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RCIA - ED. 106 - MAIO 2014

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PESQUISA<br />

Inadimplência tem salto de 59%<br />

no primeiro trimestre de <strong>2014</strong><br />

Fica claro que os gastos de começo de ano pesaram no bolso do<br />

brasileiro, que passou a enfrentar mais dificuldades para cumprir<br />

seus compromissos financeiros, especialmente as parcelas contraídas<br />

durante o Natal e o início de janeiro.<br />

A inadimplência, medida pelo número de<br />

inclusões de débitos no SCPC (Serviço Central<br />

de Proteção ao Crédito), registrou aumento de<br />

70% em março, em comparação ao mesmo<br />

mês de 2013. O número de débitos inclusos<br />

ao SCPC foi de 16.265 em março daquele<br />

ano, e atingiu 27.644 neste último mês. Em<br />

relação a fevereiro de <strong>2014</strong> observa-se um aumento<br />

de 12% no número de inclusões.<br />

No balanço do primeiro trimestre de <strong>2014</strong><br />

há 27.958 novos débitos atrasados a mais<br />

TABELA 1: Movimento dos registros de débito - Araraquara<br />

que os somados nos primeiros três meses<br />

de 2013, em Araraquara. O crescimento é<br />

de 59%. Quanto as exclusões, débitos quitados<br />

e que, por isso, saíram do SCPC, houve<br />

aumento de 54,6% no balanço trimestral. Na<br />

Região Central do Estado de São Paulo, região<br />

em que Araraquara está inserida, o total acumulado<br />

de dívidas adicionadas ao SCPC, até<br />

março, apresentou elevação de 58,46%. No<br />

âmbito estadual, a análise revela crescimento<br />

de 18,73% no número de débitos.<br />

TABELA 2: Movimento dos registros de débito - Região Central do Estado de São Paulo<br />

TABELA 3: Movimento dos registros de débito - Estado de São Paulo<br />

Jaime Vasconcellos, Economista e Assessor<br />

de Imprensa do Sincomercio; Pesquisador do<br />

Núcleo de Conjuntura e Estudos Econômicos<br />

(NCEE) / UNESP Araraquara<br />

ANÁLISE<br />

Os números do primeiro trimestre mostram<br />

um cenário de resistência da inadimplência<br />

em Araraquara. Em 2013, ao todo, o<br />

número de inclusões superou o número total<br />

de 2012 em 45%. Neste primeiro trimestre do<br />

ano o crescimento já é de quase 60%, em relação<br />

aos primeiros três meses de 2013. Em<br />

verdade, o número mensal de inclusões neste<br />

ano não é muito diferente do visto na média<br />

mensal de 2013, porém o patamar ao mês de<br />

mais de 20 mil inclusões de débitos é superior<br />

ao visto antes de 2012, quando a média<br />

estava em torno dos 15 mil novos débitos de<br />

inclusões mensalmente.<br />

Outra importante informação é que a base<br />

de comparação nesta relação dos primeiros<br />

trimestres é fraca. O primeiro trimestre de<br />

2013 foi o único período daquele ano onde<br />

verificou-se queda em relação aos respectivos<br />

meses de 2012. Portanto, seria natural um aumento<br />

percentual substancioso nos primeiros<br />

três meses de <strong>2014</strong>. De toda forma a inadimplência<br />

ainda é uma variável que precisa ser<br />

observada bem de perto, ainda mais com o<br />

cenário de alta dos juros e resistência dos preços.<br />

Somente a inflação de março foi a maior<br />

registrada para o mês desde 2003. A tendência<br />

de aperto ao orçamento das famílias deve<br />

continuar.<br />

Pessoas físicas inadimplentes na base do SPC Brasil<br />

Fonte: SPC Brasil. Os dados não refletem apenas o aumento do<br />

número de pessoas físicas inadimplentes no Brasil, mas também<br />

o aumento do registro das pessoas inadimplentes nas bases<br />

de dados do SPC Brasil. Os economistas brasileiros avaliam<br />

que o resultado de março reflete o atual cenário econômico de<br />

desaquecimento da economia brasileira e de alta de juros, que<br />

aumenta a dificuldade das famílias em honrar compromissos.<br />

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