Whiz 6ª Edição

Um futuro aparentemente
pacífico, marcado por
fortes diferenças sociais
e dividido em classes.
Os mais poderosos controlam
de forma absoluta e totalitária
a sociedade em que vivem,
utilizando de todo e qualquer
método para afirmar e manter
sua soberania perante o resto
da população.
Eis que de repente surge um
herói inesperado, um membro
do povo, que diferente de seus
companheiros, percebe
os problemas da condição em
que vive e decide combater
a tirania que lhe é imposta.
Esse enredo pode soar familiar
para muitos: Maze Runner,
Divergente, V de Vingança,
Expresso do Amanhã,
Oblivion... As distopias
mexem com a imaginação
e expectativa do ser humano
e são constantemente
abordadas em filmes, livros
e até em músicas.
As obras distópicas tiveram
seu início no final do século
XIX, com o livro Máquina do
Tempo. A ideia é um conceito
utilizado por muitos autores,
em que são criadas sociedades
com ideais opostos ao de uma
utopia. Normalmente elas
s e g u e m a mesma fórmula:
sociedades futuristas onde
governos totalitários exploram
de forma indiscriminada
a parcela mais frágil da
população, utilizandose,
inclusive, dos avanços
tecnológicos para
a manutenção de seu poder.
Veja as principais obras
literárias, que influenciaram
e popularizaram esses
assustadores futuros:
Máquina do Tempo (1895) - H. G. Wells
O livro conta a história do Viajante do Tempo, um homem que constrói uma
máquina do tempo e viaja para o ano de 802.701. Lá ele encontra duas raças:
os Elóis e os Morlocks, espécies que evoluíram dos humanos e que vivem em uma
relação de predação. Reconhecido como um precursor do gênero de ficção científica,
é o primeiro romance a abordar um futuro distópico e também um dos primeiros
a descrever uma viagem no tempo.
Admirável Mundo Novo (1931) - Aldous Huxley
Na sociedade imaginada por Aldous Huxley (1894 - 1963), no futuro não
existiriam casais, a monogamia seria considerada um tabu e não haveria a geração
de descendentes através de gravidez. Os bebês seriam gerados e alimentados
em incubadoras. Sendo assim, toda a população seria formada por pessoas précondicionadas
biologicamente e psicologicamente, através do prazer, a viverem de
acordo com as condições impostas pelo Estado.
1984 (1949) - George Orwell
O romance é considerado um dos mais influentes do século XX e retrata o mundo
após uma grande guerra que dividiu a sociedade em três grandes países. Mesmo
após a divisão, os conflitos continuam. Diante de tal contexto está inserido Winston
Smith, um homem cuja função é alterar notícias e informações de acordo com
os interesses do governo dominante. Ele vive em Oceânia, lugar onde ter uma
mente livre é considerado um crime gravíssimo. O Partido condicionava as pessoas
a seguirem seus ideais através da repressão e controlava tudo o que todos faziam
através do “Big Brother” (o olho que tudo vê), um líder simbólico.
Eu, Robô (1950) - Isaac Asimov
O livro é formado por uma coletânea de nove contos diferentes, com uma única
coisa em comum: a evolução dos robôs. A importância de tal livro se deu por conta
da ideia de os causadores do futuro distópico serem máquinas. Mas não para por aí,
o escritor, a partir de sua obra, idealizou as Três Leis da Robótica: 1) um robô não
pode ferir um humano ou permitir que um humano sofra algum mal; 11)
os robôs devem obedecer às ordens dos humanos, exceto nos casos em que tais
ordens entrem em conflito com a primeira lei; 111) um robô deve proteger a sua
própria existência, desde que não entre em conflito com as leis anteriores. Tais leis
foram aplicadas em praticamente todas as obras ficcionais que a sucederam.
Laranja Mecânica (1962) - Anthony Burgess
Esse livro conta a história do jovem Alex e sua gangue. Narrada pelo próprio
protagonista, ele conta as experiências que antecederam e sucederam o experimento
ao qual foi submetido. Burgess trouxe pela primeira vez a ideia de um jovem
protagonista, com a intenção de utilizar a juventude como símbolo para a mudança
e também com o intuito de satirizar o rumo que a sociedade inglesa estaria tomando.
Jogos vorazes (2008) – Suzanne Collins
Narrado em primeira pessoa, o livro conta a história de Katniss Everdeen. A narrativa
descreve uma sociedade dividida em 12 distritos diferentes que anualmente oferecem
jovens, um de cada sexo, para disputarem um duelo até a morte nos chamados Jogos
Vorazes. A ideia de “pão e circo” é muito bem explorada nessa obra, uma vez que
a “Capital” se aproveita do entretenimento para alienar a população. O livro foi
a primeira grande obra distópica do século XXI e trouxe o gênero de novo à tona.
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