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De 7 a 13 de julho de 2019<br />

A VOZ DO VALE<br />

Página 3<br />

Crianças são flagradas sendo alimentadas<br />

sentadas no chão de creche no bairro Três Marias<br />

Parecer prévio das contas de 2018 aponta quase 50 falhas na administração do prefeito Jô Silvestre<br />

O Tribunal de Contas<br />

do Estado de São Paulo<br />

(TCE/SP) divulgou um<br />

parecer prévio das contas<br />

do prefeito Jô Silvestre<br />

no exercício de 2018. No<br />

primeiro semestre, o TCE<br />

já havia feito cerca de 80<br />

apontamentos nas contas<br />

da Prefeitura de 2017.<br />

O que chama a atenção<br />

são as falhas encontradas<br />

nos centros de Educação<br />

Infantil (CEIs) e em varias<br />

Unidades Básicas de<br />

Saúde (UBSs). Uma das<br />

irregularidades que chamam<br />

mais a atenção no<br />

relatório da Unidade Regional<br />

do TCE de Bauru<br />

é a situação da CEI José<br />

Maria Porto. Os fiscais<br />

solicitam uma intervenção<br />

imediata diante da<br />

inadequação do prédio.<br />

Durante a fiscalização,<br />

foram verificadas improvisação<br />

das instalações elétricas,<br />

com fios expostos<br />

por todo o prédio. Na área<br />

destinada ao banho dos bebês,<br />

a fiação do chuveiro<br />

estava sem proteção, sendo<br />

acessível às crianças, e o<br />

local ainda apresentava azulejos<br />

quebrados, condições<br />

favoráveis a incidentes.<br />

Já no banheiro foi verificado<br />

que as dependências<br />

dos sanitários eram<br />

inapropriadas, não apresentando<br />

privacidade. Em<br />

dois banheiros não havia<br />

portas e nem mesmo divisórias,<br />

expondo totalmente<br />

a intimidade das crianças.<br />

Trincas e rachaduras<br />

também foram constatadas,<br />

o que poderia comprometer<br />

a estrutura do prédio.<br />

CRIANÇAS NO<br />

CHÃO – A fiscalização<br />

ainda constatou que a área<br />

da alimentação das crianças<br />

era inadequada, sendo<br />

que o refeitório não comporta<br />

todas as crianças, de<br />

forma que todos possam<br />

ser alimentados sentados à<br />

mesa. No momento da fiscalização,<br />

os atentes presenciaram<br />

crianças sendo<br />

alimentadas sentadas no<br />

chão, enquanto outros dois<br />

bebês aguardavam próximo<br />

a uma lixeira.<br />

Também foram constatadas<br />

irregularidades em<br />

outras creches, como: Maria<br />

Isabel Domingues Leal,<br />

Maria Lúcia Rodrigues,<br />

Mauricia Vilas Boas Delazari<br />

Alves, Dona Bidunga<br />

e Olga Girardi de Brito. As<br />

escolas municipais Dona<br />

Anna Novaes Carvalho,<br />

Carlos Papa e Norma Lilia<br />

Pereira, também foram<br />

encontradas falhas.<br />

No setor da saúde, também<br />

foram verificadas<br />

diversos problemas estruturais.<br />

O TCE fez apontamento<br />

nas UBS do Jardim<br />

Brasil e na USF Antonio<br />

Luiz Soares de Noronha.<br />

Irregularidades foram encontradas<br />

no armazenamento<br />

e na distribuição de<br />

medicamentos.<br />

OBRAS – O TCE também<br />

verificou que de 27<br />

obras iniciadas pela Prefeitura,<br />

6 encontravam-<br />

-se paralisadas, rescindidas<br />

ou sem emissão de<br />

atestado de recebimento,<br />

revelando insuficiência<br />

no acompanhamento das<br />

contratações, violando<br />

o principio da eficiência<br />

e falta de planejamento<br />

para execução das obras.<br />

Os fiscais apontaram<br />

o prédio onde seria instalado<br />

o Centro Especializado<br />

em Recuperação<br />

(CER) que foi construído<br />

com verbas federais<br />

no valor de quase R$ 2,5<br />

milhões. A obra foi terminada<br />

em novembro de<br />

2016, porém ainda não<br />

está funcionando. A Prefeitura<br />

pretende instalar o<br />

Caisma e o setor de fisioterapia<br />

no local.<br />

Foram verificadas ainda<br />

diversas falhas fiscais,<br />

como na contabilização<br />

dos precatórios, baixo<br />

percentual de recebimento<br />

da divida ativa e ausência<br />

desde 2016 do Certificado<br />

de Regularidade<br />

Previdenciário (CRP).<br />

Os fiscais também<br />

apontaram a omissão da<br />

Prefeitura de Avaré em<br />

apresentar defesas em<br />

processos judiciais, o que<br />

vem gerando diversas<br />

condenações e, consequentemente,<br />

prejuízos<br />

aos cofres públicos.<br />

Entre os exercício de<br />

2017 e 2018, o Tribunal de<br />

Contas do Estado apontou<br />

cerca de 130 irregularidades<br />

nos diversos setores da<br />

Prefeitura. O prefeito Jô<br />

Silvestre agora deverá enviar<br />

sua defesa sobre todos<br />

os apontamentos.<br />

Prefeitura não realizou repasses a construtora<br />

do Arenão e do novo Pronto Socorro<br />

Questionada sobre o caso, a Prefeitura confirmou que não promoveu o repasse da verba, pois a obra estaria atrasada<br />

As obras da Arena de<br />

Eventos, popularmente<br />

chamada de Arenão, voltaram<br />

a ser paralisadas em<br />

Avaré. Cerca de 30 funcionários<br />

cruzaram os braços<br />

na quinta-feira, dia 11 de<br />

julho, se negando a trabalhar<br />

caso os salários não<br />

fosse quitados.<br />

Informações obtidas<br />

pelo A Voz do Vale dão<br />

conta que desde que a obra<br />

foi reiniciada, em dezembro<br />

de 2018, a Prefeitura<br />

não realizou o repasse a<br />

empresa Matserv Comércio<br />

e Serviços Ltda., verba<br />

essa encaminhada pelo<br />

Departamento de Apoio as<br />

Estâncias Turísticas (Da-<br />

Está tramitando na Câmara<br />

de Avaré o projeto de<br />

iniciativa popular que visa<br />

reduzir o período de recesso<br />

dos vereadores de 88 dias<br />

para 31 dias. A propositura<br />

é de seis lojas maçônicas de<br />

Avaré, da Ordem dos Advogados<br />

do Brasil – subseção<br />

Avaré, da Associação<br />

Regional dos Engenheiros,<br />

Arquitetos e Agrônomos<br />

de Avaré (Area) e do Rotary<br />

Club Jurumirim e do<br />

Rotary Club Avaré.<br />

Durante entrevista<br />

concedida ao telejornal<br />

Do Vale Notícias, da Do<br />

Vale TV, o representante<br />

do grupo, Paulo Henrique<br />

Ciccone falou sobre<br />

a proposta de alteração<br />

da Lei Orgânica Municipal.<br />

“Todas as entidades<br />

que assinam essa proposta<br />

são organizadas, ativas<br />

e atuantes e representam<br />

parcelas importantes e relevantes<br />

da comunidade<br />

avareense. Verificamos<br />

que existe a necessidade<br />

dessas alterações propostas,<br />

principalmente neste<br />

momento que a popula-<br />

detur). Segundo a placa<br />

instalada na obra do Arenão,<br />

a 1ª primeira fase custaria<br />

R$ 2 milhões.<br />

Além do Arenão, a Matserv<br />

também foi responsável<br />

pela finalização da<br />

obra da UPA, que acabou<br />

se transformando no novo<br />

Pronto Socorro Municipal.<br />

A falta de repasses, de cerca<br />

de R$ 650 mil, estaria<br />

gerando problemas financeiros<br />

à empresa e, consequentemente,<br />

atraso nos<br />

pagamentos dos salários<br />

dos funcionários.<br />

OUTRO LADO -<br />

Questionada sobre o caso,<br />

a Prefeitura confirmou que<br />

não promoveu o repasse da<br />

verba, pois a obra estaria<br />

atrasada e que a empresa<br />

não estaria cumprindo o<br />

cronograma físico. O executivo<br />

revelou que a Matserv<br />

teria sido notificada<br />

por duas vezes e que deverá<br />

ser advertida.<br />

“Em referência aos<br />

questionamentos sobre a<br />

Arena de Eventos, a Prefeitura<br />

de Avaré informa que<br />

não fez o repasse porque<br />

a empresa não cumpriu o<br />

cronograma físico de execução<br />

estabelecido no projeto.<br />

A obra, portanto, está<br />

atrasada. A empresa já foi<br />

notificada por duas vezes e<br />

vai ser advertida”.<br />

Ainda em nota, a Prefeitura<br />

afirmou que o pagamento<br />

dos funcionários seria<br />

de obrigação da empresa.<br />

“O município informa que<br />

os custos com funcionários<br />

contratados para as obras da<br />

Arena de Eventos são obrigação<br />

da empresa e não se<br />

justifica a alegação de que<br />

a mesma aguardava o repasse<br />

do Pronto Socorro<br />

Municipal, antiga UPA,<br />

para regularizar salários de<br />

seus contratados, pois são<br />

contratos distintos”.<br />

PRONTO SOCORRO<br />

– Ainda em nota, a Prefeitura<br />

afirmou que não teria<br />

realizado o repasse da obra<br />

do novo Pronto Socorro,<br />

pois a Matserv não teria<br />

apresentado uma certidão.<br />

“Para finalização do pagamento<br />

referente à UPA/<br />

Pronto Socorro, os recursos<br />

são disponibilizados<br />

mediante apresentação<br />

da documentação prevista<br />

no contrato. A empresa<br />

até ontem (dia 11) não<br />

havia apresentado a Certidão<br />

Negativa de Débito<br />

(CND), por isso o repasse<br />

não foi realizado”.<br />

A empresa teria solucionado<br />

o problema e a Prefeitura<br />

destacou que efetuará o<br />

repasse nos próximos dias.<br />

“O documento só foi emitido<br />

ontem no final da tarde<br />

(dia 11), o qual será processado<br />

junto ao contrato e<br />

analisado para liberação do<br />

saldo, visto que os recursos<br />

financeiros estão disponíveis<br />

em conta”.<br />

A Prefeitura finalizou<br />

afirmando que uma obra<br />

não teria relação com a outra<br />

e que a empresa teria que<br />

seguir o contrato. “A Prefeitura<br />

ressalta que uma obra<br />

não tem relação com a outra.<br />

São contratos diferentes<br />

e a empresa tem que arcar<br />

com ambas, uma vez que<br />

as assumiu. As exigências<br />

das certidões solicitadas<br />

pelo município aos contratados<br />

seguem a legislação e<br />

a orientação do Tribunal de<br />

Contas do Estado de São<br />

Paulo (TCE/SP)”.<br />

Projeto de iniciativa popular visa diminuir recesso de vereadores<br />

ção clama por moralidade,<br />

transparência e eficiência<br />

dos agentes e representantes<br />

públicos”.<br />

Apesar de o projeto ser de<br />

iniciativa popular, o grupo<br />

solicitou que a Mesa Diretora<br />

assumisse a propositura,<br />

tudo para dar mais agilidade<br />

na votação. “Como é de iniciativa<br />

popular, necessitava<br />

que 5% do eleitorado avareense<br />

assinasse, mas para<br />

ter mais agilidade e que esse<br />

projeto seja votado ainda<br />

este ano, solicitamos que a<br />

Mesa assumisse e foi isso<br />

que aconteceu. O presidente<br />

da Câmara, Barreto do Mercado,<br />

foi muito receptivo”.<br />

Segundo Ciccone, além<br />

de Barreto, também assinaram<br />

a proposta os vereadores:<br />

Cabo Sergio, Adalgisa<br />

Ward, Toninho da Lorsa e<br />

Flávio Zandoná. “Seria necessário<br />

4 vereadores, mas<br />

conseguimos que cinco assinassem<br />

para alterar a Lei<br />

Orgânica de Avaré”.<br />

Caso a proposta seja<br />

aprovada, o legislativo ficaria<br />

de recesso entre os<br />

dias 20 de dezembro a 20<br />

de janeiro. Neste período,<br />

também poderiam ser<br />

marcadas sessões extraordinárias.<br />

“Com a redução<br />

do período, naturalmente<br />

vai se aumentar a quantidade<br />

de sessões ordinárias<br />

por ano. Hoje a Câmara<br />

tem um recesso de 88 dias<br />

e passaria para 31, assim<br />

como todo trabalhador<br />

que tem 30 dias de férias<br />

a cada ano. A redução significará<br />

uma medida de<br />

justiça com a grande maioria<br />

da população, especialmente<br />

com a classe trabalhadora<br />

que, efetivamente,<br />

contribui com os impostos<br />

que subsidiam servidores e<br />

vereadores do legislativo”.<br />

Além de atender as necessidades<br />

do município,<br />

com a redução do recesso<br />

também reduziria a realização<br />

de sessões extraordinárias,<br />

o que evitará desgastes<br />

entre o executivo e<br />

o legislativo.<br />

POLÊMICA – Além<br />

da redução do recesso parlamentar,<br />

a proposta também<br />

propõe que o prefeito<br />

possa convocar sessões<br />

extraordinárias no recesso<br />

de 31 dias. Atualmente,<br />

somente a Mesa Diretora<br />

e 1/4 dos vereadores podem<br />

convocar uma sessão<br />

extraordinária. “O que<br />

propormos é exatamente<br />

garantir a harmonia entre<br />

os poderes e, consequentemente,<br />

uma gestão municipal<br />

sem conflitos e eficiente.<br />

Importante ressaltar<br />

que tal convocação só poderá<br />

ocorrer no período do<br />

recesso e em situações de<br />

interesse público relevante”,<br />

destacou Ciccone.<br />

Para Paulo Ciccone,<br />

com a alteração, o prefeito<br />

não precisará recorrer<br />

ao judiciário em caso de<br />

negativa da Câmara em<br />

realizar uma sessão extraordinária.<br />

“Ao concedermos<br />

essa prerrogativa<br />

ao prefeito, em situações<br />

de interesse público relevante<br />

e definindo o prazo<br />

limite para que se realize a<br />

sessão extraordinária, estaremos<br />

evitando conflitos e<br />

desgastes entre o executivo<br />

e o legislativo”.<br />

Segundo Ciccone, essa<br />

prerrogativa concedida ao<br />

chefe do executivo já está<br />

em vigor em diversos municípios,<br />

como: Itatinga,<br />

Lençóis Paulista, Ourinhos,<br />

Piracicaba, Botucatu,<br />

entre outros.<br />

Ela firmou que a proposta<br />

não interfere na separação<br />

dos poderes. “Ao<br />

propormos essa alteração,<br />

muitos podem pensar em<br />

uma ingerência entre o<br />

legislativo e o executivo.<br />

Porém, isso não é verdade,<br />

pois o que buscamos é exatamente<br />

garantir harmonia<br />

entre os poderes. O presidente<br />

pode solicitar sessões<br />

extraordinárias na Câmara<br />

Federal, o governador pode<br />

fazer o mesmo na Assembleia<br />

e porque o prefeito não<br />

pode fazer o mesmo com a<br />

Câmara Municipal?”.<br />

Segundo a proposta, assim<br />

que convocada, a Câmara<br />

teria um prazo de três<br />

dias para marcar a sessão<br />

extraordinária.<br />

Ainda segundo Paulo<br />

Ciccone, o departamento<br />

jurídico da Câmara<br />

teria emitido um parecer<br />

preliminar favorável a<br />

tramitação da proposta.<br />

A expectativa é que o<br />

projeto seja votado neste<br />

segundo semestre.<br />

Assinam a proposta<br />

de alteração a Lei Orgânica:<br />

Fernando Trindade<br />

Carrano (Loja Maçônica<br />

Estrela de Avaré),<br />

Juracy Rocha Cavini<br />

(Loja Maçônica Phoenix<br />

de Avaré), Danilo Heitor<br />

Vieira Sorbo (Loja<br />

Maçônica Fraternidade<br />

Avareense), José Aparecido<br />

Silva (Loja Maçônica<br />

Fraternidade, União e<br />

Justiça), Ronildo Aparecido<br />

Simão (Loja Maçônica<br />

Nazareth de Avaré)<br />

e Marcos Benedito Ferrati<br />

(Loja Maçônica Álvaro<br />

Palmeira). Também<br />

assinam o documento:<br />

Silmara Rodrigues (Rotary<br />

Club de Avaré Jurumirim),<br />

Jorge Uebi Maluf<br />

(Rotary Club Avaré), além<br />

de Pedro Vitor Alarcão<br />

Alves Fusco (presidente<br />

da OAB/Avaré) e Carlos<br />

de Petrini da Silva Coelho<br />

(presidente da Area).

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