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RCIA - ED. 106 - MAIO 2014

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“O futebol amador? Esculhambaram com ele... Não tem mais graça. Os estádios<br />

ficavam lotados, existia alegria de se ver jogar”<br />

Itamar<br />

Além da sede, outro fato curioso escreve<br />

a história do Flamenguinho. Um dos fundadores<br />

do time, Milton Franchini, o popular Milton<br />

Sambista, conta que a equipe realizava os<br />

seus jogos no campo de outro clube. “Como<br />

não tínhamos um lugar próprio para mandar<br />

os jogos, eles eram disputados<br />

no campo da Associação<br />

Atlética Ferroviária, pois a sede<br />

ficava ali por perto”, explica o<br />

ex-jogador.<br />

Ademar Prado, ex-lateral<br />

esquerdo e hoje dono de uma<br />

loja de móveis de aço, comenta<br />

que a equipe não fazia treinamento<br />

tático e físico, mas “treinava”<br />

de outra maneira.<br />

“Os jogadores combinavam<br />

de ir para sede do Flamengo<br />

não para treinar, mas sim jogar<br />

bilhar; era uma descontração.<br />

Só jogávamos bola quando havia<br />

uma partida pelo amador<br />

(risos)”, conta Prado.<br />

OS CRAQUES<br />

Sambista lembra também dos craques<br />

que passaram pelo Flamengo. “Quando o<br />

Tonhão (ex-zagueiro da ADA e Ferroviária) encerrou<br />

a carreira profissional, ele jogou pelo<br />

nosso time. Ao invés de zagueiro, era o nosso<br />

centroavante, pois tinha um canhão na perna<br />

direita e por ser alto também”, relembra.<br />

Outro grande jogador que passou pelo time<br />

de Vila Furlan foi Palhares, que logo depois se<br />

tornou amador e profissional da Ferrinha, jogando<br />

ao lado de Sérgio Bergantin, Mauro Pastor,<br />

Amauri, entre outros na época áurea afeana.<br />

Um fato curioso também tomou conta daquele<br />

time. O então goleiro Faixa pendurou as<br />

luvas em 1967 e tornou-se técnico da equipe.<br />

O grande dia para a história do Flamenguinho<br />

passou também por ele, pois o time subiria para<br />

a primeira divisão do amador no<br />

ano seguinte com o ex-goleiro no<br />

comando.<br />

OS IRMÃOS BAHIA<br />

Um de seus principais jogadores<br />

e artilheiro da época do<br />

futebol amador de Araraquara,<br />

Itamar Alves, o popular Bahia,<br />

encantou aquela geração. Atacante<br />

clássico com faro de gol,<br />

colocava medo na zaga adversária<br />

junto com o seu irmão,<br />

Nenê Bahia. A torcida aclamava<br />

pelos irmãos.<br />

“Os torcedores do Flamengo<br />

eram fiéis, briguentos e<br />

sempre temidos pelos outros. Falavam sempre<br />

dos irmãos Bahia para por medo no adversário,<br />

mas era bem folclórico isso. Meu irmão<br />

era ponta direita do time. Eu recebia muitos<br />

passes dele para o gol. Éramos afinados dentro<br />

de campo”, conta Bahia.<br />

Nos jogos contra o seu maior rival, o Palmeiras<br />

da Vila Xavier, Bahia recorda que não<br />

tinha vida fácil quando jogava no campo do<br />

adversário. “Nos jogos contra o Palmeiras, o<br />

Tutú (árbitro e que trabalhava na Liga Araraquarense<br />

de Futebol Amador), não deixava a<br />

gente ganhar os jogos lá dentro. Era um apito<br />

amigo do Palmeirinha (risos)”.<br />

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