Ecos de Belem 00
Todos os assuntos do eixo Belém-Ajuda nos importam, como moradores destes bairros, porque representam uma única entidade histórica, patrimonial e social, bem como nos interessa toda a actualidade contemporânea e global, como percursores que fomos do mundo “enfim redondo e uno”. Esta revista será a sua voz impressa e este, o número zero, o da apresentação.
Todos os assuntos do eixo Belém-Ajuda nos importam, como moradores destes bairros, porque representam uma única entidade histórica, patrimonial e social, bem como nos interessa toda a actualidade contemporânea e global, como percursores que fomos do mundo “enfim redondo e uno”.
Esta revista será a sua voz impressa e este, o número zero, o da apresentação.
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A Exposição
do Mundo
Português
Esta grandiosa exposição enquadrou-se
num propósito
ideológico bem definido
do Estado Novo e estava associada
às Comemorações do Duplo
Centenário da Fundação (1140)
e da Restauração (1640).
Inaugurada em 1940, solenemente,
pelo então presidente general
Carmona, pretendeu transmitir
uma imagem de unidade e
estabilidade do Império Português,
enquanto o resto do mundo se
dilacerava com a 2ªGuerra Mundial,
e para o efeito é construída
a Praça do Império idealizada por
Duarte Pacheco.
Em 1936 foram projectados os
pavilhões ocupando 450 mil metros
quadrados na Barra do Restelo,
em Belém. Foram mobilizados
5000 operários e incontáveis escultores,
pintores, decoradores, costureiras,
aderecistas e outros técnicos
e a direcção da obra entregue
a 15 engenheiros e 17 arquitetos,
destacando-se como membros da
Comissão Executiva, Júlio Dantas,
Cottinelli Telmo e António Ferro.
Será encarada, segundo a linguagem
da época, como uma “antologia
poética da alma e da raça
portuguesas”. Em 1938, Salazar
define os objetivos, pretendendo
uma exposição histórica, “grande
documentário de civilização”. Para
o mesmo efeito publica-se a Revista
dos Centenários entre 1938 e 1940.
Os pavilhões temáticos que constituíam
a Exposição incluíam o da
Fundação de Portugal e da Independência,
ambos da autoria de Raul Rodrigues
Lima, da Colonização de Carlos
Ramos, do Brasil de Raul Lino,
da Honra e de Lisboa de Cristino
e Silva, dos Portugueses no Mundo
de Cottinelli Telmo, arquiteto-
-chefe de todo o programa, e o Padrão
dos Descobrimentos. Este foi
um dos monumentos mais visitado
e admirado e dos poucos que escaparam
ao efémero.
MONUMENTAL
INVERNO 2016 Ecos de Belém