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Revista MB Rural 36 2018

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A DIFÍCIL TAREFA DE GERIR PESSOAS. Página 26<br />

EDIÇÃO <strong>36</strong> | ANO 08 | MAI/JUN <strong>2018</strong><br />

O Agro contra<br />

o Cancer<br />

HOSPITAL DE AMOR CRIA PROJETO DE ARRECADAÇÃO<br />

DE RECURSOS VOLTADO AO AGRONEGÓCIO


2<br />

EDIÇÃO <strong>36</strong> | ANO 08 | MAI/JUN <strong>2018</strong>


EDIÇÃO <strong>36</strong> | ANO 08 | MAI/JUN <strong>2018</strong><br />

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O PADRÃO SUPERIOR DAS SEMENTES<br />

UNIGGEL DA UBS LAGOA DA CONFUSÃO-TO<br />

COMO É O SEU PROCESSO DE PRODUÇÃO E QUAIS SÃO<br />

OS SEUS DIFERENCIAIS?<br />

Existe uma série de fatores que contribuem para<br />

os bons resultados no campo, mas um deles é<br />

primordial: a qualidade das sementes. Para garantir<br />

a alta qualidade, a Uniggel Sementes dispõe de um<br />

rígido Controle de Qualidade Interno, superior aos<br />

padrões recomendados pelos órgãos oficiais do<br />

Brasil, com profissionais altamente capacitados e<br />

que estão em constante treinamento, acompanhando<br />

todas as etapas, do plantio ao armazenamento, para<br />

assegurar que cheguem ao mercado sementes com<br />

altos índices de germinação e vigor.<br />

Há 30 anos no mercado, a Uniggel produz sementes em<br />

Chapadão do Céu (GO), Campos Lindos (TO) e Lagoa da Confusão<br />

(TO), sendo hoje a 3ª maior sementeira do Brasil enquanto grupo<br />

familiar, reconhecida pela alta qualidade das sementes.<br />

As sementes produzidas na Lagoa da Confusão se<br />

destacam pela qualidade ainda maior devido às condições do seu<br />

processo de produção, as quais você irá conhecer agora.<br />

A primeira etapa é o planejamento do plantio, com a<br />

escolha do local da semeadura, das variedades ideais e do pacote<br />

tecnológico apropriado para otimizar a colheita das sementes.<br />

O plantio é realizado em etapas e com velocidade controlada,<br />

utilizando sementes sadias, vigorosas e de alta pureza. Além disso,<br />

são tomados todos os cuidados para evitar a mistura de variedade.<br />

As sementes produzidas na Lagoa da Confusão se<br />

diferenciam por serem plantadas em uma área com sistema de<br />

sub-irrigação que permite total controle do período de colheita, o<br />

que confere características importantes na qualidade das sementes.<br />

A primeira característica é o alto vigor e germinação das<br />

sementes, pelo fato de serem plantadas nos meses de abril e maio,<br />

após a colheita do arroz irrigado, e colhidas nos meses de agosto<br />

e setembro, época ideal para serem usadas na safra, pois são<br />

sementes ainda jovens, armazenadas por no máximo 30 dias antes<br />

da próxima semeadura.<br />

Além disso, as sementes são isentas de mofo branco, pelo fato que<br />

a inundação dos campos com arroz irrigado inviabiliza a produção<br />

de esporos desse fungo, e possuem maior resistência à doenças<br />

foliares, pois as sementes são produzidas numa situação controlada<br />

de umidade relativa e luminosidade, o que dificulta a ocorrência<br />

deste tipo de doença.<br />

Por fim, a soja semeada nesse período do ano antecipa em média<br />

20 dias seu ciclo. Com isso, a sementes ficam menos expostas às<br />

4<br />

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/uniggel /uniggelsementes (63) 3<strong>36</strong>4.12<strong>36</strong> | 1601 | 1604 (Lagoa da Confusão - TO)


condições ambientais e são colhidas antecipadamente. Todas essas<br />

condições e características tornam as sementes da Lagoa da<br />

Confusão - TO altamente produtivas, com índices superiores<br />

de vigor e germinação.<br />

Durante o estabelecimento da cultura, é feito todo o<br />

controle fitossanitário pelos técnicos de controle de qualidade da<br />

Uniggel, que também determinam o início e o término da colheita,<br />

assim como os padrões de qualidade, monitorando a limpeza dos<br />

equipamentos, os danos mecânicos e o teor de água ideal das<br />

sementes.<br />

Antes de passar pelo processo de beneficiamento,<br />

cada variedade é destinada para uma linha de secagem, a qual<br />

é realizada com sistema estático de calor a gás, que garante<br />

homogeneidade, índices menores de danos mecânicos e alto padrão<br />

de pureza das sementes.<br />

Após a secagem e aeração, as sementes são encaminhadas para<br />

as unidades de beneficiamento, que são equipadas com o mais<br />

moderno aparato tecnológico e segue rígidos critérios na recepção<br />

das sementes para uma eficiente segregação da massa. Essas<br />

unidades promovem uma classificação com maior precisão,<br />

resultando em lotes formados por sementes vigorosas, de tamanho<br />

e PMS semelhantes e sempre monitoradas por profissionais do<br />

controle de qualidade da Uniggel Sementes.<br />

Após o beneficiamento, as sementes passam pelo<br />

sistema de resfriamento Cool Seed, até atingirem a temperatura<br />

de 15 graus, preservando suas propriedades de vigor e germinação<br />

por mais tempo. Posteriormente, é feito o ensaque das sementes<br />

em big bags, de onde é retirada uma amostra de cada uma para que<br />

se tenha uma amostra representativa do lote em formação, a qual<br />

será monitorada pelo controle de qualidade interno da Uniggel.<br />

Todos os lotes de sementes são armazenados nos<br />

barracões da Uniggel, que possuem climatização, fornecendo as<br />

condições ideais para garantir a preservação da qualidade das<br />

sementes. Esses mesmos lotes passam pelas seguintes avaliações:<br />

Envelhecimento acelerado, Tetrazolio, PH do exsudato, emergência<br />

em canteiros, germinação em rolo de papel e análises oficiais<br />

por laboratórios credenciados junto ao Ministério da Agricultura,<br />

totalizando mais de 7 baterias de testes, constituindo assim um<br />

histórico de segurança para cada lote formado.<br />

Na expedição dos lotes, para cada cliente é retirada uma<br />

amostra, que é encaminhada ao laboratório de controle interno para<br />

realização das análises de tetrazolio e emergência em canteiros.<br />

Os resultados ficam disponíveis aos clientes com a porcentagem<br />

de germinação e vigor dos volumes adquiridos, não havendo<br />

necessidade da realização de novos testes pelo produtor.<br />

Para gerenciar os processos e assegurar o padrão de<br />

qualidade, a Uniggel utiliza o programa SIPAR, que fornece<br />

padrões, confere a eficiência dos processos e disponibiliza dados e<br />

números precisos para o corpo técnico, comercial e administrativo da<br />

Uniggel. Além disso, o programa também permite que o produtor<br />

acompanhe em tempo real o envio das sementes, tendo acesso<br />

a todos o histórico do beneficiamento dos lotes adquiridos.Todos<br />

estes processos e análises são feitos para garantir total segurança<br />

aos clientes, facilitar o planejamento e evitar transtornos, o que<br />

contribui para aumentar cada vez mais a confiabilidade da marca.<br />

A Uniggel Sementes se orgulha de<br />

todo esse cuidado e está sempre em busca<br />

de inovações para tornar a qualidade de suas<br />

sementes ainda maior e, assim, gerar melhores<br />

resultados para os produtores, se tornando<br />

referência em produtividade.<br />

www.uniggelsementes.com.br<br />

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EDITORIAL<br />

Amigos agropecuaristas!<br />

A <strong>Revista</strong> <strong>MB</strong> RURAL está completando 7 anos de serviços<br />

prestados ao Agronegócio, mas, não é a hora para festejarmos os nossos<br />

avanços e conquistas tecnológicas e administrativas ( gestão ).<br />

O momento é de reflexão, conscientização, ação e grandeza<br />

em favor do HOSPITAL DE AMOR de PALMAS -TO, aderindo<br />

e participando ativamente do Projeto “O AGRO CONTRA O<br />

CÂNCER ”, vamos SALVAR VIDAS através de DOAÇÕES junto aos<br />

produtores rurais, indústrias processadoras de matéria prima, insumos<br />

em geral e comércio; vamos realizar um grande mutirão da Solidariedade<br />

envolvendo toda a sociedade em prol da manutenção da vida com mais<br />

eficácia no tratamento, respeito e dignidade ao ser humano.<br />

Vamos surpreender positivamente aos idealizadores deste<br />

projeto beneficiando a população necessitada de melhor atendimento,<br />

instalações e equipamentos mais adequados e modernos. Vamos, não só<br />

participar desta campanha, mas se possível duplicar as doações para 2<br />

sacas para cada 1.000 produzidas e R$2,00 para cada boi abatido. Vamos<br />

duplicar a esperança de milhares de pessoas, vamos investir na vida, no<br />

amor, nós podemos e com certeza nos sentiremos muito gratificados,<br />

vamos nos empenhar ao máximo participando ativamente desta bela<br />

causa. Todos nós juntos somos mais fortes, e é com o pouco de muitos<br />

que venceremos esta terrível doença.<br />

Sabemos que nada é fácil, tudo na nossa vida é batalhado, é<br />

conquistado com muito trabalho e dedicação, mas, muito mais difícil é<br />

sabermos e vermos as pessoas doentes perderem a esperança e a vida<br />

pela pouca ou falta de iniciativa, descaso e muitas vezes a omissão dos<br />

órgãos públicos de saúde.<br />

Por isso Rubikinho, os parabéns são para você e sua equipe de<br />

colaboradores pela iniciativa e pela vida, e tenham certeza que a maior<br />

recompensa não será a surpreendente arrecadação através do AGRO,<br />

mas sim a grande alegria de ver as pessoas que foram tratadas e curadas<br />

junto dos seus familiares. Isso Rubikinho não tem preço, é gratificante, é<br />

emocionante; vale muito mais que uma safra inteira ou uma boiada. Vale<br />

a vida! Parabéns a todos que estão lutando pela digna longevidade, pela<br />

vida e pelo HOSPITAL DE AMOR !<br />

“Saudades do meu irmão Ricardo que não teve chance contra<br />

esta doença e tão cedo nos deixou.”<br />

Um forte abraço e boa leitura!<br />

Reinaldo Gil - Eng. Agrônomo/<strong>MB</strong> Parceiro<br />

Índice<br />

09 | SOLIDARIEDADE<br />

11 | GENÉTICA ANIMAL<br />

16 | ECONOMIA<br />

19 | FERTILIDADE DO SOLO<br />

23 | GESTÃO RURAL<br />

26 | GESTÃO DE PESSOAS<br />

30 | AGRONEGÓCIO<br />

32 | PASTAGENS<br />

<strong>36</strong> | SUPLEMENTAÇÃO<br />

40 | OVINOCULTURA<br />

44 | SUPLEMENTAÇÃO II<br />

46 | OBRIGAÇÕES FISCAIS<br />

Uma publicação do Grupo <strong>MB</strong> Parceiro<br />

Distribuição Gratuita<br />

Editores:<br />

Mauricio Bassani dos Santos<br />

CRMV-TO 126/Z<br />

Reinaldo Gil<br />

CREA 77816/D<br />

reinaldo.gil@uol.com.br<br />

(63) 98466 8919 / 98426 6697 (WhatsApp)<br />

Tiragem: 3.000 exemplares<br />

Fotos:<br />

Maurício Fenelon<br />

(63) 99984 1439<br />

Projeto gráfico:<br />

Agência Lumia (63) <strong>36</strong>02 3441<br />

Bruce Ambrósio e equipe<br />

A <strong>Revista</strong> <strong>MB</strong> <strong>Rural</strong> não possui matéria paga<br />

em seu conteúdo. As ideias contidas nos artigos<br />

assinados não expressam, necessariamente,<br />

a opinião da revista e são de inteira<br />

responsabilidade de seus autores.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>MB</strong> <strong>Rural</strong> (Adm/Redação):<br />

Endereço:<br />

204 Sul Av. LO 03, QI 17 Lt 02<br />

Palmas - TO - Cep.: 77.020-464<br />

Fones: (63) 98466-0066 / 3213 1630<br />

mauricio_bassani@yahoo.com<br />

A SERVIÇO DO AGRONEGÓCIO<br />

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José Rubens de Carvalho<br />

Coordenador do Projeto<br />

rubikinho@hcancerbarretos.com.br<br />

SOLIDARIEDADE<br />

Hospital de Amor<br />

CRIA PROJETO DE ARRECADAÇÃO DE RECURSOS<br />

VOLTADO AO AGRONEGÓCIO<br />

‘O AGRO CONTRA O CÂNCER’ BUSCA DOAÇÕES JUNTO AOS PRODUTORES RURAIS,<br />

INDÚSTRIAS PROCESSADORAS DE MATÉRIA-PRIMA E INSUMOS EM GERAL.<br />

Com um déficit mensal<br />

de mais de R$ 22 milhões e<br />

dependendo dos mais diversos tipos<br />

de doações para manter suas portas<br />

abertas, oferecendo um tratamento<br />

de excelência a seus pacientes, o<br />

Hospital de Amor (Hospital de<br />

Câncer de Barretos), criou um<br />

novo projeto de arrecadação de<br />

recursos. ‘O Agro Contra o Câncer’<br />

busca atingir todos os setores do<br />

agronegócio no país, tanto na área de<br />

produção de matéria-prima, quanto<br />

na agroindústria, para combater<br />

uma doença que só no Brasil afeta<br />

mais de meio milhão de pessoas<br />

todos os anos.<br />

A iniciativa surgiu após<br />

uma conversa dos empresários<br />

barretenses, Giovane Barroti e José<br />

Rubens de Carvalho (conhecido<br />

como ‘Rubikinho’ e coordenador do<br />

Projeto) na tentativa de encontrar<br />

outras formas de arrecadação para o<br />

Hospital diferente das já existentes.<br />

A primeira ação foi solicitar aos<br />

produtores de laranja a doação de<br />

alguns caminhões, tendo uma ótima<br />

adesão por parte deles. “Foi a partir<br />

daí que nasceu ‘O Agro Contra o<br />

Câncer’, inicialmente voltado para<br />

a soja, cana, café e boi, e agora<br />

abrangendo todo o meio rural”,<br />

afirmou o coordenador.<br />

O público-alvo são os produtores<br />

rurais, as indústrias processadoras<br />

de matéria-prima e as<br />

de insumos em geral. A parceria<br />

começou com o CMA – Confinamento<br />

Monte Alegre, em outubro<br />

de 2017 e o Frigorífico Minerva, em<br />

novembro de 2017; mas desde janeiro<br />

deste ano várias outras empresas<br />

do setor, como por exemplo: Fribal,<br />

Masterboi, Marfrig, Cooperfrigu,<br />

JBS, Frigorífico Paraíso e Plena Alimentos<br />

já estão engajadas. Além dos<br />

frigoríficos, as usinas Pedra, Buriti,<br />

Ipê, São Martinho, Batatais, Lins,<br />

Viralcool, Santa Isabel, Cofco, Laguna,<br />

Tereos, Estiva e São José da<br />

Estiva; Haras PFF; Leilão de Touros<br />

Naviaraí/Camparino; CASE CNHI;<br />

Exportadora de Café Guaxupé; Laticínio<br />

Pirancanjuba; armazém de<br />

recebimento e comercialização de<br />

soja Ouro Safra, na soja contamos<br />

ainda com a parceria dos produtores<br />

Gabriel Cury e Artur Eduardo Monassi;<br />

na laranja parceria com Louis<br />

Dreyfus Company; Laboratório<br />

Zoetis; estão envolvidos no projeto.<br />

“Tudo o que estiver relacionado ao<br />

agro está na nossa mira! As doações<br />

pedidas são pequenas, mas com o<br />

volume de adesões, tornam-se valores<br />

expressivos. Estamos solicitando<br />

sempre um percentual da produção<br />

no momento da comercialização<br />

dos produtos”, explicou Rubikinho.<br />

Apesar do setor ainda ser pouco<br />

explorado pela instituição, o coordenador<br />

(também produtor rural<br />

na cidade de Barretos/SP e Miranorte/TO)<br />

está otimista quanto aos<br />

resultados que o Hospital de Amor<br />

receberá com a nova forma de arrecadação.<br />

“Queremos alcançar todos<br />

os estados do país. Não estamos<br />

pedindo uma doação única, mas sim<br />

parceiros fiéis, que vão nos doar todas<br />

as vezes que comercializarem<br />

seus produtos. Desta forma, esperamos<br />

sanar uma boa parte do déficit<br />

mensal que a instituição possui”, finalizou.<br />

Se você deseja contribuir<br />

com o projeto e receber mais informações,<br />

basta ligar para: (17) 3321-<br />

6624/(64) 9 9671-5656 ou enviar<br />

um e-mail para: rubikinho@hcancerbarretos.com.br.<br />

“Com a sua adesão ao Projeto,<br />

você estará ajudando a<br />

salvar vidas”.<br />

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Enoch Borges de Oliveira Filho<br />

Méd. Vet., MsC., Dr., Pós Dr.<br />

Fazenda Serra Bela<br />

GENÉTICA ANIMAL<br />

Como escolher bem seus<br />

TOUROS DE CORTE<br />

Estou produzindo tourinhos Nelore P.O. aqui no Tocantins desde 2.005. Treze anos de seleção não é<br />

muito tempo em Melhoramento, três a quatro gerações, mas se levarmos em conta o ponto de partida, o início do<br />

rebanho, poderá ser apreciado o avanço que tivemos. As primeiras matrizes compradas eram top de rebanhos com<br />

25 anos de seleção ou mais, de origem comprovada, aqui no Tocantins e de fora do Estado também.<br />

A criação é quase artesanal,<br />

plantel pequeno, usando FIV<br />

intensivamente, com o sêmen<br />

dos melhores raçadores Nelore<br />

disponíveis no mercado brasileiro.<br />

O objetivo da seleção é obter touros<br />

altamente adaptados para a região<br />

central do Tocantins, com solos<br />

fracos, precipitação pluviométrica<br />

concentrada em seis meses<br />

(novembro a abril) e seca nordestina<br />

nos outros seis meses. Em vista<br />

da fantástica plasticidade da raça<br />

Nelore, estamos conseguindo<br />

desmamar bezerros P.O. entre nove<br />

e dez arrobas, sem qualquer artifício,<br />

nem mesmo “creep-feeding” e<br />

tourinhos de alta fertilidade, com<br />

circunferência escrotal bem acima<br />

do exigido pela ABCZ e, novamente,<br />

sem qualquer suplementação<br />

alimentar, exclusivamente a pasto.<br />

Que tipo de touro lhe serve?<br />

Atendendo compradores,<br />

nossa primeira questão é sobre seu<br />

objetivo com seu rebanho. Gado<br />

de corte, sim, mas qual seu produto<br />

para vender? Bezerro macho?<br />

Macho e fêmea? Seu comprador vai<br />

confinar ou recriar? Qual seu tipo de<br />

pasto? Qual seu manejo alimentar?<br />

Como você usa seu sal mineral? É<br />

de boa qualidade, ou é o mais baratinho?<br />

Ainda mistura com sal branco?<br />

Após meia hora de conversa,<br />

podemos traçar um esboço do<br />

que o comprador quer. Ele quer um<br />

“milagre”, não um tourinho. É impressionante<br />

a alta porcentagem de<br />

criadores que não sabem o que querem,<br />

não têm ideia do seu mercado,<br />

adoram uma pechincha, sem nem ligar<br />

para a qualidade, seja do sal, seja<br />

do empregado, seja do tourinho que<br />

está prestes a comprar, e assim vai.<br />

Essa pergunta é crucial:<br />

Que tipo de touro lhe serve? Um<br />

touro rústico, de alta fertilidade,<br />

não exigente, que nunca foi tratado<br />

em baia nem maquiado para leilão,<br />

que passa a seca comendo talo de<br />

andropogon e brachiária seca e<br />

que dê filhos uniformes e pesados.<br />

As bezerras que ficam na fazenda<br />

devem ser parideiras e também<br />

muito adaptadas. Esse tipo de touro<br />

existe? Sim, desde que tenha sido<br />

moldado geneticamente para isso.<br />

Só que esse tourinho adaptado não<br />

vai ser bonito, gordinho, roliço<br />

nem limpinho, lavadinho, mas vai<br />

dar conta da obrigação, porque foi<br />

criado para isso. A expressão técnica<br />

para essa qualidade é “Fitness”, que,<br />

fora das academias de ginástica,<br />

quer dizer que está apto a dar o seu<br />

melhor em um dado ambiente.<br />

Com alto “Fitness”, o<br />

tourinho desce do caminhão na<br />

fazenda do comprador às três horas<br />

da tarde, sai pastando a macega<br />

e cobrindo a vacada. Não vai<br />

emagrecer, como os maquiados,<br />

que se tornam irreconhecíveis dois<br />

meses depois da compra, ao cair<br />

na real dos nossos pastos, fracos e<br />

secos.<br />

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Como escolher o touro<br />

adequado?<br />

Primeiro trace um objetivo<br />

bem claro do seu propósito de<br />

criação. Defina o que você quer<br />

fazer, aonde quer chegar. A fazenda<br />

é grande, está formada, tem terra<br />

boa, bons pastos, chove bem? Você<br />

pode pensar em ciclo completo,<br />

até confinamento, dependendo do<br />

seu grau de tecnificação e recursos<br />

para investimento. Procure seus<br />

touros aonde eles sejam criados<br />

em ambientes parecidos com o que<br />

você tem.<br />

Há antigas informações sobre<br />

deslocamento de bovinos que é<br />

bem oportuno lembrar. Por exemplo,<br />

na Suiça, nos anos vinte e trinta<br />

do século passado, era comum os<br />

criadores levarem gado dos vales<br />

para as montanhas no verão e retornarem<br />

no inverno para as terras<br />

baixas. Havia gado originário das<br />

montanhas, que eram adquiridos e<br />

vinham junto com os que estavam<br />

retornando. Foi verificado que o<br />

gado montanhês, da mesma raça,<br />

chegava no vale e crescia mais rápido<br />

e mais vigoroso na fartura, um tipo<br />

de compensação pelas privações<br />

anteriores no ambiente mais difícil<br />

da montanha. O contrário também<br />

foi relatado: gado do vale que ficava<br />

na montanha ia perdendo condição<br />

orgânica, definhando, piorando em<br />

comparação com os adaptados de<br />

lá. Aqui no Brasil, é bem conhecida<br />

a disparidade de gado criado no<br />

cerrado, que entra na cultura e sobressai,<br />

e o contrário, gado que foi<br />

criado na cultura, na abundância, e<br />

que vai depois para o cerrado e mingua,<br />

o chamado “encabritamento”<br />

do Nelore.<br />

Essas constatações não são<br />

folclore, foram descritas por pesquisadores,<br />

confirmadas e devem ser<br />

reativadas no momento da tomada<br />

de decisão da compra dos seus<br />

touros. Comprando animais bons,<br />

criados em ambiente mais rústico, a<br />

tendência é que eles se mostrem ainda<br />

melhores em ambientes mais favoráveis.<br />

Comprando animais pelo<br />

visual apenas, muito bem tratados,<br />

roliços, que terão de servir a campo<br />

em condições inferiores, a tendência<br />

é que eles degenerem. Pode haver<br />

touro bom no campo que veio de<br />

criação em baia? Sim, pode haver,<br />

mas não será a maioria, e sim, a exceção.<br />

Todos os tourinhos criados<br />

em condições adversas são bons?<br />

Não, não são todos. Mas os que se<br />

mostram bem em condições adversas<br />

se sairão muito melhor em boas<br />

condições de ambiente.<br />

E quanto à Genética?<br />

Falando em reprodutores,<br />

esse ponto é vital. O touro tem uma<br />

responsabilidade maior que o da<br />

vaca no Melhoramento Genético do<br />

rebanho. Mas não vem metade da<br />

Genética da mãe e a outra metade<br />

do pai, para cada bezerro? Sim, porém<br />

se fosse um touro com potencial<br />

genético igual aos das vinte ou<br />

trinta vacas que ele cobre, não haveria<br />

Melhoramento nenhum, só repetição<br />

do desempenho da geração anterior,<br />

seja de peso à desmama, seja<br />

de peso ao abate, ou a repetição das<br />

mesmas características, sem avanço.<br />

Esse é o motivo de investir em um<br />

touro bem acima do potencial genético<br />

das matrizes, para alavancar<br />

o desempenho das crias em direção<br />

ao mais produtivo, ou seja, o pai.<br />

Se você souber escolher<br />

bem, é claro que um indivíduo (o<br />

touro) que deixou 29 concorrentes<br />

para trás, é melhor que as 30 vacas<br />

que ele cobre, que não puderam ter<br />

29 inferiores eliminadas, para que<br />

apenas a número um, a favorita, formasse<br />

um casal monogâmico com o<br />

touro. É preciso se conformar com<br />

as vacas que estão do segundo ao<br />

trigésimo lugar neste lote e que têm<br />

de ficar e serem servidas pelo único<br />

touro. Por isso, a média dos filhos<br />

de um touro com 30 vacas é mais<br />

baixa que o desempenho dele, individual.<br />

É assim que funciona<br />

o Melhoramento. Escolha dos<br />

melhores, eliminação dos piores,<br />

e reprodução privilegiada desses<br />

animais superiores.<br />

O que passa despercebido<br />

pelo comprador de tourinhos é<br />

que havendo uma DEP (Diferença<br />

Esperada na Progênie) elevada no<br />

touro reprodutor, não é só nos bezerros<br />

machos que vão ser vendidos<br />

que ele vai ter lucro. As irmãzinhas<br />

deles vão ficar no rebanho e substituir<br />

as vacas mais fracas, vinte por<br />

cento ao ano, até ter matrizes também<br />

melhoradas, em um processo<br />

contínuo que se auto sustenta.<br />

Como a Genética é fundamental<br />

para a qualidade do tourinho<br />

que está sendo comprado, vale a<br />

pena rever alguns aspectos. Touros<br />

doadores de sêmen e tourinhos jovens<br />

muito promissores são avaliados<br />

anualmente e ranqueados. Os<br />

resultados dos touros com sêmen<br />

12<br />

EDIÇÃO <strong>36</strong> | ANO 08 | MAI/JUN <strong>2018</strong>


já disponível são publicados em um<br />

Sumário, em ordem decrescente das<br />

DEPs, inclusive para o Mérito Genético<br />

Total (MGT), que é um somatório<br />

de todas as característica<br />

avaliadas, de peso, ganho de peso,<br />

fertilidade, conversão alimentar,<br />

economicidade, etc.<br />

No Sumário da ABCZ (Associação<br />

Brasileira dos Criadores de<br />

Zebu) são avaliados 5 a 6 mil touros<br />

por ano. O ranking considera apenas<br />

uma casa decimal, ou seja, o touro<br />

com melhor MGT, por exemplo<br />

26,7 pontos, tem a avaliação Top<br />

0,1% ou seja, em seis mil touros, ficaram<br />

5.999 abaixo dele. O segundo<br />

colocado, com 26,6 pontos, também<br />

tem avaliação Top 0,1%, mas é inferior<br />

ao primeiro, já citado e superior<br />

aos demais 5.998 abaixo dele. É uma<br />

ferramenta poderosa para usar na<br />

decisão da compra de um touro superior.<br />

Você não pode comprar esse<br />

touro, que custaria alguns milhões<br />

de reais, mas pode comprar aqui no<br />

Tocantins seus filhos, cujas mães,<br />

doadoras FIV, também são ranqueadas<br />

nas posições superiores do topo<br />

da raça.<br />

Não basta ter pontuação<br />

alta, o animal tem de ter performance,<br />

desempenho, no meio ambiente<br />

onde ele vai viver. Então, se<br />

você tem Genética de alta avaliação,<br />

criação sem artifícios, no ambiente<br />

usual da região, com resistência ao<br />

período seco e boa fertilidade, você<br />

está próximo a encontrar o tourinho<br />

ideal para seu objetivo.<br />

Dicas para comprar um<br />

bom tourinho<br />

A Ciência vem ajustando<br />

procedimentos e ferramentas para<br />

identificar os bons reprodutores.<br />

Por exemplo, a pesquisa definiu, há<br />

mais de 30 anos, que a circunferência<br />

escrotal está ligada diretamente<br />

à fertilidade dos touros. Suas filhas<br />

não terão testículos, evidentemente,<br />

mas terão ovários mais desenvolvidos<br />

e mais funcionais, ou seja,<br />

também serão mais férteis. Recentemente,<br />

tem surgido estatísticas de<br />

vendas de tourinhos em leilões, acusando<br />

uma proporção direta entre a<br />

circunferência escrotal e o preço obtido,<br />

sendo que a cada 1 cm a mais,<br />

o preço sobe até R$ 1.000,00 no<br />

lance final. A ABCZ estabelece um<br />

mínimo de 28 cm de circunferência<br />

escrotal aos 18 meses, na apresentação<br />

para registro definitivo. Tivemos<br />

muitos tourinhos com 34, 35 e até<br />

40 cm de circunferência escrotal no<br />

registro definitivo. É o trabalho de<br />

seleção com touros Top 0,1 %, acasalados<br />

na FIV com matrizes selecionadas<br />

também.<br />

A DEP dos tourinhos é outro<br />

fator de alta dos preços em proporção<br />

à sua qualidade. Na verdade,<br />

é uma DEP provisória, chamada<br />

DEP Interina, porque esses tourinhos<br />

ainda não têm idade para ter<br />

filhos em número suficiente para<br />

efetuar a avaliação real do seu potencial<br />

genético. Assim, a DEP Interina<br />

é a média da DEP do pai e a<br />

da doadora, que já indica o potencial<br />

genético, mas não é conclusiva.<br />

Mesmo assim, o comprador leigo,<br />

em leilões, tem valorizado as DEPs<br />

mais altas, pagando valores acima da<br />

média daquele dado leilão pela aposta<br />

na qualidade melhor.<br />

Tendo avaliado a circunferência<br />

escrotal, as DEPs, você já<br />

pode comprar seu tourinho?<br />

Ainda não. Vá visitar fazendas de<br />

criação de tourinhos, veja o sistema<br />

de criação, avalie se o manejo, o pasto,<br />

trato na seca, o ambiente daquele<br />

dado criador, se parecem com o<br />

seu. Converse sobre o clima, chuvas,<br />

mortes ocorridas no rebanho, medicamentos<br />

usados frequentemente,<br />

faça uma pesquisa detalhada, afinal<br />

não é só o valor do tourinho que está<br />

em jogo, mas também o progresso e<br />

evolução do seu rebanho que estão<br />

pesando na decisão de compra. A<br />

melhor fonte de informação desse<br />

tipo não é o proprietário, nem o gerente,<br />

mas o tratador. Faça amizade<br />

com ele e consiga, “mineiramente”,<br />

essas informações.<br />

Preste muita atenção em<br />

cada tourinho que lhe interessar.<br />

Além da DEP, circunferência escrotal<br />

e outros dados técnicos, como<br />

Genômica, exija o Exame Andrológico,<br />

para comprovar a normalidade<br />

espermática. Observe atentamente<br />

como os tourinhos andam, se têm<br />

aprumos corretos, não arrastam<br />

os membros nem têm articulações<br />

frouxas, bambas.<br />

Gado de campo tem de andar<br />

atrás da forragem do pasto e cobrir<br />

fêmeas com um salto perfeito.<br />

Se tiver jarretes defeituosos, não vai<br />

durar muito tempo, apresentará dores<br />

e não montará mais. Observe a<br />

profundidade do tórax. Deve ter a<br />

mesma distância da linha de dorso<br />

à base do peito (osso esterno) que<br />

tem do peito ao solo. O arqueamento<br />

das costelas indica boa capacidade<br />

respiratória. Narinas grandes,<br />

bem abertas, favorecem a respiração<br />

e a eliminação de calor.<br />

O animal com abdômen<br />

mais volumoso tem mais capacidade<br />

digestiva, ingere mais forragem e<br />

cresce mais, como consequência<br />

EDIÇÃO <strong>36</strong> | ANO 08 | MAI/JUN <strong>2018</strong><br />

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de mais combustível. Se tiver boca<br />

larga, abocanha mais capim no<br />

pasto. Se o couro da virilha descer<br />

um pouco mais baixo que o joelho,<br />

indica mais espaço para o rúmen,<br />

maior aproveitamento da forrageira<br />

ingerida<br />

Ṡe é de corte, tem de ter<br />

musculosidade. Observe se o quarto<br />

traseiro desce os músculos até<br />

perto do jarrete; se há abaulamento<br />

dos músculos do coxão, projetando-<br />

-se para fora. Se o culote é saliente,<br />

como nas raças europeias.<br />

Comprar em leilão é cômodo,<br />

mas não dá oportunidade<br />

de mergulhar em profundidade na<br />

avaliação do seu futuro reprodutor.<br />

Você vai ficar cinco, seis, talvez oito<br />

anos com ele. As filhas dele serão<br />

suas próximas matrizes. Tenha calma,<br />

e cuidado.<br />

Mais dicas: Depois de tudo avaliado,<br />

volte a considerar seu objetivo<br />

original. Por que você cria gado<br />

mesmo? Para vender uns bezerros e<br />

tirar um leitinho? Só para se divertir,<br />

voltar às raízes, lembranças boas da<br />

infância...<br />

Há diversos motivos para<br />

criar gado de corte. A maioria não é<br />

rentável. Ou você leva a sério, como<br />

profissional, ou prepare o bolso<br />

para o prejuízo, ou no mínimo falta<br />

de renda, porque a pecuária, hoje<br />

em dia, não perdoa o amador.<br />

Leite e corte não se misturam.<br />

Houve tempo em que o gado<br />

misto, que dava uns bezerros mais<br />

fortes e as vacas produziam cinco<br />

litros por dia, ainda compensava.<br />

Hoje, não dá mais. Ou você tem<br />

vacas de 15 a 18 litros cada, ou faz<br />

bezerros pesados para venda na desmama.<br />

Fazenda grande, solo bom,<br />

estruturada, dá para fazer ciclo completo,<br />

com ou sem confinamento e<br />

outras tecnologias, como integração<br />

lavoura-pecuária-silvicultura. Fazendas<br />

médias e pequenas, é melhor se<br />

especializar: leite bem feito, ou corte<br />

exclusivamente, seja para vender<br />

bezerro, ou garrote. O tempo que<br />

você perde com a tirada de leite não<br />

especializada onera demais seu custo<br />

da fazenda, fora a dificuldade de<br />

encontrar funcionário bom.<br />

Seja qual for seu objetivo,<br />

não abra mão da qualidade. Qualidade<br />

em tudo: nos reprodutores,<br />

nas vacas, nas pessoas, nas máquinas<br />

e ferramentas. Não economize<br />

em sal mineral. Não misture com sal<br />

branco. A pesquisa em Nutrição de<br />

Bovinos permite ter sais minerais<br />

(proteinados e núcleos aqui também<br />

considerados) no mercado em doses<br />

definidas, confirmadas para cada categoria,<br />

cada época do ano e cada situação.<br />

Não estrague esse equilíbrio<br />

com a tentativa pouco inteligente<br />

de misturar sal branco para baratear<br />

o custo. Vai é aumentar, porque o<br />

pouco que o bovino ingerir não vai<br />

fazer nenhum efeito. Hoje matamos<br />

bois com 19 arrobas aos dois anos<br />

por causa da Genética e dos sais<br />

minerais, ambos progredindo lado<br />

a lado. Genética sem sal bom não<br />

se manifesta, sal bom em Genética<br />

ruim é prejuízo certo.<br />

Considerações finais<br />

A diminuição da margem de<br />

lucro, ou mesmo sua eliminação, na<br />

pecuária, afeta propriedades grandes<br />

e pequenas. Têm sido feitos estudos<br />

e avaliações sobre causas e efeitos<br />

dessa perda e as conclusões são de<br />

que o tradicionalismo não sobrevive<br />

mais, a solução é aplicar tecnologia.<br />

Quem investe mais, ganha mais.<br />

Quem não investe, quebra.<br />

Essas ideias e argumentos<br />

são trazidos para levantar<br />

questionamentos, reflexões, sem<br />

pretensão de doutrinar quem quer<br />

que seja. Após cinquenta anos<br />

de formado, atuando na pecuária<br />

brasileira em diversas áreas e, na<br />

condição de pequeno criador de<br />

tourinhos Nelore P.O. aqui no<br />

Tocantins, quis compartilhar minha<br />

visão e pequena experiência prática<br />

com outros criadores, sem os rigores<br />

da linguagem acadêmica.<br />

14<br />

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EDIÇÃO <strong>36</strong> | ANO 08 | MAI/JUN <strong>2018</strong><br />

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Fernanda Borges Oliveira<br />

Zootecnista<br />

www.ciclorural.com.br<br />

ECONOMIA<br />

Impacto Econômico na utilização de<br />

TOUROS MELHORADORES<br />

O desempenho de um indivíduo, também chamado de fenótipo, é o resultado de uma equação clássica do<br />

melhoramento genético: Genética + Ambiente + Interação genótipo-ambiente. Nesta equação a genética é herdada<br />

de seus descendentes, sendo que pai e mãe contribuem igualmente com a quantidade de genes. Portanto,as<br />

matrizes têm papel fundamental na contribuição genética para formação de um animal superior.<br />

O problema está na identificação<br />

da superioridade dessa matriz,<br />

já que ao longo da sua vida reprodutiva<br />

a mesma pode deixar cerca de<br />

8 a 10 filhos, possuindo baixa confiabilidade.<br />

Já os touros podem ser<br />

pais de dezenas de animais por ano,<br />

possibilitando intensidade maior de<br />

seleção e facilidade na identificação<br />

daqueles que possuem maior valor<br />

genético transmissível a suas progênies.Alguns<br />

pesquisadores citam<br />

que um touro é responsável por<br />

mais de 80% do ganho genético de<br />

um plantel, sendo assim o sistema<br />

de produção só terá maior sucesso<br />

com a escolha assertiva dos reprodutores<br />

utilizados.<br />

Antes de escolher o touro a<br />

ser utilizado é imprescindível que a<br />

fazenda estabeleça um objetivo claro<br />

de produção, de acordo com seu<br />

sistema produtivo, recursos naturais<br />

e financeiros, necessidades da população,<br />

mercado consumidor e preferências<br />

do pecuarista.<br />

Existem diversos critérios<br />

que podem ser adotados para eleger<br />

os touros superiores para cada propriedade,<br />

como:<br />

• Conformação frigorífica<br />

• Fertilidade<br />

• Libido<br />

• Características raciais<br />

Mas o primeiro critério a<br />

ser seguido deve ser a avaliação<br />

genética, que é a predição do<br />

mérito genético do touro, ou<br />

seja, determina o potencial de<br />

produção que seus filhos terão nas<br />

diversas características, de forma<br />

estatística, eliminando as inúmeras<br />

intercorrências ambientais.<br />

A característica de maior<br />

facilidade para compararmos o potencial<br />

genético de touros é o peso<br />

ao desmame, pois possui alta herdabilidade<br />

(facilidade de transmissão<br />

de pais para filhos), além de possuir<br />

valor comercial estabelecido.<br />

Segundo o Sumário da<br />

ANCP Maio <strong>2018</strong> a média de DEP<br />

(Diferença Esperada na Progênie)<br />

para peso aos 210 dias (desmame) é<br />

2,37 quilogramas, com variação de<br />

-21,90 a 22,78 kg.<br />

Para comparar os touros<br />

seguindo suas avaliações genéticas<br />

é importante relembrar que a DEP<br />

nada mais é do que comparações<br />

de desempenho dos touros e seus<br />

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filhos e só pode ser usada observando<br />

animais que estão na mesma base<br />

genética, ou seja, no mesmo sumário.<br />

Se considerarmos a utilização do<br />

touro mediano da ANCP para DEP<br />

P210 em relação a um touro TOP<br />

0,1% no mesmo sumário:<br />

TOUROS DEP P210 ANCP 5/<strong>2018</strong><br />

TOURO A<br />

2,37 Kg<br />

TOURO B<br />

14,41 Kg<br />

DIFERENÇA<br />

12,04 Kg<br />

Isso significa que, se tivermos<br />

um grande número de filhos<br />

dos touros A e B, acasalados com<br />

vacas em uma mesma população,<br />

em média os filhos do touro B pesarão<br />

12 kg a mais do que os filhos do<br />

touro A ao desmame com 7 meses<br />

de idade.<br />

Traduzindo isso em valores<br />

Com 1.000 filhos de cada<br />

touro e considerando que o mercado<br />

atualmente paga cerca de R$5,80<br />

/kg de bezerro, podemos concluir<br />

que financeiramente o touro B pode<br />

ser aproximadamente R$70.000,00<br />

mais lucrativo do que o touro A.<br />

“Boi de boiada”<br />

Muitas propriedades não levam<br />

a avaliação genética como critério<br />

para escolha de seus reprodutores<br />

e terminam por utilizar aqueles<br />

que conhecemos como cabeceira<br />

de boiada, bezerros sem registro ou<br />

informação genética, que se destacaram<br />

no peso e são eleitos como<br />

reprodutores. Normalmente esses<br />

animais possuem valor genético negativo,<br />

próximo ao encontrado pela<br />

ANCP nos touros pior avaliados.<br />

Assumindo que o “boi de<br />

boiada” tem uma DEP igual ao pior<br />

touro avaliado no Sumário Maio<br />

<strong>2018</strong> ANCP para DEP P 210, podemos<br />

concluir:<br />

TOUROS DEP P210 ANCP 5/<strong>2018</strong><br />

Boi de Boiada<br />

-21,90 Kg<br />

TOURO B<br />

14,41 Kg<br />

DIFERENÇA<br />

<strong>36</strong>,31Kg<br />

Portanto, os filhos dos touros<br />

líderes de sumário podem agregar<br />

quase 40 kg em relação aos bois<br />

de boiada.<br />

Traduzindo isso em valores<br />

Com 1.000 filhos de cada<br />

touro e considerando que o mercado<br />

atualmente paga cerca de R$5,80<br />

/kg de bezerro, podemos concluir<br />

que financeiramente o touro B pode<br />

serR$210.000,00 mais lucrativo do<br />

que o boi de boiada.<br />

Com esse valor é possível<br />

investir em melhorias estruturais na<br />

fazenda, além de realizar mais de<br />

3.000 IATFs (Inseminação Artificial<br />

em Tempo Fixo), considerando o<br />

investimento em sêmen, protocolo<br />

de sincronização e mão de obra especializada<br />

do médico veterinário.<br />

A escolha do touro pode<br />

impactar de forma gigantesca na<br />

saúde financeira da propriedade.<br />

Não somente pelo incremento no<br />

crescimento dos animais, mas a fazenda<br />

também pode eleger outros<br />

critérios de seleção, agregando em<br />

precocidade sexual, fertilidade, melhoria<br />

de qualidade de carne e maior<br />

rendimento de carcaça.<br />

PLENA ALIMENTOS.<br />

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João Batista de Medeiros<br />

Geólogo<br />

joao.batistamedeiros@hotmail.com<br />

FERTILIDADE DO SOLO<br />

A agropecuária e as<br />

SUBSTÂNCIAS MINERAIS<br />

Há uma interação muito forte entre o desenvolvimento da agropecuária e as substâncias minerais desde<br />

os tempos remotos, quando o homem resolveu deixar de ser meramente coletor, para ser agricultor e criador de<br />

animais. Como ser gregário e objetivando a sustentabilidade dos seus e do entorno com segurança, verificaram que<br />

para manter as aglomerações humanas, tornava-se necessário o pressuposto abastecimento de suas aglomerações<br />

humanas, advindo da agricultura e pecuária de animais domesticados. Para se praticar, de forma racional, a agricultura<br />

e pecuária é absolutamente necessário a utilização de dois suportes fundamentais: solo e água.<br />

O solo é consequência da<br />

decomposição das rochas com posterior<br />

transporte através da água,<br />

vento e gelo, ou residuais. As rochas<br />

por sua vez são compostas de<br />

minerais e a água é uma substância<br />

mineral. Há vários tipos de solo, os<br />

quais devidos as suas características,<br />

por vez, para se tornarem mais produtivos,<br />

precisam que sejam adicionados<br />

outras substâncias minerais,<br />

quais sejam calcário calcítico, calcário<br />

dolomítico, dolomito, NPK,<br />

gipso e outros mais como vermiculita,<br />

um excelente recuperador de<br />

solos muito utilizado pelos Israelenses<br />

quando resolveram se tornar os<br />

maiores exportadores de frutas do<br />

mundo. Tudo isto mencionado, com<br />

um objetivo prático e exequível, que<br />

é de tornar o Estado de Tocantins<br />

como o grande e excepcional produtor<br />

de alimentos do Brasil, quiçá,<br />

em função das suas dimensões, do<br />

mundo.<br />

Compete mais aos senhores<br />

agropecuaristas, como a força<br />

impulsora,a realização desse grande<br />

projeto, aliando vontade política<br />

+potencial mineral + solo + água +<br />

tecnologia + logística e transformação,<br />

senão vejamos:<br />

1. Calcário calcítico = Carbonato<br />

de cálcio para correção de solos<br />

magnesianos;<br />

2. Calcário dolomítico = Carbonato<br />

de cálcio e magnésio para<br />

correção de solos aluminosos;<br />

3. Dolomito = Carbonato de<br />

magnésio e cálcio para correção<br />

de solos muito ricos em alumina;<br />

4. Apatita = Fluorfosfato de cálcio<br />

largamente utilizado como<br />

fertilizante;<br />

5. Carbonatito = Rocha vulcânica<br />

rica em minerais fosfatados tipo<br />

fluorapatita, pirocloro, cloroapatita,<br />

hidroxilapatita e carbonatoapatita,<br />

todos como minerais<br />

fertilizantes.<br />

6. Gipso = Sulfato de cálcio hidratado,<br />

fertilizante;<br />

7. Vermiculita = Silicato de potássio,<br />

magnésio, ferro e alumínio.<br />

É um mineral muito utilizado<br />

para recuperação de solos<br />

degradados, principalmente em<br />

regiões áridas e semiáridas assoladas<br />

pelas secas. Quando aquecida<br />

há um aumento de volume<br />

em até 20X, tornando-se higroscópica<br />

(absorve e retém a água),<br />

propiciando a economia na utilização<br />

de corretivos e fertilizantes<br />

por um período bastante<br />

mais longo de reposição. Funciona<br />

como uma fonte primária<br />

de K (potássio) fertilizante;<br />

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8. Rochagem com rochas ricas<br />

em potássio = As rochas ricas<br />

em potássio e naturalmente pobres<br />

em sílica, têm sido muito<br />

usadas (ecom sucessos) como<br />

fontes primárias desse tipo de<br />

fertilizante, e por serem higroscópicas<br />

contribuem muito para<br />

o alongamento do prazo de reposição<br />

de corretivos e fertilizantes.<br />

Economia de escala.<br />

9. Zeólitas = São aluminossilicatos<br />

hidratados para recuperação<br />

de solos residuais e degradados;<br />

10. Argilas = São minerais compostos<br />

de finíssimas camadas<br />

alternadas de sílica e alumina.<br />

Os solos argilosos são os mais<br />

propensos as práticas da agricultura,<br />

já que são os mais húmidos<br />

por reterem água por mais tempo<br />

devido as suas características<br />

de porosidades altas, as quais<br />

ainda facilitam a fixação de nutrientes<br />

propícios ao desenvolvimento<br />

das culturas. Em termos<br />

gerais e em função das suas propriedades<br />

específicas podemos<br />

distribuí-las em dois grupos:<br />

- cauliníticas e esmectitas. As<br />

primeiras muito utilizadas como<br />

cargas nos formicidas, larvicidas<br />

e adubos foliares; as esmectitas<br />

são largamente utilizadas na recuperação<br />

de solos degradados<br />

e arenosos para aglutinação e<br />

fixação dos nutrientes adicionados<br />

aos solos de grandes projetos<br />

de irrigação para fruticultura,<br />

ex.: Califórnia(USA), Israel,<br />

Chile, Espanha, Grécia, Egito.<br />

11. Água = É um composto mineral<br />

a cujo conteúdo químico<br />

H2O – são adicionados vários<br />

outros elementos e compostos<br />

químicos que lhes irão conferir<br />

as suas características alcalinas<br />

e não alcalinas, ou seja, vão lhes<br />

atribuir o meio básico, ácido<br />

ou salino. O Estado de Tocantins<br />

é cortado por dois grandes<br />

rios – Tocantins e Araguaia – e<br />

seus tributários, os quais podemos<br />

classificá-los genericamente<br />

o rio Tocantins como ácido<br />

e o Araguaia como básico. Isto<br />

tem efeito econômico bastante<br />

significativo na formulação e<br />

desenvolvimento dos projetos<br />

de agropecuária, estabelecendo<br />

vetores de avaliação para implantação<br />

de tratos agrícolas e<br />

pecuários, significativos o bastante<br />

para determinar o sucesso<br />

ou insucesso dos pretensos projetos.<br />

Por sua vez, em determinadas<br />

porções registram-se as<br />

presenças de solos salinos, os<br />

quais podem ter origem local ou<br />

transportados.<br />

Os de origem local, via de<br />

regra são decorrentes da elevação<br />

do nível freático propiciado por um<br />

acréscimo desnecessário da lâmina<br />

d’água em um local mal estudado.<br />

Neste caso o sal é oriundo da rocha<br />

(ou rochas) que ocorrem no subsolo.<br />

São notáveis os transportados<br />

pelas correntes aéreas e depositados<br />

em partes de países como Espanha,<br />

Israel, Grécia, Turquia, Iraque, USA,<br />

Peru, Bolívia, Namíbia, Botsuana.<br />

Todas estas substâncias<br />

minerais são encontradas aqui<br />

no Estado de Tocantins.<br />

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Samuel Aguiar Melo<br />

samuel.taqcowdog@gmail.com<br />

Médico Veterinário<br />

GESTÃO RURAL<br />

Gestão e Finanças de<br />

EMPRESAS DO AGRONEGÓCIO<br />

O fato é que, no meio rural em sua grande maioria é comum que não se dê a devida atenção à parte financeira<br />

do negócio, como em boa parte do Brasil a agropecuária é administrada por pessoa física e não por empresas<br />

rurais, a contabilidade na grande maioria é realizada de mesma forma a várias décadas. Muitas vezes se realiza um<br />

balanço e uma declaração apenas para fins fiscais como o Imposto de Renda e ITR que são obrigatórios, por contadores<br />

que visam apenas minimizar os custos pagos ao governo a cada final de ano.<br />

O perfil do Agronegócio<br />

Brasileiro é de propriedades familiares,<br />

lembrando que novas gerações<br />

estão sempre entrando no negócio.<br />

Muitas dessas vindo de uma formação<br />

agrária com muitas ideias, novos<br />

métodos e conceitos de produção,<br />

alguns destes que optaram por outro<br />

negócio não seguirão carreiras<br />

dentro do setor, mas precisarão de<br />

conhecimento e indicadores financeiros<br />

para que possa analisar a administração<br />

do negócio familiar.<br />

Em qualquer setor a contabilidade<br />

é dividida do mesmo modo:<br />

Ativo e Passivo, o termo lucro ou<br />

prejuízo tem a mesma diferença em<br />

qualquer negócio, daí a importância<br />

de conhecer sobre as particularidades<br />

da cadeia produtiva e entender<br />

as adversidades da produção rural<br />

para poder analisar cenários.<br />

Nestes últimos anos tivemos<br />

uma forte valorização de terra, onde<br />

boa parte das propriedades são negócios<br />

milionários que precisam ter<br />

uma atenção na condução destes<br />

empreendimentos.<br />

Independente do tamanho<br />

de sua área, que ela segue da agricultura<br />

familiar, grupo de investimento,<br />

agroindústria, fator de produção<br />

ou apenas um investidor em terra,<br />

ela só terá êxito caso tenha profissionalismo<br />

inserido no projeto, pois<br />

uma fazenda não é igual uma indústria<br />

que pode produzir em 100 %<br />

de sua área. Temos regulamentação<br />

ambiental que traz um desafio maior<br />

que é produzir legalmente em parte<br />

da propriedade chegando ao ponto<br />

de produzir em apenas 20% da área.<br />

Dados apontam que 80%<br />

do ativo imobilizado está no<br />

valor da terra e que precisa ser<br />

remunerado. Temos que ter em<br />

mente que o Agronegócio é uma<br />

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área de muitas oportunidades em<br />

toda a cadeia, com o aumento<br />

da população cuja projeção que<br />

até 2050 seremos 9,3 bilhões de<br />

habitantes (ONU,2013) temos uma<br />

responsabilidade na produção de<br />

alimentos muito grande. Tendo<br />

bons anos para poder desfrutar<br />

dos benefícios que o Agronegócio<br />

do Brasil proporciona na produção<br />

mundial. Mas ao mesmo tempo, tem<br />

que levar em conta os riscos como o<br />

câmbio, economia mundial, pressão<br />

ambiental e de política pública.<br />

Então, como vemos se a<br />

saúde financeira do seu negócio vai<br />

bem ou mal? A rentabilidade ou o<br />

retorno sobre o capital investido<br />

reflete em como está à eficiência da<br />

gestão da atividade. Ferramentas de<br />

análise financeira e produtiva são<br />

muito uteis para qualquer tomada de<br />

decisão. O ponto de equilíbrio mesmo<br />

está em se o que você produz<br />

consegue custear toda sua atividade,<br />

consegue fazer parte de uma avaliação<br />

e planejamento para reajustar<br />

a lucratividade com a produção e a<br />

projeção de crescimento.<br />

Se você já ficou incomodado<br />

numa roda de conversa que discutiam<br />

sobre lucro da atividade ou<br />

alguém lhe perguntou sobre a evolução<br />

do seu negócio e não soube<br />

responder, ao longo desta série de<br />

artigos iram tratar de uma forma<br />

simples e objetiva como você pode<br />

iniciar ou aprimorar o controle econômico<br />

de sua propriedade.<br />

Aqui você acompanhou um<br />

dos três artigos de uma série destinada<br />

a trazer mais informações sobre<br />

Gestão e Finanças de empresa<br />

do Agronegócio. No próximo artigo<br />

será discutido como podemos<br />

extrair informações de dados para a<br />

construção de indicadores que será<br />

muito útil para toda a estratégia do<br />

negócio. Entendam que chegou a<br />

hora do produtor rural dar lugar ao<br />

empresário do agronegócio.<br />

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João Houly<br />

Médico/Pecuarísta<br />

jhouly@uol.com.br<br />

GESTÃO DE PESSOAS<br />

A difícil tarefa de<br />

GERIR PESSOAS<br />

A máxima de liderar pelo exemplo, elogiar em público e corrigir em particular é pouco para o líder que<br />

deseja motivar sua equipe; cada dia mais se faz necessário o completo conhecimento das relações humanas e de<br />

como influenciar positivamente seu ambiente de trabalho.<br />

É preciso ter clareza que o<br />

ser humano é um todo com variáveis<br />

humorais, hormonais e circadianas<br />

que podem influenciar direta ou<br />

indiretamente seu comportamento<br />

frente ao trabalho e aos desafios que<br />

lhes são apresentados.<br />

Conhecer o predomínio de<br />

energia de cada colaborador é fundamental<br />

para o êxito de sua função;<br />

por exemplo: há pessoas que são<br />

predominantemente matinais, de<br />

tal modo que, dar a estes indivíduos<br />

funções nobres ao fim do dia certamente<br />

os tornarão menos produtivos;<br />

da mesma forma,haverá menor<br />

chance de êxito, caso se delegue funções<br />

nas primeiras horas a pessoas<br />

vespertinas e noturnas.<br />

Outra ferramenta<br />

26<br />

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fundamental nos dias atuais são<br />

os feedbacks. É preciso nortear o<br />

colaborador sobre sua atuação, pois,<br />

o que às vezes parece óbvio para<br />

muitos, se faz necessário ratificar<br />

sempre. Tudo está dito, mas ainda<br />

que escrito, é preciso repetir sempre,<br />

pois assim se baseia o aprendizado:<br />

na repetição.<br />

Por isso, fazer a gestão de recursos<br />

humanos não se trata apenas<br />

de procurar deixar seus colaboradores<br />

satisfeitos e motivados. Antes de<br />

tudo, é criar uma estratégia completa,<br />

que envolve toda a organização<br />

em busca do desenvolvimento, capacitação<br />

e humanização de quem<br />

faz parte dela. Ela está apoiada em<br />

cinco pilares essenciais segundo Rafael<br />

Ávila.<br />

Motivação<br />

Pode-se motivar de várias<br />

formas: com benefícios econômicos,<br />

facilidades em transporte e alimentação<br />

e tantas outras maneiras,<br />

porém, é preciso lembrar que o ser<br />

humano sobrevive de remuneração,<br />

mas o que o torna vivo é o reconhecimento<br />

e valorização que vai muito<br />

além da percepção econômica.<br />

Compreender a real necessidade<br />

de seu colaborador fará uma<br />

enorme diferença motivacional. É<br />

também de grande valia o entendimento<br />

do quão benéfico é o trabalho<br />

como função social.<br />

É muito comum encontrar<br />

no setor da Economia (bancos e<br />

gerenciadores de recursos financeiros),<br />

profissionais exemplares - com<br />

performances invejáveis, extrapolando<br />

metas cada vez maiores - de


epente se perguntando: Qual o objetivo<br />

de tudo isso? Quais benefícios<br />

eu agrego à minha volta?<br />

Portanto motivar é muito<br />

mais que ofertar bons salários, que<br />

posicionar bem, é preciso reconhecer<br />

o intangível da cada um para direcionar<br />

sua motivação.<br />

Comunicação<br />

Nos dias atuais, há um verdadeiro<br />

paradigma na comunicação:<br />

embora tenhamos hoje uma infinidade<br />

de meios de comunicação:<br />

e-mail, celular, whatsapp, messenger,<br />

entre outros, frequentemente<br />

ouvimos que o problema está na<br />

comunicação. É preciso quebrar as<br />

barreiras da comunicação burocrática<br />

e pouco efetiva para ação imediata<br />

e direta.<br />

Um exemplo que usamos<br />

em nossa instituição é o chamado<br />

“stand up meeting” – trata-se de<br />

uma reunião diária às 10h30, com<br />

todos os gerentes em pé, com duração<br />

não superior a 15 minutos, onde<br />

cada um apresenta as dificuldades<br />

do seu setor e lá são apresentadas as<br />

possíveis soluções; em nosso hospital<br />

ela tem sido bastante resolutiva.<br />

A melhor tática é promover<br />

a liberdade de expressão e reduzir as<br />

distâncias hierárquicas que dificultam<br />

o entendimento e a compreensão<br />

da informação.<br />

Trabalho em equipe<br />

Antes de mais nada, é preciso<br />

entender que cada setor da empresa,<br />

seja ela grande ou pequena, é<br />

parte de um todo, e a fragmentação<br />

ou setorização ultra especializada<br />

pode ter alguns benefícios, mas não<br />

se pode esquecer que o resultado<br />

depende de todos. Há profissionais<br />

exímios em suas competências, que,<br />

contudo, ao trabalhar em equipe,<br />

desagrega e pode por em risco o sucesso<br />

do trabalho.<br />

Uma ideia que funciona<br />

bem, são reuniões fora do ambiente<br />

de trabalho: apara arestas e em geral,<br />

desarma pretensos opositores.<br />

Fala-se muito em engajamento,<br />

mas é necessário conhecer<br />

e respeitar o momento de cada um<br />

na empresa. A figura acima ilustra o<br />

comportamento dos empregados da<br />

maioria das empresas.<br />

Conhecimento e competência<br />

Imaginar que todos estarão<br />

remando a todo vapor e o tempo<br />

todo é, no mínimo, desconhecimento<br />

do comportamento humano. Vamos<br />

exemplificar para facilitar: alguém<br />

colocado em uma função sem<br />

o devido domínio ou sem as ferramentas<br />

necessárias para a execução<br />

de seu trabalho pode realizar um esforço<br />

hercúleo que ainda assim seu<br />

trabalho irá deixar a desejar.<br />

É natural que alguém recém-<br />

-contratado, num primeiro momento,<br />

queira apreciar a vista e sentir o<br />

local de trabalho; do mesmo modo,<br />

alguém próximo a se aposentar,<br />

tende a desacelerar seus esforços e<br />

pode cair no grupo dos “afundando<br />

o barco”. Cabe ao gestor reconhecer<br />

o enquadramento de cada um<br />

e trazê-lo para um momento mais<br />

proativo.<br />

Destaco quatro ferramentas<br />

fundamentais para êxito<br />

1. Faça um rigoroso e transparente<br />

processo seletivo.<br />

2. Tenha um job description (descrição<br />

clara de cada função a ser<br />

exercida).<br />

3. Realize avaliação de desempenho<br />

e dê feedbacks frequentes.<br />

4. As promoções devem ser pautadas<br />

sempre na meritocracia e no<br />

desempenho.<br />

Treinamento e desenvolvimento<br />

O mundo está em constante<br />

evolução e quem não se atualiza<br />

fica para trás. Todos os dias novas<br />

ferramentas e novos processos são<br />

desenvolvidos; se fixar na competência<br />

de algo que já se faz com sucesso<br />

por muitos anos e assim permanecer,<br />

é perigoso e quase sempre<br />

fadado ao insucesso.<br />

Aqui se faz necessário alinhar<br />

a visão de futuro que a empresa<br />

possui e se questionar: Onde<br />

queremos estar em cinco anos;e em<br />

dez anos?<br />

Como disse no início, o<br />

aprendizado se dá por repetição;<br />

mesmo treinamentos já conhecidos<br />

sempre reforçam a ideia do<br />

conhecimento. No entanto, parece<br />

haver uma resistência natural<br />

a realizar treinamentos de algo<br />

previamente conhecido e a banalizar<br />

o aprimoramento. É primordial<br />

identificar os treinamentos<br />

desejáveis e organizar a frequência<br />

com que eles ocorrerão.<br />

Enfim caro leitor, gerir pessoas<br />

é algo muito mais complexo<br />

que simplesmente delegar funções<br />

e cobrar resultados. Trata-se de um<br />

desafio dinâmico e constante, mas<br />

que traz consigo as ferramentas<br />

para conquista da excelência numa<br />

empresa.<br />

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28<br />

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Maurício Buffon<br />

Presidente da APROSOJA<br />

aprosojato.adm@gmail.com<br />

AGRONEGÓCIO<br />

APROSOJA TOCANTINS<br />

A APROSOJA TOCANTINS é uma associação sem fins lucrativos, criada no dia 25 de setembro de 2013, com<br />

objetivo de proporcionar uma integração entre os produtores de soja e milho do estado junto às cadeias produtivas.<br />

A primeira diretoria foi eleita<br />

para os anos de 2013/2015 e era<br />

composta pelos seguintes membros:<br />

Presidente: Ruben Ritter, Vice-presidente:<br />

Mauricio Buffon, 1º Diretor<br />

administrativo: Vanderlei Talevi,<br />

2ª Diretora administrativa: Caroline<br />

Cristiane Schneider Barcellos, 1º Diretor<br />

financeiro: Carlos Lima e 2º<br />

Diretor Financeiro, e reeleita para o<br />

biênio 2016/2017, José Faion. Também<br />

foramcriados os cargos de vice-presidentes<br />

regionais totalizando<br />

dezesseis (16) visando à integração<br />

de todos os produtores.<br />

Atualmente a diretoria é<br />

composta pelos seguintes membros:<br />

presidente: Mauricio Buffon, Vice-<br />

-Presidente: Dari Fronza, Diretor<br />

Administrativo: Wanderlei Carlos<br />

Ferreira Talevi, Vice-Diretor Administrativo:<br />

Everton Klaus, Diretor<br />

Financeiro: Rodrigo Gomes Barcellos<br />

e o Vice-Diretor Financeiro:<br />

José Roberto Faion, eleitos para o<br />

biênio de <strong>2018</strong>/2019 e os vice-presidentes<br />

regionais.<br />

As ações da APROSOJA<br />

TOCANTINS são sempre pensadas<br />

para o melhor desenvolvimento<br />

da agricultura no estado, com isso a<br />

associação sempre luta para trazer<br />

melhorias para seus associados, tais<br />

como:<br />

• A atuação daAPROSOJA TO-<br />

CANTINS juntos aos senhores<br />

Deputados Estaduais resultou<br />

na redução de 50% dos emolumentos<br />

cobrados pelos cartórios,<br />

mesmo com essa redução<br />

não atendeu a expectativa, por<br />

isso a associação está buscando<br />

junto à Assembleia uma nova tabela<br />

de valores;<br />

Agrosoja 2016 - Mauricio e Ruben<br />

• Intervenção da APROSOJA<br />

TOCANTINS para a<br />

permanência da LEI KANDIR<br />

em vigor que estava ameaçada a<br />

sua revogação;<br />

30<br />

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• A intervenção da APROSOJA<br />

BRASIL em parceria com a<br />

APROSOJA TOCANTINS na<br />

prorrogação da lei de isenção<br />

da cobrança de ICMS sobre<br />

fertilizantes, adubos e insumos<br />

que foi prorrogado por dois<br />

anos a partir de 2017;<br />

• Conquista junto ao governo estadual<br />

para revogação imediata<br />

da cobrança de ICMS de frete<br />

referente à soja para a exportação<br />

em quinze de fevereiro de<br />

dois mil e dezoito;<br />

• Lei de Proteção deCultivares, a<br />

atuação da APROSOJA BRASIL<br />

em parceria com a APROSOJA<br />

TOCANTINS permitindo que<br />

os produtores expandissem seus<br />

estudos tecnológicos na área de<br />

pesquisas de sementes geneticamente<br />

modificadas, oferecendo<br />

um produto com uma melhor<br />

qualidade e possibilitando a livre<br />

concorrência;<br />

• A APROSOJA TOCANTINS<br />

esta atuando junto a Assembleia<br />

Legislativa para a revogação da<br />

lei de cobrança de taxa de vistoria<br />

sanitária;<br />

• Elaboração da lei que institui o<br />

código florestal estadual;<br />

• A APROSOJA TOCANTINS<br />

tem uma atuação constante junto<br />

à Secretaria de Infraestrutura<br />

Estadual em defesa da manutenção<br />

periódica das rodovias<br />

estaduais, consideradas fundamentais<br />

para o escoamento da<br />

produção;<br />

• A APROSOJA BRASIL junto<br />

com a APROSOJA TOCAN-<br />

TINS constituiu uma assessoria<br />

jurídica para anular a cobrança<br />

de royalties da Monsanto e<br />

questionar a validade da patente<br />

do Intacta.<br />

A APROSOJA TOCAN-<br />

TINS atua fortemente com a política<br />

porque o setor primário da agricultura,<br />

que é responsável por 79%<br />

do PIB estadual, sendo que 50%<br />

proveniente da soja e do milho, e os<br />

29% originam dos demais produtos<br />

da agropecuária, e é muito visado<br />

pelo governo, devido a Lei Kandir<br />

oferecer isenções de impostos para<br />

os produtores, sendo que esses tributos<br />

são compensados pelo governo<br />

federal, onde não há perca de<br />

receita para o estado.<br />

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Deivison Santos<br />

Eng. Agrônomo, Mestre em Irrigação e Drenagem<br />

Pesquisador da Embrapa<br />

deivison.santos@embrapa.br<br />

PASTAGENS<br />

IRRIGAÇÃO<br />

Um alternativa para a intensificação<br />

sustentável da produção pecuária<br />

A irrigação de pastagens tem se tornado uma realidade cada vez mais frequente no Tocantins, em locais onde<br />

há aptidão de solo e disponibilidade de água. Nas condições de solo e clima do estado, espera-se boa resposta ao<br />

uso da irrigação como estratégia para atenuar o efeito da estacionalidade de produção das pastagens, caracterizada<br />

por um período com grande produção (águas) e outro com baixíssima produção (seca).<br />

Para a correta tomada de<br />

decisão no uso da irrigação, é preciso<br />

compreender em que contexto<br />

o fornecimento de água é exigido,<br />

considerando o solo, clima e tipo de<br />

cultivo, pois estes fatores influenciam<br />

na escolha do melhor sistema<br />

de irrigação, bem como na sua forma<br />

de uso.<br />

A irrigação plena, como o<br />

próprio nome diz, é aquela exigida<br />

em regiões em que não é possível<br />

produzir sem o uso adicional de<br />

água, como no sertão nordestino,<br />

onde se indicam cultivos intensivos<br />

e de maior valor agregado.<br />

A irrigação de salvamento<br />

é aquela utilizada em regiões de<br />

ocorrência de veranicos, como na<br />

região sudeste e sul e caracteriza-se<br />

pela distribuição uniforme da chuva<br />

ao longo do ano e ausência de uma<br />

estação seca bem definida. Devese<br />

optar por sistemas versáteis, que<br />

podem ser utilizados em mais de<br />

uma área, em cultivos intensivos ou<br />

extensivos.<br />

A irrigação complementar<br />

é aquela que visa suprir a demanda<br />

hídrica das plantas durante um<br />

período mais longo de deficiência<br />

hídrica, como ocorre na região<br />

central do Brasil. O investimento<br />

em sistemas fixos e com alta<br />

eficiência justifica-se, pois o período<br />

de utilização deverá ser maior.<br />

Com quantidade de chuvas<br />

aparentemente satisfatória, mas com<br />

distribuição concentrada nos meses<br />

de primavera e verão, pouquíssimas<br />

propriedades do Tocantins estão<br />

preparadas para o período da seca,<br />

resultando em um decréscimo significativo<br />

na oferta de forragem durante<br />

essa época. Por consequência,<br />

a exploração do potencial produtivo<br />

da estação chuvosa fica limitada à<br />

capacidade de produção de forra-<br />

32<br />

EDIÇÃO <strong>36</strong> | ANO 08 | MAI/JUN <strong>2018</strong>


mm<br />

gem durante a seca ou dependente<br />

da comercialização de animais, ainda<br />

não acabados, a baixos preços de<br />

mercado.<br />

As condições climáticas<br />

para obter-se produção forrageira<br />

satisfatória por todo ano são: água<br />

disponível, temperatura ótima e intensidade<br />

luminosa, dentre os fatores<br />

citados, aquele que pode sofrer<br />

algum tipo de intervenção é a quantidade<br />

de água oferecida à planta,<br />

que pode ser mediante irrigação.<br />

Na região central do estado,<br />

a média anual de chuva é de 1650<br />

mm e as das temperaturas mínima<br />

e máxima são de 22 e 33 °C (Figura<br />

1), respectivamente, o que representagrande<br />

parte das áreas de pastagens<br />

do estado.<br />

350<br />

300<br />

250<br />

200<br />

150<br />

100<br />

50<br />

0<br />

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez<br />

Chuva TEMPmínima TEMPmáxima<br />

Figura 1. Dados climáticos médios da estação<br />

de Palmas (TRMM.5192), de 01/03/00 a<br />

20/05/18. (AGRITEMPO, <strong>2018</strong>)<br />

Tais temperaturas, portanto,<br />

garantem potencial de Bcrescimento<br />

de plantas forrageiras tropicais B ao<br />

longo do ano todo, desde que ocorra<br />

o fornecimento de água e nutrientes<br />

durante o período seco do ano.<br />

Estudos de simulação, considerandoa<br />

temperatura média do ar e o<br />

comprimento do dia,mostraram<br />

que a região de Porto Nacional –<br />

TO tem potencial de manter a taxa<br />

de lotação média anual de 7,1 UA/<br />

ha, considerando-se somente a área<br />

irrigada.<br />

Entretanto, para a recomendação<br />

do uso da irrigação, devem<br />

ser considerados fatores como o<br />

ajuste na taxa de lotação, custo de<br />

aquisição de animais de reposição e<br />

o preço de venda (relação de troca);<br />

40<br />

35<br />

30<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

°C<br />

além do manejo do pastejo, para que<br />

este seja feito de forma eficiente, assegurando<br />

que o investimento em<br />

adubação e irrigação seja convertido<br />

em arrobas de carne ou litros de leite<br />

produzidos.<br />

Em trabalho realizado na região<br />

de Lajeado – TO, com um sistema<br />

de irrigação do tipo aspersão<br />

convencional sobre capim massai<br />

(Panicummaximum cv. Massai), foi<br />

alcançada a produção de 24 t de matéria<br />

seca/ha/ano, com estimativa<br />

de 5,1 cabeças/ha/ano, considerando<br />

animais com peso vivo médio de<br />

300 kg.<br />

Interessante ressaltar o efeito<br />

sobre a estacionalidade de produção<br />

de forragem, a produção obtida<br />

no período seco, que representou<br />

apenas 1% no tratamento sem irrigação,alcançou<br />

19% com o uso da<br />

irrigação (Figura 2).<br />

25<br />

20<br />

20<br />

42 42<br />

2<br />

59<br />

15<br />

16<br />

22<br />

22<br />

Jun-Set Out-Nov Dez-Mar Abr-Mai<br />

Jun-Set Out-Nov Dez-Mar Abr-Mai<br />

Figura 2. Distribuição percentual da produção<br />

anual de forragem obtida sem irrigação (A) e com<br />

irrigação por aspersão (B) em Lajeado - TO.<br />

16<br />

Apesar dos resultados obtidos<br />

serem animadores,ainda são necessários<br />

estudos sobre o desempenho<br />

animal e viabilidade econômica<br />

em condições de cerrado de baixa<br />

altitude,sem interferência de microclima,<br />

para recomendar o melhor<br />

manejo de irrigação.<br />

Recomenda-se, para que a<br />

tomada de decisão seja mais precisa,<br />

o produtor avaliese os resultados<br />

obtidos com o sistema de sequeiro<br />

já estão próximos ao potencial produtivo.<br />

Pois, o aumento do nível tecnológico<br />

da atividade e a intensificação<br />

da produção trazem também o<br />

aumento no nível de complexidade<br />

do sistema, exigindo que o planejamento<br />

e o gerenciamento também<br />

se intensifiquem.<br />

Caso ainda não tenha atingido<br />

um nível de produção satisfatório<br />

utilizando tecnologias mais simples<br />

e com relação benefício-custo<br />

mais favorável, é recomendado o investimento<br />

em tecnologias de base<br />

(como correção do solo, manejo<br />

da fertilidade e manejo do pastejo)<br />

antes de alçar voos mais arriscados<br />

e que exigem maior investimento e<br />

conhecimento, como a irrigação.<br />

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Leila da Silva Assunção<br />

Zootecnista<br />

Phyllypi F. Melo<br />

Gestor Técncico Comercial - CriaBem<br />

Zootecnista<br />

SUPLEMENTAÇÃO<br />

SUPLEMENTAÇÃO NA SECA<br />

O período transição e seca do ano é definido normalmente entre os meses de maio a outubro, momento<br />

esse que as forragens apresentam baixo teor de proteína e energia e maior concentração de fibras. Esse fato<br />

proporciona queda no desempenho dos bovinos em pastejo, uma vez que as pastagens por si só não conseguem<br />

suprir as exigências de mantenças dos animais, podendo causar perda de peso e prejuízos ao pecuarista.<br />

A suplementação mineral<br />

protéica de bovinos no período<br />

seco e crítico do ano é de suma<br />

importância para o lucro na pecuária<br />

tropical, todavia os pecuaristas<br />

muitas vezes não se prepararam<br />

para esse período, causando grande<br />

transtorno dentro das propriedades.<br />

Sendo assim o uso da técnica de<br />

suplementação seja por concentrado<br />

ou volumoso traz grandes benefícios<br />

para este período que é considerado<br />

o mais crítico dentro da pecuária.<br />

O baixo teor de proteína<br />

é o fator limitante das pastagens<br />

nessa época do ano, e sua correção,<br />

normalmente, resulta em aumento<br />

no consumo e digestibilidade da<br />

pastagem. Isto porque as bactérias<br />

celulolíticas, responsáveis pela<br />

digestão da fibra, necessitam para<br />

o seu crescimento, de amônia (que<br />

pode ser fornecida pela uréia), mas<br />

também de esqueletos de carbono<br />

(fornecido pelos carboidratos e<br />

proteína verdadeira).<br />

A fração protéica utilizada<br />

no rúmen é denominada de<br />

Proteína Degradada no Rúmen<br />

(PDR) e sua exigência está<br />

relacionada diretamente com os<br />

microorganismos do rúmen e<br />

não com o animal. Essa exigência<br />

aumenta proporcionalmente à oferta<br />

de energia (NDT) ao animal, e pode<br />

ser estimada usando-se a equação:<br />

PDRg/animal/dia = 12,5%NDT,<br />

kg/animal/dia. É aconselhável que<br />

no suplemento mineral protéico, a<br />

proporção de PDR com origem na<br />

uréia, não ultrapasse 30% do PDR<br />

total.<br />

Sem suplementação adequada,<br />

as pastagens não atendem as exigências<br />

mínimas de mantença para<br />

bovinos que requerem 7% de proteína<br />

bruta na dieta. Apesar de garantir<br />

um estoque de forragem para<br />

ser utilizado sob pastejo durante os<br />

meses de entressafra, o diferimento<br />

do uso da pastagem resulta em produção<br />

de forragem de limitado valor<br />

nutritivo.<br />

A qualidade da forragem,<br />

refletida no desempenho animal é a<br />

resposta da interação entre inúmeros<br />

fatores abióticos e bióticos do<br />

ecossistema.<br />

O entendimento destas<br />

complexas inter-relações permite a<br />

adoção de práticas de manejo que<br />

proporcionam a exploração do potencial<br />

genético dos animais, bem<br />

como da forragem disponível. Sendo<br />

assim, se nesta fase não houver<br />

uma suplementação adequada na<br />

dieta dos animais, a fim de suprir os<br />

nutrientes deficientes na forragem,<br />

haverá redução no seu desempenho,<br />

pois nutrientes corporais são mobilizados<br />

para mantença, resultando<br />

assim, em aumento da idade de aba-<br />

<strong>36</strong><br />

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te e redução da taxa de desfrute da<br />

fazenda e aumento do custo fixo do<br />

sistema.<br />

Com isso, a suplementação<br />

de animais em pastejo durante o<br />

período da seca tem por finalidade<br />

suprir esta deficiência nutricional<br />

das pastagens permitindo assim<br />

eliminar a perda de peso, uma vez<br />

que ao melhorar a digestibilidade<br />

das forrageiras, minimiza os efeitos<br />

de enchimento ruminal, possibilita<br />

maior consumo de forragem e,<br />

consequentemente, melhora o<br />

desempenho animal.<br />

O tipo de suplemento empregado,<br />

seu nível de fornecimento<br />

e composição, bem como os ganhos<br />

proporcionados devem ser considerados<br />

no momento da sua implementação<br />

em sistemas de produção<br />

com base no uso de forrageiras, para<br />

a maior eficiência do sistema e a maximização<br />

da renda do produtor rural.<br />

Um dos principais ingredientes<br />

utilizados no período da seca é o nitrogênio<br />

não protéico (ureia), onde<br />

o mesmo faz parte dos suplementos<br />

minerais protéico, sua substituição<br />

pela proteína verdadeira pode<br />

chegar até 25% de acordo com as<br />

pesquisas, a principal característica<br />

dessa fonte de nutriente é o seu<br />

preço, pois está abaixo das fontes<br />

de proteína verdadeira como farelo<br />

de soja, torta de girassol e outros. A<br />

substituição da proteína verdadeira<br />

pelo nitrogênio não protéico (NNP)<br />

da ureia em dietas para ruminantes<br />

é possível somente em virtude da<br />

capacidade dos microrganismos ruminais<br />

de converter o NNP em proteína<br />

de alto valor biológico.<br />

A ureia é incluída na<br />

alimentação de ruminantes, com<br />

o objetivo de substituir a proteína<br />

verdadeira, de maior custo, ou<br />

acrescentar nitrogênio em sistemas<br />

de produção com forragens de baixo<br />

valor protéico. O principal objetivo<br />

da uréia na suplementação é manter<br />

a concentração de amônia ruminal<br />

em níveis elevados, aumentando,<br />

assim, o consumo por intermédio de<br />

melhorias na fermentação ruminal.<br />

A utilização de cada<br />

suplemento é recomendada a partir<br />

do objetivo a ser alcançado e é<br />

preciso atentar sempre à existência<br />

de três tipos de dieta: a que é<br />

formulada, a que chega ao cocho<br />

e a que o animal consome. O erro<br />

em cada uma destas resulta em<br />

comprometimento do desempenho<br />

dos animais.<br />

Outro importante fator é o<br />

espaço de cocho disponível para os<br />

animais em suplementação. Quando<br />

o consumo aumenta, o espaço de<br />

cocho também precisa aumentar<br />

para que os animais tenham um<br />

melhor acesso. Para misturas com<br />

consumo de 0,05 % do peso vivo,<br />

são necessários, pelo menos 5<br />

centímetros de espaço linear de<br />

cocho; para misturas de 0,1 %, 10<br />

cm e para 0,2 % de consumo, pelo<br />

menos 20 cm de cocho. Monitorar<br />

constantemente o consumo é<br />

outro fator para que se consigam<br />

os resultados propostos. Tendo<br />

conhecimento dos ingredientes que<br />

são inibidores de consumo (uréia e<br />

sal comum) e os que são estimulantes<br />

(farelos), a fórmula pode ser alterada<br />

para que o consumo seja adequado.<br />

Outro cuidado essencial é<br />

a taxa de lotação das propriedades.<br />

Com a queda da qualidade do pasto,<br />

é inviável manter a taxa de lotação<br />

do período das águas. Se antes o<br />

produtor conseguia colocar até<br />

quatro cabeças por hectare, na seca<br />

uma cabeça já se torna interessante.<br />

A suplementação no<br />

período seco do ano representa<br />

uma forma de introduzir um novo<br />

tipo de manejo a propriedade de<br />

modo a otimizar o uso da forragem<br />

ao longo do ano disponibilizando<br />

nesses períodos críticos um aporte<br />

de nitrogênio ao sistema que<br />

servirá para estimular o consumo<br />

e consequentemente aumentar a<br />

produção. A utilização da técnica<br />

de suplementação alimentar em<br />

sistemas de produção animal em<br />

pasto devem, como em qualquer<br />

atividade econômica, respeitar uma<br />

relação entre custo e benefício<br />

que otimize o sistema. Para isso é<br />

fundamental o acompanhamento<br />

de todas as etapas do processo<br />

e que algumas condições sejam<br />

estabelecidas.<br />

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Marcello Costa<br />

Engenheiro Agrônomo<br />

marcellocosta03@gmail.com<br />

OVINOCULTURA<br />

OVINOCULTURA<br />

o agora, planejando o futuro<br />

A produção de carne ovina tem aumentado recentemente, impulsionada por um mercado consumidor,<br />

potencialmente grande nos grandes centros urbanos brasileiros. Temos uma expansão por vários estados com<br />

destaque para Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo e mais recentemente Minas Gerais. A<br />

produção de carne apresenta-se como uma atividade alternativa capaz de adicionar renda aos negócios por ser uma<br />

atividade que consome pequenos espaços e, se bem conduzida, produzir com eficiência e lucratividade.<br />

A carne ovina é quase<br />

uma unanimidade com relação ao<br />

apresso e a aceitação por parte da<br />

população e está sendo apontado<br />

como uma alternativa de fonte<br />

protéica. No entanto, para a<br />

produção de animais jovens para<br />

o abate é preciso modificar o meio<br />

ambiente, principalmente no que<br />

se refere à alimentação (pastagens,<br />

concentrados, etc.).<br />

As alternativas que se<br />

apresentam são o uso de pastagens<br />

cultivadas e o fornecimento de<br />

alimento no cocho, como forma de<br />

suplementação à pasto ou, então,<br />

manter os animais confinados.<br />

A atividade se sustenta no<br />

tripé: NUTRIÇÃO, MANEJO<br />

E GENÉTICA. Temos avanços,<br />

estagnação e retrocesso nos vértices<br />

desse triangulo. A mão de obra<br />

precisa ser técnica, pois, são animais<br />

extremamente susceptíveis ao ataque<br />

de vermes internos ou externos,<br />

sendo primordial um calendário<br />

de vacinação e vermifulgação<br />

constantes. Vale ressaltar que criação<br />

de ovinos e bem diferente da criação<br />

de bovinos.<br />

No estado do Tocantins,<br />

tivemos um aumento exponencial<br />

nos últimos 10 anos, fazendo com<br />

que nos tornássemos o 2º rebanho<br />

de ovinos da região Norte do Brasil,<br />

com um efetivo beirando às 135 mil<br />

cabeças. Como o restante do pais,<br />

o Tocantins, apresenta altos índices<br />

de informalidade. E desponta<br />

como grande impedidor do<br />

desenvolvimento da Ovinocultura,<br />

na medida em que provoca<br />

concorrência desleal com a indústria<br />

que vier a se estabelecer no estado.<br />

Além disso, não estimula<br />

a melhoria das técnicas de criação<br />

com qualidade superior e que seja<br />

competitivo com as demais carnes.<br />

O consumidor, por sua vez,<br />

não faz restrições ao consumo de<br />

carne clandestina. A informalidade<br />

do comercio traz, ao mesmo<br />

tempo, custos e benefícios à cadeia<br />

produtiva.<br />

No estado do Tocantins o<br />

escoamento da produção se dá principalmente<br />

através do autoconsumo,<br />

da venda direta para os atravessadores<br />

ou da venda direta ao consumidor<br />

(animais vivos ou abatidos).<br />

Para o criador, as características<br />

zootécnicas dos ovinos levam à<br />

aceleração da produção. A gestação<br />

40<br />

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da ovelha dura 5 meses, as fêmeas<br />

jovens estão aptas à reprodução<br />

com 8 meses e os cordeiros podem<br />

ser abatidos com idade menor que 6<br />

meses e com peso acima de 15 Kg<br />

de carcaça, ou seja, o período de recria<br />

é pequeno e os machos estão<br />

prontos para o abate rapidamente.<br />

Dessa forma, é possível a exploração<br />

de rebanhos grandes, em áreas<br />

relativamente pequenas.<br />

Além disso, os ovinos se<br />

adaptam perfeitamente às condições<br />

de solo e clima do bioma Cerrado,<br />

que caracteriza o Tocantins que<br />

vem se despontando juntos com<br />

os outros estados que compõem<br />

o MATOPIBA, na última grande<br />

fronteira agrícola do mundo. Toda<br />

a minha narrativa, partem de uma<br />

experiência em que vivenciei e<br />

vivencio no meu dia a dia nos<br />

últimos 3 anos de trabalho.<br />

Seguem algumas sugestões para<br />

implementação imediata de<br />

algumas ações, simples, mais<br />

extremamente eficazes:<br />

• Criação de 3 PDOA`s<br />

(Propriedade de Descanso de<br />

Ovinos para Abate). Em Gurupi,<br />

Colinas do Tocantins e Araguaína.<br />

Utilizando os parques de exposição<br />

que ficam ociosos na maior parte<br />

do tempo. A gestão e manutenção<br />

dessas PDOA`s fica a cargo dos<br />

produtores;<br />

• Linha de crédito específica<br />

(Bancos).<br />

• Organização dos produtores em<br />

associações e/ou cooperativas<br />

regionais, que irão se comprometer<br />

com o fornecimento de<br />

cordeiros com uma periodicidade<br />

(mensal, semanal), com<br />

isso, os produtores terão força<br />

para negocias com o comprador<br />

(indústria ou atravessador) e podem<br />

fazer grupos de compra de<br />

insumos.<br />

• Criação de um programa piloto<br />

intitulado “MAIS OVELHA”.<br />

Será detalhado no decorrer<br />

desse artigo.<br />

Vale lembrar que sem A<br />

EFETIVA PARTICIPACAÇÃO<br />

DO PRODUTOR NO PROCES-<br />

SO, as iniciativas se tornam inócuas.<br />

O mercado, seja ele estadual<br />

e nacional, se apresenta com demanda<br />

maior que a oferta, o que leva à<br />

necessidade de aumentar o rebanho<br />

ovino para diminuir as importações.<br />

No estado, já existe um frigorífico<br />

misto (bovinos e ovinos), funcionando<br />

na cidade de Miracema-To,<br />

com SIE (Selo de Inspeção Estadual),<br />

o que é um fato positivo, pois, é<br />

uma das reivindicações dos produtores.<br />

Mais, ainda falta a união dos<br />

“elos” dessa cadeia produtiva. A falta<br />

de um “pacote tecnológico”, que<br />

estimule a criação em escala.<br />

O chegada desse frigorífico,<br />

a conclusão do que está sendo construído<br />

no município de Aliança do<br />

Tocantins e os 8 novos frigoríficos<br />

que estão sendo licitados através do<br />

PDRIS (Projeto de Desenvolvimento<br />

Regional Integrado e sustentável),<br />

que tem como parceiro o governo<br />

do estado do Tocantins, nesse caso,<br />

através de SEAGRO. Abrem alternativas<br />

de abate e comercialização,<br />

se tornando, uma oportunidade<br />

única para que os entes envolvidos<br />

em todo o processo que move essa<br />

cadeia, se unam e façam reuniões<br />

se comprometendo na entrega do<br />

produto e na negociação de preços<br />

pagos pelos compradores sejam frigoríficos<br />

ou atravessadores.<br />

Torna-se necessário o aprimorar<br />

dessas articulações, dos entes<br />

(públicos e/ou privados), melhorando<br />

o ambiente competitivo, principalmente<br />

através da modernização<br />

da legislação e da criação de incentivos<br />

efetivos à produção de carne<br />

ovina e caprina. Na área privada,<br />

devem ser desenvolvidas ações de<br />

cooperativismo para gestão profissional,<br />

e sem, interferência política<br />

das futuras plantas.<br />

Nessa viajem, pelo estado<br />

do Tocantins, estivemos em vários<br />

municípios coletamos dados “in<br />

• Assistência Técnica Qualificada<br />

(cursos teóricos e práticos).<br />

• Desoneração da carga tributária<br />

(ICMS, GTA).<br />

EDIÇÃO <strong>36</strong> | ANO 08 | MAI/JUN <strong>2018</strong><br />

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loco” através de uma pesquisa, junto<br />

aos produtores e aos entes públicos<br />

e privados, que é a base de dados<br />

para a publicação do “Diagnóstico<br />

da Oferta e Demanda de Ovinos e<br />

Caprinos para Processamento de<br />

Carne, Pele e Leite na Região Central<br />

do Tocantins”. Esse trabalho,<br />

extremamente atual e direcionador,<br />

como ferramenta de gestão e ações<br />

políticas (públicas ou privadas).<br />

O lançamento foi durante<br />

a “AGROTINS <strong>2018</strong>”. Foi traçado<br />

um retrato atual da atividade<br />

em todo o estado e propõe<br />

ações conjuntas. Oprodutor, na<br />

maioria, fica esperando, uma ajuda<br />

governamental para entrar na<br />

atividade o que caracteriza um alto<br />

nível de amadorismo e paternalismo<br />

para com a atividade.<br />

Passamos a conviver com as<br />

reais necessidades, vindas do campo<br />

e que cria um direcionador, para o<br />

arranjo produtivo e para o desenvolvimento<br />

cadeia produtiva como<br />

um todo. É preciso, independente<br />

da construção de frigoríficos, criar<br />

mecanismos para que a comercialização<br />

seja, realmente viabilizada.<br />

Temos exemplos de sucesso<br />

no MS, com a utilização dos espaços<br />

existentes (Baias, currais), que são<br />

utilizados para a realização de feiras<br />

agropecuárias, com isso estimulando<br />

os produtores a utilizarem como um<br />

ponto de terminação e/ou descanso,<br />

para embarque.<br />

Que é a síntese das PDOA`s<br />

(Propriedade de Descanso de<br />

Ovinos para Abate). Descrito e<br />

sugerido por André Sorio(<strong>2018</strong>).<br />

Temos, como representantes e<br />

entusiastas dessa cadeia, fomentar<br />

essa união entre produção e abate.<br />

Em todas as conversas com<br />

os vários agentes envolvidos, sempre<br />

nos deparávamos com um assunto<br />

extremamente recorrente: “GES-<br />

TÃO DAS PROPRIEDADES”.<br />

Existem vários programas de sucesso<br />

no Brasil. Vou me ater, a um, que<br />

atualmente está sendo executado no<br />

estado de Alagoas que tem o nome<br />

de “MAIS PASTO”, por ser focado<br />

na cadeia produtiva de bovinos. Alguns<br />

pontos que chamam atenção<br />

nesse programa:<br />

• Mudança na gestão das propriedades<br />

com a participação direta<br />

do proprietário;<br />

• É cobrada uma taxa de<br />

assistência técnica, para que os<br />

mesmos se sintam responsáveis;<br />

• Os produtores que são<br />

associados a alguma entidade<br />

de classe. Precisam estar<br />

adimplentes para participarem;<br />

• Todos os indicativos diretos<br />

e indiretos tiveram melhoras.<br />

Taxa de lotação, proteção de<br />

nascentes, dentre outros;<br />

• É feito um mapeamento<br />

completo da propriedade onde<br />

consta, um planejamento com<br />

cronograma de execução,<br />

visando as reformas e divisões<br />

de pastagens, entre outros;<br />

• Em dois anos já ouve aumento<br />

da produtividade com isso<br />

aumentando a rentabilidade das<br />

propriedades;<br />

• São feito “dias de campo”, para<br />

a divulgação dos resultados.<br />

Em face dos pontos acima.<br />

Poderíamos no nosso estado criar<br />

um programa piloto, intitulado<br />

“MAIS OVINOS”, que trabalharia<br />

na mesmo linha do exemplo citado.<br />

Para complementar. As<br />

ideias e ações a serem executadas,<br />

são muitas, ficando as entidades<br />

sejam elas públicas ou privadas,<br />

responsáveis por trabalhar de uma<br />

forma integrada, para proporem<br />

ações que venham a fomentar e<br />

desenvolver essa cadeia produtiva<br />

e com isso, aumentar a renda<br />

do produtor e da propriedade<br />

rural, através da diversificação de<br />

atividades.<br />

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Cristiane Louriano Barboza<br />

Zootecnicsta<br />

crislouriano@hotmail.com<br />

SUPLEMENTAÇÃO II<br />

Estratégias para suprir as<br />

exigências nutricionais<br />

do rebanho no período da seca<br />

Entramos no período mais preocupante para o produtor, definido pela ausência de chuvas, o famoso período<br />

da seca, compreende o mais complexo em termos de disponibilidade de forragens, pois o capim não cresce<br />

com a mesma força que em condições climáticas adequadas, o que leva a uma redução de sua qualidade nutricional,<br />

e prejudica tanto a quantidade quanto a qualidade da forragem. Em propriedades que os animais dependem exclusivamente<br />

do pasto, sofreminfluência direta, que devido à essa baixa disponibilidade e qualidade nutricional, leva a<br />

perda de peso, queda na produção de leite e também afeta a taxa de fertilidade, pois os animais precisam suprir as<br />

exigências para manutenção, produção e reprodução.<br />

Além destes, ficam mais susceptíveis<br />

a doenças e correm maior<br />

risco de morte. A nutrição é o fator<br />

que mais interfere em qualquer sistema<br />

de criação. Os custos com alimentação<br />

dos animais é o maior da<br />

cadeia produtiva. Portanto, merece<br />

atenção especial. Lembrando que as<br />

exigências nutricionais vão além de<br />

simplesmente fornecer um alimento,<br />

não é apenas ¨matar a fome¨, é<br />

necessário o acompanhamento de<br />

um profissional qualificado.<br />

De uma forma geral, a estratégia<br />

alimentar adotada na propriedade<br />

definirá o sucesso ou o<br />

fracasso da atividade desenvolvida.<br />

É necessário consciência de que<br />

o caminho da lucratividade passa<br />

pela intensificação da nutrição. E o<br />

mercado está repleto de tecnologias<br />

disponíveis. Cabendo ao produtor<br />

priorizar as que trarão melhor relação<br />

custo x benefício.<br />

É importante destacar que<br />

a atenção ao rebanho deve vir antes<br />

do período da seca. O produtor<br />

deve estar preparado e possuir um<br />

planejamento alimentar para que<br />

seu rebanho tenha condições de<br />

enfrentar os períodos sem chuva. A<br />

ausência de tal planejamento, acarretará<br />

prejuízos à atividade.<br />

A suplementação mineral é<br />

uma das práticas nutricionais mais<br />

importantes na atividade, os minerais<br />

desempenham várias funções<br />

no organismo, além de estarem relacionados<br />

com o crescimento do<br />

animal. Sendo necessária não apenas<br />

no período da seca, onde há baixa<br />

disponibilidade de forragens, pois<br />

na maioria das pastagens a concentração<br />

destes minerais não supre as<br />

exigências do rebanho. Sendo importante<br />

também, o manejo adequado<br />

de cocho, para que os animais<br />

tenham espaço adequado para receberem<br />

a suplementação.<br />

Outro ponto que deve ser<br />

considerado sempre, é o manejo<br />

das pastagens no decorrer do ano.<br />

Infelizmente, ainda deixamos muito<br />

a desejar, é necessário manejo de<br />

solo,(análise de solo,calagem, adubação,<br />

controle de pragas... ) não<br />

posso querer boas pastagens se não<br />

ofereço as condições essenciais para<br />

sua produção.<br />

A suplementação alimentar,<br />

feita de forma estratégica, em período<br />

da seca, converte perdas em<br />

ganhos, ou dependendo da situa-<br />

44<br />

EDIÇÃO <strong>36</strong> | ANO 08 | MAI/JUN <strong>2018</strong>


ção, pelo menos irá manter a condição<br />

do animal. Importante ressaltar<br />

que estamos falando em animais<br />

ruminantes, é necessário manter o<br />

equilíbrio no ambiente ruminal, observando<br />

por exemplo, no caso de<br />

suplementação com ureia, o período<br />

de adaptação e a quantidade máxima<br />

a ser inserida na dieta, para que não<br />

haja intoxicação e possivelmente<br />

perda de animais.<br />

Alternativas de alimentos<br />

para este período crítico são várias,<br />

desde resíduos agroindustriais (importante<br />

conhecer a procedência,<br />

controles, registros) até a silagem,<br />

que pode ser realizada ali mesmo na<br />

propriedade.<br />

Quando o produtor opta<br />

pela silagem, é importante a escolha<br />

da cultivar que levará a maior<br />

rendimento e qualidade nutricional,<br />

além da época de plantio. Podendo<br />

escolher usar o milho, sorgo, capim<br />

elefante... O importante sempre<br />

será avaliar a relação custo x benefício,<br />

fazer levantamento prévio. Sem<br />

esquecer, claro, do processamento<br />

(cuidados no preparo, para evitar<br />

perdas de qualidade) e armazenamento<br />

do produto.<br />

Uma opção que tem crescido<br />

muito devido a sua oferta e<br />

qualidade nutricional é a utilização<br />

de soja e cia, podendo ser fornecida<br />

tanto crua, como processada, desde<br />

que se observe o limite de inclusão.<br />

-Farelo de soja: Constitui uma excelente<br />

fonte de proteína para bovinos,<br />

rico em proteína e energia, com<br />

excelente perfil de aminoácidos. O<br />

tratamento térmico adequado (tempo<br />

e temperatura) aumenta a fração<br />

de PNDR.<br />

• Grão de soja cru: O grão de<br />

soja pode ser fornecida cru aos<br />

ruminantes, pois os fatores antinutricionais<br />

(uréase) não geram<br />

problemas, como ocorre nos<br />

monogástricos. Porém, temos limitações,<br />

a alta concentração de<br />

gordura pode afetar a fermentação<br />

ruminal, reduzindo a digestão<br />

da fibra. A soja pode ser fornecida<br />

tanto em grãos inteiros,<br />

como moída (grosseiramente).<br />

A moagem deverá ser realizada<br />

momentos antes do fornecimento,<br />

pois o alto conteúdo<br />

de gordura leva a rancificação,<br />

que em dias quentes pode ocorrer<br />

ainda mais rapidamente. Não<br />

é recomendável fornecer soja<br />

crua em rações com ureia.<br />

• Grão de soja tostado: Quando<br />

o processamento ocorre adequadamente,<br />

terá um aumento<br />

da proteína que escapa da degradação<br />

ruminal, levando a<br />

maior quantidade de aminoácidos<br />

essenciais no intestino. De<br />

uma forma geral, o tempo de<br />

processamento e a temperatura<br />

aplicada interferem na digestibilidade<br />

da proteína. É importante<br />

avaliar também o aumento dos<br />

custos do processamento da<br />

soja. Se será viável para a propriedade.<br />

• Casca de soja: Também é uma<br />

alternativa, custo inferior, alta<br />

concentração de fibra, deve-se<br />

ter atenção à inclusão para não<br />

reduzir a digestibilidade da ração.<br />

• Soja integral e semi integral<br />

extrusada: com excelentes<br />

níveis de Proteína, digestibilidade<br />

e alta concentração de gordura.<br />

A extrusão é um tratamento<br />

térmico que combina calor,<br />

pressão e trabalho mecânico.<br />

As vantagens destes produtos<br />

vão desde qualidade nutricional,<br />

palatabilidade, textura. Os animais<br />

são atraídos também pelo cheiro,<br />

que aliados ao paladar, levam a<br />

maior consumo.<br />

Alguns estudos constataram<br />

que a inclusão de soja extrusada na<br />

dieta de vacas leiteiras aumentou<br />

significativamente a produção de<br />

leite e a concentração de proteína<br />

no leite, mas diminuiu a concentração<br />

de gordura . Porém, é necessário<br />

ter atenção a sua inclusão, devido ao<br />

percentual de gordura e sua interferência<br />

na fermentação ruminal.<br />

Além dos alimentos citados,<br />

existem muitos outros que também<br />

poderão ser fornecidos, e trarão resultados<br />

significativos sim.<br />

Ressalto mais uma vez, que<br />

antes de oferecer qualquer que seja<br />

o alimento, suplemento aos animais,<br />

é primordial buscar orientação de<br />

profissional capacitado, para que os<br />

níveis de inclusão, período de adaptação<br />

sejam levados em consideração.<br />

Pois o objetivo é obter lucratividade,<br />

e a precipitação poderá levar<br />

a prejuízos, doenças metabólicas,<br />

intoxicações e em casos mais graves,<br />

a perda de animais.<br />

Cabe aos produtores/técnicos,<br />

buscar produtos seguros.Hoje<br />

dispomos de inúmeras indústrias<br />

sérias, que monitoram seus parâmetros<br />

de qualidade desde a recepção<br />

da matéria prima até a expedição do<br />

produto final, que possuem registro<br />

junto ao Ministério da Agricultura.<br />

EDIÇÃO <strong>36</strong> | ANO 08 | MAI/JUN <strong>2018</strong><br />

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Alexandre Andrade de Souza<br />

Empresário Contábil<br />

aasouza28@conexaocontabilto.com.br<br />

OBRIGAÇÕES FISCAIS<br />

FUNRURAL<br />

MAIS VIVO DO QUE NUNCA<br />

A atividade agropecuária no Brasil está sempre lutando com a grande carga tributária empregada sobre sua<br />

atividade, refletindo significativamente sobre o valor do produto agropecuário nos diversos setores de produção até<br />

chegar à mesa da população. Como exemplo de um dos obstáculos que tem este setor podemos citar o FUNRURAL,<br />

que é uma contribuição previdenciária patronal altamente questionada e cobrada sobre o faturamento bruto na<br />

atividade, sendo para Pessoa Física ou Jurídica, porém, ainda não extinta sua cobrança e sendo obrigatória para<br />

todos os contribuintes deste setor. Citamos a importância de toda a legislação e regras para os produtores rurais<br />

pessoa física e pessoa jurídica junto ao FUNRURAL, porém, daremos um enfoque específico para o produtor rural<br />

pessoa física.<br />

É assim que encontramos<br />

o FUNRURAL, mais vivo do que<br />

nunca, com a decretação e sancionamento<br />

da Lei 13.606/<strong>2018</strong>, que<br />

institui o Programa de Regularização<br />

Tributária <strong>Rural</strong> - PRR na Receita<br />

Federal do Brasil e na Procuradoria<br />

Geral da Fazenda Nacional e<br />

alterou diversas Leis, inclusive sobre<br />

a continuidade da cobrança, mas<br />

com uma alíquota menor a partir de<br />

01/01/<strong>2018</strong>. A principal mudança é<br />

que a Lei 13.606/<strong>2018</strong> alterou o artigo<br />

25, inciso I, da Lei 8.212/1991<br />

e com isso, a alíquota de contribuição<br />

previdenciária do produtor rural<br />

pessoa física passa a ser de 1,2%,<br />

RAT 0,1% e SENAR 0,2%, totalizando<br />

1,5%, no lugar de 2,3% antigamente.<br />

Com as novas regras após a<br />

aprovação da Lei 13.606/<strong>2018</strong>, foi<br />

conquistada mais uma vitória para<br />

os produtores rurais pessoa física,<br />

com a derrubada do veto presidencial<br />

que normatizava a cobrança sobre<br />

o faturamento total alcançado,<br />

onde obrigava os produtores rurais<br />

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que comercializassem a produção<br />

agropecuária com outros produtores<br />

rurais pessoas físicas a recolher<br />

sobre esta comercialização, onde o<br />

mesmo item negociado seria cobrado<br />

o FUNRURAL quantas vezes<br />

esse produto fosse comercializado.<br />

Já pensou se continuasse a<br />

regra como era antes, o animal revendido<br />

5 (cinco) vezes até chegar<br />

ao abate no frigorífico, seria um<br />

exemplo de cobrança multifásica<br />

onerando os pecuaristas, refletindo<br />

no preço do produto final.<br />

Desta forma, com a atualização<br />

pela Lei 13.606/<strong>2018</strong>, o produtor<br />

rural pessoa física terá como<br />

cobrança de FUNRURAL os valores<br />

resultantes de abates realizados<br />

em Frigoríficos ou revenda deste e<br />

demais produtos agropecuários com<br />

empresas, que são responsáveis de<br />

fazer a retenção do FUNRURAL e<br />

repassar o acerto ao produtor já com<br />

o valor deste descontado. Porém,<br />

de acordo com o artigo 6º, do Ato<br />

Declaratório Executivo CODAC nº<br />

6/<strong>2018</strong>, a isenção ora estabelecida<br />

NÃO SE APLICA às contribuições<br />

devidas ao SENAR de 0,2% pessoa<br />

física, estando sujeitas à cobrança<br />

pela Receita Federal do Brasil, conforme<br />

o referido Ato Declaratório.<br />

E, a partir de 01/01/2019os<br />

produtores rurais, poderão optar<br />

pelo pagamento da contribuição<br />

previdenciária sobre a folha de pagamento<br />

ou pelo faturamento, manifestando<br />

sua opção mediante pagamento<br />

da contribuição relativa a<br />

janeiro de cada ano.<br />

E, aproveitem o prazo que<br />

irá até 30/10/<strong>2018</strong> para débitos gerados<br />

até 30/08/2017, para regularizar<br />

os débitos junto ao Programa<br />

de Regularização Tributária <strong>Rural</strong> -<br />

PRR. Tendo como outro benefício<br />

a redução de 100% (cem por cento),<br />

das multas de mora e de ofício<br />

e dos encargos legais, incluídos os<br />

honorários advocatícios, que seriam<br />

cobrados na dívida junto ao FUN-<br />

RURAL,<br />

Lembrando que estes e demais<br />

detalhes sobre o FUNRURAL<br />

pessoa física aqui mencionado de<br />

forma resumida, para uma operação<br />

detalhada, procure um profissional<br />

qualificado e busque todas as<br />

orientações necessárias, baseada a<br />

sua obrigatoriedade de contribuição<br />

previdenciária, sendo ela pessoa física<br />

ou pessoa jurídica.<br />

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