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jovens, aumentando o tempo de<br />
pastejo. Um ponto importante é<br />
atentar-se para a estrutura do pasto<br />
seco ao final de estação, uma vez que,<br />
a característica da macega ao final da<br />
seca influenciará as características e<br />
formação do pasto de águas. Uma<br />
macega com muito resíduo ao<br />
final da seca, com grande presença<br />
de material morto, composto em<br />
sua maior parte por talos secos,<br />
refletirá em uma estrutura de difícil<br />
formação do bocado pelo animal,<br />
aumentando ainda mais o tempo de<br />
busca por alimento, impactando o<br />
desempenho.<br />
Caso as chuvas demorem a<br />
firmar, e a macega acumulada tiver<br />
perdido as folhas, uma opção é aumentar<br />
a quantidade de suplemento/ração<br />
fornecido para os animais<br />
no cocho. Para essa ação é importante<br />
avaliar a disponibilidade de<br />
cocho, garantindo acesso ao suplemento<br />
por todos animais do lote.<br />
No caso de proteinados, a recomendação<br />
é de 10 a 15 cm lineares por<br />
animal, já para produtos de maior<br />
consumo, precisamos ofertar de 25<br />
a 30 cm lineares por cabeça.<br />
Para produtores que possuem<br />
estrutura de confinamento e/<br />
ou estrutura de piquetes, uma estratégia<br />
interessante é fazer o “sequestro”<br />
de categorias jovens (bezerros e<br />
garrotes) em recria. Basicamente, é<br />
formulada uma dieta mais volumosa<br />
e fornecida aos animais fechados<br />
no confinamento ou piquetes. Essa<br />
dieta simula um pasto de boa qualidade<br />
e ajuda a manter o ganho de<br />
peso dos animais nessa fase crítica<br />
de transição de seca para águas.<br />
Quando a pastagem já estiver estabelecida,<br />
retornamos os animais aos<br />
pastos e seguimos a estratégia definida<br />
para o período das águas, com<br />
um suplemento especifico para essa<br />
fase do ano.<br />
Por outro lado, se as chuvas<br />
firmarem, se possível, devemos<br />
buscar rebaixar ao máximo a macega<br />
acumulada (resíduo do final da<br />
seca), favorecendo a formação do<br />
pasto de águas, visando uma estrutura<br />
rica em folhas. Nesse sentido,<br />
o que pode ser feito é aumentar a<br />
taxa de lotação, permitindo um rebaixamento<br />
da macega de forma<br />
mais homogênea ou abrir mão do<br />
uso de roçadeiras para uniformização<br />
do local. Aliado a esses manejos<br />
para uniformização do dossel forrageiro,<br />
pode-se utilizar estratégias de<br />
adubação, as quais acelerarão o crescimento<br />
da forrageira presente.<br />
Para as matrizes bovinas, o momento<br />
é o de iniciar a suplementação mineral<br />
com produtos que contenham<br />
elevados teores de minerais importantes<br />
para a reprodução.<br />
É necessário redobrar a<br />
atenção com produtos contendo<br />
altos níveis de uréia, precisamos ter<br />
em mente que, não é ela que mata<br />
os animais, mas sim, a água acumulada<br />
e consumida no cocho. Uma<br />
ação muito importante é orientar os<br />
responsáveis pelo manejo do gado<br />
a rodar os pastos (principalmente<br />
os sem animais e que podem estar<br />
com o cocho cheio), verificando o<br />
acúmulo de água e/ou suplementos<br />
velhos nos cochos antes de voltar<br />
com os animais. Geralmente, esse é<br />
um ponto esquecido.<br />
Ainda, é preciso lembrar que<br />
o consumo dos produtos pode cair,<br />
frente ao que estava sendo observado<br />
nas últimas semanas. Os animais<br />
gastam mais tempo buscando broto,<br />
o que pode refletir no aumento do<br />
tempo de pastejo e redução do consumo<br />
do produto no cocho.<br />
Normalmente nas fazendas ainda<br />
encontramos produtos de seca que<br />
precisam ser utilizados, mas ao mesmo<br />
tempo temos que nos preparar<br />
para transição, desta forma, se faz<br />
necessário algumas misturas para<br />
minimizar a transição natural e utilizar<br />
os estoques restantes de produtos<br />
para seca, sendo assim é orientado:<br />
Proteinado de seca, misturado<br />
com proteinado de águas, forma um<br />
ótimo produto de transição; o mesmo<br />
raciocínio pode ser trabalhado<br />
para o ureado misturado ao sal mineral;<br />
outra opção é misturar o proteinado<br />
de seca com milho, fazendo<br />
um suplemento proteico energético<br />
de consumo de 0,2 a 0,5%, dependendo<br />
da diluição a ser feita.<br />
EDIÇÃO <strong>33</strong> | ANO 07 | SET/OUT 2017<br />
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