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ARTIGO ESPECIAL: OITO REGRAS DAS FAZENDAS CAMPEÃS. Página 16<br />
EDIÇÃO <strong>33</strong> | ANO 07 | SET/OUT 2017
GRUPO<br />
O Grupo Uniggel aderiu ao Outubro Rosa<br />
Estimulando os colaboradores da empresa e a sociedade em geral especialmente as mulheres a participarem da<br />
prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama, o grupo realizou em suas unidades uma manhã de conhecimentos.<br />
Começamos a manhã da sexta-feira, 27 de outubro, realizando várias atividades: Palestra na sede de Palmas com a Dra. Ana Carolina<br />
Rocha - Especialista em Mastologista e Ginecologia; Depoimento da Elizangela Alves 38 anos de idade, que enfrentou recentemente<br />
uma batalha contra o Câncer de Mama; Presença da matriarca do Grupo Uniggel, Dona Maria Inácia, mãe dos Diretores Ronan,<br />
Sérgio e Fausto Garcia. Café da manhã nas sedes de Jataí, Chapadão do Céu/GO e Palmas/TO.<br />
Para a Diretora Betânia Garcia,<br />
“Esta ação é uma preocupação da empresa, que apoia a<br />
causa entre os colaboradores e os clientes. Saúde deve<br />
sempre estar em primeiro lugar”.<br />
““Quando somos diagnosticadas com a doença, nunca<br />
negligenciar, acreditar no tratamento sempre é fundamental,<br />
o câncer tem cura sim, eu estou curada graças a Deus e os<br />
médicos que cuidaram de mim.”<br />
Elizangela Alves<br />
“Parabenizo todas as mulheres da Uniggel Sementes<br />
por aderirem a este movimento de tamanha importância<br />
para a sociedade.”<br />
Dona Maria Inácia, matriarca do Grupo Uniggel Sementes<br />
ESTAMOS TODAS DE ROSA, LACINHOS ROSA, BALÕES ROSAS, E FAZEMOS PARTE DESSA LUTA!<br />
2<br />
EDIÇÃO <strong>33</strong> | ANO 07 | SET/OUT 2017<br />
#SomosUNIGGELsementes<br />
SomosOUTUBROROSA
GRUPO<br />
O CENÁRIO DA SOJA NA SAFRA 2017<br />
e os investimentos tecnológicos da Uniggel Sementes<br />
O Grupo Uniggel vem<br />
investindo pesado na certificação de suas<br />
sementes, assegurando e garantindo a<br />
produtividade de seus clientes. A confiança<br />
e a credibilidade são compromissos do<br />
Grupo. No entanto, o cenário Brasileiro<br />
vem enfrentando uma triste realidade; as<br />
sementes piratas e as sementes salvas,<br />
que afetam diretamente os multiplicadores<br />
as obtentoras e principalmente os<br />
produtores, provocam sérios problemas<br />
como a necessidade de ressemeadura e<br />
mau desenvolvimento das plantas, trazendo<br />
grande prejuízos financeiros a todos.<br />
O Diretor Fausto Garcia<br />
alerta: “O mercado de sementes na safra<br />
de 2017, esteve em um dos piores cenários<br />
dos últimos anos. A utilização de sementes<br />
UNIGGEL CONTINUA INVESTINDO EM TECNOLOGIA<br />
NOVO SISTEMA DE RASTREAMENTO DA UNIGGEL SEMENTES<br />
Investindo no monitoramento da produção e<br />
embarque das sementes de soja produzidas<br />
nas UBS’s de forma informatizada, a Uniggel<br />
Sementes desenvolveu e implantou recentemente<br />
o Sistema SIPAR. O Sistema irá<br />
controlar o estoque e expedição das sementes<br />
– da Lagoa da Confusão – TO.<br />
De acordo com o Analista de Sistemas da Uniggel, Wellington<br />
Campos, o projeto piloto tem utilizado o código de barras<br />
bidimensional, conhecido como QRCODE, que além de proporcionar<br />
agilidade, confiança, e transparência nos processos internos<br />
de produção e embarque da semente de soja, possibilita ainda que<br />
seus clientes consultem através do sistema todo o histórico da<br />
semente adquirida na empresa, como: dados do pedido, data do<br />
beneficiamento e laudo completo de boletim do laboratório e<br />
salvas sem respeitar a legislação e a<br />
pirataria aumentaram muito. Um dos<br />
maiores motivos para este acontecimento<br />
é a dificuldade de fiscalização pelos<br />
órgãos responsáveis, o alto custo de<br />
produção aliada a falta de crédito por<br />
parte dos bancos. O agricultor pensando<br />
em cortar custos, acaba optando pela<br />
compra ilegal de sementes no mercado<br />
deixando de lado, a escolha de uma<br />
semente certificada de alta qualidade. Isso<br />
acaba impactando em sua produtividade<br />
na hora da colheita e traz um prejuízo<br />
econômico para todos.<br />
Estima-se que 30% da safra<br />
brasileira 2016/2017 seja proveniente de<br />
sementes piratas. Desde a segunda<br />
quinzena do mês de setembro, a Associação<br />
Brasileira dos Produtores de Sementes<br />
de Soja (Abrass) está empenhada no<br />
combate à pirataria de sementes. Para<br />
acabar com esse mal no setor, a entidade<br />
divulgou a campanha nas redes sociais.<br />
http://abrass.com.br/semente-de-soja/combate-a-pirataria/<br />
Fausto Garcia<br />
data/hora que foi embarcada a semente. Sendo que essa última<br />
informação o cliente é informado através de mensagem de texto –<br />
SMS. A expectativa é que no próximo ano, SAFRA 17/18, o projeto<br />
se estenda para as outras unidades de beneficiamento da empresa<br />
no Chapadão do Céu/GO e Campos Lindos/TO.<br />
Uniggel Sementes um Show de Tecnologia!<br />
Visite nossas unidades e sinta a diferença!<br />
EDIÇÃO <strong>33</strong> | ANO 07 | SET/OUT 2017<br />
3
EDITORIAL<br />
Prezados Senhores,<br />
A chuva chegou! E com ela veio a esperança de promover fartura e<br />
alegria para todos nós. Pois traz consigo o início dos plantios da nova<br />
safra, a rebrota das pastagens existentes, a recuperação das matas e<br />
florestas, o renascimento das águas. Com estas bênçãos, também chegou<br />
a “ÉPOCA DE MUDAR DE ATITUDE...”<br />
• De quebrar paradigmas e contradizer o Dr. Fernando Penteado que<br />
escreveu com bastante sabedoria: O Brasil é um país onde as pessoas<br />
acham muito, observam pouco e não medem absolutamente nada.<br />
• De saber seu Lucro em R$/há ano!<br />
• De medir seus resultados!<br />
• De fazer benchmarking, ou seja, visitar quem sabe o lucro da sua<br />
fazenda e está melhor do que você!<br />
• De produzir uma @ de carne a baixo custo!<br />
• De planejar melhores condições para os períodos secos futuros!<br />
• De planejar uma pecuária mais produtiva, utilizando tecnologias<br />
disponíveis com mais profissionalização!<br />
• De parar de se preocupar só com o preço da venda da arroba (@)<br />
• De acabar com os “tabus” e palavras e frases “proibidas”<br />
► Qual foi o seu custo da @ produzida no período seco?<br />
► Qual o custo do seu boi?<br />
Índice<br />
08 | GENÉTICA ANIMAL<br />
10 | GENÉTICA ANIMAL II<br />
13 | GENÉTICA ANIMAL III<br />
16 | GESTÃO RURAL<br />
20 | CONTROLE FITOSSANITÁRIO<br />
22 | SUSTENTABILIDADE<br />
25 | EQUINOCULTURA<br />
Portanto, chegou a época de agir, mãos à obra pecuaristas. Pise no<br />
acelerador da produtividade em busca de melhores resultados.<br />
Aproveito a oportunidade para AGRADECER a dedicação, o<br />
comprometimento, o profissionalismo e a parceria de todos os<br />
AUTORES que engrandecem a <strong>Revista</strong> <strong>MB</strong> <strong>Rural</strong> e proporcionam<br />
uma leitura com elevado conteúdo técnico a todos os leitores, levando<br />
através de seus excelentes artigos o conhecimento, tão necessário para o<br />
crescimento profissional, contribuindo assim de forma espontânea para<br />
melhor capacitação de todo segmento do agronegócio.<br />
Muito obrigado!<br />
Finalizando, VEM AÍ O JÁ TRADICIONAL E ESPERADO<br />
GUIA RURAL 2018, esperado pela sua praticidade, funcionalidade<br />
e principalmente pela grande quantidade e diversidade de empresas<br />
participantes, em um único trabalho de forma ordenada, propiciando<br />
facilidade na gestão administrativa, nas pesquisas, orçamentos e<br />
aquisições de produtos e serviços. Venha, participe você também!<br />
Um forte abraço e boa leitura!<br />
Reinaldo Gil<br />
Eng. Agrônomo/<strong>MB</strong> Parceiro<br />
30 |SUCESSÃO FAMILIAR<br />
32 | CAPACITAÇÃO<br />
35 | RELACIONAMENTO<br />
38 | AGRONEGÓCIO<br />
41 | SILVICULTURA<br />
44 | SUPLEMENTAÇÃO<br />
46 | FRUTICULTURA<br />
49 | GENÉTICA ANIMAL IV<br />
Uma publicação do Grupo <strong>MB</strong> Parceiro<br />
Distribuição Gratuita<br />
Editores:<br />
Mauricio Bassani dos Santos<br />
CRMV-TO 126/Z<br />
Reinaldo Gil<br />
CREA 77816/D<br />
reinaldo.gil@uol.com.br<br />
(63) 98466 8919 / 98426 6697 (WhatsApp)<br />
Tiragem: 3.000 exemplares<br />
Contato Comercial Gurupí<br />
Maurício Fenelon<br />
(63) 99984 1439<br />
Projeto gráfico:<br />
Agência Lumia (63) 3602 3441<br />
Bruce Ambrósio e equipe<br />
A <strong>Revista</strong> <strong>MB</strong> <strong>Rural</strong> não possui matéria paga<br />
em seu conteúdo. As ideias contidas nos artigos<br />
assinados não expressam, necessariamente,<br />
a opinião da revista e são de inteira<br />
responsabilidade de seus autores.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>MB</strong> <strong>Rural</strong> (Adm/Redação):<br />
Endereço:<br />
204 Sul Av. LO 03, QI 17 Lt 02<br />
Palmas - TO - Cep.: 77.020-464<br />
Fones: (63) 98466-0066 / 3213 1630<br />
mauricio_bassani@yahoo.com<br />
A SERVIÇO DO AGRONEGÓCIO<br />
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EDIÇÃO <strong>33</strong> | ANO 07 | SET/OUT 2017
EDIÇÃO <strong>33</strong> | ANO 07 | SET/OUT 2017<br />
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Prof. Dr. Jorge Luís Ferreira<br />
UFT - Tocantins<br />
jorgeuft@gmail.com<br />
Fernanda Fioravantet<br />
Acadêmica Med. Vet. UFT<br />
fernanda.fioravante@outlook.com<br />
GENÉTICA ANIMAL<br />
SELECIONAR PARA<br />
QUALIDADE DE CARNE<br />
Muito se ouve: “O Brasil tem o segundo maior rebanho comercial do mundo”, “Nosso país é o maior<br />
exportador de carnes do mundo”, “Preço da arroba bovina cai consideravelmente”, “Operação carne fraca”,<br />
“Corrupção e conspiração na maior empresa de Alimentos do mundo”! Afinal, o agronegócio (pecuária) dá certo<br />
ou não no Brasil?!!!<br />
Difícil entender, não é mesmo?<br />
E ainda ouvimos: “Frigoríficos<br />
não renumeram produtores por<br />
qualidade”, “Fechamento de plantas<br />
frigorificas”, “Carne brasileira é barata<br />
por não ter qualidade”. Somos<br />
campeões apenas em quantitativo,<br />
mas cadê a qualidade? Onde erramos?<br />
Seleção em qualidade de<br />
carne tem sido extensivamente trabalhada<br />
em raças de origem taurina,<br />
não com o zebu que criamos (Nelore).<br />
Realmente, o Nelore, raça que<br />
predomina os sistemas pecuários<br />
brasileiros, não foi selecionado para<br />
esta variável. Já que temos tantos<br />
programas de melhoramento animal<br />
no país, por que não há seleção para<br />
qualidade de carne? Como então,<br />
iremos melhorar qualitativamente<br />
nossa carne? O quê fazer para agregar<br />
valor ao produto (carne)?<br />
Fazendo cruzamentos (F1),<br />
Tricros, substituição total do rebanho<br />
Nelore por animais cruzados<br />
ou raças taurinas (?). Essa última<br />
opção, totalmente fora de cogitação,<br />
principalmente por questões edafo-<br />
-climáticas e sistemas de produção.<br />
E o que fazer? Seleção para maciez<br />
e marmoreio?<br />
No mundo atual, e principalmente<br />
nos países do primeiro<br />
mundo os consumidores estão se<br />
tornando mais esclarecidos e exigentes,<br />
preconizando a cada dia por<br />
carnes macias e saudáveis. Entretanto,<br />
ao ponto de vista do produtor<br />
a questão que predomina é: vale a<br />
pena investir em qualidade de carne?<br />
E, sobretudo, quanto vale? Estas<br />
questões são pertinentes, já que<br />
os frigoríficos, em sua maioria, não<br />
bonificam por animais bem terminados,<br />
mas sim renumeram apenas<br />
por peso.<br />
Além disso, trabalhar com o<br />
marmoreio tem seu custo, e esta é<br />
uma característica que quando preconizada<br />
diminui o ganho de peso<br />
dos animais, ou seja, do ponto de<br />
vista do produtor: seu lucro diminui.<br />
Trabalhar com animais castrados,<br />
também é uma opção, mas quando<br />
colocado o fato de que estes também<br />
ganham menos peso, a ideia<br />
já é desconsiderada. Neste sentido,<br />
seria totalmente inválido dedicar-se<br />
a produção de carnes de qualidade.<br />
Portanto é justificável que, hoje em<br />
dia, os produtores pensem em aumentar<br />
a rentabilidade do sistema<br />
produtivo (Produtividade).<br />
Entendemos que o investimento<br />
deveria ser direcionado para<br />
o aumento da produtividade, particularmente<br />
na redução na idade de<br />
abate, o que é muito positivo para<br />
a qualidade de carne. Outro aspecto<br />
é a precocidade de crescimento e<br />
acabamento dos animais, pois com<br />
o aumento de peso e melhor acabamento<br />
de carcaça, poderá nos aproximar<br />
bastante do que geralmente se<br />
considera como uma carcaça de boa<br />
qualidade, pesada e bem acabada, de<br />
um animal jovem.<br />
O pecuarista deve buscar<br />
EFICIÊNCIA e PRODUTIVIDA-<br />
DE, independentemente de pagamento<br />
diferenciado. Priorizando<br />
seleção para redução na idade de<br />
abate, precocidade de crescimento<br />
e acabamento, levando ao aumento<br />
da produtividade. Assim, será a indústria<br />
que irá direcionar esse produto<br />
para os segmentos de mercado<br />
mais exigentes, e com o tempo<br />
a remuneração pela qualidade virá<br />
pelo aumento da demanda. O foco<br />
tem que ser na qualidade da carcaça,<br />
a qualidade da carne exige um nível<br />
de detalhamento muito maior.<br />
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Danilo Figueiredo<br />
Zootecnista<br />
danilomarfigueiredo@gmail.com<br />
GENÉTICA ANIMAL II<br />
Realizado no dia 6 de outubro de 2017 no Frigorífico Plena unidade de Paraíso do Tocantins, o abate técnico<br />
oficializado pela Associação dos Criadores de Nelore do Brasil – ACNB, animais do pecuarista José Eduardo<br />
Guimarães Motta – Nelore JEM. Com trabalho de seleção reconhecida na região Norte do país, propriedades no<br />
centro e sudoeste tocantinense, o criador que objetiva produzir no rebanho puro animais eficientes e produtivos<br />
para atender toda a cadeia da pecuária de corte, ou seja, através da genética dos seus reprodutores produzir bezerros<br />
pesados, fêmeas produtivas para reposição e animais terminais precoces e eficientes.<br />
O Nelore JEM mostra ao<br />
mercado os resultados reais do seu<br />
primeiro abate técnico oficializado,<br />
afim de reconhecer os “deveres de<br />
casa” e promover aos seus parceiros<br />
que a raça Nelore é muito eficiente<br />
no ciclo completo de produção.<br />
A classificação e tipificação das<br />
carcaças foram realizadas por Guilherme<br />
Alves - Gerente de Produto<br />
da ACNB, com intuito de identificar<br />
idade, conformação e acabamento<br />
de todos animais abatidos.<br />
Foram 249 animais, machos Nelore<br />
inteiros, criados e recriados à<br />
pasto, terminados em confinamento,<br />
com as seguintes características:<br />
Dados: ACNB –Abate Técnico Nelore JEM.<br />
Ao final do abate a média de<br />
peso foi de 20,99@ com 57,19% de<br />
rendimento de carcaça. Mas como<br />
é sabido, o importante é quando<br />
se tem retorno financeiro, abaixo<br />
segue as análises de desempenho e<br />
conômicas do lote.<br />
Peso Média Entrada (kg) 389,52<br />
Peso Médio Saída (kg) 550,44<br />
Dias em Confinamento 94<br />
Ganho de Peso Médio Vivo (kg/dia) 1,71<br />
Rendimento de Carcaça (%) 57,19<br />
Consumo de Matéria Seca (% peso vivo/dia) 2,18<br />
Consumo de Matéria Seca (kg/dia) 10,22<br />
Custo Diária (R$/dia) 6,66<br />
Custo @ Produzida (R$) 78,21<br />
@ Produzida em Confinamento 8,01<br />
Preço @ Venda Líquido com Funrural (R$) 131,00<br />
Remuneração por Cabeça (R$) 422,37<br />
O Zootecnista e gerente<br />
geral de pecuária do Grupo Nelore<br />
JEM, Danilo Figueiredo ressalta que,<br />
a produção de carne com qualidade e<br />
rentabilidade passa por um processo<br />
de recria eficiente, determinante no<br />
resultado de peso final ao abate e<br />
retorno financeiro da atividade; o<br />
bezerro deve expressar seu potencial<br />
de desenvolvimento em curto<br />
período de tempo e ser capaz de<br />
entregar sua carcaça bem formada e<br />
apta para produzir elevado volume<br />
de musculatura, viabilizando a<br />
utilização das dietas de alta energia e<br />
devolvendo ao produtor rendimento<br />
do peso e eficiência econômica no<br />
acabamento em confinamento.<br />
Os animais que participaram<br />
do abate técnico receberam<br />
sua dieta subdividida em três etapas<br />
distintas. Os componentes da dieta<br />
foram silagem de milho com capim<br />
mombaça, milho moído e sorgo<br />
moído, farelo de algodão 28%, farelo<br />
de soja, uréia e núcleo mineral. A<br />
primeira etapa que compreendeu a<br />
fase de adaptação teve foco na reidratação<br />
e saúde ruminal do gado<br />
após ter passado por longas horas<br />
de transporte e processamento. Essa<br />
etapa durou dezoito dias, iniciando<br />
uma dieta branda com 60% de<br />
volumoso na base da matéria seca<br />
(%MS), evoluindo lenta e gradativamente<br />
até a relação intermediária,<br />
quando iniciamos a segunda etapa.<br />
A partir desse momento os animais<br />
passaram a receber uma dieta mais<br />
energética e o foco do trabalho em<br />
51 dias foi a regularidade, tanto do<br />
10<br />
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trato diário quanto dos manejos envolvidos<br />
no confinamento em geral.<br />
O concentrado passou a representar<br />
75% do total de matéria<br />
seca consumida. Finalmente, na terceira<br />
e última etapa, os animais estavam<br />
a 25 dias do abate e passaram<br />
a receber uma dieta de terminação<br />
com aproximadamente 76% de Nutrientes<br />
Digestíveis Totais (NDT),<br />
com relação de 85% de concentrado<br />
no consumo de matéria seca total,<br />
fator que determinou a diminuição<br />
do volume do conteúdo ruminal e<br />
certamente interferiu no rendimento<br />
de carcaça alcançado no abate.<br />
Rafael Mazão, consultor em<br />
melhoramento genético e produção<br />
do Nelore JEM, menciona a importância<br />
da ação do pecuarista em<br />
identificar os resultados ao final da<br />
cadeia de produção. Uma vez que o<br />
plantel puro e comercial tem como<br />
prioridade no objetivo de produção<br />
a evolução para as características de<br />
carcaça, que refletem positivamente<br />
na precocidade (peso e sexual)<br />
quando se seleciona os melhores<br />
animais para área de olho de lombo<br />
(AOL) e acabamento (EG), diretamente<br />
refletindo no final do sistema<br />
com os animais terminais oriundos<br />
dessa genética melhoradora.<br />
Pioneiro no estado, selecionando<br />
os animais melhoradores<br />
para as características de carcaça, o<br />
Nelore JEM realiza anualmente avaliação<br />
por ultrassonografia dos animais<br />
ao sobreano para identificar os<br />
superiores e multiplicá-los, e inibir a<br />
perpetuação dos inferiores.<br />
Com projeto sólido também<br />
na terminação, em 2017 irá abater<br />
próximo a 12 mil animais, e para<br />
os anos seguintes perspectivas de<br />
aumento do volume da produção,<br />
aproveitando toda estrutura agrícola<br />
que está projetada para atender a integração<br />
lavoura pecuária para customizar<br />
todas operações do grupo.<br />
Foto: Mauricio Fenelon<br />
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Seleção<br />
Rafael Mazão<br />
Zootecnista<br />
rafaelmazao@dstak.com<br />
GENÉTICA ANIMAL III<br />
DA PORTEIRA PRA DENTRO<br />
E DA PORTEIRA PRA FORA<br />
Amigo selecionador, em boa parte do país já estamos adentrando ao período de maior importância do ciclo de<br />
produção das propriedades que desenvolvem melhoramento genético, a Estação de Monta!<br />
Sábio daqueles criadores que<br />
definiram as matrizes que se mantém<br />
no rebanho junto à escolha dos<br />
reprodutores que irão ser utilizados<br />
na inseminação artificial e os de repasse,<br />
de acordo com os objetivos<br />
de seleção e produção. Analisando<br />
as deficiências e fortalezas morfológicas<br />
e genéticas com objetivo de<br />
potencializar os ganhos a cada safra,<br />
serão aqueles que ao longo dos anos<br />
vão “construir” um sólido rebanho.<br />
• Mas como identificar as deficiências<br />
do rebanho?<br />
• Como identificar as melhores e<br />
piores matrizes?<br />
• Como identificar os resultados<br />
dos touros utilizados em cada<br />
safra?<br />
• Como identificar os produtos<br />
que se destacaram em cada safra?<br />
E em cada fase da vida produtiva?<br />
De forma geral estas são<br />
perguntas que poucas vezes foram<br />
despertas pelos selecionadores, ou<br />
se foram, raríssimas vezes tiveram<br />
alguma ação concreta para identificar<br />
e selecionar os animais inferiores,<br />
os de média e superiores na produção.<br />
Não existe cronologia correta,<br />
existe coerência! Portanto se<br />
estamos no início da reprodução,<br />
analise e identifique os melhores<br />
reprodutores que irão atingir o objetivo<br />
da sua produção, corrigindo<br />
as deficiências e potencializando as<br />
fortalezas do seu rebanho.<br />
No decorrer da produção,<br />
ou seja: à fase materna, à desmama,<br />
ao ano e ao sobreano, através da avaliação<br />
intrarebanho, conseguiremos<br />
responder todas as dúvidas geradas<br />
quanto a quem é melhor ou pior, e<br />
assim tomar decisões com informações<br />
sólidas, ou seja, para descarte<br />
dos inferiores ou para multiplicação<br />
dos superiores, ao final da safra.<br />
A avaliação intrarebanho<br />
é o “Raio X” do perfil produtivo<br />
de cada safra, onde se pode avaliar<br />
matrizes, reprodutores e produtos<br />
quanto ao desempenho para as características<br />
econômicas que mais<br />
influenciam o ciclo de produção:<br />
peso, precocidade sexual, habilidade<br />
materna e características de carcaça.<br />
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Ainda como ferramenta no<br />
intrarebanho, avaliação para as características<br />
morfológicas, afim de<br />
manter padronização do tipo funcional<br />
conforme objetivo do selecionador.<br />
Então, “o jeito” é IDENTIFICAR,<br />
SEMPRE!!!!<br />
Da Porteira pra Dentro<br />
• Identificar as necessidades (genéticas<br />
e fenotípicas) do rebanho<br />
de acordo com o objetivo<br />
da seleção;<br />
• Estabelecer indicadores para todas<br />
características que envolvem<br />
o foco da seleção;<br />
• Identificação da genética (Touros<br />
de Centrais, Touros de Repasse,<br />
Touros Jovens, Matrizes e<br />
Doadoras) a ser utilizada;<br />
• Identificar as ferramentas para<br />
auxílio da seleção (Intrarebanho,<br />
Programas de Melhoramento,<br />
Genômica, Avaliação de Carcaça,<br />
Provas Zootécnicas);<br />
• Determinação do período da estação<br />
de monta;<br />
• Formação dos grupos de contemporâneos;<br />
• Estabelecer grupos de manejo<br />
bem definidos;<br />
• Estabelecer cronograma de avaliações.<br />
Da Porteira pra Fora<br />
Ao final da estação de monta:<br />
• Descartar matrizes ineficientes<br />
na reprodução (vazias);<br />
• Descartar matrizes ineficientes<br />
para habilidade materna;<br />
• Após análise intrarebanho:<br />
• Descartar os produtos inferiores;<br />
• Descartar as matrizes com resultados<br />
inferiores;<br />
• Não utilizar na próxima safra os<br />
reprodutores com resultados inferiores;<br />
• Descartar os touros de repasse<br />
com resultados inferiores.<br />
• Quanto maior a intensidade de<br />
seleção, maior e mais rápido será<br />
o progresso genético.<br />
• Não esqueça, emoção gera prejuízos,<br />
seleção gera melhores resultados!<br />
14<br />
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15
Antonio Chaker<br />
Zootecnista<br />
antonio@inttegra.com<br />
GESTÃO RURAL<br />
OITO REGRAS DAS<br />
FAZENDAS CAMPEÃS<br />
A produção agropecuária é tão complexa a ponto de propriedades rurais próximas umas das outras, com o<br />
mesmo perfil, tamanho, solo e oportunidades possuírem uma situação completamente adversa. De um lado, para<br />
exemplificar mediante uma história real, ao sul do Mato Grosso do Sul, uma fazenda endividada, com bois magros,<br />
ingerência e pastagens degradadas.<br />
De outro, uma promissora,<br />
altiva, detentora de dinheiro em caixa,<br />
com ótimos resultados e com a<br />
“dúvida” de investir dentro ou fora<br />
da propriedade (expansão). Esse paradoxo<br />
promove a reflexão de quais<br />
são as características unificadoras<br />
das fazendas-modelo, promotoras<br />
do sucesso. Depois de um longo<br />
estudo e comparação entre propriedades,<br />
sejam elas de 200 ou 200 mil<br />
hectares - mas que ganham três vezes<br />
mais que a média, foi possível<br />
identificar oito pontos comuns.<br />
Antes disso, é preciso frisar<br />
de que não há caminho curto.<br />
Não há receita de bolo na produção<br />
agropecuária, mas sim, além de<br />
muito trabalho e profissionalismo,<br />
hábitos ou condutas promotoras de<br />
mudanças positivas:<br />
1. Proprietário-líder<br />
Em primeiro lugar e responsável<br />
pelo sucesso de todas as outras<br />
sete características, é necessário um<br />
comando. Esse comando vem do<br />
dono, que precisa ser um líder que<br />
lidera. Liderar é inspirar pessoas,<br />
projetos e ideias. É mostrar o caminho<br />
e orientar como ele deve ser<br />
feito. É assumir a responsabilidade e<br />
ser o condutor do sucesso. É deter o<br />
poder de transformação.<br />
Os conceitos de liderança<br />
são bastante amplos. No entanto, alguns<br />
deles e algumas atitudes variam<br />
de acordo com a atividade. Na pecuária<br />
de corte isso não é diferente<br />
e os donos das fazendas de sucesso<br />
possuem cinco atitudes determinantes,<br />
intrínsecas ao desempenho total.<br />
O primeiro deles é a dominância.<br />
A pessoa veste a camisa e<br />
diz: “a responsabilidade é minha”.<br />
Isso passa longe da arrogância. São<br />
atitudes essenciais de controle, de<br />
competência e de segurança. Um<br />
detentor da qualidade “dominância”<br />
reconhece os acertos e bate no peito<br />
quando os erros acontecem.<br />
Outro ponto interessante é<br />
a visão. A prospecção do negócio,<br />
a análise e reconhecimento do conjunto<br />
de atividades, com o poder de<br />
identificação de quanto um mínimo<br />
16<br />
EDIÇÃO <strong>33</strong> | ANO 07 | SET/OUT 2017
fator altera o resultado transforma<br />
esse líder em alguém capaz de estar<br />
à frente de um empreendimento<br />
vencedor. Ele sabe o que quer e faz<br />
acontecer. Um agente de transformação.<br />
Por outro lado, ele sabe delegar,<br />
empoderar e motivar a equipe,<br />
unindo todos os colaboradores em<br />
prol de um objetivo comum. Finalizando<br />
esse perfil, o dono quer o<br />
bem. Quer mais. O ambiente é vitorioso,<br />
é motivador. Esse é o primeiro<br />
fator para o sucesso.<br />
2. Autonomia da Gerência<br />
O gerente tem um papel<br />
fundamental dentro uma fazenda.<br />
Ele precisa ter autonomia, embora<br />
isso signifique soberania. Além da<br />
força de trabalho, os donos líderes<br />
precisam de gerentes que opinem, se<br />
posicionem e ajudem com a razão.<br />
Logicamente, nem todas as<br />
decisões podem ser tomadas por<br />
ele. Ele não decide “o que”. Ele<br />
decide o “como”. Isso lhe dá voz e<br />
vez. Com uma equipe de trabalho<br />
eficiente, cabe ao líder definir quais<br />
atitudes dentro da fazenda possam<br />
ser tomadas por determinada peça.<br />
Muitas delas, de cunho operacional,<br />
precisam ser delegadas, já que centralizar<br />
tudo no líder trava o manejo,<br />
trava o trabalho.<br />
A autonomia dos funcionários<br />
é essencial para os resultados.<br />
Porém, sempre vem a pergunta:<br />
como posso ter peões confiáveis e<br />
capazes? A resposta é: se vendendo.<br />
Basicamente, essa afirmação<br />
tem a mesma filosofia de grandes<br />
empresas, multinacionais, entre outras,<br />
com fama de pagar melhor,<br />
dar oportunidade, ser um ambiente<br />
mais estável e melhor ao trabalhador.<br />
Além de criar esse ambiente<br />
harmonioso e promissor, de ser<br />
uma fazenda que reconhece o bom<br />
trabalhador, é preciso propagar essa<br />
informação nas redondezas. Assim,<br />
e somente desta forma, possibilita<br />
ao dono escolher um “time dos sonhos”.<br />
Esse time é o que dá resultado.<br />
Esse é o time que vence.<br />
Mas, como saber se o grupo<br />
é adequado, já é o ideal? A primeira<br />
pergunta que deve ser feita a si próprio<br />
é: se determinado funcionário<br />
vier a pedir a conta, isso causaria alívio<br />
ou preocupação? Se a resposta<br />
for alívio, talvez ele não seja a pessoa<br />
certa. A segunda pergunta é se<br />
você fosse contratar alguém para<br />
determinada função, o colaborador<br />
atual seria o ideal para ela?<br />
Com essas perguntas e outras<br />
reflexões é possível ter um diagnóstico,<br />
o qual o produtor já consegue<br />
pelo menos saber a equipe<br />
que tem ou que quer ter. Depois de<br />
mostrar o caminho desejado e com<br />
o time em mãos, é preciso ouvir. Um<br />
peão sem voz, sem direito a opinar,<br />
perde o pertencimento do projeto,<br />
se desvincula. Para ele, tanto faz se<br />
der ou não certo. Ninguém quer alguém<br />
assim por perto.<br />
3. Metas claras<br />
Em todo grupo formado<br />
para ganhar, há diversas metas a<br />
serem batidas. Metas de lucros, metas<br />
de serviços ou metas pessoais<br />
dos colaboradores, que se esforçam<br />
para obter recompensas. Como nas<br />
fazendas não há espaço para destaques<br />
individuais, uma vez que é uma<br />
atividade coletiva, todos trabalham<br />
por um único objetivo, sem competição<br />
entre eles. Esse ambiente motivacional<br />
é fundamental para tornar-<br />
-se uma fazenda campeã.<br />
As metas são simples, como<br />
quantos bois tem que matar, quantos<br />
bezerros precisam nascer e quantas<br />
vacas precisam ser emprenhadas.<br />
Essas tarefas ou metas são divididas<br />
em operacionais, financeiras, reprodutivas,<br />
produtivas e comportamentais.<br />
Esta última está relacionada à<br />
cultura, aos valores importantes definidos<br />
pelo dono. Como por exemplo,<br />
uma simples atitude de cortar a<br />
grama em determinadas áreas.<br />
EDIÇÃO <strong>33</strong> | ANO 07 | SET/OUT 2017<br />
17
4. Cronograma e cumprimento<br />
das atividade<br />
Este item é facilmente resumido<br />
em um verbo, o fazer. Muitos<br />
produtores rurais chamam a fazenda<br />
de “fazendo”, justamente por isso.<br />
Há sempre muitas coisas a serem<br />
feitas e para elas serem campeãs, há<br />
muito mais.<br />
No entanto, as pessoas não<br />
fazem as tarefas porque não querem<br />
fazer? Muitas vezes, os trabalhadores<br />
deixam de agir porque não sabiam<br />
o que e nem como fazer. Por<br />
isso, a implementação de uma rotina,<br />
um cronograma de trabalho, é<br />
importante para deixar claro todas<br />
as atividades.<br />
Um bom gestor sabe tudo<br />
o que precisa ser feito ao longo de<br />
uma semana. Com essa organização,<br />
o controle fica fácil e os funcionários<br />
sempre sabem suas tarefas. O<br />
foco do time é responsabilidade do<br />
dono.<br />
5. Fluxo de caixa previsto x realizado<br />
O fluxo de caixa determina<br />
o aproveitamento das boas oportunidades.<br />
Se há uma previsão de fluxo<br />
de caixa, é possível resolver qualquer<br />
problema, pendência.<br />
Quando existe uma boa gestão<br />
nesse ramo, momentos ruins<br />
não ocorrem. O pecuarista está preparado<br />
para lidar com eventualidades.<br />
Não há surpresa ou a necessidade<br />
de tomar decisões danosas à<br />
administração e saúde financeira da<br />
fazenda. Uma propriedade que não<br />
faz isso, contrai empréstimos caros,<br />
executa maus negócios e obriga o<br />
proprietário a agir com um extintor<br />
na mão, apagando incêndios. A conduta<br />
pouca resolutiva e desorganizada<br />
financeiramente é um dos fatores<br />
comuns nas fazendas quebradas.<br />
O ano de 2017, por exemplo,<br />
está repleto de oportunidades<br />
para crescer. Mas, como fazer isso<br />
sem fluxo de caixa? Acompanhamento,<br />
atualização e cumprimento<br />
do orçamento são hábitos necessários<br />
para ser campeão de lucratividade.<br />
6. Excelência na produção e<br />
colheita de forragem<br />
Qualquer pecuarista sabe<br />
que o bom desempenho dos bovinos<br />
vem com uma produção e colheita<br />
de qualidades das espécies<br />
forrageiras, fundamentais na nutrição<br />
do gado.<br />
O foco hoje é somente dado<br />
à produção, mas ainda é necessário<br />
olhar para a colheita desse pasto.<br />
Com a mesma intensidade que é<br />
feito o planejamento do plantio e<br />
fertilização do pasto, os pecuaristas<br />
devem dedicar-se à transformação<br />
dele em carne.<br />
Uma estratégia de entressafra<br />
bem-feita é sinônimo de tranquilidade<br />
à produção.<br />
7. Sabedoria ao investir e<br />
economia<br />
Evitar investimentos não<br />
produtivos e custos administrativos<br />
desnecessários são missões e obsessões<br />
de qualquer fazenda campeã.<br />
Analisar as vantagens e saber onde<br />
economizar são estratégias fundamentais<br />
para otimizar o desempenho<br />
e os resultados finais.<br />
As fazendas mais lucrativas,<br />
de acordo com índices aferidos pelo<br />
Inttegra (Instituto Terra de Métricas<br />
Agropecuárias), gastam por hectare<br />
R$ 16,41 em insumos do rebanho,<br />
contra R$ 17,18 da média; R$ 7,42<br />
contra R$ 10,23 de média em mão<br />
de obra; R$ 5 contra R$ 7,47 da média<br />
em manutenção e R$ 5,42 contra<br />
R$ 7,18 na média em despesas administrativas,<br />
implementos e outros.<br />
Como elas conseguem fazer<br />
mais com menos? Gastando bem.<br />
Quando são criadas condições para<br />
investir de maneira correta, as opções<br />
são de crescimento são gigantescas.<br />
8. Reflexão e busca por<br />
evolução constante<br />
A insatisfação ou a sede de<br />
continuar crescendo fazem parte da<br />
vida das fazendas campeãs. A energia<br />
de buscar avançar sempre mais<br />
mantém elas no auge. “Se eu ganho<br />
R$ 1000 por hectare, quero chegar a<br />
R$ 1.200. Se eu envio ao abatedouro<br />
um boi com 22 meses a pasto, eu<br />
quero mandar com 20”. Esses pensamentos<br />
de exemplo são comuns<br />
em ambientes vencedores. Com essa<br />
motivação, começa-se a procura pelos<br />
avanços, pelas tecnologias disponíveis<br />
ou em como e o que melhorar<br />
o que já é feito.<br />
Quem não avança, retrocede.<br />
Um gestor moderno sempre está<br />
disposto a evoluir, melhorar.<br />
18<br />
EDIÇÃO <strong>33</strong> | ANO 07 | SET/OUT 2017
EDIÇÃO <strong>33</strong> | ANO 07 | SET/OUT 2017<br />
19
Lucinei Borin<br />
Engenheiro Agrônomo<br />
Resp. Técnico Elsner Agronegócios<br />
agroborin@hotmail.com<br />
CONTROLE FITOSSANITÁRIO<br />
ILUMINAÇÃO NOTURNA PARA A<br />
APLICAÇÃO DE DEFENSIVOS<br />
A definição das estratégias para o controle de pragas e doenças, sejam nas lavouras de grãos ou de capim,<br />
engloba muitos pontos. Podemos destacar alguns aqui, como:<br />
Mão de obra qualificada;<br />
• Equipamentos;<br />
• Vazão adequada;<br />
• Produtos utilizados;<br />
• Doses;<br />
• Tipos de gotas;<br />
• Bicos corretos etc.<br />
• Ambiente:englobando, temperatura<br />
e umidade relativa do ar<br />
No caso do Estado do<br />
Tocantins e outros estados da região<br />
Norte, o fator A<strong>MB</strong>IENTE, é<br />
crucial para o sucesso ou fracasso de<br />
uma aplicação de defensivos, temos<br />
aqui, temperaturas elevadas e baixa<br />
umidade durante o dia em alguns<br />
momentos durante o período de<br />
cultivo.<br />
Nesse contexto, muitos produtores<br />
têm optado por aplicações<br />
mais ao final da tarde, podendo ir<br />
noite a dentro, conseguindo assim<br />
amenizar o problema da temperatura<br />
ambiente e da umidade do ar.<br />
Muitos produtos como por exemplo,<br />
inseticidas para lagartas, tem<br />
uma maior eficiência utilizando a<br />
aplicação noturna, pois com temperaturas<br />
mais amenas, as lagartas têm<br />
a tendência de se expor mais nas<br />
partes superiores das plantas, além<br />
do que, pode-se conseguir atingir<br />
também as mariposas.<br />
Para a aplicação noturna o que<br />
devemos modificar em relação a<br />
aplicação convencional?<br />
Temos apenas que adaptar<br />
luzes nos lugares corretos, neste<br />
caso específico, na barra de pulverização,<br />
para uma melhor iluminação<br />
lateral das mesmas (Imagem 1). A<br />
instalação de luzes tem basicamente<br />
duas importantes funções:<br />
• Dar maior visibilidade da<br />
barra para o operador, evitando acidentes;<br />
• Dar uma melhor visualização<br />
dos bicos, observando obstruções<br />
e possíveis vazamentos nas<br />
mangueiras.<br />
Visualização dos bicos a noite<br />
É muito comum chegarmos<br />
em uma propriedade onde se está<br />
fazendo aplicação de defensivos<br />
e encontrarmos mais de um bico<br />
obstruído (Imagem 2) ou danificado,<br />
levando em consideração que<br />
durante o dia é “fácil” para o<br />
operador ou o ajudante observar<br />
esses entupimentos e corrigir<br />
o problema. Já para a aplicação<br />
20<br />
EDIÇÃO <strong>33</strong> | ANO 07 | SET/OUT 2017
noturna, fica quase impossível essa<br />
correção do problema sem uma boa<br />
visibilidade dos bicos com as luzes<br />
noturnas.<br />
Falha de aplicação por obstrução de bicos<br />
Abaixo temos um exemplo prático,<br />
simulando a obstrução de bicos.<br />
Perdas com obstrução de bicos:<br />
• Produto X + Y + Z +<br />
operacional a um custo de R$ 150,00<br />
/ha (uma aplicação);<br />
• Pulverizador com 60 bicos<br />
tendo 2 obstruídos;<br />
Cada bico é responsável por<br />
R$ 2,50 /ha do custo da aplicação<br />
x 2 bicos obstruídos = R$ 5,00 /<br />
há, NÃO de economia e SIM de<br />
investimento que deixou de ser<br />
aplicado na área, sem somar o<br />
prejuízo pelo NÃO controle do<br />
alvo que se pretendia atingir, seja ele<br />
praga ou doença.<br />
Imaginando uma propriedade com<br />
1000 hectares de lavoura, onde<br />
10% das aplicações são noturnas,<br />
teremos:<br />
• 100 hectares x R$ 5,00 =<br />
R$ 500,00 de prejuízos em UMA<br />
ÚNICA aplicação.<br />
• Considerando um ano safra<br />
normal, o pulverizador entra no<br />
mínimo 4 vezes por hectare, assim<br />
sendo: R$ 500,00 x 4 = R 2.000,00<br />
de prejuízo. Sem acrescentar aqui<br />
ainda o custo operacional.<br />
Lembrando que temos<br />
prejuízos, tanto com a obstrução<br />
ou entupimento de bicos, quanto<br />
com bicos danificados, aplicando<br />
vazões acima do normal, já neste<br />
caso específico, dependendo do<br />
dano sofrido pelo bico, também será<br />
possível observar com a iluminação<br />
noturna.<br />
Caros amigos produtores,<br />
são essas “pequenas” diferenças<br />
dentre muitas outras, que no final<br />
do processo produtivo, irão mostrar<br />
a eficiência, positiva ou não de sua<br />
empresa ou fazenda.<br />
Estou à disposição para maiores<br />
esclarecimentos.<br />
EDIÇÃO <strong>33</strong> | ANO 07 | SET/OUT 2017<br />
21
Patrícia N. Reis Pegoraro<br />
Engenheira Ambiental<br />
Preserve Engenharia e Consultoria Ambiental<br />
preserve.engeambiental@gmail.com<br />
SUSTENTABILIDADE<br />
QUEIMADAS<br />
A VIDA TRANSFORMADA EM CINZAS!<br />
A queimada é um processo de queima de biomassa (madeira, palha, vegetação viva) que pode ocorrer tanto por<br />
razões naturais, como estiagem, temperatura, umidade relativa do ar comprometida, ausência de chuva, quanto por<br />
ações do próprio homem.<br />
Embora comumente utilizados<br />
com o mesmo significado, existe<br />
diferença entre os termos queimada<br />
e incêndio. Segundo o Decreto nº<br />
2.661 de 8 de julho de 1998, em<br />
seu capítulo V, Art. 20 º “incêndio é<br />
todo o fogo não controlado em área<br />
de floresta ou qualquer outro tipo<br />
de vegetação”. Já a queimada, pode<br />
ser realizada de forma controlada,<br />
sendo esta permitida em práticas<br />
agropastoris e florestais e para fins<br />
de pesquisa científica e tecnológica,<br />
em áreas com limites físicos previamente<br />
definidos e realizado de forma<br />
planejada.<br />
No Brasil, o Instituto Nacional<br />
de Pesquisas Espaciais –<br />
INPE, é o responsável pelo monitoramento<br />
operacional dos focos de<br />
queimadas e de incêndios florestais<br />
detectados por satélites, além do cálculo<br />
e previsão do risco de fogo da<br />
vegetação. De acordo com o Instituto,<br />
o Tocantins está no terceiro lugar<br />
do país (empatado com o estado<br />
do Maranhão), no ranking de focos<br />
identificados em 2017, atrás somente<br />
do estado do Pará (1º lugar) e do<br />
Mato Grosso (2º lugar). Dos 26 estados<br />
brasileiros, destacam-se entre<br />
os 10 primeiros os apresentados no<br />
Gráfico da Figura 01 a seguir.<br />
MATO GROSSO DO SUL<br />
PIAUÍ<br />
MINAS GERAIS<br />
GOIÁS<br />
AMAZONAS<br />
RONDÔNIA<br />
TOCANTINS<br />
MARANHÃO<br />
MATO GROSSO<br />
PARÁ<br />
Ranking de Focos de Queimadas e Incêndios no Brasil<br />
3,10%<br />
3,40%<br />
3,70%<br />
4,40%<br />
5,00%<br />
5,80%<br />
10,80%<br />
10,80%<br />
20,20%<br />
21,80%<br />
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00%<br />
Ranking dos 10 Estados brasileiros que apresentaram<br />
maior foco de queimadas/incêndios no período de<br />
01/01/2017 até 13/10/2017 (Fonte: INPE);<br />
Dos 139 municípios do Tocantins,<br />
Lagoa da Confusão, Formoso<br />
do Araguaia e Pium são os<br />
campeões de queimadas e incêndios,<br />
respectivamente. Vejamos o Gráfico<br />
Ranking de Focos de Queimadas e Incêndios no Tocantins<br />
ITACAJÁ<br />
PONTE ALTA DO TOCANTINS<br />
MATEIROS<br />
SANTA RITA DO TOCANTINS<br />
RIO SONO<br />
PARANÃ<br />
GOIATINS<br />
PIUM<br />
FORMOSO DO ARAGUAIA<br />
LAGOA DA CONFUSÃO<br />
2,00%<br />
2,00%<br />
2,50%<br />
2,50%<br />
2,80%<br />
2,90%<br />
3,70%<br />
8,60%<br />
8,90%<br />
10,40%<br />
0,00% 2,00% 4,00% 6,00% 8,00% 10,00% 12,00%<br />
da Figura 02 abaixo:<br />
Ranking dos 10 municípios do Tocantins que apresentaram<br />
maior foco de queimadas e incêndios no período de<br />
01/01/2017 até 13/10/2017 (Fonte: INPE);<br />
Ao avaliar os dados da série<br />
histórica do Tocantins que apresenta<br />
o total de focos ativos detectados<br />
por satélites de referência entre os<br />
anos de 1998 e 2017, veremos o<br />
quanto é assustador e alarmante<br />
concluir que 2017 ainda não chegou<br />
ao fim, as chuvas estão cada vez<br />
mais escassas e até o momento já<br />
foram contabilizados 20.666 focos<br />
de queimadas e incêndios florestais.<br />
Em um período de 20 anos,<br />
22<br />
EDIÇÃO <strong>33</strong> | ANO 07 | SET/OUT 2017
2017 fica atrás somente do ano de<br />
2010 com 25.077 focos detectados.<br />
Seguem os dados apresentados na<br />
Figura 03:<br />
Série Histórica do<br />
Estado do Tocantins<br />
Série histórica do total de focos ativos detectados pelo satélite<br />
de referência, no período de 1998 até 13/10/2017<br />
(Fonte: INPE);<br />
Se fizermos uma análise sazonal<br />
(de janeiro à dezembro), entre<br />
os meses de seca no Estado, que<br />
compreende o período de maio a setembro,<br />
este último dispara em relação<br />
aos demais no número de focos<br />
de queimadas e incêndios. Vejamos<br />
melhor estes dados na Figura 04.<br />
Comparativo Sazonal da Queima<br />
no Estado do Tocantins<br />
Comparativo dos dados do ano corrente com os valores<br />
máximos, médios e mínimos, no período de 1998 até<br />
13/10/2017 (Fonte: INPE);<br />
Estamos saindo do período<br />
crítico, entretanto, temos sentido<br />
na pele as consequências desses<br />
números preocupantes. Tem sido<br />
normal acordar pela manhã e ver o<br />
céu cinzento, totalmente dominado<br />
pela fumaça. Com isso, agravam-se<br />
os problemas respiratórios (asma,<br />
bronquite, irritação nos olhos e garganta,<br />
tosse, etc), aumentam os riscos<br />
de acidentes nas estradas pela<br />
falta de visibilidade dos motoristas,<br />
sem contar com a poluição atmosférica,<br />
ocasionada pela emissão de<br />
gases como o NOx (óxido de nitrogênio),<br />
CO (monóxido de carbono),<br />
HC (hidrocarbonetos), material particulado,<br />
além de outras substâncias<br />
altamente tóxicas.<br />
Literaturas citam ainda que<br />
as queimadas empobrecem o solo,<br />
pois aceleram a mineralização da sua<br />
matéria orgânica, liberam nutrientes<br />
como N (nitrogênio) e P (fósforo)<br />
para a solução do solo, deixando o<br />
nitrogênio suscetível a perdas por<br />
percolação e volatilização, eliminam<br />
a cobertura vegetal e facilitam as<br />
perdas de solo e nutrientes por erosão<br />
hídrica e eólica.<br />
Por isso, é fundamental<br />
ressaltar que o emprego do fogo,<br />
se realizado de maneira planejada,<br />
pode evitar ou minimizar uma série<br />
de problemas. Dependendo das<br />
características da área definida para<br />
a queima, como topografia do terreno,<br />
umidade, ventos, temperatura<br />
atmosférica, quantidade e distribuição<br />
dos materiais vegetais, o comportamento<br />
do fogo varia bastante.<br />
Avaliando estes fatores corretamente<br />
e antes da execução da queima,<br />
é possível ter uma margem alta de<br />
segurança e prever o que acontecerá<br />
durante o processo.<br />
Normalmente o correto a<br />
se fazer é simular o comportamento<br />
potencial do fogo e dos seus prováveis<br />
efeitos ao ambiente, como<br />
por exemplo, imaginar a altura das<br />
chamas, a sua velocidade de propagação,<br />
a possibilidade das fagulhas<br />
serem lançadas à grandes distâncias,<br />
etc. Além disso existem seis fatores<br />
essenciais a serem considerados para<br />
planejamento e execução da queima<br />
controlada, são eles:<br />
1. Definição do objetivo da queima;<br />
2. Avaliação Preliminar da área;<br />
3. Realização do Plano de Queima;<br />
4. Autorização para a Queima;<br />
5. Preparação do Terreno;<br />
6. Execução da Queima e Avaliação.<br />
No Tocantins, a obtenção<br />
da Autorização para Queima Controlada,<br />
conhecida por AQC, é obtida<br />
junto ao Instituto Natureza do<br />
Tocantins – Naturatins. O procedimento<br />
é feito mediante abertura de<br />
processo administrativo por responsável<br />
técnico habilitado e credenciado<br />
junto ao órgão. O Naturatins,<br />
seguindo critérios estipulados pela<br />
Resolução COEMA 07/2005, emite<br />
o ato administrativo após análise<br />
da documentação apresentada e somente<br />
nos períodos determinados<br />
no calendário anual de queima.<br />
Para quem ainda insiste em<br />
fazer o uso do fogo sem autorização<br />
prévia do órgão competente, fica o<br />
alerta! Este ato é considerado crime<br />
ambiental e o infrator que provocar<br />
incêndio em área de mata ou<br />
floresta está sujeito à reclusão de 2<br />
(dois) a 4 (quatro) anos e multa. Se<br />
o crime for considerado culposo, a<br />
pena é de detenção de 6 (seis) meses<br />
a 1 (um) ano e multa (Art. 41 da Lei<br />
9605/1998).<br />
De todo modo, é impossível<br />
não se sensibilizar ao ver uma<br />
área verde repleta de vida ser drasticamente<br />
transformada em cinzas,<br />
onde a beleza e o colorido das árvores,<br />
dos animais e do céu, após a<br />
passagem do fogo, viram um triste<br />
e monocromático cenário de morte<br />
e destruição. Resta às pessoas, a<br />
consciência e a responsabilidade<br />
em evitar ações inconsequentes que<br />
piorem ainda mais as estatísticas de<br />
queima e todas as suas consequências<br />
negativas ao próprio homem e<br />
ao nosso meio ambiente.<br />
EDIÇÃO <strong>33</strong> | ANO 07 | SET/OUT 2017<br />
23
24<br />
EDIÇÃO <strong>33</strong> | ANO 07 | SET/OUT 2017
Prof. Dr. Márcio Gianordolli<br />
Mestre em Reprodução Animal/UFMG<br />
Doutorado em Zootecnia/UFMG<br />
marciogomes@uft.edu.br<br />
EQUINOCULTURA<br />
MANGALARGA<br />
MARCHADOR<br />
UMA RAÇA GENUINAMENTE BRASILEIRA<br />
A raça Mangalarga Marchador é tipicamente brasileira e surgiu há cerca de 200 anos no Sul de Minas Gerais, através<br />
do cruzamento de cavalos da raça Alter do Chão, em Portugal – com éguas desta região mineira. A base da<br />
formação dos cavalos Alter é a raça espanhola Andaluz.<br />
O Margalarga Marchador<br />
tem como principal a marcha, que é<br />
distinta das outras encontradas nos<br />
demais marchadores do mundo. A<br />
marcha, que é o passo acelerado, se<br />
caracteriza por transportar o cavaleiro<br />
de maneira cômoda, pois não<br />
transmite a ele os impactos ocorridos<br />
com os animais de trote. Marchando,<br />
ele alterna os apoios nos<br />
sentidos diagonal e lateral, sempre<br />
suavizando por um tempo intermediário,<br />
o tríplice apoio, momento em<br />
que três membros tocam o solo ao<br />
mesmo tempo.<br />
O andamento genuíno do<br />
Mangalarga Marchador é acompanhado<br />
de outras importantes características.<br />
Temperamento ativo<br />
e dócil: pode ser montado por pessoas<br />
de qualquer faixa etária e nível<br />
de equitação; resistência: grande capacidade<br />
para percorrer longas distâncias<br />
e enfrentar desafios naturais;<br />
inteligência: seu adestramento é fácil<br />
e rápido em relação a outras raças de<br />
sela; rusticidade: opção de se criar<br />
somente em regime de pasto, diminuindo<br />
seu custo de produção e manutenção,<br />
facilitando seu manejo. A<br />
rusticidade é observada também na<br />
facilidade de adaptação a quaisquer<br />
terrenos e climas como o tropical,<br />
temperado ou frio.<br />
Em 1949 foi criada a Associação<br />
Brasileira de Criadores de Cavalos<br />
Mangalarga Marchador (ABC-<br />
CMM), hoje a maior associação de<br />
equinos da América Latina, com<br />
mais de 250.000 animais registrados.<br />
Durante o período de meados<br />
de 1970 ao final da década de 90, o<br />
Marchador teve uma ascensão astronômica<br />
no segmento da equinocultura,<br />
batendo recordes de animais<br />
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expostos, registrados e de preços em<br />
leilões oficiais.<br />
A conformação não é condição<br />
para se marchar, que é determinada<br />
pelo cérebro, mas pode contribuir<br />
para melhorar a qualidade da<br />
marcha. Dessa forma a ABCCMM<br />
padronizou a raça em animais de<br />
porte médio, ágil, estrutura forte e<br />
bem proporcionada, expressão vigorosa<br />
e sadia, visualmente leve na<br />
aparência, pele fina e lisa, pelos finos,<br />
lisos e sedosos, temperamento<br />
ativo e dócil. Para machos a altura<br />
ideal é 1,52 m (podendo variar de<br />
1,47m a 1,57m), enquanto para fêmeas,<br />
a altura ideal é de 1,46m (admitindo-se<br />
a mínima de 1,4 m a máxima<br />
de 1,54 m).<br />
Os objetivos da raça – também<br />
conseguidos através do adestramento<br />
dos animais – são as exposições,<br />
os concursos de marcha, o<br />
enduro, a lida com o gado e as provas<br />
funcionais. A fácil atuação do<br />
Mangalarga Marchador frente a obstáculos<br />
naturais demonstra sua aptidão<br />
nata para o trabalho e esportes<br />
em geral. No enduro, os animais de<br />
raça têm valorização crescente pela<br />
comodidade da marcha, que garante<br />
conforto ao cavaleiro, e pela resistência<br />
para percorrer longas distâncias.<br />
Paralelamente, com o aumento<br />
do exôdo rural, o uso em passeios<br />
e cavalgadas de lazer ganhou adesão<br />
do maior número de usuários, como<br />
forma de amenizar o estresse da<br />
vida urbana.<br />
Diante de tantos atributos,<br />
a raça Mangalarga Marchador vem<br />
se espalhando pelo Brasil e pelo<br />
mundo, presente em países do continente<br />
europeu e americano, com<br />
destaque a grande importação para<br />
os Estados Unidos, Uruguai e Peru.<br />
Atualmente a ABCCMM está representada<br />
em todo o território nacional<br />
através de 46 Núcleos de Criadores<br />
do Marchador e 10 Clubes de<br />
Criadores de Cavalo.<br />
Na região Norte do país encontramos<br />
Núcleo dos Criadores<br />
do Cavalo Mangalarga Marchador<br />
da Amazônia, com sede em Belém –<br />
PA, que tem favorecido a criação, seleção<br />
e propagação desta raça nesta<br />
região. No estado do Tocantins vários<br />
são os criadores do cavalo Mangalarga<br />
Marchador, tendo criatórios<br />
com animais campeões em exposições,<br />
animais para base de plantel<br />
e lida na fazenda, e usuários para o<br />
lazer. Outra utilização que merece<br />
destaque para a raça, tem sido seu<br />
cruzamento com os asininos da raça<br />
Pêga, produzindo muares marchadores,<br />
proporcionando conforto e<br />
comodidade para o cavaleiro, além<br />
de animais extremamente rústicos<br />
e resistentes, suportando tropeadas<br />
em longas distâncias.<br />
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SUCESSÃO FAMILIAR<br />
Wagner Pires<br />
Engenheiro Agrônomo<br />
wagner@circuitodapecuaria.com.br<br />
www.circuitodapecuaria.com.br<br />
Vende-se<br />
a pecuária brasileira!<br />
Todos nós sabemos que a pecuária é uma atividade de baixo risco e alta liquidez, ou seja, sempre que o<br />
pecuarista precisar fazer um “dinheirinho” ele consegue vender um pouco do seu rebanho e fazer dinheiro. Se<br />
não tiver dinheiro para comprar o sal o gado não morre, pode demorar um pouco pais mas vai, pode até não<br />
emprenhar, mas vai.<br />
Se não investir em herbicida<br />
para limpar definitivamente a fazenda<br />
o pecuarista pode roçar o pasto,<br />
se o pasto estiver ruim o gado se<br />
vira com o que tem, até casca de arvore<br />
ele come. Se não dá para estar<br />
dentro da fazenda todos os dias, ela<br />
vai assim mesmo.<br />
E se o pecuarista já não tem<br />
mais dinheiro para colocar gado na<br />
fazenda, sempre vai aparecer um<br />
outro para lhe arrendar o pasto.<br />
Em geral o pecuarista tem<br />
memória fraca, e só se lembra da<br />
seca quando a água está secando<br />
e da cigarrinha quando o pasto já<br />
amarelo. O problema da pecuária é<br />
como o sábio Dr. Fernando Penteado<br />
diz, “O Brasil é um pais onde<br />
as pessoas acham muito, observam<br />
pouco e não medem absolutamente<br />
nada! ”. Na agricultura isso é muito<br />
diferente, isto em virtude de ela ser<br />
uma atividade de alto risco.<br />
A agricultura a cada dia se<br />
profissionaliza mais e mais, novos<br />
produtos, novas máquinas, tudo se<br />
renova rapidamente e o agricultor<br />
que não se adequa fica para traz.<br />
Acreditem, enquanto a<br />
agricultura norteia a pesquisa para<br />
vencer barreiras até então intransponíveis,<br />
tais como, se produzir<br />
no deserto, como se produzir em<br />
sistemas praticamente automatizados;<br />
a pesquisa para a pecuária fica<br />
buscando gramíneas que tolerem a<br />
baixa fertilidade e o pecuarista não<br />
precise adubar. Consultores ficam<br />
tentando vender a ideia de que se o<br />
pecuarista adotar o sistema Voisin<br />
não precisará melhorar a fertilidade<br />
de suas pastagens e conduzir a pastagem<br />
como uma lavoura.<br />
Quando não se tem controle<br />
dos números e se acha que tudo está<br />
bom, basta uma boa prosa para o<br />
pecuarista entrar bacana acreditando<br />
no conto de fadas.<br />
Como ele não mede nada ou<br />
quase nada ele se acha o melhor de<br />
todos e raramente vai visitar aqueles<br />
que estão muito melhor que ele<br />
e já acordaram para aprender a ser<br />
um pecuarista de verdade. A grande<br />
esperança estava justamente na<br />
sucessão que vinha na sequência, fi-<br />
30<br />
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lhos assumirem com a cabeça mais<br />
aberto e um espirito mais empreendedor.<br />
Que grande engano!<br />
Mais uma vez nos enganamos<br />
com a pecuária, pois a juventude<br />
hoje não quer saber de nada.<br />
Quer somente o celular, balada, bebida,<br />
carro, sexo e aí vai.<br />
Se ao menos a pecuária rendesse<br />
um bom dinheiro, mas nem<br />
isso. A cada dia estou vendo que a<br />
sucessão está correndo do campo<br />
e quando encara a parada, não está<br />
preparada para assumir o negócio.<br />
Mas o mundo não espera o Brasil<br />
acordar!!!!<br />
O mundo tem fome e nós<br />
temos a terra para se produzir o<br />
alimento. Além disso o que não falta<br />
aqui em nosso pais são políticos<br />
corruptos dispostos a vender tudo<br />
e todos e encher suas malas de<br />
dinheiro.<br />
Como o velho ditado que<br />
diz que “em terra de cego quem tem<br />
um olho é rei”, agora o momento é<br />
de quem tem dinheiro ou é amigo<br />
de político, do BNDES ou tem os<br />
olhos puxados. Estes vão ser rei! O<br />
Brasil está literalmente a venda e os<br />
orientais estão com o dinheiro para<br />
comprar. Eles vão comprar tudo e<br />
todos e vão colocar os pecuaristas<br />
brasileiros para trabalhar pesado<br />
para eles.<br />
Quem se organizou e está se<br />
modernizando, fazendo a sua lição<br />
de casa, vai se manter na atividade,<br />
mas quem ainda dorme em berço<br />
esplendido e se achando o cara, vai<br />
ter que vender e trabalhar para aqueles<br />
que com certeza vão comprar<br />
suas terras já já.<br />
Em toda regra, existe exceção,<br />
se você faz parte dela, ótimo!<br />
Mas será que faz mesmo?<br />
E com toda está mudança<br />
que hora se apresenta, como eu e os<br />
bons consultores encaramos?<br />
Devemos começar a aprender<br />
mandarim rapidinho é claro!<br />
Pense nisso!<br />
Entendeu?<br />
tem que aprender!<br />
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Sarah Pires<br />
Jornalista MTE 935<br />
Sarah.mary.pires@gmail.com<br />
CAPACITAÇÃO<br />
CAPACITAÇÃO<br />
O CAMINHO PARA A PROFISSIONALIZAÇÃO<br />
Mais de 350 pessoas entre técnicos, produtores, pesquisadores e<br />
estudantes participaram do SRB - Simpósio de Reprodução Bovina. Um<br />
dos destaques do evento promovido pela MSD Saúde Animal e Clivar Rep.<br />
Bovina foi a palestra do Prof. Dr. Pietro Baruselli da Universidade de São<br />
Paulo (USP), que tratou de fatores que afetam a mortalidade embrionária e<br />
a perda gestacional em Bovinos, sendo um desses fatores a alta temperatura.<br />
Ela pode interferir na qualidade do ócio e na fertilidade de<br />
vacas.<br />
“<br />
Sabemos pelos conhecimentos científicos que existe o<br />
efeito do calor na qualidade e na fertilidade mais intenso em<br />
animais taurinos do que em animais zebuínos, o que precisamos<br />
é de condições de ambiência mais favoráveis para que o calor não<br />
interfira na fertilidade, pois o excesso de calor faz com que a vaca<br />
diminua a fertilidade, mas o produtor do estado do Tocantins<br />
sabendo disso tudo opta pela criação de zebuínos e prepara a<br />
fazenda dele para que o calor não interfira tanto. Pietro Baruselli<br />
”<br />
de investir em sua propriedade, pois<br />
segundo indicadores a partir do<br />
próximo ano a perspectiva para esse<br />
mercado é de crescimento,” garante<br />
o economista. E conclui dizendo<br />
que “a produção dentro da porteira<br />
é que vem sustentando a economia<br />
do país” .<br />
Na palestra com o<br />
pesquisador do Centro de Estudos<br />
Avançados em Economia Aplicada<br />
(CEPEA-Esalq/USP), Thiago de<br />
Carvalho, foi abordado as questões<br />
políticas e econômicas do Brasil e<br />
que interferem de forma direta no<br />
mercado bovino.<br />
32<br />
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“<br />
O cenário poderia ser melhor se<br />
não fosse os casos da carne fraca,<br />
do problema da vacina e embargos<br />
americanos, mas principalmente<br />
das delações da JBS. No entanto<br />
mesmo com esse momento de<br />
instabilidade econômica e política<br />
do país o produtor não pode deixar<br />
O produtor rural da região<br />
de Pium do Tocantins (TO), Beto<br />
Guimarães, trabalha com produção<br />
e reprodução bovina há 14 anos no<br />
estado e garante que investir na propriedade<br />
e em conhecimento técnico<br />
é sempre a melhor opção, “trabalho<br />
com a técnica de IATF e com<br />
a monta natural, mas no meu caso<br />
como sou produtor de PO a melhor<br />
opção é a inseminação artificial e<br />
esse evento soma muito para o conhecimento<br />
da gente que trabalho<br />
no campo,” ele também afirma que<br />
mesmo o Brasil passando por um<br />
momento complicado, nunca deixou<br />
de investir na fazenda, “deixei<br />
de fazer investimentos extras, mas<br />
em contrapartida aumentei a produção,”<br />
afirma o produtor.
Benefícios da IATF<br />
A possibilidade de inseminar um grande número de<br />
vacas em um curto espaço de tempo, aumenta o número<br />
de bezerros, acelera o melhoramento genético, reduz o<br />
intervalo entre partos, padroniza os lotes e faz com que<br />
produtor obtenha melhores preços nas vendas, pelo<br />
melhoramento genético, trazendo lucro ao produtor.<br />
Dados do Tocantins<br />
O rebanho de bovinos do Tocantins é de mais de 8<br />
milhões de cabeças, e atualmente o Estado ocupa o 11º<br />
lugar no ranking nacional e 8ª posição em confinamentos.<br />
Potencial do Brasil<br />
Dados revelam que o Brasil é o primeiro exportador de<br />
carne in natura, seguido pela Austrália e Estados Unidos.<br />
O rebanho bovino no Brasil, em 2011, atingiu 180 milhões<br />
de cabeças, sendo que desse total, 41% é representado<br />
por fêmeas acima de 2 anos (aproximadamente 74<br />
milhões). Além disso, é importante destacar que, 80%<br />
são constituído por bovinos de corte com origem,<br />
predominantemente, Bos indicus (ANUALPEC, 2012).<br />
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34<br />
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Wesley Lopes<br />
Gerente Geral Plena Alimentos<br />
wesley.lopes@plenaalimentos.com.br<br />
RELACIONAMENTO<br />
RELACIONAMENTO<br />
PRODUTOR XFRIGORÍFICO<br />
Se cada brasileiro consumir um bife de 100 gramas a mais por semana, seria necessário aumentar a atual produção<br />
de carne bovina do País em cerca de um milhão de toneladas por ano. Trata-se de um volume equivalente ao que<br />
o setor exportou no ano passado e que gerou uma receita de US$ 4,5 bilhões. E com uma diferença: sem ter de<br />
suportar a burocracia dos mais de 160 países-clientes da produção brasileira. Os consumidores para essa carne<br />
estão todos aqui no Brasil, no mercado interno.<br />
Ótimo isso né? Mas nessa<br />
matéria não vamos falar sobre esse<br />
assunto, isso foi mais à tipo de<br />
informação, e com certeza muitos<br />
de vocês já sabem. Nessa matéria<br />
vamos falar um pouco sobre os<br />
Elos da cadeia, Relação Produtor x<br />
Frigorifico.<br />
É normal entre qualquer<br />
ramo do AGRO quem compra<br />
quer comprar por menos, e quem<br />
vende quer vender por mais, mas<br />
isso não significa que não possam<br />
ter um nível de relacionamento de<br />
autoconfiança.<br />
O relacionamento entre os<br />
elos da cadeia produtiva, mais precisamente<br />
a relação produtor/frigorifico.<br />
Ela vem melhorando muito<br />
nos últimos anos, pode melhorar???<br />
Sim, claro. No que se diz respeito<br />
a informações, isso já vem acontecendo,<br />
indústrias hoje conseguem<br />
informar seus parceiros sobre mercados<br />
futuros, negócios que estão<br />
prestes acontecer, sejam bons ou<br />
ruins para o mercado de um modo<br />
geral. Estamos sempre juntos para<br />
discutirmos temas ligados e tentando<br />
sempre mostrar que esse paradigma<br />
tem que ser quebrado, de que<br />
não existe parcerias entre os elos.<br />
Além de todo relacionamento<br />
voltado a estreitar os laços entre<br />
as cadeias, isso proporciona por<br />
exemplo, um atendimento de mercado<br />
específicos, onde produtores<br />
possam conhecer a necessidade do<br />
mercado, ser orientado corretamente<br />
sobre o tipo de animal que precisam<br />
produzir, e estar entregando<br />
aos abates, que consequentemente<br />
chegará as mesas das donas de casa,<br />
e do consumidor final de um modo<br />
geral, conhecendo as dificuldades<br />
que a indústria tem em comercializar<br />
animais que estão compatíveis a<br />
realidade atual.<br />
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Quando falamos em parcerias,<br />
isso quer dizer que ambos os<br />
lados tem que fazer o dever de casa,<br />
não adianta indústria pagar o preço<br />
que produtor deseja, se a indústria<br />
não recebe mercadoria para atender<br />
a demanda do mercado interno ou<br />
externo, qualidade hoje é acima de<br />
tudo o que o consumidor exige.<br />
Os desafios são enormes,<br />
mas a intenção é trabalhar cada<br />
vez mais na melhoria da qualidade<br />
da matéria-prima que chega até<br />
nossas fabricas, na compreensão<br />
e atendimento de necessidades<br />
especificas de diferentes mercados e<br />
por fim, na imagem da indústria. E<br />
sempre para melhor.<br />
Com uma conduta ética<br />
e coerente nossas equipes de<br />
compra de gado estão preparadas a<br />
atender da melhor forma e clareza,<br />
auxiliar como anda comportando<br />
mercado físico do boi e também<br />
mercado futuro. A Plena Alimentos<br />
segue com rigor a parte de<br />
sustentabilidade, focando sempre<br />
em comprar somente animais de<br />
áreas que não sofrem ou sofreram<br />
embargos relacionados ao IBAMA<br />
e ao M.T.E (Trabalho Escravo),<br />
não comercializamos animais<br />
provenientes de áreas indígenas, nem<br />
em áreas de reservas ambientais.<br />
Grandes empresas como<br />
grupo Pão de Açúcar, Carrefour<br />
e Wall Mart, não adquirem<br />
produtos de empresas cujas as<br />
mesmas não seguirem os requisitos<br />
socioambientais. Para isso estamos<br />
sempre aprimorando nossos<br />
conhecimentos para levarmos<br />
até o produtor de forma simples<br />
e coerente o caminho a seguir<br />
relacionados a esses quesitos.<br />
No estado do Tocantins esse<br />
ano fizemos um trabalho inovador,<br />
uma parceria entre produtor x<br />
frigorifico, entramos com os<br />
animais e o produtor com a engorda<br />
no sistema de confinamento, esses<br />
animais ficam por um tempo<br />
mínimo de dias confinados, após o<br />
abate, o produtor recebe o que os<br />
animais ganharam de peso no preço<br />
de mercado atual.<br />
Esse trabalho vem dando<br />
certo, ao longo desse ano de 2017<br />
e esperamos não só continuar com<br />
parceiros que tivemos nessa modalidade,<br />
como também, expandir a<br />
modalidade com novos produtores.<br />
Estamos terminando a construção<br />
de uma desossa na unidade de Paraíso<br />
do Tocantins, que vai gerar mais<br />
de 200 empregos diretos, terá capacidade<br />
de desossar 1.000 bois/dia,<br />
isso é equivalente a 4.000 peças.<br />
A Plena Alimentos adquiriu<br />
recentemente o Confinamento<br />
Grande Lago em Jussara – GO com<br />
capacidade de confinamento de<br />
70.000 cabeças de gado (estático) e<br />
conta com um sistema de floculador,<br />
um dos únicos do país.<br />
A empresa trabalha com<br />
o sistema Boitel de Engorda, que<br />
é acertado valores em diárias x<br />
tempo de confinamento, no sistema<br />
de arroba produzida e também no<br />
sistema de parceria, (ganho de peso)<br />
onde o produtor recebe suas arrobas<br />
de volta no ato dos abates.<br />
A Plena Alimentos por sua<br />
vez, quer cada vez mais aproximarse<br />
do produtor, consolidando<br />
confiança e clareza nos trabalhos<br />
prestados, e agradecendo sempre a<br />
preferência.<br />
36<br />
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37
Gerson Almeida é engenheiro por profissão e churrasqueiro<br />
por paixão, proprietário do Clube da Carne em Curitiba/PR e<br />
apresentador do Clube da Carne TV no canal do Youtube<br />
AGRONEGÓCIO<br />
CHURRASCO<br />
BRASILEIRO<br />
Sempre me senti o “churrasqueiro” profissional da família. Desde os 14 anos fazendo churrasco sempre<br />
achava que incrementar o churrasco com 4 ou 5 variedades de cortes tradicionais abusando dos temperos,<br />
acrescentar a costela no bafo, a paleta de cordeiro com ervas junto a picanha, a maminha e as linguiças e frangos<br />
de entrada e ganhar elogios me parecia o ápice do domingo.<br />
Se ao ler este primeiro paragrafo<br />
você se identificou, pode começar<br />
a repensar o seu conceito de<br />
“churrasco”. Quem, nos últimos 2<br />
anos, não se aventurou em colocar<br />
na grelha cortes com nomes “estranhos”<br />
ou até mesmo cortes de carne<br />
do dianteiro do boi que sempre foram<br />
considerados de segunda linha<br />
esta por fora ou não sabe o que esta<br />
perdendo.<br />
Prime Rib, um Shoulder<br />
Steak ou mesmo o desconhecido<br />
Tomahawk Steak (o parrudo filé tirado<br />
da parte dianteira do lombo do<br />
boi, com um grande osso da costela)<br />
vem cada vez mais ganhando espaço<br />
na grelha e na mesa do consumidor<br />
brasileiro e vieram para ficar.<br />
Mas o que tem estes cortes<br />
diferentes dos cortes que sempre<br />
fomos acostumados a consumir? Eu<br />
diria NADA!! Isto mesmo NADA.<br />
Afinal estes cortes sempre estiveram<br />
ali presentes, na anatomia no boi,<br />
porem sempre foram poucos explorados.<br />
E é exatamente aqui que entra<br />
a graça do negocio. Aqui se fecha<br />
o ciclo “Do pasto a mesa”.<br />
Prime Rib : corte retirado entre<br />
a 5 e a 6 costela do boi de sabor<br />
e suculência incomparáveis<br />
38<br />
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Entranha: Aba da costela bovina muito<br />
tradicional na mesa dos Hermanos<br />
Somos os maiores exportadores<br />
mundiais de carne, temos um<br />
dos melhores climas, as melhores<br />
raças e uma ampla área de pastagens<br />
invejadas por todo o mundo. Nossos<br />
produtores investem em genética<br />
com comercio de raças britânicas<br />
que possuem características como<br />
precocidade e marmoreio, investem<br />
em tecnologia, em pesquisa para<br />
aprimorar cada vez mais a qualidade<br />
de nossa carne e não podemos deixar<br />
que nossos animais da mais alta qualidade<br />
caiam em gondolas como se<br />
fossem um boi comum, por que não<br />
são. Gosto de dizer que o contrafilé<br />
é o pai de todos s cortes, pois é dele<br />
que saem os mais renomados cortes<br />
Shoulder Steak: corte retirado do conhecido File<br />
Sete com textura e sabor comparável a picanha<br />
que invadem churrascarias, bistrôs<br />
e casas gastronômicas do mais alto<br />
padrão no pais. A grande diferença<br />
em um corte chamado “gourmet”<br />
para um corte comum além da qualidade<br />
do animal que deu origem a<br />
carne, é o melhor acabamento, separando<br />
grupos musculares e texturas<br />
que na grelha possuem formas<br />
diferentes de assar, necessitam de<br />
diferentes temperaturas e tempos<br />
diferentes expostos ao fogo.<br />
É impossível dar a mesma<br />
suculência e o mesmo sabor a uma<br />
capa de filé e um miolo do contrafilé<br />
por exemplo, estando os dois<br />
no mesmo corte, afinal são grupo<br />
musculares com diferentes texturas<br />
Tomahawk steak<br />
e posição das fibras. E sem demagogia<br />
nenhuma, os cortes possuem um<br />
valor mais elevado.<br />
Então inove, experimente<br />
e principalmente acostume-se com<br />
os Cortes gourmet, afinal eles vieram<br />
para ficar. E não tenha medo de<br />
errar afinal, só se atinge a perfeição<br />
com muito e muitos quilos ganhos<br />
na balança, opa quiser dizer com<br />
muitos e muitos quilos de carne na<br />
grelha.<br />
E como diria me amigo Bebeto<br />
do restaurante Barba Negra em<br />
Porto Alegre : “ Churrasco sempre<br />
é bom , mesmo quando ele esta<br />
ruim” então mãos a obra e bom Prime<br />
Rib para você.<br />
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(63) <strong>33</strong>61-0800 (PABX) | (63) 99987-3545 | (63) 98456-5548<br />
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EDIÇÃO <strong>33</strong> | ANO 07 | SET/OUT 2017<br />
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40<br />
EDIÇÃO <strong>33</strong> | ANO 07 | SET/OUT 2017
Nelson Barbosa Leite<br />
Eng. Agrônomo<br />
Consultor Especialista em Floresta<br />
nbleite@uol.com.br<br />
SILVICULTURA<br />
O EUCALIPTO NO<br />
TOCANTINS<br />
O Tocantins tem todas as condições para se tornar, de fato, a médio e longo prazo, importante polo industrial à<br />
base de florestas comerciais de eucalipto. As estatísticas atuais do setor mostram a existência de aproximadamente<br />
100.000 ha de florestas de eucaliptos no estado. Nos últimos anos, os plantios foram significativamente diminuídos,<br />
criando uma interrogação a muitos interessados! O que houve no Tocantins? Por quê um estado com tantas vocações<br />
para a silvicultura e logística bastante favorável, de repente, paralisa os plantios? São dúvidas, que remetem<br />
os interessados a muitas reflexões!<br />
A PREMISSA QUE DEVE<br />
GUIAR A SILVICULTURA<br />
O sucesso da silvicultura<br />
comercial sempre vai depender da<br />
premissa básica: florestas produtivas<br />
e segurança de mercado! Trocando<br />
em conversa de produtor - produzir<br />
bem e ter para quem vender! Essa<br />
premissa simplista nunca foi preocupação<br />
aos silvicultores, que sempre<br />
atuaram nas regiões tradicionais,<br />
onde a silvicultura surgiu, se desenvolveu<br />
tecnicamente, e se expandiu<br />
–especialmente, nas regiões sul e<br />
sudeste. E, ainda, favorecida, tanto<br />
pelas informações técnicas disponíveis,<br />
quanto pelo mercado amplamente<br />
comprador. Embora, mesmo<br />
nessas regiões, nos últimos anos, o<br />
mercado esteja dando sinais de saturação.<br />
O fato das expansões anteriores<br />
terem acontecido, em sua<br />
maioria, próximas a consumidores,<br />
fez com que o produtor, quase não<br />
se preocupasse com as questões de<br />
mercado.<br />
Depois de alguns anos, os<br />
plantios iniciais reproduzindo a silvicultura<br />
das regiões tradicionais e<br />
sem respeitar as características da<br />
região, começaram a mostrar inúmeros<br />
problemas técnicos e os abusos<br />
do “negócio de reposição florestal”<br />
despertaram preocupação às entidades<br />
governamentais e agentes<br />
financeiros. Esse contexto exigiu<br />
que medidas administrativas fossem<br />
adotadas, que acabaram com a animação<br />
desenfreada de oportunistas.<br />
Ainda, no final dessa fase,<br />
surgiram empreendimentos silviculturais<br />
de grande porte, com novos<br />
investidores e interesse na formação<br />
de grandes ativos florestais. Essa segunda<br />
onda, representada por empresas<br />
ligadas a possíveis projetos<br />
industriais, foi, no entanto, prejudicada<br />
pela grave crise econômica, que<br />
se abateu no país, gerando muitas<br />
dificuldades na continuidade desses<br />
investimentos. Agravou, ainda mais,<br />
a continuidade desses investidores, a<br />
inexistência, no estado, de políticas<br />
industriais voltadas ao uso de florestas<br />
plantadas! Esse processo sofreu,<br />
parcialmente, solução de continuidade,<br />
mas produziu uma riqueza<br />
imensurável de informações técnicas<br />
para o estado do Tocantins. Com<br />
EDIÇÃO <strong>33</strong> | ANO 07 | SET/OUT 2017<br />
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certeza, servirão de imprescindível<br />
base de conhecimento para futuros<br />
empreendimentos no estado.<br />
A EXPERIÊNCIA DOS<br />
NOVOS INVESTIDORES<br />
Apesar da descontinuidade<br />
parcial desses grandes empreendimentos,<br />
a silvicultura desenvolvida,<br />
pelos novos investidores e suas<br />
equipes de profissionais, possibilitou<br />
significativos avanços tecnológicos.<br />
Ficou evidente a necessidade<br />
de se desenvolver práticas silviculturais<br />
bem distintas das utilizadas<br />
nas regiões tradicionais de silvicultura<br />
– principalmente, sul e sudeste<br />
do Brasil. Criou-se, quase uma<br />
nova silvicultura! Ficou comprovada<br />
a necessidade de pesquisas e experimentações<br />
com novos materiais<br />
genéticos, sistemas e quantidades de<br />
adubações, espaçamentos mais adequados,<br />
novos procedimentos de<br />
plantio e manutenções, etc. Enfim,<br />
as condições do estado do Tocantins<br />
exigiram um redesenho da tradicional<br />
silvicultura. Desenvolveram-se<br />
excelentes trabalhos técnicos, que<br />
resultaram em valiosas informações<br />
operacionais. Criaram-se as bases<br />
para que a silvicultura pudesse se<br />
desenvolver de maneira mais satisfatória<br />
no estado.<br />
A CONTINUIDADE DA<br />
SILVICULTURA NO TOCANTINS<br />
O crescimento das indústrias<br />
de base florestal do Brasil deve<br />
continuar, diante do grande potencial<br />
do mercado nacional e internacional.<br />
E poucos estados com condições<br />
favoráveis, ainda se mantem<br />
desocupados e com terras a preços<br />
competitivos. Portanto, continuam<br />
as apostas no potencial do Tocantins,<br />
como importante região para<br />
crescimento da silvicultura brasileira.<br />
Há necessidade, no entanto, que<br />
algumas medidas sejam tomadas:<br />
• Avanços significativos foram<br />
alcançados, e há exemplos de<br />
sucesso com os trabalhos desenvolvidos<br />
e em desenvolvimento,<br />
mas para que a silvicultura<br />
se torne política pública e<br />
melhoramentos crescentes, há<br />
necessidade de mais pesquisas<br />
e experimentações florestais. É<br />
imprescindível a participação<br />
governamental nesse desafio;<br />
• A silvicultura no Tocantins exige<br />
conhecimentos técnicos específicos,<br />
face às diversas condições<br />
naturais existentes no estado. Os<br />
empreendimentos bem-sucedidos<br />
mostram a impossibilidade<br />
de se generalizar procedimentos<br />
para as diferentes situações<br />
existentes: solo, clima e déficits<br />
hídricos;<br />
• O Tocantins precisa estabelecer<br />
políticas industriais para uso das<br />
florestas plantadas. Nesse sentido,<br />
a formação de um grande<br />
polo de geração de energia da<br />
madeira – energia verde, é uma<br />
alternativa que deveria merecer<br />
atenção especial no Tocantins.<br />
As condições naturais existentes,<br />
infraestrutura e logística favorecem,<br />
sobremaneira, o uso<br />
das florestas para tal finalidade.<br />
• É importante registrar que as<br />
dificuldades existentes no Tocantins,<br />
também ocorreram em<br />
todas as novas fronteiras, como<br />
Norte de Minas, Mato Grosso<br />
do Sul, Maranhão, Sul da Bahia<br />
e Norte do Espirito Santo. E as<br />
superações para melhorias silviculturais<br />
se deram pelo aprofundamento<br />
do conhecimento<br />
e pela expansão das pesquisas e<br />
experimentações. E o Tocantins<br />
não seria diferente. Difere, no<br />
entanto, pelo fato de que, apesar<br />
das dificuldades, estes conhecimentos,<br />
aparentemente, estão<br />
se dando de forma mais rápida<br />
e efetiva que nas antigas “novas<br />
fronteiras “.<br />
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Bruno Soares Pires de Mello Tristão<br />
Zootecnista / Agroquima<br />
bruno.tristao@agroquima.com.br<br />
SUPLEMENTAÇÃO<br />
A CHUVA CHEGOU!<br />
O QUE FAZER PARA MINIMIZAR OS EFEITOS DO “BROTO” E O GADO NÃO “ESCORRER”?<br />
Nesse período do ano, o rebanho bovino, já bastante sentido pela seca de 4 a 6 meses que acabou de atravessar,<br />
ainda terá que enfrentar mais uma fase de desafio fisiológico e nutricional causado por essa prolongada<br />
estiagem que pode ser bem crítico para os animais, dependendo das condições de manejo das pastagens e da suplementação<br />
dos rebanhos adotada pelos produtores rurais durante esse período na fase de transição para o tempo<br />
das águas, época em que os reflexos dessa mudança são mais sentidos pelos bovinos. Isto porque pastos degradados<br />
não têm disponibilidade adequada de matéria seca.<br />
Além disso, a pouca quantidade<br />
de forragem eventualmente<br />
disponível não apresenta níveis de<br />
proteína, vitaminas e minerais capazes<br />
e suficientes para atender à<br />
demanda nutricional desses animais<br />
devido as sofríveis condições a que<br />
foram submetidos, o que, muito<br />
provavelmente refletirá no desempenho<br />
zootécnico e no estado de<br />
saúde desses bovinos.<br />
A velocidade na qual ocorrerá<br />
a formação do pasto das águas<br />
está diretamente relacionada ao volume<br />
de chuva, temperatura, luminosidade,<br />
fertilidade do solo, espécie<br />
forrageira e estrutura do pasto.<br />
Sendo assim, quanto mais lenta for a<br />
velocidade de crescimento e acúmulo<br />
de forragem para a formação do<br />
“novo” pasto de águas, maior será o<br />
efeito do período de transição sobre<br />
o desempenho dos animais.<br />
Nesse momento de transição<br />
da qualidade das pastagens<br />
ocorrem desequilíbrios e carências<br />
de vários elementos minerais essenciais,<br />
aumentando o estresse nutricional,<br />
com consequências que<br />
incluem perdas de peso, diarreias e<br />
queda de desempenho zootécnico.<br />
Dependendo do volume e<br />
intensidade das chuvas que marcam<br />
o início da transição seca-águas, as<br />
folhas presentes na macega seca<br />
caem, comprometendo muito a<br />
qualidade da massa ali acumulada<br />
(quando pensamos em pasto seco).<br />
Esse aspecto se agrava, caso as chuvas<br />
não firmarem, atrasando a brotação<br />
e formação do pasto de águas.<br />
Nesse caso, o desempenho dos animais<br />
será muito comprometido.<br />
O surgimento dos brotos na<br />
pastagem faz com que os animais<br />
passem a buscar por essas folhas<br />
44<br />
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jovens, aumentando o tempo de<br />
pastejo. Um ponto importante é<br />
atentar-se para a estrutura do pasto<br />
seco ao final de estação, uma vez que,<br />
a característica da macega ao final da<br />
seca influenciará as características e<br />
formação do pasto de águas. Uma<br />
macega com muito resíduo ao<br />
final da seca, com grande presença<br />
de material morto, composto em<br />
sua maior parte por talos secos,<br />
refletirá em uma estrutura de difícil<br />
formação do bocado pelo animal,<br />
aumentando ainda mais o tempo de<br />
busca por alimento, impactando o<br />
desempenho.<br />
Caso as chuvas demorem a<br />
firmar, e a macega acumulada tiver<br />
perdido as folhas, uma opção é aumentar<br />
a quantidade de suplemento/ração<br />
fornecido para os animais<br />
no cocho. Para essa ação é importante<br />
avaliar a disponibilidade de<br />
cocho, garantindo acesso ao suplemento<br />
por todos animais do lote.<br />
No caso de proteinados, a recomendação<br />
é de 10 a 15 cm lineares por<br />
animal, já para produtos de maior<br />
consumo, precisamos ofertar de 25<br />
a 30 cm lineares por cabeça.<br />
Para produtores que possuem<br />
estrutura de confinamento e/<br />
ou estrutura de piquetes, uma estratégia<br />
interessante é fazer o “sequestro”<br />
de categorias jovens (bezerros e<br />
garrotes) em recria. Basicamente, é<br />
formulada uma dieta mais volumosa<br />
e fornecida aos animais fechados<br />
no confinamento ou piquetes. Essa<br />
dieta simula um pasto de boa qualidade<br />
e ajuda a manter o ganho de<br />
peso dos animais nessa fase crítica<br />
de transição de seca para águas.<br />
Quando a pastagem já estiver estabelecida,<br />
retornamos os animais aos<br />
pastos e seguimos a estratégia definida<br />
para o período das águas, com<br />
um suplemento especifico para essa<br />
fase do ano.<br />
Por outro lado, se as chuvas<br />
firmarem, se possível, devemos<br />
buscar rebaixar ao máximo a macega<br />
acumulada (resíduo do final da<br />
seca), favorecendo a formação do<br />
pasto de águas, visando uma estrutura<br />
rica em folhas. Nesse sentido,<br />
o que pode ser feito é aumentar a<br />
taxa de lotação, permitindo um rebaixamento<br />
da macega de forma<br />
mais homogênea ou abrir mão do<br />
uso de roçadeiras para uniformização<br />
do local. Aliado a esses manejos<br />
para uniformização do dossel forrageiro,<br />
pode-se utilizar estratégias de<br />
adubação, as quais acelerarão o crescimento<br />
da forrageira presente.<br />
Para as matrizes bovinas, o momento<br />
é o de iniciar a suplementação mineral<br />
com produtos que contenham<br />
elevados teores de minerais importantes<br />
para a reprodução.<br />
É necessário redobrar a<br />
atenção com produtos contendo<br />
altos níveis de uréia, precisamos ter<br />
em mente que, não é ela que mata<br />
os animais, mas sim, a água acumulada<br />
e consumida no cocho. Uma<br />
ação muito importante é orientar os<br />
responsáveis pelo manejo do gado<br />
a rodar os pastos (principalmente<br />
os sem animais e que podem estar<br />
com o cocho cheio), verificando o<br />
acúmulo de água e/ou suplementos<br />
velhos nos cochos antes de voltar<br />
com os animais. Geralmente, esse é<br />
um ponto esquecido.<br />
Ainda, é preciso lembrar que<br />
o consumo dos produtos pode cair,<br />
frente ao que estava sendo observado<br />
nas últimas semanas. Os animais<br />
gastam mais tempo buscando broto,<br />
o que pode refletir no aumento do<br />
tempo de pastejo e redução do consumo<br />
do produto no cocho.<br />
Normalmente nas fazendas ainda<br />
encontramos produtos de seca que<br />
precisam ser utilizados, mas ao mesmo<br />
tempo temos que nos preparar<br />
para transição, desta forma, se faz<br />
necessário algumas misturas para<br />
minimizar a transição natural e utilizar<br />
os estoques restantes de produtos<br />
para seca, sendo assim é orientado:<br />
Proteinado de seca, misturado<br />
com proteinado de águas, forma um<br />
ótimo produto de transição; o mesmo<br />
raciocínio pode ser trabalhado<br />
para o ureado misturado ao sal mineral;<br />
outra opção é misturar o proteinado<br />
de seca com milho, fazendo<br />
um suplemento proteico energético<br />
de consumo de 0,2 a 0,5%, dependendo<br />
da diluição a ser feita.<br />
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Evelynne Urzêdo Leão<br />
Eng. Agrônoma UFT<br />
Doutora em Agronomia UNESP/SP<br />
evelynnegpi@gmail.com<br />
FRUTICULTURA<br />
DIAGNOSE & CONTROLE<br />
DE VIROSES NA CULTURA DA MELANCIA<br />
Tema de discussão recorrente entre produtores rurais, a compactação de solo tem se mostrado um grande desafio<br />
para o aumento da produtividade no campo brasileiro. Devido ao aumento de porte do maquinário agrícola (maior<br />
peso), da maior ocorrência de períodos secos e chuvosos alongados, e da prática de técnicas de plantio direto na<br />
agricultura, a compactação de solo tornou-se assunto importante e essencial para o homem do campo.<br />
Neste artigo, será dada ênfase<br />
nos impactos da compactação<br />
de solo na cultura de soja, avaliação<br />
da permeabilidade de água no solo,<br />
e desenvolvimento radicular e foliar.<br />
Neste contexto, devemos ter<br />
noção de que se até 10 anos atrás,<br />
grande parte das áreas cultivadas<br />
tinham o plantio convencional como<br />
técnica principal, hoje, vê-se que o<br />
plantio direto é a técnica dominante.<br />
E isto impactou diretamente a forma<br />
como se dá a compactação de solo.<br />
Inicialmente vamos dividir<br />
as camadas do solo, genericamente,<br />
em superficial (0cm-20cm) e subsuperficial<br />
(20cm abaixo).<br />
No plantio convencional,<br />
marcado pelo uso continuo de grades<br />
e demais implementos aradores,<br />
a camada superficial compactada era<br />
constantemente rompida, transferindo<br />
a compactação para maiores<br />
profundidades (camada subsuperficial),<br />
os chamados “pé-de-grade”.<br />
O manejo para estes casos se dava<br />
através do uso de subsoladores, com<br />
profundidade de trabalho próxima a<br />
40 cm. Após o advento do plantio<br />
direto, em que há intenção do menor<br />
revolvimento do solo, para a<br />
manutenção da matéria orgânica,<br />
a camada compactada passou a ficar<br />
restrita a superfície, na camada<br />
superficial (0 cm – 20 cm). O mercado<br />
de máquinas e implementos,<br />
em parceria com as Universidades,<br />
adaptou-se a esta tendência, criando<br />
os escarificadores, com profundidade<br />
de trabalho de até 30cm.<br />
Em termos práticos, a determinação<br />
do equipamento indi-<br />
46<br />
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cado, e posterior regulagem da profundidade<br />
de trabalho, devem vir de<br />
experimentos a campo, sendo que<br />
pode haver diferença entre as cabeceiras<br />
do talhão (onde há maior trafego<br />
de maquinas) e o centro (Silva<br />
et al., 2004c).<br />
No caso da cultura de soja, o<br />
nível critico de compactação de solo<br />
para impacto na produtividade, é da<br />
ordem de 2mPa a 4mPa, de acordo<br />
com o tipo de solo (Beutler et al.,<br />
2006).<br />
Trazendo a teoria para a<br />
realidade do Tocantins, em visitas<br />
a diversos produtores na safra<br />
2016/2017, nos municípios de Cariri<br />
– TO (Fazenda Renascer), Gurupi<br />
– TO (Fazenda Santo Antônio)<br />
e São Valério da Natividade – TO<br />
(Fazenda São Benedito) nota-se os<br />
efeitos da compactação do solo, visualmente<br />
no desenvolvimento radicular<br />
e foliar, conforme imagem<br />
comparativa abaixo (planta de área<br />
escarificada a esquerda da imagem).<br />
Fica também evidenciado,<br />
em entrevistas com os produtores<br />
de cada propriedade, que o manejo<br />
de solo aplicado ao talhão impacta<br />
diretamente nos níveis e profundidade<br />
de compactação.<br />
Isto é, produtores com costume<br />
de aplicar grade niveladora<br />
para incorporação de sementes para<br />
cobertura, tinham índices próximos<br />
a 4mPa em uma profundidade de<br />
10cm. Em outros casos, talhões que<br />
passaram por calagem, e posterior<br />
incorporação do calcário com grade<br />
aradora intermediaria, apresentavam<br />
índices de até 5mPa a uma profundidade<br />
de 15cm. Em 90% das medições<br />
realizadas, a profundidade de<br />
compactação igual ou superior ao<br />
nível critico se deu até 30 cm.<br />
Outro fator diretamente<br />
ligado a compactação de solo, é<br />
a quantidade de matéria orgânica<br />
na superfície. Estudos indicam<br />
que uma maior quantidade de<br />
matéria orgânica reduz a pressão<br />
exercida por maquinas sobre o solo,<br />
no sentido de que quanto mais<br />
compactável o solo, maior será o<br />
feito da incorporação de matéria<br />
orgânica (Zhang et al., 1997).<br />
Por fim, compreender a interação<br />
da matéria orgânica, umidade<br />
e textura do solo é importante<br />
para definir estratégias de manejo,<br />
visando o desenvolvimento do perfil<br />
de solo e crescimento das plantas.<br />
No caso especifico do TO,<br />
região que se consolida como fronteira<br />
agrícola, com características tão<br />
irregulares de solo, estes conceitos<br />
devem ser amplamente utilizados,<br />
com os agricultores investindo em<br />
inovações tecnológicas e cuidando<br />
de seu bem mais precioso: a terra.<br />
Pulgão - Myzus persicae<br />
Virose - Mosaico comum + Mosaico<br />
amarelo da abobrinha<br />
Virose - Mosaico Comum da melancia<br />
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GENÉTICA ANIMAL IV<br />
Akaushi<br />
Vivian Machado<br />
Pecuarista<br />
akaushibrasil@gmail.com<br />
Em 2012, com o objetivo de agregar renda à propriedade, conhecemos o Projeto da Origine Group de multiplicação<br />
genética da raça Akaushi no Brasil, através de uma parceria que haviam firmado com a norte-americana<br />
HeartBrand Beef.<br />
O Akaushi é de origem<br />
japonesa e também é chamado<br />
de Japonês Brown ou Red em<br />
decorrência de sua cor marrom –<br />
avermelhada. Sua história remonta<br />
ao século II, quando o Japão trouxe<br />
da Ásia os primeiros animais que<br />
viriam a compor seu rebanho<br />
voltado exclusivamente para o<br />
transporte e tração no trabalho com<br />
a terra e na mineração.<br />
Entre 1635 e 1854 as fronteiras<br />
do país ficaram fechadas e a<br />
raça não sofreu nenhuma intromissão<br />
de genes estrangeiros. Já em<br />
1887 foram novamente importados<br />
animais havendo a influência genética<br />
das raças coreana-Hanwoo, britânica-Devon,<br />
e da Suíça-Simental.<br />
Contudo, em 1910 os cruzamentos<br />
cessaram abruptamente porque se<br />
percebeu que a capacidade de trabalho<br />
e a qualidade da carne estavam<br />
sendo atingidas de forma negativa.<br />
Mundialmente o Akaushi é conhecido<br />
por imprimir marmoreio em<br />
sua carne, que é aquela gordura entremeada,<br />
que confere maciez, suculência<br />
e sabor superiores.<br />
Além disso, estudos mostraram<br />
que sua carne possui elevado<br />
percentual de gorduras monoinsaturadas<br />
e ácidos graxos saturados<br />
como o oleico, que reduz os níveis<br />
de LDL (colesterol ruim) no sangue,<br />
além de ômega-3 e ômega-6, e, por<br />
isso, é tão valorizada nos mercados<br />
mundiais.<br />
Em 1994 um pequeno<br />
número de animais foi exportado<br />
para a HeartBrand Beef nos Estados<br />
Unidos de onde veio o sêmen para<br />
a produção dos nossos animais<br />
Akaushi F1 que são resultado de<br />
IATF feito em matrizes da raça<br />
Nelore.<br />
Passados cinco anos convivendo<br />
com a raça na lida diária da<br />
propriedade, podemos dizer que é<br />
um animal dócil, de fácil manejo no<br />
curral, rústico, com baixa incidência<br />
de parasitoses e com excelente adaptação<br />
ao clima quente do cerrado.<br />
Geralmente nascem com<br />
32Kg M e 30Kg F e se desenvolvem<br />
bem mesmo sem creep-feeding até<br />
a desmama que fazemos entre 7 a 8<br />
meses e com peso médio de 220kg<br />
F e 240 kg M.<br />
Já na recria percebemos que<br />
sua exigência alimentar é maior, sua<br />
fase crítica diríamos, tem que haver<br />
boa pastagem e suplementação em<br />
Vacada Nelore com Bezerros Akaushi F1<br />
- Agropecuária 2M-Bernardo Sayão/TO<br />
EDIÇÃO <strong>33</strong> | ANO 07 | SET/OUT 2017<br />
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cocho porque se não ele se torna um<br />
animal tardio, e não é o que se busca.<br />
Ainda assim ele tem chegado nos<br />
24 meses com 420 Kg F e 510 Kg<br />
M, o que consideramos muito bom<br />
inicialmente.<br />
A maturidade sexual das<br />
fêmeas Akaushi F1 é bem precoce,<br />
ocorrendo antes dos 14 meses de<br />
idade, além disso, alcançaram alta<br />
taxa de fertilidade em torno de 60<br />
% com o ciclo de IATF.<br />
Em abate técnico da Origine<br />
Group acompanhados por profissionais<br />
capacitados e a Universidade<br />
Federal do Tocantins verificou-se<br />
bom rendimento de carcaça entre<br />
56% e 57%, com paridade entre machos<br />
e fêmeas e marmoreio médio,<br />
o que demonstra que a transferência<br />
genética do Akaushi é bem elevada.<br />
Os F1 são em sua maioria<br />
predispostos geneticamente ao marmoreio,<br />
claro que não alcança o de<br />
um animal puro, mas é suficiente<br />
para conferir mais maciez e sabor<br />
à carne, que é palatável, e de gosto<br />
suave e diferenciado, especialmente<br />
a costela que nos surpreendeu bastante,<br />
além de dispensar papel alumínio<br />
ela vai junto com a picanha<br />
pra churrasqueira e demora pouco<br />
mais pra ficar pronta.<br />
Em junho de 2016 chegaram<br />
ao Brasil, vindos dos Estados<br />
Unidos, animais puros de propriedade<br />
da Origine Group, que estão<br />
sob os cuidados da Seleon Biotecnologia,<br />
prestadora de serviços em<br />
coleta e processamento de sêmen e<br />
produção in vitro de embriões. Assim<br />
a multiplicação da genética será<br />
ainda mais viável e eficiente, uma<br />
vez que, será possível fazermos o<br />
repasse com o Touro Akaushi, já<br />
agora em 2018.<br />
Os primeiros animais F2, filhos<br />
de nossas fêmeas Akaushi F1,<br />
acabaram de nascer e a expectativa é<br />
que sejam ainda melhores em qualidade<br />
de carne. Também começamos<br />
a fazer o teste com o tricross Nelore<br />
x Angus x Akaushi, que entendemos<br />
ser um bom cruzamento em razão<br />
das características de cada raça.<br />
Em visita ao Uruguai e à<br />
Colômbia, que também já estão<br />
produzindo o Akaushi e suas cruzas,<br />
percebe-se que ele também se<br />
adapta a climas mais amenos e que é<br />
um animal de extrema versatilidade,<br />
e forte na transmissão de suas características.<br />
Com todos que conversamos<br />
e que fizeram a degustação da<br />
carne, a opinião é unanime quanto à<br />
maciez, sabor e suculência.<br />
Realmente superior e agradável,<br />
uma carne que dá gosto de<br />
comer.<br />
Dessa forma, fomos os primeiros<br />
a firmar parceria com a Origine<br />
Group no Estado de Tocantins<br />
e seguimos acreditando no Akaushi<br />
e em seus cruzamentos, especialmente<br />
com o Nelore. Seguimos em<br />
frente acompanhando o desenvolvimento<br />
e adaptação do F2 e do tricross,<br />
para então ver qual será o caminho<br />
a ser trilhado na propriedade.<br />
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EDIÇÃO 01 | ANO 07 | MAR/ABR 2017
Família do Chico Boi<br />
Leilão toda Terça feira<br />
às 20:30 hs<br />
(63) 3602-1435<br />
99207-5519 / 98432-7391<br />
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