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RCIA - ED. 106 - MAIO 2014

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ÍNDICE<br />

Artigos<br />

05 | Da redação Sônia Maria Marques<br />

enaltece a Feirinha de Doação de Animais<br />

07 | Editorial Ivan Roberto Peroni<br />

Como Waldemar De Santi conseguiu se tornar<br />

uma lenda na política regional<br />

28 | Pesquisa Jaime Vasconcellos<br />

Após pesquisa ele anuncia: Inadimplência<br />

tem salto de 59% no primeiro trimestre de <strong>2014</strong><br />

29 | Jurídico Iran Carlos Ribeiro faz uma análise<br />

do Projeto do novo Código de Defesa do<br />

Consumidor e a regulamentação do comércio<br />

eletrônico no país<br />

Cidade<br />

08 | Comércio Dias de agitação com o Dia das Mães<br />

e dos Namorados e a hiper promoção que dá prêmios<br />

em lojas que disseram sim à campanha<br />

12 | Aniversário Sendo data cheia - 80 anos - a<br />

Acia faz um grande baile com o conjunto Demônios<br />

da Garoa no dia 28 de junho<br />

32 | Homenagem Cidade se despede de Waldemar<br />

De Santi no melhor estilo: aplaudindo o que ele fez<br />

como prefeito<br />

36 | Avenida Sete de Setembro Nossos<br />

repórteres circularam por ela e sentem os efeitos<br />

da revitalização no comércio noturno<br />

Mais de mil pessoas passaram pelo velório do antigo prefeito<br />

Antônio Gaban<br />

Capa<br />

Sicoob Iesacred<br />

Os segredos apontados<br />

por Antônio Gaban para<br />

que a cooperativa se<br />

tornasse uma das mais<br />

conceituadas instituições<br />

financeiras do Estado<br />

PÁG. 10<br />

Jederson Silva Braga, do<br />

Ponto Auto<br />

PÁG. 20<br />

Economia<br />

14 | Débito ou Crédito Na cidade as micro<br />

empresas aderem às máquinas de cartões<br />

16 | O passado volta Lembram dos mascates?<br />

As vendas retornam com o porta a porta e o que<br />

comprar?<br />

21 | A vida dos mais velhos Carros seminovos<br />

dão banho de vantagens no zero km<br />

40 | Indústria da música O repórter Rafael<br />

Zocco mostra a cara das bandas que agitam o<br />

rock nas casas noturnas de Araraquara<br />

55 | Deu na Revista Exame Araraquara<br />

volta a estar entre as melhores cidades do Brasil<br />

para investir<br />

Sindicato Rural<br />

44 | Dia da soja no campo Com<br />

incentivo do Sindicato Rural estudantes<br />

vão ao campo conhecer o plantio da soja<br />

46 | O negócio caipira Turismo Rural<br />

pode começar por Bueno<br />

Saúde<br />

48 | Os animais em nossas vidas<br />

Em Araraquara, cães ajudam mulheres<br />

a vencer o câncer. A RCI ouviu histórias<br />

fantásticas de pessoas que melhoram<br />

após a adoção de animais<br />

Ela será presidente da Seccional da Academia de Letras do Brasil<br />

Michelle Franzini Zanin, a nossa poetisa<br />

A escritora e poetisa araraquarense Michelle Franzini Zanin deve<br />

assumir uma seccional da Academia de Letras do Brasil que será<br />

implantada na cidade, tendo como vice Elisabete Franzini Zanin. Ela<br />

foi fundada em 2001 no Rio de Janeiro por Mario Roberto Carabaial<br />

Lopes. Em Araraquara, a apresentação oficial da academia será<br />

realizada em novembro. Michelle também é membro das mais<br />

importantes Academias de Letras Nacionais e Internacionais, delegada<br />

cultural do Conselho Nacional Heráldica, Ciências, Letras e Artes e<br />

Consulesa dos Poetas Del Mundo e cidadã benemérita do município.<br />

Em dezembro do ano passado a jovem escritora recebeu o Diploma<br />

Pena de Ouro, por conta de sua poesia Amor Espetacular.<br />

Atleta que<br />

vale ouro<br />

Roseli do Carmo<br />

Gustavo da<br />

Silva está voltando<br />

para Araraquara<br />

após<br />

participar do<br />

8° Campeonato<br />

Panamericano de Basquetebol Máster,<br />

que este ano aconteceu em Lima, no<br />

Peru. Ela foi convocada para a seleção<br />

brasileira de Basquetebol Máster na categoria<br />

40+ em virtude da sua expressiva<br />

condição física e técnica apresentada<br />

nos últimos eventos.<br />

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Documento<br />

56 | Samuel Brasil Bueno<br />

A história de João Vitor Nascimento<br />

Maurício, o menino que queria ser<br />

prefeito da cidade e hoje é nome do<br />

Centro Municipal de Saúde<br />

João Vitor<br />

PÁG. 56<br />

O poder incrível de cães e gatos em nossas vidas<br />

PÁG. 48<br />

Grecco<br />

e Faixa<br />

Futebol Amador<br />

59 | Flamengo da Vila Furlan<br />

Rebeldes, mas bons de bola.<br />

Flamengo está na série de<br />

reportagens sobre os clubes<br />

amadores que reinaram nos<br />

anos 60 e 80<br />

Variedades<br />

64 | Dia da Aeromoça<br />

O repórter Jean Cazellotto traz a<br />

história da aeromoça araraquarense<br />

Maibi Sambrano<br />

67 | Em Foco Os fatos e as pessoas<br />

da cidade<br />

74 | Luiz Carlos Bedran<br />

Ele escreve artigo com o título Minha Mãe<br />

Unesp apresenta mais uma novidade<br />

De uns tempos para cá a Unesp decidiu botar sua cara nas coisas que faz.<br />

A universidade parece que guardava para si tudo que realizava e olha<br />

que tem trabalhos fantásticos. Um deles acaba de ser lançado.<br />

DA R<strong>ED</strong>AÇÃO<br />

REVISTA<br />

Sônia Maria Marques<br />

Para acabar com<br />

a vida de cão<br />

Louvável sob todos os aspectos o objetivo da Feirinha de<br />

Adoção de Animais Carentes no Parque Infantil, normalmente<br />

realizada aos sábados. Na busca por novos lares para cães e<br />

gatos, filhotes e adultos que foram abandonados ou perdidos,<br />

é que os animais procuram por novos donos. Organizada pela<br />

Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a Feirinha conta com a<br />

ajuda de voluntários envolvidos na Proteção Animal que solicitam<br />

que as pessoas colaborem com as adoções e a guarda responsável.<br />

Todos os cães e gatos que participam da Feirinha foram<br />

resgatados das ruas, são castrados, vermifugados, vacinados e<br />

microchipados. Para adotar um animal, o interessado deve ser<br />

maior de 18 anos, passar por uma entrevista, apresentar CPF e<br />

RG, e se comprometer a cuidar do animal adotado. Os interessados<br />

em adotar gatinhos devem levar uma caixa para transporte<br />

do animal; já para adoção de cachorros devem levar coleira e<br />

guia. Além de encontrar novos lares para os animais, a Feirinha<br />

também tem o objetivo de alertar para a guarda responsável,<br />

já que abandonar animal é crime de acordo com a lei federal<br />

9605/98. Os voluntários das associações, durante a Feirinha, divulgam<br />

informações sobre a guarda responsável, mostrando aos<br />

interessados que a adoção é um ato de responsabilidade. Está de<br />

parabéns o Edivaldo à frente deste setor na Secretaria de Meio<br />

Ambiente, associações, ongs e voluntários que se dispõem em<br />

cuidar destes bichinhos.<br />

<strong>ED</strong>IÇÃO N°<strong>106</strong> - <strong>MAIO</strong> / <strong>2014</strong><br />

A qualidade do ensino de idiomas nas<br />

escolas de educação básica e média<br />

no Brasil deixa a desejar. Isso pode ser<br />

constatado quando se analisa a baixa<br />

taxa de proficiência entre os alunos,<br />

que costumam estudar a língua estrangeira<br />

por mais de dez<br />

anos e, ainda assim, não<br />

conseguem dominar um<br />

segundo idioma. Pensando<br />

em melhorar este quadro,<br />

uma equipe formada por<br />

desenvolvedores de games<br />

e pesquisadores lançou em<br />

abril um jogo que auxilia e<br />

torna lúdico o aprendizado<br />

de inglês para crianças a<br />

partir de 7 anos de idade.<br />

A iniciativa do grupo Ludo<br />

Educativo resultou da parceria<br />

entre o Centro de Pesquisa<br />

para o Desenvolvimento de Materiais<br />

Funcionais, com participação da<br />

Unesp, da Universidade Federal de São<br />

Carlos (UFSCar) e do Instituto de Pesquisas<br />

Energéticas e Nucleares (Ipen).<br />

O jogo Verb Rabbit auxilia o ensino de<br />

inglês, fixando os conteúdos dados em<br />

sala de aula. O game possui dois módulos,<br />

cada módulo com dois treinos e<br />

duas corridas. A corrida é liberada após<br />

o jogador realizar o treino obrigatório.<br />

Segundo os desenvolvedores do game,<br />

a temática do inglês foi escolhida pois é<br />

uma disciplina essencial para pessoas<br />

de todas as idades e vem sendo pouco<br />

explorada em jogos educativos desse<br />

gênero. A pesquisadora do CDMF<br />

Elisabeth Pizoni foi responsável pela<br />

preparação da metodologia do jogo.<br />

Parabéns pelo trabalho.<br />

Diretor Editorial: Ivan Roberto Peroni<br />

Supervisora Editorial: Sônia Marques<br />

Redação: Rafael Zocco, Jean Cazellotto<br />

Depto. Comercial: Gian Roberto, Silmara Zanardi,<br />

Marcos Assumpção, Marcello Furtado<br />

Design: Mário Francisco, Carolina Bacardi,<br />

Fernando Oprime, Bete Campos<br />

Tiragem: 5 mil exemplares<br />

Impressão: Grafinew - (16) 3322-6131<br />

A Revista Comércio & Indústria é distribuida gratuitamente<br />

em Araraquara e região<br />

INFORMAÇÕES ACIA: (16) 3322 3633<br />

COORDENAÇÃO, <strong>ED</strong>ITORAÇÃO, R<strong>ED</strong>AÇÃO E PUBLICIDADE<br />

Fone/Fax: (16) 3336 4433<br />

Rua Tupi, 245 - Centro<br />

Araraquara/SP - CEP: 14801-307<br />

marzo@marzo.com.br<br />

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<strong>ED</strong>ITORIAL<br />

De Santi, na história política da<br />

cidade se transformou em lenda<br />

É triste olhar a cidade sem o Waldemar de Santi. Por<br />

mais de 80 dias na UTI da Beneficência Portuguesa, ele<br />

enfrentou sua mais problemática campanha, embora<br />

tendo um importante aliado, o Pai Celestial que é Aquele<br />

que clamamos pela presença nos momentos mais difíceis<br />

da nossa passagem por aqui. Nas outras, De Santi tirou<br />

de letra, embora sua afinidade tenha sido com números.<br />

Como bom contabilista, se tornou amigo inseparável das<br />

vitórias que o transformaram no mais lendário dos políticos<br />

e quando afastado da vida pública, fez Araraquara<br />

perder uma referência. Para ele, político do povo humilde,<br />

era hora de partir. A exemplo de tantos outros que<br />

partiram antes, cansou da hipocrisia.<br />

De Santi foi o que foi: audacioso, corajoso, honesto;<br />

tentado por corruptos, se absteve das falcatruas que<br />

resguardadas as proporções, são as mesmas que levam<br />

hoje o país a perder alguns valores: a ética e o respeito.<br />

O valor econômico capenga, maquiado por números e<br />

índices que não espelham a realidade, é o que resta.<br />

O “Wardemá” de alguns era diferente e tinha a sua<br />

própria ideologia de compromisso com a cidade. Me<br />

lembro que num dia de céu aberto, realizou uma negociata<br />

que entrou para a história: saio do MDB e entro<br />

para o PDS se devolverem para Araraquara a Região<br />

Administrativa. Dito e feito. Não se importava se estava<br />

se aliando a Paulo Maluf; interessante é que a cidade<br />

retomava o que perdera anos antes mesmo tendo cinco<br />

deputados em uma única gestão: Pedro Marão, Scalamandré<br />

Sobrinho, Leonardo Barbieri, Oswaldo Santos<br />

Ferreira e Amaral Gurgel. O prefeito então deixava o<br />

partido que sempre sonhou ter nas mãos, para a prática<br />

de uma política voltada para o<br />

desenvolvimento da cidade. Por tão<br />

menos, anos mais tarde, o próprio<br />

PT que mais criticava Maluf, foi pedir<br />

seu apoio na eleição de Fernando<br />

Waldemar De Santi e Reginaldo Galli, amigos inseparáveis<br />

Haddad para prefeito de São Paulo. E olha que o Lula teve<br />

que participar do encontro na casa do Maluf.<br />

Eram fatos assim que faziam De Santi, o “calabrês”, ser<br />

cada vez mais popular. Ele sentia o cheiro do povo, atendendo<br />

uma vez por semana no improvisado gabinete do<br />

térreo, as pessoas que o procuravam. Nada de conversar<br />

com secretário, diretor disso ou daquilo ou com a minha<br />

secretária. O povo falava com De Santi, reclamava diretamente<br />

com ele. Depois disso, feliz da vida, ia ao Restaurante<br />

do Cidinho para se reunir com seus fiéis companheiros.<br />

Ele era autêntico, na sua loja de refrigeração, Prefeitura, no<br />

Cidinho ou no Bar do Zinho que em inúmeras ocasiões se<br />

transformou em seu comitê eleitoral. Aliás, não me lembro<br />

do De Santi ter montado em período eleitoral algum comitê<br />

para ganhar eleição. Sua conversa era frente a frente com<br />

o eleitor. Sua política morava na rua.<br />

É pena que partiu, mergulhado talvez em pensamentos,<br />

refletindo sobre as coisas que fez para manter um caráter<br />

inatacável; imaginando quem sabe a vida maravilhosa ao<br />

lado de dona Carmem e da filha Júnia, lá do outro lado.<br />

Lembrando os tempos de garoto, entregando leite nas madrugadas<br />

da sua cidade e do serviço de empacotador na<br />

Fábrica de Meias Lupo. Tal como na música do Chico, “Mirem-se<br />

no exemplo, daquelas mulheres de Atenas”, seria<br />

importante nos transportarmos à realidade que hoje vivemos,<br />

e, olharmos De Santi como exemplo: a nós, de cidadão;<br />

aos políticos, de decência e ética; de família, marido<br />

e pai honrado; de fidelidade, aos amigos que sempre respeitou<br />

e os manteve encorajados para enfrentar qualquer<br />

desafio. Até mesmo agora, quando os visitam para chorar<br />

com ele essa dor que não tem fim.<br />

7


FESTIVAL DE PRÊMIOS<br />

Promoção agita a cidade no Dia<br />

das Mães e Dia dos Namorados<br />

O SINCOMERCIO e a ACIA<br />

se unem e cumprem importante<br />

papel com o objetivo de<br />

movimentar a economia da<br />

cidade. São duas promoções<br />

em uma única campanha,<br />

dada a proximidade dessas<br />

datas significativas no calendário<br />

anual do nosso comércio.<br />

Para ampliação das vendas e o fortalecimento<br />

do comércio local em maio/junho/<strong>2014</strong>,<br />

por ocasião do Dia das Mães e<br />

Dia dos Namorados, a ACIA e o SINCOMERCIO<br />

estabelecem parceria para a promoção – Raspou,<br />

Achou, Ganhou com o objetivo simultâneo<br />

de premiar os consumidores através de<br />

um prêmio instantâneo.<br />

De acordo com o regulamento, o cliente<br />

tem direito a um Vale-Brinde a cada compra<br />

efetuada, com o próprio estabelecimento comercial,<br />

determinando o valor ou condições<br />

para que o consumidor tenha acesso à raspadinha<br />

(valor mínimo estipulado de R$ 50 para<br />

ter direito ao Vale-Brinde). Nas Drogarias, será<br />

válido para efeito de troca, apenas em produtos<br />

de higiene pessoal e perfumarias.<br />

Os consumidores estão concorrendo a<br />

600 prêmios instantâneos, no valor total de<br />

R$ 40.000,00. A promoção será realizada no<br />

período de 30 de abril a 12 de junho de <strong>2014</strong>,<br />

envolvendo duas datas importantes do calendário<br />

comercial. O prêmio instantâneo será<br />

gasto exclusivamente nas lojas conveniadas à<br />

promoção.<br />

COMO COMEÇOU<br />

Em março foi realizada a primeira reunião<br />

dos diretores da ACIA e SINCOMERCIO com<br />

Raspadinha começou no dia 30 de abril<br />

proprietários e representantes de lojas da cidade.<br />

Na ocasião foi feita uma exposição do<br />

projeto, havendo grande interesse de todos<br />

em participar.<br />

Na verdade, diz o presidente da ACIA,<br />

Renato Haddad, estamos conseguindo unir<br />

o Dia das Mães e o Dia dos Namorados em<br />

uma promoção única, num espaço de pouco<br />

mais de 40 dias, incentivando o lojista a participar<br />

e o seu cliente a comprar. Sentimos que<br />

há uma necessidade de integração entre as<br />

entidades, os comerciantes e o consumidor.<br />

Para Araraquara é interessante o movimento<br />

e assim evitar a saída de quem consome em<br />

outras cidades da região.<br />

O presidente do SINCOMERCIO, Antônio<br />

Deliza Neto, tem a mesma opinião e observa<br />

que a promoção tem um caráter de integração.<br />

As entidades cumprem sua finalidade e<br />

só alcançaremos os nossos objetivos se de<br />

fato o empresário fizer a sua parte para o fortalecimento<br />

da sua relação com o público. Se o<br />

resultado for positivo, é evidente que daremos<br />

sequência às promoções.<br />

Neste período pelo menos 100 mil raspadinhas<br />

estarão circulando pelo comércio local<br />

com a possibilidade de que em todas as lojas,<br />

haverá clientes premiados com R$ 50,00 ou<br />

R$ 100,00. Com ações assim é que tornaremos<br />

o comércio cheio de atrativos.<br />

Renato e<br />

Toninho<br />

Deliza<br />

Primeiro encontro realizado para exposição<br />

do projeto, na sede da ACIA<br />

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MATÉRIA DE CAPA<br />

O Sicoob Iesacred passa a ser de todos e com<br />

poder de realizar todas as operações bancárias<br />

O Sicoob Iesacred a partir de<br />

agora abre suas portas a todo<br />

cidadão que deseja estar como<br />

cooperado em uma instituição<br />

financeira - movimentando<br />

contas, aplicando, realizando os<br />

mais diversos tipos de operação<br />

e ainda participando das sobras<br />

no final de cada exercício. É a<br />

chamada Livre Admissão.<br />

Para o mercado financeiro regional a notícia<br />

apresentada pelo Sicoob Iesacred em abril<br />

não poderia ser melhor: ela deixa a limitação<br />

de ser apenas uma cooperativa de empresários<br />

e empregados e passa a ser uma instituição<br />

de livre admissão. Foi mais uma grande<br />

conquista do presidente Antônio Tomazetti Gaban<br />

e seus companheiros de diretoria, entre<br />

eles Walter Francisco Orloski, da área administrativa,<br />

que acompanhou todo processo de<br />

expansão e transformação do Sicoob Iesacred<br />

em uma das maiores cooperativas de crédito<br />

no interior de São Paulo.<br />

Mas o que é Livre Admissão no vocabulário<br />

cooperativista e mercado financeiro?<br />

É fácil explicar: o Sicoob Iesacred quando<br />

começou tinha como cooperado apenas o<br />

comerciante ou industrial; depois vieram os<br />

empregados das empresas e agora, qualquer<br />

cidadão pode abrir conta no Sicoob Iesacred e<br />

realizar os mesmos tipos de operações feitas<br />

por um banco convencional.<br />

A HISTÓRIA<br />

Limitada aos funcionários de uma empresa,<br />

porém sediada numa Região estrategicamente<br />

localizada no interior de São Paulo, com<br />

elevado nível de qualidade de vida e atraindo<br />

novas indústrias importantes, o Sicoob Iesacred<br />

percebeu um potencial de crescimento.<br />

Primeiro incorporou uma pequena cooperativa<br />

de crédito local, abrindo-se para pequenos empresários.<br />

Depois, com orientação da Cecresp,<br />

passou para a categoria de livre admissão. Antônio<br />

Tomazetti Gaban, diretor presidente da<br />

cooperativa, fala das boas perspectivas após<br />

as mudanças promovidas no estatuto social e<br />

a chancela do Banco Central. Ele ainda se diz<br />

disposto a se unir a outras cooperativas, “uma<br />

10<br />

O Sicoob Iesacred agora<br />

deixa a limitação de ser<br />

apenas uma cooperativa de<br />

empresários e empregados e<br />

passa a ser uma instituição<br />

de livre admissão<br />

tendência inevitável para o fortalecimento do<br />

setor”, acredita. Investimentos foram feitos em<br />

dois novos e amplos Postos de Atendimentos e<br />

está tudo pronto para colher os louros de uma<br />

decisão tomada na hora certa.<br />

REVISTA COMÉRCIO & INDÚSTRIA – A<br />

Antônio Gaban,<br />

diretor presidente<br />

do Sicoob Iesacred


Profissionais que atuam e dão o equilíbrio necessário para que o Sicoob Iesacred se agigante cada vez mais: Walter Francisco Orloski,<br />

Samantha Batistela Tokuda, Deives Marcelo da Costa, Renata Orloski, Claudio Antônio Salmazo, Ana Paula da Silveira Silva, Carlos<br />

Henrique Bonavina, Susana Lucy Yamada e Natane Velcy Araújo<br />

cooperativa estava bem posicionada, aglutinando<br />

funcionários do Grupo Iesa (Ex-Villares)<br />

e pequenas empresas do setor vestuário, fruto<br />

de uma incorporação. Por que decidiram abrir<br />

ainda mais o leque de opções e foram para a<br />

livre admissão?<br />

ANTÔNIO GABAN – Por uma questão<br />

estratégica. O mercado hoje está muito competitivo<br />

e para sobrevivermos e continuar a<br />

oferecer produtos financeiros para nossos<br />

cooperados, é necessário ampliar a base de<br />

associados e criar escala.<br />

RCI – Como foi o processo e quanto tempo<br />

levou da decisão à autorização do BC?<br />

AG – Demorou aproximadamente um ano.<br />

Tivemos total apoio da Cecresp, que nos ajudou<br />

no planejamento e formatação do projeto<br />

para encaminhamento ao Banco Central. E validamos<br />

a estratégia em Assembleia.<br />

RCI – Como estão se preparando para<br />

atender a nova demanda?<br />

AG – Além da sede dentro da Iesa, temos<br />

dois novos PAs localizados em áreas externas:<br />

um no centro de Araraquara, com boas instalações,<br />

em 240m², caixas eletrônicos, muito<br />

bem equipado e outro no centro de Matão, um<br />

pouco menor, mas também com toda infraestrutura.<br />

Trabalhamos com todos os produtos<br />

e serviços Sicoob, como cartões, cheque<br />

especial, Previ, BNDES, consórcio, seguros,<br />

cobrança, folha de pagamento e câmbio. Recentemente<br />

contratamos uma ex-gerente de<br />

banco elitizado, com experiência em negócios<br />

e iremos contratar mais um funcionário. Temos<br />

um time completo e agregaremos mais<br />

gente e mais estrutura aos poucos, de acordo<br />

com a demanda.<br />

RCI – Qual a expectativa?<br />

AG – As perspectivas são muito positivas<br />

devido ao potencial de crescimento da<br />

cidade. Temos hoje quase 3 mil associados.<br />

Queremos dobrar o número ainda este ano.<br />

Já havíamos crescido 30% em 2013. Temos<br />

uma condição de boa solidez, patrimônio de 9<br />

milhões, 17 milhões em ativos. Com tal patrimônio<br />

podemos emprestar 20% do PR (patrimônio<br />

de referência), o que significa cerca de<br />

R$ 1,5 milhão.<br />

RCI – Ou seja, tem uma boa margem para<br />

ampliar a carteira de crédito. Como pretende<br />

atrair novos associados?<br />

AG – Isso mesmo, temos capital para emprestar.<br />

Após a aprovação do Banco Central<br />

para atuarmos com livre admissão, estamos<br />

nos propagando para comunicar essa nova<br />

fase para o público externo. Vamos investir em<br />

todas as mídias possíveis. Podemos atender<br />

Pessoa Física e Jurídica, isso faz uma grande<br />

diferença num objetivo de crescimento e fortalecimento<br />

da cooperativa. Queremos mostrar<br />

11<br />

os diferenciais do Sicoob, o fazer diferente, ser<br />

uma instituição financeira ainda mais sólida<br />

sem descuidar dos princípios cooperativistas.<br />

O cooperado é o patrão e não o capital.<br />

RCI – A livre admissão será uma tendência<br />

para o cooperativismo de crédito?<br />

AG – Não tenho dúvidas disso. É o modelo<br />

ideal e a saída para o cooperativismo de crédito<br />

sobreviver à concorrência até desleal de outras<br />

instituições financeiras e fazer a diferença<br />

realmente para as pessoas, os associados e<br />

a economia regional. Principalmente cooperativas<br />

de capital-empréstimo. Hoje a economia<br />

e a tecnologia pressupõem redução de custos<br />

constantes e enxugamento de pessoal. É uma<br />

condição de instabilidade para a cooperativa<br />

de funcionários. Os grandes bancos estão investindo<br />

maciçamente no varejo, área tradicional<br />

e de origem do cooperativismo.<br />

RCI – Encerrou-se então o processo de<br />

fusões já que agora abriram totalmente o quadro<br />

social?<br />

AG – De jeito nenhum. Estamos sempre<br />

abertos a conversar com outras cooperativas,<br />

para união, fusão, o que for melhor para os<br />

cooperados.<br />

O Sicoob Iesacred hoje é um orgulho para<br />

Araraquara e região: um poder que atinge números<br />

fantásticos pela sua seriedade.


ANIVERSÁRIO DA ACIA<br />

Demônios da Garoa, um show<br />

para reviver a história da ACIA<br />

Uma noite muito especial será<br />

vivida pelos empresários da<br />

cidade no dia 28 de junho:<br />

coquetel, jantar, show com o<br />

grupo Demônios da Garoa e<br />

baile animado pela Banda Doce<br />

Veneno. O evento marcará o<br />

aniversário de fundação da<br />

ACIA ocorrido em 30 de junho<br />

de 1934.<br />

Imagine uma festa no mais alto estilo com<br />

direito a uma viagem ao passado para relembrar<br />

a fundação da Associação Comercial e<br />

Industrial de Araraquara. Era um tempo de<br />

romantismo, sonho e poesia. Operários com<br />

seus uniformes acinzentados ou azulados, caminhando<br />

apressados nos fins de tarde como<br />

a buscar as cadeiras ajeitadas nas calçadas<br />

para uma conversa que atravessava o começo<br />

da noite e se transformava em inspiração para<br />

o trabalho do dia seguinte.<br />

Foi neste clima em uma noite fria de 30<br />

de junho que os senhores das nossas indústrias<br />

e do nosso comércio decidiram fundar<br />

uma associação que lhes desse poder e representatividade<br />

na discussão das questões<br />

econômicas, políticas e sociais do município.<br />

Tamanha passou a ser essa força que vários<br />

foram os empresários que se transformaram<br />

em prefeitos, vices, deputados e vereadores.<br />

Alimentada desde o início por industriais,<br />

comerciantes, prestadores de serviços e até<br />

mesmo profissionais liberais, a ACIA se engajou<br />

em campanhas memoráveis, algumas<br />

marcadas pela ousadia dos seus diretores e<br />

a união do seu quadro associativo dentro de<br />

um comércio emergente e proporcional ao<br />

crescimento dos bairros. Da pequena cidade<br />

de 40 mil habitantes em 1934, onde o centro,<br />

Vila Xavier, São Geraldo, São José e Fonte<br />

Luminosa pontuavam a esperança do crescimento,<br />

Araraquara acelerou esse processo<br />

a partir dos anos 60. Ela então possuía seus<br />

80 mil habitantes, se familiarizando com as<br />

memoráveis conquistas da Ferroviária no futebol<br />

brasileiro, a fixação dos trolleibus como<br />

transporte coletivo, o início da canalização do<br />

Córrego do Ouro e construção da Via Expressa.<br />

Seus cinemas Odeon, Paratodos, Nove de<br />

Julho e Coral, anunciavam o clássico La Dolce<br />

Vita, com Marcelo Mastroianni e a atriz Brigitte<br />

Bardot reinava como maior símbolo sexual<br />

da década. O lazer se completava nas noites<br />

de Araraquara com José Abud inaugurando O<br />

Boliche; algum tempo depois no mesmo lugar,<br />

veio o Restaurante Gimba com o<br />

ineditismo do self service; a Casa<br />

Barbieri dividia seu espaço com<br />

Formação do Grupo Demônios da Garoa<br />

em 1943, nove após a fundação da ACIA<br />

a Cabana, uma loja de eletrodomésticos da<br />

própria família. O 27 de Outubro fechava sua<br />

sede; em frente ao 27 e ao lado da Kibelanche<br />

surgia o Pacos 70, referência visionária aos<br />

anos 70 que despontavam.<br />

Em todas as ações, comércio e serviços se<br />

misturavam; a indústria parecia não sair do lugar<br />

e não se observava nenhum esforço neste sentido<br />

pela própria carência da mão-de-obra. Lupo e<br />

Nigro, já como grandes indústrias, se garantiam<br />

com o mercado existente, enquanto as pequenas<br />

empresas desenhavam um perfil familiar.<br />

A tecnologia forçou com o passar dos anos,<br />

à mudança de hábitos e costumes; a explosão<br />

econômica decorrente da vinda de empresas<br />

e a transformação da cidade num pólo tecnológico<br />

também deu à ACIA um outro conceito<br />

que se ajusta aos novos tempos. Não há como<br />

trabalhar o presente e visualizar o futuro sem<br />

reviver o passado, pois há que se reconhecer<br />

e valorizar o esforço dos nossos antepassados.<br />

A Nigro e a Lupo seguem como<br />

duas tradicionais empresas da<br />

cidade, participando da expansão<br />

econômica, gerando emprego<br />

com a fabricação de artefatos de<br />

alumínio e meias, respectivamente<br />

Nigro<br />

12


13


CRÉDITO OU DÉBITO<br />

Na cidade, as microempresas<br />

aderem às máquinas de cartões<br />

É débito ou crédito? A pergunta<br />

pode parecer batida. Porém,<br />

quando é feita por camelôs ou<br />

comerciantes que vendem de<br />

porta em porta soa inusitada,<br />

no mínimo. Mas dá para se ver<br />

que é cada vez maior o número<br />

de comerciantes informais em<br />

Araraquara que possuem<br />

máquinas que aceitam o<br />

chamado “dinheiro de plástico.”<br />

pelo menos 8 utilizo as máquinas como forma<br />

de pagamento para meus clientes. Várias pessoas<br />

já me falaram que vêm até aqui apenas<br />

pelo fato de poder passar cartão. Tenho um<br />

cliente que compra todo dia e me paga por semana,<br />

apenas utilizando o cartão”.<br />

Usar um cartão na hora de pagar tem suas<br />

vantagens e desvantagens e o cliente deve<br />

ficar de olho, pois pode ser uma armadilha,<br />

caso seja usado sem controle, mas também<br />

pode trazer benefícios, como descontos, mi-<br />

Está cada vez mais acessível ter uma<br />

máquina de cartões nos estabelecimentos<br />

comerciais ou de serviços. Você pode chegar<br />

em qualquer comércio com vários adesivos de<br />

diversas bandeiras. A pergunta soa num abrir<br />

e fechar de olhos: “crédito ou débito” para pagar<br />

seu produto?<br />

Em Araraquara, a facilidade de pagar com<br />

o cartão invadiu as microempresas. Pode-se<br />

passar no crédito ou débito até mesmo em<br />

bancas de jornais. É o caso da Banca do Correio,<br />

pioneira na cidade neste ramo a aceitar<br />

cartões.<br />

Roberto Barbosa da Silva é o proprietário<br />

da banca instalada ao lado do Correios na<br />

Avenida Brasil. “Estou aqui há 28 anos e há<br />

14<br />

Na atualidade até mesmo os camelôs<br />

que vendem bolsas femininas, brinquedos,<br />

relógios e celulares aceitam cartões, e<br />

alguns deles possuem até mais de uma<br />

máquina. Nos bairros mais afastados, a<br />

realidade é a mesma, com vendedores<br />

de porta em porta usando também as<br />

maquininhas que recebem pagamento<br />

no cartão de débito /crédito.


Roberto Barbosa da<br />

Silva, na Banca do<br />

Correios, há 8 anos<br />

opera com a máquina.<br />

Segundo ele, muitos<br />

consumidores optam<br />

por pagar no cartão<br />

pela segurança de não<br />

ter que andar com<br />

dinheiro no bolso.<br />

Outros comerciantes<br />

alegam que às vezes<br />

perdem clientes por<br />

não ter a máquina.<br />

lhas em viagens de avião e outros recursos. Os<br />

juros cobrados pelos bancos podem variar e<br />

algumas agências oferecem até 40 dias para<br />

pagar a fatura.<br />

A taxista Melise Evelin da Silva, do ponto<br />

de táxi da Matriz, está no ramo há dois anos e<br />

já disponibiliza esse serviço de cartão para os<br />

passageiros. “Eu uso a máquina como um diferencial<br />

em relação a outros taxistas, porém,<br />

às vezes acaba não compensando pois tenho<br />

que forçosamente, pagar uma mensalidade –<br />

de R$ 89 reais – além da porcentagem que<br />

é descontada toda vez que aceito o cartão.<br />

É uma estratégia que usamos para atrair os<br />

empresários que possam ter um cartão corporativo.<br />

Tenho um cliente que vem sempre para<br />

Araraquara e me contata por eu ter este serviço,<br />

que é mais uma opção de conforto”, relata.<br />

Eduardo de Souza é o proprietário da revendedora<br />

Ultragaz, no São Geraldo e usa<br />

quatro máquinas de cartões para conseguir<br />

atender seus clientes. “Começamos a utilizar<br />

o sistema de pagamento com cartões há<br />

4 anos, por solicitação dos nossos clientes.<br />

Atualmente, quase metade das entregas são<br />

pagas por cartão”.<br />

O empresário ainda diz que em questão<br />

de segurança, não há dúvida que utilizar os<br />

serviços da máquina é melhor do que circular<br />

com dinheiro na rua. “Quando falamos de segurança,<br />

é melhor nós termos a máquina, mas<br />

a operadora cobra uma taxa mensal de cada<br />

máquina, então financeiramente, para nós é<br />

melhor o dinheiro”, finaliza.<br />

Para uma empresa se credenciar e poder<br />

usar os recursos do pagamento via cartão, é<br />

necessário ter um CNPJ ativo, conta bancária<br />

em nome da empresa em um dos bancos<br />

credenciados – Banco do Brasil, Bradesco ou<br />

HSBC – e os dados cadastrais que podem ser<br />

encontrados no site www.cielo.com.br.<br />

Além do crédito e débito, as operadoras<br />

têm várias opções de serviços, como a venda<br />

no crédito parcelado, sem juros e também o<br />

crediário. As máquinas da Cielo aceitam as<br />

principais bandeiras do mercado, como Visa,<br />

MarterCard, AmericanExpress, Alelo, Sorocred,<br />

entre outras.<br />

Expor produtos na Internet,<br />

ter um site, oferecer ao cliente<br />

a opção de pagar sua compra<br />

via boleto bancário, fazer<br />

consultas ao SPC e Serasa<br />

são algumas das facilidades<br />

que agregam valor a micro<br />

e pequenas empresas.<br />

Muitos empreendedores<br />

no entanto desistem das<br />

ferramentas ao verificar o<br />

custo, mas há opções que<br />

cabem no orçamento de<br />

pequenos negócios, como<br />

a própria máquina que<br />

gera o “dinheiro de plástico”.<br />

Eduardo Souza, revendedor da Ultragaz<br />

15


O PASSADO ESTÁ DE VOLTA<br />

Chamadas vendas porta a<br />

porta crescem em Araraquara<br />

No passado mascates saíam<br />

batendo de casa em casa<br />

oferecendo roupas; depois<br />

vieram os utensílios domésticos.<br />

Hoje vários são os produtos<br />

oferecidos a quem está em casa.<br />

Em um período que o crescimento econômico<br />

anda em baixa, a comercialização de produtos<br />

porta a porta – a venda direta – segue em<br />

alta. No ano passado, o volume de negócios do<br />

setor foi de R$ 41,6 bilhões, um incremento de<br />

7,2% sobre 2012, segundo balanço da Associação<br />

Brasileira de Empresas de Vendas Diretas<br />

(ABEVD). A entidade comemora o crescimento<br />

acima da inflação e do Produto Interno Bruto<br />

(PIB). No entanto, o incremento de um dígito em<br />

2013 foi menor do que o de 2012, quando o setor<br />

registrou alta de 13,1% nas vendas.<br />

As vendas porta a porta (PAP) são um dos<br />

meios de comércio mais antigos que existe,<br />

mas que ainda faz muito sucesso. Produtos<br />

como consórcio, plano de saúde, TV por<br />

assinatura e planos de celulares são muito<br />

comuns hoje em dia dentro deste ramo de<br />

venda. Mas para que dê tudo certo, o planejamento<br />

é o diferencial na busca de clientes e<br />

indicações através de uma venda concretizada,<br />

para que o vendedor tenha a sua carteira<br />

de clientes em dia.<br />

Para o vendedor de cosméticos, Bruno<br />

Câmara, o diferencial de uma venda PAP para<br />

um consumidor que vai até uma loja, é a comodidade<br />

e venda personalizada que o cliente<br />

passa a ter dentro de sua própria casa. “Meu<br />

trabalho consiste em uma consultoria de beleza.<br />

Demonstro os produtos que trabalho e, mediante<br />

a necessidade do cliente, indico o que<br />

é melhor para seu tratamento. Nem sempre<br />

Bruno<br />

Câmara<br />

Hora de bater na porta e ver se a moradora<br />

se interessa pelo produto<br />

busco melhores valores em venda, mas sim<br />

aquilo que a cliente precisa para obter resultados<br />

no tratamento do que mais a incomoda<br />

ou então, produtos que melhor lhes satisfaça”.<br />

Ele fala ainda, que o maior desafio não é<br />

apenas representar a empresa dentro de uma<br />

residência familiar, mas fazer com que o cliente<br />

ganhe a confiança do vendedor. “Vender é o<br />

de menos. Conquistar a confiança de um cliente<br />

é algo consequente. Estou representando a<br />

minha empresa não somente porque tenho<br />

rendimentos com ela, mas principalmente,<br />

porque confio e uso a marca. Assim, fica mais<br />

fácil a conquista”, explica.<br />

Já a gerente da franquia de filtros de água<br />

Hoken de Araraquara, Juliana Nikles, diz que<br />

“a venda porta a porta é um mercado emergente,<br />

isso graças à capacidade, pois os produtos<br />

que anos atrás seriam encontrados<br />

apenas em lojas ou em supermercados, estão<br />

chegando na casa de vários consumidores devido<br />

ao empenho desses vendedores”.<br />

Ela destaca ainda a importância do custo<br />

benefício que um consumidor pode ter ao adquirir<br />

um produto através do PAP: “O que vendemos<br />

na casa de um cliente traz um custo<br />

fixo. Se ele comprasse o produto através de<br />

uma revenda, com certeza o produto sairia<br />

mais caro e talvez até fora da realidade financeira<br />

da pessoa”, complementa Juliana.<br />

Juliana comanda<br />

uma equipe que<br />

vende de porta<br />

em porta<br />

16


DIA DAS MÃES<br />

Lojista pode vender até<br />

mais usando uma cartilha<br />

Material ensina a organizar a<br />

loja, dá dicas detalhadas para<br />

aperfeiçoar o atendimento e<br />

atrair mais clientes na segunda<br />

data mais importante para o<br />

comércio varejista.<br />

O Sebrae acaba de lançar a cartilha Venda<br />

Melhor Dia das Mães. Com dicas de atendimento<br />

para o lojista proporcionar uma boa<br />

experiência de compra aos clientes, o material<br />

vai auxiliar o empresário e ajudá-lo a aumentar<br />

as vendas no seu empreendimento<br />

naquela que é a mais importante data para<br />

os comerciantes depois do Natal.<br />

Eventos sazonais como o Dia das Mães<br />

trazem desafios e oportunidades para o<br />

varejo porque a demanda em datas como<br />

essa, tem uma grande variação. “Isso é ótimo,<br />

pois o lojista acaba tendo em suas mãos<br />

um importante material,<br />

dividindo esses conhecimentos<br />

inclusive com seus<br />

colaboradores, assegura o<br />

presidente da ACIA, Renato<br />

Haddad. Para ele é o grande<br />

momento de aparecer<br />

para o público de uma forma<br />

mais ostensiva.<br />

Da organização da<br />

loja à importância do bom<br />

atendimento e uma vitrine<br />

vendedora, o material concentra<br />

valiosas orientações<br />

para que o empresário aprenda a montar<br />

kits para cada tipo de mãe, além de evidenciar<br />

sua empresa e produtos gastando bem<br />

pouco ou ainda a custo zero – apenas ensinando<br />

como usar e abusar da criatividade.<br />

De acordo com a cartilha, alguns truques<br />

podem ajudar, como - luz e movimento:<br />

tudo o que pisca e se move chama a<br />

atenção, ou então, tendo embalagens especiais<br />

e diferenciadas. O mais interessante,<br />

sugere a cartilha, é que o comerciante deve<br />

exibir na vitrine de sua loja, itens com pequenas<br />

placas explicando o bem do produto<br />

exposto.<br />

17


POLÍTICA<br />

Apae pede e o deputado Massafera vai à luta para<br />

conseguir novos equipamentos de fisioterapia<br />

Massafera em abril participou<br />

de três importantes encontros em<br />

nossa cidade, ampliando ainda<br />

mais os benefícios e o apoio que<br />

mantém de forma brilhante com<br />

a nossa comunidade.<br />

O deputado estadual Roberto Massafera<br />

em abril foi recebido pela diretoria da<br />

APAE de Araraquara. Na oportunidade, a<br />

entidade solicitou seu apoio para a obtenção<br />

de recursos visando a compra de novos<br />

equipamentos de Fisioterapia.<br />

A APAE atende 330 crianças em diferentes<br />

atividades pedagógicas, de saúde,<br />

profissional e socializante. A diretoria está<br />

elaborando um projeto para substituição<br />

dos aparelhos utilizados na Sala de Fisioterapia.<br />

Roberto Massafera se comprometeu<br />

a buscar os recursos junto ao governo do<br />

Estado.<br />

Segundo o presidente da entidade, Pedro<br />

Paulo Ferrenha, o Nenê, a APAE administra<br />

um déficit anual de R$ 150 mil estimado<br />

para <strong>2014</strong> e um custo total de R$<br />

1,8 milhão. Entre as receitas, cerca de R$<br />

1 milhão vem de convênios com o Estado e<br />

governo Federal, e R$ 650 mil de iniciativas<br />

próprias como Telemarketing, Festa Junina<br />

e Feira da Bondade.<br />

“A meta é fazer da APAE de Araraquara<br />

uma referência nacional no atendimento de<br />

crianças e adultos. A participação do deputado<br />

Roberto Massafera é fundamental<br />

nesse processo”, considerou Nenê. O parlamentar<br />

destinou R$ 210 mil em emendas<br />

para a APAE de Araraquara, e R$ 530 mil<br />

para as unidades da região.<br />

O deputado estadual Roberto Massafera foi recebido pelo presidente Pedro Paulo Ferrenha e<br />

demais diretores da APAE, que pediram ajuda para a entidade reequipar a Sala de Fisioterapia<br />

MASSAFERA APOIA YAKISSOBA<br />

DA NIPO<br />

Os deputados estadual Roberto Massafera<br />

e federal Vanderlei Macris, apoiaram o<br />

tradicional Yakissoba realizado no final de<br />

semana pela comunidade Nipo-Brasileira<br />

de Araraquara. Os parlamentares prestigiaram<br />

o evento a convite do vereador Jeferson<br />

Yashuda.<br />

Centenas de moradores da cidade e região<br />

foram provar a iguaria da culinária japonesa.<br />

Entre as autoridades que prestigiaram<br />

o evento, esteve o secretário municipal<br />

de Esportes de Araraquara, Geicy Sabonete.<br />

“Os descendentes japoneses são bastante<br />

numerosos na região. Além de contribuir<br />

com o desenvolvimento, entidades<br />

como a Nipo ajudam a preservar essa<br />

milenar cultura oriental e enriquecem a<br />

identidade miscigenada do povo brasileiro”,<br />

comentou Massafera.<br />

UM TÍTULO PARA MACRIS<br />

Massafera participou no final de abril da<br />

entrega do título de Cidadão Araraquarense<br />

ao deputado federal Vanderlei Macris. A<br />

homenagem partiu da lei de autoria do vereador<br />

licenciado e secretário municipal de<br />

Esportes, Geicy Sabonete.<br />

O deputado agradeceu pela convivência<br />

e emendas parlamentares que o homenageado<br />

tem liberado para Araraquara em benefício<br />

de instituições como a Santa Casa<br />

e o Lar São Francisco. “Você é um político<br />

Ficha Limpa. É uma honra recebê-lo como<br />

araraquarense.”<br />

Macris, Jeferson Yashuda e Massafera<br />

recebidos na Nipo Brasileira durante<br />

a realização do Yakisoba<br />

A entrega do título de cidadão para Macris<br />

18


FATOS E FOTOS<br />

Em abril, foi inaugurado mais um núcleo<br />

do projeto CUCA - Cursinho Unificado do<br />

Câmpus de Araraquara. O CUCA é um projeto<br />

de extensão universitária no formato de<br />

cursinho pré-vestibular, sem fins lucrativos,<br />

formado por alunos bolsistas da Unesp, supervisionados<br />

pelo vice-diretor do Instituto de<br />

Química, Eduardo Maffud Cilli e pelo Prof. Dr.<br />

Amadeu Moura Bego. O novo núcleo está localizado<br />

em Gavião Peixoto e é fruto de uma<br />

parceria entre o Instituto de Química, a Prefeitura<br />

Municipal de Gavião Peixoto e a Empresa<br />

Brasileira de Aeronáutica S.A. - Embraer.<br />

A POSSE DE VIOLANTE NO TJSP<br />

Foi em abril a<br />

posse de Carlos Alberto<br />

Violante como<br />

desembargador do<br />

Tribunal de Justiça<br />

de São Paulo. Em<br />

Araraquara, Violante<br />

desempenhou com<br />

sucesso a missão de<br />

Juiz de Direito no<br />

Fórum da Comarca.<br />

Também foi coordenador<br />

do Centro Judiciário<br />

de Solução<br />

de Conflitos e Cidadania.<br />

UM NEGÓCIO DO CAMPO<br />

O SinHores lançou<br />

programa Negócio<br />

do Campo<br />

em parceria com a<br />

Prefeitura, facilitando<br />

para hotéis e restaurantes<br />

de Araraquara,<br />

a compra direta<br />

de hortifrutis e outros<br />

gêneros agrícolas junto<br />

ao pequeno produtor<br />

rural. A procedência dos produtos terá como<br />

garantia a apresentação de um selo de qualidade,<br />

que será afixado nos estabelecimentos.<br />

Jornal Regional da Jovem Pan completou<br />

seu primeiro aniversário; parabéns aos<br />

jornalistas André Lourenço e Emerson<br />

Bellini que apresentam o programa.<br />

DESPERDÍCIO ZERO<br />

Povo pra jogar comida fora igual o brasileiro<br />

não existe. Por essa razão é que projetos pedagógicos<br />

dos Centros Educacionais CAIC do Vale<br />

do Sol e AABB Comunidade visam reduzir as<br />

sobras da merenda escolar a zero. Funcionários,<br />

estudantes e também os pais de duas escolas de<br />

atendimento integral da Prefeitura se uniram na<br />

luta contra o desperdício de comida nos horários<br />

da merenda escolar. Com seis meses de projeto, o<br />

CAIC conseguiu reduzir em 70% o alimento inutilizado<br />

na merenda escolar. Já no CE AABB, onde o<br />

projeto “Desperdício Zero” funciona desde 2012,<br />

a meta de zerar o lixo produzido na hora do recreio<br />

foi alcançada e o desafio agora é manter o<br />

índice. O projeto partiu da orientação sobre educação<br />

alimentar, falando em sala de aula sobre as<br />

vitaminas de cada alimento e a importância deles<br />

no nosso desenvolvimento físico e mental.<br />

Levantamento efetuado de que cada vereador<br />

custa para o povo quase 800 mil reais por<br />

ano, chega a assustar. É muito dinheiro pelo<br />

pouco que fazem. Pior ainda: tapas e beijos<br />

entre parlamentares causaram desconforto e<br />

depreciação do Legislativo nestes últimos anos.<br />

CARTAS NA MESA<br />

Empresas de transporte coletivo vivendo<br />

período de temor, se reuniram com o prefeito<br />

Marcelo Barbieri. A linha Ieda-Centro,<br />

da Paraty e a linha Melhado-Imperador, da<br />

CTA, sofreram ações de vândalos como represália<br />

pela morte de dois jovens. Embora<br />

dois dos incendiários tenham sido presos,<br />

as empresas pedem aumento da segurança<br />

de passageiros, motoristas e cobradores,<br />

discutindo-se as linhas e os horários mais<br />

vulneráveis.<br />

Até que política e esporte têm caminhado<br />

bem por aqui: Programa Escolinha de Esportes<br />

teve liberada verba de quase 900 mil do<br />

Governo do Estado. Para a Associação de<br />

Basquete foram mais 508 mil. Os recursos<br />

serão captados junto às empresas através do<br />

abatimento do valor a ser pago do ICMS.<br />

Ao invés da empresa pagar tributo para o<br />

Governo do Estado, ele destina parte desse<br />

recurso para os projetos esportivos.<br />

Adilson Vital, o<br />

melhor de todos<br />

Pesquisa feita via consultas telefônicas do<br />

Instituto Tiradentes, em março, indicou que o<br />

vereador Adilson Vital é o parlamentar mais<br />

atuante de Araraquara. Ele aparece em primeiro<br />

lugar com 124 pontos no critério de<br />

atuação parlamentar, seguido pelo vereador<br />

Rodrigo Buchechinha com 118 pontos.<br />

19


SOLUÇÕES CONFIÁVEIS<br />

Veja a diferença quando o Grupo MK entra para<br />

fazer a limpeza da sua casa, da sua empresa...<br />

Empresário Círio Leonardo alia<br />

à sua experiência profissional, o<br />

uso de produtos revolucionários<br />

e cria o Grupo MK, para limpeza<br />

final de obras, revitalização e<br />

impermeabilização de pisos e<br />

pedras. Ao abrir este leque de<br />

serviços, dispõe de faxineiras<br />

e diaristas para empresas e<br />

residências.<br />

Além da limpeza e<br />

impermeabilização de<br />

pisos e pedras, limpeza<br />

final de obras, o Grupo<br />

MK dispõe de faxineiras<br />

e diaristas para empresas<br />

e residências em dias<br />

diversificados.<br />

CONTATOS: 99739-9717<br />

98801-7531<br />

Círio Leonardo, do<br />

Grupo MK, 14 anos<br />

de experiência, abre o<br />

leque de serviços com<br />

a terceirização de<br />

mão-de-obra<br />

A limpeza pós-obra se baseia em um<br />

apurado trabalho de eliminação de sujeiras,<br />

respingos, manchas de tinta e também<br />

o excesso de rejunte provenientes da<br />

construção ou reforma que você acabou de<br />

fazer. “As pessoas sabem que é um trabalho<br />

bem diferente da limpeza comum, pois<br />

o imóvel a ser limpo apresenta quilos de<br />

sujeira, concreto, cimento, papelão, gesso,<br />

tinta, pó, cola, pedras, entre outros materiais”,<br />

avalia Círio Leonardo, que instalou<br />

em Araraquara - para atender a cidade e região<br />

- o Grupo MK, que resolve toda e qualquer<br />

situação originada num final de obra.<br />

Segundo ele, normalmente, esse tipo<br />

de limpeza só pode ser realizado por empresas<br />

e profissionais especializados que<br />

possuem produtos e equipamentos adequados<br />

para cada ambiente. Círio está no<br />

ramo não é de hoje: trabalhou durante 14<br />

anos com produtos de limpeza representando<br />

uma das mais conceituadas indústrias<br />

do setor..<br />

Os conhecimentos adquiridos na fabricação<br />

dos produtos químicos, como gerente<br />

de produção, levaram Círio<br />

Leonardo a se transformar<br />

em consultor para empresas<br />

limpadoras ou prestadoras<br />

de serviços no Estado de<br />

São Paulo. “Observei através de pesquisa<br />

de mercado que o espaço estava aberto em<br />

Araraquara e decidi investir na formação do<br />

Grupo MK”, comenta o empresário.<br />

Atualmente, com a MK prestando atendimento<br />

em toda a região e utilizando mais<br />

de 50 profissionais, ele preza o compromisso<br />

que mantém com a qualidade, trabalhando<br />

na limpeza de residências e empresas.<br />

Neste contexto, a MK também se coloca<br />

à disposição de arquitetos, engenheiros<br />

e até mesmo construtoras, pois ao entregar<br />

ao cliente um belo projeto, porém sujo,<br />

eles podem desvalorizar o próprio trabalho.<br />

Quando isso acontece, o cliente se vê obrigado<br />

a providenciar a limpeza pós-obra,<br />

correndo riscos como por exemplo, ter o<br />

imóvel danificado por faxineiras inexperientes<br />

em limpeza pesada ou pela falta de<br />

equipamentos e materiais adequados.<br />

EQUIPAMENTOS E PROFISSIONAIS<br />

SUJEIRA E LIMPEZA - ANTES E DEPOIS<br />

20


COMÉRCIO DE CARROS EM ARARAQUARA<br />

Seminovo dá banho de<br />

vantagens no zero km<br />

Com o objetivo de aumentar sua<br />

arrecadação, o governo faz<br />

disparar preços dos veículos zero<br />

e, com isso, o seminovo com até<br />

três anos de uso, passa a ter<br />

benefícios sobre um carro novo.<br />

Já foi a época em que os carros eram vistos<br />

como itens de luxo e só os tinha quem realmente<br />

precisava. A redução do IPI (Imposto sobre<br />

Produtos Industrializados) até o fim de 2013<br />

pelo Governo Federal, fez as vendas dos veículos<br />

zero quilômetro disparar. Pesquisa aponta<br />

que o País fechou o primeiro trimestre desse<br />

ano com uma queda significativa na venda de<br />

veículos zero. Em média, foram 9,6% a menos<br />

nas vendas diárias das concessionárias.<br />

Para o proprietário da concessionária<br />

Ponto Auto Veículos, Jederson<br />

Silva Braga, é o mercado que diz o<br />

quanto ele será desvalorizado. “A partir<br />

do momento em que o carro é faturado,<br />

ele já é desvalorizado, porque o<br />

cliente que recompraria não tem mais<br />

as opções que a concessionária oferece,<br />

como os acessórios opcionais e<br />

cores”, comenta.<br />

Ainda segundo ele, os casos são<br />

específicos. “O cliente deve saber o<br />

que é melhor para si. Se ele mora a<br />

um quilômetro de distância do trabalho<br />

e usa o veículo apenas para isso,<br />

ele pode comprar um carro básico.<br />

Se o caso for de um vendedor comercial que<br />

viaja durante várias horas, por exemplo, ele<br />

precisa de um ar condicionado, um freio ABS e<br />

airbags para sua segurança e a relação custo<br />

x benefício deve-se levar em consideração”.<br />

Pamela Camaduro, com seu seminovo<br />

comprado em abril<br />

Com a queda nas negociações de veículos, a<br />

loja está investindo na pós-venda para manter<br />

seus clientes.<br />

A jornalista Pamela Cadamuro comprou<br />

seu seminovo no fim do mês de abril e optou<br />

por um carro básico. “Eu uso o carro apenas<br />

para trabalhar e moro próximo ao meu emprego,<br />

então preferi um carro básico e agora<br />

não dependo mais de ônibus e tenho horários<br />

flexíveis”.<br />

QU<strong>ED</strong>A NAS VENDAS<br />

Apesar do otimismo nas vendas, os dias<br />

de bonança estão acabando. É o que mostram<br />

os relatórios da Fenabrave (Federação Nacional<br />

da Distribuição de Veículos Automotores).<br />

No primeiro dia de <strong>2014</strong>, a alíquota do IPI<br />

subiu de 2% para 3% nos carros de até mil cilindradas<br />

(1.0). Para os carros mais potentes<br />

- até duas mil cilindradas - o imposto foi de 7%<br />

para 10%. O Governo Federal fará análises das<br />

vendas do primeiro semestre para decidir se<br />

manterá as atuais taxas.<br />

De acordo com o economista do Sincomercio<br />

de Araraquara, Jaime Vasconcellos, o<br />

governo precisa aumentar sua arrecadação.<br />

“O Governo Federal deu o benefício com a diminuição<br />

do IPI, mas fechou o ano de 2013 no<br />

vermelho. A volta do valor parcial da alíquota já<br />

estava prevista”.<br />

As fabricantes de automóveis estão produzindo<br />

mais do que estão vendendo. Vasconcellos<br />

diz que os ânimos das montadoras<br />

ainda estão altos. “O número de empregos no<br />

Brasil vem aumentando, o que dá esperanças<br />

para as montadoras. A união de salário mais<br />

os créditos bancários mostram para a indústria<br />

que ainda há espaço para o consumo”, diz.<br />

21


PIONEIRISMO DO CACHORRO-QUENTE<br />

A ideia do hot-dog que virou<br />

Au-Au Lanches<br />

Empresários, diretores e até<br />

dentista entraram no ramo de<br />

alimentos em Araraquara; em<br />

1968 surgiu o carrinho de<br />

lanches, então inédito na cidade.<br />

Quarenta e seis anos depois,<br />

Carlos Coutinho de Oliveira<br />

Filho relembra o sucesso do<br />

Au-Au Lanches.<br />

Texto: Jean Cazellotto<br />

Filho de uma doméstica e de um ferroviário,<br />

Carlos Coutinho de Oliveira Filho, ou doutor<br />

Coutinho para os amigos, foi diretor de futebol<br />

profissional da Ferroviária de 1964 até 1969,<br />

cirurgião-dentista formado pela Unesp de Araraquara,<br />

vendedor, empreendedor e, como ele<br />

mesmo diz, um autodidata. Atualmente, próximo<br />

aos 80 anos, diz que teve uma vida muito<br />

boa. “Sempre fui muito honesto e fiel à minha<br />

esposa. Estamos casados há 55 anos. Quero<br />

sempre o bem do próximo e fui um batalhador.<br />

Fiz tudo o que poderia fazer”, revela.<br />

22<br />

Irmãos Munaretti, os primeiros funcionários<br />

do Au-Au Lanches


Naquele dia 7 de abril de<br />

1968 a Ferroviária jogou<br />

em Rio Preto contra o<br />

América e perdeu por 2<br />

a 1 e foi lá que Coutinho<br />

viu com seus futuros sócios<br />

a novidade: vários carrinhos<br />

vendendo cachorro-quente<br />

em diversas partes da<br />

cidade. Dois meses depois<br />

o Au-Au aparecia com<br />

publicidade nas rádios<br />

e jornais e todos queriam<br />

saborear o delicioso hot-dog<br />

As festas de aniversário, principalmente das crianças, passaram a exigir a participação<br />

do Au-Au Lanches que se tornou “uma febre na cidade”<br />

Foi ocupando um dos<br />

mais altos cargos da AFE, que<br />

criou os primeiros carrinhos<br />

de lanches em Araraquara.<br />

Em 1968, 7 de abril, um domingo, Arnaldo<br />

Smirne, Ciro Camargo, Raphael Rodrigues<br />

e Coutinho acompanharam um jogo da Ferroviária<br />

em São José do Rio Preto. Andando<br />

pelas ruas, viram algo inédito até então. Um<br />

carrinho de lanches feito de forma artesanal<br />

e muito simples, que vendia hot-dog. Ficaram<br />

surpresos com a criatividade de poder vender<br />

lanches em qualquer parte da cidade. Foram<br />

até o vendedor, que explicou como funcionava.<br />

Doutor Coutinho se lembra claramente<br />

dos detalhes. “Tudo era mágico. Jamais tínhamos<br />

visto aquilo. Conversamos sobre a novidade<br />

durante a viagem de volta para Araraquara.<br />

Não perdemos tempo e fomos logo atrás de<br />

resolver tudo. O cunhado do Arnaldo, Walter<br />

Lima, era um excelente marceneiro. Ele nos<br />

fez dez carrinhos que ficaram a coisa mais linda<br />

que eu já vi, todos padronizados. Enquanto<br />

o Walter fabricava os carrinhos, fomos para<br />

São Paulo e compramos tudo o que era possível.<br />

Panelas, butijões de gás com reserva, a<br />

mostarda da marca Jimmy, etc”.<br />

Com muito entusiasmo, Coutinho conta<br />

que seus amigos e ele andaram por muitas<br />

cidades para experimentar os tipos de hotdog<br />

que existiam. “Fomos para Ribeirão Preto,<br />

Campinas, Bauru, Rio Preto e até São Paulo. O<br />

melhor de todos, com certeza, foi o que comemos<br />

em 1968, na rua Francisco Glicério, em<br />

Campinas. Fantástico!”<br />

Após algum tempo, Raphael Rodrigues<br />

saiu da sociedade, por incompatibilidade na<br />

agenda. No lugar dele entrou o Nelson Bueno<br />

da Silva, o Neno.<br />

Ao voltar para Araraquara, com quase tudo<br />

finalizado, Coutinho foi até a proprietária da<br />

panificadora Flório. Na ocasião, formularam<br />

uma receita de pão, cujo sabor era um pouco<br />

adocicado, diferencial para outros tipos de<br />

lanches.<br />

Os quatro amigos procuravam locais para<br />

abrir uma lanchonete fixa, que vendesse os<br />

hot-dogs e reabastecesse os carrinhos pelas<br />

ruas. Então, por muitos anos, o endereço do<br />

Au-Au foi na Avenida XV de Novembro, em frente<br />

ao antigo chafariz da Igreja Nossa Senhora<br />

do Carmo.<br />

Coutinho conta as experiências e a fase<br />

“romântica e poética” da época. Os dez carrinhos<br />

de lanches participaram da abertura das<br />

festividades natalinas de 1968. “Desfilamos<br />

com todos os nossos carrinhos atrás do caminhão<br />

que carregava a banda do Olavo Filipe”.<br />

Tempos depois, o Au-Au foi contratado<br />

para servir na festa de confraternização da<br />

antiga empresa Anderson Clayton. “Os organizadores<br />

do evento pediram para prepararmos<br />

3 mil lanches. Começamos a preparar no sábado<br />

à tarde, trabalhamos toda a madrugada<br />

e domingo de manhã seguimos com os carrinhos<br />

para a indústria. Trabalhamos demais<br />

esse fim de semana. Ainda tive a infelicidade<br />

de, quase acabando a festa, ser mordido por<br />

um cachorro que me rendeu mais de dez vacinas<br />

contra doenças, no umbigo. Naquele dia,<br />

cheguei em casa às 17h e dormi até a manhã<br />

de segunda-feira”.<br />

Para melhorar ainda mais a qualidade dos<br />

produtos, a dona Vilma Carnesecca, mulher<br />

do Neno, preparou um molho que foi adicionado<br />

aos ingredientes do lanche. “Ela melhorou<br />

ainda mais nossos lanches. Era delicioso, não<br />

tinha para ninguém”, relembra Coutinho.<br />

Depois de alguns anos – que não soube<br />

precisar – os amigos se reuniram para decidir<br />

23<br />

o destino do Au-Au. Foi o fim da era de carrinhos<br />

de hot-dog em Araraquara. “Estávamos<br />

muito ocupados. Cada um tinha suas coisas<br />

fora do Au-Au. Tínhamos empreendimentos.<br />

Construímos dez edifícios na cidade, fora os<br />

loteamentos do Vale do Sol, Martinez e outros<br />

tantos. Não conseguiríamos mais dar conta de<br />

todo aquele sucesso”.<br />

O fim dos dez carrinhos de lanche e de<br />

tudo o que tinha nele, nem Coutinho nem o<br />

Neno souberam dizer. O que sobrou foram as<br />

fotos do auge do Au Au Lanches, que encantava<br />

as crianças pelo logotipo feito pelo pintor<br />

araraquarense Cabral.<br />

Hoje em sua casa, Coutinho lembra os bons<br />

tempos do Au-Au Lanches


ISSO FOI HÁ 35 ANOS<br />

O começo do Franco’s Burger na Rua 3<br />

O nosso drive-thru caipira<br />

João Francisco Franco com o<br />

filho José, foram os primeiros a<br />

criar na cidade uma lanchonete no<br />

sistema drive-thru, sendo também<br />

pioneiro no interior do Estado. Em<br />

São Paulo, grandes redes como<br />

Mc Donald’s e Habib’s estavam<br />

começando a chegar e o Franco’s<br />

reinava absoluto.<br />

Entrada do Franco’s Burger em 1986:<br />

dois veículos passando pelo sistema<br />

drive-thru a espera do lanche<br />

“Pessoas vinham de muitas cidades<br />

do interior para comer nossos lanches”. É<br />

assim que o João Francisco Franco, mais<br />

conhecido como Franco, e seu filho, José<br />

Franco, resumem a vida da lanchonete, sinônimo<br />

de sucesso por muitos anos.<br />

A história dessa casa de lanches começou<br />

há mais de 35 anos. Foi quando Zé<br />

Franco conseguiu um intercâmbio para os<br />

Estados Unidos pelo Rotary Clube, em 1979.<br />

Lá, ele provou o lanche do Mc Donald’s, totalmente<br />

desconhecido no Brasil. Quando<br />

Zé voltou ao País, em 1980, apresentou a<br />

ideia para seu pai, que não sabia o que era<br />

e nem como funcionava; só em 1982, dois<br />

anos depois, é que Franco viu no Jornal Folha<br />

de São Paulo, uma notícia empolgante.<br />

Seria inaugurado na Avenida Paulista a primeira<br />

loja da franquia Mc Donald’s no Estado<br />

de São Paulo.<br />

Franco era funcionário da Olivetti em<br />

São Paulo, que contava com mais de 300<br />

vendedores, e fez carreira dentro da gigante.<br />

Após alguns anos, deixou a fábrica em<br />

São Paulo e partiu para o interior, abrindo<br />

uma concessionária da Olivetti em Barretos.<br />

Logo Franco vendeu a loja para um de<br />

seus funcionários e montou outra loja em<br />

Araraquara, para ficar mais próximo de São<br />

Paulo. Depois de alguns meses da inauguração,<br />

pai e filho foram para a Capital, em<br />

uma reunião da antiga fábrica.<br />

Depois de cumprirem seus compromis-<br />

sos em São Paulo, se dirigiram até uma<br />

lanchonete na Avenida Paulista, ícone dos<br />

negócios na cidade. Ao chegarem, ficaram<br />

impressionados com a limpeza. “Era tudo<br />

tão limpo, organizado. Um sistema totalmente<br />

diferente do que já vimos em Araraquara.<br />

Até ar condicionado tinha no interior<br />

da loja. Onde se tinha um aparelho daquele<br />

em Araraquara?”, diz Franco, entusiasmado.<br />

A unidade da franquia em São Paulo<br />

não contava com o sistema de drive-thru,<br />

em que não precisava sair do carro para pedir,<br />

pagar e retirar os pedidos. Ao comerem<br />

o lanche, os Franco viram que eram produtos<br />

de altíssima qualidade, coisa jamais vista<br />

no interior.<br />

Em 1985, mais uma vez, Franco viu uma<br />

notícia que chamou a atenção, na mesma<br />

Folha de São Paulo. Mais uma franquia da<br />

rede Mc Donald’s seria inaugurada em São<br />

Paulo, agora com o sistema drive-thru. Foram<br />

então para São Paulo pai e filho na busca<br />

de informações que pudessem ajudá-los<br />

na instalação de uma lanchonete que fosse<br />

semelhante ao Mc. A dúvida de Zé era só<br />

uma. “Tínhamos este terreno onde hoje é<br />

o Franco’s, porém não tínhamos a certeza<br />

se nesse espaço seria possível construir um<br />

estabelecimento com drive-thru, dando a<br />

volta por fora da loja. Então fomos para lá<br />

e vimos que o terreno onde foi construído<br />

uma das unidades da franquia, na Avenida<br />

Juscelino Kubitschek, era muito semelhante<br />

ao que tínhamos aqui.”<br />

Após retornarem para Araraquara, os<br />

Franco cogitaram abrir uma filial da rede<br />

mundial de lanches na cidade. Foram, então,<br />

até o presidente do Mc Donald’s no<br />

Brasil, em São Paulo, oferecendo-se para<br />

abrir a loja na cidade. Na ocasião, o presidente<br />

tirou as esperanças da família. “Conseguimos<br />

falar com o responsável pelas<br />

franquias do Mc no Brasil, que disse não<br />

ter interesse em abrir uma loja em Araraquara.<br />

Foi fatídico e informou que a cidade<br />

não estava nos planos da rede nem dentro<br />

O arquiteto aceitou na hora. Disse que viria para<br />

medir o fluxo de carros e calcular se o negócio<br />

seria rentável. Ele chegou na cidade na quinta,<br />

colocou uma cadeira em frente ao terreno e ficou<br />

lá na noite de quinta até domingo<br />

24


João Francisco Franco, em Araraquara,<br />

começou como lojista de máquinas e<br />

equipamentos para escritório - a chamada<br />

Maquip. Era o tempo em que seu filho Zé<br />

Franco estudava e viu nos Estados Unidos<br />

o Mc Donald’s. Estava convicto de que a<br />

ideia daria certo no Brasil.<br />

de dez anos, pois tinham muitas lojas a serem<br />

inauguradas ainda em São Paulo, Belo<br />

Horizonte, Salvador, Curitiba, Porto Alegre,<br />

Rio de Janeiro, mas mesmo assim nós não<br />

desistimos”, explicou Zé. “Uma vez que não<br />

nos deixaram abrir o Mc Donald’s, vamos<br />

abrir o Franco’s Burger então”.<br />

A família foi conhecer um arquiteto que<br />

fez um projeto semelhante ao da rede Mc<br />

Donald’s, em uma loja estilo americana<br />

chamada Jack In The Box. O responsável<br />

pela obra, o arquiteto Fernando Machado<br />

de Campos, informou que a loja montada<br />

na Capital estava indo muito bem. Os Franco<br />

então o convidaram para vir até Araraquara<br />

e conhecer o espaço que eles tinham<br />

disponível. “O arquiteto aceitou na hora.<br />

Disse que viria para medir o fluxo de carros<br />

e calcular se o negócio seria rentável. Ele<br />

chegou na cidade na quinta, colocou uma<br />

cadeira em frente ao terreno e ficou lá na<br />

noite de quinta até domingo. Na segunda-<br />

-feira ele chegou até nós e deu a boa notícia.<br />

Poderíamos abrir o Franco’s, pois o<br />

movimento de carros na rua era o suficiente<br />

para que a lanchonete fosse certeza de<br />

bom negócio”, disse Zé.<br />

SEGUE »<br />

Oscarina Nascimento, a “Carina”, está<br />

desde o começo das atividades do Franco’s<br />

Burger: uma história de respeito e amor<br />

pelo que sempre fez<br />

25


VELHOS TEMPOS, BELOS DIAS<br />

Inauguração<br />

foi uma festa<br />

A Família Franco inaugurou o<br />

Franco’s Burger numa quinta,<br />

5 de junho de 86. Foram mais<br />

de mil lanches na noite.<br />

Em janeiro de 1986, a construtora<br />

Moroni Ranzani começou a construir o<br />

Franco’s Burger, na rua São Bento. A obra<br />

prevista para durar 8 meses, levou um ano<br />

e meio. Na época, a hiperinflação tomava<br />

conta do País, o que motivou o atraso nas<br />

obras. “Naquele ano, o Brasil passava pelo<br />

processo da hiperinflação. Um prato de comida<br />

que custava 10 cruzados de manhã, à<br />

noite valia 13 e no outro dia 17. Em um mês,<br />

aquele prato já valia 30 ou 40 cruzados. Era<br />

difícil comprar qualquer produto nesta época.<br />

Quando chegou na cobertura da obra,<br />

não encontramos madeiramento. O vendedor<br />

não podia nos vender os produtos<br />

porque não sabia por quanto iria pagar.”,<br />

explica Zé. “Próximo à data da inauguração,<br />

o arquiteto nos indicou uma lanchonete em<br />

Jundiaí. Ele nos disse que a carne usada no<br />

lanche era a mesma do Mc. Fomos até lá e<br />

o proprietário disse que o produto poderia<br />

ser encontrado em qualquer supermercado,<br />

nos dando o nome e marca, inclusive. Próximo<br />

à inauguração, fizemos um teste com os<br />

ingredientes que tínhamos. O pão que usávamos<br />

era o mesmo do Mc e vinha de São<br />

Paulo, não tínhamos como errar. Quando<br />

servimos os lanches para os amigos, percebemos<br />

que a carne não era a mesma. Isso<br />

tudo ocorreu alguns dias antes da inauguração”.<br />

Desanimados, Zé entrou em contato<br />

com o proprietário da lanchonete de Jundiaí<br />

e informou que alguma coisa dera errado.<br />

“Nós tentamos de tudo. Achávamos que talvez<br />

fosse o modo de fritar a carne, mas não<br />

era. Ele nos disse que era uma marca, mas<br />

na verdade era outra. Mas ele fez isso porque<br />

não estava autorizado a nos falar quem<br />

era o fornecedor, que era o mesmo do Mc”,<br />

explicou.<br />

“Ao descobrirmos qual era o frigorífico<br />

fornecedor, fomos até lá conhecer. Ao chegar,<br />

vimos do que realmente se tratava e<br />

o porquê daquele sabor tão especial. Era<br />

coisa de primeiro mundo, de altíssima qualidade.<br />

Era um frigorífico estilo americano.<br />

Depois que comemos a carne e fechamos<br />

acordo com o fornecedor, retomamos nossos<br />

ânimos. Tínhamos a carne e o pão do<br />

A Família Franco reunida: o patriarca João Francisco Franco, sua mulher<br />

Catarina Franco, filhos e netos<br />

Mc, não tinha como dar errado. O que nos<br />

assombrou foi saber do acordo que a rede<br />

fizera com o frigorífico. A partir do momento<br />

que uma loja da franquia do Mc Donald’s<br />

fosse criada em Araraquara, eles não poderiam<br />

mais nos fornecer a carne. O problema<br />

era o mesmo com a padaria que mandava<br />

os pães”.<br />

No dia em que o frigorífico nos enviou<br />

o primeiro lote de carne, os Franco fizeram<br />

mais um teste com os amigos. A inauguração<br />

da lanchonete ocorreu dia 5 de junho<br />

de 1987, às 19h. “No dia que inauguramos<br />

foi uma loucura. Haviam carros estacionados<br />

no drive-thru desde às 17h. O estacionamento<br />

estava lotado. Tivemos dificuldade<br />

para entrar na lanchonete naquele dia. A<br />

fila de carros foi até onde atualmente é o Mc<br />

Donald’s. Servimos mais de 1.200 lanches.<br />

As filas eram intermináveis até seis meses<br />

depois da inauguração. Mesmo assim, depois<br />

disso servíamos cerca de 800 lanches<br />

por noite”.<br />

FIM DA ERA FRANCO’S<br />

O Franco’s Burger foi sinônimo de sucesso<br />

por mais de 15 anos. Em 1999 foi<br />

inaugurada na Avenida Bento de Abreu a<br />

primeira loja Mc Donald’s em Araraquara.<br />

Depois deste momento, os pães e carnes<br />

não poderiam mais ser fornecidos ao<br />

Franco’s Burger. “Tentamos outras medidas<br />

caseiras. Começamos a fazer lanches caseiros,<br />

bauru de carne, de linguiça e outras<br />

tentativas até meados de 2009, porém a<br />

clientela foi caindo, por conta do sucesso<br />

que o Mc já fazia na época. Fechamos a lanchonete<br />

e o drive-thru em 2009, mas desde<br />

2007 já funcionava aqui o restaurante com<br />

pratos executivos, de segunda a sexta-feira,<br />

até às 14h.”<br />

A família trabalhou por mais de 20 anos<br />

à noite. “Estávamos cansados pois foram<br />

mais de duas décadas nessa vida. Fomos assaltados<br />

na época da lanchonete e achamos<br />

que não valia mais a pena, então continuamos<br />

apenas com o restaurante no almoço”.<br />

Em histórias interessantes, Franco afirma<br />

que por várias vezes, clientes chegavam<br />

até ele e elogiava o sabor da carne. “Os<br />

clientes diziam que aquela era a verdadeira<br />

carne e não a do Mc Donald’s. Na época, os<br />

boatos tomavam conta das pessoas, que a<br />

carne do Mc era feita com minhoca. Tudo<br />

mentira. Nós usávamos a mesma carne que<br />

eles”, relembrou.<br />

Todos os móveis da época da inauguração<br />

do Franco’s Burger ainda continuam no<br />

restaurante. “Tudo foi mantido. Aquele balcão<br />

de inox está aí desde o começo. Parece<br />

que foi colocado ontem. Sempre usamos<br />

produtos de qualidade, tanto na construção<br />

quanto nos lanches. É assim até hoje, com<br />

a nossa comida caseira.”<br />

Quem acompanhou praticamente toda a<br />

história do Franco’s, é a funcionária Oscarina<br />

Nascimento, ou Carina para os amigos, presente<br />

na empresa há quase 27 anos. “Entrei<br />

aproximadamente um ano depois que eles<br />

abriram a lanchonete. Estou aqui até hoje.<br />

Passei por todas as fases e me orgulho disso”.<br />

26


SOLIDARI<strong>ED</strong>ADE<br />

ACIA na Campanha<br />

do Agasalho <strong>2014</strong><br />

Como já ocorreu nos anos<br />

anteriores, a ACIA figura como<br />

um dos postos para receber<br />

doações da comunidade.<br />

O Fundo Social de Solidariedade já fez o<br />

anúncio de como será a Campanha do Agasalho<br />

edição <strong>2014</strong>. O lançamento mostrou<br />

que novamente toda comunidade estará<br />

integrada visando amenizar o inverno das<br />

famílias necessitadas.<br />

Sob o tema “Abra seu coração, roupa<br />

boa a gente doa”, a presidente do Fundo<br />

Social, Zi Barbieri, espera que, a exemplo<br />

das campanhas anteriores, a generosidade<br />

da população faça a diferença novamente.<br />

“Sempre que convocada, a comunidade<br />

de Araraquara tem ajudado em nossas<br />

campanhas, que visam amenizar a situação<br />

das famílias ou pessoas em vulnerabilidade<br />

social no município”, acrescenta Zi.<br />

Envolvida com a classe empresarial de<br />

Araraquara, a ACIA<br />

através do presidente<br />

Renato Haddad,<br />

apela para<br />

o espírito solidário<br />

dos associados: “A<br />

ACIA é um dos postos<br />

de arrecadação<br />

onde os doadores poderão entregar cobertores,<br />

blusas, cachecóis, meias, calçados,<br />

entre outras peças de inverno”.<br />

Para Renato, com a chegada do inverno<br />

e das baixas temperaturas, surgem também<br />

as oportunidades de fazer o bem e ajudar o<br />

próximo. E é com esse pensamento que a<br />

ACIA sempre se prontificou em colaborar.<br />

Em 2013, a campanha arrecadou e<br />

doou 107 mil peças, número considerado<br />

expressivo e que em muito contribuiu com<br />

a comunidade carente. “Nós que arrecadamos<br />

ficamos tão felizes quanto as pessoas<br />

que receberão os agasalhos, pois temos a<br />

sensação de ter feito nossa parte”, finaliza<br />

o presidente.<br />

TUDO COMEÇOU COM ELE<br />

A Campanha do Agasalho é um<br />

movimento filantrópico anual, do Fundo<br />

Social de Solidariedade do Estado de São<br />

Paulo, espalhando-se por todo o interior.<br />

Ela foi criada pelo governador doutor<br />

Ademar Pereira de Barros, no seu segundo<br />

governo, em 1947, e a primeira presidente<br />

foi sua esposa Dona Leonor Mendes de<br />

Barros.<br />

27


PESQUISA<br />

Inadimplência tem salto de 59%<br />

no primeiro trimestre de <strong>2014</strong><br />

Fica claro que os gastos de começo de ano pesaram no bolso do<br />

brasileiro, que passou a enfrentar mais dificuldades para cumprir<br />

seus compromissos financeiros, especialmente as parcelas contraídas<br />

durante o Natal e o início de janeiro.<br />

A inadimplência, medida pelo número de<br />

inclusões de débitos no SCPC (Serviço Central<br />

de Proteção ao Crédito), registrou aumento de<br />

70% em março, em comparação ao mesmo<br />

mês de 2013. O número de débitos inclusos<br />

ao SCPC foi de 16.265 em março daquele<br />

ano, e atingiu 27.644 neste último mês. Em<br />

relação a fevereiro de <strong>2014</strong> observa-se um aumento<br />

de 12% no número de inclusões.<br />

No balanço do primeiro trimestre de <strong>2014</strong><br />

há 27.958 novos débitos atrasados a mais<br />

TABELA 1: Movimento dos registros de débito - Araraquara<br />

que os somados nos primeiros três meses<br />

de 2013, em Araraquara. O crescimento é<br />

de 59%. Quanto as exclusões, débitos quitados<br />

e que, por isso, saíram do SCPC, houve<br />

aumento de 54,6% no balanço trimestral. Na<br />

Região Central do Estado de São Paulo, região<br />

em que Araraquara está inserida, o total acumulado<br />

de dívidas adicionadas ao SCPC, até<br />

março, apresentou elevação de 58,46%. No<br />

âmbito estadual, a análise revela crescimento<br />

de 18,73% no número de débitos.<br />

TABELA 2: Movimento dos registros de débito - Região Central do Estado de São Paulo<br />

TABELA 3: Movimento dos registros de débito - Estado de São Paulo<br />

Jaime Vasconcellos, Economista e Assessor<br />

de Imprensa do Sincomercio; Pesquisador do<br />

Núcleo de Conjuntura e Estudos Econômicos<br />

(NCEE) / UNESP Araraquara<br />

ANÁLISE<br />

Os números do primeiro trimestre mostram<br />

um cenário de resistência da inadimplência<br />

em Araraquara. Em 2013, ao todo, o<br />

número de inclusões superou o número total<br />

de 2012 em 45%. Neste primeiro trimestre do<br />

ano o crescimento já é de quase 60%, em relação<br />

aos primeiros três meses de 2013. Em<br />

verdade, o número mensal de inclusões neste<br />

ano não é muito diferente do visto na média<br />

mensal de 2013, porém o patamar ao mês de<br />

mais de 20 mil inclusões de débitos é superior<br />

ao visto antes de 2012, quando a média<br />

estava em torno dos 15 mil novos débitos de<br />

inclusões mensalmente.<br />

Outra importante informação é que a base<br />

de comparação nesta relação dos primeiros<br />

trimestres é fraca. O primeiro trimestre de<br />

2013 foi o único período daquele ano onde<br />

verificou-se queda em relação aos respectivos<br />

meses de 2012. Portanto, seria natural um aumento<br />

percentual substancioso nos primeiros<br />

três meses de <strong>2014</strong>. De toda forma a inadimplência<br />

ainda é uma variável que precisa ser<br />

observada bem de perto, ainda mais com o<br />

cenário de alta dos juros e resistência dos preços.<br />

Somente a inflação de março foi a maior<br />

registrada para o mês desde 2003. A tendência<br />

de aperto ao orçamento das famílias deve<br />

continuar.<br />

Pessoas físicas inadimplentes na base do SPC Brasil<br />

Fonte: SPC Brasil. Os dados não refletem apenas o aumento do<br />

número de pessoas físicas inadimplentes no Brasil, mas também<br />

o aumento do registro das pessoas inadimplentes nas bases<br />

de dados do SPC Brasil. Os economistas brasileiros avaliam<br />

que o resultado de março reflete o atual cenário econômico de<br />

desaquecimento da economia brasileira e de alta de juros, que<br />

aumenta a dificuldade das famílias em honrar compromissos.<br />

28


JURÍDICO<br />

O projeto do novo Código<br />

de Defesa do Consumidor<br />

e a regulamentação do<br />

comércio eletrônico no país<br />

Dr. Iran Carlos Ribeiro<br />

Advogado do Sincomercio Araraquara<br />

No final do mês de março, a Comissão<br />

Temporária de Modernização do Código<br />

de Defesa do Consumidor (CDC – Lei<br />

8078/1990), aprovou o relatório final do<br />

Senador Ricardo Ferraço (PMDB/ES) que<br />

prevê a reforma da lei consumerista em<br />

vigor.<br />

A reforma do CDC se faz necessária<br />

para adaptar as normas codificadas que<br />

regem as relações de consumo às necessidades<br />

atuais do mercado consumidor, sob<br />

o prisma social, econômico e tecnológico,<br />

que eram diversas quando de sua promulgação<br />

no início dos anos 90.<br />

O texto do Projeto da Comissão do<br />

Senado, que sistematiza três projetos de<br />

lei (PLS 281, 282 e 283), destaca-se por<br />

ampliar o poder dos PROCONS, restringir a<br />

publicidade de crédito, impor limites à contratação<br />

de crédito consignado e estabelecer<br />

regras mais rígidas para a publicidade<br />

destinada às crianças.<br />

Para os empresários do ramo do comércio<br />

varejista, uma das inovações importantes<br />

é a prevista no PLS 281 com a<br />

criação de nova seção no CDC para regulamentação<br />

das compras pela internet.<br />

A previsão específica de normas dirigidas<br />

ao comércio eletrônico atende ao<br />

princípio da livre concorrência, na medida<br />

em que afasta verdadeira disparidade de<br />

tratamento, na relação com seus consumidores,<br />

entre as empresas do comércio<br />

varejista estabelecidas em endereço físico<br />

e as que, exclusivamente em estabelecimentos<br />

virtuais, efetuam seus negócios<br />

pela internet. Preservar a livre concorrência<br />

nada mais é do que zelar pela disputa,<br />

em condições de igualdade, entre todas as<br />

empresas para conquistar seu espaço no<br />

mercado de consumo.<br />

Por óbvio, inegável é a importância do<br />

comércio eletrônico nos dias atuais, porém<br />

não é justo, no que<br />

tange às normas de<br />

consumo, impor ao<br />

comércio em geral<br />

obrigações que, na<br />

prática, muitas vezes<br />

não são exigidas aos<br />

estabelecimentos virtuais,<br />

pela dificuldade<br />

de acesso aos seus endereços para contato<br />

ou de identificação dos dados de pessoa<br />

jurídica (razão social e CNPJ).<br />

A correção dessa distorção pode ser verificada<br />

em diversas passagens do projeto,<br />

como por exemplo, pela determinação da<br />

divulgação clara dos dados do fornecedor<br />

e pela aplicação de sanções para as práticas<br />

abusivas contra o consumidor.<br />

Pela proposição do Senado, o fornecedor<br />

de produtos e serviços que utilizar<br />

meio eletrônico ou similar deve disponibilizar<br />

em local de destaque e de fácil visualização:<br />

seu nome empresarial e número de<br />

inscrição no cadastro geral do Ministério<br />

da Fazenda; seu endereço geográfico e eletrônico,<br />

bem como as demais informações<br />

necessárias para sua localização, contato<br />

e recebimento de comunicações e notificações<br />

judiciais e extrajudiciais; preço total<br />

do produto ou do serviço, incluindo a dis-<br />

29<br />

criminação de quaisquer eventuais despesas,<br />

tais como a de entrega e seguro; especificidades<br />

e condições da oferta, inclusive<br />

as modalidades de pagamento, execução,<br />

disponibilidade ou entrega; prazo de validade<br />

da oferta, inclusive do preço; e prazo<br />

da execução do serviço ou da entrega ou<br />

disponibilização do produto.<br />

Como se vê, o projeto do novo CDC, ao<br />

obrigar que a empresa de comércio eletrônico<br />

mantenha a prestação de serviço adequado,<br />

facilitado, eficaz e seguro ao consumidor,<br />

prescreve a extensão de deveres<br />

aos estabelecimentos virtuais que são de<br />

observância obrigatória pelas empresas<br />

em geral.<br />

Certo é que as regras do comércio eletrônico<br />

do Projeto de Lei do Senado podem<br />

ser modificadas ao longo de toda tramitação<br />

legislativa da proposição (após aprovação<br />

do Plenário daquela Casa, a matéria<br />

deverá ser apreciada pela Câmara dos Deputados)*,<br />

porém, desde que mantidos os<br />

princípios norteadores do texto, tal como<br />

se encontrava na Comissão Temporária<br />

de Modernização do Código de Defesa<br />

do Consumidor, sua transformação em lei<br />

representará significativo avanço nas relações<br />

de consumo, por assegurar os direitos<br />

do consumidor, bem como imprimirá maior<br />

garantia à livre concorrência de mercado.<br />

* até 28/04/14 o PLS 281/12 encontrava-se<br />

em pauta para votação em Plenário.


No Liceu Monteiro Lobato, crianças<br />

interagem na lousa digital<br />

TECNOLOGIA NA <strong>ED</strong>UCAÇÃO<br />

Pode crer, quem não aprender<br />

com ela vai ficar na saudade<br />

Escolas de Araraquara estão<br />

desenvolvendo projetos para<br />

alunos aprenderem por meio<br />

de tablets, computadores e a<br />

lousa digital; os professores<br />

aprovam ferramentas.<br />

A história da internet surgiu na Guerra Fria,<br />

como forma de os Estados Unidos manterem<br />

comunicação entre seus militares, caso o país<br />

fosse atacado. De forma muito diferente do<br />

que é hoje, a internet foi se desenvolvendo ao<br />

longo do tempo e hoje engloba muito mais que<br />

apenas sentar em frente a um computador<br />

para enviar mensagens instantâneas.<br />

Algumas escolas de Araraquara adotam<br />

a tecnologia para otimizar o aprendizado do<br />

aluno e também como uma forma de entretenimento<br />

conciliado com a educação, melhorando<br />

a qualidade da aula.<br />

O colégio COC disponibiliza tablets para<br />

Professor de Física, Ivan,<br />

durante aula no COC<br />

alunos a partir do primeiro ano do ensino médio,<br />

podendo capturar imagens diretamente<br />

da lousa digital ou acessar a apostila na internet.<br />

O coordenador do Ensino Médio e Pré-vestibular,<br />

Paulo Henrique Rettondini, afirma que<br />

o ganho é imenso. “Os alunos podem acessar<br />

o Sistema COC de Ensino a partir do tablet que<br />

oferecemos, acompanhar as apostilas digitais<br />

e também praticar exercícios por ele. Às vezes,<br />

o professor passa uma aula na lousa digital e<br />

eles também podem capturar toda a aula por<br />

meio do aparelho, que acaba sendo uma ferramenta<br />

diferenciada para que o aluno aprenda<br />

mais”.<br />

Lara Coletti é aluna do primeiro ano do<br />

ensino médio e ganhou o tablet no início desse<br />

ano e diz que está satisfeita. “É um ótimo<br />

meio de estudo, porque conseguimos pegar o<br />

material da lousa e assim não perdemos tanto<br />

tempo copiando, mas às vezes eu ainda prefiro<br />

o caderno e a caneta”, afirma.<br />

O diretor administrativo do colégio Liceu<br />

Monteiro Lobato, Daniel de Barros, diz que<br />

está implantando nas salas um projeto diferenciado.<br />

“Cada aluno receberá um tablet<br />

com a base Android, desenvolvido pelo Sistema<br />

Positivo de Ensino. Ele<br />

foi adaptado para que as<br />

crianças possam manuseá-lo<br />

e se vier a cair, não<br />

Para Lara Coletti, o tablet é uma ferramenta<br />

que ajuda muito no estudo<br />

danificar o aparelho. Já fizemos todo o planejamento<br />

e treinamento de como funcionará<br />

esse sistema complexo. Com esse aparelho, o<br />

aluno poderá acessar o portal do Sistema Positivo<br />

e acompanhar o professor na aula, o que<br />

vai melhorar a qualidade do ensino. Atualmente<br />

estamos com a lousa digital, em que o professor<br />

tem todos os recursos da internet para dar<br />

suas aulas”. Barros diz que não é permitido o<br />

uso de smartphones dentro da sala, para não<br />

atrapalhar a aula. “Fizemos um treinamento<br />

em Curitiba, mas agora temos que fazer um<br />

treinamento no nosso colégio, para que o uso<br />

dos dispositivos seja direcionado para as aulas,<br />

assim o aluno não ficará disperso”. O projeto<br />

deve entrar em uso a partir do segundo<br />

semestre.<br />

A Diretora do Núcleo Pedagógico da Diretoria<br />

de Ensino de Araraquara, Jussara<br />

Aparecida Guerreiros, assegura que as escolas<br />

estaduais em período integral já utilizam<br />

notebooks dentro das salas. “As escolas em<br />

período integral precisam prender a atenção<br />

dos alunos durante o dia todo nas aulas. Precisamos<br />

desenvolver atividades e uma delas<br />

é uso dos notebooks nas salas de informática<br />

e também nas salas de aula, quando necessário.<br />

A intenção é colocar o aluno na internet<br />

para conhecer a tecnologia e principalmente<br />

O COC oferece tablets<br />

para os alunos a partir<br />

do primeiro ano do<br />

ensino médio<br />

30


melhorar o ensino para as crianças”.<br />

A escola estadual Professor Joaquim Pinto<br />

Machado Junior, no Jardim Imperial, é uma<br />

das unidades de período integral em Araraquara<br />

que já usa o recurso da internet na sala de<br />

aula. A escola do Parque São Paulo, Professor<br />

Oacyr Antonio Ellero, é a segunda unidade que<br />

trabalha com a internet. Outras escolas estão<br />

com as obras em fase final para a implantação<br />

de aulas no período integral.<br />

INTERAÇÃO COM OS PEQUENOS<br />

O Centro de Educação e Recreação Dona<br />

Cotinha de Barros, no Jardim Brasil, é um<br />

exemplo que a alfabetização e a tecnologia<br />

devem andar juntas. O CER atende crianças<br />

Maria Calegari (coordenadora<br />

educacional), Eliane de Barros<br />

(diretora) e Daniel de Barros<br />

(diretor administrativo), uma<br />

reunião para anunciar a<br />

implantação de novas ações<br />

tecnológicas nas salas de aula<br />

do Liceu Monteiro Lobato<br />

de 0 a 5 anos e todas as salas de aula são<br />

equipadas com a lousa digital, ferramenta importante<br />

para prender a atenção das<br />

crianças, segundo a diretora Luciana<br />

Mara Tabachi Zamai. “Colocamos<br />

uma atividade na lousa digital e as<br />

crianças prestam atenção em tudo,<br />

querem participar. É um equipamento<br />

que nos auxilia muito para ensinar<br />

e educar”.<br />

Ainda segundo Luciana, o aparelho<br />

traz uma série de outros benefícios<br />

para as crianças. “Usamos o aparelho<br />

com todas as crianças, basicamente. As do<br />

berçário, por exemplo, para passar filmes e<br />

vídeos. As maiores, para entreter e ensinar.<br />

O contato com a tecnologia digital é muito<br />

importante, além da interação com os amiguinhos<br />

da classe. As professoras usam a lousa<br />

digital para fazer pesquisa e melhora muito a<br />

maneira do professor preparar sua aula, que<br />

já vem pronta de casa”. A lousa digital foi fornecida<br />

pela Prefeitura de Araraquara e pode<br />

ser usada para vídeos, interação dos alunos<br />

com o equipamento e também para melhorar<br />

e agilizar o trabalho do professor.<br />

31


O PREFEITO QUE CRIOU HISTÓRIAS<br />

De Santi não fazia rodeios para o<br />

“pode ou não pode”. Era direto.<br />

Entre as qualidades do ser<br />

humano e político Waldemar<br />

De Santi, estava uma que não<br />

desprezava: a discrição, ou<br />

melhor, reservava o direito de<br />

guardar em sua memória fatos<br />

que compunham a vida de um<br />

notável homem público. Amado<br />

pelo funcionalismo municipal,<br />

criou suas próprias regras para<br />

responder os pedidos que lhe<br />

faziam. Conhecia os limites da<br />

lei, não iludia as pessoas e nem<br />

protelava respostas.<br />

“Manço, quero falar com o delegado”,<br />

disse Waldemar De Santi ao seu fiel amigo e<br />

chefe de gabinete num final de tarde daquele<br />

setembro de 1997. No dia seguinte De Santi<br />

se encontra com o presidente da Ferroviária,<br />

Bruno José Ópice de Mattos, no portão do Estádio<br />

da Ferroviária. Presente também estava<br />

Milton Cardozo, que viria a ser mais tarde, o<br />

novo presidente do clube.<br />

“Está resolvido, o delegado vai pescar e a<br />

Ferroviária pode fazer o bingo”, disse De Santi<br />

no seu jeito apropriado de defender a cidade<br />

e as coisas que dentro dela vivem, uma delas<br />

a Ferroviária. Até então, a pressão da polícia<br />

para impedir o bingo no Estádio da Fonte era<br />

grande. Aos diretores da Ferroviária o então<br />

prefeito contou: “Já disse a eles que se tiverem<br />

que prender alguém, o primeiro sou eu; vou<br />

estar aqui no dia do bingo, às 8h da manhã”.<br />

De fato, De Santi estava lá e o bingo ocorreu<br />

normalmente.<br />

Este era o prefeito que tivemos, nascido<br />

em berço humilde, que aos 8 anos de idade,<br />

requentava o grupo escolar e no período da<br />

tarde descascava milho nas mãos. Ele precisava<br />

ajudar a família no sustento da casa. Depois,<br />

trabalhou como empacotador de meias<br />

na Fábrica Lupo. Nos fins de semana, De<br />

Santi jogava futebol nos campinhos do Santana<br />

como beque central e era chamado de<br />

“Turcão”. Estudou à noite com dificuldades e<br />

se formou contador, profissão que exerceu durante<br />

longo tempo até montar uma indústria<br />

Em 1996 ao lado da<br />

esposa Carmem, do vice<br />

Marcello Edgard Drouet<br />

(esposa Ruth), por<br />

ocasião da inauguração<br />

do Teatro Municipal na<br />

Fonte Luminosa.<br />

32<br />

De Santi nunca se valeu de comitês<br />

para realizar suas campanhas.<br />

Conhecia a cidade como a palma<br />

da mão e disso se valia para rever<br />

os eleitores e pedir o voto. Os lugares<br />

em que mais encontrava seus cabos<br />

eleitorais para conversar eram o<br />

Bar do Zinho, Bar do Pernambuco,<br />

Mercado Municipal e o Restaurante<br />

do Cidinho. Ele adorava estar em<br />

contato com quem ele chamava<br />

de “meu povo”.<br />

de refrigeração a qual se dedicou por muitos<br />

anos. Até o final de 2013 ainda era possível<br />

vê-lo com frequência na sua empresa na Rua<br />

Nove de Julho, ajudando sem remuneração<br />

e muitas vezes colocando dinheiro do bolso<br />

para pagar as contas da loja que mais tarde<br />

doaria ao seu amigo Lemão.<br />

O seu trabalho voluntário em prol da comunidade<br />

é imenso. Foi presidente do Clube<br />

27 de Outubro, tesoureiro da Casa Betânia,<br />

presidente do Aeroclube, diretor da Associação<br />

dos Empregados do Comércio de Araraquara<br />

(órgão precursor do sindicato da categoria),<br />

conselheiro do Hospital Beneficência<br />

Portuguesa e inúmeras outras coisas mais.<br />

NA POLÍTICA<br />

Conhecido por sua honestidade, foi vereador<br />

por 21 anos e 1 mês, o que lhe garantiu<br />

o reconhecimento público e o motivou a se<br />

lançar à Prefeitura, tendo ocupado o cargo por<br />

três vezes, ficando 14 anos como prefeito de<br />

Araraquara sem nunca se licenciar do cargo.<br />

A exemplo do trabalho, na vida política<br />

também começou cedo. Aos 24 anos, De<br />

Santi ocupou seu primeiro cargo político como<br />

vereador na Câmara Municipal de Araraquara,<br />

exercendo mandato de 1956 a 1959 pelo<br />

PDC. Na sequência, foram mais quatro eleições:<br />

1960 a 1963 também pelo PDC - sen-


De Santi em contato direto com o povo nas ruas da cidade<br />

do o 2º vereador mais votado; 1964 a 1968,<br />

PSD/PSP - vereador que mais recebeu votos;<br />

1969 a 1972 pelo MDB - novamente sendo o<br />

2º vereador mais votado; e por fim de 1973 a<br />

1976 pelo MDB como o vereador mais votado<br />

em Araraquara.<br />

Em 1976, pelo MDB, foi eleito prefeito com<br />

24.351 votos, exercendo o mandato de 1º de<br />

fevereiro de 1977 a 31 de janeiro de 1983,<br />

tendo como vice o médico Marcelo Edgard<br />

Drouet. O cargo seria ocupado ainda por mais<br />

duas legislaturas: de 1989 a 1992, eleito com<br />

33.177 votos pelo PDS; e entre 1997 e 2000,<br />

pelo PPB, eleito com 37.302 votos. Nos dois<br />

mandatos, De Santi contou com o médico Anuar<br />

Mahmud Lauar como vice.<br />

De Santi foi responsável por construir<br />

bairros que hoje são fundamentais para Araraquara,<br />

como o Selmi Dei e o Yolanda Ópice.<br />

Também investiu em infraestrutura com a pavimentação<br />

de diversas vias e vicinais da cidade,<br />

alargamento de ruas e avenidas, além<br />

de dar continuidade à construção da Via Expressa,<br />

iniciada no mandato de Clodoaldo Medina.<br />

DAAE, CTA e Parque Pinheirinho também<br />

foram beneficiados pela gestão de Waldemar<br />

De Santi.<br />

Entre suas principais obras estão a construção<br />

do Terminal Rodoviário de Araraquara<br />

às margens da Via Expressa, o Pronto Socorro<br />

Central, onde hoje funciona o NGA-3, o Ginásio<br />

da Pista e a remodelação das praças Pedro de<br />

Toledo e Santa Cruz.<br />

De Santi também deu sequência à implantação<br />

dos Centros de Educação e Recreação<br />

(CER) por diversos bairros, além de investir<br />

também na saúde, com a construção de unidades<br />

básicas e a criação da UM<strong>ED</strong> - centro de<br />

especialidades e exames.<br />

Waldemar De Santi foi casado por 46 anos<br />

com Carmem Osmaly Golinelli De Santi, falecida<br />

em março de 2011. Desta união, tiveram<br />

Júnia Maria De Santi Alves, também falecida.<br />

As saudades que ele deixa são imensas;<br />

foi um grande prefeito, mas, acima de tudo,<br />

um ser humano admirável. Ele administrava<br />

sempre pensando nas pessoas que mais<br />

precisavam e tinha a honestidade estampada<br />

como sua marca. Adoentado, suas idas à Beneficência<br />

Portuguesa desde o ano passado<br />

vinham sendo mais frequentes e em abril seu<br />

coração de calabrês cansou de bater. Bom<br />

descanso, prefeito.<br />

SEGUE »<br />

Pelos lugares<br />

onde passava<br />

De Santi era<br />

recebido como<br />

velho amigo da<br />

casa. Era assim<br />

o seu jeito de ser.<br />

33


HISTÓRIA DE FAMÍLIA<br />

Uma rotina que ele fazia questão<br />

de preservar pelas ruas da cidade<br />

Não há como diferenciar na história política da cidade, a pessoa e o<br />

comerciante, do homem público - Waldemar de Santi. Ele conseguiu<br />

manter em toda sua vida, a humildade e o equilíbrio no trato com o<br />

próximo. Nunca subestimou a inteligência do povo. Nunca se curvou<br />

às ordens dos governadores ou até mesmo de presidentes. De Santi<br />

sempre foi o espelho da alma da terra que amou.<br />

Texto: Ivan Roberto Peroni<br />

Em seu escritório na loja de refrigeração que<br />

o viu entrar e sair por mais de 35 anos<br />

Naquela manhã de<br />

novembro, Waldemar<br />

fora acordado<br />

por Dona Carmem,<br />

sua esposa. Ela na<br />

verdade tinha sido<br />

despertada pelo toque<br />

do telefone. A<br />

filha Júnia, pequena<br />

ainda, adormecia<br />

num dos quartos do<br />

apartamento que o<br />

casal comprara em<br />

prestações no Edifício<br />

Vila do Sol. Num<br />

verão de quase dezembro, as chuvas não<br />

eram tantas. No telefone, tudo sob controle,<br />

disse Aldo Pierre, diretor do DAAE, após reunião<br />

que tivera com o José Benedito de Souza,<br />

o “Espingardinha”, no dia anterior. E a PRD 4,<br />

já tinha anunciado que a população poderia<br />

ficar tranquila pois o abastecimento de água<br />

seria normal naquele final de ano. Só que,<br />

justamente naquela manhã, Waldemar estava<br />

acordando exatamente 30 minutos mais cedo<br />

do que normalmente acontecia. Acorda homem,<br />

disse dona Carmem, em tom carinhoso.<br />

E completou: “Acorda que o dia vai ser longo”.<br />

De fato, o dia teria que ser longo. Entre<br />

um beijo na filha, um tchaaau prolongado<br />

depois de passar a mão de forma carinhosa<br />

no rosto da esposa, Waldemar se apressava<br />

para mais um dia como homem público.<br />

Entre sair do apartamento e chegar ao elevador,<br />

trocou palavras com João Primiano,<br />

alguma coisa sobre o Fisa que se preparava<br />

para uma nova feira no Parque Infantil.<br />

A partir do instante que botou os pés<br />

na José Bonifácio, capanga (bolsa) marrom<br />

debaixo do braço, o Waldemar ficara para<br />

trás. De Santi assumia a postura de prefeito<br />

da cidade que aprendera a amar. A camisa<br />

de mangas compridas, tom creme, punhos<br />

abotoados fora um presente de Carmem, no<br />

último aniversário, 9 de março. Foi naquele<br />

dia talvez que De Santi, mais lembrara dos<br />

seus pais, dona Vitória e Vitório. Vitorioso na<br />

vida, tanto quanto os pais.<br />

Embora prefeito, seguia ele pela Padre<br />

Duarte, quando não, pela São Bento. O cigarro,<br />

inseparável companheiro, sapatos<br />

normalmente marrons e os “bons dias” que<br />

se avolumavam nos quase quatrocentos<br />

passos entre uma ponta e outra do quarteirão.<br />

O Chico da Charutaria lhe fez um sinal<br />

com as mãos e do outro lado, De Santi respondeu,<br />

quase que da mesma forma.<br />

Ele sabia, o dia seria longo. Dona Carmem<br />

o preveniu. Da reunião com o Bogé<br />

(Santana), Santo Antônio (Vila), Carioca<br />

(Unidos), Sidney (Santana), ele não poderia<br />

faltar. Nem que fosse pra falar bom dia,<br />

meu povo. As escolas iam afinar os tamborins<br />

para o carnaval de 78. Mas, ele sabia<br />

também que tinha um assunto a tratar com<br />

o Renan Dall’Acqua e o Rubens Bressan,<br />

companheiros quase que inseparáveis ao<br />

lado do Manço, que como chefe de gabinete,<br />

lhe preparara uma agenda de compromissos<br />

que descartava doutores e empresários.<br />

Figuravam pessoas simples como<br />

Joaquim Sorbo que o levaria para uma<br />

reunião nos bairros Bocaiúva I e II com os<br />

lavradores reunidos pelo Oswaldo Silva. O<br />

vereador Júlio César Rente Ferreira, “Gugu”,<br />

não poderia faltar. Preciso dele lá, disse o<br />

prefeito. Na verdade, ele era o que era. Homem<br />

do povo, fiel aos companheiros, avesso<br />

às solenidades com grande pompa, degustador<br />

de bons aperitivos em companhia<br />

de gente como ele: Reginaldo Galli, Mário<br />

de Osti e trazia na conta amizades que não<br />

esquecera nos tempos de Câmara: Rubens<br />

Bellardi, Darcy Moralles, Flávio Ferraz e<br />

principalmente Elias Damus que o arrastara<br />

para conhecer cerca de 500 compadres<br />

que conseguira ao longo de cinco mandatos<br />

como vereador.<br />

Naquele dia, antes de um rápido café<br />

feito no coador de pano pelo Olívio no Bar<br />

do Pernambuco, o João Pereira falara nos<br />

seus ouvidos: “O senhor não pode deixar<br />

de ver a beleza que está ficando o Teatro<br />

de Arena, na Vila Melhado”.<br />

Autêntico, De Santi foi o prefeito que<br />

venceu três candidatos juntos num dia só<br />

e quantos houvessem seria ele o ganhador,<br />

tamanho o peso da sua popularidade e que<br />

a história sempre lembrará.<br />

Bolo de aniversário: presente da sobrinha<br />

Sônia De Santi que o adorava<br />

Saiu da política, se aposentou e bons dias<br />

foram passados na chácara no melhor estilo<br />

34<br />

Na rotina de sempre, uma passagem quase<br />

diária pelo Mercado Municipal


35


AVENIDA SETE À NOITE<br />

Boemia, aqui me<br />

tens de regresso<br />

A Sete de Setembro volta para retomar seu espaço nas<br />

noites da cidade. Hoje com perfil gastronômico mais<br />

acentuado, o Carmo quer apenas esquecer as decepções<br />

comerciais dos últimos 30 anos e reviver os momentos<br />

de glória dos anos 50 e 60, quando era o cartão de<br />

apresentação do nosso comércio nos fins de semana<br />

e acesso obrigatório ao centro de Araraquara.<br />

O bairro do Carmo, um dos mais antigos e<br />

tradicionais da cidade, abriga uma grande variedade<br />

gastronômica e de varejo forte. Suas<br />

noites têm um perfil de boemia. O seu principal<br />

ponto está localizado na Avenida Sete de<br />

Setembro, recebendo no meio do ano passado<br />

uma revitalização, abandonando o famoso<br />

bloquete em um trecho de sua via para ser<br />

asfaltada, criando bulevares em seu entorno<br />

para uma circulação e ambientação melhor<br />

para veículos e pedestres. E o centro gastronômico<br />

voltou a ter força após estas mudanças<br />

significativas.<br />

Décadas atrás, Araraquara tinha um único<br />

ponto de entrada que era pela Avenida Presidente<br />

Vargas, vindo pela Rodovia Washington<br />

Luís. Como era a principal via de acesso à cidade,<br />

restaurantes predominavam aquele ponto,<br />

atendendo viajantes e até mesmo moradores<br />

de Araraquara, que tiravam o fim de semana<br />

para desfrutar da gastronomia do bairro.<br />

Muitas lojas, dentre elas a Pernambucanas,<br />

tiveram o seu primeiro prédio<br />

instalado na cidade na própria<br />

avenida, além de várias<br />

famílias abrirem os seus próprios negócios.<br />

Com o passar dos anos, a cidade expandiu e<br />

mais entradas começaram a ser feitas depois<br />

que a Washington Luís duplicou para ter uma<br />

circulação maior de veículos. E isso foi afastando<br />

os visitantes da entrada pela Presidente<br />

Vargas e o comércio, principalmente o gastronômico<br />

perdeu a força.<br />

Após uma luta dos comerciantes com o<br />

Poder Público, a Sete de Setembro passou por<br />

uma revitalização importante em um de seus<br />

trechos mais movimentados - da Rua Humaitá<br />

(Rua 9) até a Rua dos Libaneses (Rua 14)<br />

- com nova sinalização de trânsito, semáforos<br />

do tipo pórtico, suporte de sinalização coloridos,<br />

colocação de floreiras e bancos nas esquinas<br />

e calçadas com piso ecológico e tátil<br />

dos dois lados. Outra mudança que chamou<br />

a atenção foi a inversão de mão no trecho das<br />

36<br />

ruas 13 e 14, deixando o trânsito fluindo em<br />

uma mão única com a adesão de vagas de estacionamento<br />

45°.<br />

Mário Hokama, morador do bairro há 64<br />

anos e 15 anos dono do restaurante Sakaná,<br />

comemora a revitalização feita pela prefeitura.<br />

“É um marco importante. Foram 20 anos de<br />

insistência, desde quando o Massafera era<br />

prefeito da cidade, pela revitalização. Ajudou<br />

muito os comerciantes e consumidores, dando<br />

uma cara nova para a Avenida 7”, conta.<br />

Além disso, Hokama revela que a mudança<br />

de mão no trecho das ruas 13 e 14 foi um<br />

alívio para todos. “Antigamente, era comum<br />

vermos acidentes e atropelamentos neste trecho,<br />

e o fluxo de carros gerava engarrafamentos<br />

e dor de cabeça para todo mundo. Agora,<br />

com mão única no sentido centro/bairro e<br />

semáforos modernos, percebemos que tudo


A noite chega e com ela a clientela<br />

Bar do Cesão, antigo Bar do Dalmo, hoje<br />

sob a direção de Cesar Alberto da Silva<br />

está fluindo tranquilamente”.<br />

O comerciante acredita ainda que as mudanças<br />

que ocorreram podem significar outras<br />

modificações nos principais centros. “Av. 7 não<br />

é um todo. Quando as coisas se transformam,<br />

nós também sentimos. A nossa concorrência<br />

fica sadia. Quanto mais, melhor, independente<br />

dos locais espalhados em Araraquara”, finaliza<br />

Hokama.<br />

NO PASSADO<br />

Em 1960, no final da Presidente Vargas,<br />

cruzando a Washington Luís - sem o balão e o<br />

viaduto que surgiram somente com a duplicação<br />

da rodovia - estava o Posto Quitandinha.<br />

A vida noturna da cidade começava por alí e<br />

seguia em direção ao centro de Araraquara<br />

encontrando pelo caminho, alguns bares e<br />

restaurantes que acabaram entrando para a<br />

história da gastronomia.<br />

O Bom Petisco logo na praça do Carmo<br />

ainda está gravado em nossas lembranças.<br />

Uma bela chopeira, o talento do João dos Santos<br />

Rodrigues na retirada do chopp e a deliciosa<br />

pizza preparada pelo adorado português,<br />

amigo de todos, principalmente dos políticos<br />

que após as sessões da Câmara se dirigiam<br />

para lá.<br />

O Manda Brasa, na Sete de Setembro esquina<br />

com a Rua Humaitá era peso forte no<br />

roteiro gastronômico do bairro e uma das suas<br />

especialidades era a carne no espeto. Ponto<br />

João dos Santos Rodrigues, em 1969,<br />

inaugurava a Pizzaria Bom Petisco, ponto de<br />

encontro dos políticos após as sessões da<br />

Câmara Municipal<br />

Tremendão é sucesso a mais de 2 décadas<br />

no bairro<br />

familiar com oito mesas distribuídas nos fundos<br />

e uma roda de carroça com lâmpadas no<br />

teto iluminava um espaço que não tinha mais<br />

30m². A madrugada boêmia terminava na<br />

abertura da Padaria Jaraguá ou Padaria do<br />

Lima lá pelas quatro horas, com a exigência do<br />

pão quentinho e um belo café com leite.<br />

Edil, do Tremendão, há 20 anos vivendo o<br />

comércio do Carmo: hoje um dos nomes<br />

mais conhecidos da Sete<br />

37


NOVO PERFIL<br />

As noites gostosas do<br />

velho bairro do Carmo<br />

Aos poucos moradores e comerciantes vão se adaptando à<br />

nova rotina do bairro que já não vive um passado, até mesmo<br />

considerado romântico, pela tradição dos hábitos. A Avenida Sete<br />

pausadamente tem perdido suas origens e características; alguns<br />

pioneiros do comércio ainda insistem em vencer o tempo e os que<br />

surgem trazem nas mãos uma nova leitura do mundo globalizado.<br />

Edil Leme, há 20 anos cumpre um ritual<br />

na Avenida Sete de Setembro: abrir e fechar as<br />

portas da sua casa de lanches todos os dias,<br />

sem olhar o tempo que faz lá fóra. Frio, chuva,<br />

calor, não lhe assusta. São outonos e mais<br />

outonos olhando as mudanças que vinham<br />

de forma homeopática. No ano passado alguma<br />

coisa lhe chamou a atenção: “A falta de<br />

luminosidade preocupava muito para quem<br />

frequentava este trecho da avenida. Hoje, com<br />

um local praticamente novo, nos sentimos<br />

mais seguros, e isso ajuda a trazer o público<br />

de volta. Bom para nós que vivemos disso”,<br />

comenta.<br />

Vindos de São José dos Campos, Willian<br />

Eburneo e Juliano Castilho, proprietários do<br />

Quintal do Carmo, acreditam que o lugar tende<br />

a crescer ainda mais. “Com um design mais<br />

moderno, acredito que o ponto se tornará o<br />

melhor lugar da cidade”, diz Juliano. “A revitalização<br />

trouxe novo ar para cá (Carmo), com<br />

grande movimentação para a avenida”, complementa<br />

Eburneo.<br />

No começo, quando houve a apresentação<br />

do projeto, poucos eram os que acreditavam<br />

nos resultados positivos das modificações.<br />

Só que a luta para se chegar a isso não<br />

é tão nova: doze anos atrás, os comerciantes<br />

do Carmo, Quitandinha e São José até que tentaram.<br />

Primeiro uma reunião na Associação<br />

Comercial e Industrial de Araraquara; depois<br />

um encontro numa das salas de aula do Senai<br />

cedida pelo então diretor José de Jesus Fabri.<br />

Houve a mobilização do empresário<br />

Mário Hokama e até mesmo da diretoria<br />

do DER, tendo em vista a necessidade<br />

de alterações no acesso à cidade<br />

num dos pontos da Washington Luís.<br />

A revitalização só foi possível graças<br />

à visão do Eng° Coca Ferraz, responsável<br />

pela secretaria de Mobilidade Urbana. “O Coca<br />

além de entender do assunto, tem uma afinidade<br />

maior com a história da cidade e conhece<br />

as necessidades de cada bairro”, conta um<br />

lojista, que hoje se sente beneficiado com a<br />

transformação da Sete.<br />

Da mesma forma, Luiz Cláudio Pereira,<br />

proprietário do Bar Azul há 17 anos (12 anos<br />

no Shopping do Carmo), enaltece o trabalho<br />

de remodelação da avenida: “A revitalização<br />

ficou muito atraente. Antigamente era mais<br />

romântica. Hoje já é mais bonita, vistosa. Espero<br />

que futuramente se torne um glamour de<br />

Araraquara, numa espécie de convite para que<br />

as famílias se encontrem neste corredor, que<br />

os jovens tenham uma convivência festiva,<br />

animada”.<br />

A mesma visão sobre o Carmo tem a Família<br />

Segnini, enraizada nesta parte da cidade.<br />

Em 1998, os irmãos Silvio e Renato decidiram<br />

montar o Velho Armazém aproveitando o prédio<br />

que abrigava a Casa Segnini, inaugurada<br />

em 1954 pelo avô Primo Segnini. Nestes 16<br />

anos que se passaram, o Velho Armazém teve<br />

uma contribuição valiosa para melhoria das<br />

noites e o Bairro do Carmo resgatou importante<br />

parte da sua história: “Andando pela Avenida<br />

Sete você consegue ver o que é e o que era<br />

(comparando o trecho revitalizado e o trecho<br />

clássico). Com a revitalização, pode-se atrair<br />

mais pessoas ao centro gastronômico noturno”,<br />

comenta orgulhoso Silvio Segnini.<br />

O Villa Poma ainda mantém sua<br />

bela fachada como a decorar o final<br />

da Sete de Setembro e o início da<br />

Avenida Presidente Vargas, já em<br />

direção ao Quitandinha<br />

38


Silvio Segnini, do<br />

Velho Armazém<br />

DEBATE<br />

Possibilidades<br />

de inovação<br />

O professor Elson Longo, da<br />

Unesp local, no Rio de Janeiro<br />

participa de debate sobre a<br />

inovação das empresas, com<br />

uso da tecnologia.<br />

O Velho Armazém é uma das casas<br />

mais luxuosas da cidade<br />

Elson em<br />

uma de suas<br />

palestras<br />

ESPERANÇA<br />

Apesar da revitalização ter sido um sucesso,<br />

a esperança para todos os comerciantes<br />

e população é de que ela continue o trajeto,<br />

chegando até a Via Expressa. Mais abaixo da<br />

Rua 9, estabelecimentos como Antonella e<br />

Gaúcho, ficam na expectativa de que a prefeitura<br />

faça o mesmo em seus quarteirões.<br />

“A reforma feita no trecho ficou muito boa,<br />

mas eu espero que a revitalização continue<br />

pegando a avenida toda”, conta Maria Terezinha,<br />

proprietária há 34 anos da Lanchonete<br />

do Gaúcho. Já os irmãos Edson e Aline Carrascosa,<br />

proprietários do Antonella, acreditam<br />

que em breve, a Avenida Sete ficará mais bonita<br />

daqui pra frente. “Já temos um público bastante<br />

fiel ao nosso estabelecimento. Se a revitalização<br />

pegar toda avenida, isso beneficiará<br />

a todos nós, trazendo novos clientes para cá”.<br />

Pizzaria Vecchia Roma<br />

Quintal do Carmo<br />

Os irmãos Edson e Aline Carrascosa<br />

decidiram investir com talento no Antonella<br />

Gaúcho<br />

39<br />

Juliano e Willian<br />

Representantes da comunidade científica<br />

e líderes empresariais se reúnem neste<br />

começo de maio, no Rio de Janeiro, para<br />

debater assuntos relacionados à inovação<br />

na Reunião Magna da Academia Brasileira<br />

de Ciências (ABC).<br />

Inspirado no tema "Da ciência básica<br />

à tecnologia e inovação nas empresas", o<br />

evento pretende compartilhar os pontos de<br />

vista de empresários e pesquisadores em<br />

busca de novas estratégias para promover<br />

o crescimento econômico sustentável do<br />

Brasil.<br />

Entre os palestrantes convidados estão<br />

Marcos Buckerigde, do Instituto de Biociências<br />

da Universidade de São Paulo (USP),<br />

que falará sobre os “Desafios na produção<br />

de bioetanol”; Jorge Kalil, diretor do Instituto<br />

Butantan, que mostrará “O papel dos<br />

institutos públicos na inovação farmacêutica”;<br />

e Elson Longo, do Instituto de Química<br />

da Unesp de Araraquara, que apresentará<br />

a palestra “Conhecimento gerando novas<br />

possibilidades de inovação”.<br />

O encontro ocorrerá no Novotel Rio de<br />

Janeiro, e para a nossa cidade é motivo<br />

de orgulho ter dos seus filhos mais ilustres<br />

participando de tão importante encontro e<br />

onde um dos assuntos foca o bioetanol.


TALENTOS & NEGÓCIOS<br />

A indústria<br />

da música<br />

Eles formam um público musical<br />

bem diferente, mas a exemplo<br />

dos outros, está inserido na<br />

cultura e economia da cidade.<br />

São os roqueiros da nossa terra<br />

que fogem do trivial, porém, são<br />

fiéis ao ritmo e aos lugares onde<br />

se apresentam nos fins<br />

de semana.<br />

Texto: Rafael Zocco<br />

Enquanto as casas mais badaladas de Araraquara<br />

recebem shows de samba, pagode,<br />

sertanejo e apresentações de DJ’s, outros lugares,<br />

considerados menos amplos dentro destes<br />

gêneros, dão espaço às bandas de rock,<br />

sejam elas cover ou autorais, com alternativas<br />

a um público que quer curtir a noite com um<br />

som diferente dos que se ouve atualmente nas<br />

TVs e rádios. Como as baladas são predominantes<br />

na cidade, bares e restaurantes costumam<br />

fazer eventos diferenciados, tentando<br />

atrair pessoas que queiram mudar a sua rotina<br />

do fim de semana.<br />

“No início da década de 90, houve o que<br />

eu chamo de “O Advento dos Cabeludos”, exalta<br />

Francisco Salles Colturato, o Fran, proprietário<br />

do Bar do Zinho. A presença frequente<br />

dos “cabeludos” fez com que ele tratasse a<br />

música com carinho em seu estabelecimento.<br />

“A mistura das pessoas mais velhas com as<br />

mais novas trouxe uma mudança musical no<br />

bar. Muitos vieram fazer pedidos de bandas de<br />

rock e a realização de eventos”, diz.<br />

Preconceito gera preconceito. As pessoas<br />

costumam olhar o roqueiro de forma arbitrária,<br />

geram dúvidas sobre ele sem conhecê-lo e<br />

podem criar uma imagem preconceituosa daqueles<br />

que se vestem de preto, com coturno,<br />

num calor escaldante. Esquisito? Na verdade<br />

é um estilo adotado pela crença do rock. Ao<br />

mesmo tempo, pode-se gerar uma ilusão para<br />

quem ouve funk, samba, axé e pelas roupas<br />

que vestem, uma infinidade de escangalho<br />

que a sociedade causa por falta de capricho<br />

e conhecimento.<br />

“Dias atrás, carreguei alguns materiais<br />

para o meu carro e sai com ele. Como muitas<br />

pessoas gostam de ouvir várias músicas com<br />

som alto, coloquei no meu também. Só que,<br />

ao invés de colocar algo como funk ou rock,<br />

coloquei música clássica e passei pelo Centro.<br />

Para minha surpresa, recebi palmas de<br />

algumas pessoas. E se fosse rock?”, relembra<br />

Henrique Rosseti, proprietário do sebo Espaço<br />

O Simpsons of The<br />

Universe, de<br />

Araraquara: Igor<br />

Guzzi (contra-baixo),<br />

Fabrício Bruca<br />

(guitarra), Luiz<br />

Carlos Talo (vocal)<br />

e Michel Chade<br />

(bateria)<br />

Dead or Alive com<br />

Matheus Vieira<br />

(contra-baixo), Willian<br />

Albino (bateria e vocal)<br />

e Carlos Oliveira (guitarra);<br />

“Last Man Standing”, novo<br />

trabalho da banda, será<br />

lançado entre junho e julho<br />

Alternativo e Arte & Bola.<br />

“A cidade precisa abranger<br />

todo o tipo de estilo<br />

musical, pois há espaço em<br />

todos os locais. No Arte eu<br />

recebo todos os estilos:<br />

rock, punk, jazz, metal, sertanejo,<br />

samba, entre outros.”,<br />

completa Henrique.<br />

Todo estilo musical é<br />

uma forma de liberdade de<br />

expressão, desde as formas<br />

mais esdrúxulas, até as que<br />

tocam a nossa alma. Não é<br />

questão de generalizar a forma<br />

como tratam o indivíduo<br />

ou suas atitudes, mas é saber lidar com elas<br />

dentro de uma cultura brasileira que acaba gerando<br />

polêmica. O cenário musical araraquarense<br />

é um prato cheio de diversidades, seja<br />

discotecagem em uma casa noturna ou num<br />

samba na Praça das Bandeiras.<br />

Há outros santuários que abrem espaço<br />

para as vertentes das cordas beliscadas. Dilvar<br />

Lourenço, proprietário do Bombar e apaixonado<br />

pelo rock, mostra ser adepto de vários trabalhos,<br />

seja autoral ou cover, que chamam a<br />

sua atenção e abrem oportunidades para bandas<br />

se apresentarem em seu estabelecimento.<br />

“As produções autorais na cidade se destacam<br />

cada vez mais. A questão é que produzir<br />

algo novo em nossa conjuntura é sempre de<br />

uma dificuldade sabida por todos. São verdadeiros<br />

heróis produzindo cultura de qualidade<br />

em um cenário infame”, conta. “Sou adepto e<br />

amante ao estilo. Me esmero pelo gosto e não<br />

tenho o bar como algo alternativo. A intenção<br />

é proporcionar eventos de qualidade, seja rock<br />

ou suas vertentes, mas que sejam bem produzidos”,<br />

complementa Lourenço.<br />

Já para José Ricardo Piva, proprietário da<br />

Loja Kult e do Anexo Pub, manter um mesmo<br />

público em seu estabelecimento acaba criando<br />

um laço de fidelidade com os fãs de rock n’ roll.<br />

“Criamos o pub por falta de espaço neste<br />

gênero em Araraquara. O público roqueiro não<br />

é atrativo para um empresário da cidade, pois<br />

40


não é um público que gasta muito. Para se ter<br />

um estabelecimento exclusivo de rock, é preciso<br />

curtir rock também. Ambos acabam falando<br />

a mesma língua”, enfatiza Piva. “Ao contrário<br />

do que muitos pensam, o público roqueiro é<br />

bem tranquilo. Todos são amigos e apenas se<br />

reúnem para ouvir uma boa música”, destaca.<br />

AS VOZES SALVADORAS<br />

Quem carrega a responsabilidade de agradar<br />

a massa são as bandas. É algo que pode<br />

ir do céu ao inferno em questão de minutos.<br />

Desempenhar o papel do seu ídolo no palco<br />

não é fácil pra ninguém, ainda mais com fãs<br />

exigentes que querem a qualquer custo ouvir<br />

a música preferida de suas bandas. Os covers<br />

têm essa dura missão de encarnar o ídolo e se<br />

tornar a grande voz nos palcos de Araraquara.<br />

Luiz Carlos Talo, vocalista da banda Simpsons<br />

of The Universe, que está na estrada há<br />

17 anos, aponta os verdadeiros desafios que<br />

uma banda cover tem que encarar para agradar<br />

o grande público.<br />

“Uma banda cover tem que ter bom desempenho,<br />

da melhor forma possível, em diversão,<br />

no meu caso. Bons músicos e bons<br />

repertórios. Tocamos e cantamos as músicas<br />

que amamos”. O vocalista ainda fala sobre a<br />

nova safra que está surgindo na cidade. “Boas<br />

bandas vêm se formando, mas ainda não estão<br />

em um nível adequado. O importante é a<br />

molecada estar antenada, sempre havendo<br />

uma reciclagem, mas os velhos estão sempre<br />

aí (risos)”.<br />

Já os desafios que uma banda autoral tem<br />

são outros. É algo mais além do que um cover.<br />

Para que ela consiga se consolidar, o público<br />

local é a grande diferença para o futuro dela,<br />

Francisco Salles<br />

Colturato, o Fran,<br />

do Bar do Zinho<br />

podendo ganhar outros em cidades próximas,<br />

e assim aumentando o número de fãs, o sucesso<br />

tende a crescer mais. O jornalista e também<br />

baixista da banda Dead or Alive, Matheus<br />

Vieira, sempre apoia o som autoral. Para ele,<br />

uma banda que faz um som diferente, tem<br />

muitas portas abertas no cenário musical.<br />

“Sou sempre a favor do som autoral. É<br />

válido mesclar uma música cover durante um<br />

show e o público aceita bem isso. Se um músico<br />

não tem coragem de mostrar o seu trabalho,<br />

o seu som para as pessoas, procure outro<br />

hobby. Música é arte. E fazer arte é arriscar<br />

sempre”, comenta o músico. Ele aponta também<br />

o cenário atual do rock araraquarense,<br />

ressaltando que houve um bom crescimento<br />

de público. “Araraquara é um celeiro de boas<br />

bandas de rock. Tem público para isso, que<br />

paga para ouvir música que gosta. Essa premissa<br />

tem ganhado espaço no cotidiano de<br />

donos de estabelecimentos da cidade.<br />

Henrique Rosseti, do<br />

Arte & Bola, um dos<br />

espaços alternativos<br />

mais procurados em<br />

Araraquara (Rua São<br />

Bento, logo depois do<br />

Parque Infantil).<br />

41<br />

SEGUE »<br />

MARÇO DE 2015<br />

A expansão<br />

do Jaraguá<br />

Segue acelerado o ritmo das<br />

obras que ampliam o Shopping<br />

Jaraguá em Araraquara.<br />

Alaíde Quércia<br />

A empresária Alaíde Quércia esteve em<br />

Araraquara no final de abril para vistoriar as<br />

obras de expansão do Shopping Jaraguá,<br />

que contabilizará mais de 25 mil metros<br />

quadrados de área de circulação e lojas já<br />

nos primeiros meses de 2015.<br />

Segundo Alaíde, as obras que vão dobrar<br />

o tamanho do Jaraguá, estão dentro<br />

do cronograma e devem ser concluídas até<br />

março do ano que vem.<br />

No encontro com Alaíde Quércia, o prefeito<br />

Marcelo Barbieri disse que a expansão<br />

do Shopping Jaraguá é muito importante<br />

para a cidade e reflete o bom momento econômico<br />

vivido pelo município nos últimos<br />

cinco anos”.<br />

A segunda fase de expansão do Jaraguá,<br />

inaugurado há 12 anos em Araraquara,<br />

foi anunciada em dezembro de 2013. Com<br />

essas obras, terá mais 12.823,50 metros<br />

quadrados de área bruta locável e mais três<br />

âncoras, como as lojas Riachuelo e Renner.<br />

Também contará com três megalojas,<br />

mais de 60 lojas satélites, uma nova sala de<br />

cinema de última geração, com opções 3D,<br />

além de um restaurante e novas vagas de<br />

estacionamento.


GENTE QUE BRILHA<br />

O segundo álbum de<br />

Cléber Shimu<br />

Araraquarense tem o rock a<br />

correr pelas suas veias, sendo<br />

considerado uma das gratas<br />

revelações musicais do país.<br />

Alinhou o gosto à formação em<br />

Guitarra e Harmonia na Escola<br />

de Música e Tecnologia em São<br />

Paulo, sendo um brilhante<br />

professor do gênero.<br />

Até poucos anos, apenas alguns locais<br />

alternativos em Araraquara davam espaço<br />

para o surgimento de bandas roqueiras. Hoje,<br />

algumas boates já conseguem se conciliar<br />

com quem gosta do rock. O Sesc Araraquara<br />

por exemplo, se tornou um bom espaço para<br />

bandas independentes e com apresentações<br />

gratuitas. Foi neste período que surgiu uma<br />

das principais revelações da nossa música.<br />

O músico instrumentista Cléber Shimu,<br />

profissional há 20 anos, vem conquistando<br />

seu espaço no cenário brasileiro rapidamente.<br />

Professor de guitarra desde 1996, atuou em diversas<br />

bandas da região e da capital paulista.<br />

Formado em guitarra e harmonia pela EM&T<br />

(Escola de Música e Tecnologia) de São Paulo,<br />

lançou em 2013 o seu segundo trabalho em<br />

estúdio: o álbum “Vinte”, sucessor do “Keep<br />

Rockin”, foi apresentado ao público em 2008.<br />

Neste novo álbum, Cléber Shimu comemora<br />

seus 20 anos de carreira, trazendo um som<br />

eclético, desde o instrumental progressivo,<br />

passando pelo blues, contendo músicas cubanas<br />

e country.<br />

À RCI, o músico analisa a cena araraquarense<br />

e diz ainda que faltam espaços próprios<br />

para a música na cidade.<br />

“Pelo tamanho que é Araraquara e pela<br />

quantidade de fãs, ainda falta um espaço com<br />

uma estrutura adequada, com um bom som à<br />

disposição, um lugar que se possa fazer música<br />

ao vivo sem a preocupação de vizinhos. Se<br />

pensarmos nisso, existem um ou dois lugares<br />

Cléber Shimu, de<br />

Araraquara para<br />

o mundo do rock<br />

que podem oferecer essa estrutura para todos.<br />

É bem pouco para cidade”, analisa.<br />

Cléber Shimu fala ainda sobre como se<br />

encontra o cenário do rock em Araraquara:<br />

“Estamos num período de criatividade, com<br />

muitas bandas autorais de qualidade em quase<br />

todas as vertentes do estilo. Alguns estúdios<br />

especializados oferecem um lugar ótimo<br />

para se trabalhar, tendo bandas já gravando<br />

seu terceiro disco autoral e até bandas covers.<br />

Ambas mostram seu comprometimento com<br />

a música e, apesar de estarmos na “contra<br />

mão” daquilo que está na moda, vivemos o<br />

período mais fértil da cidade”, opina Shimu.<br />

Em maio, o músico araraquarense participará<br />

da Eagle Experience <strong>2014</strong>, um dos maiores<br />

eventos culturais do Brasil, na EM&T, em<br />

São Paulo. O guitarrista se apresentará no encerramento,<br />

além de ser jurado para escolher<br />

o melhor guitarrista do concurso.<br />

José Ricardo Piva traz o melhor<br />

do Rock n’roll para o Anexo Pub<br />

Foto: Espadilha.com<br />

42<br />

Priscila e Érica Gomes, com<br />

Dilvar Lourenço, do Bombar,<br />

um apaixonado pelo rock. São<br />

jovens assim que ainda mantém<br />

acesa essa chama de amor ao<br />

ritmo.


GERALDO MARCHESE<br />

Há 22 anos a cidade<br />

desperta com ele<br />

“Conferindo comigo povão”, “Cutuca o véio, cumadre”,<br />

são alguns dos chavões que Geraldo Marchese ainda utiliza<br />

para acordar a cidade, de segunda a sábado pela Rádio<br />

Cultura.”Olha a Hora” é um dos poucos programas que o<br />

rádio antigo ainda mantém para alegrar nossas madrugadas.<br />

Pouco mais das quatro horas da madrugada<br />

e lá vai ele, ainda com o gosto do café na<br />

boca para mais um dia de trabalho. Do ritual<br />

de Geraldo Marchese participam seus dois<br />

filhos Flávio e Everton, prontos para acordar<br />

a cidade, em uma missão que neste mês de<br />

maio comemora 22 anos.<br />

Vida simples, profissional correto, que usa<br />

um jeito caboclo, Marchese ao longo do tempo<br />

aprendeu a conhecer um povo que se mistura<br />

em meio a cores, segmentos profissionais e religiões.<br />

Não há discriminação. O tratamento é<br />

sempre igual, desfolhando ações que vão dos<br />

pedidos para amenizar a fome dos seres humanos<br />

carentes, doações de fogões e geladeiras,<br />

até a venda ou compra de casas, carros,<br />

camas e mesas. Para quem precisa, ele até<br />

passa a oração de Santo Expedito.<br />

É assim que ele faz um rádio antigo moldado<br />

aos tempos atuais. Com a participação de<br />

Flávio Marchese que na convivência tem o per-<br />

fil do pai: “Ele é um espelho, exemplo,<br />

e de quem aprendo e tiro lições que<br />

vão me mostrar sempre os caminhos<br />

da ousadia, dos desafios e vontade de<br />

ajudar o próximo”, diz Flávio que mantém<br />

durante o programa sua base no<br />

Terminal Rodoviário.<br />

O radialista Geraldo Marchese<br />

começou sua carreira em março de<br />

1969, na Rádio Cultura, na época instalada<br />

na Av. Espanha, em um programa<br />

às 6h da manhã juntamente com o<br />

“Nhô Zélio”, outro sertanejo de respeito.<br />

Na primeira passagem pela Cultura trabalhou<br />

fazendo praticamente todos os horários<br />

da emissora até 1979, quando então passou<br />

para a rádio Morada do Sol, trabalhando no<br />

jornalismo. Em 1983 foi convidado para fazer<br />

parte da equipe esportiva da Rádio Clube de<br />

Goiânia/GO; no ano seguinte estava na Rádio<br />

Educadora de Campinas (da rede Bandeirantes),<br />

coordenando a equipe esportiva e apresentando<br />

dois programas diários. Marchese<br />

lembra com saudade dos tempos de outras<br />

emissoras como a Band em Araraquara, a Difusora<br />

Paraisense, em São Sebastião do Paraíso/MG.<br />

Em 1985, novamente pela Rádio Morada<br />

do Sol, fez parte da equipe que iniciou os Campeões<br />

da Bola, de José Roberto Fernandes,<br />

participando como primeiro plantão esportivo.<br />

Nesse período, também apresentava diariamente,<br />

todas as tardes, um programa que<br />

marcou época, chamado "Morada da Sorte",<br />

conhecido pelo chavão "conferindo comigo<br />

povão" que dava o resultado do jogo do bicho,<br />

até então liberado.<br />

Geraldo Marchese, o colega de trabalho<br />

Adriano Pellegrino e os seus filhos Everton<br />

e Flávio Marchese durante o programa<br />

Marchese sempre foi eclético: em 1992,<br />

também na Morada do Sol, integrou a equipe<br />

do jornalismo, quando convidado pela direção<br />

da emissora, passou a fazer um programa que<br />

lhe daria expressiva identificação com a comunidade.<br />

Em maio de 92, iniciou a apresentação do<br />

programa sertanejo das 5h às 7h, que ficou<br />

conhecido pela hora certa de minuto a minuto<br />

e o chavão "Olha a Hora", nome dado ao programa<br />

que está no ar há 22 anos.<br />

Sete anos depois, 1999, o pai abriu as<br />

portas para que os filhos Flávio Marchese e<br />

Everton Marchese participassem desta festa<br />

no rádio “madrugadeiro”, ora na Cultura, ora<br />

na Morada do Sol. Atualmente vai ao ar de segunda<br />

a sábado das 5h às 7h30, na Cultura<br />

AM/FM, levando aos seus ouvintes muita música,<br />

informação e utilidade pública.<br />

Marchese com os Campeões da Bola, equipe<br />

de José Roberto Fernandes em 1985<br />

Uma visita de Marchese e Wilson Luiz à<br />

Sala de Reminiscências Esportivas de<br />

Paschoal Gonçalves da Rocha, na Vila<br />

43


AGRO<br />

N E G Ó C I O S<br />

INFORMATIVO<br />

edição abril <strong>2014</strong><br />

Sindicato Rural apoiou em abril a realização<br />

do I Dia de Campo da Soja em Araraquara<br />

O Presidente Nicolau de Souza<br />

Freitas, do Sindicato Rural,<br />

considerou altamente produtivo<br />

o encontro de alunos da Uniara,<br />

produtores rurais e técnicos da<br />

área no I Dia do Campo da<br />

Soja. Os participantes puderam<br />

conhecer 25 variedades do<br />

produto que hoje assume papel<br />

de destaque na economia do<br />

país e é a maior fonte de<br />

exportação do município.<br />

Alunos do curso de Engenharia Agronômica<br />

do Centro Universitário de Araraquara<br />

- Uniara, produtores rurais e técnicos da área<br />

tiveram a oportunidade de conhecer ou aprofundar<br />

seus conhecimentos sobre 25 tipos diferentes<br />

de soja, durante o “I Dia de Campo da<br />

Soja”, na manhã de 1º de abril, no Instituto de<br />

Biotecnologia – Ibiotec.<br />

O coordenador do curso, João Galbiatti, o<br />

professor Adilson José Rocha Mello, o representante<br />

da Fundação Instituto de Terras do<br />

Estado de São Paulo – Itesp, Mauro Geraldo<br />

Cavichiolli, o Secretário Municipal da Agricultura,<br />

Fernando Guzzi e o representante do Sindicato<br />

Rural, João Henrique de Souza Freitas,<br />

deram as boas-vindas aos presentes e ressaltaram<br />

a importância da atividade.<br />

Sindicato Rural dando sua contribuição para valorização das riquezas vindas do campo<br />

Após as apresentações, Rocha Mello dividiu<br />

os participantes em sete grupos para, na<br />

sequência, prestigiarem os estandes de diferentes<br />

empresas de soja. Em cada um, os responsáveis<br />

explicaram detalhadamente sobre<br />

o produto e os convidados puderam esclarecer<br />

dúvidas sobre o assunto.<br />

A cada vinte minutos, as turmas partiam<br />

para o estande seguinte, de modo que todos<br />

puderam acompanhar as explicações das sete<br />

empresas presentes no evento.<br />

Galbiatti explica que a intenção foi promover<br />

integração entre produtores, empresários<br />

do comércio e alunos. “Também foi uma oportunidade<br />

para que os graduandos vissem na<br />

prática as modernas técnicas existentes no<br />

cultivo da soja”, comentou.<br />

Entre as vantagens, ele mencionou que<br />

a soja é uma fonte de proteína vegetal, “mais<br />

saudável do que a animal”. “Além disso, ela,<br />

por ser uma leguminosa, tem uma característica<br />

de recuperar os solos degradados, por meio<br />

de um processo natural chamado simbiose,<br />

em que o microrganismo rizóbio se fixa na raiz<br />

da planta e absorve sua seiva. Em contrapartida,<br />

ele capta o nitrogênio da atmosfera e o fixa<br />

Alunos e os<br />

produtores de soja<br />

acompanham a<br />

explanação feita<br />

pelo coordenador<br />

do curso de<br />

Engenharia<br />

Agronômica, João<br />

Galbiatti, em abril,<br />

no Ibiotec<br />

Professor<br />

João Galbiatti<br />

44


Apresentação de um dos tipos de soja existentes na produção nacional<br />

Segundo o presidente do Sindicato Rural<br />

de Araraquara, Nicolau de Souza Freitas,<br />

a comercialização da soja no ano passado<br />

representou 435 milhões de dólares. É<br />

quase a metade de todo o valor gerado<br />

com as vendas do município para o<br />

exterior. Na cidade, não há tradição<br />

no cultivo de soja. A explicação para<br />

os números está no investimento em<br />

logística, feito com a criação do terminal<br />

intermodal na cidade. O container com a<br />

soja é carregado em Ipameri (GO) e<br />

percorre 530 quilômetros pela rodovia<br />

até Araraquara, onde é feito o transbordo<br />

para as plataformas. Em seguida,<br />

inicia-se o trânsito ferroviário para<br />

escoamento até o Porto de Santos (SP).<br />

na raiz, de modo que a planta faz uma troca.<br />

Na colheita dos grãos, esse material orgânico<br />

é triturado e incorporado no solo, o que traz<br />

benefícios para a terra. Dessa maneira, a soja<br />

tem sido bastante utilizada para recuperar o<br />

solo de plantio de cana-de-açúcar”, detalhou.<br />

Mello destacou a participação das empresas,<br />

“que acreditaram no projeto”, os estudantes,<br />

“que ajudaram bastante e toda a estrutura<br />

da Uniara”. “É simplesmente fantástico. Foi<br />

além das expectativas. Tanto para o estudante<br />

quanto para o produtor, o encontro foi importante”,<br />

comentou.<br />

A integração do Sindicato Rural<br />

com o Ibiotec propiciará novos<br />

encontros onde temas técnicos<br />

serão debatidos para o aprendizado<br />

dos alunos de agronomia<br />

“Esse foi um evento piloto e que deu certo.<br />

Pretendemos trabalhar com outras variedades<br />

de produtos”, finalizou o docente.<br />

Para marcar o final do “I Dia de Campo da<br />

Soja”, foi realizado um churrasco de confraternização<br />

entre organizadores, estudantes,<br />

produtores e técnicos. O encontro foi patrocinado<br />

pelo Sindicato Rural de Araraquara e<br />

pelas empresas Semel, Lagoa Bonita Sementes,<br />

Bayer, Basf, Syngenta, Pioneer Sementes,<br />

Omex, Adubos Vera Cruz e Comper Tratores,<br />

e contou com o apoio das empresas Agrofito,<br />

Agrotécnica e Agrosema.<br />

<strong>MAIO</strong>/<strong>2014</strong><br />

CURSOS<br />

• APLICAÇÃO DE AGROTÓXICOS COM<br />

PULVERIZADOR COSTAL MANUAL<br />

12/05/<strong>2014</strong> até 14/05/<strong>2014</strong><br />

19/05/<strong>2014</strong> até 21/05/<strong>2014</strong><br />

• APLICAÇÃO DE AGROTÓXICOS<br />

COM TURBO PULVERIZADOR<br />

05/05/<strong>2014</strong> até 07/05/<strong>2014</strong><br />

06/05/<strong>2014</strong> até 08/05/<strong>2014</strong><br />

19/05/<strong>2014</strong> até 21/05/<strong>2014</strong><br />

20/05/<strong>2014</strong> até 22/05/<strong>2014</strong><br />

• PROCESSAMENTO ARTESANAL<br />

DE MILHO<br />

20/05/<strong>2014</strong> até 21/05/<strong>2014</strong><br />

• TURISMO RURAL - GESTÃO DE<br />

EMPREENDIMENTOS (MÓDULO II)<br />

05/05/<strong>2014</strong> até 26/05/<strong>2014</strong><br />

19/05/<strong>2014</strong> até 21/05/<strong>2014</strong><br />

• JOVEM AGRICULTOR DO FUTURO<br />

(MÓDULO II)<br />

05/05/<strong>2014</strong> até 30/05/<strong>2014</strong><br />

REALIZAÇÕES:<br />

Coordenador SENAR/SP Araraquara:<br />

Mário Roberto Porto<br />

Prática e teoria se juntam em um só lugar<br />

para valorização do aprendizado<br />

As palestras são acompanhadas com muita<br />

atenção pelos participantes<br />

45


O NEGÓCIO CAIPIRA<br />

Turismo Rural pode<br />

começar por Bueno<br />

O distrito de Bueno de Andrada tem tudo para se tornar um<br />

importante centro do agronegócio se pautado pelo Turismo<br />

Rural. A região vive do agitado comércio gastronômico e do<br />

esforço dos assentados. Há sobre Bueno a visão do<br />

comércio de lazer para visitantes - que já vêm de várias<br />

partes do Estado por conta das suas coxinhas douradas.<br />

Localizada a pouco mais de mil metros da<br />

vicinal na entrada do único distrito rural araraquarense,<br />

uma estrada de terra batida em<br />

linha reta com fácil acesso leva ao caminho da<br />

antiga sede da fazenda que pertenceu a Leonardo<br />

Cruz, pai do ex-prefeito Rubens Cruz que<br />

morava no distrito de Bueno de Andrada com<br />

toda sua família e que mantinha a fazenda de<br />

eucaliptos numa área total de 228 alqueires.<br />

A família Cruz vendeu a propriedade para<br />

o Estado resultando na compra de uma frota<br />

de ônibus para transporte de passageiros. A<br />

empresa que leva o sobrenome da família em<br />

atividade até hoje, tem sede em Araraquara. A<br />

fazenda foi desmembrada e assim formou-se<br />

o assentamento Horto de Bueno com 31 lotes<br />

de pequenos produtores rurais. Uma área da<br />

fazenda que abrange as duas casas-sede, do<br />

administrador e do caseiro naquela época,<br />

são de responsabilidade do município<br />

de Araraquara.<br />

Há cerca de 3 anos tentou-se disponibilizar<br />

o local para atendimento<br />

público municipal em reabilitação<br />

para dependentes de drogas, o que<br />

não foi permitido pelos moradores<br />

do Assentamento pois imaginaram<br />

que o local pudesse se transformar<br />

em um ponto de venda de drogas no<br />

campo.<br />

O produtor rural Antônio Trovatti,<br />

nascido e criado na pequena vila<br />

rural, está aposentado como fiscal<br />

municipal de obras em Bueno de Andrada e<br />

hoje com 86 anos de idade, lembra que frequentava<br />

o local desde criança e se recorda<br />

em memória que seu pai morou na fazenda<br />

de eucaliptos e que seu cunhado foi administrador<br />

da propriedade aonde morava com os<br />

familiares na casa-sede; uma segunda moradia<br />

próxima servia de moradia para o caseiro<br />

e a família. Seu Toninho como é conhecido, comenta<br />

que se lembra da época em que todo o<br />

entorno das casas-sede era jardinado e muito<br />

bem cuidado. Ele sente muito pelo fato do local<br />

estar sem serventia pública, já que pertence<br />

ao município e que poderia dar um destino<br />

para o lugar pitoresco que conta com uma ampla<br />

vista panorâmica que se perde ao longe.<br />

As construções centenárias sofreram algumas<br />

modificações em reformas ao longo do tempo,<br />

mas mantêm suas características originais de<br />

arquitetura com suas estruturas<br />

físicas intactas e bem<br />

preservadas, que dependem<br />

de uma nova reforma básica.<br />

Na fazenda do Assentamento<br />

Horto de Bueno, existem<br />

duas casas centenárias,<br />

um reservatório de água,<br />

duas estruturas em concreto<br />

para tabela de jogo de basquete<br />

e dois campos de futebol<br />

utilizados em retiro aos<br />

domingos por representantes da igreja, pelos<br />

pracinhas combatentes na guerra e soldados<br />

do exército.<br />

Os moradores locais do Assentamento<br />

têm total interesse que o local abandonado<br />

em mau estado de conservação e cercado<br />

pela vegetação nativa, com enxames de abelhas<br />

africanas por todos os lugares, seja reutilizado<br />

em benefício à cadeia produtiva do turismo<br />

rural, promovendo pequenos negócios<br />

no campo como alternativa para minimizar o<br />

êxodo rural, como deverá ser a tônica de um<br />

projeto a ser aprovado para esse local, como<br />

solução definitiva. O turismo no meio rural<br />

agrega valor às propriedades, valoriza o trabalho<br />

do homem no campo e contribui para o aumento<br />

de renda e principalmente compartilha<br />

conhecimentos.<br />

A velha caixa<br />

d’água resistindo<br />

ao tempo<br />

46


Na fazenda que foi de Leonardo Cruz nos<br />

anos 30 ainda existe a quadra de basquete<br />

que chegou a ser utilizada no período da<br />

revolução de 32. O local também era visto<br />

como fonte de lazer, proposta que tentam<br />

restaurar a partir de agora<br />

“O turismo rural deve<br />

ser entendido como um fenômeno<br />

multiplicador de<br />

postos de trabalho e sinônimo<br />

de progresso como essência<br />

da perene contrapartida<br />

oferecida à população”,<br />

comenta, Théo Bratfisch,<br />

idealizador e organizador<br />

dos festivais gastronômicos<br />

realizados em Bueno de Andrada. Bratfisch<br />

está propondo ao município que seja feito<br />

um estudo para a revitalização da área municipal<br />

no Assentamento Horto de Bueno para<br />

seu aproveitamento em potencial até então<br />

adormecido, que inclui as atividades culturais<br />

com resgate folclórico e de preservação das<br />

tradições paulistas que são desenvolvidas por<br />

meio dos festivais gastronômicos anuais, de<br />

maneira a agregar valor ao conjunto de tombamento<br />

em inventário a ser destinado posteriormente<br />

para avaliação do IPHAN.<br />

Bueno é o único distrito rural do município,<br />

localizado a noroeste do distrito-sede. Na vila<br />

do Distrito há quatro quadras de casas e mais<br />

algumas que circundam a única avenida principal.<br />

Tem como principais atrativos a Estação<br />

Ferroviária inaugurada em 1898, importante<br />

ramal de movimento de carga em plena atividade,<br />

que serviu para o escoamento da produção<br />

de café produzido na fazenda Periquito<br />

que pertenceu ao major Antonio Joaquim de<br />

Carvalho morto na trágica história com a família<br />

dos Brito e a Praça da Capela Sagrado<br />

Coração de Jesus, datada de 1912, além da<br />

pracinha central onde está o pequeno comércio<br />

gastronômico. Bueno possui 90 famílias<br />

na vila e mais 320 nos assentamentos ao seu<br />

redor, com cerca de 2.000 moradores na localidade.<br />

47


TERAPIA ANIMAL<br />

Em Araraquara, cães ajudam<br />

mulheres a vencer o câncer<br />

Pesquisas mostram que a interação com os cães liberam hormônios<br />

da felicidade em humanos e baixam sensivelmente os níveis de<br />

depressão e outras doenças. Veterinários da cidade compreendem<br />

que a medida acaba sendo uma necessidade e quem age desta<br />

forma, anuncia que é “um grande remédio”.<br />

Maria Fernanda<br />

com seu amigo<br />

animal Coda,<br />

morto em 2013<br />

Texto: Jean Cazellotto<br />

2013, por não conseguir resistir a uma doença<br />

autoimune.<br />

Com essa caminhada, Maria Fernanda se<br />

via mais forte em não se entregar para o câncer.<br />

“Eu tenho muitas coisas em terra para me<br />

entregar. Se eu morresse, quem cuidaria dos<br />

meus cães? Além do meu filho também. Não<br />

podia deixar esse buraco na vida de ninguém”,<br />

relata.<br />

Foram oito meses de tratamento para o<br />

câncer e hoje ela só toma o medicamento de<br />

manutenção. Maria Fernanda tem atualmente<br />

6 cães e 5 gatos e abre os portões de sua casa<br />

para lar temporário de animais abandonados.<br />

A médica veterinária Jaqueline dos Santos<br />

diz que em alguns hospitais de São Paulo,<br />

os médicos liberam a entrada dos cães para<br />

pacientes que ficam muito tempo internados.<br />

“No campo da ciência, pesquisas revelam que<br />

em contato com cachorros, os humanos liberam<br />

ocitocina, o chamado hormônio do amor,<br />

que faz aumentar o índice de bem-estar. Além<br />

dele, o corpo também libera a serotonina, o<br />

mesmo que dá o prazer ao comer o chocolate,<br />

por exemplo. Quem tem depressão, tem<br />

a serotonina abaixo do normal, e o cão pode<br />

aumentar os índices hormonais, que ajudam a<br />

melhorar o paciente”.<br />

As estatísticas do Instituto Nacional do<br />

Câncer (Inca) prevê para <strong>2014</strong>, cerca de 730<br />

mil novos casos da doença em todo o país.<br />

Somente no estado de São Paulo, serão cerca<br />

de 177 mil novos casos de câncer de próstata<br />

e 164 mil para a mama, locais de maior incidência<br />

para a doença se manifestar, somente<br />

este ano. Além disso, estão as ocorrências da<br />

doença em anos anteriores.<br />

Com muitos novos casos por dia, algumas<br />

pessoas encontraram um jeito para não se entregar<br />

à doença, como uma forma de defesa.<br />

Após descoberto, inicia-se a quimioterapia<br />

e radioterapia. Alguns pacientes, durante o<br />

tratamento, se queixam de enjoo, dores nas<br />

juntas, queda na autoestima e outras queixas.<br />

Como um auxílio no tratamento desta drástica<br />

doença, algumas pessoas buscaram conforto<br />

em seus animais de estimação - sejam cães,<br />

gatos ou outras espécies - que lhes deram todos<br />

os tipos de apoio possível.<br />

É o caso de Maria Fernanda Leite Ribeiro<br />

de Almeida, que descobriu o câncer em 2011,<br />

por meio do autoexame. Com isso, começou o<br />

tratamento no Hospital Cora Coralina, em Araraquara,<br />

pouco tempo depois. Seu amor com<br />

gatos começou muito tempo antes, quando<br />

cursava biologia na Universidade Estadual de<br />

Maringá, no Paraná. Ela já cuidava de alguns<br />

animais abandonados, que eram deixados na<br />

casa em que morava com mais algumas amigas.<br />

Em Araraquara, dando aulas particulares<br />

de inglês, Maria Fernanda descobriu a doença<br />

e viu em seu amigo, o Coda, uma força a<br />

mais pra continuar. Coda era um cão da raça<br />

Golden Retriever, que só saía do lado da dona<br />

para comer. Porém ela precisava ir junto. “Eu<br />

não sofri todos aqueles problemas da quimioterapia.<br />

Acho que resisti bem ao tratamento,<br />

mas tem um momento que não há corpo que<br />

resista a tanta medicação. Quando fiquei careca<br />

e magra, não tinha forças para levantar<br />

da cama, todas as juntas do meu corpo doíam<br />

muito e o Coda era a minha força para levantar<br />

e continuar. Ele só comia se eu levantava da<br />

cama e ia ficar junto dele”. O cão morreu em<br />

48<br />

Doutora Jaqueline dos Santos e<br />

o cãozinho resgatado na rua


Maria Fernanda buscou ajuda em seus<br />

amigos fieis para vencer sua doença<br />

Cães disputam a atenção da dona, Betty<br />

Peixoto, que feliz da vida, fundou em<br />

Araraquara a associação SOS Melhor Amigo<br />

Outro caso ocorreu com Betty Peixoto, fundadora<br />

da associação “SOS Melhor Amigo”,<br />

em nossa cidade. Ela descobriu o câncer na<br />

mama em meados de 2009. A família acabara<br />

de adotar uma fêmea de rottweiler, de aproximadamente<br />

um ano. “Ela era dócil, mas brincalhona<br />

e pulava em mim. Eu fiz a cirurgia e<br />

então meu marido disse que não poderíamos<br />

mais ficar com ela por essas circunstâncias.<br />

Ele (marido) foi até o canil da Polícia Militar,<br />

mas eles começam a treinar os cães desde<br />

pequenos, e a nossa já estava com um ano.<br />

Foi quando um policial se interessou e então<br />

doamos para ele, porém eu continuava monitorando<br />

para saber se ela estava sendo bem<br />

cuidada”, afirma.<br />

Durante o tratamento, Betty buscou apoio<br />

em seus cães. “Estava com duas cachorras<br />

menores - uma poodle e uma lhasa apso - e foram<br />

elas que me deram muita ajuda enquanto<br />

ficava sozinha em casa, depois das sessões<br />

de quimioterapia. Depois que me curei, fui<br />

pesquisar na internet quais eram os cães mais<br />

rejeitados no momento da adoção e descobri<br />

que são as cadelas adultas e pretas. Terminei<br />

meu tratamento em dezembro e já em janeiro<br />

adotei uma cachorra com essas características.<br />

A partir daí, minha casa virou um lar temporário.<br />

Hoje continuo com as minhas duas<br />

menores e tenho mais dois vira-latas”.<br />

Após o fim do longo tratamento que durou<br />

quase um ano, Betty dedicou-se à causa<br />

animal. Começou a recolher animais abandonados<br />

e doentes, tratar com veterinários e<br />

petshops e realizar a feirinha de adoção no<br />

Parque Infantil. Criou a associação “SOS Melhor<br />

Amigo” e salva milhares de cães das ruas,<br />

além de maus tratos.<br />

Para o veterinário Julio Furtado, os cães<br />

dão às crianças o senso de responsabilidade.<br />

“As crianças veem que são responsáveis pelos<br />

animais e começam a perceber que precisam<br />

ter mais obrigações. Além disso,<br />

reduzem os níveis de pressão<br />

arterial, depressão, colesterol e<br />

triglicerídeos”.<br />

Pesquisas sobre o efeito animal<br />

na recuperação de doenças<br />

humanas sugerem que eles, especialmente<br />

os cães, fomentam<br />

a saúde cardiovascular, a resistência<br />

ao estresse, os vínculos sociais<br />

e a longevidade dos donos.<br />

Uma pesquisadora norteamericana<br />

fez um estudo apontando<br />

que quando outros fatores<br />

na vida de um paciente não mudam,<br />

as pessoas com animais<br />

de estimação têm mais chances<br />

de sobreviver após receber<br />

alta de uma unidade de medicina<br />

coronariana.<br />

49


A engorda de animais<br />

semi-confinados<br />

Pesquisas acabam de revelar<br />

que o Convert H apresenta<br />

excelentes resultados na engorda<br />

de animais semi-confinados.<br />

Em Campinópolis (MT), após receber a<br />

visita do assistente comercial da linha saúde,<br />

Leandro Petry, o produtor rural Andrei Jamal<br />

decidiu abrir as porteiras da sua propriedade<br />

para a entrada da Homeopatia Populacional<br />

da Real H. O produto em destaque foi o Homeo<br />

Base Convert H, utilizado em animais da raça<br />

Nelore, inteiros e semi-confinados.<br />

Durante o experimento, o rebanho foi dividido<br />

em dois lotes de 60 animais, sendo que o<br />

lote testemunha recebeu apenas ração. Já no<br />

lote tratamento, além da ração, o rebanho teve<br />

o reforço do Convert H.<br />

“Os animais foram randomizados, pesados<br />

e identificados individualmente, após isso<br />

cada lote foi alojado em um pasto com predominância<br />

do capim braquiarão (Brachiaria<br />

brizantha) permanecendo ali durante todo o<br />

período do teste”, mencionou Leandro.<br />

Ao término dos quarenta dias de tratamento,<br />

os nelores foram pesados individualmente<br />

e calculado o ganho de peso diário. “O<br />

lote de animais que recebeu apenas ração<br />

apresentou um ganho de peso médio na ordem<br />

de 1,442 kg/cab/dia enquanto que o lote<br />

Convert H apresentou ganho diário de 1,537<br />

kg/cab/dia, ou seja, um adicional diário no<br />

ganho de peso de 95,30 gramas”, pontuou o<br />

assistente comercial.<br />

Leandro Petry comenta que o teste foi extremamente<br />

interessante e serviu para<br />

ressaltar a eficácia do produto na engorda<br />

dos animais. “Com certeza este<br />

resultado facilitará muito o processo de<br />

vendas na região e os pecuaristas se<br />

sentirão mais seguros na hora de utilizar<br />

terapêutica”.<br />

O gerente da fazenda, Edmar Borges,<br />

comentou que os resultados com a<br />

A Homeopatia Populacional passa a ser<br />

utilizada em animais da raça Nelore<br />

Por: Guilherme Sabioni<br />

Zootecnista<br />

Fonte: Real H Nutrição<br />

e Saúde Animal<br />

Homeopatia Populacional foram surpreendentes.<br />

“Nos já fizemos muitos testes diferentes<br />

aqui na fazenda, em alguns casos os produtos<br />

deixaram prejuízos, só que desta vez o resultado<br />

foi muito bom, o Convert H deixou lucro. Segundo<br />

consta, o preço atual da arroba aliado<br />

ao aumento de peso dos animais, possibilitou<br />

um lucro líquido de R$ 3,00/animal durante o<br />

período do teste.”<br />

50


CUIDADOS<br />

Abandono e maus<br />

tratos animais é crime<br />

Todos os animais existentes no<br />

País são tutelados pelo Estado<br />

e assistidos em juízo pelos<br />

representantes do Ministério<br />

Público. É a lei. É só cumprí-la.<br />

Caso veja ou saiba de maus-tratos cometidos<br />

contra qualquer tipo de animal, não pense<br />

duas vezes, vá à Delegacia de Polícia mais<br />

próxima para lavrar Boletim de Ocorrência.<br />

Abandono e maus tratos a animais é crime. A<br />

denúncia de maus-tratos é legitimada pelo Art.<br />

32, da Lei Federal nº. 9.605 de 1998 (Lei de<br />

Crimes Ambientais) e<br />

o Art. 164 do Código<br />

Penal prevê o crime<br />

de abandono de animais<br />

para aqueles<br />

que deixarem animais<br />

em propriedade<br />

alheia, sem consentimento<br />

de quem de<br />

Silene Bueno Coelho,<br />

do Rango Animal,<br />

na Vila Xavier<br />

direito, desde que o fato resulte prejuízo:<br />

A pena prevista pelo Art. 32 da Lei de Crime<br />

Ambientais é de detenção de 3 meses a<br />

1 ano e multa.<br />

A pena prevista pelo Art. 164 do Código<br />

Penal é de detenção, de 15 (quinze) dias a 6<br />

(seis) meses, ou multa.<br />

É importante levar uma cópia do número<br />

da Lei (9.605/98) e do Art. 32 porque, em geral,<br />

as autoridades policiais nem têm conhecimento<br />

dessa lei. Leve também o Art. 319 do<br />

Código Penal, caso a autoridade se recuse a<br />

abrir o Boletim de Ocorrência. Enfim se os próprios<br />

cidadãos deste País sofrem descaso de<br />

muitas autoridades, imagine os animais!<br />

Assim que o Policial ou Escrivão ouvir seu<br />

relato sobre o crime, cabe a ele cumprir a instauração<br />

de Inquérito Policial. Caso se negar a<br />

fazê-lo, lembre-o que poderá ser responsabilizado<br />

por crime de prevaricação e negligência,<br />

previsto no Art. 319 do Código Penal que diz:<br />

“É crime retardar ou deixar de praticar indevidamente<br />

ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição<br />

expressa da lei, para satisfazer interesse ou<br />

sentimento pessoal.” Exija falar com o Delegado<br />

responsável, que tem o dever de lhe atender e de<br />

fazer cumprir a Lei. Faça valer seus direitos!<br />

Caso ainda não consiga atendimento satisfatório,<br />

denuncie ao Ministério Público.<br />

Para tanto, anote nome e patente de quem<br />

o atendeu, endereço e número da Delegacia,<br />

horário, data e faça um relato em duas vias,<br />

pedindo para protocolar uma delas. Se estiver<br />

acompanhado, este poderá ser prova testemunhal<br />

para o encaminhamento de queixa ao<br />

Ministério Público. Tudo que conseguir como<br />

fatos e provas devem ser anexados junto à<br />

ocorrência para auxiliar no B.O. Relatos de testemunhas,<br />

fotografias, laudo veterinário, placa<br />

do carro que abandonou o animal, etc.<br />

É algo comum às pessoas terem medo de<br />

denunciar, pois pensam que isso poderá causar<br />

problemas para elas e para as testemunhas,<br />

como ameaças, agressões, etc.<br />

51


ORIENTAÇÃO<br />

Veja de que forma você pode poupar<br />

para conseguir a sonhada casa própria<br />

Com planejamento e economia, é possível adquirir a casa ou<br />

apartamento dos seus sonhos em <strong>2014</strong>. Um financiamento<br />

parece uma tarefa impossível, mas existem maneiras de poupar<br />

dinheiro e dar entrada em um imóvel.<br />

Para conseguir qualquer financiamento,<br />

primeiro a pessoa deve oferecer uma entrada,<br />

que seria, no mínimo, 20% do valor do<br />

imóvel. O resto do saldo pode ser financiado,<br />

mas essas regras dependem do tipo de<br />

financiamento e das regras da instituição,<br />

principalmente no que se refere à análise de<br />

risco. A Caixa Econômica Federal oferece financiamentos<br />

de imóveis novos, usados, ou<br />

na planta. Podem ser imóveis residenciais e<br />

também comerciais.<br />

Para conseguir a casa própria, o primeiro<br />

passo é focar nos 20% da entrada. Se o<br />

imóvel custa R$ 300 mil, seu principal alvo<br />

será de R$ 60 mil para a entrada e assim<br />

por diante. Pode também usar o FGTS para<br />

compor a entrada.<br />

Um educador financeiro vai lhe aconselhar<br />

a manter a soma das parcelas de suas<br />

dívidas em no máximo 20% da sua renda.<br />

Caso tenha capacidade de comprometer<br />

mais do que 20%, não faça isso. Sempre<br />

poupe dinheiro, pois podem surgir dificuldades<br />

no caminho e é bom ter o que se chama<br />

de “colchão financeiro”. A cada dois anos<br />

use seu FGTS para abater o saldo devedor<br />

e faça o mesmo com o colchão poupado se<br />

sentir que pode diminuí-lo um pouco.<br />

Aconselha-se a fazer o financiamento no<br />

espaço mais curto de tempo, pois dessa forma,<br />

os juros são menores. Quanto maior o<br />

prazo menor a parcela, porém haverá o pagamento<br />

de juros. Faça pesquisa entre os<br />

agentes financeiros e verifique o CET- Custo<br />

Efetivo Total que envolve juros, IOF e seguros.<br />

Atualmente, o financiamento pode<br />

durar até 360 meses, isto é, 30 anos.<br />

A análise para saber se o interessado<br />

está apto para um financiamento é baseada<br />

na capacidade de comprovação de renda<br />

correspondente ao financiamento que<br />

deseja obter. Pode ser feita via holerite,<br />

declaração de IR ou mesmo movimentação<br />

bancária.<br />

A renda comprovada são das pessoas<br />

que farão parte do financiamento, isto é,<br />

pode ser marido e mulher, pais com filhos,<br />

amigos… o que importa é que a renda de todos<br />

deve ser comprovada.<br />

DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA<br />

- Documentação básica: carteira de identidade,<br />

comprovante do estado civil, CPF, etc.<br />

- Holerites mais recentes (se for assalariado);<br />

- Se não tiver vínculo formal de trabalho,<br />

deverá apresentar extratos bancários mais<br />

recentes, fatura do cartão de crédito ou qualquer<br />

documento que comprove renda.<br />

Para utilizar o Fundo de Garantia como<br />

parte do pagamento, é estabelecido um imóvel<br />

com preço de mercado de até R$500 mil.<br />

”Não é uma tarefa difícil: basta cumprir uma<br />

burocracia básica que envolve vendedor,<br />

comprador e a Caixa Econômica Federal, que<br />

é a depositária do FGTS. Conte com a ajuda<br />

da imobiliária neste sentido.<br />

52


MOSTRA DE ARQUITETURA<br />

Começa a Casa<br />

Cor São Paulo<br />

Profissionais como arquitetos<br />

aguardam com ansiedade a<br />

realização de mais uma Casa<br />

Cor em São Paulo. A mostra está<br />

programada para este mês.<br />

Em uma festa exclusiva no Jockey Club<br />

de São Paulo, espaço que abriga a mais<br />

completa mostra de arquitetura, decoração<br />

e paisagismo das Américas, o Grupo CASA<br />

COR anunciou as novidades da 28ª edição<br />

do evento SP, que será realizada de 27 de<br />

maio até 20 de julho. “Manteremos o foco<br />

no 100% morar, apresentando ambientes<br />

Uma das novidades no ano passado foi o jardim vertical nos ambientes interiores<br />

inspiradores e dedicados ao bem viver.<br />

Além disso, não poderíamos deixar de lado<br />

eventos importantes que estarão acontecendo<br />

no período da mostra, como a Copa<br />

do Mundo”, explica Angelo Derenze, presidente<br />

do Grupo CASA COR.<br />

Em <strong>2014</strong>, a mostra contará com um<br />

Lounge Camarote para receber desfiles e<br />

eventos. “O objetivo é trazer mais uma opção<br />

de entretenimento para os visitantes,<br />

apreciando uma boa bebida e contemplando<br />

a vista maravilhosa do Jockey Club”, diz<br />

Derenze.<br />

Em parceria com o Instituto Ayrton Senna,<br />

outra surpresa é um ambiente em homenagem<br />

aos 20 anos do legado do piloto.<br />

Como tradição, a cada ingresso inteiro<br />

comprado, o valor de R$ 1,00 será doado<br />

à instituição.<br />

A mostra contará com um Lounge Camarote<br />

para receber desfiles e eventos<br />

A CASA COR São Paulo será 10% menor<br />

do que a edição anterior. Em <strong>2014</strong>, haverá,<br />

também, um haras e uma galeria de arte.<br />

O conselho curador para a escolha dos<br />

profissionais participantes é formado por<br />

Roberto Dimbério, consultor no segmento<br />

de arquitetura e decoração; Waldick Jatobá,<br />

empresário; Tuca Reinés, fotógrafo; e Cristina<br />

Ferraz, Diretora de Relacionamento da<br />

CASA COR.<br />

“É com muito orgulho que mantemos a<br />

marca CASA COR há 27 anos. É um evento<br />

que passou as fronteiras do Brasil, chegando<br />

a seis países da América Latina e pretendemos<br />

ser cada vez melhor. CASA COR é<br />

uma experiência única para as pessoas que<br />

buscam referência, atualização, inspiração<br />

e informação sobre a cultura do morar”, finaliza<br />

Derenze.<br />

Muitos araraquarenses visitam a mostra,<br />

principalmente os profissionais ligados<br />

ao setor da construção civil.<br />

53


JARDINAGEM<br />

Aprenda a fazer um<br />

jardim sensorial<br />

O jardim sempre foi sinônimo<br />

de bem-estar, o qual nos permite<br />

ficar em contato com a<br />

natureza, com o clima e<br />

experimentar diferentes<br />

sensações e emoções, onde<br />

muitas vezes nos remete ao<br />

passado e nos traz lembranças<br />

geralmente agradáveis.<br />

Ter plantas em casa é uma maneira de entrar<br />

em contato com a natureza. E mais do que<br />

realçar a visão com o verde das folhagens ou<br />

com flores coloridas, os outros sentidos também<br />

podem ser estimulados, bastando para<br />

isso criar um jardim sensorial.<br />

“O projeto pode ser feito no quintal, em varandas<br />

ou no interior de casas e apartamentos<br />

e tem por objetivo estimular todos os cinco<br />

sentidos: tato, olfato, gustação e audição,<br />

além da visão”, explica a paisagista, especialista<br />

em Feng-Shui e jardinagem orgânica, Marizeth<br />

Estrela.<br />

“Ao trazer aos moradores a oportunidade<br />

de interagir com o meio ambiente, o jardim<br />

sensorial aguça os cinco sentidos, promove o<br />

equilíbrio, é uma forma de terapia e também<br />

desperta o aprendizado. Qualquer pessoa<br />

pode se beneficiar desse contato com a natureza,<br />

adequando o cultivo às espécies que<br />

favoreçam a percepção e o uso dos sentidos”,<br />

afirma Marizeth.<br />

Segundo a paisagista, esse tipo de jardim<br />

tem grande influência oriental e prevê o uso<br />

de diferentes espécies, com texturas variadas<br />

para estimular o tato; repuxos de água, introduzindo<br />

cascatas ou aquários, para estimular<br />

a audição; a visão é aguçada pelo cultivo de<br />

espécies com folhagem e flores diversas; o<br />

olfato, pelos aromas e, a gustação, pelo uso<br />

de ervas aromáticas ou plantas comestíveis<br />

no jardim.<br />

PLANTAS PARA ESTIMULAR OS SENTIDOS<br />

A variedade é o fator-chave de um jardim<br />

sensorial. Para Marizeth, a composição de um<br />

jardim sensorial deve contemplar plantas aromáticas,<br />

espécies com folhas de texturas distintas,<br />

flores coloridas e fontes de água, para<br />

que a percepção seja amplamente estimulada<br />

e os sentidos todos despertados. “Quem mora<br />

em apartamento ou tem pouco espaço disponível<br />

pode escolher cantos diferentes da casa<br />

e compor um mini-jardim para cada sentido”,<br />

sugere a paisagista.<br />

Variar com espécies de tamanhos e formatos<br />

diferentes, com folhagens diversas e cores<br />

variadas. Pode-se alcançar o efeito desejado<br />

com o plantio de camélias, gerânios, crisântemos,<br />

flor-de-cera, violetas, calêndula, cavalinha,<br />

Hibiscus, entre outras.<br />

Tato: para o contato direto com as plantas,<br />

pelo toque, são ideais as suculentas ou<br />

crassulaceaes, algumas espécies de cactos,<br />

plantas com folhas aveludadas como o<br />

veludo-roxo, corações emaranhados, tuia<br />

holandesa/tuia-limão, entre outras<br />

Olfato: ervas aromáticas como as<br />

utilizadas para chás e temperos<br />

são ideais para estimular o olfato.<br />

Tomilho, camomila, orégano,<br />

alecrim, manjericão, hortelã,<br />

funcho, erva-doce, são algumas<br />

das opções para aguçar esse<br />

sentido.<br />

54


ARARAQUARA<br />

Entre as melhores cidades<br />

do Brasil para se investir<br />

Araraquara é uma cidade do<br />

Brasil com mais de 100 mil<br />

habitantes, que apresenta maior<br />

potencial para receber novos<br />

investimentos. O município<br />

paulista ficou na 67ª posição<br />

no País em pesquisa realizada<br />

pela consultoria Urban System e<br />

publicada pela Revista Exame.<br />

A notícia de que entre os municípios brasileiros,<br />

Araraquara tem excelente perfil para<br />

receber investimentos, foi recebida com euforia<br />

no Paço Municipal, no final de abril. No<br />

ranking nacional ela está em 67ª posição. Já<br />

entre as cidades paulistas, o município ficou<br />

em 22º lugar.<br />

A consultoria Urban System analisou 293<br />

municípios do País com mais de 100 mil habitantes<br />

e responsáveis por 71% do PIB nacional.<br />

Para chegar ao resultado, foram computados<br />

27 indicadores que identificaram os<br />

mercados mais promissores. O levantamento<br />

também apontou que as cidades médias (com<br />

menos de 500 mil habitantes) se destacam e<br />

55<br />

possuem o maior potencial de crescimento.<br />

Entre os 27 indicadores considerados no<br />

levantamento, estão dados sociodemográficos,<br />

econômicos, de saúde e educação, financeiros,<br />

de transporte e telecomunicações.<br />

Em novembro do ano passado, a mesma<br />

consultoria já havia indicado que Araraquara<br />

é uma das melhores cidades do País para se<br />

viver após a aposentadoria, em levantamento<br />

publicado pela Exame.<br />

Para o prefeito Marcelo Barbieri, os dados<br />

da pesquisa mostram o potencial econômico<br />

de Araraquara que vem recebendo investimentos<br />

de empresas de diversas matizes, mais<br />

especificamente dos setores ferroviário, de logística<br />

e de Tecnologia da Informação.<br />

“Araraquara conta com infraestrutura, posição<br />

geográfica privilegiada e mão-de-obra<br />

qualificada para receber investimentos. A cidade<br />

já é um pólo tecnológico e de empresas de<br />

logística e agora está se consolidando como<br />

um pólo ferroviário, com a produção e manutenção<br />

de locomotivas e vagões para todo Brasil”,<br />

afirma o prefeito.<br />

Nos últimos anos, o crescimento da riqueza<br />

em Araraquara foi de 55%, período que<br />

marcou a vinda de empresas como a Fortaleza,<br />

Big Dutchman, Brado Logística, Subestação<br />

Araraquara 2 entre outras, além das<br />

parcerias entre ALL e GE Transportation, Iesa<br />

e Hyundai e da Randon.<br />

Araraquara situa-se na faixa de municípios<br />

entre 100 mil e 500 mil habitantes, que representam<br />

4,5% do total de municípios no País,<br />

mas que colaboram com 28,8% do PIB total e<br />

25,7% da população do Brasil. Na composição<br />

do PIB local, o setor de serviços apresentou o<br />

maior percentual, com 66%. A indústria, com<br />

20,2%, aparece em segundo lugar.<br />

Araraquara também tem se destacado<br />

em outros indicadores. O Índice de Desenvolvimento<br />

Humano Municipal (IDHM) da Organização<br />

das Nações Unidas (ONU) colocou a<br />

cidade como a 14ª do País e a 7ª do Estado<br />

de São Paulo.<br />

Os números positivos de Araraquara, divulgados<br />

pelo Programa das Nações Unidas para<br />

o Desenvolvimento (Pnud) intitulado "Atlas do<br />

Desenvolvimento Humano no Brasil 2013",<br />

mostram os bons resultados nos itens Longevidade,<br />

com índice 0,877; Renda, 0,788; e<br />

Educação, 0,782. Os números são auferidos<br />

pela pesquisa internacional em uma escala<br />

que vai de zero a 1.


SEU NOME ESTÁ NA RUA<br />

TEXTO: SAMUEL BRASIL BUENO<br />

JOÃO VITOR NASCIMENTO MAURÍCIO<br />

O menino que queria<br />

ser prefeito da cidade<br />

Aos 8 anos de idade, João Vitor partiu; deixou para trás um imenso<br />

rastro de saudade e o sonho de ser prefeito de Araraquara. Ele só<br />

queria ser mais que o pai, um analista de sistemas da Prefeitura,<br />

mas Deus o chamou para uma outra missão bem mais importante.<br />

João Vitor que<br />

tem seu nome no<br />

Centro Municipal<br />

de Saúde da<br />

Vila Xavier<br />

João Vitor, filho do analista de sistema Moisés<br />

Maurício e da secretária Cidineide Maria<br />

Maurício, nasceu em Araraquara no dia 27 de<br />

março de 1999 e morou à Rua Princesa Izabel,<br />

1418, na Vila Xavier.<br />

Seu nascimento foi através de uma cesariana,<br />

pesando 4,360kg e medindo 52 centímetros;<br />

era o maior bebê do berçário e o único<br />

menino no meio de três meninas nascidas na<br />

mesma semana. Aos olhos das berçaristas,<br />

João parecia que já tinha uns dois meses.<br />

João Vitor, desde a mais tenra idade, tinha<br />

semblante sereno e ao mesmo tempo, sério.<br />

Um garoto que cativava as pessoas, era obediente,<br />

educado e respeitador. Se alguém, por<br />

algum motivo, o repreendesse, ele não retrucava,<br />

somente abaixava a cabeça.<br />

Aos 3 anos, o que mais lhe chamava a<br />

atenção eram as viaturas coloridas da corporação<br />

dos bombeiros, ao ponto de ficar febril<br />

João Vitor<br />

e seu irmão<br />

Pedro<br />

56


João Vitor na sua formatura do Pré, ao<br />

lado da mãe Cidineide, do pai Moisés<br />

e do irmão Pedro<br />

O abraço apertado de Ester, sua<br />

professora na festa de formatura<br />

do Pré-Primário, uma despedida<br />

monstrava assim, que tinha cuidado e carinho<br />

com a cidade onde morava.<br />

A pré-escola, João fez no Centro de Educação<br />

e Recreação “Eloá do Vale Quadros”.<br />

João Vitor colaborava com os trabalhos da<br />

casa. No ano de 2006, pelas manhãs, cuidava<br />

de seu irmãozinho Pedro, para que seus pais<br />

pudessem trabalhar; à tarde ia sozinho para<br />

a escola, no Grupo Escolar “Antônio Lourenço<br />

Corrêa”, na Vila Xavier, onde cursava o primário.<br />

Ao término da aula, esperava seu pai em<br />

frente ao posto de saúde, que fica ao lado da<br />

escola, para chegarem juntos em casa. João<br />

gostava de praticar esportes como futebol e<br />

judô; natação ele fazia por orientação<br />

de seu médico.<br />

Ainda tinha tempo para ter aulas<br />

de informática e português.<br />

No Natal de 2006, ele escreveu<br />

uma carta para o papai Noel<br />

pedindo um vídeo game play station<br />

2, e colocou-a dentro de sua<br />

bota na janela do seu quarto.<br />

Como andava um pouco desobediente,<br />

sua mãe conversou com João e disse<br />

que daria o vídeo game se ele se comportasse<br />

bem. Ele fez por merecer e os pais cumpriram<br />

a palavra comprando pela internet o vídeo<br />

desejado. Quando o aparelho chegou pelo<br />

correio os pais estavam trabalhando, e foi ele<br />

mesmo quem o recebeu e fez questão de assinar<br />

o recibo, dizendo ao carteiro: “tio, pode<br />

deixar que eu já sei assinar o meu nome”.<br />

João Vitor era uma criança temente a<br />

Deus, pois que desde o seu nascimento, foi<br />

levado por seus pais à igreja; frequentava os<br />

cultos regulares e aos domingos ia sozinho ao<br />

culto de jovens.<br />

Ele foi uma criatura mansa, humilde e<br />

carinhosa, e que deixou para os que o conheceram,<br />

um grande exemplo de vida apesar<br />

de sua curta existência terrena, pois que<br />

o Senhor o chamou para si em 15 de junho<br />

de 2007, aos 8 anos de idade, para viver com<br />

Ele eternamente. São seus os desígnios e a<br />

eles devemos respeitar com perseverança e a<br />

fé que nos conduz a entender que cada qual<br />

cumpre a sua missão.<br />

de vontade de andar em um desses veículos.<br />

Isso levou seus pais a procurar o sargento Páscoa,<br />

na época o responsável pela unidade da<br />

corporação na Vila Xavier, e solicitar a ele autorização<br />

para que João Vitor fosse conduzido<br />

até o salão de festas, onde seria comemorado<br />

seu 3º aniversário. O sargento Páscoa concordou<br />

com o pedido, desde que não houvesse<br />

nenhuma ocorrência no mesmo horário. No<br />

dia combinado, João Vitor chegou no local da<br />

festa em uma viatura dos bombeiros, realizando<br />

assim seu grande sonho.<br />

Ele era um menino tranquilo e que gostava<br />

de fazer amizades com pessoas adultas,<br />

conversava muito com sua mãe e dizia que<br />

quando ele crescesse, iria trabalhar na prefeitura,<br />

como o papai, às vezes até falava que<br />

queria ser prefeito, porém a mamãe respondia<br />

que trabalhar na prefeitura tudo bem, mas ser<br />

prefeito não.<br />

João era bastante observador, pois quando<br />

via nas ruas monumentos públicos e muros<br />

pichados, ele comentava que se fosse o pai de<br />

quem pichou, ele o colocaria de castigo. De-<br />

Suas adoráveis brincadeiras ao<br />

lado dos amiguinhos, detalhes para<br />

ninguém esquecer<br />

Os abraços que João Vitor dava no irmão<br />

pareciam que não tinham fim<br />

Ao Senhor pertence a terra e tudo<br />

o que nela se contém, o mundo e<br />

os que nele habitam.<br />

(Salmos 24:1)<br />

Seu nome está na rua através da lei nº<br />

6.650 de 14 de novembro de 2007, projeto de<br />

lei de autoria do vereador Elias Chediek Neto,<br />

sancionada pelo prefeito Edinho Silva, que<br />

denomina João Vitor Nascimento Maurício, o<br />

Centro Municipal de Saúde (C.M.S.), localizado<br />

na Rua Princesa Izabel, entre as avenidas Major<br />

Dario de Carvalho e Carlos Baptista Magalhães,<br />

Vila Xavier, neste município.<br />

57


COLUNA<br />

ESPORTE É AVENTURA<br />

Carlinhos Tavares<br />

Absolute Fit<br />

16 3114.8664<br />

Fernando<br />

Mello<br />

Dr. Fernando de Oliveira Mello, campeão<br />

na categoria Master D<br />

A Travessia do Clube Náutico, prova tão<br />

tradicional de nossa cidade e já em sua 42º<br />

Edição, é uma mistura de emoções e grandes<br />

recordações. Tenho certeza que todos<br />

os nadadores, ex-nadadores e entusiastas,<br />

sentem tudo isso quando chegam no domingo<br />

pela manhã ao Clube Náutico para mais<br />

uma travessia. Por se tratar de uma prova<br />

que é realizada em um dos maiores paraísos<br />

naturais de nossa região, se não o maior,<br />

há uma excitação a mais por trás da prova:<br />

encontramos velhos amigos e revivemos o<br />

melhor de nossas vidas como atletas, desfrutando<br />

das maravilhas do clube em um dia<br />

muito especial para a Natação local.<br />

A história desse evento que é realizado<br />

há anos, o tornou tradicional na cidade e<br />

região, contando neste ano com 23 equipes<br />

participantes de 12 localidades.<br />

A clínica Absolute Fit apoiou de forma intensa<br />

a natação araraquarense, reunindo os<br />

melhores nadadores de Araraquara, formou<br />

a equipe Absolute Fit que conquistou um resultado<br />

que não poderia ser diferente: ficamos<br />

em 1º lugar, com um total de 11 troféus,<br />

8 segundos lugares, 6 terceiros lugares e 5<br />

quartos lugares, um total de 30 premiações,<br />

muito distante da 2ª equipe colocada, com<br />

12 premiações.<br />

Para muitos um grande passeio, para<br />

outros, a temível represa de águas escuras<br />

com percurso interminável. Para as crianças<br />

um grande sonho e desafio, e para os<br />

competidores, uma história marcada por<br />

quebra de recordes. Somente este ano, 4<br />

deles foram quebrados.<br />

É impossível não mencionar que é um<br />

dia de muita alegria para nossa natação,<br />

pois há competidores desde as crianças, até<br />

ícones do nosso esporte na cidade, como o<br />

campeão do mundo, Antonio Carlos Orselli.<br />

Para quem nunca participou e gosta de<br />

grandes desafios, a dica é: manter a calma<br />

e fazer sua prova; manter-se sempre em um<br />

ritmo confortável durante o nado e ir vencendo<br />

as etapas gradativamente. Se sobrar<br />

energia no final, aproveite e faça um pouco<br />

mais de força! Se você sabe nadar, com estas<br />

recomendações poderá participar com<br />

segurança e se divertir. No próximo ano terá<br />

mais experiência e saberá mais facilmente<br />

como fazer. Isso é Esporte e Aventura! Mas<br />

é claro que o mais importante é a etapa que<br />

antecede às provas: o treinamento. Então,<br />

não perca tempo e comece logo a treinar.<br />

Lembre-se que a Absolute Fit é especialista<br />

na preparação física de atletas amadores e<br />

profissionais. Para saber mais, como dicas<br />

de treino, etc., curta nossa página no Facebook.<br />

Neste canal você poderá interagir,<br />

compartilhar fotos e fazer perguntas.<br />

Equipe<br />

Absolute Fit<br />

Antonio Carlos Orselli, campeão na categoria Master J<br />

58


OS GRANDES CLUBES DA NOSSA TERRA<br />

Rebeldes, mas bons de bola, assim<br />

era o Flamengo da Vila Furlan<br />

Muito difícil precisar a popularidade de um e de outro. Zito Melhado estava para as ruas e avenidas<br />

como o Flamengo para os gritos de gol que ecoavam pela cidade. O bairro nascido às beiras da Via<br />

Expressa nos anos 50, mandava dizer que se orgulhava dos dois filhos ilustres: um de segunda a sexta a<br />

serviço da Prefeitura e o outro nas manhãs ou tardes de domingo, nos campos de futebol.<br />

Álvaro Fleury Fina, Faixa, Milton Sambista, Demá Prado, Zinho, Ditinho e Tutu; Nenê Bahia, Aristides,<br />

Jordão, Itamar, Palhares e Belleti, uma das mais tradicionais formações do Flamengo da Vila Furlan<br />

José Melhado Filho,<br />

o “Zito Melhado”,<br />

nos seus 120 quilos<br />

distribuídos em pouco<br />

mais de 1,60m,<br />

andava de forma<br />

desajeitada naquele<br />

final de tarde pelas<br />

ruas de Araraquara, quando o prefeito Rubens<br />

Cruz lhe pediu para refazer a sinalização<br />

da Bento de Abreu. A cidade estava<br />

se preparando para sediar os Jogos Abertos<br />

do Interior. Já era setembro de 1969, e<br />

precisava estar com os canteiros da Bento<br />

em ordem, as ruas bem demarcadas, isso<br />

quando nem semáforo existia (parava na<br />

Nove de Julho com a Barroso). Zito trabalha<br />

na Prefeitura e cuidava de toda sinalização.<br />

Ele era uma referência para a Vila Melhado;<br />

embora residindo no bairro, Zito já tinha<br />

ocupado o cargo de presidente de um time<br />

chamado Vasco da Gama, fundado em<br />

homenagem ao Vasco da Gama do Rio de<br />

Janeiro que viera jogar contra a Ferroviária<br />

na inauguração do Estádio da Fonte Luminosa<br />

em 1950. Depois ele foi treinador da<br />

Atlética Ferroviária (1978).<br />

Curiosamente, o Flamengo nasceu sem<br />

59<br />

Zito Melhado apesar de ser o homem mais<br />

conhecido no bairro e um grande esportista.<br />

Certo dia, Luizinho Garcia foi convidar<br />

Zito Melhado para ser o presidente do Flamengo:<br />

“Luizinho, não posso; vocês são<br />

muito rebeldes”, mas à distância ele acompanhou<br />

por um bom tempo o time da Vila<br />

Melhado. Zito veio a falecer em setembro<br />

de 1991, aos 62 anos, mas tanto quanto o<br />

Flamengo, foram os maiores propagandistas<br />

do bairro.<br />

SEGUE »


TINHA QUE SER FLAMENGO<br />

Se estivesse em atividades,<br />

o Flamengo da Vila Furlan<br />

completaria no dia 21 de abril,<br />

47 anos de fundação. O time,<br />

considerado sonho de alguns,<br />

foi na verdade o carro-chefe<br />

promocional de um dos mais<br />

importantes bairros da cidade:<br />

a Vila Melhado. Do seu início até<br />

o final dos seus dias, o chamado<br />

“Flamenguinho” teve conquistas<br />

memoráveis e só não foi em<br />

frente por causa da morte do<br />

seu presidente e um torcedor<br />

símbolo: Álvaro Fleury Fina,<br />

figura das mais estimadas no<br />

futebol amador de Araraquara.<br />

Texto: Rafael Zocco<br />

Flamengo, orgulho da grande massa que<br />

abrange todo o país. Não importa, há sempre<br />

um flamenguista escondido pelos cantos de<br />

uma cidade. Mas por que não Palmeiras, Santos,<br />

São Paulo ou Corinthians, os times mais<br />

tradicionais do estado, para ostentar o nome<br />

de um time de amigos do bairro dos anos 60?<br />

- Que tal Palmeiras? - indagou um jovem<br />

que insistia nos nomes dos times da capital.<br />

- Ah, um time com nome daqui do estado<br />

eu não quero - respondeu um garoto no auge<br />

dos seus 15 anos de idade.<br />

- E que tal Flamengo? Flamengo da Vila<br />

Furlan? - retrucou o outro, franzino, mas de<br />

mesma idade que tinha, como ídolo, Berico,<br />

na época em que defendia o Guarani e se<br />

transferiu depois para o Flamengo do Rio.<br />

A paixão pelo futebol não impedia que o<br />

grupo de amigos criasse um time intitulado<br />

Clube Atlético Flamengo, ou simplesmente<br />

Flamengo da Vila Furlan, agremiação que<br />

existia em 1963 formada pela juventude araraquarense<br />

com a proposta de apenas jogar<br />

por diversão e sempre com os amigos ao lado.<br />

A união daqueles garotos era imensa, coisa de<br />

cinema, lembrando o filme “Conta Comigo”<br />

(Stand By Me), de 1986. No filme, um grupo<br />

de quatro amigos sai para uma aventura em<br />

busca de um garoto, da mesma idade deles,<br />

que havia desaparecido. Porém, a aventura<br />

acaba sendo uma autodescoberta de cada<br />

personagem, seja de brigas ou mostrando a<br />

verdadeira amizade. Para o time da Vila Furlan<br />

era a mesma coisa. Na hora de uma dividida<br />

Final dos anos 60: Grecco, Kawazani, Milton Sambista, Zé Luiz, Demá, Oswaldão e Faixa (técnico);<br />

Álvaro Fleury Fina, Aristides, Tonhão (ex-Ferroviária e Palmeiras), Itamar, Meireles e Betinho<br />

Um time que se dava<br />

ao luxo de ter Tonhão<br />

em campo tinha sempre o apoio de cada jogador,<br />

ou amigo, para que não desistissem da vitória.<br />

Os descontroles aconteciam, mas só no<br />

campo, não envolvendo o caráter e amizade<br />

de cada um, coisa que não percebemos mais<br />

no “futebol business” de hoje.<br />

RUMO AO AMADORISMO<br />

O Flamengo deve a sua vida graças a uma<br />

pessoa: Álvaro Fleury Fina, seu eterno presidente.<br />

A aproximação dele foi pelo amor ao<br />

futebol. Não perdia um jogo amador na época.<br />

A amizade com um jogador do Flamengo<br />

foi vital para que ele se tornasse o presidente<br />

do clube: Aristides, ex-atacante do time, ainda<br />

criança, trabalhava em um chaveiro no Mercado<br />

Municipal. Álvaro fazia entregas por lá<br />

e criou um laço de amizade com o até então<br />

garoto da Vila Furlan. Sabendo da existência<br />

do Flamengo, Álvaro propôs a ideia da criação<br />

de uma sede do clube e de administrar aquela<br />

geração em 21 de abril de 1967, se tornando<br />

a data oficial de sua fundação.<br />

Com isso, o Flamengo tomou forma e passou<br />

a ser um time amador, com jogadores de<br />

menos de 18 anos. A sede, porém, não ficou<br />

no bairro de seu nascimento, mas sim na Vila<br />

Mendonça. Naquele ano, o “seo” Mendonça,<br />

dono de um terreno, tinha cerca de 20 casas<br />

para alugar e então o presidente Fleury conseguiu<br />

um lugar para ser a sede do time. Aristides<br />

conta também que o “presida” teve papel<br />

muito importante em sua vida.<br />

“Quando eu tinha 17 anos, o “seo” Álvaro<br />

me ajudou muito. Como trabalhava de chaveiro,<br />

criei a minha própria oficina de chaves no<br />

Mercado Municipal, parte dela sendo custeada<br />

por ele. “Seo” Álvaro era como um pai para<br />

mim”, conta.<br />

Grecco<br />

e Faixa,<br />

goleiros<br />

nos anos<br />

60<br />

60


“O futebol amador? Esculhambaram com ele... Não tem mais graça. Os estádios<br />

ficavam lotados, existia alegria de se ver jogar”<br />

Itamar<br />

Além da sede, outro fato curioso escreve<br />

a história do Flamenguinho. Um dos fundadores<br />

do time, Milton Franchini, o popular Milton<br />

Sambista, conta que a equipe realizava os<br />

seus jogos no campo de outro clube. “Como<br />

não tínhamos um lugar próprio para mandar<br />

os jogos, eles eram disputados<br />

no campo da Associação<br />

Atlética Ferroviária, pois a sede<br />

ficava ali por perto”, explica o<br />

ex-jogador.<br />

Ademar Prado, ex-lateral<br />

esquerdo e hoje dono de uma<br />

loja de móveis de aço, comenta<br />

que a equipe não fazia treinamento<br />

tático e físico, mas “treinava”<br />

de outra maneira.<br />

“Os jogadores combinavam<br />

de ir para sede do Flamengo<br />

não para treinar, mas sim jogar<br />

bilhar; era uma descontração.<br />

Só jogávamos bola quando havia<br />

uma partida pelo amador<br />

(risos)”, conta Prado.<br />

OS CRAQUES<br />

Sambista lembra também dos craques<br />

que passaram pelo Flamengo. “Quando o<br />

Tonhão (ex-zagueiro da ADA e Ferroviária) encerrou<br />

a carreira profissional, ele jogou pelo<br />

nosso time. Ao invés de zagueiro, era o nosso<br />

centroavante, pois tinha um canhão na perna<br />

direita e por ser alto também”, relembra.<br />

Outro grande jogador que passou pelo time<br />

de Vila Furlan foi Palhares, que logo depois se<br />

tornou amador e profissional da Ferrinha, jogando<br />

ao lado de Sérgio Bergantin, Mauro Pastor,<br />

Amauri, entre outros na época áurea afeana.<br />

Um fato curioso também tomou conta daquele<br />

time. O então goleiro Faixa pendurou as<br />

luvas em 1967 e tornou-se técnico da equipe.<br />

O grande dia para a história do Flamenguinho<br />

passou também por ele, pois o time subiria para<br />

a primeira divisão do amador no<br />

ano seguinte com o ex-goleiro no<br />

comando.<br />

OS IRMÃOS BAHIA<br />

Um de seus principais jogadores<br />

e artilheiro da época do<br />

futebol amador de Araraquara,<br />

Itamar Alves, o popular Bahia,<br />

encantou aquela geração. Atacante<br />

clássico com faro de gol,<br />

colocava medo na zaga adversária<br />

junto com o seu irmão,<br />

Nenê Bahia. A torcida aclamava<br />

pelos irmãos.<br />

“Os torcedores do Flamengo<br />

eram fiéis, briguentos e<br />

sempre temidos pelos outros. Falavam sempre<br />

dos irmãos Bahia para por medo no adversário,<br />

mas era bem folclórico isso. Meu irmão<br />

era ponta direita do time. Eu recebia muitos<br />

passes dele para o gol. Éramos afinados dentro<br />

de campo”, conta Bahia.<br />

Nos jogos contra o seu maior rival, o Palmeiras<br />

da Vila Xavier, Bahia recorda que não<br />

tinha vida fácil quando jogava no campo do<br />

adversário. “Nos jogos contra o Palmeiras, o<br />

Tutú (árbitro e que trabalhava na Liga Araraquarense<br />

de Futebol Amador), não deixava a<br />

gente ganhar os jogos lá dentro. Era um apito<br />

amigo do Palmeirinha (risos)”.<br />

61


PEQUENO GRANDE TIME<br />

As conquistas<br />

inesquecíveis<br />

Itamar, Nenê Bahia, Grecco,<br />

Sambista, Faixa, Ademar Prado<br />

e seu irmão Bolinha, formam a<br />

galeria de nomes inesquecíveis<br />

na história do Flamengo. Outros<br />

foram surgindo e o pequeno<br />

time se tornou uma família<br />

dentro da Vila Melhado.<br />

Luiz Carlos Grecco, Álvaro Fleury Fina, Aristides, Português, Justino, Sambista, Demá Prado,<br />

Luizinho Garcia, Carrapixo e Nenê Bahia; Tutu, Zosinha, Ivan Borghi, Osvaldão, Itamar, Tonho<br />

Palhares, Jordão e Beletti, o grande time de 1970<br />

Em Itamar, o goleador nas manhãs ou tardes<br />

de domingo, apenas os cabelos esbranquiçaram.<br />

A voz ardida soa rouca, como nos<br />

velhos tempos. Hoje, é apenas um torcedor<br />

da Ferroviária a lamentar que o futebol amador<br />

tenha tomado outro rumo. “Antigamente<br />

era muita garra e raça, diferente do que se<br />

vê atualmente. No futebol de hoje, o menino<br />

que está começando tem medo da chuteira<br />

do adversário; e, há também a existência do<br />

lado comercial a estragar aquilo que víamos<br />

como uma pureza dentro do esporte amador”,<br />

salienta o ex-jogador.<br />

O ACESSO E O TÍTULO DE 80<br />

Aristides recorda da decisão do acesso<br />

para a Primeira Divisão do amador de 1968,<br />

quando o Flamengo enfrentou a Academia<br />

São Geraldo. Em um jogo muito disputado<br />

durante os 90 minutos, a partida terminou<br />

em 1x1, levando a decisão para os pênaltis.<br />

Aí Tonhão se transforma no personagem da<br />

partida.<br />

“As cobranças chegaram ao momento derradeiro.<br />

Tonhão era o nosso último cobrador.<br />

Era difícil segurar o chute potente dele e estávamos<br />

muito confiantes. Ele soltou a bomba,<br />

mas não foi em direção ao gol, indo direto para<br />

a arquibancada. Mesmo assim, o nosso acesso<br />

para a Primeira Divisão estava garantido<br />

(subiam dois), mas ficamos tristes em não termos<br />

levantado o troféu. Chorei muito naquele<br />

dia”, conta Aristides.<br />

O Flamengo disputou a Primeira Divisão do<br />

amador de 1969 até a década de 80. Logo no<br />

primeiro ano ocupou a sexta e no ano seguinte<br />

a quinta colocação do campeonato, fato raro,<br />

já que o campeonato era bastante equilibrado<br />

e contava com equipes tradicionais da cidade,<br />

sempre brigando nas primeiras colocações. A<br />

juventude dava o ar da graça junto aos marmanjões<br />

da época.<br />

A GRANDE CONQUISTA<br />

Com 580 pagantes no Estádio Municipal<br />

“Tenente Siqueira Campos” e renda de Cr$<br />

11..600,00, o CA Flamengo, da Vila Furlan,<br />

vence a ADC Usina Tamoio, por 1 a 0, gol de<br />

Becinha aos 6 minutos do primeiro tempo e<br />

sagra-se campeão amador, naquele 19 de<br />

outubro de 1980. Antes na semifinal, os companheiros<br />

de Palhares derrotaram a forte equipe<br />

do Grêmio Penitenciária por 2 a 1, gols de<br />

Mimi e Becinha para o rubro negro. Na outra<br />

semifinal, o Tamoio eliminou o Santana, ao<br />

vencer por 3 a 2. Tutu, Chumbinho e Tardim (na<br />

prorrogação) marcaram para o time da usina,<br />

que partia confiante rumo ao bicampeonato.<br />

O JOGO<br />

Com a vantagem, logo no início da partida,<br />

o Flamengo concentrou-se mais na defesa<br />

durante os 84 minutos restantes de jogo.<br />

Apoiado pela torcida, o Tamoio se lançava ao<br />

ataque. O goleiro Din Din do Flamengo, os laterais<br />

Edélcio e Eduardo, a zaga Bolão e Serginho,<br />

e mais o Português, que entrou no lugar<br />

do volante Palhares na segunda etapa, nada<br />

permitiram aos atacantes do Tamoio, acionados<br />

com criatividade pelo meia Chumbinho. As<br />

chances do bicampeonato estavam adiadas<br />

diante da raça e garra dos flamenguistas.<br />

A fanática torcida do Flamengo comemorou<br />

e muito ao apito final do árbitro Laércio de<br />

Arruda Ferreira, o Pelica, que teve os auxiliares<br />

Luiz de Oliveira Berro e Valdevino de Jesus e o<br />

representante da Liga Araraquarense de Futebol<br />

(LAF), Ernani Salvador Volpe.<br />

O técnico campeão Luiz Garcia, o Pito,<br />

mandou a campo: Din Din; Edélcio, Serginho,<br />

Bolão e Eduardo; Palhares (Português), Hudson<br />

Rosalino (Zé Carlos) e Becinha; Aristides,<br />

Salomão Alves e Mimi.<br />

O Tamoio orientado pelo Cabelo, da sessão<br />

Mariza, conquistou o vice-campeonato<br />

com: Donizete; Aírton, Sebeca, Vaguinho e Vadeco;<br />

Varejo, Dirceu e Chumbinho; Tutu (Chitinha),<br />

Gu e Tardim.<br />

Ainda garotos,<br />

Zinho, Zé Luiz,<br />

Zezinho, Jaime<br />

Mota, Dedeu e<br />

Grecco; Luizinho<br />

Garcia, Aristides,<br />

Catanduva, Meireles<br />

e Beletti puderam<br />

aprender que um<br />

dos fatores para o<br />

relacionamento se<br />

perpetuar, é através<br />

do companheirismo<br />

62


Itamar, Nenê Bahia, Luizinho Garcia, Robertinho, Zé Carlos, Betinho e Demá Prado e tantos<br />

outros craques que brilharam no futebol amador<br />

Apesar do clima tenso, o sargento Edmilson<br />

Rodrigues e um pelotão de 20 soldados<br />

do 13º Batalhão Policial do Interior cuidaram e<br />

bem da ordem e segurança no templo do futebol<br />

amador de Araraquara.<br />

Participaram do Campeonato Amador de<br />

1980 além do campeão Clube Atlético Flamengo<br />

e do vice Associação Desportiva Classista<br />

Usina Tamoio, o Treze de Maio FC, Cacic<br />

FC, Palmeiras ECA, Associação Atlética Ferroviária,<br />

Dema FC, EC Quitandinha, EC Aliança,<br />

Sporting Benfica, Estrela FC, Santana FC e<br />

Grêmio ER Penitenciária de Araraquara.<br />

O FIM PRECOCE<br />

Os garotos de Vila Furlan tinham um futuro<br />

brilhante. A harmonia pairava sobre todo o<br />

elenco motivado pelas conquistas na base da<br />

raça e determinação. Mas não contavam com<br />

uma pedra no meio do destino que daria uma<br />

pausa para o sonho rubro-negro. Álvaro Fleury<br />

Fina, pai de seus pupilos flamenguistas, viria<br />

a falecer em 1972, vítima de um infarto fulminante<br />

aos 66 anos de idade. Pegando todos<br />

de surpresa, não existia mais clima para o<br />

time continuar o sonho da conquista do futebol<br />

amador da cidade.<br />

O sonho daquela juventude foi pego de<br />

forma desprevenida. O Flamengo continuou<br />

as suas atividades até os anos 80, mas sem o<br />

império de Fleury, que carregou a bandeira rubro-negra<br />

no peito e na alma, trazendo alegria<br />

para cada jogador e torcedor de Vila Furlan.<br />

(Fontes complementares: jornal O Diário, o escritor<br />

Vicente Henrique Baroffaldi, autor de Futebol na<br />

Terra do Sol e o jornalista Tetê Viviane)<br />

Valeu, Bolinha!<br />

A exemplo dos irmãos Bahia, os irmãos<br />

Prado também tiveram importante<br />

passagem pelo Flamengo, da Vila Furlan.<br />

Excelentes profissionais na área de<br />

serralheria e marcenaria, ambos se<br />

tornaram conhecidos por suas atividades<br />

durante muitos anos. Ademar continua<br />

na ativa, porém, Euclides Prado, o<br />

“Bolinha” - um bom goleiro, afastou-se<br />

do trabalho por motivos de saúde.<br />

Contudo, sempre será lembrado por<br />

aqueles que acompanharam o futebol<br />

amador na época.<br />

63


FUI AOS ARES SEM M<strong>ED</strong>O<br />

28 de maio: Dia do Comissário<br />

de Bordo ou então o Dia da<br />

Aeromoça, como era chamada<br />

no passado; a RCI homenageia<br />

uma profissão importante para<br />

os que voam alto e ocupam<br />

papel de destaque na aviação.<br />

Araraquarense da gema, Maibi Juliana<br />

Sambrano começou sua carreira um pouco<br />

diferente das jovens da sua época. Em 1999,<br />

com apenas 17 anos, tomou uma decisão difícil.<br />

Andando pelas ruas do centro de Araraquara,<br />

a jovem recebeu um panfleto que oferecia<br />

cursos para a aviação civil, entre elas, comissária<br />

de bordo, em Ribeirão Preto.<br />

“Cheguei para meus pais e tive uma conversa<br />

franca com eles. Disse que gostaria de<br />

fazer o curso e que não prestaria vestibular,<br />

e estava decidida. Eles se espantaram com a<br />

minha firmeza e foi um pouco difícil convencêlos<br />

de que era isso o que eu queria”. A família,<br />

então, foi para Ribeirão onde foi feita a inscrição<br />

da jovem, que acabara de fazer o terceiro<br />

ano do ensino médio.<br />

“Foi uma etapa difícil, porque eu ia e voltava<br />

todo dia para fazer este curso, que durou<br />

cerca de 10 meses. Viajava de van com o pessoal<br />

da faculdade e não era barato”.<br />

Todas essas idas e voltas para São Paulo<br />

e Ribeirão eram caras, segundo Maibi.<br />

“Minha mãe pediu a conta do emprego para<br />

que pudesse receber uma quantia para pagar<br />

minhas idas para Ribeirão, pagar meu curso<br />

e custear as viagens para São Paulo. Meu pai<br />

também fez um acordo na empresa e todos se<br />

esforçaram muito para que eu pudesse conquistar<br />

esse sonho, que na verdade era em<br />

conjunto”.<br />

Maibi se orgulha de dizer o que passou<br />

durante o treinamento para poder fazer a prova<br />

da aviação. “No final do curso, fizemos um<br />

teste em uma selva próxima a Ribeirão. Tomei<br />

banho de cachoeira à noite em pleno inverno<br />

de julho, tive que matar galinhas para sobreviver<br />

e passei frio. Não levamos absolutamente<br />

nada, pois era um treinamento. Quando voltei,<br />

meu pai perguntou se era isso mesmo que eu<br />

queria e depois de ter passado por tudo, fiquei<br />

apaixonada pela profissão”.<br />

A jovem comissária, então, passaria por<br />

uma bateria de provas e exames. “Aquilo tudo<br />

era muito assustador para mim. Eu era uma<br />

menina, tinha só 17 anos, estava muito crua<br />

ainda. Passei na primeira prova para o Departamento<br />

de Aviação Civil, e depois fiz o exame<br />

médico em São Paulo. Lá, eu fui reprovada por<br />

conta de um cisto no ovário que eu tinha na<br />

época. Tratei-me e retornei a fazer o exame e<br />

consegui passar”.<br />

Após ter se tornado comissária de bordo,<br />

com direito a todas as certificações, iniciou a<br />

batalha para o primeiro emprego. “Certo dia<br />

sentei-me na cozinha e pesquisei todas as empresas<br />

aéreas do mundo e comecei a enviar<br />

meus currículos. Foi tudo muito rápido. Uma<br />

grande empresa aérea do Brasil me chamou”.<br />

Começaria naquele momento uma batalha<br />

difícil para entrar na companhia. “Foram<br />

três meses de testes para eu entrar. Ia para<br />

São Paulo quase toda semana durante<br />

esse período. A cada teste que eu passava,<br />

ficava mais surpresa e feliz”.<br />

O que ela consideraria o teste mais<br />

difícil veio em seguida. “Passei 5 horas respondendo<br />

testes para psicólogos. Foi uma<br />

loucura, parecia que estava respondendo<br />

à Nasa. Eu me recordo que quando saí da<br />

sala, comi uma barra inteira de chocolate,<br />

tamanha era a tensão que eu estava.<br />

Era muita gente querendo entrar, estudando<br />

muito e das meninas que tinham<br />

Maibi sempre sorridente, uma das<br />

suas características<br />

De Araraquara para o mundo, Maibi<br />

alcançou seus sonhos voando<br />

feito o curso comigo em Ribeirão, apenas eu<br />

e mais uma conseguimos entrar”. Na época,<br />

um avião Fokker 100 com 99 passageiros e<br />

seis tripulantes caiu poucos segundos após<br />

a decolagem sobre casas no bairro de Jabaquara,<br />

em São Paulo, próximo ao aeroporto de<br />

Congonhas. “Acho que o fato de ter ocorrido<br />

este acidente, algumas pessoas desistiram e<br />

assim surgiram mais vagas”, explica Maibi.<br />

Finalmente, após tantos testes com o Departamento<br />

de Aviação Civil e da companhia<br />

aérea, Maibi conseguiu entrar e começaram<br />

os treinamentos nos voos. “Quando recebi a<br />

notícia que tinha passado em todos os testes,<br />

foi uma alegria enorme para toda a família.<br />

Meus pais ficaram muito felizes e espalharam<br />

a novidade para todos. Eu assinei os papeis<br />

da admissão no dia 3 de janeiro de 2000. Comecei<br />

a fazer o treinamento nos voos, mas foi<br />

uma etapa muito difícil, pois, mesmo sendo<br />

comissária, eu nunca tinha voado. Passei muito<br />

mal e praticamente não consegui trabalhar<br />

no primeiro mês”, revela.<br />

FIM DOS SONHOS<br />

Em meados de 2002, Maibi abriu mão de<br />

seu sonho e das suas conquistas. Deixou de<br />

ser comissária de bordo por perseguição de<br />

outras colegas de trabalho. “Eu era chamada<br />

na chefia porque algumas pessoas informavam<br />

que eu estava fora do padrão da empresa.<br />

O fora do padrão que eu digo, era porque<br />

o vermelho do meu batom não estava na tonalidade<br />

certa ou a unha não estava com duas<br />

camadas de esmalte, por exemplo. Fiquei muito<br />

chateada por essas coisas, pois eu estudei<br />

tanto, passei por treinamentos, várias coisas<br />

mais importantes e implicavam com coisas insignificantes”,<br />

explica.<br />

64


“Cheguei para a minha chefe e disse que<br />

estava decidida a não continuar sendo comissária.<br />

Ficamos duas horas trancadas em uma<br />

sala, onde ela tentou me fazer desistir dessa<br />

ideia, porém eu já sabia que não queria mais.<br />

A pressão era muito grande e muitas outras<br />

coisas já haviam acontecido. Eu engordei três<br />

quilos cerca de um ano depois, por conta dessa<br />

perseguição. Eles me deram férias e me<br />

mandaram para um spa, para perder esse<br />

excesso que era considerado por eles. Eu não<br />

queria mais”.<br />

Maibi teve início de depressão e síndrome<br />

do pânico após se desligar da empresa. “Por<br />

dois anos, eu não conseguia ver fotos nem<br />

comentar sobre o assunto. Meus pais ficaram<br />

decepcionados e minha mãe também ficou depressiva.<br />

Foi uma fase difícil, porém superada”.<br />

DIÁRIO DE BORDO<br />

“Na minha época de comissária, buscávamos<br />

o passageiro no embarque levando-o<br />

até a poltrona. Certa vez, um senhor com seus<br />

quase 70 anos, muito baixinho e magro, me<br />

deu um cartão de visita e me disse “Você precisa<br />

pensar muito bem no que eu vou te falar”,<br />

e olhou nos meus olhos. Eu segurei o cartão<br />

e segui minha atenção para ele. “O que você<br />

acha de continuar trabalhando na aviação,<br />

mas ao invés de ser empregada, virar dona de<br />

uma empresa aérea?”. Eu ri, achando que fosse<br />

uma piada. Ele foi se sentar e quando olhei<br />

para o cartão, vi que ele era dono de uma frota<br />

de táxi aéreo em Minas Gerais. Foi uma cantada<br />

muito sutil, mas nem todos os casos são<br />

assim”, conta Maibi, rindo muito da situação.<br />

Em outro caso, ela revela os sustos que<br />

já passou voando. “No meio do voo de São<br />

Paulo para o Nordeste, uma das turbinas do<br />

avião pegou fogo. Foi uma passageira que viu<br />

e me avisou, mas foi muito discreta, para não<br />

chamar a atenção do restante. Graças a Deus<br />

não aconteceu nada e pousamos no aeroporto<br />

mais próximo que tinha.<br />

Passei por outro grande sufoco também,<br />

quando o trem de pouso da aeronave não<br />

funcionava. O piloto sobrevoou a cidade para<br />

gastar o combustível e chamou a tripulação.<br />

Ele nos disse que era 50% de chance do dispositivo<br />

não funcionar e que provavelmente<br />

pousariam de barriga. Tivemos que avisar os<br />

passageiros e ensiná-los a ficar na posição de<br />

prevenção de acidentes. Foi por pouco, mas<br />

aos 45 do segundo tempo, o trem baixou e<br />

conseguimos fazer um pouso tranquilo”.<br />

ARREPENDIMENTOS E GRATIDÃO<br />

Em resposta à Revista Comércio & Indústria,<br />

Maibi revela que não tem arrependimentos.<br />

“O que sou hoje, devo à empresa e<br />

à aviação. Hoje falo com muito carinho sobre<br />

essa profissão e tudo o que fiz. Vejo que fui<br />

presenteada com todas essas oportunidades”.<br />

Atualmente, Maibi mora na região de<br />

Balneário Camboriú, Santa Catarina, onde se<br />

formará este ano em História. “Meus planos<br />

hoje são um pouco diferentes, pois quero trabalhar<br />

em algum museu internacional ou algo<br />

relacionado à cultura”. Ao ser questionada, ela<br />

diz que não sabe se voltaria para a aviação.<br />

“Dependendo muito da empresa, eu acho que<br />

pensaria com carinho”. Maibi passou 15 dias<br />

de férias na casa da madrinha, no bairro do<br />

Carmo, em Araraquara.<br />

“Tenho muito a agradecer a minha família,<br />

aos meus amigos e todos que sempre torceram<br />

por mim. Ainda não fui feliz em nenhum<br />

outro emprego como fui sendo comissária”.<br />

Muito emocionada, Maibi revela sua paixão.<br />

“Me formei para ser comissária, tenho todas<br />

as certificações e muita paixão por essa profissão.<br />

Vou morrer sendo comissária de bordo”.<br />

65


MUNDINHO FASHION<br />

Essas garotas<br />

maravilhosas<br />

Se manter bela tem um preço<br />

que na maioria das vezes custa<br />

muito alto; o desejo de estar na<br />

passarela no entanto, vai mais<br />

além e se transforma em sonho<br />

dos mais promissores como<br />

aconteceu no recente concurso<br />

Miss Araraquara.<br />

Luana Soler com 1,74m e 54 quilos, foi<br />

eleita Miss Araraquara, em abril, no Teatro<br />

Municipal e será a representante da cidade no<br />

Miss São Paulo. A segunda colocada foi Camila<br />

Silvestre, seguida por Carol Colin na terceira<br />

colocação. O título de Miss Simpatia ficou com<br />

Ellen Santos.<br />

A partir de agora o perfil de vida de Luana<br />

passa a custar muito mais: preservação da beleza,<br />

books, cursos, viagens, roupas e tantas outras<br />

despesas que somadas chegam na verdade<br />

a preocupar, no entanto, é hora de seguir em<br />

frente, diz a vencedora, convicta de que começa<br />

a fazer parte da promissora carreira de modelo.<br />

O título de Miss Araraquara lhe dá outro status,<br />

a exemplo do que ocorreu com Mari Silvestre,<br />

capa da revista Playboy em abril.<br />

Com 18 anos de idade, a estudante afir-<br />

Carol Colin, no<br />

mundo fashion<br />

Luana Soler, Miss Araraquara <strong>2014</strong><br />

ma que se dedicou muito: “Já estaria feliz se<br />

ficasse entre as três primeiras. Quando descreveram<br />

as características da vencedora,<br />

eu não acreditei. Foi maravilhoso”, comentou<br />

com as amigas.<br />

Na verdade, a carreira de modelo começa<br />

assim: as mais corajosas enfrentam um corpo<br />

de jurados num concurso e nem todo valor<br />

deve ser visto como gasto, mas como investimento.<br />

O book por exemplo: para chegar a um<br />

preço bom, é preciso muita pesquisa. Devido à<br />

concorrência do mundinho fashion, os valores<br />

do book acabam variando muito, e nem sempre<br />

o mais caro é a melhor opção.<br />

O que pode-se dizer que, para 10 fotos<br />

15×21 o valor do book fotográfico será em torno<br />

de R$ 250,00 a R$ 500,00, claro que você<br />

poderá encontrar um estúdio fotográfico onde<br />

as mesmas fotos sairiam até por R$ 4.000,00<br />

ou R$ 5.000,00, tudo vai depender da fama<br />

Aline Hammerschimtd tem uma beleza<br />

espetacular, 1,70 de altura, olhos azuis,<br />

cabelos loiros naturais e com um corpo<br />

perfeito, conquistou seu espaço na Jô<br />

Models. Desde 2005, Aline foi batalhando<br />

e alcançando seu sucesso na carreira de<br />

modelo, e seu rosto está hoje estampado<br />

em várias campanhas dentro do mercado<br />

nacional entre eles, fotos, comerciais e<br />

passarela .<br />

do fotógrafo, qualidade do estúdio e a produção<br />

envolvida como: maquiagem, cabeleireiro<br />

e figurino. É interessante consultar também se<br />

com o Book Fotográfico será feito o Composite,<br />

que nada mais é do que o cartão de visitas de<br />

atores e modelos. No Composite é realizada<br />

uma seleção de 2 a 5 fotos com suas referências<br />

físicas e seu contato. Antes de tudo,<br />

devemos pensar que um book não é gasto e<br />

sim investimento, pois mesmo que você não<br />

deseje ser modelo, ele guardará bons momentos<br />

da sua vida eternamente.<br />

Bianca<br />

Comandini<br />

Angélica<br />

Sangaleti<br />

66


POR: MARCELLO FURTADO<br />

VIDA SOCIAL<br />

Empresários associados da ACIA<br />

preparados para a grande festa<br />

em comemoração aos 80 anos<br />

de fundação no dia 28 de junho.<br />

O jantar será servido pelo Buffet<br />

Karam e decoração por conta<br />

de Rosângela e Antônio Carlos<br />

Cápua. Festa imperdível.<br />

Edi Frediani e Claudiane Isidoro<br />

Geraldo José Cataneu e Heloisa Nascimento,<br />

Vanderley Macris, Jô Fatigati e Daniela (esposa<br />

de Macris)<br />

Emiliano Araújo, Alzira Grigoleto, Elza e João<br />

Prompero, Renato Mendonça e Maria Regina<br />

Framaschini<br />

Nicolino Lia Júnior e Márcia<br />

Roberta Galera e Rui Ribeiro<br />

Magalhães Filho<br />

Empresário Haroldo Alberto Ciarlariello,<br />

presidente do Conselho de Administração<br />

do Sicoob Iesacred e também diretor do<br />

Instituto Pró-Córdis, ao lado do cardiologista<br />

José Antônio Caracciolo, presidente da<br />

entidade. Ambos vêm realizando importante<br />

trabalho social na cidade.<br />

67


Uma noite no melhor<br />

estilo para Bruna<br />

Damaceno, Paula<br />

Monge, Ivan Morales<br />

e Caio Persighini, que<br />

curtiram no final do<br />

mês as delícias do<br />

Antonella<br />

Laís, Samira, Edilaine,<br />

Marines, Franciane e<br />

Érica, da loja Agulinha,<br />

na Avenida 36,<br />

esquina com Rua Tupi<br />

A Lupo comprou um<br />

dos pontos mais<br />

tradicionais da cidade:<br />

o prédio da antiga<br />

Casa Esmeralda,<br />

chamada de a<br />

esquina da elegância<br />

no passado<br />

Edson Carrascosa e Carolina Bezerra<br />

Hora de trabalhar, trabalhar; hora de se divertir, é<br />

importante. Isso é o que pensam o jornalista Ivan<br />

Roberto Peroni, diretor da Revista Comércio &<br />

Indústria e Agência Marzo e o amigo Fred<br />

Quintão, da Hot Sign Brasil, uma das maiores<br />

empresas de comunicação visual no Estado.<br />

É importante destacar o<br />

trabalho dos profissionais que<br />

atuam nos diversos veículos de<br />

comunicação da cidade. Além<br />

de valorizá-los, reconhecer o<br />

que cada um realiza: Chico,<br />

Célia Pires, Valesca Mendonça,<br />

Suze Timpani, Maribel Santos e<br />

Jéssica Gomes<br />

68


ALÔ, ALÔ GAROTADA!<br />

Andreza Aquino e Telma Moraes, de bem com a<br />

vida, comemoram o sucesso da Empório Mix<br />

Joseli Seves, a querida Jô, manda recado<br />

avisando que a Jô Models já está com<br />

inscrições abertas para o Baby Models <strong>2014</strong><br />

(3335 8429). A Jô Models, coligada com<br />

agências nacionais e internacionais, agrupa<br />

diversos departamentos, um deles o KIDS,<br />

com crianças lindas e preparadas para<br />

atender o mercado de trabalho, desde os<br />

bebês de 7 meses até 10 aninhos, isso<br />

porque é especializada na formação e<br />

treinamento de modelos, atores e atrizes<br />

para proporcionar acesso ao mercado de<br />

trabalho nessa carreira brilhante. “Os<br />

papais que tiverem interesse em fazer do seu<br />

filhinho uma estrela, estamos a sua espera<br />

com um super projeto infantil e os<br />

melhores concursos do interior paulista, tudo<br />

isso para fazer do seu filho um bom<br />

profissional, porque talento vem de berço”,<br />

diz Jô, toda animada.<br />

Gustavo Júnior<br />

Solange e Beatriz, atendimento eficiente no<br />

Quintal do Carmo<br />

Corujice explícita-mamãe Hebe Ferreira, papai<br />

Sergio Martins Júnior e a pequena Lara, que<br />

veio ao mundo para encher os nossos olhos<br />

de felicidade<br />

Alicia Valentina<br />

Não é de hoje que temos acompanhado o<br />

trabalho do Ronaldo Nakamoto, um dos mais<br />

destacados músicos da vida noturna da cidade,<br />

escolhendo sempre bons profissionais para estar<br />

ao seu lado. Um deles é o Gê Negrão. Taí uma<br />

boa pedida para empresas da cidade e região<br />

que realizam festas de confraternização.<br />

PRESENTE PARA A MAMÃE<br />

Leila avisando que a Remo Garitta está<br />

com novidades incríveis para o Dia das<br />

Mães. Na sequência vem o Dia dos<br />

Namorados com ótimas ofertas. Vamos<br />

aproveitar.<br />

69


O consultor Pedro Piva Junior, à<br />

frente do Projeto Peiex da Apex<br />

Brasil na cidade<br />

Manoel Soffner, da Maq Soffner<br />

Lisia Chacon, Aline Carrascosa, Julio De Padua e<br />

Miguel Carrascosa<br />

Um encontro de jornalistas no final<br />

de tarde: Rodrigo Viana, Roberto<br />

Schiavon, Rafael Zocco (Revista<br />

Comércio & Indústria) e Luis Zakaib<br />

Confraria reunida:<br />

Marcello Furtado (Revista Comercio<br />

& Indústria), Fernando Toqueiro,<br />

Laerte Borghi, Wanderlei Magri,<br />

Odimar Santos; Fernando Minussi,<br />

Marcos Souza, Marcos Bardi, Marcos<br />

Gibran, Beto Teixeira, Anderson Placco,<br />

Salvador Spoto e Miguel Cabau<br />

70


Associação Comercial lança no dia<br />

19 de maio em nossa cidade mais<br />

uma etapa do Projeto Empreender,<br />

abrangendo três núcleos setoriais:<br />

Construção, Confecções e Minimercado.<br />

Uma oportunidade para que o microempreendedor<br />

possa receber mais<br />

informações sobre sua atividade.<br />

Ovidio Salvador Simões Braga e Maria José<br />

Letícia Oliveira<br />

Eneida Miranda de Toledo, coordenadora<br />

municipal de Turismo<br />

Amigo Serginho<br />

Martins, figura<br />

de destaque na<br />

comunicação da<br />

cidade, reuniu<br />

amizades para<br />

comemorar seu<br />

aniversário<br />

Pedro Tedde e Arcângelo Nigro Neto na<br />

Academia Esporte Fino<br />

Paulo Elias<br />

Martins e Rose<br />

José Alberto Santarelli, presidente do Lar<br />

São Francisco e sua esposa Rose<br />

71


72


ANIVERSÁRIOS<br />

<strong>MAIO</strong><br />

A diretoria da ACIA cumprimenta todos os aniversariantes<br />

DATA NOME EMPRESA DATA NOME EMPRESA<br />

01/05<br />

01/05<br />

01/05<br />

01/05<br />

01/05<br />

01/05<br />

02/05<br />

02/05<br />

02/05<br />

02/05<br />

02/05<br />

02/05<br />

03/05<br />

03/05<br />

04/05<br />

05/05<br />

05/05<br />

06/05<br />

06/05<br />

06/05<br />

06/05<br />

06/05<br />

07/05<br />

07/05<br />

08/05<br />

09/05<br />

10/05<br />

10/05<br />

10/05<br />

10/05<br />

11/05<br />

11/05<br />

12/05<br />

12/05<br />

12/05<br />

12/05<br />

12/05<br />

12/05<br />

12/05<br />

13/05<br />

13/05<br />

14/05<br />

14/05<br />

14/05<br />

14/05<br />

14/05<br />

14/05<br />

15/05<br />

15/05<br />

José Carlos Aparecido Motta<br />

Luis Carlos Lupi<br />

Lineu Carlos de Assis<br />

Lígia Maria Costa Celante<br />

Juliano Fernandes de Freitas<br />

Feiz Mattar<br />

Emília Cândido Benite<br />

Arcângelo Nigro Neto<br />

Francisco Humberto Nigro<br />

Sebastião Sergio Cosmo<br />

Edino Marcelo Zenatti<br />

Edmur Bagio<br />

Vania Cristina Garcia<br />

Osvaldo Maurício<br />

Carlos Eduardo Melato<br />

Andréia de Prince<br />

Mara Regina de Ângelo Serretti<br />

Admilson Roberto Barbieri<br />

Carmine Brasil Tucci Neto<br />

Mônica D. M. da Silva Costa<br />

Amarildo Tavares<br />

Josely Lopes Fialho<br />

Livia Pinto Rajab<br />

Gerson Luis Monteacutti<br />

Maria Izabel F. Oliveira<br />

Alexandre Luiz Borsari<br />

Carlos Alberto Fincatti Silveira<br />

Antônio Gonçalves Filho<br />

Antônio Carlos Jeremias<br />

João Barbosa<br />

Sônia Rosa Terribele<br />

Luciana Ap. Silva Orlando<br />

Maria de Lourdes das Neves<br />

Maria do Carmo Doria Belotti<br />

Mário Roberto Mendonça<br />

Wesley João da Silva<br />

Francisco Alfredo Cefaly<br />

Eunice G. S. Pinto Paschoal<br />

Carlos Fabiano Altieri<br />

Mitsue Suto Yamada<br />

Rita de Cássia P. Souza<br />

Marcos Furukawa Diniz<br />

José Carlos Pinto<br />

Francisco José Formariz<br />

Jorge Anysio Haddad<br />

Nicola Loprieno<br />

Vitor César de Moura Júnior<br />

Izabel de Fátima Siqueira<br />

Douglas Fernando Corrêa<br />

Supermercado Estrela<br />

Paulista Automóveis Ltda<br />

W & L Publicidade<br />

Lilah Modas<br />

Ótica Thiago<br />

Feiz Mattar Imóveis<br />

Auto Posto Primavera<br />

Nigro<br />

Nigro<br />

Escandinávia Veículos<br />

Casa de Carnes Edinho<br />

Magazine Luiza<br />

DKV Fashion<br />

Rep. de Ferro e Aço São Joaquim<br />

Kaeseg Corretora de Seguros<br />

Princar<br />

Cad<br />

A. Roberto Barbieri<br />

Foto Tucci<br />

Rádio Elétrica Geral<br />

Bacana Auto Center<br />

INPG - Pós Graduação<br />

Rajab Engenharia<br />

Montseg Seguros<br />

Mercadinho e Comércio de Gás Gouveia<br />

Borsari Imóveis<br />

Carimbos Araraquara<br />

Depósito de Gás<br />

Imobiliária Jeremias Borsari<br />

Iesacred<br />

Millenium Music Shop<br />

Filó<br />

Bar e Mercearia da Lourdes<br />

Loja e Oficina Mercúrio<br />

Mendonça Radiocomunicação<br />

Puruka<br />

Gráfica Cefaly<br />

Palácio das Borrachas<br />

Mackor Auto Eletro e Baterias<br />

Bentoya<br />

Grafite Papelaria, Bazar e Copiadora<br />

Casa Sol Nascente<br />

Calhas Bandeirantes<br />

Pérola Contábil<br />

Duraleve<br />

Compitalia Informática<br />

Minas Queijos<br />

Hidrara Conexões<br />

Apollo<br />

16/05<br />

16/05<br />

17/05<br />

17/05<br />

17/05<br />

17/05<br />

17/05<br />

18/05<br />

18/05<br />

19/05<br />

19/05<br />

21/05<br />

21/05<br />

21/05<br />

22/05<br />

22/05<br />

22/05<br />

23/05<br />

23/05<br />

23/05<br />

23/05<br />

23/05<br />

23/05<br />

24/05<br />

24/05<br />

24/05<br />

24/05<br />

24/05<br />

25/05<br />

25/05<br />

25/05<br />

25/05<br />

25/05<br />

26/05<br />

26/05<br />

27/05<br />

27/05<br />

28/05<br />

28/05<br />

28/05<br />

29/05<br />

29/05<br />

29/05<br />

29/05<br />

29/05<br />

30/05<br />

31/05<br />

31/05<br />

Paulo César Ambrósio<br />

Ana Maria Furlan Bessa<br />

Jorge Affonso<br />

Fábio César Tamião<br />

José Carlos Pascoal Cardozo<br />

Mariana Gonçalves Basso<br />

Jorge Affonso<br />

Edna C. Aldrovani P. Oliveira<br />

Edes Dalmo de Oliveira<br />

Daniel José de Barros<br />

Rosa Maria da Cunha Alves<br />

Samuel Brasil Bueno<br />

Jose Aluizio Guedes Paschoal<br />

Ademir Sanita<br />

Sandra Regina Muniz<br />

Rômulo G. Rodrigues<br />

Roberto Cyrino Duarte de Souza<br />

Antônio Luiz Borsari<br />

Luis Antônio Schiavon<br />

Nelson Brito de Lucca<br />

Alzira Bernardo Micelli<br />

Cleia C. F. Brondino<br />

Gerson Barboni Ramello<br />

Edson Gomes Assumção<br />

Mauro Rodrigues<br />

Helena Maria Fedato Sávio<br />

Sandra Regina A. Vicente<br />

Raul Modenezi<br />

Olga Rodrigues Chade<br />

Carlos Pedroso Menabue Filho<br />

Marta Vilas Boas Macchioni<br />

Juliana Cristina da Silva<br />

Rosângela de Fátima Caires Motta<br />

Manoel Penna de Barros Cruz<br />

Marilea A. F. Silva Pereira<br />

Mário Ito<br />

Pâmela Masson Silva<br />

Miesuesuto Yamada<br />

André Gavranic Zaniolo<br />

Marcelo Cyrino da Silva<br />

Maurício Oliveira Molina Junior<br />

Ivanilde das Graças V. Celestinho<br />

João Luis Roveri<br />

Mário Carlo<br />

Jair Pereira<br />

Marcia Telles Begotti<br />

Denise Delomodarme F. Rosa<br />

Luciano Zavarize Evangelista<br />

Casa de Carnes Paulinho<br />

Nilana<br />

G.R.A.<br />

Techs Provider<br />

Sinhores / Ca-Suco<br />

Basso Imóveis<br />

Chevrolet<br />

Expert Infomática<br />

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Liceu Monteiro Lobato<br />

Arte da Terra<br />

Ceproesc<br />

Palácio das Borrachas<br />

Asa Informática<br />

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Sorte Sportiva<br />

Tend Ler<br />

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Digicópias<br />

Funerária Micelli<br />

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Caldeirão<br />

Kaito Imóveis<br />

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73<br />

IESACR<strong>ED</strong><br />

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Luís Carlos<br />

MINHA MÃE<br />

Espero ver minha mãe completar 96 anos<br />

em junho, sempre torcendo para poder vê-la<br />

fazer mais um aniversário. Ela não está doente,<br />

não tem nada. Só tem uma doença: a velhice.<br />

Como Terêncio dizia: ipsa senectus morbus<br />

est, a própria velhice é uma doença.<br />

Pois ela deixou de interessar-se pelas coisas<br />

mundanas. Tenho a impressão de que ela<br />

acha que não vale mais a pena preocupar-se<br />

com o mundo que gira ao seu redor, nem com<br />

os grandes, nem com os pequenos problemas<br />

que costumam atormentar os mais jovens.<br />

Talvez seja essa uma forma de se ir desligando<br />

aos pouquinhos da vida. É triste dizer isso, mas<br />

parece que nada mais vale a pena.<br />

Mas observa tudo; compreende, às vezes,<br />

o que se passa na casa. Quase não anda,<br />

ouve bem e ainda folheia algumas revistas de<br />

amenidades sem se importar muito. Ela que<br />

lia e escrevia bastante, costurava, fazia suas<br />

próprias roupas - e as dos filhos, aproveitando<br />

outras, econômica que era -, lavava, passava,<br />

até com aquele antigo ferro à brasa; rachava<br />

lenha para fazer comida no fogão próprio, cuidava<br />

dos três filhos e de seus deveres escolares,<br />

não tinha preguiça. A mínima preguiça.<br />

E nas horas vagas ainda cuidava da pequena<br />

horta no quintal, irrigando-a com carinho ao fim<br />

das tardes. Isso sem contar as galinhas que<br />

criava, quando naquele tempo, na cidade, isso<br />

ainda era permitido. E, é claro, sempre cuidando<br />

do marido.<br />

Sua infância foi difícil. Perdeu a mãe quando<br />

tinha uns sete anos, vítima da gripe espanhola.<br />

Até cuidou dos filhos pequenos de sua<br />

madrasta, com muito amor e carinho, quando<br />

esta faleceu prematuramente. Passou a vida a<br />

trabalhar, a lutar incansavelmente. Uma vencedora<br />

sobrevivente, de quase um século. Passou<br />

por todas as grandes transformações do<br />

século XX: as duas guerras mundiais, os inventos<br />

domésticos que facilitaram a vida moderna:<br />

B<strong>ED</strong>RAN<br />

Sociólogo e articulista da Revista &<br />

Comércio e Indústria de Araraquara<br />

geladeira, fogão a gás, rádio, tevê, computador,<br />

celular.<br />

E sempre disse que não gostaria de morrer<br />

na época do frio. Torço para que isso não aconteça.<br />

Os amigos dizem-me que sou uma pessoa<br />

feliz porque ainda tenho minha mãe. Eles têm<br />

razão, mesmo porque, embora possa imaginar<br />

como seria sua perda, a tristeza de seu desaparecimento,<br />

espero que essa experiência pessoal<br />

seja protelada ao máximo possível.<br />

É por isso que me considero uma pessoa<br />

privilegiada em poder vê-la todos os dias,<br />

beijá-la todos os dias, abraçá-la todos os dias.<br />

Porque todos os dias são os das mães e não<br />

somente o convencional Dia das Mães. Muitos<br />

nunca conseguiram isso porque as perderam<br />

muito cedo na vida. Felizes daqueles que ainda<br />

conseguem conviver com elas, que ainda<br />

recebem seus carinhos e abraços. Infelizes<br />

daqueles que não as conheceram, ou que ainda<br />

as têm, mas que não as desfrutam, pois<br />

como já disse um autor, “não há nada pior do<br />

que não ter mãe sem ser órfão”.<br />

Ela está bem velhinha.<br />

Seu olhar<br />

de compreensão<br />

quando vê os<br />

filhos, diz tudo.<br />

Nem precisa falar<br />

nada. Será que<br />

ela pensa que está sendo um pesado fardo<br />

para eles? Que quer ir embora logo? Espero<br />

que não, pois ela nunca será um fardo, nem<br />

mesmo levíssimo. É verdade que a qualidade<br />

de vida que tem não é a que se poderia esperar.<br />

Mas, fazer o quê? Temos de compreender<br />

que a vida que se leva nem sempre é aquela<br />

que se deseja, mesmo porque nem tudo são<br />

alegrias, nem para os idosos, nem para os jovens.<br />

Essa é a minha mãe; essa é a minha homenagem<br />

ao seu dia, que também seja extensivo<br />

a todas as mães de todo mundo, às jovens<br />

e às idosas, às atuais e às futuras. Com muito<br />

amor e muito carinho.<br />

P. S.: Esta crônica foi publicada há alguns<br />

anos. Republico-a em homenagem a D. Splende<br />

e ao Dia das Mães. Ela nos deixou em março<br />

deste ano, quase às vésperas de completar 102<br />

anos. Ainda bem que foi em pleno verão...<br />

74


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75


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