período<br />
da seca, compreende o mais complexo em termos de disponibilidade de forragens, pois o capim não cresce<br />
com a mesma força que em condições climáticas adequadas, o que leva a uma redução de sua qualidade nutricional,<br />
e prejudica tanto a quantidade quanto a qualidade da forragem. Em propriedades que os animais dependem exclusivamente<br />
do pasto, sofreminfluência direta, que devido à essa baixa disponibilidade e qualidade nutricional, leva a<br />
perda de peso, queda na produção de leite e também afeta a taxa de fertilidade, pois os animais precisam suprir as<br />
exigências para manutenção, produção e reprodução.<br />
Além destes, ficam mais susceptíveis<br />
a doenças e correm maior<br />
risco de morte. A nutrição é o fator<br />
que mais interfere em qualquer sistema<br />
de criação. Os custos com alimentação<br />
dos animais é o maior da<br />
cadeia produtiva. Portanto, merece<br />
atenção especial. Lembrando que as<br />
exigências nutricionais vão além de<br />
simplesmente fornecer um alimento,<br />
não é apenas ¨matar a fome¨, é<br />
necessário o acompanhamento de<br />
um profissional qualificado.<br />
De uma forma geral, a estratégia<br />
alimentar adotada na propriedade<br />
definirá o sucesso ou o<br />
fracasso da atividade desenvolvida.<br />
É necessário consciência de que<br />
o caminho da lucratividade passa<br />
pela intensificação da nutrição. E o<br />
mercado está repleto de tecnologias<br />
disponíveis. Cabendo ao produtor<br />
priorizar as que trarão melhor relação<br />
custo x benefício.<br />
É importante destacar que<br />
a atenção ao rebanho deve vir antes<br />
do período da seca. O produtor<br />
deve estar preparado e possuir um<br />
planejamento alimentar para que<br />
seu rebanho tenha condições de<br />
enfrentar os períodos sem chuva. A<br />
ausência de tal planejamento, acarretará<br />
prejuízos à atividade.<br />
A suplementação mineral é<br />
uma das práticas nutricionais mais<br />
importantes na atividade, os minerais<br />
desempenham várias funções<br />
no organismo, além de estarem relacionados<br />
com o crescimento do<br />
animal. Sendo necessária não apenas<br />
no período da seca, onde há baixa<br />
disponibilidade de forragens, pois<br />
na maioria das pastagens a concentração<br />
destes minerais não supre as<br />
exigências do rebanho. Sendo importante<br />
também, o manejo adequado<br />
de cocho, para que os animais<br />
tenham espaço adequado para receberem<br />
a suplementação.<br />
Outro ponto que deve ser<br />
considerado sempre, é o manejo<br />
das pastagens no decorrer do ano.<br />
Infelizmente, ainda deixamos muito<br />
a desejar, é necessário manejo de<br />
solo,(análise de solo,calagem, adubação,<br />
controle de pragas... ) não<br />
posso querer boas pastagens se não<br />
ofereço as condições essenciais para<br />
sua produção.<br />
A suplementação alimentar,<br />
feita de forma estratégica, em período<br />
da seca, converte perdas em<br />
ganhos, ou dependendo da situa-<br />
44<br />
EDIÇÃO <strong>36</strong> | ANO 08 | MAI/JUN <strong>2018</strong>
ção, pelo menos irá manter a condição<br />
do animal. Importante ressaltar<br />
que estamos falando em animais<br />
ruminantes, é necessário manter o<br />
equilíbrio no ambiente ruminal, observando<br />
por exemplo, no caso de<br />
suplementação com ureia, o período<br />
de adaptação e a quantidade máxima<br />
a ser inserida na dieta, para que não<br />
haja intoxicação e possivelmente<br />
perda de animais.<br />
Alternativas de alimentos<br />
para este período crítico são várias,<br />
desde resíduos agroindustriais (importante<br />
conhecer a procedência,<br />
controles, registros) até a silagem,<br />
que pode ser realizada ali mesmo na<br />
propriedade.<br />
Quando o produtor opta<br />
pela silagem, é importante a escolha<br />
da cultivar que levará a maior<br />
rendimento e qualidade nutricional,<br />
além da época de plantio. Podendo<br />
escolher usar o milho, sorgo, capim<br />
elefante... O importante sempre<br />
será avaliar a relação custo x benefício,<br />
fazer levantamento prévio. Sem<br />
esquecer, claro, do processamento<br />
(cuidados no preparo, para evitar<br />
perdas de qualidade) e armazenamento<br />
do produto.<br />
Uma opção que tem crescido<br />
muito devido a sua oferta e<br />
qualidade nutricional é a utilização<br />
de soja e cia, podendo ser fornecida<br />
tanto crua, como processada, desde<br />
que se observe o limite de inclusão.<br />
-Farelo de soja: Constitui uma excelente<br />
fonte de proteína para bovinos,<br />
rico em proteína e energia, com<br />
excelente perfil de aminoácidos. O<br />
tratamento térmico adequado (tempo<br />
e temperatura) aumenta a fração<br />
de PNDR.<br />
• Grão de soja cru: O grão de<br />
soja pode ser fornecida cru aos<br />
ruminantes, pois os fatores antinutricionais<br />
(uréase) não geram<br />
problemas, como ocorre nos<br />
monogástricos. Porém, temos limitações,<br />
a alta concentração de<br />
gordura pode afetar a fermentação<br />
ruminal, reduzindo a digestão<br />
da fibra. A soja pode ser fornecida<br />
tanto em grãos inteiros,<br />
como moída (grosseiramente).<br />
A moagem deverá ser realizada<br />
momentos antes do fornecimento,<br />
pois o alto conteúdo<br />
de gordura leva a rancificação,<br />
que em dias quentes pode ocorrer<br />
ainda mais rapidamente. Não<br />
é recomendável fornecer soja<br />
crua em rações com ureia.<br />
• Grão de soja tostado: Quando<br />
o processamento ocorre adequadamente,<br />
terá um aumento<br />
da proteína que escapa da degradação<br />
ruminal, levando a<br />
maior quantidade de aminoácidos<br />
essenciais no intestino. De<br />
uma forma geral, o tempo de<br />
processamento e a temperatura<br />
aplicada interferem na digestibilidade<br />
da proteína. É importante<br />
avaliar também o aumento dos<br />
custos do processamento da<br />
soja. Se será viável para a propriedade.<br />
• Casca de soja: Também é uma<br />
alternativa, custo inferior, alta<br />
concentração de fibra, deve-se<br />
ter atenção à inclusão para não<br />
reduzir a digestibilidade da ração.<br />
• Soja integral e semi integral<br />
extrusada: com excelentes<br />
níveis de Proteína, digestibilidade<br />
e alta concentração de gordura.<br />
A extrusão é um tratamento<br />
térmico que combina calor,<br />
pressão e trabalho mecânico.<br />
As vantagens destes produtos<br />
vão desde qualidade nutricional,<br />
palatabilidade, textura. Os animais<br />
são atraídos também pelo cheiro,<br />
que aliados ao paladar, levam a<br />
maior consumo.<br />
Alguns estudos constataram<br />
que a inclusão de soja extrusada na<br />
dieta de vacas leiteiras aumentou<br />
significativamente a produção de<br />
leite e a concentração de proteína<br />
no leite, mas diminuiu a concentração<br />
de gordura . Porém, é necessário<br />
ter atenção a sua inclusão, devido ao<br />
percentual de gordura e sua interferência<br />
na fermentação ruminal.<br />
Além dos alimentos citados,<br />
existem muitos outros que também<br />
poderão ser fornecidos, e trarão resultados<br />
significativos sim.<br />
Ressalto mais uma vez, que<br />
antes de oferecer qualquer que seja<br />
o alimento, suplemento aos animais,<br />
é primordial buscar orientação de<br />
profissional capacitado, para que os<br />
níveis de inclusão, período de adaptação<br />
sejam levados em consideração.<br />
Pois o objetivo é obter lucratividade,<br />
e a precipitação poderá levar<br />
a prejuízos, doenças metabólicas,<br />
intoxicações e em casos mais graves,<br />
a perda de animais.<br />
Cabe aos produtores/técnicos,<br />
buscar produtos seguros.Hoje<br />
dispomos de inúmeras indústrias<br />
sérias, que monitoram seus parâmetros<br />
de qualidade desde a recepção<br />
da matéria prima até a expedição do<br />
produto final, que possuem registro<br />
junto ao Ministério da Agricultura.<br />
EDIÇÃO <strong>36</strong> | ANO 08 | MAI/JUN <strong>2018</strong><br />
45
Alexandre Andrade de Souza<br />
Empresário Contábil<br />
aasouza28@conexaocontabilto.com.br<br />
OBRIGAÇÕES FISCAIS<br />
FUNRURAL<br />
MAIS VIVO DO QUE NUNCA<br />
A atividade agropecuária no Brasil está sempre lutando com a grande carga tributária empregada sobre sua<br />
atividade, refletindo significativamente sobre o valor do produto agropecuário nos diversos setores de produção até<br />
chegar à mesa da população. Como exemplo de um dos obstáculos que tem este setor podemos citar o FUNRURAL,<br />
que é uma contribuição previdenciária patronal altamente questionada e cobrada sobre o faturamento bruto na<br />
atividade, sendo para Pessoa Física ou Jurídica, porém, ainda não extinta sua cobrança e sendo obrigatória para<br />
todos os contribuintes deste setor. Citamos a importância de toda a legislação e regras para os produtores rurais<br />
pessoa física e pessoa jurídica junto ao FUNRURAL, porém, daremos um enfoque específico para o produtor rural<br />
pessoa física.<br />
É assim que encontramos<br />
o FUNRURAL, mais vivo do que<br />
nunca, com a decretação e sancionamento<br />
da Lei 13.606/<strong>2018</strong>, que<br />
institui o Programa de Regularização<br />
Tributária <strong>Rural</strong> - PRR na Receita<br />
Federal do Brasil e na Procuradoria<br />
Geral da Fazenda Nacional e<br />
alterou diversas Leis, inclusive sobre<br />
a continuidade da cobrança, mas<br />
com uma alíquota menor a partir de<br />
01/01/<strong>2018</strong>. A principal mudança é<br />
que a Lei 13.606/<strong>2018</strong> alterou o artigo<br />
25, inciso I, da Lei 8.212/1991<br />
e com isso, a alíquota de contribuição<br />
previdenciária do produtor rural<br />
pessoa física passa a ser de 1,2%,<br />
RAT 0,1% e SENAR 0,2%, totalizando<br />
1,5%, no lugar de 2,3% antigamente.<br />
Com as novas regras após a<br />
aprovação da Lei 13.606/<strong>2018</strong>, foi<br />
conquistada mais uma vitória para<br />
os produtores rurais pessoa física,<br />
com a derrubada do veto presidencial<br />
que normatizava a cobrança sobre<br />
o faturamento total alcançado,<br />
onde obrigava os produtores rurais<br />
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que comercializassem a produção<br />
agropecuária com outros produtores<br />
rurais pessoas físicas a recolher<br />
sobre esta comercialização, onde o<br />
mesmo item negociado seria cobrado<br />
o FUNRURAL quantas vezes<br />
esse produto fosse comercializado.<br />
Já pensou se continuasse a<br />
regra como era antes, o animal revendido<br />
5 (cinco) vezes até chegar<br />
ao abate no frigorífico, seria um<br />
exemplo de cobrança multifásica<br />
onerando os pecuaristas, refletindo<br />
no preço do produto final.<br />
Desta forma, com a atualização<br />
pela Lei 13.606/<strong>2018</strong>, o produtor<br />
rural pessoa física terá como<br />
cobrança de FUNRURAL os valores<br />
resultantes de abates realizados<br />
em Frigoríficos ou revenda deste e<br />
demais produtos agropecuários com<br />
empresas, que são responsáveis de<br />
fazer a retenção do FUNRURAL e<br />
repassar o acerto ao produtor já com<br />
o valor deste descontado. Porém,<br />
de acordo com o artigo 6º, do Ato<br />
Declaratório Executivo CODAC nº<br />
6/<strong>2018</strong>, a isenção ora estabelecida<br />
NÃO SE APLICA às contribuições<br />
devidas ao SENAR de 0,2% pessoa<br />
física, estando sujeitas à cobrança<br />
pela Receita Federal do Brasil, conforme<br />
o referido Ato Declaratório.<br />
E, a partir de 01/01/2019os<br />
produtores rurais, poderão optar<br />
pelo pagamento da contribuição<br />
previdenciária sobre a folha de pagamento<br />
ou pelo faturamento, manifestando<br />
sua opção mediante pagamento<br />
da contribuição relativa a<br />
janeiro de cada ano.<br />
E, aproveitem o prazo que<br />
irá até 30/10/<strong>2018</strong> para débitos gerados<br />
até 30/08/2017, para regularizar<br />
os débitos junto ao Programa<br />
de Regularização Tributária <strong>Rural</strong> -<br />
PRR. Tendo como outro benefício<br />
a redução de 100% (cem por cento),<br />
das multas de mora e de ofício<br />
e dos encargos legais, incluídos os<br />
honorários advocatícios, que seriam<br />
cobrados na dívida junto ao FUN-<br />
RURAL,<br />
Lembrando que estes e demais<br />
detalhes sobre o FUNRURAL<br />
pessoa física aqui mencionado de<br />
forma resumida, para uma operação<br />
detalhada, procure um profissional<br />
qualificado e busque todas as<br />
orientações necessárias, baseada a<br />
sua obrigatoriedade de contribuição<br />
previdenciária, sendo ela pessoa física<br />
ou pessoa jurídica.<br />
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