RCIA - ED. 106 - MAIO 2014
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
1
2
3
ÍNDICE<br />
Artigos<br />
05 | Da redação Sônia Maria Marques<br />
enaltece a Feirinha de Doação de Animais<br />
07 | Editorial Ivan Roberto Peroni<br />
Como Waldemar De Santi conseguiu se tornar<br />
uma lenda na política regional<br />
28 | Pesquisa Jaime Vasconcellos<br />
Após pesquisa ele anuncia: Inadimplência<br />
tem salto de 59% no primeiro trimestre de <strong>2014</strong><br />
29 | Jurídico Iran Carlos Ribeiro faz uma análise<br />
do Projeto do novo Código de Defesa do<br />
Consumidor e a regulamentação do comércio<br />
eletrônico no país<br />
Cidade<br />
08 | Comércio Dias de agitação com o Dia das Mães<br />
e dos Namorados e a hiper promoção que dá prêmios<br />
em lojas que disseram sim à campanha<br />
12 | Aniversário Sendo data cheia - 80 anos - a<br />
Acia faz um grande baile com o conjunto Demônios<br />
da Garoa no dia 28 de junho<br />
32 | Homenagem Cidade se despede de Waldemar<br />
De Santi no melhor estilo: aplaudindo o que ele fez<br />
como prefeito<br />
36 | Avenida Sete de Setembro Nossos<br />
repórteres circularam por ela e sentem os efeitos<br />
da revitalização no comércio noturno<br />
Mais de mil pessoas passaram pelo velório do antigo prefeito<br />
Antônio Gaban<br />
Capa<br />
Sicoob Iesacred<br />
Os segredos apontados<br />
por Antônio Gaban para<br />
que a cooperativa se<br />
tornasse uma das mais<br />
conceituadas instituições<br />
financeiras do Estado<br />
PÁG. 10<br />
Jederson Silva Braga, do<br />
Ponto Auto<br />
PÁG. 20<br />
Economia<br />
14 | Débito ou Crédito Na cidade as micro<br />
empresas aderem às máquinas de cartões<br />
16 | O passado volta Lembram dos mascates?<br />
As vendas retornam com o porta a porta e o que<br />
comprar?<br />
21 | A vida dos mais velhos Carros seminovos<br />
dão banho de vantagens no zero km<br />
40 | Indústria da música O repórter Rafael<br />
Zocco mostra a cara das bandas que agitam o<br />
rock nas casas noturnas de Araraquara<br />
55 | Deu na Revista Exame Araraquara<br />
volta a estar entre as melhores cidades do Brasil<br />
para investir<br />
Sindicato Rural<br />
44 | Dia da soja no campo Com<br />
incentivo do Sindicato Rural estudantes<br />
vão ao campo conhecer o plantio da soja<br />
46 | O negócio caipira Turismo Rural<br />
pode começar por Bueno<br />
Saúde<br />
48 | Os animais em nossas vidas<br />
Em Araraquara, cães ajudam mulheres<br />
a vencer o câncer. A RCI ouviu histórias<br />
fantásticas de pessoas que melhoram<br />
após a adoção de animais<br />
Ela será presidente da Seccional da Academia de Letras do Brasil<br />
Michelle Franzini Zanin, a nossa poetisa<br />
A escritora e poetisa araraquarense Michelle Franzini Zanin deve<br />
assumir uma seccional da Academia de Letras do Brasil que será<br />
implantada na cidade, tendo como vice Elisabete Franzini Zanin. Ela<br />
foi fundada em 2001 no Rio de Janeiro por Mario Roberto Carabaial<br />
Lopes. Em Araraquara, a apresentação oficial da academia será<br />
realizada em novembro. Michelle também é membro das mais<br />
importantes Academias de Letras Nacionais e Internacionais, delegada<br />
cultural do Conselho Nacional Heráldica, Ciências, Letras e Artes e<br />
Consulesa dos Poetas Del Mundo e cidadã benemérita do município.<br />
Em dezembro do ano passado a jovem escritora recebeu o Diploma<br />
Pena de Ouro, por conta de sua poesia Amor Espetacular.<br />
Atleta que<br />
vale ouro<br />
Roseli do Carmo<br />
Gustavo da<br />
Silva está voltando<br />
para Araraquara<br />
após<br />
participar do<br />
8° Campeonato<br />
Panamericano de Basquetebol Máster,<br />
que este ano aconteceu em Lima, no<br />
Peru. Ela foi convocada para a seleção<br />
brasileira de Basquetebol Máster na categoria<br />
40+ em virtude da sua expressiva<br />
condição física e técnica apresentada<br />
nos últimos eventos.<br />
4
Documento<br />
56 | Samuel Brasil Bueno<br />
A história de João Vitor Nascimento<br />
Maurício, o menino que queria ser<br />
prefeito da cidade e hoje é nome do<br />
Centro Municipal de Saúde<br />
João Vitor<br />
PÁG. 56<br />
O poder incrível de cães e gatos em nossas vidas<br />
PÁG. 48<br />
Grecco<br />
e Faixa<br />
Futebol Amador<br />
59 | Flamengo da Vila Furlan<br />
Rebeldes, mas bons de bola.<br />
Flamengo está na série de<br />
reportagens sobre os clubes<br />
amadores que reinaram nos<br />
anos 60 e 80<br />
Variedades<br />
64 | Dia da Aeromoça<br />
O repórter Jean Cazellotto traz a<br />
história da aeromoça araraquarense<br />
Maibi Sambrano<br />
67 | Em Foco Os fatos e as pessoas<br />
da cidade<br />
74 | Luiz Carlos Bedran<br />
Ele escreve artigo com o título Minha Mãe<br />
Unesp apresenta mais uma novidade<br />
De uns tempos para cá a Unesp decidiu botar sua cara nas coisas que faz.<br />
A universidade parece que guardava para si tudo que realizava e olha<br />
que tem trabalhos fantásticos. Um deles acaba de ser lançado.<br />
DA R<strong>ED</strong>AÇÃO<br />
REVISTA<br />
Sônia Maria Marques<br />
Para acabar com<br />
a vida de cão<br />
Louvável sob todos os aspectos o objetivo da Feirinha de<br />
Adoção de Animais Carentes no Parque Infantil, normalmente<br />
realizada aos sábados. Na busca por novos lares para cães e<br />
gatos, filhotes e adultos que foram abandonados ou perdidos,<br />
é que os animais procuram por novos donos. Organizada pela<br />
Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a Feirinha conta com a<br />
ajuda de voluntários envolvidos na Proteção Animal que solicitam<br />
que as pessoas colaborem com as adoções e a guarda responsável.<br />
Todos os cães e gatos que participam da Feirinha foram<br />
resgatados das ruas, são castrados, vermifugados, vacinados e<br />
microchipados. Para adotar um animal, o interessado deve ser<br />
maior de 18 anos, passar por uma entrevista, apresentar CPF e<br />
RG, e se comprometer a cuidar do animal adotado. Os interessados<br />
em adotar gatinhos devem levar uma caixa para transporte<br />
do animal; já para adoção de cachorros devem levar coleira e<br />
guia. Além de encontrar novos lares para os animais, a Feirinha<br />
também tem o objetivo de alertar para a guarda responsável,<br />
já que abandonar animal é crime de acordo com a lei federal<br />
9605/98. Os voluntários das associações, durante a Feirinha, divulgam<br />
informações sobre a guarda responsável, mostrando aos<br />
interessados que a adoção é um ato de responsabilidade. Está de<br />
parabéns o Edivaldo à frente deste setor na Secretaria de Meio<br />
Ambiente, associações, ongs e voluntários que se dispõem em<br />
cuidar destes bichinhos.<br />
<strong>ED</strong>IÇÃO N°<strong>106</strong> - <strong>MAIO</strong> / <strong>2014</strong><br />
A qualidade do ensino de idiomas nas<br />
escolas de educação básica e média<br />
no Brasil deixa a desejar. Isso pode ser<br />
constatado quando se analisa a baixa<br />
taxa de proficiência entre os alunos,<br />
que costumam estudar a língua estrangeira<br />
por mais de dez<br />
anos e, ainda assim, não<br />
conseguem dominar um<br />
segundo idioma. Pensando<br />
em melhorar este quadro,<br />
uma equipe formada por<br />
desenvolvedores de games<br />
e pesquisadores lançou em<br />
abril um jogo que auxilia e<br />
torna lúdico o aprendizado<br />
de inglês para crianças a<br />
partir de 7 anos de idade.<br />
A iniciativa do grupo Ludo<br />
Educativo resultou da parceria<br />
entre o Centro de Pesquisa<br />
para o Desenvolvimento de Materiais<br />
Funcionais, com participação da<br />
Unesp, da Universidade Federal de São<br />
Carlos (UFSCar) e do Instituto de Pesquisas<br />
Energéticas e Nucleares (Ipen).<br />
O jogo Verb Rabbit auxilia o ensino de<br />
inglês, fixando os conteúdos dados em<br />
sala de aula. O game possui dois módulos,<br />
cada módulo com dois treinos e<br />
duas corridas. A corrida é liberada após<br />
o jogador realizar o treino obrigatório.<br />
Segundo os desenvolvedores do game,<br />
a temática do inglês foi escolhida pois é<br />
uma disciplina essencial para pessoas<br />
de todas as idades e vem sendo pouco<br />
explorada em jogos educativos desse<br />
gênero. A pesquisadora do CDMF<br />
Elisabeth Pizoni foi responsável pela<br />
preparação da metodologia do jogo.<br />
Parabéns pelo trabalho.<br />
Diretor Editorial: Ivan Roberto Peroni<br />
Supervisora Editorial: Sônia Marques<br />
Redação: Rafael Zocco, Jean Cazellotto<br />
Depto. Comercial: Gian Roberto, Silmara Zanardi,<br />
Marcos Assumpção, Marcello Furtado<br />
Design: Mário Francisco, Carolina Bacardi,<br />
Fernando Oprime, Bete Campos<br />
Tiragem: 5 mil exemplares<br />
Impressão: Grafinew - (16) 3322-6131<br />
A Revista Comércio & Indústria é distribuida gratuitamente<br />
em Araraquara e região<br />
INFORMAÇÕES ACIA: (16) 3322 3633<br />
COORDENAÇÃO, <strong>ED</strong>ITORAÇÃO, R<strong>ED</strong>AÇÃO E PUBLICIDADE<br />
Fone/Fax: (16) 3336 4433<br />
Rua Tupi, 245 - Centro<br />
Araraquara/SP - CEP: 14801-307<br />
marzo@marzo.com.br<br />
5
6
<strong>ED</strong>ITORIAL<br />
De Santi, na história política da<br />
cidade se transformou em lenda<br />
É triste olhar a cidade sem o Waldemar de Santi. Por<br />
mais de 80 dias na UTI da Beneficência Portuguesa, ele<br />
enfrentou sua mais problemática campanha, embora<br />
tendo um importante aliado, o Pai Celestial que é Aquele<br />
que clamamos pela presença nos momentos mais difíceis<br />
da nossa passagem por aqui. Nas outras, De Santi tirou<br />
de letra, embora sua afinidade tenha sido com números.<br />
Como bom contabilista, se tornou amigo inseparável das<br />
vitórias que o transformaram no mais lendário dos políticos<br />
e quando afastado da vida pública, fez Araraquara<br />
perder uma referência. Para ele, político do povo humilde,<br />
era hora de partir. A exemplo de tantos outros que<br />
partiram antes, cansou da hipocrisia.<br />
De Santi foi o que foi: audacioso, corajoso, honesto;<br />
tentado por corruptos, se absteve das falcatruas que<br />
resguardadas as proporções, são as mesmas que levam<br />
hoje o país a perder alguns valores: a ética e o respeito.<br />
O valor econômico capenga, maquiado por números e<br />
índices que não espelham a realidade, é o que resta.<br />
O “Wardemá” de alguns era diferente e tinha a sua<br />
própria ideologia de compromisso com a cidade. Me<br />
lembro que num dia de céu aberto, realizou uma negociata<br />
que entrou para a história: saio do MDB e entro<br />
para o PDS se devolverem para Araraquara a Região<br />
Administrativa. Dito e feito. Não se importava se estava<br />
se aliando a Paulo Maluf; interessante é que a cidade<br />
retomava o que perdera anos antes mesmo tendo cinco<br />
deputados em uma única gestão: Pedro Marão, Scalamandré<br />
Sobrinho, Leonardo Barbieri, Oswaldo Santos<br />
Ferreira e Amaral Gurgel. O prefeito então deixava o<br />
partido que sempre sonhou ter nas mãos, para a prática<br />
de uma política voltada para o<br />
desenvolvimento da cidade. Por tão<br />
menos, anos mais tarde, o próprio<br />
PT que mais criticava Maluf, foi pedir<br />
seu apoio na eleição de Fernando<br />
Waldemar De Santi e Reginaldo Galli, amigos inseparáveis<br />
Haddad para prefeito de São Paulo. E olha que o Lula teve<br />
que participar do encontro na casa do Maluf.<br />
Eram fatos assim que faziam De Santi, o “calabrês”, ser<br />
cada vez mais popular. Ele sentia o cheiro do povo, atendendo<br />
uma vez por semana no improvisado gabinete do<br />
térreo, as pessoas que o procuravam. Nada de conversar<br />
com secretário, diretor disso ou daquilo ou com a minha<br />
secretária. O povo falava com De Santi, reclamava diretamente<br />
com ele. Depois disso, feliz da vida, ia ao Restaurante<br />
do Cidinho para se reunir com seus fiéis companheiros.<br />
Ele era autêntico, na sua loja de refrigeração, Prefeitura, no<br />
Cidinho ou no Bar do Zinho que em inúmeras ocasiões se<br />
transformou em seu comitê eleitoral. Aliás, não me lembro<br />
do De Santi ter montado em período eleitoral algum comitê<br />
para ganhar eleição. Sua conversa era frente a frente com<br />
o eleitor. Sua política morava na rua.<br />
É pena que partiu, mergulhado talvez em pensamentos,<br />
refletindo sobre as coisas que fez para manter um caráter<br />
inatacável; imaginando quem sabe a vida maravilhosa ao<br />
lado de dona Carmem e da filha Júnia, lá do outro lado.<br />
Lembrando os tempos de garoto, entregando leite nas madrugadas<br />
da sua cidade e do serviço de empacotador na<br />
Fábrica de Meias Lupo. Tal como na música do Chico, “Mirem-se<br />
no exemplo, daquelas mulheres de Atenas”, seria<br />
importante nos transportarmos à realidade que hoje vivemos,<br />
e, olharmos De Santi como exemplo: a nós, de cidadão;<br />
aos políticos, de decência e ética; de família, marido<br />
e pai honrado; de fidelidade, aos amigos que sempre respeitou<br />
e os manteve encorajados para enfrentar qualquer<br />
desafio. Até mesmo agora, quando os visitam para chorar<br />
com ele essa dor que não tem fim.<br />
7
FESTIVAL DE PRÊMIOS<br />
Promoção agita a cidade no Dia<br />
das Mães e Dia dos Namorados<br />
O SINCOMERCIO e a ACIA<br />
se unem e cumprem importante<br />
papel com o objetivo de<br />
movimentar a economia da<br />
cidade. São duas promoções<br />
em uma única campanha,<br />
dada a proximidade dessas<br />
datas significativas no calendário<br />
anual do nosso comércio.<br />
Para ampliação das vendas e o fortalecimento<br />
do comércio local em maio/junho/<strong>2014</strong>,<br />
por ocasião do Dia das Mães e<br />
Dia dos Namorados, a ACIA e o SINCOMERCIO<br />
estabelecem parceria para a promoção – Raspou,<br />
Achou, Ganhou com o objetivo simultâneo<br />
de premiar os consumidores através de<br />
um prêmio instantâneo.<br />
De acordo com o regulamento, o cliente<br />
tem direito a um Vale-Brinde a cada compra<br />
efetuada, com o próprio estabelecimento comercial,<br />
determinando o valor ou condições<br />
para que o consumidor tenha acesso à raspadinha<br />
(valor mínimo estipulado de R$ 50 para<br />
ter direito ao Vale-Brinde). Nas Drogarias, será<br />
válido para efeito de troca, apenas em produtos<br />
de higiene pessoal e perfumarias.<br />
Os consumidores estão concorrendo a<br />
600 prêmios instantâneos, no valor total de<br />
R$ 40.000,00. A promoção será realizada no<br />
período de 30 de abril a 12 de junho de <strong>2014</strong>,<br />
envolvendo duas datas importantes do calendário<br />
comercial. O prêmio instantâneo será<br />
gasto exclusivamente nas lojas conveniadas à<br />
promoção.<br />
COMO COMEÇOU<br />
Em março foi realizada a primeira reunião<br />
dos diretores da ACIA e SINCOMERCIO com<br />
Raspadinha começou no dia 30 de abril<br />
proprietários e representantes de lojas da cidade.<br />
Na ocasião foi feita uma exposição do<br />
projeto, havendo grande interesse de todos<br />
em participar.<br />
Na verdade, diz o presidente da ACIA,<br />
Renato Haddad, estamos conseguindo unir<br />
o Dia das Mães e o Dia dos Namorados em<br />
uma promoção única, num espaço de pouco<br />
mais de 40 dias, incentivando o lojista a participar<br />
e o seu cliente a comprar. Sentimos que<br />
há uma necessidade de integração entre as<br />
entidades, os comerciantes e o consumidor.<br />
Para Araraquara é interessante o movimento<br />
e assim evitar a saída de quem consome em<br />
outras cidades da região.<br />
O presidente do SINCOMERCIO, Antônio<br />
Deliza Neto, tem a mesma opinião e observa<br />
que a promoção tem um caráter de integração.<br />
As entidades cumprem sua finalidade e<br />
só alcançaremos os nossos objetivos se de<br />
fato o empresário fizer a sua parte para o fortalecimento<br />
da sua relação com o público. Se o<br />
resultado for positivo, é evidente que daremos<br />
sequência às promoções.<br />
Neste período pelo menos 100 mil raspadinhas<br />
estarão circulando pelo comércio local<br />
com a possibilidade de que em todas as lojas,<br />
haverá clientes premiados com R$ 50,00 ou<br />
R$ 100,00. Com ações assim é que tornaremos<br />
o comércio cheio de atrativos.<br />
Renato e<br />
Toninho<br />
Deliza<br />
Primeiro encontro realizado para exposição<br />
do projeto, na sede da ACIA<br />
8
9
MATÉRIA DE CAPA<br />
O Sicoob Iesacred passa a ser de todos e com<br />
poder de realizar todas as operações bancárias<br />
O Sicoob Iesacred a partir de<br />
agora abre suas portas a todo<br />
cidadão que deseja estar como<br />
cooperado em uma instituição<br />
financeira - movimentando<br />
contas, aplicando, realizando os<br />
mais diversos tipos de operação<br />
e ainda participando das sobras<br />
no final de cada exercício. É a<br />
chamada Livre Admissão.<br />
Para o mercado financeiro regional a notícia<br />
apresentada pelo Sicoob Iesacred em abril<br />
não poderia ser melhor: ela deixa a limitação<br />
de ser apenas uma cooperativa de empresários<br />
e empregados e passa a ser uma instituição<br />
de livre admissão. Foi mais uma grande<br />
conquista do presidente Antônio Tomazetti Gaban<br />
e seus companheiros de diretoria, entre<br />
eles Walter Francisco Orloski, da área administrativa,<br />
que acompanhou todo processo de<br />
expansão e transformação do Sicoob Iesacred<br />
em uma das maiores cooperativas de crédito<br />
no interior de São Paulo.<br />
Mas o que é Livre Admissão no vocabulário<br />
cooperativista e mercado financeiro?<br />
É fácil explicar: o Sicoob Iesacred quando<br />
começou tinha como cooperado apenas o<br />
comerciante ou industrial; depois vieram os<br />
empregados das empresas e agora, qualquer<br />
cidadão pode abrir conta no Sicoob Iesacred e<br />
realizar os mesmos tipos de operações feitas<br />
por um banco convencional.<br />
A HISTÓRIA<br />
Limitada aos funcionários de uma empresa,<br />
porém sediada numa Região estrategicamente<br />
localizada no interior de São Paulo, com<br />
elevado nível de qualidade de vida e atraindo<br />
novas indústrias importantes, o Sicoob Iesacred<br />
percebeu um potencial de crescimento.<br />
Primeiro incorporou uma pequena cooperativa<br />
de crédito local, abrindo-se para pequenos empresários.<br />
Depois, com orientação da Cecresp,<br />
passou para a categoria de livre admissão. Antônio<br />
Tomazetti Gaban, diretor presidente da<br />
cooperativa, fala das boas perspectivas após<br />
as mudanças promovidas no estatuto social e<br />
a chancela do Banco Central. Ele ainda se diz<br />
disposto a se unir a outras cooperativas, “uma<br />
10<br />
O Sicoob Iesacred agora<br />
deixa a limitação de ser<br />
apenas uma cooperativa de<br />
empresários e empregados e<br />
passa a ser uma instituição<br />
de livre admissão<br />
tendência inevitável para o fortalecimento do<br />
setor”, acredita. Investimentos foram feitos em<br />
dois novos e amplos Postos de Atendimentos e<br />
está tudo pronto para colher os louros de uma<br />
decisão tomada na hora certa.<br />
REVISTA COMÉRCIO & INDÚSTRIA – A<br />
Antônio Gaban,<br />
diretor presidente<br />
do Sicoob Iesacred
Profissionais que atuam e dão o equilíbrio necessário para que o Sicoob Iesacred se agigante cada vez mais: Walter Francisco Orloski,<br />
Samantha Batistela Tokuda, Deives Marcelo da Costa, Renata Orloski, Claudio Antônio Salmazo, Ana Paula da Silveira Silva, Carlos<br />
Henrique Bonavina, Susana Lucy Yamada e Natane Velcy Araújo<br />
cooperativa estava bem posicionada, aglutinando<br />
funcionários do Grupo Iesa (Ex-Villares)<br />
e pequenas empresas do setor vestuário, fruto<br />
de uma incorporação. Por que decidiram abrir<br />
ainda mais o leque de opções e foram para a<br />
livre admissão?<br />
ANTÔNIO GABAN – Por uma questão<br />
estratégica. O mercado hoje está muito competitivo<br />
e para sobrevivermos e continuar a<br />
oferecer produtos financeiros para nossos<br />
cooperados, é necessário ampliar a base de<br />
associados e criar escala.<br />
RCI – Como foi o processo e quanto tempo<br />
levou da decisão à autorização do BC?<br />
AG – Demorou aproximadamente um ano.<br />
Tivemos total apoio da Cecresp, que nos ajudou<br />
no planejamento e formatação do projeto<br />
para encaminhamento ao Banco Central. E validamos<br />
a estratégia em Assembleia.<br />
RCI – Como estão se preparando para<br />
atender a nova demanda?<br />
AG – Além da sede dentro da Iesa, temos<br />
dois novos PAs localizados em áreas externas:<br />
um no centro de Araraquara, com boas instalações,<br />
em 240m², caixas eletrônicos, muito<br />
bem equipado e outro no centro de Matão, um<br />
pouco menor, mas também com toda infraestrutura.<br />
Trabalhamos com todos os produtos<br />
e serviços Sicoob, como cartões, cheque<br />
especial, Previ, BNDES, consórcio, seguros,<br />
cobrança, folha de pagamento e câmbio. Recentemente<br />
contratamos uma ex-gerente de<br />
banco elitizado, com experiência em negócios<br />
e iremos contratar mais um funcionário. Temos<br />
um time completo e agregaremos mais<br />
gente e mais estrutura aos poucos, de acordo<br />
com a demanda.<br />
RCI – Qual a expectativa?<br />
AG – As perspectivas são muito positivas<br />
devido ao potencial de crescimento da<br />
cidade. Temos hoje quase 3 mil associados.<br />
Queremos dobrar o número ainda este ano.<br />
Já havíamos crescido 30% em 2013. Temos<br />
uma condição de boa solidez, patrimônio de 9<br />
milhões, 17 milhões em ativos. Com tal patrimônio<br />
podemos emprestar 20% do PR (patrimônio<br />
de referência), o que significa cerca de<br />
R$ 1,5 milhão.<br />
RCI – Ou seja, tem uma boa margem para<br />
ampliar a carteira de crédito. Como pretende<br />
atrair novos associados?<br />
AG – Isso mesmo, temos capital para emprestar.<br />
Após a aprovação do Banco Central<br />
para atuarmos com livre admissão, estamos<br />
nos propagando para comunicar essa nova<br />
fase para o público externo. Vamos investir em<br />
todas as mídias possíveis. Podemos atender<br />
Pessoa Física e Jurídica, isso faz uma grande<br />
diferença num objetivo de crescimento e fortalecimento<br />
da cooperativa. Queremos mostrar<br />
11<br />
os diferenciais do Sicoob, o fazer diferente, ser<br />
uma instituição financeira ainda mais sólida<br />
sem descuidar dos princípios cooperativistas.<br />
O cooperado é o patrão e não o capital.<br />
RCI – A livre admissão será uma tendência<br />
para o cooperativismo de crédito?<br />
AG – Não tenho dúvidas disso. É o modelo<br />
ideal e a saída para o cooperativismo de crédito<br />
sobreviver à concorrência até desleal de outras<br />
instituições financeiras e fazer a diferença<br />
realmente para as pessoas, os associados e<br />
a economia regional. Principalmente cooperativas<br />
de capital-empréstimo. Hoje a economia<br />
e a tecnologia pressupõem redução de custos<br />
constantes e enxugamento de pessoal. É uma<br />
condição de instabilidade para a cooperativa<br />
de funcionários. Os grandes bancos estão investindo<br />
maciçamente no varejo, área tradicional<br />
e de origem do cooperativismo.<br />
RCI – Encerrou-se então o processo de<br />
fusões já que agora abriram totalmente o quadro<br />
social?<br />
AG – De jeito nenhum. Estamos sempre<br />
abertos a conversar com outras cooperativas,<br />
para união, fusão, o que for melhor para os<br />
cooperados.<br />
O Sicoob Iesacred hoje é um orgulho para<br />
Araraquara e região: um poder que atinge números<br />
fantásticos pela sua seriedade.
ANIVERSÁRIO DA ACIA<br />
Demônios da Garoa, um show<br />
para reviver a história da ACIA<br />
Uma noite muito especial será<br />
vivida pelos empresários da<br />
cidade no dia 28 de junho:<br />
coquetel, jantar, show com o<br />
grupo Demônios da Garoa e<br />
baile animado pela Banda Doce<br />
Veneno. O evento marcará o<br />
aniversário de fundação da<br />
ACIA ocorrido em 30 de junho<br />
de 1934.<br />
Imagine uma festa no mais alto estilo com<br />
direito a uma viagem ao passado para relembrar<br />
a fundação da Associação Comercial e<br />
Industrial de Araraquara. Era um tempo de<br />
romantismo, sonho e poesia. Operários com<br />
seus uniformes acinzentados ou azulados, caminhando<br />
apressados nos fins de tarde como<br />
a buscar as cadeiras ajeitadas nas calçadas<br />
para uma conversa que atravessava o começo<br />
da noite e se transformava em inspiração para<br />
o trabalho do dia seguinte.<br />
Foi neste clima em uma noite fria de 30<br />
de junho que os senhores das nossas indústrias<br />
e do nosso comércio decidiram fundar<br />
uma associação que lhes desse poder e representatividade<br />
na discussão das questões<br />
econômicas, políticas e sociais do município.<br />
Tamanha passou a ser essa força que vários<br />
foram os empresários que se transformaram<br />
em prefeitos, vices, deputados e vereadores.<br />
Alimentada desde o início por industriais,<br />
comerciantes, prestadores de serviços e até<br />
mesmo profissionais liberais, a ACIA se engajou<br />
em campanhas memoráveis, algumas<br />
marcadas pela ousadia dos seus diretores e<br />
a união do seu quadro associativo dentro de<br />
um comércio emergente e proporcional ao<br />
crescimento dos bairros. Da pequena cidade<br />
de 40 mil habitantes em 1934, onde o centro,<br />
Vila Xavier, São Geraldo, São José e Fonte<br />
Luminosa pontuavam a esperança do crescimento,<br />
Araraquara acelerou esse processo<br />
a partir dos anos 60. Ela então possuía seus<br />
80 mil habitantes, se familiarizando com as<br />
memoráveis conquistas da Ferroviária no futebol<br />
brasileiro, a fixação dos trolleibus como<br />
transporte coletivo, o início da canalização do<br />
Córrego do Ouro e construção da Via Expressa.<br />
Seus cinemas Odeon, Paratodos, Nove de<br />
Julho e Coral, anunciavam o clássico La Dolce<br />
Vita, com Marcelo Mastroianni e a atriz Brigitte<br />
Bardot reinava como maior símbolo sexual<br />
da década. O lazer se completava nas noites<br />
de Araraquara com José Abud inaugurando O<br />
Boliche; algum tempo depois no mesmo lugar,<br />
veio o Restaurante Gimba com o<br />
ineditismo do self service; a Casa<br />
Barbieri dividia seu espaço com<br />
Formação do Grupo Demônios da Garoa<br />
em 1943, nove após a fundação da ACIA<br />
a Cabana, uma loja de eletrodomésticos da<br />
própria família. O 27 de Outubro fechava sua<br />
sede; em frente ao 27 e ao lado da Kibelanche<br />
surgia o Pacos 70, referência visionária aos<br />
anos 70 que despontavam.<br />
Em todas as ações, comércio e serviços se<br />
misturavam; a indústria parecia não sair do lugar<br />
e não se observava nenhum esforço neste sentido<br />
pela própria carência da mão-de-obra. Lupo e<br />
Nigro, já como grandes indústrias, se garantiam<br />
com o mercado existente, enquanto as pequenas<br />
empresas desenhavam um perfil familiar.<br />
A tecnologia forçou com o passar dos anos,<br />
à mudança de hábitos e costumes; a explosão<br />
econômica decorrente da vinda de empresas<br />
e a transformação da cidade num pólo tecnológico<br />
também deu à ACIA um outro conceito<br />
que se ajusta aos novos tempos. Não há como<br />
trabalhar o presente e visualizar o futuro sem<br />
reviver o passado, pois há que se reconhecer<br />
e valorizar o esforço dos nossos antepassados.<br />
A Nigro e a Lupo seguem como<br />
duas tradicionais empresas da<br />
cidade, participando da expansão<br />
econômica, gerando emprego<br />
com a fabricação de artefatos de<br />
alumínio e meias, respectivamente<br />
Nigro<br />
12
13
CRÉDITO OU DÉBITO<br />
Na cidade, as microempresas<br />
aderem às máquinas de cartões<br />
É débito ou crédito? A pergunta<br />
pode parecer batida. Porém,<br />
quando é feita por camelôs ou<br />
comerciantes que vendem de<br />
porta em porta soa inusitada,<br />
no mínimo. Mas dá para se ver<br />
que é cada vez maior o número<br />
de comerciantes informais em<br />
Araraquara que possuem<br />
máquinas que aceitam o<br />
chamado “dinheiro de plástico.”<br />
pelo menos 8 utilizo as máquinas como forma<br />
de pagamento para meus clientes. Várias pessoas<br />
já me falaram que vêm até aqui apenas<br />
pelo fato de poder passar cartão. Tenho um<br />
cliente que compra todo dia e me paga por semana,<br />
apenas utilizando o cartão”.<br />
Usar um cartão na hora de pagar tem suas<br />
vantagens e desvantagens e o cliente deve<br />
ficar de olho, pois pode ser uma armadilha,<br />
caso seja usado sem controle, mas também<br />
pode trazer benefícios, como descontos, mi-<br />
Está cada vez mais acessível ter uma<br />
máquina de cartões nos estabelecimentos<br />
comerciais ou de serviços. Você pode chegar<br />
em qualquer comércio com vários adesivos de<br />
diversas bandeiras. A pergunta soa num abrir<br />
e fechar de olhos: “crédito ou débito” para pagar<br />
seu produto?<br />
Em Araraquara, a facilidade de pagar com<br />
o cartão invadiu as microempresas. Pode-se<br />
passar no crédito ou débito até mesmo em<br />
bancas de jornais. É o caso da Banca do Correio,<br />
pioneira na cidade neste ramo a aceitar<br />
cartões.<br />
Roberto Barbosa da Silva é o proprietário<br />
da banca instalada ao lado do Correios na<br />
Avenida Brasil. “Estou aqui há 28 anos e há<br />
14<br />
Na atualidade até mesmo os camelôs<br />
que vendem bolsas femininas, brinquedos,<br />
relógios e celulares aceitam cartões, e<br />
alguns deles possuem até mais de uma<br />
máquina. Nos bairros mais afastados, a<br />
realidade é a mesma, com vendedores<br />
de porta em porta usando também as<br />
maquininhas que recebem pagamento<br />
no cartão de débito /crédito.
Roberto Barbosa da<br />
Silva, na Banca do<br />
Correios, há 8 anos<br />
opera com a máquina.<br />
Segundo ele, muitos<br />
consumidores optam<br />
por pagar no cartão<br />
pela segurança de não<br />
ter que andar com<br />
dinheiro no bolso.<br />
Outros comerciantes<br />
alegam que às vezes<br />
perdem clientes por<br />
não ter a máquina.<br />
lhas em viagens de avião e outros recursos. Os<br />
juros cobrados pelos bancos podem variar e<br />
algumas agências oferecem até 40 dias para<br />
pagar a fatura.<br />
A taxista Melise Evelin da Silva, do ponto<br />
de táxi da Matriz, está no ramo há dois anos e<br />
já disponibiliza esse serviço de cartão para os<br />
passageiros. “Eu uso a máquina como um diferencial<br />
em relação a outros taxistas, porém,<br />
às vezes acaba não compensando pois tenho<br />
que forçosamente, pagar uma mensalidade –<br />
de R$ 89 reais – além da porcentagem que<br />
é descontada toda vez que aceito o cartão.<br />
É uma estratégia que usamos para atrair os<br />
empresários que possam ter um cartão corporativo.<br />
Tenho um cliente que vem sempre para<br />
Araraquara e me contata por eu ter este serviço,<br />
que é mais uma opção de conforto”, relata.<br />
Eduardo de Souza é o proprietário da revendedora<br />
Ultragaz, no São Geraldo e usa<br />
quatro máquinas de cartões para conseguir<br />
atender seus clientes. “Começamos a utilizar<br />
o sistema de pagamento com cartões há<br />
4 anos, por solicitação dos nossos clientes.<br />
Atualmente, quase metade das entregas são<br />
pagas por cartão”.<br />
O empresário ainda diz que em questão<br />
de segurança, não há dúvida que utilizar os<br />
serviços da máquina é melhor do que circular<br />
com dinheiro na rua. “Quando falamos de segurança,<br />
é melhor nós termos a máquina, mas<br />
a operadora cobra uma taxa mensal de cada<br />
máquina, então financeiramente, para nós é<br />
melhor o dinheiro”, finaliza.<br />
Para uma empresa se credenciar e poder<br />
usar os recursos do pagamento via cartão, é<br />
necessário ter um CNPJ ativo, conta bancária<br />
em nome da empresa em um dos bancos<br />
credenciados – Banco do Brasil, Bradesco ou<br />
HSBC – e os dados cadastrais que podem ser<br />
encontrados no site www.cielo.com.br.<br />
Além do crédito e débito, as operadoras<br />
têm várias opções de serviços, como a venda<br />
no crédito parcelado, sem juros e também o<br />
crediário. As máquinas da Cielo aceitam as<br />
principais bandeiras do mercado, como Visa,<br />
MarterCard, AmericanExpress, Alelo, Sorocred,<br />
entre outras.<br />
Expor produtos na Internet,<br />
ter um site, oferecer ao cliente<br />
a opção de pagar sua compra<br />
via boleto bancário, fazer<br />
consultas ao SPC e Serasa<br />
são algumas das facilidades<br />
que agregam valor a micro<br />
e pequenas empresas.<br />
Muitos empreendedores<br />
no entanto desistem das<br />
ferramentas ao verificar o<br />
custo, mas há opções que<br />
cabem no orçamento de<br />
pequenos negócios, como<br />
a própria máquina que<br />
gera o “dinheiro de plástico”.<br />
Eduardo Souza, revendedor da Ultragaz<br />
15
O PASSADO ESTÁ DE VOLTA<br />
Chamadas vendas porta a<br />
porta crescem em Araraquara<br />
No passado mascates saíam<br />
batendo de casa em casa<br />
oferecendo roupas; depois<br />
vieram os utensílios domésticos.<br />
Hoje vários são os produtos<br />
oferecidos a quem está em casa.<br />
Em um período que o crescimento econômico<br />
anda em baixa, a comercialização de produtos<br />
porta a porta – a venda direta – segue em<br />
alta. No ano passado, o volume de negócios do<br />
setor foi de R$ 41,6 bilhões, um incremento de<br />
7,2% sobre 2012, segundo balanço da Associação<br />
Brasileira de Empresas de Vendas Diretas<br />
(ABEVD). A entidade comemora o crescimento<br />
acima da inflação e do Produto Interno Bruto<br />
(PIB). No entanto, o incremento de um dígito em<br />
2013 foi menor do que o de 2012, quando o setor<br />
registrou alta de 13,1% nas vendas.<br />
As vendas porta a porta (PAP) são um dos<br />
meios de comércio mais antigos que existe,<br />
mas que ainda faz muito sucesso. Produtos<br />
como consórcio, plano de saúde, TV por<br />
assinatura e planos de celulares são muito<br />
comuns hoje em dia dentro deste ramo de<br />
venda. Mas para que dê tudo certo, o planejamento<br />
é o diferencial na busca de clientes e<br />
indicações através de uma venda concretizada,<br />
para que o vendedor tenha a sua carteira<br />
de clientes em dia.<br />
Para o vendedor de cosméticos, Bruno<br />
Câmara, o diferencial de uma venda PAP para<br />
um consumidor que vai até uma loja, é a comodidade<br />
e venda personalizada que o cliente<br />
passa a ter dentro de sua própria casa. “Meu<br />
trabalho consiste em uma consultoria de beleza.<br />
Demonstro os produtos que trabalho e, mediante<br />
a necessidade do cliente, indico o que<br />
é melhor para seu tratamento. Nem sempre<br />
Bruno<br />
Câmara<br />
Hora de bater na porta e ver se a moradora<br />
se interessa pelo produto<br />
busco melhores valores em venda, mas sim<br />
aquilo que a cliente precisa para obter resultados<br />
no tratamento do que mais a incomoda<br />
ou então, produtos que melhor lhes satisfaça”.<br />
Ele fala ainda, que o maior desafio não é<br />
apenas representar a empresa dentro de uma<br />
residência familiar, mas fazer com que o cliente<br />
ganhe a confiança do vendedor. “Vender é o<br />
de menos. Conquistar a confiança de um cliente<br />
é algo consequente. Estou representando a<br />
minha empresa não somente porque tenho<br />
rendimentos com ela, mas principalmente,<br />
porque confio e uso a marca. Assim, fica mais<br />
fácil a conquista”, explica.<br />
Já a gerente da franquia de filtros de água<br />
Hoken de Araraquara, Juliana Nikles, diz que<br />
“a venda porta a porta é um mercado emergente,<br />
isso graças à capacidade, pois os produtos<br />
que anos atrás seriam encontrados<br />
apenas em lojas ou em supermercados, estão<br />
chegando na casa de vários consumidores devido<br />
ao empenho desses vendedores”.<br />
Ela destaca ainda a importância do custo<br />
benefício que um consumidor pode ter ao adquirir<br />
um produto através do PAP: “O que vendemos<br />
na casa de um cliente traz um custo<br />
fixo. Se ele comprasse o produto através de<br />
uma revenda, com certeza o produto sairia<br />
mais caro e talvez até fora da realidade financeira<br />
da pessoa”, complementa Juliana.<br />
Juliana comanda<br />
uma equipe que<br />
vende de porta<br />
em porta<br />
16
DIA DAS MÃES<br />
Lojista pode vender até<br />
mais usando uma cartilha<br />
Material ensina a organizar a<br />
loja, dá dicas detalhadas para<br />
aperfeiçoar o atendimento e<br />
atrair mais clientes na segunda<br />
data mais importante para o<br />
comércio varejista.<br />
O Sebrae acaba de lançar a cartilha Venda<br />
Melhor Dia das Mães. Com dicas de atendimento<br />
para o lojista proporcionar uma boa<br />
experiência de compra aos clientes, o material<br />
vai auxiliar o empresário e ajudá-lo a aumentar<br />
as vendas no seu empreendimento<br />
naquela que é a mais importante data para<br />
os comerciantes depois do Natal.<br />
Eventos sazonais como o Dia das Mães<br />
trazem desafios e oportunidades para o<br />
varejo porque a demanda em datas como<br />
essa, tem uma grande variação. “Isso é ótimo,<br />
pois o lojista acaba tendo em suas mãos<br />
um importante material,<br />
dividindo esses conhecimentos<br />
inclusive com seus<br />
colaboradores, assegura o<br />
presidente da ACIA, Renato<br />
Haddad. Para ele é o grande<br />
momento de aparecer<br />
para o público de uma forma<br />
mais ostensiva.<br />
Da organização da<br />
loja à importância do bom<br />
atendimento e uma vitrine<br />
vendedora, o material concentra<br />
valiosas orientações<br />
para que o empresário aprenda a montar<br />
kits para cada tipo de mãe, além de evidenciar<br />
sua empresa e produtos gastando bem<br />
pouco ou ainda a custo zero – apenas ensinando<br />
como usar e abusar da criatividade.<br />
De acordo com a cartilha, alguns truques<br />
podem ajudar, como - luz e movimento:<br />
tudo o que pisca e se move chama a<br />
atenção, ou então, tendo embalagens especiais<br />
e diferenciadas. O mais interessante,<br />
sugere a cartilha, é que o comerciante deve<br />
exibir na vitrine de sua loja, itens com pequenas<br />
placas explicando o bem do produto<br />
exposto.<br />
17
POLÍTICA<br />
Apae pede e o deputado Massafera vai à luta para<br />
conseguir novos equipamentos de fisioterapia<br />
Massafera em abril participou<br />
de três importantes encontros em<br />
nossa cidade, ampliando ainda<br />
mais os benefícios e o apoio que<br />
mantém de forma brilhante com<br />
a nossa comunidade.<br />
O deputado estadual Roberto Massafera<br />
em abril foi recebido pela diretoria da<br />
APAE de Araraquara. Na oportunidade, a<br />
entidade solicitou seu apoio para a obtenção<br />
de recursos visando a compra de novos<br />
equipamentos de Fisioterapia.<br />
A APAE atende 330 crianças em diferentes<br />
atividades pedagógicas, de saúde,<br />
profissional e socializante. A diretoria está<br />
elaborando um projeto para substituição<br />
dos aparelhos utilizados na Sala de Fisioterapia.<br />
Roberto Massafera se comprometeu<br />
a buscar os recursos junto ao governo do<br />
Estado.<br />
Segundo o presidente da entidade, Pedro<br />
Paulo Ferrenha, o Nenê, a APAE administra<br />
um déficit anual de R$ 150 mil estimado<br />
para <strong>2014</strong> e um custo total de R$<br />
1,8 milhão. Entre as receitas, cerca de R$<br />
1 milhão vem de convênios com o Estado e<br />
governo Federal, e R$ 650 mil de iniciativas<br />
próprias como Telemarketing, Festa Junina<br />
e Feira da Bondade.<br />
“A meta é fazer da APAE de Araraquara<br />
uma referência nacional no atendimento de<br />
crianças e adultos. A participação do deputado<br />
Roberto Massafera é fundamental<br />
nesse processo”, considerou Nenê. O parlamentar<br />
destinou R$ 210 mil em emendas<br />
para a APAE de Araraquara, e R$ 530 mil<br />
para as unidades da região.<br />
O deputado estadual Roberto Massafera foi recebido pelo presidente Pedro Paulo Ferrenha e<br />
demais diretores da APAE, que pediram ajuda para a entidade reequipar a Sala de Fisioterapia<br />
MASSAFERA APOIA YAKISSOBA<br />
DA NIPO<br />
Os deputados estadual Roberto Massafera<br />
e federal Vanderlei Macris, apoiaram o<br />
tradicional Yakissoba realizado no final de<br />
semana pela comunidade Nipo-Brasileira<br />
de Araraquara. Os parlamentares prestigiaram<br />
o evento a convite do vereador Jeferson<br />
Yashuda.<br />
Centenas de moradores da cidade e região<br />
foram provar a iguaria da culinária japonesa.<br />
Entre as autoridades que prestigiaram<br />
o evento, esteve o secretário municipal<br />
de Esportes de Araraquara, Geicy Sabonete.<br />
“Os descendentes japoneses são bastante<br />
numerosos na região. Além de contribuir<br />
com o desenvolvimento, entidades<br />
como a Nipo ajudam a preservar essa<br />
milenar cultura oriental e enriquecem a<br />
identidade miscigenada do povo brasileiro”,<br />
comentou Massafera.<br />
UM TÍTULO PARA MACRIS<br />
Massafera participou no final de abril da<br />
entrega do título de Cidadão Araraquarense<br />
ao deputado federal Vanderlei Macris. A<br />
homenagem partiu da lei de autoria do vereador<br />
licenciado e secretário municipal de<br />
Esportes, Geicy Sabonete.<br />
O deputado agradeceu pela convivência<br />
e emendas parlamentares que o homenageado<br />
tem liberado para Araraquara em benefício<br />
de instituições como a Santa Casa<br />
e o Lar São Francisco. “Você é um político<br />
Ficha Limpa. É uma honra recebê-lo como<br />
araraquarense.”<br />
Macris, Jeferson Yashuda e Massafera<br />
recebidos na Nipo Brasileira durante<br />
a realização do Yakisoba<br />
A entrega do título de cidadão para Macris<br />
18
FATOS E FOTOS<br />
Em abril, foi inaugurado mais um núcleo<br />
do projeto CUCA - Cursinho Unificado do<br />
Câmpus de Araraquara. O CUCA é um projeto<br />
de extensão universitária no formato de<br />
cursinho pré-vestibular, sem fins lucrativos,<br />
formado por alunos bolsistas da Unesp, supervisionados<br />
pelo vice-diretor do Instituto de<br />
Química, Eduardo Maffud Cilli e pelo Prof. Dr.<br />
Amadeu Moura Bego. O novo núcleo está localizado<br />
em Gavião Peixoto e é fruto de uma<br />
parceria entre o Instituto de Química, a Prefeitura<br />
Municipal de Gavião Peixoto e a Empresa<br />
Brasileira de Aeronáutica S.A. - Embraer.<br />
A POSSE DE VIOLANTE NO TJSP<br />
Foi em abril a<br />
posse de Carlos Alberto<br />
Violante como<br />
desembargador do<br />
Tribunal de Justiça<br />
de São Paulo. Em<br />
Araraquara, Violante<br />
desempenhou com<br />
sucesso a missão de<br />
Juiz de Direito no<br />
Fórum da Comarca.<br />
Também foi coordenador<br />
do Centro Judiciário<br />
de Solução<br />
de Conflitos e Cidadania.<br />
UM NEGÓCIO DO CAMPO<br />
O SinHores lançou<br />
programa Negócio<br />
do Campo<br />
em parceria com a<br />
Prefeitura, facilitando<br />
para hotéis e restaurantes<br />
de Araraquara,<br />
a compra direta<br />
de hortifrutis e outros<br />
gêneros agrícolas junto<br />
ao pequeno produtor<br />
rural. A procedência dos produtos terá como<br />
garantia a apresentação de um selo de qualidade,<br />
que será afixado nos estabelecimentos.<br />
Jornal Regional da Jovem Pan completou<br />
seu primeiro aniversário; parabéns aos<br />
jornalistas André Lourenço e Emerson<br />
Bellini que apresentam o programa.<br />
DESPERDÍCIO ZERO<br />
Povo pra jogar comida fora igual o brasileiro<br />
não existe. Por essa razão é que projetos pedagógicos<br />
dos Centros Educacionais CAIC do Vale<br />
do Sol e AABB Comunidade visam reduzir as<br />
sobras da merenda escolar a zero. Funcionários,<br />
estudantes e também os pais de duas escolas de<br />
atendimento integral da Prefeitura se uniram na<br />
luta contra o desperdício de comida nos horários<br />
da merenda escolar. Com seis meses de projeto, o<br />
CAIC conseguiu reduzir em 70% o alimento inutilizado<br />
na merenda escolar. Já no CE AABB, onde o<br />
projeto “Desperdício Zero” funciona desde 2012,<br />
a meta de zerar o lixo produzido na hora do recreio<br />
foi alcançada e o desafio agora é manter o<br />
índice. O projeto partiu da orientação sobre educação<br />
alimentar, falando em sala de aula sobre as<br />
vitaminas de cada alimento e a importância deles<br />
no nosso desenvolvimento físico e mental.<br />
Levantamento efetuado de que cada vereador<br />
custa para o povo quase 800 mil reais por<br />
ano, chega a assustar. É muito dinheiro pelo<br />
pouco que fazem. Pior ainda: tapas e beijos<br />
entre parlamentares causaram desconforto e<br />
depreciação do Legislativo nestes últimos anos.<br />
CARTAS NA MESA<br />
Empresas de transporte coletivo vivendo<br />
período de temor, se reuniram com o prefeito<br />
Marcelo Barbieri. A linha Ieda-Centro,<br />
da Paraty e a linha Melhado-Imperador, da<br />
CTA, sofreram ações de vândalos como represália<br />
pela morte de dois jovens. Embora<br />
dois dos incendiários tenham sido presos,<br />
as empresas pedem aumento da segurança<br />
de passageiros, motoristas e cobradores,<br />
discutindo-se as linhas e os horários mais<br />
vulneráveis.<br />
Até que política e esporte têm caminhado<br />
bem por aqui: Programa Escolinha de Esportes<br />
teve liberada verba de quase 900 mil do<br />
Governo do Estado. Para a Associação de<br />
Basquete foram mais 508 mil. Os recursos<br />
serão captados junto às empresas através do<br />
abatimento do valor a ser pago do ICMS.<br />
Ao invés da empresa pagar tributo para o<br />
Governo do Estado, ele destina parte desse<br />
recurso para os projetos esportivos.<br />
Adilson Vital, o<br />
melhor de todos<br />
Pesquisa feita via consultas telefônicas do<br />
Instituto Tiradentes, em março, indicou que o<br />
vereador Adilson Vital é o parlamentar mais<br />
atuante de Araraquara. Ele aparece em primeiro<br />
lugar com 124 pontos no critério de<br />
atuação parlamentar, seguido pelo vereador<br />
Rodrigo Buchechinha com 118 pontos.<br />
19
SOLUÇÕES CONFIÁVEIS<br />
Veja a diferença quando o Grupo MK entra para<br />
fazer a limpeza da sua casa, da sua empresa...<br />
Empresário Círio Leonardo alia<br />
à sua experiência profissional, o<br />
uso de produtos revolucionários<br />
e cria o Grupo MK, para limpeza<br />
final de obras, revitalização e<br />
impermeabilização de pisos e<br />
pedras. Ao abrir este leque de<br />
serviços, dispõe de faxineiras<br />
e diaristas para empresas e<br />
residências.<br />
Além da limpeza e<br />
impermeabilização de<br />
pisos e pedras, limpeza<br />
final de obras, o Grupo<br />
MK dispõe de faxineiras<br />
e diaristas para empresas<br />
e residências em dias<br />
diversificados.<br />
CONTATOS: 99739-9717<br />
98801-7531<br />
Círio Leonardo, do<br />
Grupo MK, 14 anos<br />
de experiência, abre o<br />
leque de serviços com<br />
a terceirização de<br />
mão-de-obra<br />
A limpeza pós-obra se baseia em um<br />
apurado trabalho de eliminação de sujeiras,<br />
respingos, manchas de tinta e também<br />
o excesso de rejunte provenientes da<br />
construção ou reforma que você acabou de<br />
fazer. “As pessoas sabem que é um trabalho<br />
bem diferente da limpeza comum, pois<br />
o imóvel a ser limpo apresenta quilos de<br />
sujeira, concreto, cimento, papelão, gesso,<br />
tinta, pó, cola, pedras, entre outros materiais”,<br />
avalia Círio Leonardo, que instalou<br />
em Araraquara - para atender a cidade e região<br />
- o Grupo MK, que resolve toda e qualquer<br />
situação originada num final de obra.<br />
Segundo ele, normalmente, esse tipo<br />
de limpeza só pode ser realizado por empresas<br />
e profissionais especializados que<br />
possuem produtos e equipamentos adequados<br />
para cada ambiente. Círio está no<br />
ramo não é de hoje: trabalhou durante 14<br />
anos com produtos de limpeza representando<br />
uma das mais conceituadas indústrias<br />
do setor..<br />
Os conhecimentos adquiridos na fabricação<br />
dos produtos químicos, como gerente<br />
de produção, levaram Círio<br />
Leonardo a se transformar<br />
em consultor para empresas<br />
limpadoras ou prestadoras<br />
de serviços no Estado de<br />
São Paulo. “Observei através de pesquisa<br />
de mercado que o espaço estava aberto em<br />
Araraquara e decidi investir na formação do<br />
Grupo MK”, comenta o empresário.<br />
Atualmente, com a MK prestando atendimento<br />
em toda a região e utilizando mais<br />
de 50 profissionais, ele preza o compromisso<br />
que mantém com a qualidade, trabalhando<br />
na limpeza de residências e empresas.<br />
Neste contexto, a MK também se coloca<br />
à disposição de arquitetos, engenheiros<br />
e até mesmo construtoras, pois ao entregar<br />
ao cliente um belo projeto, porém sujo,<br />
eles podem desvalorizar o próprio trabalho.<br />
Quando isso acontece, o cliente se vê obrigado<br />
a providenciar a limpeza pós-obra,<br />
correndo riscos como por exemplo, ter o<br />
imóvel danificado por faxineiras inexperientes<br />
em limpeza pesada ou pela falta de<br />
equipamentos e materiais adequados.<br />
EQUIPAMENTOS E PROFISSIONAIS<br />
SUJEIRA E LIMPEZA - ANTES E DEPOIS<br />
20
COMÉRCIO DE CARROS EM ARARAQUARA<br />
Seminovo dá banho de<br />
vantagens no zero km<br />
Com o objetivo de aumentar sua<br />
arrecadação, o governo faz<br />
disparar preços dos veículos zero<br />
e, com isso, o seminovo com até<br />
três anos de uso, passa a ter<br />
benefícios sobre um carro novo.<br />
Já foi a época em que os carros eram vistos<br />
como itens de luxo e só os tinha quem realmente<br />
precisava. A redução do IPI (Imposto sobre<br />
Produtos Industrializados) até o fim de 2013<br />
pelo Governo Federal, fez as vendas dos veículos<br />
zero quilômetro disparar. Pesquisa aponta<br />
que o País fechou o primeiro trimestre desse<br />
ano com uma queda significativa na venda de<br />
veículos zero. Em média, foram 9,6% a menos<br />
nas vendas diárias das concessionárias.<br />
Para o proprietário da concessionária<br />
Ponto Auto Veículos, Jederson<br />
Silva Braga, é o mercado que diz o<br />
quanto ele será desvalorizado. “A partir<br />
do momento em que o carro é faturado,<br />
ele já é desvalorizado, porque o<br />
cliente que recompraria não tem mais<br />
as opções que a concessionária oferece,<br />
como os acessórios opcionais e<br />
cores”, comenta.<br />
Ainda segundo ele, os casos são<br />
específicos. “O cliente deve saber o<br />
que é melhor para si. Se ele mora a<br />
um quilômetro de distância do trabalho<br />
e usa o veículo apenas para isso,<br />
ele pode comprar um carro básico.<br />
Se o caso for de um vendedor comercial que<br />
viaja durante várias horas, por exemplo, ele<br />
precisa de um ar condicionado, um freio ABS e<br />
airbags para sua segurança e a relação custo<br />
x benefício deve-se levar em consideração”.<br />
Pamela Camaduro, com seu seminovo<br />
comprado em abril<br />
Com a queda nas negociações de veículos, a<br />
loja está investindo na pós-venda para manter<br />
seus clientes.<br />
A jornalista Pamela Cadamuro comprou<br />
seu seminovo no fim do mês de abril e optou<br />
por um carro básico. “Eu uso o carro apenas<br />
para trabalhar e moro próximo ao meu emprego,<br />
então preferi um carro básico e agora<br />
não dependo mais de ônibus e tenho horários<br />
flexíveis”.<br />
QU<strong>ED</strong>A NAS VENDAS<br />
Apesar do otimismo nas vendas, os dias<br />
de bonança estão acabando. É o que mostram<br />
os relatórios da Fenabrave (Federação Nacional<br />
da Distribuição de Veículos Automotores).<br />
No primeiro dia de <strong>2014</strong>, a alíquota do IPI<br />
subiu de 2% para 3% nos carros de até mil cilindradas<br />
(1.0). Para os carros mais potentes<br />
- até duas mil cilindradas - o imposto foi de 7%<br />
para 10%. O Governo Federal fará análises das<br />
vendas do primeiro semestre para decidir se<br />
manterá as atuais taxas.<br />
De acordo com o economista do Sincomercio<br />
de Araraquara, Jaime Vasconcellos, o<br />
governo precisa aumentar sua arrecadação.<br />
“O Governo Federal deu o benefício com a diminuição<br />
do IPI, mas fechou o ano de 2013 no<br />
vermelho. A volta do valor parcial da alíquota já<br />
estava prevista”.<br />
As fabricantes de automóveis estão produzindo<br />
mais do que estão vendendo. Vasconcellos<br />
diz que os ânimos das montadoras<br />
ainda estão altos. “O número de empregos no<br />
Brasil vem aumentando, o que dá esperanças<br />
para as montadoras. A união de salário mais<br />
os créditos bancários mostram para a indústria<br />
que ainda há espaço para o consumo”, diz.<br />
21
PIONEIRISMO DO CACHORRO-QUENTE<br />
A ideia do hot-dog que virou<br />
Au-Au Lanches<br />
Empresários, diretores e até<br />
dentista entraram no ramo de<br />
alimentos em Araraquara; em<br />
1968 surgiu o carrinho de<br />
lanches, então inédito na cidade.<br />
Quarenta e seis anos depois,<br />
Carlos Coutinho de Oliveira<br />
Filho relembra o sucesso do<br />
Au-Au Lanches.<br />
Texto: Jean Cazellotto<br />
Filho de uma doméstica e de um ferroviário,<br />
Carlos Coutinho de Oliveira Filho, ou doutor<br />
Coutinho para os amigos, foi diretor de futebol<br />
profissional da Ferroviária de 1964 até 1969,<br />
cirurgião-dentista formado pela Unesp de Araraquara,<br />
vendedor, empreendedor e, como ele<br />
mesmo diz, um autodidata. Atualmente, próximo<br />
aos 80 anos, diz que teve uma vida muito<br />
boa. “Sempre fui muito honesto e fiel à minha<br />
esposa. Estamos casados há 55 anos. Quero<br />
sempre o bem do próximo e fui um batalhador.<br />
Fiz tudo o que poderia fazer”, revela.<br />
22<br />
Irmãos Munaretti, os primeiros funcionários<br />
do Au-Au Lanches
Naquele dia 7 de abril de<br />
1968 a Ferroviária jogou<br />
em Rio Preto contra o<br />
América e perdeu por 2<br />
a 1 e foi lá que Coutinho<br />
viu com seus futuros sócios<br />
a novidade: vários carrinhos<br />
vendendo cachorro-quente<br />
em diversas partes da<br />
cidade. Dois meses depois<br />
o Au-Au aparecia com<br />
publicidade nas rádios<br />
e jornais e todos queriam<br />
saborear o delicioso hot-dog<br />
As festas de aniversário, principalmente das crianças, passaram a exigir a participação<br />
do Au-Au Lanches que se tornou “uma febre na cidade”<br />
Foi ocupando um dos<br />
mais altos cargos da AFE, que<br />
criou os primeiros carrinhos<br />
de lanches em Araraquara.<br />
Em 1968, 7 de abril, um domingo, Arnaldo<br />
Smirne, Ciro Camargo, Raphael Rodrigues<br />
e Coutinho acompanharam um jogo da Ferroviária<br />
em São José do Rio Preto. Andando<br />
pelas ruas, viram algo inédito até então. Um<br />
carrinho de lanches feito de forma artesanal<br />
e muito simples, que vendia hot-dog. Ficaram<br />
surpresos com a criatividade de poder vender<br />
lanches em qualquer parte da cidade. Foram<br />
até o vendedor, que explicou como funcionava.<br />
Doutor Coutinho se lembra claramente<br />
dos detalhes. “Tudo era mágico. Jamais tínhamos<br />
visto aquilo. Conversamos sobre a novidade<br />
durante a viagem de volta para Araraquara.<br />
Não perdemos tempo e fomos logo atrás de<br />
resolver tudo. O cunhado do Arnaldo, Walter<br />
Lima, era um excelente marceneiro. Ele nos<br />
fez dez carrinhos que ficaram a coisa mais linda<br />
que eu já vi, todos padronizados. Enquanto<br />
o Walter fabricava os carrinhos, fomos para<br />
São Paulo e compramos tudo o que era possível.<br />
Panelas, butijões de gás com reserva, a<br />
mostarda da marca Jimmy, etc”.<br />
Com muito entusiasmo, Coutinho conta<br />
que seus amigos e ele andaram por muitas<br />
cidades para experimentar os tipos de hotdog<br />
que existiam. “Fomos para Ribeirão Preto,<br />
Campinas, Bauru, Rio Preto e até São Paulo. O<br />
melhor de todos, com certeza, foi o que comemos<br />
em 1968, na rua Francisco Glicério, em<br />
Campinas. Fantástico!”<br />
Após algum tempo, Raphael Rodrigues<br />
saiu da sociedade, por incompatibilidade na<br />
agenda. No lugar dele entrou o Nelson Bueno<br />
da Silva, o Neno.<br />
Ao voltar para Araraquara, com quase tudo<br />
finalizado, Coutinho foi até a proprietária da<br />
panificadora Flório. Na ocasião, formularam<br />
uma receita de pão, cujo sabor era um pouco<br />
adocicado, diferencial para outros tipos de<br />
lanches.<br />
Os quatro amigos procuravam locais para<br />
abrir uma lanchonete fixa, que vendesse os<br />
hot-dogs e reabastecesse os carrinhos pelas<br />
ruas. Então, por muitos anos, o endereço do<br />
Au-Au foi na Avenida XV de Novembro, em frente<br />
ao antigo chafariz da Igreja Nossa Senhora<br />
do Carmo.<br />
Coutinho conta as experiências e a fase<br />
“romântica e poética” da época. Os dez carrinhos<br />
de lanches participaram da abertura das<br />
festividades natalinas de 1968. “Desfilamos<br />
com todos os nossos carrinhos atrás do caminhão<br />
que carregava a banda do Olavo Filipe”.<br />
Tempos depois, o Au-Au foi contratado<br />
para servir na festa de confraternização da<br />
antiga empresa Anderson Clayton. “Os organizadores<br />
do evento pediram para prepararmos<br />
3 mil lanches. Começamos a preparar no sábado<br />
à tarde, trabalhamos toda a madrugada<br />
e domingo de manhã seguimos com os carrinhos<br />
para a indústria. Trabalhamos demais<br />
esse fim de semana. Ainda tive a infelicidade<br />
de, quase acabando a festa, ser mordido por<br />
um cachorro que me rendeu mais de dez vacinas<br />
contra doenças, no umbigo. Naquele dia,<br />
cheguei em casa às 17h e dormi até a manhã<br />
de segunda-feira”.<br />
Para melhorar ainda mais a qualidade dos<br />
produtos, a dona Vilma Carnesecca, mulher<br />
do Neno, preparou um molho que foi adicionado<br />
aos ingredientes do lanche. “Ela melhorou<br />
ainda mais nossos lanches. Era delicioso, não<br />
tinha para ninguém”, relembra Coutinho.<br />
Depois de alguns anos – que não soube<br />
precisar – os amigos se reuniram para decidir<br />
23<br />
o destino do Au-Au. Foi o fim da era de carrinhos<br />
de hot-dog em Araraquara. “Estávamos<br />
muito ocupados. Cada um tinha suas coisas<br />
fora do Au-Au. Tínhamos empreendimentos.<br />
Construímos dez edifícios na cidade, fora os<br />
loteamentos do Vale do Sol, Martinez e outros<br />
tantos. Não conseguiríamos mais dar conta de<br />
todo aquele sucesso”.<br />
O fim dos dez carrinhos de lanche e de<br />
tudo o que tinha nele, nem Coutinho nem o<br />
Neno souberam dizer. O que sobrou foram as<br />
fotos do auge do Au Au Lanches, que encantava<br />
as crianças pelo logotipo feito pelo pintor<br />
araraquarense Cabral.<br />
Hoje em sua casa, Coutinho lembra os bons<br />
tempos do Au-Au Lanches
ISSO FOI HÁ 35 ANOS<br />
O começo do Franco’s Burger na Rua 3<br />
O nosso drive-thru caipira<br />
João Francisco Franco com o<br />
filho José, foram os primeiros a<br />
criar na cidade uma lanchonete no<br />
sistema drive-thru, sendo também<br />
pioneiro no interior do Estado. Em<br />
São Paulo, grandes redes como<br />
Mc Donald’s e Habib’s estavam<br />
começando a chegar e o Franco’s<br />
reinava absoluto.<br />
Entrada do Franco’s Burger em 1986:<br />
dois veículos passando pelo sistema<br />
drive-thru a espera do lanche<br />
“Pessoas vinham de muitas cidades<br />
do interior para comer nossos lanches”. É<br />
assim que o João Francisco Franco, mais<br />
conhecido como Franco, e seu filho, José<br />
Franco, resumem a vida da lanchonete, sinônimo<br />
de sucesso por muitos anos.<br />
A história dessa casa de lanches começou<br />
há mais de 35 anos. Foi quando Zé<br />
Franco conseguiu um intercâmbio para os<br />
Estados Unidos pelo Rotary Clube, em 1979.<br />
Lá, ele provou o lanche do Mc Donald’s, totalmente<br />
desconhecido no Brasil. Quando<br />
Zé voltou ao País, em 1980, apresentou a<br />
ideia para seu pai, que não sabia o que era<br />
e nem como funcionava; só em 1982, dois<br />
anos depois, é que Franco viu no Jornal Folha<br />
de São Paulo, uma notícia empolgante.<br />
Seria inaugurado na Avenida Paulista a primeira<br />
loja da franquia Mc Donald’s no Estado<br />
de São Paulo.<br />
Franco era funcionário da Olivetti em<br />
São Paulo, que contava com mais de 300<br />
vendedores, e fez carreira dentro da gigante.<br />
Após alguns anos, deixou a fábrica em<br />
São Paulo e partiu para o interior, abrindo<br />
uma concessionária da Olivetti em Barretos.<br />
Logo Franco vendeu a loja para um de<br />
seus funcionários e montou outra loja em<br />
Araraquara, para ficar mais próximo de São<br />
Paulo. Depois de alguns meses da inauguração,<br />
pai e filho foram para a Capital, em<br />
uma reunião da antiga fábrica.<br />
Depois de cumprirem seus compromis-<br />
sos em São Paulo, se dirigiram até uma<br />
lanchonete na Avenida Paulista, ícone dos<br />
negócios na cidade. Ao chegarem, ficaram<br />
impressionados com a limpeza. “Era tudo<br />
tão limpo, organizado. Um sistema totalmente<br />
diferente do que já vimos em Araraquara.<br />
Até ar condicionado tinha no interior<br />
da loja. Onde se tinha um aparelho daquele<br />
em Araraquara?”, diz Franco, entusiasmado.<br />
A unidade da franquia em São Paulo<br />
não contava com o sistema de drive-thru,<br />
em que não precisava sair do carro para pedir,<br />
pagar e retirar os pedidos. Ao comerem<br />
o lanche, os Franco viram que eram produtos<br />
de altíssima qualidade, coisa jamais vista<br />
no interior.<br />
Em 1985, mais uma vez, Franco viu uma<br />
notícia que chamou a atenção, na mesma<br />
Folha de São Paulo. Mais uma franquia da<br />
rede Mc Donald’s seria inaugurada em São<br />
Paulo, agora com o sistema drive-thru. Foram<br />
então para São Paulo pai e filho na busca<br />
de informações que pudessem ajudá-los<br />
na instalação de uma lanchonete que fosse<br />
semelhante ao Mc. A dúvida de Zé era só<br />
uma. “Tínhamos este terreno onde hoje é<br />
o Franco’s, porém não tínhamos a certeza<br />
se nesse espaço seria possível construir um<br />
estabelecimento com drive-thru, dando a<br />
volta por fora da loja. Então fomos para lá<br />
e vimos que o terreno onde foi construído<br />
uma das unidades da franquia, na Avenida<br />
Juscelino Kubitschek, era muito semelhante<br />
ao que tínhamos aqui.”<br />
Após retornarem para Araraquara, os<br />
Franco cogitaram abrir uma filial da rede<br />
mundial de lanches na cidade. Foram, então,<br />
até o presidente do Mc Donald’s no<br />
Brasil, em São Paulo, oferecendo-se para<br />
abrir a loja na cidade. Na ocasião, o presidente<br />
tirou as esperanças da família. “Conseguimos<br />
falar com o responsável pelas<br />
franquias do Mc no Brasil, que disse não<br />
ter interesse em abrir uma loja em Araraquara.<br />
Foi fatídico e informou que a cidade<br />
não estava nos planos da rede nem dentro<br />
O arquiteto aceitou na hora. Disse que viria para<br />
medir o fluxo de carros e calcular se o negócio<br />
seria rentável. Ele chegou na cidade na quinta,<br />
colocou uma cadeira em frente ao terreno e ficou<br />
lá na noite de quinta até domingo<br />
24
João Francisco Franco, em Araraquara,<br />
começou como lojista de máquinas e<br />
equipamentos para escritório - a chamada<br />
Maquip. Era o tempo em que seu filho Zé<br />
Franco estudava e viu nos Estados Unidos<br />
o Mc Donald’s. Estava convicto de que a<br />
ideia daria certo no Brasil.<br />
de dez anos, pois tinham muitas lojas a serem<br />
inauguradas ainda em São Paulo, Belo<br />
Horizonte, Salvador, Curitiba, Porto Alegre,<br />
Rio de Janeiro, mas mesmo assim nós não<br />
desistimos”, explicou Zé. “Uma vez que não<br />
nos deixaram abrir o Mc Donald’s, vamos<br />
abrir o Franco’s Burger então”.<br />
A família foi conhecer um arquiteto que<br />
fez um projeto semelhante ao da rede Mc<br />
Donald’s, em uma loja estilo americana<br />
chamada Jack In The Box. O responsável<br />
pela obra, o arquiteto Fernando Machado<br />
de Campos, informou que a loja montada<br />
na Capital estava indo muito bem. Os Franco<br />
então o convidaram para vir até Araraquara<br />
e conhecer o espaço que eles tinham<br />
disponível. “O arquiteto aceitou na hora.<br />
Disse que viria para medir o fluxo de carros<br />
e calcular se o negócio seria rentável. Ele<br />
chegou na cidade na quinta, colocou uma<br />
cadeira em frente ao terreno e ficou lá na<br />
noite de quinta até domingo. Na segunda-<br />
-feira ele chegou até nós e deu a boa notícia.<br />
Poderíamos abrir o Franco’s, pois o<br />
movimento de carros na rua era o suficiente<br />
para que a lanchonete fosse certeza de<br />
bom negócio”, disse Zé.<br />
SEGUE »<br />
Oscarina Nascimento, a “Carina”, está<br />
desde o começo das atividades do Franco’s<br />
Burger: uma história de respeito e amor<br />
pelo que sempre fez<br />
25
VELHOS TEMPOS, BELOS DIAS<br />
Inauguração<br />
foi uma festa<br />
A Família Franco inaugurou o<br />
Franco’s Burger numa quinta,<br />
5 de junho de 86. Foram mais<br />
de mil lanches na noite.<br />
Em janeiro de 1986, a construtora<br />
Moroni Ranzani começou a construir o<br />
Franco’s Burger, na rua São Bento. A obra<br />
prevista para durar 8 meses, levou um ano<br />
e meio. Na época, a hiperinflação tomava<br />
conta do País, o que motivou o atraso nas<br />
obras. “Naquele ano, o Brasil passava pelo<br />
processo da hiperinflação. Um prato de comida<br />
que custava 10 cruzados de manhã, à<br />
noite valia 13 e no outro dia 17. Em um mês,<br />
aquele prato já valia 30 ou 40 cruzados. Era<br />
difícil comprar qualquer produto nesta época.<br />
Quando chegou na cobertura da obra,<br />
não encontramos madeiramento. O vendedor<br />
não podia nos vender os produtos<br />
porque não sabia por quanto iria pagar.”,<br />
explica Zé. “Próximo à data da inauguração,<br />
o arquiteto nos indicou uma lanchonete em<br />
Jundiaí. Ele nos disse que a carne usada no<br />
lanche era a mesma do Mc. Fomos até lá e<br />
o proprietário disse que o produto poderia<br />
ser encontrado em qualquer supermercado,<br />
nos dando o nome e marca, inclusive. Próximo<br />
à inauguração, fizemos um teste com os<br />
ingredientes que tínhamos. O pão que usávamos<br />
era o mesmo do Mc e vinha de São<br />
Paulo, não tínhamos como errar. Quando<br />
servimos os lanches para os amigos, percebemos<br />
que a carne não era a mesma. Isso<br />
tudo ocorreu alguns dias antes da inauguração”.<br />
Desanimados, Zé entrou em contato<br />
com o proprietário da lanchonete de Jundiaí<br />
e informou que alguma coisa dera errado.<br />
“Nós tentamos de tudo. Achávamos que talvez<br />
fosse o modo de fritar a carne, mas não<br />
era. Ele nos disse que era uma marca, mas<br />
na verdade era outra. Mas ele fez isso porque<br />
não estava autorizado a nos falar quem<br />
era o fornecedor, que era o mesmo do Mc”,<br />
explicou.<br />
“Ao descobrirmos qual era o frigorífico<br />
fornecedor, fomos até lá conhecer. Ao chegar,<br />
vimos do que realmente se tratava e<br />
o porquê daquele sabor tão especial. Era<br />
coisa de primeiro mundo, de altíssima qualidade.<br />
Era um frigorífico estilo americano.<br />
Depois que comemos a carne e fechamos<br />
acordo com o fornecedor, retomamos nossos<br />
ânimos. Tínhamos a carne e o pão do<br />
A Família Franco reunida: o patriarca João Francisco Franco, sua mulher<br />
Catarina Franco, filhos e netos<br />
Mc, não tinha como dar errado. O que nos<br />
assombrou foi saber do acordo que a rede<br />
fizera com o frigorífico. A partir do momento<br />
que uma loja da franquia do Mc Donald’s<br />
fosse criada em Araraquara, eles não poderiam<br />
mais nos fornecer a carne. O problema<br />
era o mesmo com a padaria que mandava<br />
os pães”.<br />
No dia em que o frigorífico nos enviou<br />
o primeiro lote de carne, os Franco fizeram<br />
mais um teste com os amigos. A inauguração<br />
da lanchonete ocorreu dia 5 de junho<br />
de 1987, às 19h. “No dia que inauguramos<br />
foi uma loucura. Haviam carros estacionados<br />
no drive-thru desde às 17h. O estacionamento<br />
estava lotado. Tivemos dificuldade<br />
para entrar na lanchonete naquele dia. A<br />
fila de carros foi até onde atualmente é o Mc<br />
Donald’s. Servimos mais de 1.200 lanches.<br />
As filas eram intermináveis até seis meses<br />
depois da inauguração. Mesmo assim, depois<br />
disso servíamos cerca de 800 lanches<br />
por noite”.<br />
FIM DA ERA FRANCO’S<br />
O Franco’s Burger foi sinônimo de sucesso<br />
por mais de 15 anos. Em 1999 foi<br />
inaugurada na Avenida Bento de Abreu a<br />
primeira loja Mc Donald’s em Araraquara.<br />
Depois deste momento, os pães e carnes<br />
não poderiam mais ser fornecidos ao<br />
Franco’s Burger. “Tentamos outras medidas<br />
caseiras. Começamos a fazer lanches caseiros,<br />
bauru de carne, de linguiça e outras<br />
tentativas até meados de 2009, porém a<br />
clientela foi caindo, por conta do sucesso<br />
que o Mc já fazia na época. Fechamos a lanchonete<br />
e o drive-thru em 2009, mas desde<br />
2007 já funcionava aqui o restaurante com<br />
pratos executivos, de segunda a sexta-feira,<br />
até às 14h.”<br />
A família trabalhou por mais de 20 anos<br />
à noite. “Estávamos cansados pois foram<br />
mais de duas décadas nessa vida. Fomos assaltados<br />
na época da lanchonete e achamos<br />
que não valia mais a pena, então continuamos<br />
apenas com o restaurante no almoço”.<br />
Em histórias interessantes, Franco afirma<br />
que por várias vezes, clientes chegavam<br />
até ele e elogiava o sabor da carne. “Os<br />
clientes diziam que aquela era a verdadeira<br />
carne e não a do Mc Donald’s. Na época, os<br />
boatos tomavam conta das pessoas, que a<br />
carne do Mc era feita com minhoca. Tudo<br />
mentira. Nós usávamos a mesma carne que<br />
eles”, relembrou.<br />
Todos os móveis da época da inauguração<br />
do Franco’s Burger ainda continuam no<br />
restaurante. “Tudo foi mantido. Aquele balcão<br />
de inox está aí desde o começo. Parece<br />
que foi colocado ontem. Sempre usamos<br />
produtos de qualidade, tanto na construção<br />
quanto nos lanches. É assim até hoje, com<br />
a nossa comida caseira.”<br />
Quem acompanhou praticamente toda a<br />
história do Franco’s, é a funcionária Oscarina<br />
Nascimento, ou Carina para os amigos, presente<br />
na empresa há quase 27 anos. “Entrei<br />
aproximadamente um ano depois que eles<br />
abriram a lanchonete. Estou aqui até hoje.<br />
Passei por todas as fases e me orgulho disso”.<br />
26
SOLIDARI<strong>ED</strong>ADE<br />
ACIA na Campanha<br />
do Agasalho <strong>2014</strong><br />
Como já ocorreu nos anos<br />
anteriores, a ACIA figura como<br />
um dos postos para receber<br />
doações da comunidade.<br />
O Fundo Social de Solidariedade já fez o<br />
anúncio de como será a Campanha do Agasalho<br />
edição <strong>2014</strong>. O lançamento mostrou<br />
que novamente toda comunidade estará<br />
integrada visando amenizar o inverno das<br />
famílias necessitadas.<br />
Sob o tema “Abra seu coração, roupa<br />
boa a gente doa”, a presidente do Fundo<br />
Social, Zi Barbieri, espera que, a exemplo<br />
das campanhas anteriores, a generosidade<br />
da população faça a diferença novamente.<br />
“Sempre que convocada, a comunidade<br />
de Araraquara tem ajudado em nossas<br />
campanhas, que visam amenizar a situação<br />
das famílias ou pessoas em vulnerabilidade<br />
social no município”, acrescenta Zi.<br />
Envolvida com a classe empresarial de<br />
Araraquara, a ACIA<br />
através do presidente<br />
Renato Haddad,<br />
apela para<br />
o espírito solidário<br />
dos associados: “A<br />
ACIA é um dos postos<br />
de arrecadação<br />
onde os doadores poderão entregar cobertores,<br />
blusas, cachecóis, meias, calçados,<br />
entre outras peças de inverno”.<br />
Para Renato, com a chegada do inverno<br />
e das baixas temperaturas, surgem também<br />
as oportunidades de fazer o bem e ajudar o<br />
próximo. E é com esse pensamento que a<br />
ACIA sempre se prontificou em colaborar.<br />
Em 2013, a campanha arrecadou e<br />
doou 107 mil peças, número considerado<br />
expressivo e que em muito contribuiu com<br />
a comunidade carente. “Nós que arrecadamos<br />
ficamos tão felizes quanto as pessoas<br />
que receberão os agasalhos, pois temos a<br />
sensação de ter feito nossa parte”, finaliza<br />
o presidente.<br />
TUDO COMEÇOU COM ELE<br />
A Campanha do Agasalho é um<br />
movimento filantrópico anual, do Fundo<br />
Social de Solidariedade do Estado de São<br />
Paulo, espalhando-se por todo o interior.<br />
Ela foi criada pelo governador doutor<br />
Ademar Pereira de Barros, no seu segundo<br />
governo, em 1947, e a primeira presidente<br />
foi sua esposa Dona Leonor Mendes de<br />
Barros.<br />
27
PESQUISA<br />
Inadimplência tem salto de 59%<br />
no primeiro trimestre de <strong>2014</strong><br />
Fica claro que os gastos de começo de ano pesaram no bolso do<br />
brasileiro, que passou a enfrentar mais dificuldades para cumprir<br />
seus compromissos financeiros, especialmente as parcelas contraídas<br />
durante o Natal e o início de janeiro.<br />
A inadimplência, medida pelo número de<br />
inclusões de débitos no SCPC (Serviço Central<br />
de Proteção ao Crédito), registrou aumento de<br />
70% em março, em comparação ao mesmo<br />
mês de 2013. O número de débitos inclusos<br />
ao SCPC foi de 16.265 em março daquele<br />
ano, e atingiu 27.644 neste último mês. Em<br />
relação a fevereiro de <strong>2014</strong> observa-se um aumento<br />
de 12% no número de inclusões.<br />
No balanço do primeiro trimestre de <strong>2014</strong><br />
há 27.958 novos débitos atrasados a mais<br />
TABELA 1: Movimento dos registros de débito - Araraquara<br />
que os somados nos primeiros três meses<br />
de 2013, em Araraquara. O crescimento é<br />
de 59%. Quanto as exclusões, débitos quitados<br />
e que, por isso, saíram do SCPC, houve<br />
aumento de 54,6% no balanço trimestral. Na<br />
Região Central do Estado de São Paulo, região<br />
em que Araraquara está inserida, o total acumulado<br />
de dívidas adicionadas ao SCPC, até<br />
março, apresentou elevação de 58,46%. No<br />
âmbito estadual, a análise revela crescimento<br />
de 18,73% no número de débitos.<br />
TABELA 2: Movimento dos registros de débito - Região Central do Estado de São Paulo<br />
TABELA 3: Movimento dos registros de débito - Estado de São Paulo<br />
Jaime Vasconcellos, Economista e Assessor<br />
de Imprensa do Sincomercio; Pesquisador do<br />
Núcleo de Conjuntura e Estudos Econômicos<br />
(NCEE) / UNESP Araraquara<br />
ANÁLISE<br />
Os números do primeiro trimestre mostram<br />
um cenário de resistência da inadimplência<br />
em Araraquara. Em 2013, ao todo, o<br />
número de inclusões superou o número total<br />
de 2012 em 45%. Neste primeiro trimestre do<br />
ano o crescimento já é de quase 60%, em relação<br />
aos primeiros três meses de 2013. Em<br />
verdade, o número mensal de inclusões neste<br />
ano não é muito diferente do visto na média<br />
mensal de 2013, porém o patamar ao mês de<br />
mais de 20 mil inclusões de débitos é superior<br />
ao visto antes de 2012, quando a média<br />
estava em torno dos 15 mil novos débitos de<br />
inclusões mensalmente.<br />
Outra importante informação é que a base<br />
de comparação nesta relação dos primeiros<br />
trimestres é fraca. O primeiro trimestre de<br />
2013 foi o único período daquele ano onde<br />
verificou-se queda em relação aos respectivos<br />
meses de 2012. Portanto, seria natural um aumento<br />
percentual substancioso nos primeiros<br />
três meses de <strong>2014</strong>. De toda forma a inadimplência<br />
ainda é uma variável que precisa ser<br />
observada bem de perto, ainda mais com o<br />
cenário de alta dos juros e resistência dos preços.<br />
Somente a inflação de março foi a maior<br />
registrada para o mês desde 2003. A tendência<br />
de aperto ao orçamento das famílias deve<br />
continuar.<br />
Pessoas físicas inadimplentes na base do SPC Brasil<br />
Fonte: SPC Brasil. Os dados não refletem apenas o aumento do<br />
número de pessoas físicas inadimplentes no Brasil, mas também<br />
o aumento do registro das pessoas inadimplentes nas bases<br />
de dados do SPC Brasil. Os economistas brasileiros avaliam<br />
que o resultado de março reflete o atual cenário econômico de<br />
desaquecimento da economia brasileira e de alta de juros, que<br />
aumenta a dificuldade das famílias em honrar compromissos.<br />
28
JURÍDICO<br />
O projeto do novo Código<br />
de Defesa do Consumidor<br />
e a regulamentação do<br />
comércio eletrônico no país<br />
Dr. Iran Carlos Ribeiro<br />
Advogado do Sincomercio Araraquara<br />
No final do mês de março, a Comissão<br />
Temporária de Modernização do Código<br />
de Defesa do Consumidor (CDC – Lei<br />
8078/1990), aprovou o relatório final do<br />
Senador Ricardo Ferraço (PMDB/ES) que<br />
prevê a reforma da lei consumerista em<br />
vigor.<br />
A reforma do CDC se faz necessária<br />
para adaptar as normas codificadas que<br />
regem as relações de consumo às necessidades<br />
atuais do mercado consumidor, sob<br />
o prisma social, econômico e tecnológico,<br />
que eram diversas quando de sua promulgação<br />
no início dos anos 90.<br />
O texto do Projeto da Comissão do<br />
Senado, que sistematiza três projetos de<br />
lei (PLS 281, 282 e 283), destaca-se por<br />
ampliar o poder dos PROCONS, restringir a<br />
publicidade de crédito, impor limites à contratação<br />
de crédito consignado e estabelecer<br />
regras mais rígidas para a publicidade<br />
destinada às crianças.<br />
Para os empresários do ramo do comércio<br />
varejista, uma das inovações importantes<br />
é a prevista no PLS 281 com a<br />
criação de nova seção no CDC para regulamentação<br />
das compras pela internet.<br />
A previsão específica de normas dirigidas<br />
ao comércio eletrônico atende ao<br />
princípio da livre concorrência, na medida<br />
em que afasta verdadeira disparidade de<br />
tratamento, na relação com seus consumidores,<br />
entre as empresas do comércio<br />
varejista estabelecidas em endereço físico<br />
e as que, exclusivamente em estabelecimentos<br />
virtuais, efetuam seus negócios<br />
pela internet. Preservar a livre concorrência<br />
nada mais é do que zelar pela disputa,<br />
em condições de igualdade, entre todas as<br />
empresas para conquistar seu espaço no<br />
mercado de consumo.<br />
Por óbvio, inegável é a importância do<br />
comércio eletrônico nos dias atuais, porém<br />
não é justo, no que<br />
tange às normas de<br />
consumo, impor ao<br />
comércio em geral<br />
obrigações que, na<br />
prática, muitas vezes<br />
não são exigidas aos<br />
estabelecimentos virtuais,<br />
pela dificuldade<br />
de acesso aos seus endereços para contato<br />
ou de identificação dos dados de pessoa<br />
jurídica (razão social e CNPJ).<br />
A correção dessa distorção pode ser verificada<br />
em diversas passagens do projeto,<br />
como por exemplo, pela determinação da<br />
divulgação clara dos dados do fornecedor<br />
e pela aplicação de sanções para as práticas<br />
abusivas contra o consumidor.<br />
Pela proposição do Senado, o fornecedor<br />
de produtos e serviços que utilizar<br />
meio eletrônico ou similar deve disponibilizar<br />
em local de destaque e de fácil visualização:<br />
seu nome empresarial e número de<br />
inscrição no cadastro geral do Ministério<br />
da Fazenda; seu endereço geográfico e eletrônico,<br />
bem como as demais informações<br />
necessárias para sua localização, contato<br />
e recebimento de comunicações e notificações<br />
judiciais e extrajudiciais; preço total<br />
do produto ou do serviço, incluindo a dis-<br />
29<br />
criminação de quaisquer eventuais despesas,<br />
tais como a de entrega e seguro; especificidades<br />
e condições da oferta, inclusive<br />
as modalidades de pagamento, execução,<br />
disponibilidade ou entrega; prazo de validade<br />
da oferta, inclusive do preço; e prazo<br />
da execução do serviço ou da entrega ou<br />
disponibilização do produto.<br />
Como se vê, o projeto do novo CDC, ao<br />
obrigar que a empresa de comércio eletrônico<br />
mantenha a prestação de serviço adequado,<br />
facilitado, eficaz e seguro ao consumidor,<br />
prescreve a extensão de deveres<br />
aos estabelecimentos virtuais que são de<br />
observância obrigatória pelas empresas<br />
em geral.<br />
Certo é que as regras do comércio eletrônico<br />
do Projeto de Lei do Senado podem<br />
ser modificadas ao longo de toda tramitação<br />
legislativa da proposição (após aprovação<br />
do Plenário daquela Casa, a matéria<br />
deverá ser apreciada pela Câmara dos Deputados)*,<br />
porém, desde que mantidos os<br />
princípios norteadores do texto, tal como<br />
se encontrava na Comissão Temporária<br />
de Modernização do Código de Defesa<br />
do Consumidor, sua transformação em lei<br />
representará significativo avanço nas relações<br />
de consumo, por assegurar os direitos<br />
do consumidor, bem como imprimirá maior<br />
garantia à livre concorrência de mercado.<br />
* até 28/04/14 o PLS 281/12 encontrava-se<br />
em pauta para votação em Plenário.
No Liceu Monteiro Lobato, crianças<br />
interagem na lousa digital<br />
TECNOLOGIA NA <strong>ED</strong>UCAÇÃO<br />
Pode crer, quem não aprender<br />
com ela vai ficar na saudade<br />
Escolas de Araraquara estão<br />
desenvolvendo projetos para<br />
alunos aprenderem por meio<br />
de tablets, computadores e a<br />
lousa digital; os professores<br />
aprovam ferramentas.<br />
A história da internet surgiu na Guerra Fria,<br />
como forma de os Estados Unidos manterem<br />
comunicação entre seus militares, caso o país<br />
fosse atacado. De forma muito diferente do<br />
que é hoje, a internet foi se desenvolvendo ao<br />
longo do tempo e hoje engloba muito mais que<br />
apenas sentar em frente a um computador<br />
para enviar mensagens instantâneas.<br />
Algumas escolas de Araraquara adotam<br />
a tecnologia para otimizar o aprendizado do<br />
aluno e também como uma forma de entretenimento<br />
conciliado com a educação, melhorando<br />
a qualidade da aula.<br />
O colégio COC disponibiliza tablets para<br />
Professor de Física, Ivan,<br />
durante aula no COC<br />
alunos a partir do primeiro ano do ensino médio,<br />
podendo capturar imagens diretamente<br />
da lousa digital ou acessar a apostila na internet.<br />
O coordenador do Ensino Médio e Pré-vestibular,<br />
Paulo Henrique Rettondini, afirma que<br />
o ganho é imenso. “Os alunos podem acessar<br />
o Sistema COC de Ensino a partir do tablet que<br />
oferecemos, acompanhar as apostilas digitais<br />
e também praticar exercícios por ele. Às vezes,<br />
o professor passa uma aula na lousa digital e<br />
eles também podem capturar toda a aula por<br />
meio do aparelho, que acaba sendo uma ferramenta<br />
diferenciada para que o aluno aprenda<br />
mais”.<br />
Lara Coletti é aluna do primeiro ano do<br />
ensino médio e ganhou o tablet no início desse<br />
ano e diz que está satisfeita. “É um ótimo<br />
meio de estudo, porque conseguimos pegar o<br />
material da lousa e assim não perdemos tanto<br />
tempo copiando, mas às vezes eu ainda prefiro<br />
o caderno e a caneta”, afirma.<br />
O diretor administrativo do colégio Liceu<br />
Monteiro Lobato, Daniel de Barros, diz que<br />
está implantando nas salas um projeto diferenciado.<br />
“Cada aluno receberá um tablet<br />
com a base Android, desenvolvido pelo Sistema<br />
Positivo de Ensino. Ele<br />
foi adaptado para que as<br />
crianças possam manuseá-lo<br />
e se vier a cair, não<br />
Para Lara Coletti, o tablet é uma ferramenta<br />
que ajuda muito no estudo<br />
danificar o aparelho. Já fizemos todo o planejamento<br />
e treinamento de como funcionará<br />
esse sistema complexo. Com esse aparelho, o<br />
aluno poderá acessar o portal do Sistema Positivo<br />
e acompanhar o professor na aula, o que<br />
vai melhorar a qualidade do ensino. Atualmente<br />
estamos com a lousa digital, em que o professor<br />
tem todos os recursos da internet para dar<br />
suas aulas”. Barros diz que não é permitido o<br />
uso de smartphones dentro da sala, para não<br />
atrapalhar a aula. “Fizemos um treinamento<br />
em Curitiba, mas agora temos que fazer um<br />
treinamento no nosso colégio, para que o uso<br />
dos dispositivos seja direcionado para as aulas,<br />
assim o aluno não ficará disperso”. O projeto<br />
deve entrar em uso a partir do segundo<br />
semestre.<br />
A Diretora do Núcleo Pedagógico da Diretoria<br />
de Ensino de Araraquara, Jussara<br />
Aparecida Guerreiros, assegura que as escolas<br />
estaduais em período integral já utilizam<br />
notebooks dentro das salas. “As escolas em<br />
período integral precisam prender a atenção<br />
dos alunos durante o dia todo nas aulas. Precisamos<br />
desenvolver atividades e uma delas<br />
é uso dos notebooks nas salas de informática<br />
e também nas salas de aula, quando necessário.<br />
A intenção é colocar o aluno na internet<br />
para conhecer a tecnologia e principalmente<br />
O COC oferece tablets<br />
para os alunos a partir<br />
do primeiro ano do<br />
ensino médio<br />
30
melhorar o ensino para as crianças”.<br />
A escola estadual Professor Joaquim Pinto<br />
Machado Junior, no Jardim Imperial, é uma<br />
das unidades de período integral em Araraquara<br />
que já usa o recurso da internet na sala de<br />
aula. A escola do Parque São Paulo, Professor<br />
Oacyr Antonio Ellero, é a segunda unidade que<br />
trabalha com a internet. Outras escolas estão<br />
com as obras em fase final para a implantação<br />
de aulas no período integral.<br />
INTERAÇÃO COM OS PEQUENOS<br />
O Centro de Educação e Recreação Dona<br />
Cotinha de Barros, no Jardim Brasil, é um<br />
exemplo que a alfabetização e a tecnologia<br />
devem andar juntas. O CER atende crianças<br />
Maria Calegari (coordenadora<br />
educacional), Eliane de Barros<br />
(diretora) e Daniel de Barros<br />
(diretor administrativo), uma<br />
reunião para anunciar a<br />
implantação de novas ações<br />
tecnológicas nas salas de aula<br />
do Liceu Monteiro Lobato<br />
de 0 a 5 anos e todas as salas de aula são<br />
equipadas com a lousa digital, ferramenta importante<br />
para prender a atenção das<br />
crianças, segundo a diretora Luciana<br />
Mara Tabachi Zamai. “Colocamos<br />
uma atividade na lousa digital e as<br />
crianças prestam atenção em tudo,<br />
querem participar. É um equipamento<br />
que nos auxilia muito para ensinar<br />
e educar”.<br />
Ainda segundo Luciana, o aparelho<br />
traz uma série de outros benefícios<br />
para as crianças. “Usamos o aparelho<br />
com todas as crianças, basicamente. As do<br />
berçário, por exemplo, para passar filmes e<br />
vídeos. As maiores, para entreter e ensinar.<br />
O contato com a tecnologia digital é muito<br />
importante, além da interação com os amiguinhos<br />
da classe. As professoras usam a lousa<br />
digital para fazer pesquisa e melhora muito a<br />
maneira do professor preparar sua aula, que<br />
já vem pronta de casa”. A lousa digital foi fornecida<br />
pela Prefeitura de Araraquara e pode<br />
ser usada para vídeos, interação dos alunos<br />
com o equipamento e também para melhorar<br />
e agilizar o trabalho do professor.<br />
31
O PREFEITO QUE CRIOU HISTÓRIAS<br />
De Santi não fazia rodeios para o<br />
“pode ou não pode”. Era direto.<br />
Entre as qualidades do ser<br />
humano e político Waldemar<br />
De Santi, estava uma que não<br />
desprezava: a discrição, ou<br />
melhor, reservava o direito de<br />
guardar em sua memória fatos<br />
que compunham a vida de um<br />
notável homem público. Amado<br />
pelo funcionalismo municipal,<br />
criou suas próprias regras para<br />
responder os pedidos que lhe<br />
faziam. Conhecia os limites da<br />
lei, não iludia as pessoas e nem<br />
protelava respostas.<br />
“Manço, quero falar com o delegado”,<br />
disse Waldemar De Santi ao seu fiel amigo e<br />
chefe de gabinete num final de tarde daquele<br />
setembro de 1997. No dia seguinte De Santi<br />
se encontra com o presidente da Ferroviária,<br />
Bruno José Ópice de Mattos, no portão do Estádio<br />
da Ferroviária. Presente também estava<br />
Milton Cardozo, que viria a ser mais tarde, o<br />
novo presidente do clube.<br />
“Está resolvido, o delegado vai pescar e a<br />
Ferroviária pode fazer o bingo”, disse De Santi<br />
no seu jeito apropriado de defender a cidade<br />
e as coisas que dentro dela vivem, uma delas<br />
a Ferroviária. Até então, a pressão da polícia<br />
para impedir o bingo no Estádio da Fonte era<br />
grande. Aos diretores da Ferroviária o então<br />
prefeito contou: “Já disse a eles que se tiverem<br />
que prender alguém, o primeiro sou eu; vou<br />
estar aqui no dia do bingo, às 8h da manhã”.<br />
De fato, De Santi estava lá e o bingo ocorreu<br />
normalmente.<br />
Este era o prefeito que tivemos, nascido<br />
em berço humilde, que aos 8 anos de idade,<br />
requentava o grupo escolar e no período da<br />
tarde descascava milho nas mãos. Ele precisava<br />
ajudar a família no sustento da casa. Depois,<br />
trabalhou como empacotador de meias<br />
na Fábrica Lupo. Nos fins de semana, De<br />
Santi jogava futebol nos campinhos do Santana<br />
como beque central e era chamado de<br />
“Turcão”. Estudou à noite com dificuldades e<br />
se formou contador, profissão que exerceu durante<br />
longo tempo até montar uma indústria<br />
Em 1996 ao lado da<br />
esposa Carmem, do vice<br />
Marcello Edgard Drouet<br />
(esposa Ruth), por<br />
ocasião da inauguração<br />
do Teatro Municipal na<br />
Fonte Luminosa.<br />
32<br />
De Santi nunca se valeu de comitês<br />
para realizar suas campanhas.<br />
Conhecia a cidade como a palma<br />
da mão e disso se valia para rever<br />
os eleitores e pedir o voto. Os lugares<br />
em que mais encontrava seus cabos<br />
eleitorais para conversar eram o<br />
Bar do Zinho, Bar do Pernambuco,<br />
Mercado Municipal e o Restaurante<br />
do Cidinho. Ele adorava estar em<br />
contato com quem ele chamava<br />
de “meu povo”.<br />
de refrigeração a qual se dedicou por muitos<br />
anos. Até o final de 2013 ainda era possível<br />
vê-lo com frequência na sua empresa na Rua<br />
Nove de Julho, ajudando sem remuneração<br />
e muitas vezes colocando dinheiro do bolso<br />
para pagar as contas da loja que mais tarde<br />
doaria ao seu amigo Lemão.<br />
O seu trabalho voluntário em prol da comunidade<br />
é imenso. Foi presidente do Clube<br />
27 de Outubro, tesoureiro da Casa Betânia,<br />
presidente do Aeroclube, diretor da Associação<br />
dos Empregados do Comércio de Araraquara<br />
(órgão precursor do sindicato da categoria),<br />
conselheiro do Hospital Beneficência<br />
Portuguesa e inúmeras outras coisas mais.<br />
NA POLÍTICA<br />
Conhecido por sua honestidade, foi vereador<br />
por 21 anos e 1 mês, o que lhe garantiu<br />
o reconhecimento público e o motivou a se<br />
lançar à Prefeitura, tendo ocupado o cargo por<br />
três vezes, ficando 14 anos como prefeito de<br />
Araraquara sem nunca se licenciar do cargo.<br />
A exemplo do trabalho, na vida política<br />
também começou cedo. Aos 24 anos, De<br />
Santi ocupou seu primeiro cargo político como<br />
vereador na Câmara Municipal de Araraquara,<br />
exercendo mandato de 1956 a 1959 pelo<br />
PDC. Na sequência, foram mais quatro eleições:<br />
1960 a 1963 também pelo PDC - sen-
De Santi em contato direto com o povo nas ruas da cidade<br />
do o 2º vereador mais votado; 1964 a 1968,<br />
PSD/PSP - vereador que mais recebeu votos;<br />
1969 a 1972 pelo MDB - novamente sendo o<br />
2º vereador mais votado; e por fim de 1973 a<br />
1976 pelo MDB como o vereador mais votado<br />
em Araraquara.<br />
Em 1976, pelo MDB, foi eleito prefeito com<br />
24.351 votos, exercendo o mandato de 1º de<br />
fevereiro de 1977 a 31 de janeiro de 1983,<br />
tendo como vice o médico Marcelo Edgard<br />
Drouet. O cargo seria ocupado ainda por mais<br />
duas legislaturas: de 1989 a 1992, eleito com<br />
33.177 votos pelo PDS; e entre 1997 e 2000,<br />
pelo PPB, eleito com 37.302 votos. Nos dois<br />
mandatos, De Santi contou com o médico Anuar<br />
Mahmud Lauar como vice.<br />
De Santi foi responsável por construir<br />
bairros que hoje são fundamentais para Araraquara,<br />
como o Selmi Dei e o Yolanda Ópice.<br />
Também investiu em infraestrutura com a pavimentação<br />
de diversas vias e vicinais da cidade,<br />
alargamento de ruas e avenidas, além<br />
de dar continuidade à construção da Via Expressa,<br />
iniciada no mandato de Clodoaldo Medina.<br />
DAAE, CTA e Parque Pinheirinho também<br />
foram beneficiados pela gestão de Waldemar<br />
De Santi.<br />
Entre suas principais obras estão a construção<br />
do Terminal Rodoviário de Araraquara<br />
às margens da Via Expressa, o Pronto Socorro<br />
Central, onde hoje funciona o NGA-3, o Ginásio<br />
da Pista e a remodelação das praças Pedro de<br />
Toledo e Santa Cruz.<br />
De Santi também deu sequência à implantação<br />
dos Centros de Educação e Recreação<br />
(CER) por diversos bairros, além de investir<br />
também na saúde, com a construção de unidades<br />
básicas e a criação da UM<strong>ED</strong> - centro de<br />
especialidades e exames.<br />
Waldemar De Santi foi casado por 46 anos<br />
com Carmem Osmaly Golinelli De Santi, falecida<br />
em março de 2011. Desta união, tiveram<br />
Júnia Maria De Santi Alves, também falecida.<br />
As saudades que ele deixa são imensas;<br />
foi um grande prefeito, mas, acima de tudo,<br />
um ser humano admirável. Ele administrava<br />
sempre pensando nas pessoas que mais<br />
precisavam e tinha a honestidade estampada<br />
como sua marca. Adoentado, suas idas à Beneficência<br />
Portuguesa desde o ano passado<br />
vinham sendo mais frequentes e em abril seu<br />
coração de calabrês cansou de bater. Bom<br />
descanso, prefeito.<br />
SEGUE »<br />
Pelos lugares<br />
onde passava<br />
De Santi era<br />
recebido como<br />
velho amigo da<br />
casa. Era assim<br />
o seu jeito de ser.<br />
33
HISTÓRIA DE FAMÍLIA<br />
Uma rotina que ele fazia questão<br />
de preservar pelas ruas da cidade<br />
Não há como diferenciar na história política da cidade, a pessoa e o<br />
comerciante, do homem público - Waldemar de Santi. Ele conseguiu<br />
manter em toda sua vida, a humildade e o equilíbrio no trato com o<br />
próximo. Nunca subestimou a inteligência do povo. Nunca se curvou<br />
às ordens dos governadores ou até mesmo de presidentes. De Santi<br />
sempre foi o espelho da alma da terra que amou.<br />
Texto: Ivan Roberto Peroni<br />
Em seu escritório na loja de refrigeração que<br />
o viu entrar e sair por mais de 35 anos<br />
Naquela manhã de<br />
novembro, Waldemar<br />
fora acordado<br />
por Dona Carmem,<br />
sua esposa. Ela na<br />
verdade tinha sido<br />
despertada pelo toque<br />
do telefone. A<br />
filha Júnia, pequena<br />
ainda, adormecia<br />
num dos quartos do<br />
apartamento que o<br />
casal comprara em<br />
prestações no Edifício<br />
Vila do Sol. Num<br />
verão de quase dezembro, as chuvas não<br />
eram tantas. No telefone, tudo sob controle,<br />
disse Aldo Pierre, diretor do DAAE, após reunião<br />
que tivera com o José Benedito de Souza,<br />
o “Espingardinha”, no dia anterior. E a PRD 4,<br />
já tinha anunciado que a população poderia<br />
ficar tranquila pois o abastecimento de água<br />
seria normal naquele final de ano. Só que,<br />
justamente naquela manhã, Waldemar estava<br />
acordando exatamente 30 minutos mais cedo<br />
do que normalmente acontecia. Acorda homem,<br />
disse dona Carmem, em tom carinhoso.<br />
E completou: “Acorda que o dia vai ser longo”.<br />
De fato, o dia teria que ser longo. Entre<br />
um beijo na filha, um tchaaau prolongado<br />
depois de passar a mão de forma carinhosa<br />
no rosto da esposa, Waldemar se apressava<br />
para mais um dia como homem público.<br />
Entre sair do apartamento e chegar ao elevador,<br />
trocou palavras com João Primiano,<br />
alguma coisa sobre o Fisa que se preparava<br />
para uma nova feira no Parque Infantil.<br />
A partir do instante que botou os pés<br />
na José Bonifácio, capanga (bolsa) marrom<br />
debaixo do braço, o Waldemar ficara para<br />
trás. De Santi assumia a postura de prefeito<br />
da cidade que aprendera a amar. A camisa<br />
de mangas compridas, tom creme, punhos<br />
abotoados fora um presente de Carmem, no<br />
último aniversário, 9 de março. Foi naquele<br />
dia talvez que De Santi, mais lembrara dos<br />
seus pais, dona Vitória e Vitório. Vitorioso na<br />
vida, tanto quanto os pais.<br />
Embora prefeito, seguia ele pela Padre<br />
Duarte, quando não, pela São Bento. O cigarro,<br />
inseparável companheiro, sapatos<br />
normalmente marrons e os “bons dias” que<br />
se avolumavam nos quase quatrocentos<br />
passos entre uma ponta e outra do quarteirão.<br />
O Chico da Charutaria lhe fez um sinal<br />
com as mãos e do outro lado, De Santi respondeu,<br />
quase que da mesma forma.<br />
Ele sabia, o dia seria longo. Dona Carmem<br />
o preveniu. Da reunião com o Bogé<br />
(Santana), Santo Antônio (Vila), Carioca<br />
(Unidos), Sidney (Santana), ele não poderia<br />
faltar. Nem que fosse pra falar bom dia,<br />
meu povo. As escolas iam afinar os tamborins<br />
para o carnaval de 78. Mas, ele sabia<br />
também que tinha um assunto a tratar com<br />
o Renan Dall’Acqua e o Rubens Bressan,<br />
companheiros quase que inseparáveis ao<br />
lado do Manço, que como chefe de gabinete,<br />
lhe preparara uma agenda de compromissos<br />
que descartava doutores e empresários.<br />
Figuravam pessoas simples como<br />
Joaquim Sorbo que o levaria para uma<br />
reunião nos bairros Bocaiúva I e II com os<br />
lavradores reunidos pelo Oswaldo Silva. O<br />
vereador Júlio César Rente Ferreira, “Gugu”,<br />
não poderia faltar. Preciso dele lá, disse o<br />
prefeito. Na verdade, ele era o que era. Homem<br />
do povo, fiel aos companheiros, avesso<br />
às solenidades com grande pompa, degustador<br />
de bons aperitivos em companhia<br />
de gente como ele: Reginaldo Galli, Mário<br />
de Osti e trazia na conta amizades que não<br />
esquecera nos tempos de Câmara: Rubens<br />
Bellardi, Darcy Moralles, Flávio Ferraz e<br />
principalmente Elias Damus que o arrastara<br />
para conhecer cerca de 500 compadres<br />
que conseguira ao longo de cinco mandatos<br />
como vereador.<br />
Naquele dia, antes de um rápido café<br />
feito no coador de pano pelo Olívio no Bar<br />
do Pernambuco, o João Pereira falara nos<br />
seus ouvidos: “O senhor não pode deixar<br />
de ver a beleza que está ficando o Teatro<br />
de Arena, na Vila Melhado”.<br />
Autêntico, De Santi foi o prefeito que<br />
venceu três candidatos juntos num dia só<br />
e quantos houvessem seria ele o ganhador,<br />
tamanho o peso da sua popularidade e que<br />
a história sempre lembrará.<br />
Bolo de aniversário: presente da sobrinha<br />
Sônia De Santi que o adorava<br />
Saiu da política, se aposentou e bons dias<br />
foram passados na chácara no melhor estilo<br />
34<br />
Na rotina de sempre, uma passagem quase<br />
diária pelo Mercado Municipal
35
AVENIDA SETE À NOITE<br />
Boemia, aqui me<br />
tens de regresso<br />
A Sete de Setembro volta para retomar seu espaço nas<br />
noites da cidade. Hoje com perfil gastronômico mais<br />
acentuado, o Carmo quer apenas esquecer as decepções<br />
comerciais dos últimos 30 anos e reviver os momentos<br />
de glória dos anos 50 e 60, quando era o cartão de<br />
apresentação do nosso comércio nos fins de semana<br />
e acesso obrigatório ao centro de Araraquara.<br />
O bairro do Carmo, um dos mais antigos e<br />
tradicionais da cidade, abriga uma grande variedade<br />
gastronômica e de varejo forte. Suas<br />
noites têm um perfil de boemia. O seu principal<br />
ponto está localizado na Avenida Sete de<br />
Setembro, recebendo no meio do ano passado<br />
uma revitalização, abandonando o famoso<br />
bloquete em um trecho de sua via para ser<br />
asfaltada, criando bulevares em seu entorno<br />
para uma circulação e ambientação melhor<br />
para veículos e pedestres. E o centro gastronômico<br />
voltou a ter força após estas mudanças<br />
significativas.<br />
Décadas atrás, Araraquara tinha um único<br />
ponto de entrada que era pela Avenida Presidente<br />
Vargas, vindo pela Rodovia Washington<br />
Luís. Como era a principal via de acesso à cidade,<br />
restaurantes predominavam aquele ponto,<br />
atendendo viajantes e até mesmo moradores<br />
de Araraquara, que tiravam o fim de semana<br />
para desfrutar da gastronomia do bairro.<br />
Muitas lojas, dentre elas a Pernambucanas,<br />
tiveram o seu primeiro prédio<br />
instalado na cidade na própria<br />
avenida, além de várias<br />
famílias abrirem os seus próprios negócios.<br />
Com o passar dos anos, a cidade expandiu e<br />
mais entradas começaram a ser feitas depois<br />
que a Washington Luís duplicou para ter uma<br />
circulação maior de veículos. E isso foi afastando<br />
os visitantes da entrada pela Presidente<br />
Vargas e o comércio, principalmente o gastronômico<br />
perdeu a força.<br />
Após uma luta dos comerciantes com o<br />
Poder Público, a Sete de Setembro passou por<br />
uma revitalização importante em um de seus<br />
trechos mais movimentados - da Rua Humaitá<br />
(Rua 9) até a Rua dos Libaneses (Rua 14)<br />
- com nova sinalização de trânsito, semáforos<br />
do tipo pórtico, suporte de sinalização coloridos,<br />
colocação de floreiras e bancos nas esquinas<br />
e calçadas com piso ecológico e tátil<br />
dos dois lados. Outra mudança que chamou<br />
a atenção foi a inversão de mão no trecho das<br />
36<br />
ruas 13 e 14, deixando o trânsito fluindo em<br />
uma mão única com a adesão de vagas de estacionamento<br />
45°.<br />
Mário Hokama, morador do bairro há 64<br />
anos e 15 anos dono do restaurante Sakaná,<br />
comemora a revitalização feita pela prefeitura.<br />
“É um marco importante. Foram 20 anos de<br />
insistência, desde quando o Massafera era<br />
prefeito da cidade, pela revitalização. Ajudou<br />
muito os comerciantes e consumidores, dando<br />
uma cara nova para a Avenida 7”, conta.<br />
Além disso, Hokama revela que a mudança<br />
de mão no trecho das ruas 13 e 14 foi um<br />
alívio para todos. “Antigamente, era comum<br />
vermos acidentes e atropelamentos neste trecho,<br />
e o fluxo de carros gerava engarrafamentos<br />
e dor de cabeça para todo mundo. Agora,<br />
com mão única no sentido centro/bairro e<br />
semáforos modernos, percebemos que tudo
A noite chega e com ela a clientela<br />
Bar do Cesão, antigo Bar do Dalmo, hoje<br />
sob a direção de Cesar Alberto da Silva<br />
está fluindo tranquilamente”.<br />
O comerciante acredita ainda que as mudanças<br />
que ocorreram podem significar outras<br />
modificações nos principais centros. “Av. 7 não<br />
é um todo. Quando as coisas se transformam,<br />
nós também sentimos. A nossa concorrência<br />
fica sadia. Quanto mais, melhor, independente<br />
dos locais espalhados em Araraquara”, finaliza<br />
Hokama.<br />
NO PASSADO<br />
Em 1960, no final da Presidente Vargas,<br />
cruzando a Washington Luís - sem o balão e o<br />
viaduto que surgiram somente com a duplicação<br />
da rodovia - estava o Posto Quitandinha.<br />
A vida noturna da cidade começava por alí e<br />
seguia em direção ao centro de Araraquara<br />
encontrando pelo caminho, alguns bares e<br />
restaurantes que acabaram entrando para a<br />
história da gastronomia.<br />
O Bom Petisco logo na praça do Carmo<br />
ainda está gravado em nossas lembranças.<br />
Uma bela chopeira, o talento do João dos Santos<br />
Rodrigues na retirada do chopp e a deliciosa<br />
pizza preparada pelo adorado português,<br />
amigo de todos, principalmente dos políticos<br />
que após as sessões da Câmara se dirigiam<br />
para lá.<br />
O Manda Brasa, na Sete de Setembro esquina<br />
com a Rua Humaitá era peso forte no<br />
roteiro gastronômico do bairro e uma das suas<br />
especialidades era a carne no espeto. Ponto<br />
João dos Santos Rodrigues, em 1969,<br />
inaugurava a Pizzaria Bom Petisco, ponto de<br />
encontro dos políticos após as sessões da<br />
Câmara Municipal<br />
Tremendão é sucesso a mais de 2 décadas<br />
no bairro<br />
familiar com oito mesas distribuídas nos fundos<br />
e uma roda de carroça com lâmpadas no<br />
teto iluminava um espaço que não tinha mais<br />
30m². A madrugada boêmia terminava na<br />
abertura da Padaria Jaraguá ou Padaria do<br />
Lima lá pelas quatro horas, com a exigência do<br />
pão quentinho e um belo café com leite.<br />
Edil, do Tremendão, há 20 anos vivendo o<br />
comércio do Carmo: hoje um dos nomes<br />
mais conhecidos da Sete<br />
37
NOVO PERFIL<br />
As noites gostosas do<br />
velho bairro do Carmo<br />
Aos poucos moradores e comerciantes vão se adaptando à<br />
nova rotina do bairro que já não vive um passado, até mesmo<br />
considerado romântico, pela tradição dos hábitos. A Avenida Sete<br />
pausadamente tem perdido suas origens e características; alguns<br />
pioneiros do comércio ainda insistem em vencer o tempo e os que<br />
surgem trazem nas mãos uma nova leitura do mundo globalizado.<br />
Edil Leme, há 20 anos cumpre um ritual<br />
na Avenida Sete de Setembro: abrir e fechar as<br />
portas da sua casa de lanches todos os dias,<br />
sem olhar o tempo que faz lá fóra. Frio, chuva,<br />
calor, não lhe assusta. São outonos e mais<br />
outonos olhando as mudanças que vinham<br />
de forma homeopática. No ano passado alguma<br />
coisa lhe chamou a atenção: “A falta de<br />
luminosidade preocupava muito para quem<br />
frequentava este trecho da avenida. Hoje, com<br />
um local praticamente novo, nos sentimos<br />
mais seguros, e isso ajuda a trazer o público<br />
de volta. Bom para nós que vivemos disso”,<br />
comenta.<br />
Vindos de São José dos Campos, Willian<br />
Eburneo e Juliano Castilho, proprietários do<br />
Quintal do Carmo, acreditam que o lugar tende<br />
a crescer ainda mais. “Com um design mais<br />
moderno, acredito que o ponto se tornará o<br />
melhor lugar da cidade”, diz Juliano. “A revitalização<br />
trouxe novo ar para cá (Carmo), com<br />
grande movimentação para a avenida”, complementa<br />
Eburneo.<br />
No começo, quando houve a apresentação<br />
do projeto, poucos eram os que acreditavam<br />
nos resultados positivos das modificações.<br />
Só que a luta para se chegar a isso não<br />
é tão nova: doze anos atrás, os comerciantes<br />
do Carmo, Quitandinha e São José até que tentaram.<br />
Primeiro uma reunião na Associação<br />
Comercial e Industrial de Araraquara; depois<br />
um encontro numa das salas de aula do Senai<br />
cedida pelo então diretor José de Jesus Fabri.<br />
Houve a mobilização do empresário<br />
Mário Hokama e até mesmo da diretoria<br />
do DER, tendo em vista a necessidade<br />
de alterações no acesso à cidade<br />
num dos pontos da Washington Luís.<br />
A revitalização só foi possível graças<br />
à visão do Eng° Coca Ferraz, responsável<br />
pela secretaria de Mobilidade Urbana. “O Coca<br />
além de entender do assunto, tem uma afinidade<br />
maior com a história da cidade e conhece<br />
as necessidades de cada bairro”, conta um<br />
lojista, que hoje se sente beneficiado com a<br />
transformação da Sete.<br />
Da mesma forma, Luiz Cláudio Pereira,<br />
proprietário do Bar Azul há 17 anos (12 anos<br />
no Shopping do Carmo), enaltece o trabalho<br />
de remodelação da avenida: “A revitalização<br />
ficou muito atraente. Antigamente era mais<br />
romântica. Hoje já é mais bonita, vistosa. Espero<br />
que futuramente se torne um glamour de<br />
Araraquara, numa espécie de convite para que<br />
as famílias se encontrem neste corredor, que<br />
os jovens tenham uma convivência festiva,<br />
animada”.<br />
A mesma visão sobre o Carmo tem a Família<br />
Segnini, enraizada nesta parte da cidade.<br />
Em 1998, os irmãos Silvio e Renato decidiram<br />
montar o Velho Armazém aproveitando o prédio<br />
que abrigava a Casa Segnini, inaugurada<br />
em 1954 pelo avô Primo Segnini. Nestes 16<br />
anos que se passaram, o Velho Armazém teve<br />
uma contribuição valiosa para melhoria das<br />
noites e o Bairro do Carmo resgatou importante<br />
parte da sua história: “Andando pela Avenida<br />
Sete você consegue ver o que é e o que era<br />
(comparando o trecho revitalizado e o trecho<br />
clássico). Com a revitalização, pode-se atrair<br />
mais pessoas ao centro gastronômico noturno”,<br />
comenta orgulhoso Silvio Segnini.<br />
O Villa Poma ainda mantém sua<br />
bela fachada como a decorar o final<br />
da Sete de Setembro e o início da<br />
Avenida Presidente Vargas, já em<br />
direção ao Quitandinha<br />
38
Silvio Segnini, do<br />
Velho Armazém<br />
DEBATE<br />
Possibilidades<br />
de inovação<br />
O professor Elson Longo, da<br />
Unesp local, no Rio de Janeiro<br />
participa de debate sobre a<br />
inovação das empresas, com<br />
uso da tecnologia.<br />
O Velho Armazém é uma das casas<br />
mais luxuosas da cidade<br />
Elson em<br />
uma de suas<br />
palestras<br />
ESPERANÇA<br />
Apesar da revitalização ter sido um sucesso,<br />
a esperança para todos os comerciantes<br />
e população é de que ela continue o trajeto,<br />
chegando até a Via Expressa. Mais abaixo da<br />
Rua 9, estabelecimentos como Antonella e<br />
Gaúcho, ficam na expectativa de que a prefeitura<br />
faça o mesmo em seus quarteirões.<br />
“A reforma feita no trecho ficou muito boa,<br />
mas eu espero que a revitalização continue<br />
pegando a avenida toda”, conta Maria Terezinha,<br />
proprietária há 34 anos da Lanchonete<br />
do Gaúcho. Já os irmãos Edson e Aline Carrascosa,<br />
proprietários do Antonella, acreditam<br />
que em breve, a Avenida Sete ficará mais bonita<br />
daqui pra frente. “Já temos um público bastante<br />
fiel ao nosso estabelecimento. Se a revitalização<br />
pegar toda avenida, isso beneficiará<br />
a todos nós, trazendo novos clientes para cá”.<br />
Pizzaria Vecchia Roma<br />
Quintal do Carmo<br />
Os irmãos Edson e Aline Carrascosa<br />
decidiram investir com talento no Antonella<br />
Gaúcho<br />
39<br />
Juliano e Willian<br />
Representantes da comunidade científica<br />
e líderes empresariais se reúnem neste<br />
começo de maio, no Rio de Janeiro, para<br />
debater assuntos relacionados à inovação<br />
na Reunião Magna da Academia Brasileira<br />
de Ciências (ABC).<br />
Inspirado no tema "Da ciência básica<br />
à tecnologia e inovação nas empresas", o<br />
evento pretende compartilhar os pontos de<br />
vista de empresários e pesquisadores em<br />
busca de novas estratégias para promover<br />
o crescimento econômico sustentável do<br />
Brasil.<br />
Entre os palestrantes convidados estão<br />
Marcos Buckerigde, do Instituto de Biociências<br />
da Universidade de São Paulo (USP),<br />
que falará sobre os “Desafios na produção<br />
de bioetanol”; Jorge Kalil, diretor do Instituto<br />
Butantan, que mostrará “O papel dos<br />
institutos públicos na inovação farmacêutica”;<br />
e Elson Longo, do Instituto de Química<br />
da Unesp de Araraquara, que apresentará<br />
a palestra “Conhecimento gerando novas<br />
possibilidades de inovação”.<br />
O encontro ocorrerá no Novotel Rio de<br />
Janeiro, e para a nossa cidade é motivo<br />
de orgulho ter dos seus filhos mais ilustres<br />
participando de tão importante encontro e<br />
onde um dos assuntos foca o bioetanol.
TALENTOS & NEGÓCIOS<br />
A indústria<br />
da música<br />
Eles formam um público musical<br />
bem diferente, mas a exemplo<br />
dos outros, está inserido na<br />
cultura e economia da cidade.<br />
São os roqueiros da nossa terra<br />
que fogem do trivial, porém, são<br />
fiéis ao ritmo e aos lugares onde<br />
se apresentam nos fins<br />
de semana.<br />
Texto: Rafael Zocco<br />
Enquanto as casas mais badaladas de Araraquara<br />
recebem shows de samba, pagode,<br />
sertanejo e apresentações de DJ’s, outros lugares,<br />
considerados menos amplos dentro destes<br />
gêneros, dão espaço às bandas de rock,<br />
sejam elas cover ou autorais, com alternativas<br />
a um público que quer curtir a noite com um<br />
som diferente dos que se ouve atualmente nas<br />
TVs e rádios. Como as baladas são predominantes<br />
na cidade, bares e restaurantes costumam<br />
fazer eventos diferenciados, tentando<br />
atrair pessoas que queiram mudar a sua rotina<br />
do fim de semana.<br />
“No início da década de 90, houve o que<br />
eu chamo de “O Advento dos Cabeludos”, exalta<br />
Francisco Salles Colturato, o Fran, proprietário<br />
do Bar do Zinho. A presença frequente<br />
dos “cabeludos” fez com que ele tratasse a<br />
música com carinho em seu estabelecimento.<br />
“A mistura das pessoas mais velhas com as<br />
mais novas trouxe uma mudança musical no<br />
bar. Muitos vieram fazer pedidos de bandas de<br />
rock e a realização de eventos”, diz.<br />
Preconceito gera preconceito. As pessoas<br />
costumam olhar o roqueiro de forma arbitrária,<br />
geram dúvidas sobre ele sem conhecê-lo e<br />
podem criar uma imagem preconceituosa daqueles<br />
que se vestem de preto, com coturno,<br />
num calor escaldante. Esquisito? Na verdade<br />
é um estilo adotado pela crença do rock. Ao<br />
mesmo tempo, pode-se gerar uma ilusão para<br />
quem ouve funk, samba, axé e pelas roupas<br />
que vestem, uma infinidade de escangalho<br />
que a sociedade causa por falta de capricho<br />
e conhecimento.<br />
“Dias atrás, carreguei alguns materiais<br />
para o meu carro e sai com ele. Como muitas<br />
pessoas gostam de ouvir várias músicas com<br />
som alto, coloquei no meu também. Só que,<br />
ao invés de colocar algo como funk ou rock,<br />
coloquei música clássica e passei pelo Centro.<br />
Para minha surpresa, recebi palmas de<br />
algumas pessoas. E se fosse rock?”, relembra<br />
Henrique Rosseti, proprietário do sebo Espaço<br />
O Simpsons of The<br />
Universe, de<br />
Araraquara: Igor<br />
Guzzi (contra-baixo),<br />
Fabrício Bruca<br />
(guitarra), Luiz<br />
Carlos Talo (vocal)<br />
e Michel Chade<br />
(bateria)<br />
Dead or Alive com<br />
Matheus Vieira<br />
(contra-baixo), Willian<br />
Albino (bateria e vocal)<br />
e Carlos Oliveira (guitarra);<br />
“Last Man Standing”, novo<br />
trabalho da banda, será<br />
lançado entre junho e julho<br />
Alternativo e Arte & Bola.<br />
“A cidade precisa abranger<br />
todo o tipo de estilo<br />
musical, pois há espaço em<br />
todos os locais. No Arte eu<br />
recebo todos os estilos:<br />
rock, punk, jazz, metal, sertanejo,<br />
samba, entre outros.”,<br />
completa Henrique.<br />
Todo estilo musical é<br />
uma forma de liberdade de<br />
expressão, desde as formas<br />
mais esdrúxulas, até as que<br />
tocam a nossa alma. Não é<br />
questão de generalizar a forma<br />
como tratam o indivíduo<br />
ou suas atitudes, mas é saber lidar com elas<br />
dentro de uma cultura brasileira que acaba gerando<br />
polêmica. O cenário musical araraquarense<br />
é um prato cheio de diversidades, seja<br />
discotecagem em uma casa noturna ou num<br />
samba na Praça das Bandeiras.<br />
Há outros santuários que abrem espaço<br />
para as vertentes das cordas beliscadas. Dilvar<br />
Lourenço, proprietário do Bombar e apaixonado<br />
pelo rock, mostra ser adepto de vários trabalhos,<br />
seja autoral ou cover, que chamam a<br />
sua atenção e abrem oportunidades para bandas<br />
se apresentarem em seu estabelecimento.<br />
“As produções autorais na cidade se destacam<br />
cada vez mais. A questão é que produzir<br />
algo novo em nossa conjuntura é sempre de<br />
uma dificuldade sabida por todos. São verdadeiros<br />
heróis produzindo cultura de qualidade<br />
em um cenário infame”, conta. “Sou adepto e<br />
amante ao estilo. Me esmero pelo gosto e não<br />
tenho o bar como algo alternativo. A intenção<br />
é proporcionar eventos de qualidade, seja rock<br />
ou suas vertentes, mas que sejam bem produzidos”,<br />
complementa Lourenço.<br />
Já para José Ricardo Piva, proprietário da<br />
Loja Kult e do Anexo Pub, manter um mesmo<br />
público em seu estabelecimento acaba criando<br />
um laço de fidelidade com os fãs de rock n’ roll.<br />
“Criamos o pub por falta de espaço neste<br />
gênero em Araraquara. O público roqueiro não<br />
é atrativo para um empresário da cidade, pois<br />
40
não é um público que gasta muito. Para se ter<br />
um estabelecimento exclusivo de rock, é preciso<br />
curtir rock também. Ambos acabam falando<br />
a mesma língua”, enfatiza Piva. “Ao contrário<br />
do que muitos pensam, o público roqueiro é<br />
bem tranquilo. Todos são amigos e apenas se<br />
reúnem para ouvir uma boa música”, destaca.<br />
AS VOZES SALVADORAS<br />
Quem carrega a responsabilidade de agradar<br />
a massa são as bandas. É algo que pode<br />
ir do céu ao inferno em questão de minutos.<br />
Desempenhar o papel do seu ídolo no palco<br />
não é fácil pra ninguém, ainda mais com fãs<br />
exigentes que querem a qualquer custo ouvir<br />
a música preferida de suas bandas. Os covers<br />
têm essa dura missão de encarnar o ídolo e se<br />
tornar a grande voz nos palcos de Araraquara.<br />
Luiz Carlos Talo, vocalista da banda Simpsons<br />
of The Universe, que está na estrada há<br />
17 anos, aponta os verdadeiros desafios que<br />
uma banda cover tem que encarar para agradar<br />
o grande público.<br />
“Uma banda cover tem que ter bom desempenho,<br />
da melhor forma possível, em diversão,<br />
no meu caso. Bons músicos e bons<br />
repertórios. Tocamos e cantamos as músicas<br />
que amamos”. O vocalista ainda fala sobre a<br />
nova safra que está surgindo na cidade. “Boas<br />
bandas vêm se formando, mas ainda não estão<br />
em um nível adequado. O importante é a<br />
molecada estar antenada, sempre havendo<br />
uma reciclagem, mas os velhos estão sempre<br />
aí (risos)”.<br />
Já os desafios que uma banda autoral tem<br />
são outros. É algo mais além do que um cover.<br />
Para que ela consiga se consolidar, o público<br />
local é a grande diferença para o futuro dela,<br />
Francisco Salles<br />
Colturato, o Fran,<br />
do Bar do Zinho<br />
podendo ganhar outros em cidades próximas,<br />
e assim aumentando o número de fãs, o sucesso<br />
tende a crescer mais. O jornalista e também<br />
baixista da banda Dead or Alive, Matheus<br />
Vieira, sempre apoia o som autoral. Para ele,<br />
uma banda que faz um som diferente, tem<br />
muitas portas abertas no cenário musical.<br />
“Sou sempre a favor do som autoral. É<br />
válido mesclar uma música cover durante um<br />
show e o público aceita bem isso. Se um músico<br />
não tem coragem de mostrar o seu trabalho,<br />
o seu som para as pessoas, procure outro<br />
hobby. Música é arte. E fazer arte é arriscar<br />
sempre”, comenta o músico. Ele aponta também<br />
o cenário atual do rock araraquarense,<br />
ressaltando que houve um bom crescimento<br />
de público. “Araraquara é um celeiro de boas<br />
bandas de rock. Tem público para isso, que<br />
paga para ouvir música que gosta. Essa premissa<br />
tem ganhado espaço no cotidiano de<br />
donos de estabelecimentos da cidade.<br />
Henrique Rosseti, do<br />
Arte & Bola, um dos<br />
espaços alternativos<br />
mais procurados em<br />
Araraquara (Rua São<br />
Bento, logo depois do<br />
Parque Infantil).<br />
41<br />
SEGUE »<br />
MARÇO DE 2015<br />
A expansão<br />
do Jaraguá<br />
Segue acelerado o ritmo das<br />
obras que ampliam o Shopping<br />
Jaraguá em Araraquara.<br />
Alaíde Quércia<br />
A empresária Alaíde Quércia esteve em<br />
Araraquara no final de abril para vistoriar as<br />
obras de expansão do Shopping Jaraguá,<br />
que contabilizará mais de 25 mil metros<br />
quadrados de área de circulação e lojas já<br />
nos primeiros meses de 2015.<br />
Segundo Alaíde, as obras que vão dobrar<br />
o tamanho do Jaraguá, estão dentro<br />
do cronograma e devem ser concluídas até<br />
março do ano que vem.<br />
No encontro com Alaíde Quércia, o prefeito<br />
Marcelo Barbieri disse que a expansão<br />
do Shopping Jaraguá é muito importante<br />
para a cidade e reflete o bom momento econômico<br />
vivido pelo município nos últimos<br />
cinco anos”.<br />
A segunda fase de expansão do Jaraguá,<br />
inaugurado há 12 anos em Araraquara,<br />
foi anunciada em dezembro de 2013. Com<br />
essas obras, terá mais 12.823,50 metros<br />
quadrados de área bruta locável e mais três<br />
âncoras, como as lojas Riachuelo e Renner.<br />
Também contará com três megalojas,<br />
mais de 60 lojas satélites, uma nova sala de<br />
cinema de última geração, com opções 3D,<br />
além de um restaurante e novas vagas de<br />
estacionamento.
GENTE QUE BRILHA<br />
O segundo álbum de<br />
Cléber Shimu<br />
Araraquarense tem o rock a<br />
correr pelas suas veias, sendo<br />
considerado uma das gratas<br />
revelações musicais do país.<br />
Alinhou o gosto à formação em<br />
Guitarra e Harmonia na Escola<br />
de Música e Tecnologia em São<br />
Paulo, sendo um brilhante<br />
professor do gênero.<br />
Até poucos anos, apenas alguns locais<br />
alternativos em Araraquara davam espaço<br />
para o surgimento de bandas roqueiras. Hoje,<br />
algumas boates já conseguem se conciliar<br />
com quem gosta do rock. O Sesc Araraquara<br />
por exemplo, se tornou um bom espaço para<br />
bandas independentes e com apresentações<br />
gratuitas. Foi neste período que surgiu uma<br />
das principais revelações da nossa música.<br />
O músico instrumentista Cléber Shimu,<br />
profissional há 20 anos, vem conquistando<br />
seu espaço no cenário brasileiro rapidamente.<br />
Professor de guitarra desde 1996, atuou em diversas<br />
bandas da região e da capital paulista.<br />
Formado em guitarra e harmonia pela EM&T<br />
(Escola de Música e Tecnologia) de São Paulo,<br />
lançou em 2013 o seu segundo trabalho em<br />
estúdio: o álbum “Vinte”, sucessor do “Keep<br />
Rockin”, foi apresentado ao público em 2008.<br />
Neste novo álbum, Cléber Shimu comemora<br />
seus 20 anos de carreira, trazendo um som<br />
eclético, desde o instrumental progressivo,<br />
passando pelo blues, contendo músicas cubanas<br />
e country.<br />
À RCI, o músico analisa a cena araraquarense<br />
e diz ainda que faltam espaços próprios<br />
para a música na cidade.<br />
“Pelo tamanho que é Araraquara e pela<br />
quantidade de fãs, ainda falta um espaço com<br />
uma estrutura adequada, com um bom som à<br />
disposição, um lugar que se possa fazer música<br />
ao vivo sem a preocupação de vizinhos. Se<br />
pensarmos nisso, existem um ou dois lugares<br />
Cléber Shimu, de<br />
Araraquara para<br />
o mundo do rock<br />
que podem oferecer essa estrutura para todos.<br />
É bem pouco para cidade”, analisa.<br />
Cléber Shimu fala ainda sobre como se<br />
encontra o cenário do rock em Araraquara:<br />
“Estamos num período de criatividade, com<br />
muitas bandas autorais de qualidade em quase<br />
todas as vertentes do estilo. Alguns estúdios<br />
especializados oferecem um lugar ótimo<br />
para se trabalhar, tendo bandas já gravando<br />
seu terceiro disco autoral e até bandas covers.<br />
Ambas mostram seu comprometimento com<br />
a música e, apesar de estarmos na “contra<br />
mão” daquilo que está na moda, vivemos o<br />
período mais fértil da cidade”, opina Shimu.<br />
Em maio, o músico araraquarense participará<br />
da Eagle Experience <strong>2014</strong>, um dos maiores<br />
eventos culturais do Brasil, na EM&T, em<br />
São Paulo. O guitarrista se apresentará no encerramento,<br />
além de ser jurado para escolher<br />
o melhor guitarrista do concurso.<br />
José Ricardo Piva traz o melhor<br />
do Rock n’roll para o Anexo Pub<br />
Foto: Espadilha.com<br />
42<br />
Priscila e Érica Gomes, com<br />
Dilvar Lourenço, do Bombar,<br />
um apaixonado pelo rock. São<br />
jovens assim que ainda mantém<br />
acesa essa chama de amor ao<br />
ritmo.
GERALDO MARCHESE<br />
Há 22 anos a cidade<br />
desperta com ele<br />
“Conferindo comigo povão”, “Cutuca o véio, cumadre”,<br />
são alguns dos chavões que Geraldo Marchese ainda utiliza<br />
para acordar a cidade, de segunda a sábado pela Rádio<br />
Cultura.”Olha a Hora” é um dos poucos programas que o<br />
rádio antigo ainda mantém para alegrar nossas madrugadas.<br />
Pouco mais das quatro horas da madrugada<br />
e lá vai ele, ainda com o gosto do café na<br />
boca para mais um dia de trabalho. Do ritual<br />
de Geraldo Marchese participam seus dois<br />
filhos Flávio e Everton, prontos para acordar<br />
a cidade, em uma missão que neste mês de<br />
maio comemora 22 anos.<br />
Vida simples, profissional correto, que usa<br />
um jeito caboclo, Marchese ao longo do tempo<br />
aprendeu a conhecer um povo que se mistura<br />
em meio a cores, segmentos profissionais e religiões.<br />
Não há discriminação. O tratamento é<br />
sempre igual, desfolhando ações que vão dos<br />
pedidos para amenizar a fome dos seres humanos<br />
carentes, doações de fogões e geladeiras,<br />
até a venda ou compra de casas, carros,<br />
camas e mesas. Para quem precisa, ele até<br />
passa a oração de Santo Expedito.<br />
É assim que ele faz um rádio antigo moldado<br />
aos tempos atuais. Com a participação de<br />
Flávio Marchese que na convivência tem o per-<br />
fil do pai: “Ele é um espelho, exemplo,<br />
e de quem aprendo e tiro lições que<br />
vão me mostrar sempre os caminhos<br />
da ousadia, dos desafios e vontade de<br />
ajudar o próximo”, diz Flávio que mantém<br />
durante o programa sua base no<br />
Terminal Rodoviário.<br />
O radialista Geraldo Marchese<br />
começou sua carreira em março de<br />
1969, na Rádio Cultura, na época instalada<br />
na Av. Espanha, em um programa<br />
às 6h da manhã juntamente com o<br />
“Nhô Zélio”, outro sertanejo de respeito.<br />
Na primeira passagem pela Cultura trabalhou<br />
fazendo praticamente todos os horários<br />
da emissora até 1979, quando então passou<br />
para a rádio Morada do Sol, trabalhando no<br />
jornalismo. Em 1983 foi convidado para fazer<br />
parte da equipe esportiva da Rádio Clube de<br />
Goiânia/GO; no ano seguinte estava na Rádio<br />
Educadora de Campinas (da rede Bandeirantes),<br />
coordenando a equipe esportiva e apresentando<br />
dois programas diários. Marchese<br />
lembra com saudade dos tempos de outras<br />
emissoras como a Band em Araraquara, a Difusora<br />
Paraisense, em São Sebastião do Paraíso/MG.<br />
Em 1985, novamente pela Rádio Morada<br />
do Sol, fez parte da equipe que iniciou os Campeões<br />
da Bola, de José Roberto Fernandes,<br />
participando como primeiro plantão esportivo.<br />
Nesse período, também apresentava diariamente,<br />
todas as tardes, um programa que<br />
marcou época, chamado "Morada da Sorte",<br />
conhecido pelo chavão "conferindo comigo<br />
povão" que dava o resultado do jogo do bicho,<br />
até então liberado.<br />
Geraldo Marchese, o colega de trabalho<br />
Adriano Pellegrino e os seus filhos Everton<br />
e Flávio Marchese durante o programa<br />
Marchese sempre foi eclético: em 1992,<br />
também na Morada do Sol, integrou a equipe<br />
do jornalismo, quando convidado pela direção<br />
da emissora, passou a fazer um programa que<br />
lhe daria expressiva identificação com a comunidade.<br />
Em maio de 92, iniciou a apresentação do<br />
programa sertanejo das 5h às 7h, que ficou<br />
conhecido pela hora certa de minuto a minuto<br />
e o chavão "Olha a Hora", nome dado ao programa<br />
que está no ar há 22 anos.<br />
Sete anos depois, 1999, o pai abriu as<br />
portas para que os filhos Flávio Marchese e<br />
Everton Marchese participassem desta festa<br />
no rádio “madrugadeiro”, ora na Cultura, ora<br />
na Morada do Sol. Atualmente vai ao ar de segunda<br />
a sábado das 5h às 7h30, na Cultura<br />
AM/FM, levando aos seus ouvintes muita música,<br />
informação e utilidade pública.<br />
Marchese com os Campeões da Bola, equipe<br />
de José Roberto Fernandes em 1985<br />
Uma visita de Marchese e Wilson Luiz à<br />
Sala de Reminiscências Esportivas de<br />
Paschoal Gonçalves da Rocha, na Vila<br />
43
AGRO<br />
N E G Ó C I O S<br />
INFORMATIVO<br />
edição abril <strong>2014</strong><br />
Sindicato Rural apoiou em abril a realização<br />
do I Dia de Campo da Soja em Araraquara<br />
O Presidente Nicolau de Souza<br />
Freitas, do Sindicato Rural,<br />
considerou altamente produtivo<br />
o encontro de alunos da Uniara,<br />
produtores rurais e técnicos da<br />
área no I Dia do Campo da<br />
Soja. Os participantes puderam<br />
conhecer 25 variedades do<br />
produto que hoje assume papel<br />
de destaque na economia do<br />
país e é a maior fonte de<br />
exportação do município.<br />
Alunos do curso de Engenharia Agronômica<br />
do Centro Universitário de Araraquara<br />
- Uniara, produtores rurais e técnicos da área<br />
tiveram a oportunidade de conhecer ou aprofundar<br />
seus conhecimentos sobre 25 tipos diferentes<br />
de soja, durante o “I Dia de Campo da<br />
Soja”, na manhã de 1º de abril, no Instituto de<br />
Biotecnologia – Ibiotec.<br />
O coordenador do curso, João Galbiatti, o<br />
professor Adilson José Rocha Mello, o representante<br />
da Fundação Instituto de Terras do<br />
Estado de São Paulo – Itesp, Mauro Geraldo<br />
Cavichiolli, o Secretário Municipal da Agricultura,<br />
Fernando Guzzi e o representante do Sindicato<br />
Rural, João Henrique de Souza Freitas,<br />
deram as boas-vindas aos presentes e ressaltaram<br />
a importância da atividade.<br />
Sindicato Rural dando sua contribuição para valorização das riquezas vindas do campo<br />
Após as apresentações, Rocha Mello dividiu<br />
os participantes em sete grupos para, na<br />
sequência, prestigiarem os estandes de diferentes<br />
empresas de soja. Em cada um, os responsáveis<br />
explicaram detalhadamente sobre<br />
o produto e os convidados puderam esclarecer<br />
dúvidas sobre o assunto.<br />
A cada vinte minutos, as turmas partiam<br />
para o estande seguinte, de modo que todos<br />
puderam acompanhar as explicações das sete<br />
empresas presentes no evento.<br />
Galbiatti explica que a intenção foi promover<br />
integração entre produtores, empresários<br />
do comércio e alunos. “Também foi uma oportunidade<br />
para que os graduandos vissem na<br />
prática as modernas técnicas existentes no<br />
cultivo da soja”, comentou.<br />
Entre as vantagens, ele mencionou que<br />
a soja é uma fonte de proteína vegetal, “mais<br />
saudável do que a animal”. “Além disso, ela,<br />
por ser uma leguminosa, tem uma característica<br />
de recuperar os solos degradados, por meio<br />
de um processo natural chamado simbiose,<br />
em que o microrganismo rizóbio se fixa na raiz<br />
da planta e absorve sua seiva. Em contrapartida,<br />
ele capta o nitrogênio da atmosfera e o fixa<br />
Alunos e os<br />
produtores de soja<br />
acompanham a<br />
explanação feita<br />
pelo coordenador<br />
do curso de<br />
Engenharia<br />
Agronômica, João<br />
Galbiatti, em abril,<br />
no Ibiotec<br />
Professor<br />
João Galbiatti<br />
44
Apresentação de um dos tipos de soja existentes na produção nacional<br />
Segundo o presidente do Sindicato Rural<br />
de Araraquara, Nicolau de Souza Freitas,<br />
a comercialização da soja no ano passado<br />
representou 435 milhões de dólares. É<br />
quase a metade de todo o valor gerado<br />
com as vendas do município para o<br />
exterior. Na cidade, não há tradição<br />
no cultivo de soja. A explicação para<br />
os números está no investimento em<br />
logística, feito com a criação do terminal<br />
intermodal na cidade. O container com a<br />
soja é carregado em Ipameri (GO) e<br />
percorre 530 quilômetros pela rodovia<br />
até Araraquara, onde é feito o transbordo<br />
para as plataformas. Em seguida,<br />
inicia-se o trânsito ferroviário para<br />
escoamento até o Porto de Santos (SP).<br />
na raiz, de modo que a planta faz uma troca.<br />
Na colheita dos grãos, esse material orgânico<br />
é triturado e incorporado no solo, o que traz<br />
benefícios para a terra. Dessa maneira, a soja<br />
tem sido bastante utilizada para recuperar o<br />
solo de plantio de cana-de-açúcar”, detalhou.<br />
Mello destacou a participação das empresas,<br />
“que acreditaram no projeto”, os estudantes,<br />
“que ajudaram bastante e toda a estrutura<br />
da Uniara”. “É simplesmente fantástico. Foi<br />
além das expectativas. Tanto para o estudante<br />
quanto para o produtor, o encontro foi importante”,<br />
comentou.<br />
A integração do Sindicato Rural<br />
com o Ibiotec propiciará novos<br />
encontros onde temas técnicos<br />
serão debatidos para o aprendizado<br />
dos alunos de agronomia<br />
“Esse foi um evento piloto e que deu certo.<br />
Pretendemos trabalhar com outras variedades<br />
de produtos”, finalizou o docente.<br />
Para marcar o final do “I Dia de Campo da<br />
Soja”, foi realizado um churrasco de confraternização<br />
entre organizadores, estudantes,<br />
produtores e técnicos. O encontro foi patrocinado<br />
pelo Sindicato Rural de Araraquara e<br />
pelas empresas Semel, Lagoa Bonita Sementes,<br />
Bayer, Basf, Syngenta, Pioneer Sementes,<br />
Omex, Adubos Vera Cruz e Comper Tratores,<br />
e contou com o apoio das empresas Agrofito,<br />
Agrotécnica e Agrosema.<br />
<strong>MAIO</strong>/<strong>2014</strong><br />
CURSOS<br />
• APLICAÇÃO DE AGROTÓXICOS COM<br />
PULVERIZADOR COSTAL MANUAL<br />
12/05/<strong>2014</strong> até 14/05/<strong>2014</strong><br />
19/05/<strong>2014</strong> até 21/05/<strong>2014</strong><br />
• APLICAÇÃO DE AGROTÓXICOS<br />
COM TURBO PULVERIZADOR<br />
05/05/<strong>2014</strong> até 07/05/<strong>2014</strong><br />
06/05/<strong>2014</strong> até 08/05/<strong>2014</strong><br />
19/05/<strong>2014</strong> até 21/05/<strong>2014</strong><br />
20/05/<strong>2014</strong> até 22/05/<strong>2014</strong><br />
• PROCESSAMENTO ARTESANAL<br />
DE MILHO<br />
20/05/<strong>2014</strong> até 21/05/<strong>2014</strong><br />
• TURISMO RURAL - GESTÃO DE<br />
EMPREENDIMENTOS (MÓDULO II)<br />
05/05/<strong>2014</strong> até 26/05/<strong>2014</strong><br />
19/05/<strong>2014</strong> até 21/05/<strong>2014</strong><br />
• JOVEM AGRICULTOR DO FUTURO<br />
(MÓDULO II)<br />
05/05/<strong>2014</strong> até 30/05/<strong>2014</strong><br />
REALIZAÇÕES:<br />
Coordenador SENAR/SP Araraquara:<br />
Mário Roberto Porto<br />
Prática e teoria se juntam em um só lugar<br />
para valorização do aprendizado<br />
As palestras são acompanhadas com muita<br />
atenção pelos participantes<br />
45
O NEGÓCIO CAIPIRA<br />
Turismo Rural pode<br />
começar por Bueno<br />
O distrito de Bueno de Andrada tem tudo para se tornar um<br />
importante centro do agronegócio se pautado pelo Turismo<br />
Rural. A região vive do agitado comércio gastronômico e do<br />
esforço dos assentados. Há sobre Bueno a visão do<br />
comércio de lazer para visitantes - que já vêm de várias<br />
partes do Estado por conta das suas coxinhas douradas.<br />
Localizada a pouco mais de mil metros da<br />
vicinal na entrada do único distrito rural araraquarense,<br />
uma estrada de terra batida em<br />
linha reta com fácil acesso leva ao caminho da<br />
antiga sede da fazenda que pertenceu a Leonardo<br />
Cruz, pai do ex-prefeito Rubens Cruz que<br />
morava no distrito de Bueno de Andrada com<br />
toda sua família e que mantinha a fazenda de<br />
eucaliptos numa área total de 228 alqueires.<br />
A família Cruz vendeu a propriedade para<br />
o Estado resultando na compra de uma frota<br />
de ônibus para transporte de passageiros. A<br />
empresa que leva o sobrenome da família em<br />
atividade até hoje, tem sede em Araraquara. A<br />
fazenda foi desmembrada e assim formou-se<br />
o assentamento Horto de Bueno com 31 lotes<br />
de pequenos produtores rurais. Uma área da<br />
fazenda que abrange as duas casas-sede, do<br />
administrador e do caseiro naquela época,<br />
são de responsabilidade do município<br />
de Araraquara.<br />
Há cerca de 3 anos tentou-se disponibilizar<br />
o local para atendimento<br />
público municipal em reabilitação<br />
para dependentes de drogas, o que<br />
não foi permitido pelos moradores<br />
do Assentamento pois imaginaram<br />
que o local pudesse se transformar<br />
em um ponto de venda de drogas no<br />
campo.<br />
O produtor rural Antônio Trovatti,<br />
nascido e criado na pequena vila<br />
rural, está aposentado como fiscal<br />
municipal de obras em Bueno de Andrada e<br />
hoje com 86 anos de idade, lembra que frequentava<br />
o local desde criança e se recorda<br />
em memória que seu pai morou na fazenda<br />
de eucaliptos e que seu cunhado foi administrador<br />
da propriedade aonde morava com os<br />
familiares na casa-sede; uma segunda moradia<br />
próxima servia de moradia para o caseiro<br />
e a família. Seu Toninho como é conhecido, comenta<br />
que se lembra da época em que todo o<br />
entorno das casas-sede era jardinado e muito<br />
bem cuidado. Ele sente muito pelo fato do local<br />
estar sem serventia pública, já que pertence<br />
ao município e que poderia dar um destino<br />
para o lugar pitoresco que conta com uma ampla<br />
vista panorâmica que se perde ao longe.<br />
As construções centenárias sofreram algumas<br />
modificações em reformas ao longo do tempo,<br />
mas mantêm suas características originais de<br />
arquitetura com suas estruturas<br />
físicas intactas e bem<br />
preservadas, que dependem<br />
de uma nova reforma básica.<br />
Na fazenda do Assentamento<br />
Horto de Bueno, existem<br />
duas casas centenárias,<br />
um reservatório de água,<br />
duas estruturas em concreto<br />
para tabela de jogo de basquete<br />
e dois campos de futebol<br />
utilizados em retiro aos<br />
domingos por representantes da igreja, pelos<br />
pracinhas combatentes na guerra e soldados<br />
do exército.<br />
Os moradores locais do Assentamento<br />
têm total interesse que o local abandonado<br />
em mau estado de conservação e cercado<br />
pela vegetação nativa, com enxames de abelhas<br />
africanas por todos os lugares, seja reutilizado<br />
em benefício à cadeia produtiva do turismo<br />
rural, promovendo pequenos negócios<br />
no campo como alternativa para minimizar o<br />
êxodo rural, como deverá ser a tônica de um<br />
projeto a ser aprovado para esse local, como<br />
solução definitiva. O turismo no meio rural<br />
agrega valor às propriedades, valoriza o trabalho<br />
do homem no campo e contribui para o aumento<br />
de renda e principalmente compartilha<br />
conhecimentos.<br />
A velha caixa<br />
d’água resistindo<br />
ao tempo<br />
46
Na fazenda que foi de Leonardo Cruz nos<br />
anos 30 ainda existe a quadra de basquete<br />
que chegou a ser utilizada no período da<br />
revolução de 32. O local também era visto<br />
como fonte de lazer, proposta que tentam<br />
restaurar a partir de agora<br />
“O turismo rural deve<br />
ser entendido como um fenômeno<br />
multiplicador de<br />
postos de trabalho e sinônimo<br />
de progresso como essência<br />
da perene contrapartida<br />
oferecida à população”,<br />
comenta, Théo Bratfisch,<br />
idealizador e organizador<br />
dos festivais gastronômicos<br />
realizados em Bueno de Andrada. Bratfisch<br />
está propondo ao município que seja feito<br />
um estudo para a revitalização da área municipal<br />
no Assentamento Horto de Bueno para<br />
seu aproveitamento em potencial até então<br />
adormecido, que inclui as atividades culturais<br />
com resgate folclórico e de preservação das<br />
tradições paulistas que são desenvolvidas por<br />
meio dos festivais gastronômicos anuais, de<br />
maneira a agregar valor ao conjunto de tombamento<br />
em inventário a ser destinado posteriormente<br />
para avaliação do IPHAN.<br />
Bueno é o único distrito rural do município,<br />
localizado a noroeste do distrito-sede. Na vila<br />
do Distrito há quatro quadras de casas e mais<br />
algumas que circundam a única avenida principal.<br />
Tem como principais atrativos a Estação<br />
Ferroviária inaugurada em 1898, importante<br />
ramal de movimento de carga em plena atividade,<br />
que serviu para o escoamento da produção<br />
de café produzido na fazenda Periquito<br />
que pertenceu ao major Antonio Joaquim de<br />
Carvalho morto na trágica história com a família<br />
dos Brito e a Praça da Capela Sagrado<br />
Coração de Jesus, datada de 1912, além da<br />
pracinha central onde está o pequeno comércio<br />
gastronômico. Bueno possui 90 famílias<br />
na vila e mais 320 nos assentamentos ao seu<br />
redor, com cerca de 2.000 moradores na localidade.<br />
47
TERAPIA ANIMAL<br />
Em Araraquara, cães ajudam<br />
mulheres a vencer o câncer<br />
Pesquisas mostram que a interação com os cães liberam hormônios<br />
da felicidade em humanos e baixam sensivelmente os níveis de<br />
depressão e outras doenças. Veterinários da cidade compreendem<br />
que a medida acaba sendo uma necessidade e quem age desta<br />
forma, anuncia que é “um grande remédio”.<br />
Maria Fernanda<br />
com seu amigo<br />
animal Coda,<br />
morto em 2013<br />
Texto: Jean Cazellotto<br />
2013, por não conseguir resistir a uma doença<br />
autoimune.<br />
Com essa caminhada, Maria Fernanda se<br />
via mais forte em não se entregar para o câncer.<br />
“Eu tenho muitas coisas em terra para me<br />
entregar. Se eu morresse, quem cuidaria dos<br />
meus cães? Além do meu filho também. Não<br />
podia deixar esse buraco na vida de ninguém”,<br />
relata.<br />
Foram oito meses de tratamento para o<br />
câncer e hoje ela só toma o medicamento de<br />
manutenção. Maria Fernanda tem atualmente<br />
6 cães e 5 gatos e abre os portões de sua casa<br />
para lar temporário de animais abandonados.<br />
A médica veterinária Jaqueline dos Santos<br />
diz que em alguns hospitais de São Paulo,<br />
os médicos liberam a entrada dos cães para<br />
pacientes que ficam muito tempo internados.<br />
“No campo da ciência, pesquisas revelam que<br />
em contato com cachorros, os humanos liberam<br />
ocitocina, o chamado hormônio do amor,<br />
que faz aumentar o índice de bem-estar. Além<br />
dele, o corpo também libera a serotonina, o<br />
mesmo que dá o prazer ao comer o chocolate,<br />
por exemplo. Quem tem depressão, tem<br />
a serotonina abaixo do normal, e o cão pode<br />
aumentar os índices hormonais, que ajudam a<br />
melhorar o paciente”.<br />
As estatísticas do Instituto Nacional do<br />
Câncer (Inca) prevê para <strong>2014</strong>, cerca de 730<br />
mil novos casos da doença em todo o país.<br />
Somente no estado de São Paulo, serão cerca<br />
de 177 mil novos casos de câncer de próstata<br />
e 164 mil para a mama, locais de maior incidência<br />
para a doença se manifestar, somente<br />
este ano. Além disso, estão as ocorrências da<br />
doença em anos anteriores.<br />
Com muitos novos casos por dia, algumas<br />
pessoas encontraram um jeito para não se entregar<br />
à doença, como uma forma de defesa.<br />
Após descoberto, inicia-se a quimioterapia<br />
e radioterapia. Alguns pacientes, durante o<br />
tratamento, se queixam de enjoo, dores nas<br />
juntas, queda na autoestima e outras queixas.<br />
Como um auxílio no tratamento desta drástica<br />
doença, algumas pessoas buscaram conforto<br />
em seus animais de estimação - sejam cães,<br />
gatos ou outras espécies - que lhes deram todos<br />
os tipos de apoio possível.<br />
É o caso de Maria Fernanda Leite Ribeiro<br />
de Almeida, que descobriu o câncer em 2011,<br />
por meio do autoexame. Com isso, começou o<br />
tratamento no Hospital Cora Coralina, em Araraquara,<br />
pouco tempo depois. Seu amor com<br />
gatos começou muito tempo antes, quando<br />
cursava biologia na Universidade Estadual de<br />
Maringá, no Paraná. Ela já cuidava de alguns<br />
animais abandonados, que eram deixados na<br />
casa em que morava com mais algumas amigas.<br />
Em Araraquara, dando aulas particulares<br />
de inglês, Maria Fernanda descobriu a doença<br />
e viu em seu amigo, o Coda, uma força a<br />
mais pra continuar. Coda era um cão da raça<br />
Golden Retriever, que só saía do lado da dona<br />
para comer. Porém ela precisava ir junto. “Eu<br />
não sofri todos aqueles problemas da quimioterapia.<br />
Acho que resisti bem ao tratamento,<br />
mas tem um momento que não há corpo que<br />
resista a tanta medicação. Quando fiquei careca<br />
e magra, não tinha forças para levantar<br />
da cama, todas as juntas do meu corpo doíam<br />
muito e o Coda era a minha força para levantar<br />
e continuar. Ele só comia se eu levantava da<br />
cama e ia ficar junto dele”. O cão morreu em<br />
48<br />
Doutora Jaqueline dos Santos e<br />
o cãozinho resgatado na rua
Maria Fernanda buscou ajuda em seus<br />
amigos fieis para vencer sua doença<br />
Cães disputam a atenção da dona, Betty<br />
Peixoto, que feliz da vida, fundou em<br />
Araraquara a associação SOS Melhor Amigo<br />
Outro caso ocorreu com Betty Peixoto, fundadora<br />
da associação “SOS Melhor Amigo”,<br />
em nossa cidade. Ela descobriu o câncer na<br />
mama em meados de 2009. A família acabara<br />
de adotar uma fêmea de rottweiler, de aproximadamente<br />
um ano. “Ela era dócil, mas brincalhona<br />
e pulava em mim. Eu fiz a cirurgia e<br />
então meu marido disse que não poderíamos<br />
mais ficar com ela por essas circunstâncias.<br />
Ele (marido) foi até o canil da Polícia Militar,<br />
mas eles começam a treinar os cães desde<br />
pequenos, e a nossa já estava com um ano.<br />
Foi quando um policial se interessou e então<br />
doamos para ele, porém eu continuava monitorando<br />
para saber se ela estava sendo bem<br />
cuidada”, afirma.<br />
Durante o tratamento, Betty buscou apoio<br />
em seus cães. “Estava com duas cachorras<br />
menores - uma poodle e uma lhasa apso - e foram<br />
elas que me deram muita ajuda enquanto<br />
ficava sozinha em casa, depois das sessões<br />
de quimioterapia. Depois que me curei, fui<br />
pesquisar na internet quais eram os cães mais<br />
rejeitados no momento da adoção e descobri<br />
que são as cadelas adultas e pretas. Terminei<br />
meu tratamento em dezembro e já em janeiro<br />
adotei uma cachorra com essas características.<br />
A partir daí, minha casa virou um lar temporário.<br />
Hoje continuo com as minhas duas<br />
menores e tenho mais dois vira-latas”.<br />
Após o fim do longo tratamento que durou<br />
quase um ano, Betty dedicou-se à causa<br />
animal. Começou a recolher animais abandonados<br />
e doentes, tratar com veterinários e<br />
petshops e realizar a feirinha de adoção no<br />
Parque Infantil. Criou a associação “SOS Melhor<br />
Amigo” e salva milhares de cães das ruas,<br />
além de maus tratos.<br />
Para o veterinário Julio Furtado, os cães<br />
dão às crianças o senso de responsabilidade.<br />
“As crianças veem que são responsáveis pelos<br />
animais e começam a perceber que precisam<br />
ter mais obrigações. Além disso,<br />
reduzem os níveis de pressão<br />
arterial, depressão, colesterol e<br />
triglicerídeos”.<br />
Pesquisas sobre o efeito animal<br />
na recuperação de doenças<br />
humanas sugerem que eles, especialmente<br />
os cães, fomentam<br />
a saúde cardiovascular, a resistência<br />
ao estresse, os vínculos sociais<br />
e a longevidade dos donos.<br />
Uma pesquisadora norteamericana<br />
fez um estudo apontando<br />
que quando outros fatores<br />
na vida de um paciente não mudam,<br />
as pessoas com animais<br />
de estimação têm mais chances<br />
de sobreviver após receber<br />
alta de uma unidade de medicina<br />
coronariana.<br />
49
A engorda de animais<br />
semi-confinados<br />
Pesquisas acabam de revelar<br />
que o Convert H apresenta<br />
excelentes resultados na engorda<br />
de animais semi-confinados.<br />
Em Campinópolis (MT), após receber a<br />
visita do assistente comercial da linha saúde,<br />
Leandro Petry, o produtor rural Andrei Jamal<br />
decidiu abrir as porteiras da sua propriedade<br />
para a entrada da Homeopatia Populacional<br />
da Real H. O produto em destaque foi o Homeo<br />
Base Convert H, utilizado em animais da raça<br />
Nelore, inteiros e semi-confinados.<br />
Durante o experimento, o rebanho foi dividido<br />
em dois lotes de 60 animais, sendo que o<br />
lote testemunha recebeu apenas ração. Já no<br />
lote tratamento, além da ração, o rebanho teve<br />
o reforço do Convert H.<br />
“Os animais foram randomizados, pesados<br />
e identificados individualmente, após isso<br />
cada lote foi alojado em um pasto com predominância<br />
do capim braquiarão (Brachiaria<br />
brizantha) permanecendo ali durante todo o<br />
período do teste”, mencionou Leandro.<br />
Ao término dos quarenta dias de tratamento,<br />
os nelores foram pesados individualmente<br />
e calculado o ganho de peso diário. “O<br />
lote de animais que recebeu apenas ração<br />
apresentou um ganho de peso médio na ordem<br />
de 1,442 kg/cab/dia enquanto que o lote<br />
Convert H apresentou ganho diário de 1,537<br />
kg/cab/dia, ou seja, um adicional diário no<br />
ganho de peso de 95,30 gramas”, pontuou o<br />
assistente comercial.<br />
Leandro Petry comenta que o teste foi extremamente<br />
interessante e serviu para<br />
ressaltar a eficácia do produto na engorda<br />
dos animais. “Com certeza este<br />
resultado facilitará muito o processo de<br />
vendas na região e os pecuaristas se<br />
sentirão mais seguros na hora de utilizar<br />
terapêutica”.<br />
O gerente da fazenda, Edmar Borges,<br />
comentou que os resultados com a<br />
A Homeopatia Populacional passa a ser<br />
utilizada em animais da raça Nelore<br />
Por: Guilherme Sabioni<br />
Zootecnista<br />
Fonte: Real H Nutrição<br />
e Saúde Animal<br />
Homeopatia Populacional foram surpreendentes.<br />
“Nos já fizemos muitos testes diferentes<br />
aqui na fazenda, em alguns casos os produtos<br />
deixaram prejuízos, só que desta vez o resultado<br />
foi muito bom, o Convert H deixou lucro. Segundo<br />
consta, o preço atual da arroba aliado<br />
ao aumento de peso dos animais, possibilitou<br />
um lucro líquido de R$ 3,00/animal durante o<br />
período do teste.”<br />
50
CUIDADOS<br />
Abandono e maus<br />
tratos animais é crime<br />
Todos os animais existentes no<br />
País são tutelados pelo Estado<br />
e assistidos em juízo pelos<br />
representantes do Ministério<br />
Público. É a lei. É só cumprí-la.<br />
Caso veja ou saiba de maus-tratos cometidos<br />
contra qualquer tipo de animal, não pense<br />
duas vezes, vá à Delegacia de Polícia mais<br />
próxima para lavrar Boletim de Ocorrência.<br />
Abandono e maus tratos a animais é crime. A<br />
denúncia de maus-tratos é legitimada pelo Art.<br />
32, da Lei Federal nº. 9.605 de 1998 (Lei de<br />
Crimes Ambientais) e<br />
o Art. 164 do Código<br />
Penal prevê o crime<br />
de abandono de animais<br />
para aqueles<br />
que deixarem animais<br />
em propriedade<br />
alheia, sem consentimento<br />
de quem de<br />
Silene Bueno Coelho,<br />
do Rango Animal,<br />
na Vila Xavier<br />
direito, desde que o fato resulte prejuízo:<br />
A pena prevista pelo Art. 32 da Lei de Crime<br />
Ambientais é de detenção de 3 meses a<br />
1 ano e multa.<br />
A pena prevista pelo Art. 164 do Código<br />
Penal é de detenção, de 15 (quinze) dias a 6<br />
(seis) meses, ou multa.<br />
É importante levar uma cópia do número<br />
da Lei (9.605/98) e do Art. 32 porque, em geral,<br />
as autoridades policiais nem têm conhecimento<br />
dessa lei. Leve também o Art. 319 do<br />
Código Penal, caso a autoridade se recuse a<br />
abrir o Boletim de Ocorrência. Enfim se os próprios<br />
cidadãos deste País sofrem descaso de<br />
muitas autoridades, imagine os animais!<br />
Assim que o Policial ou Escrivão ouvir seu<br />
relato sobre o crime, cabe a ele cumprir a instauração<br />
de Inquérito Policial. Caso se negar a<br />
fazê-lo, lembre-o que poderá ser responsabilizado<br />
por crime de prevaricação e negligência,<br />
previsto no Art. 319 do Código Penal que diz:<br />
“É crime retardar ou deixar de praticar indevidamente<br />
ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição<br />
expressa da lei, para satisfazer interesse ou<br />
sentimento pessoal.” Exija falar com o Delegado<br />
responsável, que tem o dever de lhe atender e de<br />
fazer cumprir a Lei. Faça valer seus direitos!<br />
Caso ainda não consiga atendimento satisfatório,<br />
denuncie ao Ministério Público.<br />
Para tanto, anote nome e patente de quem<br />
o atendeu, endereço e número da Delegacia,<br />
horário, data e faça um relato em duas vias,<br />
pedindo para protocolar uma delas. Se estiver<br />
acompanhado, este poderá ser prova testemunhal<br />
para o encaminhamento de queixa ao<br />
Ministério Público. Tudo que conseguir como<br />
fatos e provas devem ser anexados junto à<br />
ocorrência para auxiliar no B.O. Relatos de testemunhas,<br />
fotografias, laudo veterinário, placa<br />
do carro que abandonou o animal, etc.<br />
É algo comum às pessoas terem medo de<br />
denunciar, pois pensam que isso poderá causar<br />
problemas para elas e para as testemunhas,<br />
como ameaças, agressões, etc.<br />
51
ORIENTAÇÃO<br />
Veja de que forma você pode poupar<br />
para conseguir a sonhada casa própria<br />
Com planejamento e economia, é possível adquirir a casa ou<br />
apartamento dos seus sonhos em <strong>2014</strong>. Um financiamento<br />
parece uma tarefa impossível, mas existem maneiras de poupar<br />
dinheiro e dar entrada em um imóvel.<br />
Para conseguir qualquer financiamento,<br />
primeiro a pessoa deve oferecer uma entrada,<br />
que seria, no mínimo, 20% do valor do<br />
imóvel. O resto do saldo pode ser financiado,<br />
mas essas regras dependem do tipo de<br />
financiamento e das regras da instituição,<br />
principalmente no que se refere à análise de<br />
risco. A Caixa Econômica Federal oferece financiamentos<br />
de imóveis novos, usados, ou<br />
na planta. Podem ser imóveis residenciais e<br />
também comerciais.<br />
Para conseguir a casa própria, o primeiro<br />
passo é focar nos 20% da entrada. Se o<br />
imóvel custa R$ 300 mil, seu principal alvo<br />
será de R$ 60 mil para a entrada e assim<br />
por diante. Pode também usar o FGTS para<br />
compor a entrada.<br />
Um educador financeiro vai lhe aconselhar<br />
a manter a soma das parcelas de suas<br />
dívidas em no máximo 20% da sua renda.<br />
Caso tenha capacidade de comprometer<br />
mais do que 20%, não faça isso. Sempre<br />
poupe dinheiro, pois podem surgir dificuldades<br />
no caminho e é bom ter o que se chama<br />
de “colchão financeiro”. A cada dois anos<br />
use seu FGTS para abater o saldo devedor<br />
e faça o mesmo com o colchão poupado se<br />
sentir que pode diminuí-lo um pouco.<br />
Aconselha-se a fazer o financiamento no<br />
espaço mais curto de tempo, pois dessa forma,<br />
os juros são menores. Quanto maior o<br />
prazo menor a parcela, porém haverá o pagamento<br />
de juros. Faça pesquisa entre os<br />
agentes financeiros e verifique o CET- Custo<br />
Efetivo Total que envolve juros, IOF e seguros.<br />
Atualmente, o financiamento pode<br />
durar até 360 meses, isto é, 30 anos.<br />
A análise para saber se o interessado<br />
está apto para um financiamento é baseada<br />
na capacidade de comprovação de renda<br />
correspondente ao financiamento que<br />
deseja obter. Pode ser feita via holerite,<br />
declaração de IR ou mesmo movimentação<br />
bancária.<br />
A renda comprovada são das pessoas<br />
que farão parte do financiamento, isto é,<br />
pode ser marido e mulher, pais com filhos,<br />
amigos… o que importa é que a renda de todos<br />
deve ser comprovada.<br />
DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA<br />
- Documentação básica: carteira de identidade,<br />
comprovante do estado civil, CPF, etc.<br />
- Holerites mais recentes (se for assalariado);<br />
- Se não tiver vínculo formal de trabalho,<br />
deverá apresentar extratos bancários mais<br />
recentes, fatura do cartão de crédito ou qualquer<br />
documento que comprove renda.<br />
Para utilizar o Fundo de Garantia como<br />
parte do pagamento, é estabelecido um imóvel<br />
com preço de mercado de até R$500 mil.<br />
”Não é uma tarefa difícil: basta cumprir uma<br />
burocracia básica que envolve vendedor,<br />
comprador e a Caixa Econômica Federal, que<br />
é a depositária do FGTS. Conte com a ajuda<br />
da imobiliária neste sentido.<br />
52
MOSTRA DE ARQUITETURA<br />
Começa a Casa<br />
Cor São Paulo<br />
Profissionais como arquitetos<br />
aguardam com ansiedade a<br />
realização de mais uma Casa<br />
Cor em São Paulo. A mostra está<br />
programada para este mês.<br />
Em uma festa exclusiva no Jockey Club<br />
de São Paulo, espaço que abriga a mais<br />
completa mostra de arquitetura, decoração<br />
e paisagismo das Américas, o Grupo CASA<br />
COR anunciou as novidades da 28ª edição<br />
do evento SP, que será realizada de 27 de<br />
maio até 20 de julho. “Manteremos o foco<br />
no 100% morar, apresentando ambientes<br />
Uma das novidades no ano passado foi o jardim vertical nos ambientes interiores<br />
inspiradores e dedicados ao bem viver.<br />
Além disso, não poderíamos deixar de lado<br />
eventos importantes que estarão acontecendo<br />
no período da mostra, como a Copa<br />
do Mundo”, explica Angelo Derenze, presidente<br />
do Grupo CASA COR.<br />
Em <strong>2014</strong>, a mostra contará com um<br />
Lounge Camarote para receber desfiles e<br />
eventos. “O objetivo é trazer mais uma opção<br />
de entretenimento para os visitantes,<br />
apreciando uma boa bebida e contemplando<br />
a vista maravilhosa do Jockey Club”, diz<br />
Derenze.<br />
Em parceria com o Instituto Ayrton Senna,<br />
outra surpresa é um ambiente em homenagem<br />
aos 20 anos do legado do piloto.<br />
Como tradição, a cada ingresso inteiro<br />
comprado, o valor de R$ 1,00 será doado<br />
à instituição.<br />
A mostra contará com um Lounge Camarote<br />
para receber desfiles e eventos<br />
A CASA COR São Paulo será 10% menor<br />
do que a edição anterior. Em <strong>2014</strong>, haverá,<br />
também, um haras e uma galeria de arte.<br />
O conselho curador para a escolha dos<br />
profissionais participantes é formado por<br />
Roberto Dimbério, consultor no segmento<br />
de arquitetura e decoração; Waldick Jatobá,<br />
empresário; Tuca Reinés, fotógrafo; e Cristina<br />
Ferraz, Diretora de Relacionamento da<br />
CASA COR.<br />
“É com muito orgulho que mantemos a<br />
marca CASA COR há 27 anos. É um evento<br />
que passou as fronteiras do Brasil, chegando<br />
a seis países da América Latina e pretendemos<br />
ser cada vez melhor. CASA COR é<br />
uma experiência única para as pessoas que<br />
buscam referência, atualização, inspiração<br />
e informação sobre a cultura do morar”, finaliza<br />
Derenze.<br />
Muitos araraquarenses visitam a mostra,<br />
principalmente os profissionais ligados<br />
ao setor da construção civil.<br />
53
JARDINAGEM<br />
Aprenda a fazer um<br />
jardim sensorial<br />
O jardim sempre foi sinônimo<br />
de bem-estar, o qual nos permite<br />
ficar em contato com a<br />
natureza, com o clima e<br />
experimentar diferentes<br />
sensações e emoções, onde<br />
muitas vezes nos remete ao<br />
passado e nos traz lembranças<br />
geralmente agradáveis.<br />
Ter plantas em casa é uma maneira de entrar<br />
em contato com a natureza. E mais do que<br />
realçar a visão com o verde das folhagens ou<br />
com flores coloridas, os outros sentidos também<br />
podem ser estimulados, bastando para<br />
isso criar um jardim sensorial.<br />
“O projeto pode ser feito no quintal, em varandas<br />
ou no interior de casas e apartamentos<br />
e tem por objetivo estimular todos os cinco<br />
sentidos: tato, olfato, gustação e audição,<br />
além da visão”, explica a paisagista, especialista<br />
em Feng-Shui e jardinagem orgânica, Marizeth<br />
Estrela.<br />
“Ao trazer aos moradores a oportunidade<br />
de interagir com o meio ambiente, o jardim<br />
sensorial aguça os cinco sentidos, promove o<br />
equilíbrio, é uma forma de terapia e também<br />
desperta o aprendizado. Qualquer pessoa<br />
pode se beneficiar desse contato com a natureza,<br />
adequando o cultivo às espécies que<br />
favoreçam a percepção e o uso dos sentidos”,<br />
afirma Marizeth.<br />
Segundo a paisagista, esse tipo de jardim<br />
tem grande influência oriental e prevê o uso<br />
de diferentes espécies, com texturas variadas<br />
para estimular o tato; repuxos de água, introduzindo<br />
cascatas ou aquários, para estimular<br />
a audição; a visão é aguçada pelo cultivo de<br />
espécies com folhagem e flores diversas; o<br />
olfato, pelos aromas e, a gustação, pelo uso<br />
de ervas aromáticas ou plantas comestíveis<br />
no jardim.<br />
PLANTAS PARA ESTIMULAR OS SENTIDOS<br />
A variedade é o fator-chave de um jardim<br />
sensorial. Para Marizeth, a composição de um<br />
jardim sensorial deve contemplar plantas aromáticas,<br />
espécies com folhas de texturas distintas,<br />
flores coloridas e fontes de água, para<br />
que a percepção seja amplamente estimulada<br />
e os sentidos todos despertados. “Quem mora<br />
em apartamento ou tem pouco espaço disponível<br />
pode escolher cantos diferentes da casa<br />
e compor um mini-jardim para cada sentido”,<br />
sugere a paisagista.<br />
Variar com espécies de tamanhos e formatos<br />
diferentes, com folhagens diversas e cores<br />
variadas. Pode-se alcançar o efeito desejado<br />
com o plantio de camélias, gerânios, crisântemos,<br />
flor-de-cera, violetas, calêndula, cavalinha,<br />
Hibiscus, entre outras.<br />
Tato: para o contato direto com as plantas,<br />
pelo toque, são ideais as suculentas ou<br />
crassulaceaes, algumas espécies de cactos,<br />
plantas com folhas aveludadas como o<br />
veludo-roxo, corações emaranhados, tuia<br />
holandesa/tuia-limão, entre outras<br />
Olfato: ervas aromáticas como as<br />
utilizadas para chás e temperos<br />
são ideais para estimular o olfato.<br />
Tomilho, camomila, orégano,<br />
alecrim, manjericão, hortelã,<br />
funcho, erva-doce, são algumas<br />
das opções para aguçar esse<br />
sentido.<br />
54
ARARAQUARA<br />
Entre as melhores cidades<br />
do Brasil para se investir<br />
Araraquara é uma cidade do<br />
Brasil com mais de 100 mil<br />
habitantes, que apresenta maior<br />
potencial para receber novos<br />
investimentos. O município<br />
paulista ficou na 67ª posição<br />
no País em pesquisa realizada<br />
pela consultoria Urban System e<br />
publicada pela Revista Exame.<br />
A notícia de que entre os municípios brasileiros,<br />
Araraquara tem excelente perfil para<br />
receber investimentos, foi recebida com euforia<br />
no Paço Municipal, no final de abril. No<br />
ranking nacional ela está em 67ª posição. Já<br />
entre as cidades paulistas, o município ficou<br />
em 22º lugar.<br />
A consultoria Urban System analisou 293<br />
municípios do País com mais de 100 mil habitantes<br />
e responsáveis por 71% do PIB nacional.<br />
Para chegar ao resultado, foram computados<br />
27 indicadores que identificaram os<br />
mercados mais promissores. O levantamento<br />
também apontou que as cidades médias (com<br />
menos de 500 mil habitantes) se destacam e<br />
55<br />
possuem o maior potencial de crescimento.<br />
Entre os 27 indicadores considerados no<br />
levantamento, estão dados sociodemográficos,<br />
econômicos, de saúde e educação, financeiros,<br />
de transporte e telecomunicações.<br />
Em novembro do ano passado, a mesma<br />
consultoria já havia indicado que Araraquara<br />
é uma das melhores cidades do País para se<br />
viver após a aposentadoria, em levantamento<br />
publicado pela Exame.<br />
Para o prefeito Marcelo Barbieri, os dados<br />
da pesquisa mostram o potencial econômico<br />
de Araraquara que vem recebendo investimentos<br />
de empresas de diversas matizes, mais<br />
especificamente dos setores ferroviário, de logística<br />
e de Tecnologia da Informação.<br />
“Araraquara conta com infraestrutura, posição<br />
geográfica privilegiada e mão-de-obra<br />
qualificada para receber investimentos. A cidade<br />
já é um pólo tecnológico e de empresas de<br />
logística e agora está se consolidando como<br />
um pólo ferroviário, com a produção e manutenção<br />
de locomotivas e vagões para todo Brasil”,<br />
afirma o prefeito.<br />
Nos últimos anos, o crescimento da riqueza<br />
em Araraquara foi de 55%, período que<br />
marcou a vinda de empresas como a Fortaleza,<br />
Big Dutchman, Brado Logística, Subestação<br />
Araraquara 2 entre outras, além das<br />
parcerias entre ALL e GE Transportation, Iesa<br />
e Hyundai e da Randon.<br />
Araraquara situa-se na faixa de municípios<br />
entre 100 mil e 500 mil habitantes, que representam<br />
4,5% do total de municípios no País,<br />
mas que colaboram com 28,8% do PIB total e<br />
25,7% da população do Brasil. Na composição<br />
do PIB local, o setor de serviços apresentou o<br />
maior percentual, com 66%. A indústria, com<br />
20,2%, aparece em segundo lugar.<br />
Araraquara também tem se destacado<br />
em outros indicadores. O Índice de Desenvolvimento<br />
Humano Municipal (IDHM) da Organização<br />
das Nações Unidas (ONU) colocou a<br />
cidade como a 14ª do País e a 7ª do Estado<br />
de São Paulo.<br />
Os números positivos de Araraquara, divulgados<br />
pelo Programa das Nações Unidas para<br />
o Desenvolvimento (Pnud) intitulado "Atlas do<br />
Desenvolvimento Humano no Brasil 2013",<br />
mostram os bons resultados nos itens Longevidade,<br />
com índice 0,877; Renda, 0,788; e<br />
Educação, 0,782. Os números são auferidos<br />
pela pesquisa internacional em uma escala<br />
que vai de zero a 1.
SEU NOME ESTÁ NA RUA<br />
TEXTO: SAMUEL BRASIL BUENO<br />
JOÃO VITOR NASCIMENTO MAURÍCIO<br />
O menino que queria<br />
ser prefeito da cidade<br />
Aos 8 anos de idade, João Vitor partiu; deixou para trás um imenso<br />
rastro de saudade e o sonho de ser prefeito de Araraquara. Ele só<br />
queria ser mais que o pai, um analista de sistemas da Prefeitura,<br />
mas Deus o chamou para uma outra missão bem mais importante.<br />
João Vitor que<br />
tem seu nome no<br />
Centro Municipal<br />
de Saúde da<br />
Vila Xavier<br />
João Vitor, filho do analista de sistema Moisés<br />
Maurício e da secretária Cidineide Maria<br />
Maurício, nasceu em Araraquara no dia 27 de<br />
março de 1999 e morou à Rua Princesa Izabel,<br />
1418, na Vila Xavier.<br />
Seu nascimento foi através de uma cesariana,<br />
pesando 4,360kg e medindo 52 centímetros;<br />
era o maior bebê do berçário e o único<br />
menino no meio de três meninas nascidas na<br />
mesma semana. Aos olhos das berçaristas,<br />
João parecia que já tinha uns dois meses.<br />
João Vitor, desde a mais tenra idade, tinha<br />
semblante sereno e ao mesmo tempo, sério.<br />
Um garoto que cativava as pessoas, era obediente,<br />
educado e respeitador. Se alguém, por<br />
algum motivo, o repreendesse, ele não retrucava,<br />
somente abaixava a cabeça.<br />
Aos 3 anos, o que mais lhe chamava a<br />
atenção eram as viaturas coloridas da corporação<br />
dos bombeiros, ao ponto de ficar febril<br />
João Vitor<br />
e seu irmão<br />
Pedro<br />
56
João Vitor na sua formatura do Pré, ao<br />
lado da mãe Cidineide, do pai Moisés<br />
e do irmão Pedro<br />
O abraço apertado de Ester, sua<br />
professora na festa de formatura<br />
do Pré-Primário, uma despedida<br />
monstrava assim, que tinha cuidado e carinho<br />
com a cidade onde morava.<br />
A pré-escola, João fez no Centro de Educação<br />
e Recreação “Eloá do Vale Quadros”.<br />
João Vitor colaborava com os trabalhos da<br />
casa. No ano de 2006, pelas manhãs, cuidava<br />
de seu irmãozinho Pedro, para que seus pais<br />
pudessem trabalhar; à tarde ia sozinho para<br />
a escola, no Grupo Escolar “Antônio Lourenço<br />
Corrêa”, na Vila Xavier, onde cursava o primário.<br />
Ao término da aula, esperava seu pai em<br />
frente ao posto de saúde, que fica ao lado da<br />
escola, para chegarem juntos em casa. João<br />
gostava de praticar esportes como futebol e<br />
judô; natação ele fazia por orientação<br />
de seu médico.<br />
Ainda tinha tempo para ter aulas<br />
de informática e português.<br />
No Natal de 2006, ele escreveu<br />
uma carta para o papai Noel<br />
pedindo um vídeo game play station<br />
2, e colocou-a dentro de sua<br />
bota na janela do seu quarto.<br />
Como andava um pouco desobediente,<br />
sua mãe conversou com João e disse<br />
que daria o vídeo game se ele se comportasse<br />
bem. Ele fez por merecer e os pais cumpriram<br />
a palavra comprando pela internet o vídeo<br />
desejado. Quando o aparelho chegou pelo<br />
correio os pais estavam trabalhando, e foi ele<br />
mesmo quem o recebeu e fez questão de assinar<br />
o recibo, dizendo ao carteiro: “tio, pode<br />
deixar que eu já sei assinar o meu nome”.<br />
João Vitor era uma criança temente a<br />
Deus, pois que desde o seu nascimento, foi<br />
levado por seus pais à igreja; frequentava os<br />
cultos regulares e aos domingos ia sozinho ao<br />
culto de jovens.<br />
Ele foi uma criatura mansa, humilde e<br />
carinhosa, e que deixou para os que o conheceram,<br />
um grande exemplo de vida apesar<br />
de sua curta existência terrena, pois que<br />
o Senhor o chamou para si em 15 de junho<br />
de 2007, aos 8 anos de idade, para viver com<br />
Ele eternamente. São seus os desígnios e a<br />
eles devemos respeitar com perseverança e a<br />
fé que nos conduz a entender que cada qual<br />
cumpre a sua missão.<br />
de vontade de andar em um desses veículos.<br />
Isso levou seus pais a procurar o sargento Páscoa,<br />
na época o responsável pela unidade da<br />
corporação na Vila Xavier, e solicitar a ele autorização<br />
para que João Vitor fosse conduzido<br />
até o salão de festas, onde seria comemorado<br />
seu 3º aniversário. O sargento Páscoa concordou<br />
com o pedido, desde que não houvesse<br />
nenhuma ocorrência no mesmo horário. No<br />
dia combinado, João Vitor chegou no local da<br />
festa em uma viatura dos bombeiros, realizando<br />
assim seu grande sonho.<br />
Ele era um menino tranquilo e que gostava<br />
de fazer amizades com pessoas adultas,<br />
conversava muito com sua mãe e dizia que<br />
quando ele crescesse, iria trabalhar na prefeitura,<br />
como o papai, às vezes até falava que<br />
queria ser prefeito, porém a mamãe respondia<br />
que trabalhar na prefeitura tudo bem, mas ser<br />
prefeito não.<br />
João era bastante observador, pois quando<br />
via nas ruas monumentos públicos e muros<br />
pichados, ele comentava que se fosse o pai de<br />
quem pichou, ele o colocaria de castigo. De-<br />
Suas adoráveis brincadeiras ao<br />
lado dos amiguinhos, detalhes para<br />
ninguém esquecer<br />
Os abraços que João Vitor dava no irmão<br />
pareciam que não tinham fim<br />
Ao Senhor pertence a terra e tudo<br />
o que nela se contém, o mundo e<br />
os que nele habitam.<br />
(Salmos 24:1)<br />
Seu nome está na rua através da lei nº<br />
6.650 de 14 de novembro de 2007, projeto de<br />
lei de autoria do vereador Elias Chediek Neto,<br />
sancionada pelo prefeito Edinho Silva, que<br />
denomina João Vitor Nascimento Maurício, o<br />
Centro Municipal de Saúde (C.M.S.), localizado<br />
na Rua Princesa Izabel, entre as avenidas Major<br />
Dario de Carvalho e Carlos Baptista Magalhães,<br />
Vila Xavier, neste município.<br />
57
COLUNA<br />
ESPORTE É AVENTURA<br />
Carlinhos Tavares<br />
Absolute Fit<br />
16 3114.8664<br />
Fernando<br />
Mello<br />
Dr. Fernando de Oliveira Mello, campeão<br />
na categoria Master D<br />
A Travessia do Clube Náutico, prova tão<br />
tradicional de nossa cidade e já em sua 42º<br />
Edição, é uma mistura de emoções e grandes<br />
recordações. Tenho certeza que todos<br />
os nadadores, ex-nadadores e entusiastas,<br />
sentem tudo isso quando chegam no domingo<br />
pela manhã ao Clube Náutico para mais<br />
uma travessia. Por se tratar de uma prova<br />
que é realizada em um dos maiores paraísos<br />
naturais de nossa região, se não o maior,<br />
há uma excitação a mais por trás da prova:<br />
encontramos velhos amigos e revivemos o<br />
melhor de nossas vidas como atletas, desfrutando<br />
das maravilhas do clube em um dia<br />
muito especial para a Natação local.<br />
A história desse evento que é realizado<br />
há anos, o tornou tradicional na cidade e<br />
região, contando neste ano com 23 equipes<br />
participantes de 12 localidades.<br />
A clínica Absolute Fit apoiou de forma intensa<br />
a natação araraquarense, reunindo os<br />
melhores nadadores de Araraquara, formou<br />
a equipe Absolute Fit que conquistou um resultado<br />
que não poderia ser diferente: ficamos<br />
em 1º lugar, com um total de 11 troféus,<br />
8 segundos lugares, 6 terceiros lugares e 5<br />
quartos lugares, um total de 30 premiações,<br />
muito distante da 2ª equipe colocada, com<br />
12 premiações.<br />
Para muitos um grande passeio, para<br />
outros, a temível represa de águas escuras<br />
com percurso interminável. Para as crianças<br />
um grande sonho e desafio, e para os<br />
competidores, uma história marcada por<br />
quebra de recordes. Somente este ano, 4<br />
deles foram quebrados.<br />
É impossível não mencionar que é um<br />
dia de muita alegria para nossa natação,<br />
pois há competidores desde as crianças, até<br />
ícones do nosso esporte na cidade, como o<br />
campeão do mundo, Antonio Carlos Orselli.<br />
Para quem nunca participou e gosta de<br />
grandes desafios, a dica é: manter a calma<br />
e fazer sua prova; manter-se sempre em um<br />
ritmo confortável durante o nado e ir vencendo<br />
as etapas gradativamente. Se sobrar<br />
energia no final, aproveite e faça um pouco<br />
mais de força! Se você sabe nadar, com estas<br />
recomendações poderá participar com<br />
segurança e se divertir. No próximo ano terá<br />
mais experiência e saberá mais facilmente<br />
como fazer. Isso é Esporte e Aventura! Mas<br />
é claro que o mais importante é a etapa que<br />
antecede às provas: o treinamento. Então,<br />
não perca tempo e comece logo a treinar.<br />
Lembre-se que a Absolute Fit é especialista<br />
na preparação física de atletas amadores e<br />
profissionais. Para saber mais, como dicas<br />
de treino, etc., curta nossa página no Facebook.<br />
Neste canal você poderá interagir,<br />
compartilhar fotos e fazer perguntas.<br />
Equipe<br />
Absolute Fit<br />
Antonio Carlos Orselli, campeão na categoria Master J<br />
58
OS GRANDES CLUBES DA NOSSA TERRA<br />
Rebeldes, mas bons de bola, assim<br />
era o Flamengo da Vila Furlan<br />
Muito difícil precisar a popularidade de um e de outro. Zito Melhado estava para as ruas e avenidas<br />
como o Flamengo para os gritos de gol que ecoavam pela cidade. O bairro nascido às beiras da Via<br />
Expressa nos anos 50, mandava dizer que se orgulhava dos dois filhos ilustres: um de segunda a sexta a<br />
serviço da Prefeitura e o outro nas manhãs ou tardes de domingo, nos campos de futebol.<br />
Álvaro Fleury Fina, Faixa, Milton Sambista, Demá Prado, Zinho, Ditinho e Tutu; Nenê Bahia, Aristides,<br />
Jordão, Itamar, Palhares e Belleti, uma das mais tradicionais formações do Flamengo da Vila Furlan<br />
José Melhado Filho,<br />
o “Zito Melhado”,<br />
nos seus 120 quilos<br />
distribuídos em pouco<br />
mais de 1,60m,<br />
andava de forma<br />
desajeitada naquele<br />
final de tarde pelas<br />
ruas de Araraquara, quando o prefeito Rubens<br />
Cruz lhe pediu para refazer a sinalização<br />
da Bento de Abreu. A cidade estava<br />
se preparando para sediar os Jogos Abertos<br />
do Interior. Já era setembro de 1969, e<br />
precisava estar com os canteiros da Bento<br />
em ordem, as ruas bem demarcadas, isso<br />
quando nem semáforo existia (parava na<br />
Nove de Julho com a Barroso). Zito trabalha<br />
na Prefeitura e cuidava de toda sinalização.<br />
Ele era uma referência para a Vila Melhado;<br />
embora residindo no bairro, Zito já tinha<br />
ocupado o cargo de presidente de um time<br />
chamado Vasco da Gama, fundado em<br />
homenagem ao Vasco da Gama do Rio de<br />
Janeiro que viera jogar contra a Ferroviária<br />
na inauguração do Estádio da Fonte Luminosa<br />
em 1950. Depois ele foi treinador da<br />
Atlética Ferroviária (1978).<br />
Curiosamente, o Flamengo nasceu sem<br />
59<br />
Zito Melhado apesar de ser o homem mais<br />
conhecido no bairro e um grande esportista.<br />
Certo dia, Luizinho Garcia foi convidar<br />
Zito Melhado para ser o presidente do Flamengo:<br />
“Luizinho, não posso; vocês são<br />
muito rebeldes”, mas à distância ele acompanhou<br />
por um bom tempo o time da Vila<br />
Melhado. Zito veio a falecer em setembro<br />
de 1991, aos 62 anos, mas tanto quanto o<br />
Flamengo, foram os maiores propagandistas<br />
do bairro.<br />
SEGUE »
TINHA QUE SER FLAMENGO<br />
Se estivesse em atividades,<br />
o Flamengo da Vila Furlan<br />
completaria no dia 21 de abril,<br />
47 anos de fundação. O time,<br />
considerado sonho de alguns,<br />
foi na verdade o carro-chefe<br />
promocional de um dos mais<br />
importantes bairros da cidade:<br />
a Vila Melhado. Do seu início até<br />
o final dos seus dias, o chamado<br />
“Flamenguinho” teve conquistas<br />
memoráveis e só não foi em<br />
frente por causa da morte do<br />
seu presidente e um torcedor<br />
símbolo: Álvaro Fleury Fina,<br />
figura das mais estimadas no<br />
futebol amador de Araraquara.<br />
Texto: Rafael Zocco<br />
Flamengo, orgulho da grande massa que<br />
abrange todo o país. Não importa, há sempre<br />
um flamenguista escondido pelos cantos de<br />
uma cidade. Mas por que não Palmeiras, Santos,<br />
São Paulo ou Corinthians, os times mais<br />
tradicionais do estado, para ostentar o nome<br />
de um time de amigos do bairro dos anos 60?<br />
- Que tal Palmeiras? - indagou um jovem<br />
que insistia nos nomes dos times da capital.<br />
- Ah, um time com nome daqui do estado<br />
eu não quero - respondeu um garoto no auge<br />
dos seus 15 anos de idade.<br />
- E que tal Flamengo? Flamengo da Vila<br />
Furlan? - retrucou o outro, franzino, mas de<br />
mesma idade que tinha, como ídolo, Berico,<br />
na época em que defendia o Guarani e se<br />
transferiu depois para o Flamengo do Rio.<br />
A paixão pelo futebol não impedia que o<br />
grupo de amigos criasse um time intitulado<br />
Clube Atlético Flamengo, ou simplesmente<br />
Flamengo da Vila Furlan, agremiação que<br />
existia em 1963 formada pela juventude araraquarense<br />
com a proposta de apenas jogar<br />
por diversão e sempre com os amigos ao lado.<br />
A união daqueles garotos era imensa, coisa de<br />
cinema, lembrando o filme “Conta Comigo”<br />
(Stand By Me), de 1986. No filme, um grupo<br />
de quatro amigos sai para uma aventura em<br />
busca de um garoto, da mesma idade deles,<br />
que havia desaparecido. Porém, a aventura<br />
acaba sendo uma autodescoberta de cada<br />
personagem, seja de brigas ou mostrando a<br />
verdadeira amizade. Para o time da Vila Furlan<br />
era a mesma coisa. Na hora de uma dividida<br />
Final dos anos 60: Grecco, Kawazani, Milton Sambista, Zé Luiz, Demá, Oswaldão e Faixa (técnico);<br />
Álvaro Fleury Fina, Aristides, Tonhão (ex-Ferroviária e Palmeiras), Itamar, Meireles e Betinho<br />
Um time que se dava<br />
ao luxo de ter Tonhão<br />
em campo tinha sempre o apoio de cada jogador,<br />
ou amigo, para que não desistissem da vitória.<br />
Os descontroles aconteciam, mas só no<br />
campo, não envolvendo o caráter e amizade<br />
de cada um, coisa que não percebemos mais<br />
no “futebol business” de hoje.<br />
RUMO AO AMADORISMO<br />
O Flamengo deve a sua vida graças a uma<br />
pessoa: Álvaro Fleury Fina, seu eterno presidente.<br />
A aproximação dele foi pelo amor ao<br />
futebol. Não perdia um jogo amador na época.<br />
A amizade com um jogador do Flamengo<br />
foi vital para que ele se tornasse o presidente<br />
do clube: Aristides, ex-atacante do time, ainda<br />
criança, trabalhava em um chaveiro no Mercado<br />
Municipal. Álvaro fazia entregas por lá<br />
e criou um laço de amizade com o até então<br />
garoto da Vila Furlan. Sabendo da existência<br />
do Flamengo, Álvaro propôs a ideia da criação<br />
de uma sede do clube e de administrar aquela<br />
geração em 21 de abril de 1967, se tornando<br />
a data oficial de sua fundação.<br />
Com isso, o Flamengo tomou forma e passou<br />
a ser um time amador, com jogadores de<br />
menos de 18 anos. A sede, porém, não ficou<br />
no bairro de seu nascimento, mas sim na Vila<br />
Mendonça. Naquele ano, o “seo” Mendonça,<br />
dono de um terreno, tinha cerca de 20 casas<br />
para alugar e então o presidente Fleury conseguiu<br />
um lugar para ser a sede do time. Aristides<br />
conta também que o “presida” teve papel<br />
muito importante em sua vida.<br />
“Quando eu tinha 17 anos, o “seo” Álvaro<br />
me ajudou muito. Como trabalhava de chaveiro,<br />
criei a minha própria oficina de chaves no<br />
Mercado Municipal, parte dela sendo custeada<br />
por ele. “Seo” Álvaro era como um pai para<br />
mim”, conta.<br />
Grecco<br />
e Faixa,<br />
goleiros<br />
nos anos<br />
60<br />
60
“O futebol amador? Esculhambaram com ele... Não tem mais graça. Os estádios<br />
ficavam lotados, existia alegria de se ver jogar”<br />
Itamar<br />
Além da sede, outro fato curioso escreve<br />
a história do Flamenguinho. Um dos fundadores<br />
do time, Milton Franchini, o popular Milton<br />
Sambista, conta que a equipe realizava os<br />
seus jogos no campo de outro clube. “Como<br />
não tínhamos um lugar próprio para mandar<br />
os jogos, eles eram disputados<br />
no campo da Associação<br />
Atlética Ferroviária, pois a sede<br />
ficava ali por perto”, explica o<br />
ex-jogador.<br />
Ademar Prado, ex-lateral<br />
esquerdo e hoje dono de uma<br />
loja de móveis de aço, comenta<br />
que a equipe não fazia treinamento<br />
tático e físico, mas “treinava”<br />
de outra maneira.<br />
“Os jogadores combinavam<br />
de ir para sede do Flamengo<br />
não para treinar, mas sim jogar<br />
bilhar; era uma descontração.<br />
Só jogávamos bola quando havia<br />
uma partida pelo amador<br />
(risos)”, conta Prado.<br />
OS CRAQUES<br />
Sambista lembra também dos craques<br />
que passaram pelo Flamengo. “Quando o<br />
Tonhão (ex-zagueiro da ADA e Ferroviária) encerrou<br />
a carreira profissional, ele jogou pelo<br />
nosso time. Ao invés de zagueiro, era o nosso<br />
centroavante, pois tinha um canhão na perna<br />
direita e por ser alto também”, relembra.<br />
Outro grande jogador que passou pelo time<br />
de Vila Furlan foi Palhares, que logo depois se<br />
tornou amador e profissional da Ferrinha, jogando<br />
ao lado de Sérgio Bergantin, Mauro Pastor,<br />
Amauri, entre outros na época áurea afeana.<br />
Um fato curioso também tomou conta daquele<br />
time. O então goleiro Faixa pendurou as<br />
luvas em 1967 e tornou-se técnico da equipe.<br />
O grande dia para a história do Flamenguinho<br />
passou também por ele, pois o time subiria para<br />
a primeira divisão do amador no<br />
ano seguinte com o ex-goleiro no<br />
comando.<br />
OS IRMÃOS BAHIA<br />
Um de seus principais jogadores<br />
e artilheiro da época do<br />
futebol amador de Araraquara,<br />
Itamar Alves, o popular Bahia,<br />
encantou aquela geração. Atacante<br />
clássico com faro de gol,<br />
colocava medo na zaga adversária<br />
junto com o seu irmão,<br />
Nenê Bahia. A torcida aclamava<br />
pelos irmãos.<br />
“Os torcedores do Flamengo<br />
eram fiéis, briguentos e<br />
sempre temidos pelos outros. Falavam sempre<br />
dos irmãos Bahia para por medo no adversário,<br />
mas era bem folclórico isso. Meu irmão<br />
era ponta direita do time. Eu recebia muitos<br />
passes dele para o gol. Éramos afinados dentro<br />
de campo”, conta Bahia.<br />
Nos jogos contra o seu maior rival, o Palmeiras<br />
da Vila Xavier, Bahia recorda que não<br />
tinha vida fácil quando jogava no campo do<br />
adversário. “Nos jogos contra o Palmeiras, o<br />
Tutú (árbitro e que trabalhava na Liga Araraquarense<br />
de Futebol Amador), não deixava a<br />
gente ganhar os jogos lá dentro. Era um apito<br />
amigo do Palmeirinha (risos)”.<br />
61
PEQUENO GRANDE TIME<br />
As conquistas<br />
inesquecíveis<br />
Itamar, Nenê Bahia, Grecco,<br />
Sambista, Faixa, Ademar Prado<br />
e seu irmão Bolinha, formam a<br />
galeria de nomes inesquecíveis<br />
na história do Flamengo. Outros<br />
foram surgindo e o pequeno<br />
time se tornou uma família<br />
dentro da Vila Melhado.<br />
Luiz Carlos Grecco, Álvaro Fleury Fina, Aristides, Português, Justino, Sambista, Demá Prado,<br />
Luizinho Garcia, Carrapixo e Nenê Bahia; Tutu, Zosinha, Ivan Borghi, Osvaldão, Itamar, Tonho<br />
Palhares, Jordão e Beletti, o grande time de 1970<br />
Em Itamar, o goleador nas manhãs ou tardes<br />
de domingo, apenas os cabelos esbranquiçaram.<br />
A voz ardida soa rouca, como nos<br />
velhos tempos. Hoje, é apenas um torcedor<br />
da Ferroviária a lamentar que o futebol amador<br />
tenha tomado outro rumo. “Antigamente<br />
era muita garra e raça, diferente do que se<br />
vê atualmente. No futebol de hoje, o menino<br />
que está começando tem medo da chuteira<br />
do adversário; e, há também a existência do<br />
lado comercial a estragar aquilo que víamos<br />
como uma pureza dentro do esporte amador”,<br />
salienta o ex-jogador.<br />
O ACESSO E O TÍTULO DE 80<br />
Aristides recorda da decisão do acesso<br />
para a Primeira Divisão do amador de 1968,<br />
quando o Flamengo enfrentou a Academia<br />
São Geraldo. Em um jogo muito disputado<br />
durante os 90 minutos, a partida terminou<br />
em 1x1, levando a decisão para os pênaltis.<br />
Aí Tonhão se transforma no personagem da<br />
partida.<br />
“As cobranças chegaram ao momento derradeiro.<br />
Tonhão era o nosso último cobrador.<br />
Era difícil segurar o chute potente dele e estávamos<br />
muito confiantes. Ele soltou a bomba,<br />
mas não foi em direção ao gol, indo direto para<br />
a arquibancada. Mesmo assim, o nosso acesso<br />
para a Primeira Divisão estava garantido<br />
(subiam dois), mas ficamos tristes em não termos<br />
levantado o troféu. Chorei muito naquele<br />
dia”, conta Aristides.<br />
O Flamengo disputou a Primeira Divisão do<br />
amador de 1969 até a década de 80. Logo no<br />
primeiro ano ocupou a sexta e no ano seguinte<br />
a quinta colocação do campeonato, fato raro,<br />
já que o campeonato era bastante equilibrado<br />
e contava com equipes tradicionais da cidade,<br />
sempre brigando nas primeiras colocações. A<br />
juventude dava o ar da graça junto aos marmanjões<br />
da época.<br />
A GRANDE CONQUISTA<br />
Com 580 pagantes no Estádio Municipal<br />
“Tenente Siqueira Campos” e renda de Cr$<br />
11..600,00, o CA Flamengo, da Vila Furlan,<br />
vence a ADC Usina Tamoio, por 1 a 0, gol de<br />
Becinha aos 6 minutos do primeiro tempo e<br />
sagra-se campeão amador, naquele 19 de<br />
outubro de 1980. Antes na semifinal, os companheiros<br />
de Palhares derrotaram a forte equipe<br />
do Grêmio Penitenciária por 2 a 1, gols de<br />
Mimi e Becinha para o rubro negro. Na outra<br />
semifinal, o Tamoio eliminou o Santana, ao<br />
vencer por 3 a 2. Tutu, Chumbinho e Tardim (na<br />
prorrogação) marcaram para o time da usina,<br />
que partia confiante rumo ao bicampeonato.<br />
O JOGO<br />
Com a vantagem, logo no início da partida,<br />
o Flamengo concentrou-se mais na defesa<br />
durante os 84 minutos restantes de jogo.<br />
Apoiado pela torcida, o Tamoio se lançava ao<br />
ataque. O goleiro Din Din do Flamengo, os laterais<br />
Edélcio e Eduardo, a zaga Bolão e Serginho,<br />
e mais o Português, que entrou no lugar<br />
do volante Palhares na segunda etapa, nada<br />
permitiram aos atacantes do Tamoio, acionados<br />
com criatividade pelo meia Chumbinho. As<br />
chances do bicampeonato estavam adiadas<br />
diante da raça e garra dos flamenguistas.<br />
A fanática torcida do Flamengo comemorou<br />
e muito ao apito final do árbitro Laércio de<br />
Arruda Ferreira, o Pelica, que teve os auxiliares<br />
Luiz de Oliveira Berro e Valdevino de Jesus e o<br />
representante da Liga Araraquarense de Futebol<br />
(LAF), Ernani Salvador Volpe.<br />
O técnico campeão Luiz Garcia, o Pito,<br />
mandou a campo: Din Din; Edélcio, Serginho,<br />
Bolão e Eduardo; Palhares (Português), Hudson<br />
Rosalino (Zé Carlos) e Becinha; Aristides,<br />
Salomão Alves e Mimi.<br />
O Tamoio orientado pelo Cabelo, da sessão<br />
Mariza, conquistou o vice-campeonato<br />
com: Donizete; Aírton, Sebeca, Vaguinho e Vadeco;<br />
Varejo, Dirceu e Chumbinho; Tutu (Chitinha),<br />
Gu e Tardim.<br />
Ainda garotos,<br />
Zinho, Zé Luiz,<br />
Zezinho, Jaime<br />
Mota, Dedeu e<br />
Grecco; Luizinho<br />
Garcia, Aristides,<br />
Catanduva, Meireles<br />
e Beletti puderam<br />
aprender que um<br />
dos fatores para o<br />
relacionamento se<br />
perpetuar, é através<br />
do companheirismo<br />
62
Itamar, Nenê Bahia, Luizinho Garcia, Robertinho, Zé Carlos, Betinho e Demá Prado e tantos<br />
outros craques que brilharam no futebol amador<br />
Apesar do clima tenso, o sargento Edmilson<br />
Rodrigues e um pelotão de 20 soldados<br />
do 13º Batalhão Policial do Interior cuidaram e<br />
bem da ordem e segurança no templo do futebol<br />
amador de Araraquara.<br />
Participaram do Campeonato Amador de<br />
1980 além do campeão Clube Atlético Flamengo<br />
e do vice Associação Desportiva Classista<br />
Usina Tamoio, o Treze de Maio FC, Cacic<br />
FC, Palmeiras ECA, Associação Atlética Ferroviária,<br />
Dema FC, EC Quitandinha, EC Aliança,<br />
Sporting Benfica, Estrela FC, Santana FC e<br />
Grêmio ER Penitenciária de Araraquara.<br />
O FIM PRECOCE<br />
Os garotos de Vila Furlan tinham um futuro<br />
brilhante. A harmonia pairava sobre todo o<br />
elenco motivado pelas conquistas na base da<br />
raça e determinação. Mas não contavam com<br />
uma pedra no meio do destino que daria uma<br />
pausa para o sonho rubro-negro. Álvaro Fleury<br />
Fina, pai de seus pupilos flamenguistas, viria<br />
a falecer em 1972, vítima de um infarto fulminante<br />
aos 66 anos de idade. Pegando todos<br />
de surpresa, não existia mais clima para o<br />
time continuar o sonho da conquista do futebol<br />
amador da cidade.<br />
O sonho daquela juventude foi pego de<br />
forma desprevenida. O Flamengo continuou<br />
as suas atividades até os anos 80, mas sem o<br />
império de Fleury, que carregou a bandeira rubro-negra<br />
no peito e na alma, trazendo alegria<br />
para cada jogador e torcedor de Vila Furlan.<br />
(Fontes complementares: jornal O Diário, o escritor<br />
Vicente Henrique Baroffaldi, autor de Futebol na<br />
Terra do Sol e o jornalista Tetê Viviane)<br />
Valeu, Bolinha!<br />
A exemplo dos irmãos Bahia, os irmãos<br />
Prado também tiveram importante<br />
passagem pelo Flamengo, da Vila Furlan.<br />
Excelentes profissionais na área de<br />
serralheria e marcenaria, ambos se<br />
tornaram conhecidos por suas atividades<br />
durante muitos anos. Ademar continua<br />
na ativa, porém, Euclides Prado, o<br />
“Bolinha” - um bom goleiro, afastou-se<br />
do trabalho por motivos de saúde.<br />
Contudo, sempre será lembrado por<br />
aqueles que acompanharam o futebol<br />
amador na época.<br />
63
FUI AOS ARES SEM M<strong>ED</strong>O<br />
28 de maio: Dia do Comissário<br />
de Bordo ou então o Dia da<br />
Aeromoça, como era chamada<br />
no passado; a RCI homenageia<br />
uma profissão importante para<br />
os que voam alto e ocupam<br />
papel de destaque na aviação.<br />
Araraquarense da gema, Maibi Juliana<br />
Sambrano começou sua carreira um pouco<br />
diferente das jovens da sua época. Em 1999,<br />
com apenas 17 anos, tomou uma decisão difícil.<br />
Andando pelas ruas do centro de Araraquara,<br />
a jovem recebeu um panfleto que oferecia<br />
cursos para a aviação civil, entre elas, comissária<br />
de bordo, em Ribeirão Preto.<br />
“Cheguei para meus pais e tive uma conversa<br />
franca com eles. Disse que gostaria de<br />
fazer o curso e que não prestaria vestibular,<br />
e estava decidida. Eles se espantaram com a<br />
minha firmeza e foi um pouco difícil convencêlos<br />
de que era isso o que eu queria”. A família,<br />
então, foi para Ribeirão onde foi feita a inscrição<br />
da jovem, que acabara de fazer o terceiro<br />
ano do ensino médio.<br />
“Foi uma etapa difícil, porque eu ia e voltava<br />
todo dia para fazer este curso, que durou<br />
cerca de 10 meses. Viajava de van com o pessoal<br />
da faculdade e não era barato”.<br />
Todas essas idas e voltas para São Paulo<br />
e Ribeirão eram caras, segundo Maibi.<br />
“Minha mãe pediu a conta do emprego para<br />
que pudesse receber uma quantia para pagar<br />
minhas idas para Ribeirão, pagar meu curso<br />
e custear as viagens para São Paulo. Meu pai<br />
também fez um acordo na empresa e todos se<br />
esforçaram muito para que eu pudesse conquistar<br />
esse sonho, que na verdade era em<br />
conjunto”.<br />
Maibi se orgulha de dizer o que passou<br />
durante o treinamento para poder fazer a prova<br />
da aviação. “No final do curso, fizemos um<br />
teste em uma selva próxima a Ribeirão. Tomei<br />
banho de cachoeira à noite em pleno inverno<br />
de julho, tive que matar galinhas para sobreviver<br />
e passei frio. Não levamos absolutamente<br />
nada, pois era um treinamento. Quando voltei,<br />
meu pai perguntou se era isso mesmo que eu<br />
queria e depois de ter passado por tudo, fiquei<br />
apaixonada pela profissão”.<br />
A jovem comissária, então, passaria por<br />
uma bateria de provas e exames. “Aquilo tudo<br />
era muito assustador para mim. Eu era uma<br />
menina, tinha só 17 anos, estava muito crua<br />
ainda. Passei na primeira prova para o Departamento<br />
de Aviação Civil, e depois fiz o exame<br />
médico em São Paulo. Lá, eu fui reprovada por<br />
conta de um cisto no ovário que eu tinha na<br />
época. Tratei-me e retornei a fazer o exame e<br />
consegui passar”.<br />
Após ter se tornado comissária de bordo,<br />
com direito a todas as certificações, iniciou a<br />
batalha para o primeiro emprego. “Certo dia<br />
sentei-me na cozinha e pesquisei todas as empresas<br />
aéreas do mundo e comecei a enviar<br />
meus currículos. Foi tudo muito rápido. Uma<br />
grande empresa aérea do Brasil me chamou”.<br />
Começaria naquele momento uma batalha<br />
difícil para entrar na companhia. “Foram<br />
três meses de testes para eu entrar. Ia para<br />
São Paulo quase toda semana durante<br />
esse período. A cada teste que eu passava,<br />
ficava mais surpresa e feliz”.<br />
O que ela consideraria o teste mais<br />
difícil veio em seguida. “Passei 5 horas respondendo<br />
testes para psicólogos. Foi uma<br />
loucura, parecia que estava respondendo<br />
à Nasa. Eu me recordo que quando saí da<br />
sala, comi uma barra inteira de chocolate,<br />
tamanha era a tensão que eu estava.<br />
Era muita gente querendo entrar, estudando<br />
muito e das meninas que tinham<br />
Maibi sempre sorridente, uma das<br />
suas características<br />
De Araraquara para o mundo, Maibi<br />
alcançou seus sonhos voando<br />
feito o curso comigo em Ribeirão, apenas eu<br />
e mais uma conseguimos entrar”. Na época,<br />
um avião Fokker 100 com 99 passageiros e<br />
seis tripulantes caiu poucos segundos após<br />
a decolagem sobre casas no bairro de Jabaquara,<br />
em São Paulo, próximo ao aeroporto de<br />
Congonhas. “Acho que o fato de ter ocorrido<br />
este acidente, algumas pessoas desistiram e<br />
assim surgiram mais vagas”, explica Maibi.<br />
Finalmente, após tantos testes com o Departamento<br />
de Aviação Civil e da companhia<br />
aérea, Maibi conseguiu entrar e começaram<br />
os treinamentos nos voos. “Quando recebi a<br />
notícia que tinha passado em todos os testes,<br />
foi uma alegria enorme para toda a família.<br />
Meus pais ficaram muito felizes e espalharam<br />
a novidade para todos. Eu assinei os papeis<br />
da admissão no dia 3 de janeiro de 2000. Comecei<br />
a fazer o treinamento nos voos, mas foi<br />
uma etapa muito difícil, pois, mesmo sendo<br />
comissária, eu nunca tinha voado. Passei muito<br />
mal e praticamente não consegui trabalhar<br />
no primeiro mês”, revela.<br />
FIM DOS SONHOS<br />
Em meados de 2002, Maibi abriu mão de<br />
seu sonho e das suas conquistas. Deixou de<br />
ser comissária de bordo por perseguição de<br />
outras colegas de trabalho. “Eu era chamada<br />
na chefia porque algumas pessoas informavam<br />
que eu estava fora do padrão da empresa.<br />
O fora do padrão que eu digo, era porque<br />
o vermelho do meu batom não estava na tonalidade<br />
certa ou a unha não estava com duas<br />
camadas de esmalte, por exemplo. Fiquei muito<br />
chateada por essas coisas, pois eu estudei<br />
tanto, passei por treinamentos, várias coisas<br />
mais importantes e implicavam com coisas insignificantes”,<br />
explica.<br />
64
“Cheguei para a minha chefe e disse que<br />
estava decidida a não continuar sendo comissária.<br />
Ficamos duas horas trancadas em uma<br />
sala, onde ela tentou me fazer desistir dessa<br />
ideia, porém eu já sabia que não queria mais.<br />
A pressão era muito grande e muitas outras<br />
coisas já haviam acontecido. Eu engordei três<br />
quilos cerca de um ano depois, por conta dessa<br />
perseguição. Eles me deram férias e me<br />
mandaram para um spa, para perder esse<br />
excesso que era considerado por eles. Eu não<br />
queria mais”.<br />
Maibi teve início de depressão e síndrome<br />
do pânico após se desligar da empresa. “Por<br />
dois anos, eu não conseguia ver fotos nem<br />
comentar sobre o assunto. Meus pais ficaram<br />
decepcionados e minha mãe também ficou depressiva.<br />
Foi uma fase difícil, porém superada”.<br />
DIÁRIO DE BORDO<br />
“Na minha época de comissária, buscávamos<br />
o passageiro no embarque levando-o<br />
até a poltrona. Certa vez, um senhor com seus<br />
quase 70 anos, muito baixinho e magro, me<br />
deu um cartão de visita e me disse “Você precisa<br />
pensar muito bem no que eu vou te falar”,<br />
e olhou nos meus olhos. Eu segurei o cartão<br />
e segui minha atenção para ele. “O que você<br />
acha de continuar trabalhando na aviação,<br />
mas ao invés de ser empregada, virar dona de<br />
uma empresa aérea?”. Eu ri, achando que fosse<br />
uma piada. Ele foi se sentar e quando olhei<br />
para o cartão, vi que ele era dono de uma frota<br />
de táxi aéreo em Minas Gerais. Foi uma cantada<br />
muito sutil, mas nem todos os casos são<br />
assim”, conta Maibi, rindo muito da situação.<br />
Em outro caso, ela revela os sustos que<br />
já passou voando. “No meio do voo de São<br />
Paulo para o Nordeste, uma das turbinas do<br />
avião pegou fogo. Foi uma passageira que viu<br />
e me avisou, mas foi muito discreta, para não<br />
chamar a atenção do restante. Graças a Deus<br />
não aconteceu nada e pousamos no aeroporto<br />
mais próximo que tinha.<br />
Passei por outro grande sufoco também,<br />
quando o trem de pouso da aeronave não<br />
funcionava. O piloto sobrevoou a cidade para<br />
gastar o combustível e chamou a tripulação.<br />
Ele nos disse que era 50% de chance do dispositivo<br />
não funcionar e que provavelmente<br />
pousariam de barriga. Tivemos que avisar os<br />
passageiros e ensiná-los a ficar na posição de<br />
prevenção de acidentes. Foi por pouco, mas<br />
aos 45 do segundo tempo, o trem baixou e<br />
conseguimos fazer um pouso tranquilo”.<br />
ARREPENDIMENTOS E GRATIDÃO<br />
Em resposta à Revista Comércio & Indústria,<br />
Maibi revela que não tem arrependimentos.<br />
“O que sou hoje, devo à empresa e<br />
à aviação. Hoje falo com muito carinho sobre<br />
essa profissão e tudo o que fiz. Vejo que fui<br />
presenteada com todas essas oportunidades”.<br />
Atualmente, Maibi mora na região de<br />
Balneário Camboriú, Santa Catarina, onde se<br />
formará este ano em História. “Meus planos<br />
hoje são um pouco diferentes, pois quero trabalhar<br />
em algum museu internacional ou algo<br />
relacionado à cultura”. Ao ser questionada, ela<br />
diz que não sabe se voltaria para a aviação.<br />
“Dependendo muito da empresa, eu acho que<br />
pensaria com carinho”. Maibi passou 15 dias<br />
de férias na casa da madrinha, no bairro do<br />
Carmo, em Araraquara.<br />
“Tenho muito a agradecer a minha família,<br />
aos meus amigos e todos que sempre torceram<br />
por mim. Ainda não fui feliz em nenhum<br />
outro emprego como fui sendo comissária”.<br />
Muito emocionada, Maibi revela sua paixão.<br />
“Me formei para ser comissária, tenho todas<br />
as certificações e muita paixão por essa profissão.<br />
Vou morrer sendo comissária de bordo”.<br />
65
MUNDINHO FASHION<br />
Essas garotas<br />
maravilhosas<br />
Se manter bela tem um preço<br />
que na maioria das vezes custa<br />
muito alto; o desejo de estar na<br />
passarela no entanto, vai mais<br />
além e se transforma em sonho<br />
dos mais promissores como<br />
aconteceu no recente concurso<br />
Miss Araraquara.<br />
Luana Soler com 1,74m e 54 quilos, foi<br />
eleita Miss Araraquara, em abril, no Teatro<br />
Municipal e será a representante da cidade no<br />
Miss São Paulo. A segunda colocada foi Camila<br />
Silvestre, seguida por Carol Colin na terceira<br />
colocação. O título de Miss Simpatia ficou com<br />
Ellen Santos.<br />
A partir de agora o perfil de vida de Luana<br />
passa a custar muito mais: preservação da beleza,<br />
books, cursos, viagens, roupas e tantas outras<br />
despesas que somadas chegam na verdade<br />
a preocupar, no entanto, é hora de seguir em<br />
frente, diz a vencedora, convicta de que começa<br />
a fazer parte da promissora carreira de modelo.<br />
O título de Miss Araraquara lhe dá outro status,<br />
a exemplo do que ocorreu com Mari Silvestre,<br />
capa da revista Playboy em abril.<br />
Com 18 anos de idade, a estudante afir-<br />
Carol Colin, no<br />
mundo fashion<br />
Luana Soler, Miss Araraquara <strong>2014</strong><br />
ma que se dedicou muito: “Já estaria feliz se<br />
ficasse entre as três primeiras. Quando descreveram<br />
as características da vencedora,<br />
eu não acreditei. Foi maravilhoso”, comentou<br />
com as amigas.<br />
Na verdade, a carreira de modelo começa<br />
assim: as mais corajosas enfrentam um corpo<br />
de jurados num concurso e nem todo valor<br />
deve ser visto como gasto, mas como investimento.<br />
O book por exemplo: para chegar a um<br />
preço bom, é preciso muita pesquisa. Devido à<br />
concorrência do mundinho fashion, os valores<br />
do book acabam variando muito, e nem sempre<br />
o mais caro é a melhor opção.<br />
O que pode-se dizer que, para 10 fotos<br />
15×21 o valor do book fotográfico será em torno<br />
de R$ 250,00 a R$ 500,00, claro que você<br />
poderá encontrar um estúdio fotográfico onde<br />
as mesmas fotos sairiam até por R$ 4.000,00<br />
ou R$ 5.000,00, tudo vai depender da fama<br />
Aline Hammerschimtd tem uma beleza<br />
espetacular, 1,70 de altura, olhos azuis,<br />
cabelos loiros naturais e com um corpo<br />
perfeito, conquistou seu espaço na Jô<br />
Models. Desde 2005, Aline foi batalhando<br />
e alcançando seu sucesso na carreira de<br />
modelo, e seu rosto está hoje estampado<br />
em várias campanhas dentro do mercado<br />
nacional entre eles, fotos, comerciais e<br />
passarela .<br />
do fotógrafo, qualidade do estúdio e a produção<br />
envolvida como: maquiagem, cabeleireiro<br />
e figurino. É interessante consultar também se<br />
com o Book Fotográfico será feito o Composite,<br />
que nada mais é do que o cartão de visitas de<br />
atores e modelos. No Composite é realizada<br />
uma seleção de 2 a 5 fotos com suas referências<br />
físicas e seu contato. Antes de tudo,<br />
devemos pensar que um book não é gasto e<br />
sim investimento, pois mesmo que você não<br />
deseje ser modelo, ele guardará bons momentos<br />
da sua vida eternamente.<br />
Bianca<br />
Comandini<br />
Angélica<br />
Sangaleti<br />
66
POR: MARCELLO FURTADO<br />
VIDA SOCIAL<br />
Empresários associados da ACIA<br />
preparados para a grande festa<br />
em comemoração aos 80 anos<br />
de fundação no dia 28 de junho.<br />
O jantar será servido pelo Buffet<br />
Karam e decoração por conta<br />
de Rosângela e Antônio Carlos<br />
Cápua. Festa imperdível.<br />
Edi Frediani e Claudiane Isidoro<br />
Geraldo José Cataneu e Heloisa Nascimento,<br />
Vanderley Macris, Jô Fatigati e Daniela (esposa<br />
de Macris)<br />
Emiliano Araújo, Alzira Grigoleto, Elza e João<br />
Prompero, Renato Mendonça e Maria Regina<br />
Framaschini<br />
Nicolino Lia Júnior e Márcia<br />
Roberta Galera e Rui Ribeiro<br />
Magalhães Filho<br />
Empresário Haroldo Alberto Ciarlariello,<br />
presidente do Conselho de Administração<br />
do Sicoob Iesacred e também diretor do<br />
Instituto Pró-Córdis, ao lado do cardiologista<br />
José Antônio Caracciolo, presidente da<br />
entidade. Ambos vêm realizando importante<br />
trabalho social na cidade.<br />
67
Uma noite no melhor<br />
estilo para Bruna<br />
Damaceno, Paula<br />
Monge, Ivan Morales<br />
e Caio Persighini, que<br />
curtiram no final do<br />
mês as delícias do<br />
Antonella<br />
Laís, Samira, Edilaine,<br />
Marines, Franciane e<br />
Érica, da loja Agulinha,<br />
na Avenida 36,<br />
esquina com Rua Tupi<br />
A Lupo comprou um<br />
dos pontos mais<br />
tradicionais da cidade:<br />
o prédio da antiga<br />
Casa Esmeralda,<br />
chamada de a<br />
esquina da elegância<br />
no passado<br />
Edson Carrascosa e Carolina Bezerra<br />
Hora de trabalhar, trabalhar; hora de se divertir, é<br />
importante. Isso é o que pensam o jornalista Ivan<br />
Roberto Peroni, diretor da Revista Comércio &<br />
Indústria e Agência Marzo e o amigo Fred<br />
Quintão, da Hot Sign Brasil, uma das maiores<br />
empresas de comunicação visual no Estado.<br />
É importante destacar o<br />
trabalho dos profissionais que<br />
atuam nos diversos veículos de<br />
comunicação da cidade. Além<br />
de valorizá-los, reconhecer o<br />
que cada um realiza: Chico,<br />
Célia Pires, Valesca Mendonça,<br />
Suze Timpani, Maribel Santos e<br />
Jéssica Gomes<br />
68
ALÔ, ALÔ GAROTADA!<br />
Andreza Aquino e Telma Moraes, de bem com a<br />
vida, comemoram o sucesso da Empório Mix<br />
Joseli Seves, a querida Jô, manda recado<br />
avisando que a Jô Models já está com<br />
inscrições abertas para o Baby Models <strong>2014</strong><br />
(3335 8429). A Jô Models, coligada com<br />
agências nacionais e internacionais, agrupa<br />
diversos departamentos, um deles o KIDS,<br />
com crianças lindas e preparadas para<br />
atender o mercado de trabalho, desde os<br />
bebês de 7 meses até 10 aninhos, isso<br />
porque é especializada na formação e<br />
treinamento de modelos, atores e atrizes<br />
para proporcionar acesso ao mercado de<br />
trabalho nessa carreira brilhante. “Os<br />
papais que tiverem interesse em fazer do seu<br />
filhinho uma estrela, estamos a sua espera<br />
com um super projeto infantil e os<br />
melhores concursos do interior paulista, tudo<br />
isso para fazer do seu filho um bom<br />
profissional, porque talento vem de berço”,<br />
diz Jô, toda animada.<br />
Gustavo Júnior<br />
Solange e Beatriz, atendimento eficiente no<br />
Quintal do Carmo<br />
Corujice explícita-mamãe Hebe Ferreira, papai<br />
Sergio Martins Júnior e a pequena Lara, que<br />
veio ao mundo para encher os nossos olhos<br />
de felicidade<br />
Alicia Valentina<br />
Não é de hoje que temos acompanhado o<br />
trabalho do Ronaldo Nakamoto, um dos mais<br />
destacados músicos da vida noturna da cidade,<br />
escolhendo sempre bons profissionais para estar<br />
ao seu lado. Um deles é o Gê Negrão. Taí uma<br />
boa pedida para empresas da cidade e região<br />
que realizam festas de confraternização.<br />
PRESENTE PARA A MAMÃE<br />
Leila avisando que a Remo Garitta está<br />
com novidades incríveis para o Dia das<br />
Mães. Na sequência vem o Dia dos<br />
Namorados com ótimas ofertas. Vamos<br />
aproveitar.<br />
69
O consultor Pedro Piva Junior, à<br />
frente do Projeto Peiex da Apex<br />
Brasil na cidade<br />
Manoel Soffner, da Maq Soffner<br />
Lisia Chacon, Aline Carrascosa, Julio De Padua e<br />
Miguel Carrascosa<br />
Um encontro de jornalistas no final<br />
de tarde: Rodrigo Viana, Roberto<br />
Schiavon, Rafael Zocco (Revista<br />
Comércio & Indústria) e Luis Zakaib<br />
Confraria reunida:<br />
Marcello Furtado (Revista Comercio<br />
& Indústria), Fernando Toqueiro,<br />
Laerte Borghi, Wanderlei Magri,<br />
Odimar Santos; Fernando Minussi,<br />
Marcos Souza, Marcos Bardi, Marcos<br />
Gibran, Beto Teixeira, Anderson Placco,<br />
Salvador Spoto e Miguel Cabau<br />
70
Associação Comercial lança no dia<br />
19 de maio em nossa cidade mais<br />
uma etapa do Projeto Empreender,<br />
abrangendo três núcleos setoriais:<br />
Construção, Confecções e Minimercado.<br />
Uma oportunidade para que o microempreendedor<br />
possa receber mais<br />
informações sobre sua atividade.<br />
Ovidio Salvador Simões Braga e Maria José<br />
Letícia Oliveira<br />
Eneida Miranda de Toledo, coordenadora<br />
municipal de Turismo<br />
Amigo Serginho<br />
Martins, figura<br />
de destaque na<br />
comunicação da<br />
cidade, reuniu<br />
amizades para<br />
comemorar seu<br />
aniversário<br />
Pedro Tedde e Arcângelo Nigro Neto na<br />
Academia Esporte Fino<br />
Paulo Elias<br />
Martins e Rose<br />
José Alberto Santarelli, presidente do Lar<br />
São Francisco e sua esposa Rose<br />
71
72
ANIVERSÁRIOS<br />
<strong>MAIO</strong><br />
A diretoria da ACIA cumprimenta todos os aniversariantes<br />
DATA NOME EMPRESA DATA NOME EMPRESA<br />
01/05<br />
01/05<br />
01/05<br />
01/05<br />
01/05<br />
01/05<br />
02/05<br />
02/05<br />
02/05<br />
02/05<br />
02/05<br />
02/05<br />
03/05<br />
03/05<br />
04/05<br />
05/05<br />
05/05<br />
06/05<br />
06/05<br />
06/05<br />
06/05<br />
06/05<br />
07/05<br />
07/05<br />
08/05<br />
09/05<br />
10/05<br />
10/05<br />
10/05<br />
10/05<br />
11/05<br />
11/05<br />
12/05<br />
12/05<br />
12/05<br />
12/05<br />
12/05<br />
12/05<br />
12/05<br />
13/05<br />
13/05<br />
14/05<br />
14/05<br />
14/05<br />
14/05<br />
14/05<br />
14/05<br />
15/05<br />
15/05<br />
José Carlos Aparecido Motta<br />
Luis Carlos Lupi<br />
Lineu Carlos de Assis<br />
Lígia Maria Costa Celante<br />
Juliano Fernandes de Freitas<br />
Feiz Mattar<br />
Emília Cândido Benite<br />
Arcângelo Nigro Neto<br />
Francisco Humberto Nigro<br />
Sebastião Sergio Cosmo<br />
Edino Marcelo Zenatti<br />
Edmur Bagio<br />
Vania Cristina Garcia<br />
Osvaldo Maurício<br />
Carlos Eduardo Melato<br />
Andréia de Prince<br />
Mara Regina de Ângelo Serretti<br />
Admilson Roberto Barbieri<br />
Carmine Brasil Tucci Neto<br />
Mônica D. M. da Silva Costa<br />
Amarildo Tavares<br />
Josely Lopes Fialho<br />
Livia Pinto Rajab<br />
Gerson Luis Monteacutti<br />
Maria Izabel F. Oliveira<br />
Alexandre Luiz Borsari<br />
Carlos Alberto Fincatti Silveira<br />
Antônio Gonçalves Filho<br />
Antônio Carlos Jeremias<br />
João Barbosa<br />
Sônia Rosa Terribele<br />
Luciana Ap. Silva Orlando<br />
Maria de Lourdes das Neves<br />
Maria do Carmo Doria Belotti<br />
Mário Roberto Mendonça<br />
Wesley João da Silva<br />
Francisco Alfredo Cefaly<br />
Eunice G. S. Pinto Paschoal<br />
Carlos Fabiano Altieri<br />
Mitsue Suto Yamada<br />
Rita de Cássia P. Souza<br />
Marcos Furukawa Diniz<br />
José Carlos Pinto<br />
Francisco José Formariz<br />
Jorge Anysio Haddad<br />
Nicola Loprieno<br />
Vitor César de Moura Júnior<br />
Izabel de Fátima Siqueira<br />
Douglas Fernando Corrêa<br />
Supermercado Estrela<br />
Paulista Automóveis Ltda<br />
W & L Publicidade<br />
Lilah Modas<br />
Ótica Thiago<br />
Feiz Mattar Imóveis<br />
Auto Posto Primavera<br />
Nigro<br />
Nigro<br />
Escandinávia Veículos<br />
Casa de Carnes Edinho<br />
Magazine Luiza<br />
DKV Fashion<br />
Rep. de Ferro e Aço São Joaquim<br />
Kaeseg Corretora de Seguros<br />
Princar<br />
Cad<br />
A. Roberto Barbieri<br />
Foto Tucci<br />
Rádio Elétrica Geral<br />
Bacana Auto Center<br />
INPG - Pós Graduação<br />
Rajab Engenharia<br />
Montseg Seguros<br />
Mercadinho e Comércio de Gás Gouveia<br />
Borsari Imóveis<br />
Carimbos Araraquara<br />
Depósito de Gás<br />
Imobiliária Jeremias Borsari<br />
Iesacred<br />
Millenium Music Shop<br />
Filó<br />
Bar e Mercearia da Lourdes<br />
Loja e Oficina Mercúrio<br />
Mendonça Radiocomunicação<br />
Puruka<br />
Gráfica Cefaly<br />
Palácio das Borrachas<br />
Mackor Auto Eletro e Baterias<br />
Bentoya<br />
Grafite Papelaria, Bazar e Copiadora<br />
Casa Sol Nascente<br />
Calhas Bandeirantes<br />
Pérola Contábil<br />
Duraleve<br />
Compitalia Informática<br />
Minas Queijos<br />
Hidrara Conexões<br />
Apollo<br />
16/05<br />
16/05<br />
17/05<br />
17/05<br />
17/05<br />
17/05<br />
17/05<br />
18/05<br />
18/05<br />
19/05<br />
19/05<br />
21/05<br />
21/05<br />
21/05<br />
22/05<br />
22/05<br />
22/05<br />
23/05<br />
23/05<br />
23/05<br />
23/05<br />
23/05<br />
23/05<br />
24/05<br />
24/05<br />
24/05<br />
24/05<br />
24/05<br />
25/05<br />
25/05<br />
25/05<br />
25/05<br />
25/05<br />
26/05<br />
26/05<br />
27/05<br />
27/05<br />
28/05<br />
28/05<br />
28/05<br />
29/05<br />
29/05<br />
29/05<br />
29/05<br />
29/05<br />
30/05<br />
31/05<br />
31/05<br />
Paulo César Ambrósio<br />
Ana Maria Furlan Bessa<br />
Jorge Affonso<br />
Fábio César Tamião<br />
José Carlos Pascoal Cardozo<br />
Mariana Gonçalves Basso<br />
Jorge Affonso<br />
Edna C. Aldrovani P. Oliveira<br />
Edes Dalmo de Oliveira<br />
Daniel José de Barros<br />
Rosa Maria da Cunha Alves<br />
Samuel Brasil Bueno<br />
Jose Aluizio Guedes Paschoal<br />
Ademir Sanita<br />
Sandra Regina Muniz<br />
Rômulo G. Rodrigues<br />
Roberto Cyrino Duarte de Souza<br />
Antônio Luiz Borsari<br />
Luis Antônio Schiavon<br />
Nelson Brito de Lucca<br />
Alzira Bernardo Micelli<br />
Cleia C. F. Brondino<br />
Gerson Barboni Ramello<br />
Edson Gomes Assumção<br />
Mauro Rodrigues<br />
Helena Maria Fedato Sávio<br />
Sandra Regina A. Vicente<br />
Raul Modenezi<br />
Olga Rodrigues Chade<br />
Carlos Pedroso Menabue Filho<br />
Marta Vilas Boas Macchioni<br />
Juliana Cristina da Silva<br />
Rosângela de Fátima Caires Motta<br />
Manoel Penna de Barros Cruz<br />
Marilea A. F. Silva Pereira<br />
Mário Ito<br />
Pâmela Masson Silva<br />
Miesuesuto Yamada<br />
André Gavranic Zaniolo<br />
Marcelo Cyrino da Silva<br />
Maurício Oliveira Molina Junior<br />
Ivanilde das Graças V. Celestinho<br />
João Luis Roveri<br />
Mário Carlo<br />
Jair Pereira<br />
Marcia Telles Begotti<br />
Denise Delomodarme F. Rosa<br />
Luciano Zavarize Evangelista<br />
Casa de Carnes Paulinho<br />
Nilana<br />
G.R.A.<br />
Techs Provider<br />
Sinhores / Ca-Suco<br />
Basso Imóveis<br />
Chevrolet<br />
Expert Infomática<br />
A Boa Compra<br />
Liceu Monteiro Lobato<br />
Arte da Terra<br />
Ceproesc<br />
Palácio das Borrachas<br />
Asa Informática<br />
Sandra Muniz Produções<br />
Sorte Sportiva<br />
Tend Ler<br />
Borsari Imóveis<br />
Reihtuag Auto Eletro<br />
Digicópias<br />
Funerária Micelli<br />
Eletrônica Celibron<br />
CQI<br />
Edinho Automóveis<br />
J. Rodrigues & Cia<br />
Sávio Madeiras<br />
Sr Ferragens<br />
Centrosul Leilões<br />
Caldeirão<br />
Kaito Imóveis<br />
Preço Único<br />
Flat Sun House<br />
Supermercado Estrela<br />
Honda<br />
Lea Assessoria em Turismo e Lazer<br />
Relojoaria Cruzeiro<br />
Motores Araraquara<br />
Bentoya<br />
Nostr’italia Ind. Com. de Alimentos<br />
Ápia Automóveis<br />
Tio Chico Condimentos<br />
Papa Léguas Conveniências<br />
Fonteri<br />
Macktub<br />
Pienegonda<br />
Hotel Fazenda Salto Grande<br />
Washington Rosa<br />
Lufa Refratários<br />
Estamos colaborando<br />
na construção de uma<br />
grande cidade<br />
73<br />
IESACR<strong>ED</strong><br />
Cooperativa de Crédito
Luís Carlos<br />
MINHA MÃE<br />
Espero ver minha mãe completar 96 anos<br />
em junho, sempre torcendo para poder vê-la<br />
fazer mais um aniversário. Ela não está doente,<br />
não tem nada. Só tem uma doença: a velhice.<br />
Como Terêncio dizia: ipsa senectus morbus<br />
est, a própria velhice é uma doença.<br />
Pois ela deixou de interessar-se pelas coisas<br />
mundanas. Tenho a impressão de que ela<br />
acha que não vale mais a pena preocupar-se<br />
com o mundo que gira ao seu redor, nem com<br />
os grandes, nem com os pequenos problemas<br />
que costumam atormentar os mais jovens.<br />
Talvez seja essa uma forma de se ir desligando<br />
aos pouquinhos da vida. É triste dizer isso, mas<br />
parece que nada mais vale a pena.<br />
Mas observa tudo; compreende, às vezes,<br />
o que se passa na casa. Quase não anda,<br />
ouve bem e ainda folheia algumas revistas de<br />
amenidades sem se importar muito. Ela que<br />
lia e escrevia bastante, costurava, fazia suas<br />
próprias roupas - e as dos filhos, aproveitando<br />
outras, econômica que era -, lavava, passava,<br />
até com aquele antigo ferro à brasa; rachava<br />
lenha para fazer comida no fogão próprio, cuidava<br />
dos três filhos e de seus deveres escolares,<br />
não tinha preguiça. A mínima preguiça.<br />
E nas horas vagas ainda cuidava da pequena<br />
horta no quintal, irrigando-a com carinho ao fim<br />
das tardes. Isso sem contar as galinhas que<br />
criava, quando naquele tempo, na cidade, isso<br />
ainda era permitido. E, é claro, sempre cuidando<br />
do marido.<br />
Sua infância foi difícil. Perdeu a mãe quando<br />
tinha uns sete anos, vítima da gripe espanhola.<br />
Até cuidou dos filhos pequenos de sua<br />
madrasta, com muito amor e carinho, quando<br />
esta faleceu prematuramente. Passou a vida a<br />
trabalhar, a lutar incansavelmente. Uma vencedora<br />
sobrevivente, de quase um século. Passou<br />
por todas as grandes transformações do<br />
século XX: as duas guerras mundiais, os inventos<br />
domésticos que facilitaram a vida moderna:<br />
B<strong>ED</strong>RAN<br />
Sociólogo e articulista da Revista &<br />
Comércio e Indústria de Araraquara<br />
geladeira, fogão a gás, rádio, tevê, computador,<br />
celular.<br />
E sempre disse que não gostaria de morrer<br />
na época do frio. Torço para que isso não aconteça.<br />
Os amigos dizem-me que sou uma pessoa<br />
feliz porque ainda tenho minha mãe. Eles têm<br />
razão, mesmo porque, embora possa imaginar<br />
como seria sua perda, a tristeza de seu desaparecimento,<br />
espero que essa experiência pessoal<br />
seja protelada ao máximo possível.<br />
É por isso que me considero uma pessoa<br />
privilegiada em poder vê-la todos os dias,<br />
beijá-la todos os dias, abraçá-la todos os dias.<br />
Porque todos os dias são os das mães e não<br />
somente o convencional Dia das Mães. Muitos<br />
nunca conseguiram isso porque as perderam<br />
muito cedo na vida. Felizes daqueles que ainda<br />
conseguem conviver com elas, que ainda<br />
recebem seus carinhos e abraços. Infelizes<br />
daqueles que não as conheceram, ou que ainda<br />
as têm, mas que não as desfrutam, pois<br />
como já disse um autor, “não há nada pior do<br />
que não ter mãe sem ser órfão”.<br />
Ela está bem velhinha.<br />
Seu olhar<br />
de compreensão<br />
quando vê os<br />
filhos, diz tudo.<br />
Nem precisa falar<br />
nada. Será que<br />
ela pensa que está sendo um pesado fardo<br />
para eles? Que quer ir embora logo? Espero<br />
que não, pois ela nunca será um fardo, nem<br />
mesmo levíssimo. É verdade que a qualidade<br />
de vida que tem não é a que se poderia esperar.<br />
Mas, fazer o quê? Temos de compreender<br />
que a vida que se leva nem sempre é aquela<br />
que se deseja, mesmo porque nem tudo são<br />
alegrias, nem para os idosos, nem para os jovens.<br />
Essa é a minha mãe; essa é a minha homenagem<br />
ao seu dia, que também seja extensivo<br />
a todas as mães de todo mundo, às jovens<br />
e às idosas, às atuais e às futuras. Com muito<br />
amor e muito carinho.<br />
P. S.: Esta crônica foi publicada há alguns<br />
anos. Republico-a em homenagem a D. Splende<br />
e ao Dia das Mães. Ela nos deixou em março<br />
deste ano, quase às vésperas de completar 102<br />
anos. Ainda bem que foi em pleno verão...<br />
74
O seu mundo com muito mais proteção.<br />
São Francisco Saúde. Todo mundo mais saudável.<br />
Os planos São Francisco Saúde oferecem tranquilidade e uma estrutura completa para cuidar do seu bem-estar e de sua família.<br />
Uma solução perfeita para que todos possam se sentir protegidos onde quer que estejam. A São Francisco Saúde oferece também<br />
planos empresariais. Uma solução perfeita para a saúde de seus colaboradores. São Francisco Saúde. Proteção para saúde e<br />
bem-estar da família e de sua empresa em todos os momentos.<br />
• Hospital São Francisco • Fisioterapia • Laboratório • Saúde Plena • Odontologia • Resgate • Ocupacional<br />
Responsável técnico: Dr. José Carlos Lucheti Barcelos CRM nº 81.223<br />
saofrancisco.com.br<br />
Ligue e faça seu plano<br />
de assistência médica.<br />
0800 777 90 70<br />
75
76