Hempada #15 - Trip na Meca

mais se você é turista. Mas, junto com
os bondes, tão tradicionais do local, o
cheiro de maconha marcou presença,
talvez devido nosso faro apurado.
Percebi que o centro tem muita população
de rua composta por doentes
mentais. Durante o fast food no Carls’Jr,
um doidão entrou na lanchonete e começou
a gritar e gesticular sozinho, assustando
todos os presentes. O segurança
ficou só olhando. “Aqui é a terra das
liberdades, o estado assegura o direito
de você ser o que quiser – até se quiser
ser morador de rua, você tem o direito”,
me disse a Fernanda. O Double Wester
Bacon na promoção, ou como dizem
por lá, ‘meal’, saiu por $11,46.
Batemos perna pelo centro até que
resolvemos visitar o Barbary Coast Dispensary,
que funciona por ali há 5 anos.
“É muito corrido...”, respondeu, enquanto
nos cadastrava no sistema, o budtender
ao ser questionado sobre a rotina
do local. E parecia mesmo ser verdade,
pois havia fila para entrar, mesmo com
oito atendentes simultaneamente vendendo
erva e derivados.
Dessa vez a compra foi por parte do
pacote. Três gramas e meia de uma Lemon
Hash Plant muito forte saíram por
$27,65. E um pack charmoso de 5 cigarros
pré-enrolados custou $34. Esse
dispensário se diferencia dos outros por
conter um espaço de lounge onde a galera
pode fumar o que acabou de adquirir.
Na teoria as mesas e sofás estão
disponíveis para os clientes por 30 minutos,
mas não vi regularem isso. Mediante
documento com um dos “garçons”, eles
emprestam bandeja com todos as ferramentas
para confecção do baseado
– seda, dichavador, etc. E mais... também
dispõem de vaporizadores e bongs
para dab. Um luxo.
Só saímos porque tínhamos um brasileiro
pra encontrar do lado de fora.
Cláudio de Matos, 48 anos, é cabelereiro
e mora nos EUA há 4 anos e viu de
perto toda essa movimentação da legalização
da erva recreativa na Califa. “O
americano tem uma relação completamente
diferente com drogas do que nós
temos no Brasil. Pela primeira vez aqui
eu vi drogas pesadas e restritivas (como
heroína). Já a maconha, que todo mundo
usa, levou o governo da Califórnia a
liberar o uso consciente. Hoje o estado
da Califórnia produz mais maconha que
o México inteiro. Isso acarreta vários
problemas como desmatamentos, plantios
ilegais, pesticidas... quando vim pra
cá tive a oportunidade me tratar com a
cannabis medicinal”, disse ele, lembrando
ainda que “a maconha não é só entretenimento”.
Cláudio é paciente medicinal
e recebe do estado a autorização
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