Revista Santíssima Virgem Agosto 2020 - Edição 32

PASTORAL DA CARIDADE
GRUPO FRANCISCANO
Escolha: Enxergar apenas problemas ou ver uma oportunidade de bênçãos
Depoimento dos coordenadores
Afinalidade da Pastoral da Caridade,
como o nome sugere,
é atender de forma humanitária
os irmãos que se encontram
em condições vulneráveis em suas
famílias. São famílias carentes que dependem
de ajuda para terem um mínimo
de dignidade e segurança alimentar.
Os coordenadores são o Aparecido
Pereira de Souza (Bertão) e Elza Sampaio de Souza, há
24 anos. Hoje tem o auxílio da Marcia Espinosa Veiga,
além de outros. Na vida rotineira, antes da pandemia,
recebíamos doações o mês todo, em especial nas missas do
3º domingo, pois eram destinadas à arrecadação na nossa
comunidade, o nosso Domingo da Caridade.
Após o recebimento eram separadas e organizadas
todas as doações para que fossem distribuídas em cestas
similares. Todos os meses, divididas em duas quinzenas,
cerca de 150 famílias previamente cadastradas, chegavam
logo cedo, participavam de uma missa dedicada
especialmente a eles, tomavam um café da manhã
conosco e recebiam suas cestas. Durante este tempo,
disponibilizávamos atendimento especial às crianças em
formato de escolinha, atendimento médico, psicológico,
jurídico e orientação social. Todos os meses também,
eram distribuídas cerca de 200 cestas para diversas outras
comunidades.
Com o isolamento social, tivemos que nos reinventar,
primeiramente em relação a nossa força de trabalho, já
que uma boa parte da pastoral pertence ao grupo de risco.
Mas tivemos a felicidade de contar com a ajuda de outras
pastorais, como o Vicariato da Caridade e da Pastoral de
Rua (Sopão Maná).
Uma grande preocupação foi em relação às doações,
que inicialmente foram muito reduzidas. Mas com a ajuda
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de toda a comunidade, do padre Renato, do padre Ailton e
de irmãos que se compadeceram da situação que estamos
vivendo, conseguimos entregar mais de 900 cestas, desde
o início da pandemia.
Devido às restrições impostas pelo momento que
estamos vivendo, tivemos que realizar um atendimento
mais rápido, focado na entrega das cestas. Visando uma
maior agilidade e para garantirmos o atendimento ao
maior número de famílias possível, durante esse período
começamos a realizar o cadastro e controle do atendimento
de forma digital. Passamos a utilizar WhatsApp para
nos comunicar com as famílias e através de ligações
telefônicas. Com isso, as pessoas da nossa pastoral
pertencentes ao grupo de risco, conseguem participar dos
trabalhos de alguma forma.
Este tempo nos ensinou uma nova forma de organização
do atendimento, com mais comunicação com outras
pastorais e especialmente o exercício da empatia, ou seja,
nos colocar no lugar do próximo e entender um pouco as
dificuldades de cada um.
A distância social das famílias atendidas foi uma
enorme dificuldade. Tivemos que agilizar o atendimento
e reduzir os trabalhos oferecidos e a convivência com os
nossos amigos, pois nos dias em que nos encontrávamos
para realização dos nossos trabalhos, era a oportunidade
de compartilhar momentos
alegres e dividir as dificuldades.
Enfim, estamos aprendendo
que, em todas as situações da
vida podemos escolher enxergar
apenas problemas ou ver uma
oportunidade de bênçãos. Quando
fazemos o bem a um irmão, com
certeza optamos pela melhor
escolha.
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