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Prof. Dr. Jorge Luís Ferreira<br />
UFT - Tocantins<br />
jorgeuft@gmail.com<br />
Fernanda Fioravantet<br />
Acadêmica Med. Vet. UFT<br />
fernanda.fioravante@outlook.com<br />
GENÉTICA ANIMAL<br />
SELECIONAR PARA<br />
QUALIDADE DE CARNE<br />
Muito se ouve: “O Brasil tem o segundo maior rebanho comercial do mundo”, “Nosso país é o maior<br />
exportador de carnes do mundo”, “Preço da arroba bovina cai consideravelmente”, “Operação carne fraca”,<br />
“Corrupção e conspiração na maior empresa de Alimentos do mundo”! Afinal, o agronegócio (pecuária) dá certo<br />
ou não no Brasil?!!!<br />
Difícil entender, não é mesmo?<br />
E ainda ouvimos: “Frigoríficos<br />
não renumeram produtores por<br />
qualidade”, “Fechamento de plantas<br />
frigorificas”, “Carne brasileira é barata<br />
por não ter qualidade”. Somos<br />
campeões apenas em quantitativo,<br />
mas cadê a qualidade? Onde erramos?<br />
Seleção em qualidade de<br />
carne tem sido extensivamente trabalhada<br />
em raças de origem taurina,<br />
não com o zebu que criamos (Nelore).<br />
Realmente, o Nelore, raça que<br />
predomina os sistemas pecuários<br />
brasileiros, não foi selecionado para<br />
esta variável. Já que temos tantos<br />
programas de melhoramento animal<br />
no país, por que não há seleção para<br />
qualidade de carne? Como então,<br />
iremos melhorar qualitativamente<br />
nossa carne? O quê fazer para agregar<br />
valor ao produto (carne)?<br />
Fazendo cruzamentos (F1),<br />
Tricros, substituição total do rebanho<br />
Nelore por animais cruzados<br />
ou raças taurinas (?). Essa última<br />
opção, totalmente fora de cogitação,<br />
principalmente por questões edafo-<br />
-climáticas e sistemas de produção.<br />
E o que fazer? Seleção para maciez<br />
e marmoreio?<br />
No mundo atual, e principalmente<br />
nos países do primeiro<br />
mundo os consumidores estão se<br />
tornando mais esclarecidos e exigentes,<br />
preconizando a cada dia por<br />
carnes macias e saudáveis. Entretanto,<br />
ao ponto de vista do produtor<br />
a questão que predomina é: vale a<br />
pena investir em qualidade de carne?<br />
E, sobretudo, quanto vale? Estas<br />
questões são pertinentes, já que<br />
os frigoríficos, em sua maioria, não<br />
bonificam por animais bem terminados,<br />
mas sim renumeram apenas<br />
por peso.<br />
Além disso, trabalhar com o<br />
marmoreio tem seu custo, e esta é<br />
uma característica que quando preconizada<br />
diminui o ganho de peso<br />
dos animais, ou seja, do ponto de<br />
vista do produtor: seu lucro diminui.<br />
Trabalhar com animais castrados,<br />
também é uma opção, mas quando<br />
colocado o fato de que estes também<br />
ganham menos peso, a ideia<br />
já é desconsiderada. Neste sentido,<br />
seria totalmente inválido dedicar-se<br />
a produção de carnes de qualidade.<br />
Portanto é justificável que, hoje em<br />
dia, os produtores pensem em aumentar<br />
a rentabilidade do sistema<br />
produtivo (Produtividade).<br />
Entendemos que o investimento<br />
deveria ser direcionado para<br />
o aumento da produtividade, particularmente<br />
na redução na idade de<br />
abate, o que é muito positivo para<br />
a qualidade de carne. Outro aspecto<br />
é a precocidade de crescimento e<br />
acabamento dos animais, pois com<br />
o aumento de peso e melhor acabamento<br />
de carcaça, poderá nos aproximar<br />
bastante do que geralmente se<br />
considera como uma carcaça de boa<br />
qualidade, pesada e bem acabada, de<br />
um animal jovem.<br />
O pecuarista deve buscar<br />
EFICIÊNCIA e PRODUTIVIDA-<br />
DE, independentemente de pagamento<br />
diferenciado. Priorizando<br />
seleção para redução na idade de<br />
abate, precocidade de crescimento<br />
e acabamento, levando ao aumento<br />
da produtividade. Assim, será a indústria<br />
que irá direcionar esse produto<br />
para os segmentos de mercado<br />
mais exigentes, e com o tempo<br />
a remuneração pela qualidade virá<br />
pelo aumento da demanda. O foco<br />
tem que ser na qualidade da carcaça,<br />
a qualidade da carne exige um nível<br />
de detalhamento muito maior.<br />
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EDIÇÃO <strong>33</strong> | ANO 07 | SET/OUT 2017