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Revista MB Rural 33

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Prof. Dr. Jorge Luís Ferreira<br />

UFT - Tocantins<br />

jorgeuft@gmail.com<br />

Fernanda Fioravantet<br />

Acadêmica Med. Vet. UFT<br />

fernanda.fioravante@outlook.com<br />

GENÉTICA ANIMAL<br />

SELECIONAR PARA<br />

QUALIDADE DE CARNE<br />

Muito se ouve: “O Brasil tem o segundo maior rebanho comercial do mundo”, “Nosso país é o maior<br />

exportador de carnes do mundo”, “Preço da arroba bovina cai consideravelmente”, “Operação carne fraca”,<br />

“Corrupção e conspiração na maior empresa de Alimentos do mundo”! Afinal, o agronegócio (pecuária) dá certo<br />

ou não no Brasil?!!!<br />

Difícil entender, não é mesmo?<br />

E ainda ouvimos: “Frigoríficos<br />

não renumeram produtores por<br />

qualidade”, “Fechamento de plantas<br />

frigorificas”, “Carne brasileira é barata<br />

por não ter qualidade”. Somos<br />

campeões apenas em quantitativo,<br />

mas cadê a qualidade? Onde erramos?<br />

Seleção em qualidade de<br />

carne tem sido extensivamente trabalhada<br />

em raças de origem taurina,<br />

não com o zebu que criamos (Nelore).<br />

Realmente, o Nelore, raça que<br />

predomina os sistemas pecuários<br />

brasileiros, não foi selecionado para<br />

esta variável. Já que temos tantos<br />

programas de melhoramento animal<br />

no país, por que não há seleção para<br />

qualidade de carne? Como então,<br />

iremos melhorar qualitativamente<br />

nossa carne? O quê fazer para agregar<br />

valor ao produto (carne)?<br />

Fazendo cruzamentos (F1),<br />

Tricros, substituição total do rebanho<br />

Nelore por animais cruzados<br />

ou raças taurinas (?). Essa última<br />

opção, totalmente fora de cogitação,<br />

principalmente por questões edafo-<br />

-climáticas e sistemas de produção.<br />

E o que fazer? Seleção para maciez<br />

e marmoreio?<br />

No mundo atual, e principalmente<br />

nos países do primeiro<br />

mundo os consumidores estão se<br />

tornando mais esclarecidos e exigentes,<br />

preconizando a cada dia por<br />

carnes macias e saudáveis. Entretanto,<br />

ao ponto de vista do produtor<br />

a questão que predomina é: vale a<br />

pena investir em qualidade de carne?<br />

E, sobretudo, quanto vale? Estas<br />

questões são pertinentes, já que<br />

os frigoríficos, em sua maioria, não<br />

bonificam por animais bem terminados,<br />

mas sim renumeram apenas<br />

por peso.<br />

Além disso, trabalhar com o<br />

marmoreio tem seu custo, e esta é<br />

uma característica que quando preconizada<br />

diminui o ganho de peso<br />

dos animais, ou seja, do ponto de<br />

vista do produtor: seu lucro diminui.<br />

Trabalhar com animais castrados,<br />

também é uma opção, mas quando<br />

colocado o fato de que estes também<br />

ganham menos peso, a ideia<br />

já é desconsiderada. Neste sentido,<br />

seria totalmente inválido dedicar-se<br />

a produção de carnes de qualidade.<br />

Portanto é justificável que, hoje em<br />

dia, os produtores pensem em aumentar<br />

a rentabilidade do sistema<br />

produtivo (Produtividade).<br />

Entendemos que o investimento<br />

deveria ser direcionado para<br />

o aumento da produtividade, particularmente<br />

na redução na idade de<br />

abate, o que é muito positivo para<br />

a qualidade de carne. Outro aspecto<br />

é a precocidade de crescimento e<br />

acabamento dos animais, pois com<br />

o aumento de peso e melhor acabamento<br />

de carcaça, poderá nos aproximar<br />

bastante do que geralmente se<br />

considera como uma carcaça de boa<br />

qualidade, pesada e bem acabada, de<br />

um animal jovem.<br />

O pecuarista deve buscar<br />

EFICIÊNCIA e PRODUTIVIDA-<br />

DE, independentemente de pagamento<br />

diferenciado. Priorizando<br />

seleção para redução na idade de<br />

abate, precocidade de crescimento<br />

e acabamento, levando ao aumento<br />

da produtividade. Assim, será a indústria<br />

que irá direcionar esse produto<br />

para os segmentos de mercado<br />

mais exigentes, e com o tempo<br />

a remuneração pela qualidade virá<br />

pelo aumento da demanda. O foco<br />

tem que ser na qualidade da carcaça,<br />

a qualidade da carne exige um nível<br />

de detalhamento muito maior.<br />

8<br />

EDIÇÃO <strong>33</strong> | ANO 07 | SET/OUT 2017

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