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OLHARES

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A etapa da Teorização é o momento da investigação, quando são esclarecidas as dúvidas em busca das<br />

que buscavam uma nova história, uma nova maneira de estudar, o que influencia tanto o ensino quanto<br />

soluções para as problematizações. Pelos estudos feitos se é capaz de se perceber aspectos que devem<br />

os meios de produção acadêmica.<br />

se mantidos ou até mesmo revistos, o que leva muitas vezes a pessoa a procurar ter mais conhecimento<br />

Os anos 80 envolveram uma série de mudanças e a tentativa de rompimento com a pedagogia tradicional,<br />

sobre o problema trabalhado. Com todos os estudos feitos e todos os dados obtidos, podemos partir para a<br />

o que não era muito fácil e nem mesmo bem aceito, pois representava a saída de uma concepção de uma<br />

segunda parte, que se refere à questão do levantamento de hipóteses de solução para os problemas a serem<br />

história tradicional vista como factual, linear, narrativa, passando-se a valorizar mais o político e a busca<br />

trabalhados. A etapa das hipóteses deve ser a mais criativa, pois deve estimular a antecipação de possíveis<br />

de novas concepções que problematizam a realidade.<br />

<strong>OLHARES</strong><br />

porquês de determinado problema e gerar novas ações, as quais devem ser desenvolvidas para se exercer<br />

uma diferença sobre a realidade de onde se extraiu o problema. Partindo da hipótese de solução devemos ir<br />

à próxima etapa, que implica aplicá-la à realidade, ou seja, a parte prática, de ação concreta.<br />

A Metodologia da Problematização é marcada pelo levantamento dos pontos–chave, antecipados<br />

pela análise dos possíveis fatores associados ao problema selecionado e também seus determinantes<br />

maiores. Para uma melhor compreensão do problema organizamos uma série de aspectos sintetizados<br />

ARTIGOS<br />

Da realidade extraiu-se o problema, do qual foi realizado o estudo e todas as discussões sobre os dados<br />

como: possíveis fatores associados ao problema e possíveis determinantes contextuais do problema.<br />

obtidos, e no fim se volta para a mesma realidade com ações que possam transformá-la em algum grau.<br />

Sabemos que muitas causas podem estar associadas às dificuldades encontradas ao se elaborar um bom<br />

O fim é a transformação, mesmo que pequena, da realidade apresentada. Como já citado, autores como<br />

planejamento. Que determinantes, então, seria possível levantar para explicar a dificuldade que tem o<br />

Paulo Freire, entre outros, vêm apontando para a importância de uma Educação Problematizadora.<br />

professor para fazer o planejamento?<br />

O método do Arco é uma ideia metodológica apropriada para experimentar na prática vários princípios<br />

Um deles poderia ser a falta de hábito de fazê-lo diariamente. Outro, de fazê-lo segundo seus próprios<br />

de uma Pedagogia Problematizadora, envolvendo uma visão de transformação na sociedade. O uso<br />

critérios. Um terceiro, de estar privilegiando um dos componentes do planejamento, por exemplo,<br />

desse esquema no Ensino Superior, para desenvolver explicações/interpretações, é um método da<br />

o conteúdo. Além disso, poderia estar havendo falta de acompanhamento sistemático, por parte da<br />

problematização que tende à educação progressista e humanizadora.<br />

Universidade, quanto à elaboração do planejamento do professor. A Universidade estaria oportunizando<br />

A concepção de educação histórico-crítica forma uma verdadeira metodologia, entendida como um<br />

encontros pedagógicos periódicos para a reflexão sobre o tema?<br />

conjunto de métodos, técnicas, procedimentos ou atividades intencionalmente selecionadas e organizadas<br />

A forma como a atual política educacional nacional vem se apresentando não tem contribuído para a<br />

para a realização do propósito maior que é preparar o estudante para tomar consciência de seu mundo.<br />

satisfação do profissional da educação, visto que, além de não refletir um real interesse na formação qualificada<br />

A metodologia da problematização permite que ocorra uma transformação do sujeito que dela participa.<br />

do professor, ainda não proporciona as condições gerais de trabalho em muitas Instituições de Ensino Superior.<br />

A relação professor-alunos nestes casos tem que ocorrer de forma que o professor dê ouvidos ao aluno,<br />

Outra consequência desta política pública é a inexistência de profissionais especializados e qualificados<br />

gerando oportunidades para que o aluno observe e discuta o problema e, a partir daí, resolva a que<br />

nas Instituições de Ensino Superior, que possam auxiliar os professores no exercício de suas funções. A<br />

conteúdos deve dar mais ênfase nos seus estudos, tornando-se um agente em sala de aula.<br />

sobrecarga das atividades desta classe de trabalhadores e o desestímulo salarial agravam ainda mais o<br />

Mas para que isso ocorra em sala de aula temos que ter um professor mais democrático e buscar,<br />

quadro. Esses aspectos nos permitem perceber o quanto é complexa a situação em sala de aula. A partir<br />

sempre, a coerência entre as suas teorias e suas práticas. Um fator que também leva o aluno a se<br />

dessa reflexão, elegemos os seguintes pontos-chave para o estudo:<br />

desenvolver mais na prática metodológica da problematização é o seu envolvimento gradativo com a<br />

situação, aprofundando a sua compreensão da realidade.<br />

• Planejamento de ensino, sua importância e os componentes envolvidos;<br />

A metodologia da Problematização parte de uma crítica do ensino tradicional e propõe um ensino<br />

• Contribuições dos alunos para o entendimento das condições do processo de ensino e aprendizagem<br />

diferenciado, em que o questionamento da realidade e a busca de soluções possibilitam o desenvolvimento<br />

na turma estudada;<br />

do raciocínio crítico do aluno. Ela é voltada para a transformação e conscientização dos direitos e deveres<br />

• A visão do professorado sobre sua atividade de planejamento das aulas.<br />

do cidadão, possuindo características próprias e fundamentos de várias correntes filosóficas, entre as<br />

quais podemos citar a fenomenologia, o existencialismo e o marxismo. À história, como disciplina, coube<br />

O planejamento deve ser um guia de orientação para o professor, deve ter uma ordem sequencial<br />

buscar as justificativas no passado, entre outras importâncias.<br />

progressiva, para que sejam alcançadas as metas traçadas, deve considerar a objetividade, que é a<br />

No Brasil, o colégio D. Pedro II foi o primeiro a implantar história como disciplina, sendo que, nestes<br />

correspondência dos conteúdos que foram planejados com a realidade à qual vão ser aplicados. Deve<br />

primeiros anos, vê-se uma forte influência do positivismo na sua abordagem. Nos anos 70 a história é<br />

também haver coerência entre objetivos, conteúdos, métodos e avaliação, e flexibilidade para que,<br />

tomada como uma evolução linear, em que se parte do estágio menos evoluído para o mais avançado,<br />

sempre que necessário, se possa organizá-lo e reorganizá-lo. “O planejamento está sempre ligado à<br />

época em que ocorreu a formação dos “Estudos Sociais”, que absorvia História e Geografia e incluía<br />

prática” (LIBÂNEO, 1994, p. 225). O professor, ao elaborar seu planejamento, está refletindo sobre a sua<br />

O.S.P.B e Educação Moral e Cívica. Nos anos 80 encontramos uma realidade diferente, com tendências<br />

prática, avaliando seus métodos e compromissando-se com o processo de ensino e aprendizagem, que<br />

UMA PUBLICAÇÃO DO NPPD I UNIJORGE I 28<br />

29 I UNIJORGE I UMA PUBLICAÇÃO DO NPPD

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