Revista Lubes em Foco - Ed 70 / Lubes em Foco Magazine - Issue 70
Revista Lubes em Foco / Lubes em Foco Magazine Revista sobre lubrificantes e lubrificação - País Brasil / Lubricants and lubrication magazine - Country Brazil
Revista Lubes em Foco / Lubes em Foco Magazine
Revista sobre lubrificantes e lubrificação - País Brasil / Lubricants and lubrication magazine - Country Brazil
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O mercado de óleos básicos<br />
Como já é de amplo conhecimento, as refinarias<br />
brasileiras que produz<strong>em</strong> óleos básicos lubrificantes<br />
são apenas três: REDUC, no Rio de Janeiro; RLAN<br />
na Bahia, produzindo apenas óleos do grupo I;<br />
e a Lubnor no Ceará, produtora apenas de óleos<br />
naftênicos. Colaborando significativamente com<br />
a oferta nacional, a indústria do rerrefino coloca<br />
no mercado óleos do grupo I e, através da Lwart<br />
Lubrificantes, produz óleos básicos do grupo II.<br />
Com o desenvolvimento dos motores e<br />
equipamentos <strong>em</strong> geral, aliado às questões<br />
ambientais de economia de combustível e <strong>em</strong>issões<br />
veiculares, as viscosidades dos lubrificantes estão<br />
ficando cada vez mais baixas, exigindo óleos<br />
básicos menos viscosos e mais resistentes. Dessa<br />
forma, o consumo de óleos dos grupos II e III v<strong>em</strong><br />
subindo exponencialmente, fazendo com que as<br />
importações de óleos básicos aument<strong>em</strong> na mesma<br />
proporção.<br />
No ano de 2018, o mercado brasileiro de<br />
óleos básicos situou-se <strong>em</strong> 1.469.092 m 3 , com um<br />
crescimento de 19% <strong>em</strong> relação ao ano anterior. Esse<br />
aumento deveu-se principalmente ao impactante<br />
volume das importações desse segmento, que<br />
atingiram mais de 616 mil m 3 , correspondendo<br />
a um aumento de 48% <strong>em</strong> relação a 2017. Para<br />
se ter uma ideia da importância desse número,<br />
toda a produção das refinarias brasileiras atingiu o<br />
volume de pouco mais de 603 mil m 3 , ou seja, já<br />
importamos mais do que produzimos, <strong>em</strong> termos<br />
de primeiro refino.<br />
Os Estados Unidos são incontestavelmente os maiores<br />
fornecedores de básicos ao Brasil, com cerca de 75,5% do<br />
volume importado para o nosso mercado, seguidos de muito<br />
longe pela Coreia do Sul com 6,2%, a Itália com 4,9%, a<br />
Malásia com 4,4% e o Barein com 3,0%. A eles segu<strong>em</strong>, com<br />
menores quantidades, países como a Suécia, Catar, Canadá,<br />
Rússia, França, Índia, Emirados Árabes e outros.<br />
As vendas de básicos rerrefinados no Brasil superaram<br />
as do ano passado <strong>em</strong> 3,4%, com um total de 257.<strong>70</strong>6 m 3 ,<br />
tendo como seu maior participante a Lwart Lubrificanes, que<br />
Mercado brasileiro de óleos básicos<br />
m 3 %<br />
Mercado local básicos 1.469.092 100,00%<br />
Produção refinarias 602.881 41,00%<br />
Rerrefino 257.<strong>70</strong>6 17,50%<br />
Importação 616.305 42,00%<br />
Exportação 7.800 0,50%<br />
entregou ao mercado 114.400 m 3 , representando 44,4% das<br />
vendas, sendo 80% desse volume de básicos do grupo II. Em<br />
seguida veio a Petrolub com 16,5%, a Lubrasil com 13,0%,<br />
a Tasa com 9,8% e a Proluminas com 9,1%. Completando o<br />
volume total, seguiram-se Lubrificantes Fenix, Petroquímica do<br />
Sul, Falub, Brazão e Supply.<br />
O Brasil seguirá ainda por muitos anos sendo<br />
importador de derivados e também acompanhará<br />
a tendência tecnológica mundial de utilização de<br />
óleos básicos de melhor qualidade e viscosidades<br />
mais baixas, o que diminuirá a utilização de óleos<br />
do grupo I. Já existe uma grande preocupação<br />
das autoridades com relação ao setor de refino<br />
brasileiro, porém até agora todas as preocupaçõles e<br />
expectativas de possíveis parcerias futuras nessa área<br />
cont<strong>em</strong>plam apenas os combustíveis. É importante<br />
que a indústria de lubrificantes fique atenta ao<br />
caminho a ser percorrido pelo país com relação aos<br />
derivados, para que possa se preparar para o futuro,<br />
tanto com logística e capacidades de armazenag<strong>em</strong><br />
de importações como para l<strong>em</strong>brar aos interessados<br />
<strong>em</strong> possíveis investimentos <strong>em</strong> refinarias no país<br />
que existe uma d<strong>em</strong>anda importante para justificar<br />
produção de óleos básicos de grupos II e III<br />
localmente.<br />
Pedro Nelson Belmiro é Engenheiro Químico,<br />
Consultor Técnico <strong>em</strong> lubrificantes, Co-autor<br />
do livro Lubrificantes e Lubrificação Industrial<br />
e coordenador da Comissão de Lubrificantes e<br />
Lubrificação do IBP.<br />
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