edicao1381
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De 7 a 13 de julho de 2019<br />
A VOZ DO VALE<br />
Página 3<br />
Crianças são flagradas sendo alimentadas<br />
sentadas no chão de creche no bairro Três Marias<br />
Parecer prévio das contas de 2018 aponta quase 50 falhas na administração do prefeito Jô Silvestre<br />
O Tribunal de Contas<br />
do Estado de São Paulo<br />
(TCE/SP) divulgou um<br />
parecer prévio das contas<br />
do prefeito Jô Silvestre<br />
no exercício de 2018. No<br />
primeiro semestre, o TCE<br />
já havia feito cerca de 80<br />
apontamentos nas contas<br />
da Prefeitura de 2017.<br />
O que chama a atenção<br />
são as falhas encontradas<br />
nos centros de Educação<br />
Infantil (CEIs) e em varias<br />
Unidades Básicas de<br />
Saúde (UBSs). Uma das<br />
irregularidades que chamam<br />
mais a atenção no<br />
relatório da Unidade Regional<br />
do TCE de Bauru<br />
é a situação da CEI José<br />
Maria Porto. Os fiscais<br />
solicitam uma intervenção<br />
imediata diante da<br />
inadequação do prédio.<br />
Durante a fiscalização,<br />
foram verificadas improvisação<br />
das instalações elétricas,<br />
com fios expostos<br />
por todo o prédio. Na área<br />
destinada ao banho dos bebês,<br />
a fiação do chuveiro<br />
estava sem proteção, sendo<br />
acessível às crianças, e o<br />
local ainda apresentava azulejos<br />
quebrados, condições<br />
favoráveis a incidentes.<br />
Já no banheiro foi verificado<br />
que as dependências<br />
dos sanitários eram<br />
inapropriadas, não apresentando<br />
privacidade. Em<br />
dois banheiros não havia<br />
portas e nem mesmo divisórias,<br />
expondo totalmente<br />
a intimidade das crianças.<br />
Trincas e rachaduras<br />
também foram constatadas,<br />
o que poderia comprometer<br />
a estrutura do prédio.<br />
CRIANÇAS NO<br />
CHÃO – A fiscalização<br />
ainda constatou que a área<br />
da alimentação das crianças<br />
era inadequada, sendo<br />
que o refeitório não comporta<br />
todas as crianças, de<br />
forma que todos possam<br />
ser alimentados sentados à<br />
mesa. No momento da fiscalização,<br />
os atentes presenciaram<br />
crianças sendo<br />
alimentadas sentadas no<br />
chão, enquanto outros dois<br />
bebês aguardavam próximo<br />
a uma lixeira.<br />
Também foram constatadas<br />
irregularidades em<br />
outras creches, como: Maria<br />
Isabel Domingues Leal,<br />
Maria Lúcia Rodrigues,<br />
Mauricia Vilas Boas Delazari<br />
Alves, Dona Bidunga<br />
e Olga Girardi de Brito. As<br />
escolas municipais Dona<br />
Anna Novaes Carvalho,<br />
Carlos Papa e Norma Lilia<br />
Pereira, também foram<br />
encontradas falhas.<br />
No setor da saúde, também<br />
foram verificadas<br />
diversos problemas estruturais.<br />
O TCE fez apontamento<br />
nas UBS do Jardim<br />
Brasil e na USF Antonio<br />
Luiz Soares de Noronha.<br />
Irregularidades foram encontradas<br />
no armazenamento<br />
e na distribuição de<br />
medicamentos.<br />
OBRAS – O TCE também<br />
verificou que de 27<br />
obras iniciadas pela Prefeitura,<br />
6 encontravam-<br />
-se paralisadas, rescindidas<br />
ou sem emissão de<br />
atestado de recebimento,<br />
revelando insuficiência<br />
no acompanhamento das<br />
contratações, violando<br />
o principio da eficiência<br />
e falta de planejamento<br />
para execução das obras.<br />
Os fiscais apontaram<br />
o prédio onde seria instalado<br />
o Centro Especializado<br />
em Recuperação<br />
(CER) que foi construído<br />
com verbas federais<br />
no valor de quase R$ 2,5<br />
milhões. A obra foi terminada<br />
em novembro de<br />
2016, porém ainda não<br />
está funcionando. A Prefeitura<br />
pretende instalar o<br />
Caisma e o setor de fisioterapia<br />
no local.<br />
Foram verificadas ainda<br />
diversas falhas fiscais,<br />
como na contabilização<br />
dos precatórios, baixo<br />
percentual de recebimento<br />
da divida ativa e ausência<br />
desde 2016 do Certificado<br />
de Regularidade<br />
Previdenciário (CRP).<br />
Os fiscais também<br />
apontaram a omissão da<br />
Prefeitura de Avaré em<br />
apresentar defesas em<br />
processos judiciais, o que<br />
vem gerando diversas<br />
condenações e, consequentemente,<br />
prejuízos<br />
aos cofres públicos.<br />
Entre os exercício de<br />
2017 e 2018, o Tribunal de<br />
Contas do Estado apontou<br />
cerca de 130 irregularidades<br />
nos diversos setores da<br />
Prefeitura. O prefeito Jô<br />
Silvestre agora deverá enviar<br />
sua defesa sobre todos<br />
os apontamentos.<br />
Prefeitura não realizou repasses a construtora<br />
do Arenão e do novo Pronto Socorro<br />
Questionada sobre o caso, a Prefeitura confirmou que não promoveu o repasse da verba, pois a obra estaria atrasada<br />
As obras da Arena de<br />
Eventos, popularmente<br />
chamada de Arenão, voltaram<br />
a ser paralisadas em<br />
Avaré. Cerca de 30 funcionários<br />
cruzaram os braços<br />
na quinta-feira, dia 11 de<br />
julho, se negando a trabalhar<br />
caso os salários não<br />
fosse quitados.<br />
Informações obtidas<br />
pelo A Voz do Vale dão<br />
conta que desde que a obra<br />
foi reiniciada, em dezembro<br />
de 2018, a Prefeitura<br />
não realizou o repasse a<br />
empresa Matserv Comércio<br />
e Serviços Ltda., verba<br />
essa encaminhada pelo<br />
Departamento de Apoio as<br />
Estâncias Turísticas (Da-<br />
Está tramitando na Câmara<br />
de Avaré o projeto de<br />
iniciativa popular que visa<br />
reduzir o período de recesso<br />
dos vereadores de 88 dias<br />
para 31 dias. A propositura<br />
é de seis lojas maçônicas de<br />
Avaré, da Ordem dos Advogados<br />
do Brasil – subseção<br />
Avaré, da Associação<br />
Regional dos Engenheiros,<br />
Arquitetos e Agrônomos<br />
de Avaré (Area) e do Rotary<br />
Club Jurumirim e do<br />
Rotary Club Avaré.<br />
Durante entrevista<br />
concedida ao telejornal<br />
Do Vale Notícias, da Do<br />
Vale TV, o representante<br />
do grupo, Paulo Henrique<br />
Ciccone falou sobre<br />
a proposta de alteração<br />
da Lei Orgânica Municipal.<br />
“Todas as entidades<br />
que assinam essa proposta<br />
são organizadas, ativas<br />
e atuantes e representam<br />
parcelas importantes e relevantes<br />
da comunidade<br />
avareense. Verificamos<br />
que existe a necessidade<br />
dessas alterações propostas,<br />
principalmente neste<br />
momento que a popula-<br />
detur). Segundo a placa<br />
instalada na obra do Arenão,<br />
a 1ª primeira fase custaria<br />
R$ 2 milhões.<br />
Além do Arenão, a Matserv<br />
também foi responsável<br />
pela finalização da<br />
obra da UPA, que acabou<br />
se transformando no novo<br />
Pronto Socorro Municipal.<br />
A falta de repasses, de cerca<br />
de R$ 650 mil, estaria<br />
gerando problemas financeiros<br />
à empresa e, consequentemente,<br />
atraso nos<br />
pagamentos dos salários<br />
dos funcionários.<br />
OUTRO LADO -<br />
Questionada sobre o caso,<br />
a Prefeitura confirmou que<br />
não promoveu o repasse da<br />
verba, pois a obra estaria<br />
atrasada e que a empresa<br />
não estaria cumprindo o<br />
cronograma físico. O executivo<br />
revelou que a Matserv<br />
teria sido notificada<br />
por duas vezes e que deverá<br />
ser advertida.<br />
“Em referência aos<br />
questionamentos sobre a<br />
Arena de Eventos, a Prefeitura<br />
de Avaré informa que<br />
não fez o repasse porque<br />
a empresa não cumpriu o<br />
cronograma físico de execução<br />
estabelecido no projeto.<br />
A obra, portanto, está<br />
atrasada. A empresa já foi<br />
notificada por duas vezes e<br />
vai ser advertida”.<br />
Ainda em nota, a Prefeitura<br />
afirmou que o pagamento<br />
dos funcionários seria<br />
de obrigação da empresa.<br />
“O município informa que<br />
os custos com funcionários<br />
contratados para as obras da<br />
Arena de Eventos são obrigação<br />
da empresa e não se<br />
justifica a alegação de que<br />
a mesma aguardava o repasse<br />
do Pronto Socorro<br />
Municipal, antiga UPA,<br />
para regularizar salários de<br />
seus contratados, pois são<br />
contratos distintos”.<br />
PRONTO SOCORRO<br />
– Ainda em nota, a Prefeitura<br />
afirmou que não teria<br />
realizado o repasse da obra<br />
do novo Pronto Socorro,<br />
pois a Matserv não teria<br />
apresentado uma certidão.<br />
“Para finalização do pagamento<br />
referente à UPA/<br />
Pronto Socorro, os recursos<br />
são disponibilizados<br />
mediante apresentação<br />
da documentação prevista<br />
no contrato. A empresa<br />
até ontem (dia 11) não<br />
havia apresentado a Certidão<br />
Negativa de Débito<br />
(CND), por isso o repasse<br />
não foi realizado”.<br />
A empresa teria solucionado<br />
o problema e a Prefeitura<br />
destacou que efetuará o<br />
repasse nos próximos dias.<br />
“O documento só foi emitido<br />
ontem no final da tarde<br />
(dia 11), o qual será processado<br />
junto ao contrato e<br />
analisado para liberação do<br />
saldo, visto que os recursos<br />
financeiros estão disponíveis<br />
em conta”.<br />
A Prefeitura finalizou<br />
afirmando que uma obra<br />
não teria relação com a outra<br />
e que a empresa teria que<br />
seguir o contrato. “A Prefeitura<br />
ressalta que uma obra<br />
não tem relação com a outra.<br />
São contratos diferentes<br />
e a empresa tem que arcar<br />
com ambas, uma vez que<br />
as assumiu. As exigências<br />
das certidões solicitadas<br />
pelo município aos contratados<br />
seguem a legislação e<br />
a orientação do Tribunal de<br />
Contas do Estado de São<br />
Paulo (TCE/SP)”.<br />
Projeto de iniciativa popular visa diminuir recesso de vereadores<br />
ção clama por moralidade,<br />
transparência e eficiência<br />
dos agentes e representantes<br />
públicos”.<br />
Apesar de o projeto ser de<br />
iniciativa popular, o grupo<br />
solicitou que a Mesa Diretora<br />
assumisse a propositura,<br />
tudo para dar mais agilidade<br />
na votação. “Como é de iniciativa<br />
popular, necessitava<br />
que 5% do eleitorado avareense<br />
assinasse, mas para<br />
ter mais agilidade e que esse<br />
projeto seja votado ainda<br />
este ano, solicitamos que a<br />
Mesa assumisse e foi isso<br />
que aconteceu. O presidente<br />
da Câmara, Barreto do Mercado,<br />
foi muito receptivo”.<br />
Segundo Ciccone, além<br />
de Barreto, também assinaram<br />
a proposta os vereadores:<br />
Cabo Sergio, Adalgisa<br />
Ward, Toninho da Lorsa e<br />
Flávio Zandoná. “Seria necessário<br />
4 vereadores, mas<br />
conseguimos que cinco assinassem<br />
para alterar a Lei<br />
Orgânica de Avaré”.<br />
Caso a proposta seja<br />
aprovada, o legislativo ficaria<br />
de recesso entre os<br />
dias 20 de dezembro a 20<br />
de janeiro. Neste período,<br />
também poderiam ser<br />
marcadas sessões extraordinárias.<br />
“Com a redução<br />
do período, naturalmente<br />
vai se aumentar a quantidade<br />
de sessões ordinárias<br />
por ano. Hoje a Câmara<br />
tem um recesso de 88 dias<br />
e passaria para 31, assim<br />
como todo trabalhador<br />
que tem 30 dias de férias<br />
a cada ano. A redução significará<br />
uma medida de<br />
justiça com a grande maioria<br />
da população, especialmente<br />
com a classe trabalhadora<br />
que, efetivamente,<br />
contribui com os impostos<br />
que subsidiam servidores e<br />
vereadores do legislativo”.<br />
Além de atender as necessidades<br />
do município,<br />
com a redução do recesso<br />
também reduziria a realização<br />
de sessões extraordinárias,<br />
o que evitará desgastes<br />
entre o executivo e<br />
o legislativo.<br />
POLÊMICA – Além<br />
da redução do recesso parlamentar,<br />
a proposta também<br />
propõe que o prefeito<br />
possa convocar sessões<br />
extraordinárias no recesso<br />
de 31 dias. Atualmente,<br />
somente a Mesa Diretora<br />
e 1/4 dos vereadores podem<br />
convocar uma sessão<br />
extraordinária. “O que<br />
propormos é exatamente<br />
garantir a harmonia entre<br />
os poderes e, consequentemente,<br />
uma gestão municipal<br />
sem conflitos e eficiente.<br />
Importante ressaltar<br />
que tal convocação só poderá<br />
ocorrer no período do<br />
recesso e em situações de<br />
interesse público relevante”,<br />
destacou Ciccone.<br />
Para Paulo Ciccone,<br />
com a alteração, o prefeito<br />
não precisará recorrer<br />
ao judiciário em caso de<br />
negativa da Câmara em<br />
realizar uma sessão extraordinária.<br />
“Ao concedermos<br />
essa prerrogativa<br />
ao prefeito, em situações<br />
de interesse público relevante<br />
e definindo o prazo<br />
limite para que se realize a<br />
sessão extraordinária, estaremos<br />
evitando conflitos e<br />
desgastes entre o executivo<br />
e o legislativo”.<br />
Segundo Ciccone, essa<br />
prerrogativa concedida ao<br />
chefe do executivo já está<br />
em vigor em diversos municípios,<br />
como: Itatinga,<br />
Lençóis Paulista, Ourinhos,<br />
Piracicaba, Botucatu,<br />
entre outros.<br />
Ela firmou que a proposta<br />
não interfere na separação<br />
dos poderes. “Ao<br />
propormos essa alteração,<br />
muitos podem pensar em<br />
uma ingerência entre o<br />
legislativo e o executivo.<br />
Porém, isso não é verdade,<br />
pois o que buscamos é exatamente<br />
garantir harmonia<br />
entre os poderes. O presidente<br />
pode solicitar sessões<br />
extraordinárias na Câmara<br />
Federal, o governador pode<br />
fazer o mesmo na Assembleia<br />
e porque o prefeito não<br />
pode fazer o mesmo com a<br />
Câmara Municipal?”.<br />
Segundo a proposta, assim<br />
que convocada, a Câmara<br />
teria um prazo de três<br />
dias para marcar a sessão<br />
extraordinária.<br />
Ainda segundo Paulo<br />
Ciccone, o departamento<br />
jurídico da Câmara<br />
teria emitido um parecer<br />
preliminar favorável a<br />
tramitação da proposta.<br />
A expectativa é que o<br />
projeto seja votado neste<br />
segundo semestre.<br />
Assinam a proposta<br />
de alteração a Lei Orgânica:<br />
Fernando Trindade<br />
Carrano (Loja Maçônica<br />
Estrela de Avaré),<br />
Juracy Rocha Cavini<br />
(Loja Maçônica Phoenix<br />
de Avaré), Danilo Heitor<br />
Vieira Sorbo (Loja<br />
Maçônica Fraternidade<br />
Avareense), José Aparecido<br />
Silva (Loja Maçônica<br />
Fraternidade, União e<br />
Justiça), Ronildo Aparecido<br />
Simão (Loja Maçônica<br />
Nazareth de Avaré)<br />
e Marcos Benedito Ferrati<br />
(Loja Maçônica Álvaro<br />
Palmeira). Também<br />
assinam o documento:<br />
Silmara Rodrigues (Rotary<br />
Club de Avaré Jurumirim),<br />
Jorge Uebi Maluf<br />
(Rotary Club Avaré), além<br />
de Pedro Vitor Alarcão<br />
Alves Fusco (presidente<br />
da OAB/Avaré) e Carlos<br />
de Petrini da Silva Coelho<br />
(presidente da Area).