Crônicas de corrida

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conquistando cartões postais 16 “A ponte sobre mim Acabou de me ver passar”. Knorr 54
Soprando meu dente-de-leão ponte Estaiada em São Paulo. Foi a primeira vez que experimentei a sensação de conquista, de pertencimento. Vieram em seguida o Estádio do Pacaembu, o Museu do Ipiranga, o Parque Ibirapuera e o Monumento às Bandeiras, a esquina da Rua Ipiranga com a Avenida São João, a Avenida Paulista e o Masp. Todos em São Paulo. Viriam ainda a orla do Rio de Janeiro, entre Leblon e Copacabana, o Jardim de Alah em Salvador e outros tantos. Há uma emoção diferente ao passar por dentro, por cima ou por baixo dos cartões-postais que costumam estar apenas ali ao lado, ali por perto. Você inspira mais forte. Vez por outra, engasga. É quando vem a epifania e você entende, sente na pele o Tractatus Logico-Philosophicos de Wittgenstein. Você já não é uma incógnita para aquela ponte, para aquele parque, para aquela estátua, aquele museu, aquela esquina. Você faz parte. Você os constrói. Você os reconstrói. São seus! E você, deles também. A cidadã em você desperta. A turista em você se transforma. Alguma coisa sem nome em você se transforma. Quando se dá conta, você é Pink & Cérebro, fazendo planos de conquistar o mundo. Quando se dá conta você é uma corredora fazendo planos de construir e reconstruir o mundo. São tantos os cartões-postais a serem conquistados... • No Brasil, a Lagoa da Pampulha em BH ou a Ilha de Florianópolis, com sua meia maratona que promete o frio de Nova York, o circuito plano como o de Chicago e a beleza do Rio de Janeiro. • Na China, a Grande Muralha. • Na África do Sul, as costas do Índico e do Atlântico. • Na Espanha, a Barcelona de Gaudí. • Na Holanda, os canais de Amsterdã. • Em Portugal, Lisboa e suas ruas que guardam a árvore genealógica de nossa língua. • Na Rússia, as noites brancas de São Petersburgo. • Nos Emirados Árabes, a cidade plantada no deserto e suas ilhas plantadas no mar. • Tantos mais... 55
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