Crônicas de corrida

Soprando meu dente-de-leão
a mãe que mostra à menina na cadeira de rodas o caminho.
O rapaz vegetariano: pele, osso e músculo.
O casal apaixonado, de mãos entrelaçadas eternamente enquanto
dure.
A patricinha: saia rodada e maquiagem.
O senhor de 76 anos que quer viver pelo menos mais trinta
de aventuras.
Um nerd, quem diria?
A garota que virou a noite, com cara de sono. E sua amiga
que tem asas tatuadas nos tornozelos.
O quase ex-obeso, recuperando a saúde e a autoestima.
O homem de negócios, com seus muitos gadjets e apps.
O rato de academia.
A filhinha do papai, com o papai.
O estrangeiro, sentindo-se em casa.
O triatleta amador.
O herói. Desta vez à la Hulk.
O pagador de promessas.
A universitária curiosa.
Em São Paulo, 31 de dezembro, estão todos alinhados 200
metros atrás da largada. Onde mais?
Com histórias, estilos e motivos diferentes, esperam pela
mesma coisa: um sinal para seguir.
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