Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
2017 fica atrás somente do ano de<br />
2010 com 25.077 focos detectados.<br />
Seguem os dados apresentados na<br />
Figura 03:<br />
Série Histórica do<br />
Estado do Tocantins<br />
Série histórica do total de focos ativos detectados pelo satélite<br />
de referência, no período de 1998 até 13/10/2017<br />
(Fonte: INPE);<br />
Se fizermos uma análise sazonal<br />
(de janeiro à dezembro), entre<br />
os meses de seca no Estado, que<br />
compreende o período de maio a setembro,<br />
este último dispara em relação<br />
aos demais no número de focos<br />
de queimadas e incêndios. Vejamos<br />
melhor estes dados na Figura 04.<br />
Comparativo Sazonal da Queima<br />
no Estado do Tocantins<br />
Comparativo dos dados do ano corrente com os valores<br />
máximos, médios e mínimos, no período de 1998 até<br />
13/10/2017 (Fonte: INPE);<br />
Estamos saindo do período<br />
crítico, entretanto, temos sentido<br />
na pele as consequências desses<br />
números preocupantes. Tem sido<br />
normal acordar pela manhã e ver o<br />
céu cinzento, totalmente dominado<br />
pela fumaça. Com isso, agravam-se<br />
os problemas respiratórios (asma,<br />
bronquite, irritação nos olhos e garganta,<br />
tosse, etc), aumentam os riscos<br />
de acidentes nas estradas pela<br />
falta de visibilidade dos motoristas,<br />
sem contar com a poluição atmosférica,<br />
ocasionada pela emissão de<br />
gases como o NOx (óxido de nitrogênio),<br />
CO (monóxido de carbono),<br />
HC (hidrocarbonetos), material particulado,<br />
além de outras substâncias<br />
altamente tóxicas.<br />
Literaturas citam ainda que<br />
as queimadas empobrecem o solo,<br />
pois aceleram a mineralização da sua<br />
matéria orgânica, liberam nutrientes<br />
como N (nitrogênio) e P (fósforo)<br />
para a solução do solo, deixando o<br />
nitrogênio suscetível a perdas por<br />
percolação e volatilização, eliminam<br />
a cobertura vegetal e facilitam as<br />
perdas de solo e nutrientes por erosão<br />
hídrica e eólica.<br />
Por isso, é fundamental<br />
ressaltar que o emprego do fogo,<br />
se realizado de maneira planejada,<br />
pode evitar ou minimizar uma série<br />
de problemas. Dependendo das<br />
características da área definida para<br />
a queima, como topografia do terreno,<br />
umidade, ventos, temperatura<br />
atmosférica, quantidade e distribuição<br />
dos materiais vegetais, o comportamento<br />
do fogo varia bastante.<br />
Avaliando estes fatores corretamente<br />
e antes da execução da queima,<br />
é possível ter uma margem alta de<br />
segurança e prever o que acontecerá<br />
durante o processo.<br />
Normalmente o correto a<br />
se fazer é simular o comportamento<br />
potencial do fogo e dos seus prováveis<br />
efeitos ao ambiente, como<br />
por exemplo, imaginar a altura das<br />
chamas, a sua velocidade de propagação,<br />
a possibilidade das fagulhas<br />
serem lançadas à grandes distâncias,<br />
etc. Além disso existem seis fatores<br />
essenciais a serem considerados para<br />
planejamento e execução da queima<br />
controlada, são eles:<br />
1. Definição do objetivo da queima;<br />
2. Avaliação Preliminar da área;<br />
3. Realização do Plano de Queima;<br />
4. Autorização para a Queima;<br />
5. Preparação do Terreno;<br />
6. Execução da Queima e Avaliação.<br />
No Tocantins, a obtenção<br />
da Autorização para Queima Controlada,<br />
conhecida por AQC, é obtida<br />
junto ao Instituto Natureza do<br />
Tocantins – Naturatins. O procedimento<br />
é feito mediante abertura de<br />
processo administrativo por responsável<br />
técnico habilitado e credenciado<br />
junto ao órgão. O Naturatins,<br />
seguindo critérios estipulados pela<br />
Resolução COEMA 07/2005, emite<br />
o ato administrativo após análise<br />
da documentação apresentada e somente<br />
nos períodos determinados<br />
no calendário anual de queima.<br />
Para quem ainda insiste em<br />
fazer o uso do fogo sem autorização<br />
prévia do órgão competente, fica o<br />
alerta! Este ato é considerado crime<br />
ambiental e o infrator que provocar<br />
incêndio em área de mata ou<br />
floresta está sujeito à reclusão de 2<br />
(dois) a 4 (quatro) anos e multa. Se<br />
o crime for considerado culposo, a<br />
pena é de detenção de 6 (seis) meses<br />
a 1 (um) ano e multa (Art. 41 da Lei<br />
9605/1998).<br />
De todo modo, é impossível<br />
não se sensibilizar ao ver uma<br />
área verde repleta de vida ser drasticamente<br />
transformada em cinzas,<br />
onde a beleza e o colorido das árvores,<br />
dos animais e do céu, após a<br />
passagem do fogo, viram um triste<br />
e monocromático cenário de morte<br />
e destruição. Resta às pessoas, a<br />
consciência e a responsabilidade<br />
em evitar ações inconsequentes que<br />
piorem ainda mais as estatísticas de<br />
queima e todas as suas consequências<br />
negativas ao próprio homem e<br />
ao nosso meio ambiente.<br />
EDIÇÃO <strong>33</strong> | ANO 07 | SET/OUT 2017<br />
23