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OLHARES

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<strong>OLHARES</strong><br />

conhecimento formal, instituir ou transgredir o movimento da sala de aula, que é a prática pedagógica<br />

instituinte.<br />

Prática pedagógica instituinte estabelece a horizontalidade como fator essencial à dinâmica específica<br />

de cada movimento. Esse movimento é incompatível com a cultura pedagógica baseada na trilogia:<br />

copie, decore e repita. O instituinte oferece espaço para uma multiplicidade de interações, interlocuções<br />

e aprendizagens, ou seja, as práticas instituídas transgridem com a verticalidade nas relações e nos<br />

processos de ensino e de aprendizagem.<br />

Essa relação é orientada por uma rede hipertextual, na qual a flexibilidade e a funcionalidade tecem<br />

caminhos diferentes, formando teias ressonantes e significativas que podem cruzar vários atalhos,<br />

diferentes sequências e explorar diferentes caminhos, ou seja, “o hipertexto supõe o coletivo, mas não deixa<br />

de contemplar o faça você mesmo de cada aluno (...), pois a funcionalidade coexiste na multiplicidade”<br />

(SILVA, 1999, p. 203).<br />

É necessário que professor e aluno experimentem o labirinto e a complexidade de trabalhar no acaso e<br />

na incerteza para aprender a reagir. Esse perder-se deve ser um convite à exploração e não uma forma de<br />

desmotivação para mergulhar na rede, pois a interatividade supõe uma afetividade comunicacional entre<br />

os participantes e essa afetividade favorece atitudes exploratórias, fluídas e fundantes na diferença.<br />

REFERÊNCIAS<br />

CASTORIADIS, Cornelius. A instituição imaginária da sociedade. Trad. Guy Reynaud. 4 ed., Rio de Janeiro:<br />

Paz e Terra, 1982.<br />

KOSIK, Karel. Dialética do concreto. Trad. Celia Neves e Alderico Toríbio. 2. ed., Rio de Janeiro: Paz e Terra,<br />

1979.<br />

LAPASSADE, Georges. Grupos, organizações e instituições. Trad. Henrique Augusto de Araújo Mesquita.<br />

3. ed., Rio de Janeiro: F. Alves, 1989.<br />

LOURAU, René. A análise institucional. Trad. Mariano Ferreira. Petrópolis: Vozes, 1975.<br />

MARTINS, Pura Lúcia Oliver. A didática e as contradições da prática. Campinas, São Paulo: Papirus, 1998.<br />

SACRISTÁN, J. Gimeno. Poderes instáveis em educação. Trad. Beatriz Affonso Neves. Porto Alegre: Artes<br />

Médicas, 1999.<br />

SACRISTÁN, J.Gimeno. Consciência e acção sobre a prática como libertação profissional dos professores.<br />

In: NÓVOA, António. Profissão professor. Portugal: Porto Editora, 1995.<br />

SILVA, Marco. Sala de aula interativa. Rio de Janeiro: Quartet, 2000.<br />

VÁSQUEZ, Adolfo Sánches. Filosofia da práxis. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1968.<br />

Metodologias de problematização<br />

no ensino superior:<br />

uma visão na formação<br />

do docente universitário<br />

Sérgio Roberto Santos de Santana 1<br />

Resumo: O artigo analisa criticamente a prática docente das bases<br />

epistemológicas da metodologia científica no ensino superior, avaliando<br />

as dificuldades encontradas pelos professores na concepção e execução de<br />

ações didático-científico-metodológicas e demais obstáculos epistemológicos,<br />

especialmente quanto às formas de argumentação e interlocução que são<br />

desenvolvidas em sala de aula, na aplicação e análise de conteúdos científicos.<br />

Os estudantes do ensino superior não apresentam hábito de leitura, o que<br />

não os torna aptos para a leitura crítica, culminando com uma acentuada<br />

dificuldade de produção escrita. Conclui-se que somente será possível<br />

amenizar o problema estudado mediante esforço coletivo do corpo docente,<br />

no sentido de implantar na rotina acadêmica situações reais de incentivo à<br />

leitura crítica e à produção escrita.<br />

Palavras-chave: ensino superior; epistemologia; metodologia; formação;<br />

conhecimento científico.<br />

Ao escrever sobre metodologia da problematização temos que considerar que a formação de professores<br />

e o trabalho docente pressupõem que se identifique e compreenda algumas das funções que a escola<br />

tem desempenhado na sociedade, numa espécie de resgate histórico do movimento dos professores.<br />

Partindo desse contexto é possível interpretar a realidade. Para Freire (1983), não há limites rígidos no<br />

tempo, pois os fatos, em boa medida, se interpenetram no tempo histórico. Assim, a questão da verdade<br />

científica é impossível de ser compreendida fora da continuidade e da história da transformação do<br />

homem no mundo, visto que o homem, diferentemente do animal, é capaz de exercer um ato de reflexão<br />

sobre si mesmo e sobre o seu trabalho.<br />

Convém assinalar que o termo “tendência”, de modo geral, significa permanência, continuidade,<br />

duração histórica, traços constitutivos de conhecimentos que tiveram sua origem e desenvolvimento<br />

num determinado contexto social. Dessa forma, existem diferentes tendências na educação brasileira,<br />

pelo menos nos últimos cinquenta anos, que, por sua vez, receberam influência dos grandes movimentos<br />

educacionais internacionais, pautadas nas especificidades de nossa história política, social e cultural, de<br />

acordo com o período a ser considerado.<br />

No Brasil, a história nos mostra que as primeiras práticas docentes sofreram influência da pedagogia<br />

tradicional, de caráter religioso e normativo, visto que a presença da igreja era marcante nessa área.<br />

ARTIGOS<br />

1<br />

Especialista em Docência no Ensino Superior, pela Faculdade de Sergipe – FASE e Bacharel em Ciências Econômicas, pela Universidade Tiradentes –<br />

UNIT. Contato: sergiorssantana@hotmail.com<br />

UMA PUBLICAÇÃO DO NPPD I UNIJORGE I 24<br />

25 I UNIJORGE I UMA PUBLICAÇÃO DO NPPD

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