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O Homem Perfeito - Linda Howard

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A Hammerstead ocupava um prédio de quatro andares de tijolos

vermelhos, com um cinzento pórtico curvado e seis degraus com as bordas

arredondadas que levavam a portas duplas imponentes. Porém, essa entrada

era exclusiva para visitantes. Todos os funcionários entravam por uma porta

de metal equipada com uma tranca elétrica na lateral do prédio, que se abria

para um estreito corredor pintado num tom verde-vômito, onde ficavam as

salas dos zeladores e eletricistas, além de um cômodo escuro e úmido

marcado como “depósito”. Jaine nem queria saber o que ficava guardado lá.

No final do corredor verde-vômito, havia três degraus que levavam a

outra porta de metal. Aquela se abria para um salão com carpete cinza que se

estendia por toda a extensão do prédio, da frente aos fundos, e do qual

escritórios e outros corredores saíam como veias. Os dois andares inferiores

eram reservados aos nerds da informática, aqueles seres estranhos e

irreverentes que gostavam de falar num idioma estrangeiro sobre bytes e

entradas USB. O acesso a esses espaços era limitado; era preciso um cartão

para chegar ao corredor verde-vômito, e outro para entrar em qualquer

escritório ou sala. Havia dois elevadores e, no fundo do prédio, para os mais

atléticos, uma escada.

Conforme Jaine passava pelo salão de carpete cinza, um enorme cartaz

escrito à mão chamou a sua atenção. O aviso estava afixado diretamente

acima dos botões dos elevadores. Em giz de cera verde e roxo, sublinhado

com um marcador preto para dar ênfase, havia uma nova ordem da empresa:

A PARTIR DE HOJE, TODOS OS FUNCIONÁRIOS DEVERÃO INGERIR UMA MISTURA DE

GINKGO BILOBA E VIAGRA PARA NÃO ESQUECER QUE ESTÃO FODIDOS.

Jaine riu. Os nerds estavam em plena forma hoje. Fazia parte da natureza

deles se rebelar contra autoridade e estrutura; esses cartazes estavam sempre

ali, pelo menos até alguém da gerência aparecer e removê-los. Ela imaginou

vários olhos ao longo do corredor grudados nas frestas das portas enquanto

os culpados se divertiam com as reações dos outros a seu último ataque

contra a dignidade empresarial.

A porta atrás dela se abriu, e Jaine se virou para ver quem era o próximo a

chegar. Mal conseguiu se controlar para não franzir o nariz.

Leah Street trabalhava no departamento de recursos humanos e não tinha

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