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Viajar com Saber:
Quinta das Vinhas Madeira
aniversário
Marcos
Milewski
A humanidade deverá repensar
a relação entre a arte presencial
e o seu reflexo digital
Lugares de Cá
Miradouro
dos Balcões
Atualidade
parapente
ANO XXII › €2,50
N.º279 mensal AGOSTO 2020
A Revista da Madeira
www.sabermadeira.pt
Revista Saber Madeira
saber.fiesta.madeira
sabermadeira@yahoo.com
291 911 300
sumario
04 ENTREVISTA
A pintura surrealista expressa-se
de forma magnífica no trabalho
de Marcos Milewski. O desenho
que sai da moldura, o ensino da
pintura e do desenho, os murais
em grandes espaços públicos do
Funchal ou a primeira porta pintada
na zona velha da cidade são
marcas que identificamos facilmente
na obra artística do pintor
argentino “madeirense de coração”
e que, amavelmente, respondeu à
entrevista via email.
07 ARTE
O Surrealismo na obra de
Marcos Milewski
08
Opinião Hélder Spínola
Pequenos e grandes gestos
09 ambiente
Tendências da biodiversidade
na Europa
10
11
12
14
opinião isabel fagundes
Nova Terra
[des]conhecida arte
Fotografia e Estampagem
personalizada
caprichos de goes
Museus e universidades:
lugares (públicos) de discussão
16 saúde
Queimaduras solares nos pés
17 nutrição
Alimentação e humor: alguma
relação?
18
lugares de cá
Miradouro dos Balcões
madeira aves
Garajau-Comum e Cagarra
20
22 media
Mais precariedade no jornalismo
23 finanças
Reduzir encargos financeiros
das famílias
24
26
31
28 cinema
Bora Lá
em análise...
Sempre a direito... pelas linhas da
Esquerda
câmara municipal do funchal
3.ª edição do Orçamento
Participativo
viajar com saber
Quinta das Vinhas Madeira
29 atualidade
O parapente na Madeira
32
dicas de moda
Cruise
34 makeover
Novos talentos Maquilhagem
30 beleza
Combater a inestética celulite
31 DEcoração
Família reunida à volta da mesa
36 motores
Homenagem ao jornalista
Vasco Callixto
38
40
41 social
48
50
faschion advisor
A irreverência do verão
marcas icónicas
Lego
À mesa com...Fernando Olim
Estatuto Editorial
24
saber AGOSTO 2020
3
ENTREVISTA
Marcos
Milewski
Dulcina Branco
gentilmente enviadas pelo entrevistado
A pintura surrealista - aquilo que
está para além do real, expressase
de forma magnífica no trabalho
de Marcos Milewski. O desenho
que sai da moldura, o ensino da
pintura e do desenho, os murais
em grandes espaços públicos do
Funchal ou a primeira porta pintada
na zona velha da cidade são marcas
que identificamos facilmente na
obra artística do pintor argentino
“madeirense de coração” e que,
amavelmente, respondeu a esta
entrevista via email.
4 saber agosto 2020
A humanidade vai ter que
repensar a relação entre
a Arte presencial e o seu
reflexo digital
Quando tinha 13, 14 anos,
conheci o meu mestre de
pintura: Álvaro Izurieta.
O seu apoio e amizade, que
dura até ao dia de hoje,
foi para mim fundamental
no meu desenvolvimento
artístico
O Marcos nasceu na Argentina e há alguns
anos que reside e trabalha na ilha
da Madeira. Conte-nos um pouco sobre a
sua história de vida e como é que a pintura
se cruza neste percurso.
- Nasci na Argentina em 1959, na cidade de
Córdoba. Sou filho de imigrantes de origem
polaca. Os meus pais viveram a Segunda
Guerra Mundial na Europa. Na minha infância
e juventude, vivi num período muito
conturbado no meu país de nascimento: vivi
a ditadura, a repressão –os desaparecidos-,
a guerra das Malvinas, a crise económica –a
hiperinflação-, o êxodo de intelectuais e a
crise moral decorrente de todos estes males.
Neste contexto aparentemente adverso,
éramos muitos os jovens apaixonados pela
Arte. Quando tinha 13, 14 anos, conheci o
meu mestre de pintura: Álvaro Izurieta. O
seu apoio e amizade, que dura até ao dia
de hoje, foi para mim fundamental no meu
desenvolvimento artístico. Depois da minha
passagem pela escola de Belas Artes de Córdoba,
viajei, no fim de 1984, para a Europa.
A terrível situação que se vivia na Argentina
foi o elemento que mais peso teve nesta decisão
de mudança de vida. Vivi alguns anos
em Paris. Já tinha feito algumas exposições
da minha pintura na Argentina e quis continuar
com esta atividade em França. Com certas
dificuldades previsíveis, consegui pintar e
expor com regularidade. Também frequentei
durante algum tempo o ateliê de gravura
Atelier 17 de W Haiter. Em Paris, conheci a
Celina, a minha futura mulher. Em 1990, decidimos
morar na Madeira e foi nesta terra que
tenho vindo desenvolver a minha pintura.
Entretanto, estamos a viver um tempo
excepcional devido à pandemia. Como é
que o Marcos olha para a realidade atual?
- Partilho com milhões de pessoas uma mistura
de sentimentos: perplexidade, insegurança
e algum medo. Quando tomo conhecimento
na televisão do número de infetados
e mortos, não esqueço nunca que esses números
são pessoas concretas, com família e
amigos. Não esqueço a terrível dimensão de
sofrimento humano desta pandemia. Agradeço
profundamente a relativa segurança e
o conforto em que eu e a minha família temos
a sorte de viver neste tempo de grandes
incertezas.
Tem pintado?
- Tenho pintado muito, todos os dias, mantendo
um ritmo de trabalho constante. Até
poderia arriscar a dizer que estou a pintar
mais que do que em tempos normais. Vivo
neste enclausuramento, totalmente concentrado
nas minhas telas e pincéis. Tenho vindo
a partilhar algumas das minhas recentes
obras no Facebook, criando um diálogo com
as pessoas. Por enquanto, estou concentrado
nos quadros em andamento, para uma
exposição que farei quando as condições o
permitirem. As incertezas que todos temos
frente ao futuro da pandemia não me permitem
programar em termos muito concretos
os meus projetos pós-pandemia.
A pandemia é um desafio ao processo
criativo, que no seu caso se reflete como?
- Deixei, nestas circunstâncias, de prosseguir
a minha atividade na área do muralismo. A
minha atividade na área do ensino da pintura
e o desenho ficou seriamente limitada pelo
distanciamento social. Por esta razão, estou
quase totalmente concentrado na minha pintura
e na criação de algumas peças de escultura.
Antes deste período de confinamento,
estava a trabalhar numa série de quadros
para uma exposição que estava programada
para apresentar no mês de maio na galeria
Art Center Caravel. Entretanto, esta exposição
foi evidentemente cancelada e agendada
para uma data a determinar. De qualquer
maneira, continuei a trabalhar nesta série.
Os quadros estão aparentemente prontos
embora esteja sempre retocando qualquer
coisa neles. Desde Abril que estou a produzir
obras novas. Creio que criei um bom ritmo
de trabalho e agora não o quero abandonar.
Penso que manter-me ativo é a melhor estratégia
que posso adotar nestes tempos. A
Arte toma, neste período de pandemia, uma
saber agosto 2020
5
ENTREVISTA
Em Paris, conheci a Celina,
a minha futura mulher.
Em 1990, decidimos morar
na Madeira e foi nesta
terra que tenho vindo
desenvolver a minha
pintura
nova dimensão. Por enquanto, é difícil de
definir qual é a sua função, porque está em
plena gestação: numa primeira aproximação,
só vemos que a entrada da Arte nos nossos
computadores é muito bem-vinda para quebrar
o tédio e toda uma série de maus sentimentos
devidos ao nosso enclausuramento.
Mais quando aprofundamos mais no assunto,
fica evidente que estamos frente a uma
oportunidade muito interessante de criar
uma relação mais profunda entre o espectador
e as diversas manifestações artísticas.
O setor das artes é dos mais afetados
pela pandemia. Como é que este poderá
reerguer-se?
- Encontramo-nos frente a um paradoxo: por
um lado, em tempos de pandemia, a Arte –
sobretudo via internet- parece transformar-
-se em algo importante para as pessoas isoladas
nas suas casas. Os museus abrem as
suas portas digitais, os músicos divulgam as
suas obras em concertos digitais, os cantores
cantam as suas canções através de plataformas
virtuais, os pintores vão mostrando
as suas produções. Tenho vindo a mostrar
os meus trabalhos via Facebook no sentido
de criar pontes. Acredito, como argumenta
a pintora Graça Morais, numa recente
entrevista, no Observador, que “os artistas
vão ser importantes para superar o trauma
colectivo” da Covid-19. Mas, por outro lado,
no plano presencial, os festivais de música,
as obras de teatro, as exposições têm sido
cancelados. A cultura fica com as suas fontes
de rendimento seriamente afetadas. Evidentemente
que, a boa saúde deste sector
de atividade depende do que aconteça com
a pandemia, mas vislumbra-se que a dimensão
digital do nosso trabalho está a tornar-se
extremadamente importante. Já o era antes
da pandemia, mais agora está a suplantar
totalmente a Arte “presencial”. Pessoalmente,
penso que progressivamente voltaremos
aos nossos concertos e exposições “em corpo
presente”, mais numa interface complexa
integrada com mundo digital.
As artes serão diferentes depois da pandemia?
- Penso que as Artes serão diferentes depois
da pandemia em dois níveis: primeiro a nível
de conteúdo, será produzido muito material
literário, musical, cinematográfico e plástico
relacionado com a pandemia. Penso que
esta é uma reflexão muito importante que
a nossa sociedade mundial tem de fazer, de
modo a preservar a sua saúde física, mental
e espiritual futura. Segundo, no plano da forma,
a humanidade vai ter que repensar a relação
entre a Arte presencial e o seu reflexo
digital. s
foto:CMF
6 saber agosto 2020
ARTES
O Surrealismo
na obra de
Milewski
Nas duas primeiras décadas do século
XX, os estudos psicanalíticos
de Freud e as incertezas políticas
criaram um clima favorável para o
desenvolvimento de uma arte que criticava
a cultura europeia e a frágil condição humana
diante de um mundo cada vez mais
complexo. Surgem movimentos estéticos
que interferem de maneira fantasiosa na
realidade. O surrealismo foi por excelência
a corrente artística moderna da representação
do irracional e do subconsciente. Salvador
Dali é o mais conhecido dos artistas
surrealistas. O surrealismo continua a surpreender
na obra de artistas atuais como
Marcos Milewski, que vivendo na Madeira
tem criado obras de referência. O mural
“A Baleia”, um acrílico sobre muro 1800 x
1000 cm que se encontra no auto-silo do
Campo da Barca, é uma bela viagem ao
universo surrealista e aos jogos espirituais
da pintura do artista e professor de artes
plásticas. A porta pintada na rua de Santa
Maria, na zona histórica da cidade do Funchal,
no âmbito do projeto “Portas Abertas”,
é outro dos trabalhos que Marcos Milewski
criou para o público sem que este tenha de
entrar no espaço um tanto elistista das galerias
de arte. “A menina e a zebra”, “A rapariga
e o comboio”, “Fanal”, “Noite Estrelada”
e “Pausa para café” dão nome às obras elaboradas
por Marcos Milewski cujas imagens
podemos aqui contemplar. s
Dulcina Branco
Arquivo de Marcos Milewski
www.historiadasartes.com
saber agosto 2020
7
OPINIÃO
Hélder Spínola
Biólogo/Professor Universitário
Pequenos
e grandes
gestos
Pegando na nódoa da
humanidade à qual tenho
dedicado mais atenção, o
desequilíbrio ambiental,
apresento aqui algumas
ideias que podem resultar
em contributos ao alcance de
cada um de nós, e cuja adoção
representa um importante passo
para um mundo melhor (pelo
menos, certamente, o de cada
um de nós).
T
udo seria mais fácil se a nossa sociedade
estivesse organizada e fosse conduzida
de modo a que, de forma natural,
fossemos poupados a um conjunto
de nódoas que continuam a impregnar a humanidade.
Mas esse mundo ainda não existe
e o que temos são sociedades onde a corrupção,
a pobreza, a guerra, a doença e, entre
outros, a degradação ambiental continuam a
ganhar terreno, numa altura em que muitos
de nós sonhavam viver num mundo melhor
do que aquele de há 30 ou 40 anos. Abalada
a esperança de que os governos e os Estados
irão conduzir-nos, progressivamente, até esse
mundo melhor, resta-nos arregaçar as mangas
e fazer a nossa parte, ou então desistir e
tornarmo-nos amargurados com a vida, opção
esta que eu não quero seguir nem recomendo.
Muitas das nódoas que atrás referi resultam
de aspetos fortemente interrelacionados
e, como tal, as medidas para resolver ou atenuar
qualquer uma delas resulta, como efeito
secundário/paralelo, em benefícios evidentes
nas restantes. Assim, pegando na nódoa da
humanidade à qual tenho dedicado mais atenção,
o desequilíbrio ambiental, apresento aqui
algumas ideias que podem resultar em contributos
ao alcance de cada um de nós, e cuja
adoção representa um importante passo para
um mundo melhor (pelo menos, certamente,
o de cada um de nós). A forma como vivemos
determina grande parte da nossa pegada ecológica.
Por isso, adotar um estilo de vida mais
calmo, suave, contemplativo, reflexivo, mas,
ao mesmo tempo, social e fisicamente ativo
e saudável, é logo um bom ponto de partida
para melhorar a sustentabilidade ambiental
do nosso dia a dia. Acresce que o estilo de vida
que adotamos pode ser muito influente (para
o bem e para o mal) junto daqueles que nos
são mais próximos, amigos, familiares, colegas,
embora também o deles produza o mesmo
efeito sobre nós. Uma vida acelerada, além do
stress e da perda de qualidade de vida, acarreta
maiores consumos de energia (nomeadamente
nas necessidades de mobilidade), maior
consumo de produtos processados (que, por
exemplo, produzem mais lixo e provêm de zonas
mais distantes), desequilíbrios emocionais,
com a tendência para exacerbar necessidades
de compensação através de consumos compulsivos
e excessivos, e a falta de disponibilidade
temporal e mental para, por exemplo, separar
os resíduos para reciclagem ou apostar na
reparação em vez do descarte, nomeadamente
de roupas ou equipamentos. Valorizar o nosso
intelecto é também um aspeto fundamental
neste processo de reequilíbrio ambiental das
nossas vidas, o que só é possível no contexto
atrás referido, em que há vagar suficiente para
questionar, procurar informação e refletir. E
este crescimento do nosso intelecto só é possível
quando o nosso dia a dia não é preenchido
por questões básicas de sobrevivência. Quando
não temos de trabalhar quatro vezes mais
para ganhar quatro vezes menos, pelo que a
justa distribuição da riqueza é algo central em
todo este enquadramento, algo pelo qual nos
devemos bater individual e coletivamente até
que as desigualdades estejam esbatidas. É inegável
que dispomos, individual e coletivamente,
de um leque alargado de pequenos gestos
que podem fazer grande diferença na minimização
dos desequilíbrios ambientais que temos
vindo a acentuar nas últimas décadas, mas não
é menos evidente que sem uma reorganização
coletiva e o suporte por parte de quem nos governa,
além de profundas mudanças culturais,
o caminho que temos pela frente, para reequilibrar
a relação humana com o resto da natureza,
é longo e penoso. Precisamos de todos os
pequenos gestos que estão ao alcance de cada
um de nós na condição de um comum cidadão,
mas são também urgentes os grandes gestos
que só estão ao alcance dos governos e dos
Estados. E nós, cidadãos comuns, em regimes
democráticos como o nosso, podemos e devemos
influenciar positivamente o surgimento
desses grandes gestos que almejamos. Sejamos
ativos na promoção de todos estes gestos.
Que eles não nos faltem nem nos tardem. s
8 saber AGOSTO 2020
ambiente
Cientistas portugueses analisam as tendências
da biodiversidade na Europa
Numa altura em que tanto
se debate as grandes
tendências globais
no nosso planeta, tais
como alterações climáticas, efeito
de estufa, aumento médio da
temperatura do ar e do mar, subida
do nível do mar, aumento
de eventos climáticos extremos
como grandes secas, cheias ou
ondas de calor, a grande pergunta
que se coloca é: como se
comportam os diferentes ecossistemas
do nosso planeta?.
Uma equipa internacional de
cientistas, onde se incluem os
portugueses Miguel Pardal e Filipe
Martinho, da Universidade de
Coimbra, desenvolveu um estudo
para tentar responder a esta
e outras questões e concluiu que
mudanças locais na diversidade,
por vezes, não acompanham
as tendências globais. O estudo,
publicado na revista Nature
Communications, juntou 60 investigadores
europeus de cerca
de 50 instituições. Em conjunto,
analisaram mais de 150 séries
temporais de biodiversidade (de
15 a 91 anos), abrangendo 6.200
espécies marinhas, terrestres e
de água doce de 21 países da Europa,
em diferentes biorregiões
(de norte a sul), englobando diferentes
grupos de organismos
(insetos, peixes, aves, mamíferos,
invertebrados marinhos,
plâncton, etc.). Esta investigação
terá um impacto no desenvolvimento
de conceitos eficazes de
conservação. Os resultados revelam
que as tendências locais de
abundância, riqueza específica
e diversidade diferem entre biogeorregiões,
tipo de ecossistema,
grupos taxonómicos (aves, mamíferos,
peixes, insetos, invertebrados
marinhos, plâncton), demonstrando
que as «mudanças
na biodiversidade à escala local
são frequentemente fenómenos
complexos e que não podem ser
facilmente generalizados. No entanto,
tal como previsto, ocorre
um aumento na riqueza específica
e abundância com o aumento
da temperatura e com a
diminuição de impacto humano
em cada ecossistema, bem como
um padrão espacial claro de mudanças
na composição da comunidade
(ou seja, rotatividade
taxonómica temporal) na maioria
das biogeorregiões», indicam
Miguel Pardal e Filipe Martinho.
A tendência global no planeta e
na Europa parece clara: durante
anos, a diversidade de espécies
entre quase todos os grupos
de animais e plantas diminuiu a
um ritmo alarmante. «No entanto,
ao nível regional, o quadro é
mais complexo - aqui, fatores
locais, como a perda de espécies
raras e o estabelecimento de
novas espécies, desempenham
um papel significativo nos resultados
gerais. As funções do ecossistema,
nomeadamente no que
diz respeito a bens e serviços
fornecidos, logo os benefícios
associados aos seres humanos,
estão sempre relacionadas com
a respetiva abundância, número
e diversidade de espécies em
cada local, sendo muito difícil fazer
uma generalização mais global».
Acrescentam: «é essencial
conhecer as diferentes tendências
da biodiversidade em cada
ecossistema e em cada local,
para poder implementar medidas
de proteção sustentáveis». A
análise dos investigadores revela
ainda que «em grandes áreas
da Europa central e do sul, nem
a diversidade de espécies nem o
número de espécies e indivíduos
sofreram alterações, enquanto
no norte da Europa foi registado
um aumento na diversidade e no
número de espécies. Este último
pode ser parcialmente atribuído
ao aumento das temperaturas
no curso das mudanças climáticas
globais». Além disso, «em
muitas partes da Europa, a fauna
e a flora tradicionais estão a ser
substituídas por novas espécies
que geralmente são adaptadas
às condições mais quentes».
O artigo científico, intitulado
“Meta-analysis of multidecadal
biodiversity trends in Europe”,
pode ser consultado em: https://
doi.org/10.1038/s41467-020-
17171-y. s
Cristina Pinto
Assessoria de Imprensa, Universidade
de Coimbra, Reitoria Comunicação de
Ciência
saber AGOSTO 2020
9
OPINIÃO
Isabel Fagundes
Exerce funções numa escola do Funchal
Nova Terra
Todos são únicos e todos são
o mesmo. A noite findara e o
relógio tocou. Era hora de sair
do sono e voltar para a agitação
de mais um dia. A criança já não
era criança depois da noite. Era
a pessoa que oscilava entre a
realidade da noite e a realidade
do dia, porque havia despertado
para um mundo diferente. Tinha
acordado na Nova Terra.
Era o verão de 2020, e a noite já ia
muito alta, quando os sonhos se aninharam
na almofada de uma criança
que repousava. Dormia para o mundo
a alma de um anjo que descansava na
imensidão dos céus habitados por criaturas
sublimes. Essa criança, doce e meiga, perpetuamente
espalhava esperança e sorrisos
por onde passava. Na sua voz, melodias de
amor e harmonia ecoavam pelas estradas
desertas e vales verdejantes. E a Terra sorria
sob o olhar da criança. E as flores também.
No seu sono, sobre as pétalas rosáceas
de flores raras, trazidas um dia pelos
ancestrais extra terrenos, a criança brincava
com os outros anjos, de todas as orbes
e planetas distantes. E convidava outras
crianças a brincarem com ela. Nos dias do
sonho quando as cidades estavam libertas
da altercação humana, o som do silêncio
habitava nas ruas, e a paz fazia-se presente.
Enquanto as gentes se dispersavam numa
azáfama interior, a Natureza ia definindo
o seu passo e quase que voltou a ser pura
como era antes. Entre o sonho da noite e o
acordar do dia, foi passando o tempo, que
acelerava o passo para rapidamente chegar
à dimensão seguinte, mas antes permitindo
uma adaptação gradual ao que estava
por chegar. A ansiedade sobrepunha-se à
expectativa do que estava por vir. O sonho
guiava o querer. Passavam as noites entre o
que era e o que estava para ser, numa subtil
indefinição. E a criança, que era anjo, mantinha-se
no seu sono para que os olhos da
humanidade não perturbassem a sua paz
divina. Essas noites de sono eram o vislumbre
do mundo ideal, onde o amor prevalece
e as pessoas transbordam o melhor. Onde
a dor infligida não existe e todos respeitam
todos. É nesse lugar onde o todo coabita em
harmonia. Todos são únicos e todos são o
mesmo. A noite findara e o relógio tocou.
Era hora de sair do sono e voltar para a agitação
de mais um dia. A criança já não era
criança depois da noite. Era a pessoa que
oscilava entre a realidade da noite e a realidade
do dia, porque havia despertado para
um mundo diferente. Tinha acordado na
Nova Terra. s
10 saber AGOSTO 2020
LUGARES DE CÁ
Miradouro dos Balcões
Dulcina Branco
Cícero Castro
visitmadeira.pt
O
ferece das vistas mais
soberbas da paisagem
natural madeirense
este miradouro
o qual , para lá chegar, é preciso
percorrer um trilho com 1,5
Km (duração de 1:30 horas ida e
regresso) que começa no Ribeiro
Frio, seguindo a Levada da
Serra do Faial. No miradouro,
é possível observar a paisagem
sobre o profundo vale da Ribeira
da Metade e da freguesia do
Faial. Ao longo do percurso são
encontradas espécies indígenas
e endémicas da Madeira assim
como é possível avistar algumas
espécies da avifauna madeirense.
No Miradouro dos Balcões o
caminhante depara-se com um
esplêndido cenário, totalmente
coberto pelos vales verdejantes
característicos da Floresta Laurissilva,
área integrante da Rede
Natura 2000. Deste Miradouro
é observada a Central Hidroeléctrica
da Fajã da Nogueira,
produzindo electricidade com
a água retida e abastecendo
todo o Concelho de Santana.
Em dias de boa visibilidade, poderá
ser avistada a Cordilheira
Central da Ilha, destacando-se
os dois picos mais altos, o Pico
do Areeiro (1817m) e o Pico
Ruivo (1861m), assim como a
Penha D´Águia (formação geológica).
De regresso ao Ribeiro
Frio pelo mesmo trilho, pode
visitar o Parque Florestal do Ribeiro
Frio, que integra o Centro
Aquícola com o viveiro de trutas
Arco-Íris (Oncorhynchus mykiss
walbaum), cujo principal objectivo
é a produção de trutas para
o repovoamento das linhas de
água da Ilha da Madeira. s
saber AGOSTO 2020
11
[DES]CONHECIDA ARTE
Maria Margarida e Maria do Céu
Fotógrafo · Criador de vídeos
afotografia.2015@gmail.com
91 234 0067
Fotografia e estampagem personalizada
Personalizam artigos com rostos e
mensagens que refletem o carinho
de quem oferece para alguém ou um
momento especial e onde deixam
também sentimentos e afetos
próprios de quem ama o que faz. Na
fotografia, igual. É neste mundo de
imagens e de afetos que se envolvem
as irmãs Maria Margarida e Maria do
Céu através da empresa que ambas
criaram em 2015 e que se diferencia
nos serviços na área da fotografia e
da estampagem personalizada.
➊
Dulcina Branco
Maria Margarida e Maria do Céu (A Fotografia)
Quem são a Maria Margarida e a Maria do
Céu e o que fazem?
- Somos irmãs, pessoas simples que amam
o trabalho e vivem para o trabalho. A nossa
ligação à atividade da fotografia começou
há 19 anos numa loja de fotografia no
Funchal. Estamos, desde sempre, ligadas
à área da fotografia. Como tal, e com base
nos conhecimentos que dispomos, avançámos
com a abertura da nossa loja de serviços
de fotografia, em 2015, nas Galerias de
São Lourenço; recentemente, mudámos de
local e encontramo-nos agora com a loja no
centro comercial La Vie.
O que vos distingue enquanto empresa?
- Abrangemos todo o trabalho e serviços relacionados
com o ramo da fotografia, desde
a impressão, reprodução e restauração de
fotos, documentos, de estúdio, passando
pela reportagem de eventos, como primeiras
comunhões, casamentos e baptizados
e venda de artigos relacionados, a exemplo
de molduras, gifts para colocação de fotos,
álbuns para fotografia e acessórios fotográficos.
Fazemos ainda a estamparia personalizada
(fotos e mensagens) nos mais
diversos artigos, nomeadamente canecas,
aventais, almofadas, puzzles, porta-chaves,
relógios, tapetes para o rato do computador,
carteiras de senhora, porta-moedas,
12 saber agosto 2020
➋
➌
➍
➏
➐
➎
➑
➒
➓
➊ BOLSA MAQUILHAGEM
➋ ALMOFADA QUADRADA
➌ ALFOMADA CORAÇÃO
➍ AZULEIJO
➎ PUZZLE
➏ CRISTAL
➐ RELÓGIO espelho
➑ CANECA CERÂMICA
➒ TSHIRT BRANCA
➓ SACO PANO
azulejos, etc., para qualquer comemoração
(ex: Dia do Pai, Dia da Mãe, Dia dos Namorados).
Estamos numa atividade que lida com
pessoas, memórias, sentimentos e afetos,
como tal, deve de ser desempenhada com
muito profissionalismo, criatividade, gosto
e dedicação. O nosso lema é dar sempre o
nosso melhor para satisfazer o cliente.
A estampagem personalizada é uma marca
vossa. Falem-nos do trabalho que desenvolvem
nesta área.
- A sublimação/estampagem é a imagem
impressa no papel. Quando aplicado calor
e pressão (vapor) sobre a imagem, a mesma
é transferida para o produto (tecido,
papel, madeira, etc). Tivemos a oportunidade
de conhecer esta forma de trabalho
personalizado e decidimos desenvolvê-lo.
Temos fornecedores que nos enviam os artigos
que pretendemos personalizar e depois
temos o equipamento necessário para
dar continuidade ao processo: impressora
para sublimação, papel para realizar a impressão
do projecto a estampar e as prensas
para realizar o produto final, ou seja, a
personalização do artigo. Enquanto atividade
que lida com fotografias e imagens pessoais,
envolve sentimentos o que faz com
que mexa com a parte emocional não só
do cliente como também a nossa. É muito
gratificante sentirmos a satisfação e a emoção
demonstrada pelo cliente ao receber o
trabalho solicitado. Um artigo com apenas
uma foto ou uma mensagem acaba por ter
grande valor emocional para o cliente, pois
é solicitado com afeto especial.
Como é que a quarentena afetou a vossa
atividade?
- Tem sido muito difícil. Os grandes eventos
e cerimónias foram cancelados ou adiados.
Encerramos a loja física e trabalhamos online.
Somos uma micro empresa que sobrevive
com o que fatura ao dia e ao mês
e neste sentido, tivemos que nos adaptar,
divulgando os nossos produtos e serviços
no online. Foi o que fizemos para o Dia da
Mãe, por exemplo, apresentando as nossas
sugestões. Queremos ter os nossos clientes
de volta, com os sorrisos e a simpatia
a que nos habituaram e que continuem a
preferir o nosso espaço. s
saber agosto 2020
13
CAPRICHOS DE GOES
Diogo goes
Professor do Ensino Superior e Curador
Museus e universidades:
lugares (públicos)
de discussão
Museus e universidades desempenham um importante papel,
criando as condições ideais para serem lugares privilegiados de
discussão e de “confrontos intelectuais honestos” (Leanza, 2020),
refere a diretora do MAAT, Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia,
numa recente entrevista. A falta de abertura à comunidade, onde
estas instituições se inserem, a par da falta de dotação financeira
das mesmas – subfinanciadas desde há décadas – (Matoso,
2020) para a realização de uma programação abrangente, talvez
constituam as principais dificuldades de ambas instituições para a
sua própria afirmação junto da sociedade ou dos decisores públicos
(…).
freemason.pt
Os museus e as universidades são
lugares públicos de discussão,
científica, intelectualmente honesta,
por contraposição aos debates
no espaço público e mediático, que
pela sua natureza democrática, de confrontação
- lugar político de conflito ideológico
- são determinados nas suas múltiplas formulações.
O espaço público, por oposição
ao espaço privado, tem uma natureza democrática
e necessariamente conflituosa.
A definição de “lugar comum” é inseparável
do seu contexto social, económico, político,
histórico e geográfico. Por isso, o espaço
público é determinado por esse mesmo
contexto, limitativo da abrangência e a honestidade
intelectual e do rigor científico
dos debates que nele ocorrem. Uma vez
que estes, são movidos por uma forte carga
ideológica e exposição mediática. Ao invés,
museus e universidades desempenham
um importante papel, criando as condições
ideais para serem lugares privilegiados de
discussão e de “confrontos intelectuais honestos”
(Leanza, 2020), refere a diretora do
MAAT, Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia,
numa recente entrevista. A falta de
abertura à comunidade, onde estas instituições
se inserem, a par da falta de dotação
financeira das mesmas – subfinanciadas
desde há décadas – (Matoso, 2020) para
a realização de uma programação abran-
14 saber agosto 2020
gente, talvez constituam as principais dificuldades
de ambas instituições, para a sua
própria afirmação junto da sociedade ou
dos decisores públicos, como os melhores
lugares, privilegiados, para o debate das estratégias,
que todos deveremos querer para
o futuro de um país ou de uma região. O investimento
no desenvolvimento do pensamento
científico, a valorização do potencial
dos recursos humanos, por contraposição
ao empirismo da ação política e mediática,
poderá constituir a solução para enfrentarmos
um futuro mais contraditório e relativo
do que o esperado. A valorização das ferramentas
tecnológicas e a “conversão à economia
digital”, quando não acompanhadas
de um pensamento científico estruturado e
de uma capacitação das pessoas, para que
dela usufruam, poderá servir, ao invés do
pretendido, para agravar a exclusão social,
em vez de promover um desenvolvimento
sustentável. Uma sociedade mais informada,
sensível e crítica, poderá desempenhar
melhor a tarefa promotora da sustentabilidade
ambiental, ecológica e económica.
A Cultura e a Educação está, portanto, no
centro da discussão, pois sem o desenvolvimento
do conhecimento humano e científico,
inviabilizamos o desenvolvimento
de uma consciência social coletiva, sobre a
qualidade das transformações económicas
e sociais, que deixámos acontecer no mundo
em que vivemos. Fenómenos de burnout
de discentes e docentes, ostracismos,
elitismos e planos curriculares desfasados
da realidade onde se inserem, narrativas
historiográficas falaciosas – perpetuadoras
de mitos – poderão constituir razão da não
identificação da sociedade, em relação às
instituições do ensino superior, como também
às instituições museológicas, por antítese
à realidade europeia, de franca abertura.
Na Madeira, não tivemos coragem de
diversificar a economia e colocar um travão
ao desenvolvimento de uma economia estruturada
num “monoproduto”: o Turismo.
Agora, dele ficámos dependente. Quando
o número de hóspedes crescia no território
continental, a Madeira começou a assistir à
inversão do ciclo de crescimento e pouco
fez. Assistimos à proliferação e multiplicação
de alojamento local e de estabelecimentos
hoteleiros, por antítese à diminuição da
procura – prevê-se a abertura de novos hotéis
nos próximos anos – com a justificação
de que é o mercado (neoliberal) a funcionar
e de que não deveriam ser colocados entraves
à iniciativa privada (estruturada num endividamento
junto de uma banca em “penúria”,
que se socorre de sucessivas “injeções”
de capital do Estado). No mercado imobiliário,
desde há vários anos, começou a ser
alimentada uma nova “bolha especulativa”,
razão de anteriores crises. Ironicamente,
quando na generalidade do território nacional,
perante a atual crise, assistiu-se a
uma progressiva desvalorização e deflação
dos preços de venda do imobiliário, ao invés
na Região, persistiu-se na especulação
e inflação dos preços, do mercado de venda
e arrendamento. Um mercado imobiliário,
também fortemente dependente da procura
externa. A Direção Regional de Estatística
(DREM) refere que o preço médio da habitação
subiu 4,5%, no
primeiro trimestre, na
Madeira, por comparação
com o trimestre
anterior e 4,4% em termos
homólogos (Pires,
2020) tendo a avaliação
bancária à habitação,
para concessão
de crédito, descido
0,5%, em maio. A Madeira
continua a ser a
terceira região do país
com o valor da habitação
mais elevado (Pires,
2020). Talvez por
razão de desconhecimento
da história,
os decisores públicos,
demitiram-se de promover
a regulação
dos mercados, acreditando
numa almejada “mão invisível”. A
definição de uma estratégia para o futuro,
não assente num “monoproduto”, nem na
manutenção de uma hegemonia económica
em colapso, pode ser compreendida se realizarmos
uma leitura crítica da nossa história.
Ao ciclo de desenvolvimento económico
cerealífero, sucedeu-se o ciclo do açúcar e
posteriormente o ciclo da vinha. Todos tiveram
o seu colapso, por diferentes razões
externas e internas. Ora, uma economia
estruturada num “monoproduto”, está fortemente
exposta às condicionantes e variáveis
da prática comercial desse produto. Ter
consciência disso mesmo, passa por estar
disposto a questionar o passado, investir
no conhecimento e debater as transformações
económicas que queremos, tendo em
vista a sustentabilidade do território que
habitamos e o desenvolvimento social. “Os
mecanismos de sedução mediática” – programas
de entretimento e a proliferação
de conferências de imprensa instigadoras
do medo – poderão contribuir para agravar
a apatia dos cidadãos e “desnaturalizarem
e degradarem o sentido de vida pública”
(Lipovetsky, 2019), crítica, privilegiando a
forma de comunicação em vez do conteúdo.
A Educação e a Cultura desempenham
importantes papéis na (re)caracterização e
desenvolvimento de processos de (re)identificação
comunitária na nossa sociedade.
Museus e Universidades além de disseminadores
de conhecimento, são lugares de
debates honestos e os melhores contribuidores
para a criação de uma verdadeira democracia
cultural e participativa. s
Referências:
Leanza, B. (22 de maio de 2020). Os museus servem
para ter confrontos intelectuais honestos. 32-33. (I.
Salema, Entrevistador) Lisboa: Jornal Público.
Lipovetsky, G. (2019). Agradar e tocar. Ensaio sobre a
sociedade da sedução. Lisboa: Edições 70.
Matoso, R. (13 de abril de 2020). Os museus e o património
cultural antes, durante e depois da pandemia
de Covid-19. Património.pt. Obtido em 17 de Maio de
2020, de https://www.patrimonio.pt/post/os-museus-
-e-o-patrim%C3%B3nio-cultural-antes-durante-e-depois-da-pandemia-de-covid-19
Pires, R. (10 de julho de 2020). Preço das casas sobe
4,5% na Madeira. Jornal Económico. Obtido em 26 de
julho de 2020, de https://jornaleconomico.sapo.pt/
noticias/preco-das-casas-sobe-45-na-madeira-611839
Pires, R. (30 de junho de 2020). Valor da habitação cai
0,5% na Madeira. Jornal Económico. Obtido em 26 de
julho de 2020, de https://jornaleconomico.sapo.pt/noticias/valor-da-habitacao-cai-05-na-madeira-607043
saber agosto 2020
15
SAÚDE
francisco
oliveira freitas
Francisco Oliveira Freitas
podologista
responsável pelo Centro de Podologia
de Famalicão
Segs
Queimaduras solares nos pés
são muito frequentes
e podem originar cancro
Os pés são a parte do corpo mais
exposta ao sol, em especial na
época do Verão. A exposição excessiva
ao sol, principalmente nas
horas em que o calor é mais forte, pode originar
queimaduras solares, uma das principais
causas de cancro na pele. Os pés são
habitualmente negligenciados nos cuidados
de proteção solar. As queimaduras solares
ocorrem quando a radiação ultravioleta atinge
a camada superficial da pele, provocando
uma lesão das suas células e um processo
inflamatório agudo, que é possível reconhecer
pela vermelhidão da pele. A principal
causa, passa pela falta de cuidados com os
pés, como a não utilização de protetor solar
ou pouca utilização nessa zona e ainda a sua
exposição solar nas horas de maior calor.
Em caso de exposição solar excessiva dos
pés deve colocar, imediatamente, pomadas
hidratantes e anti-inflamatórias e compressas
de água fria no sentido de aliviar a dor
provocada pela queimadura. Para evitar
queimaduras solares nos pés é essencial
colocar corretamente o protetor solar, com
fator elevado de proteção, no dorso dos pés
e nos dedos. Este simples gesto pode fazer
toda a diferença na prevenção de queimaduras
e consequentemente cancro na pele.
As pessoas mais fragilizadas como os idosos
e as crianças devem ter uma atenção redobrada,
uma vez que a pele é, muitas vezes,
mais sensível. É recomendável ainda hidratar
bem os seus pés e evitar a exposição
solar nas horas de maior calor, nomeadamente
entre as 11h e as 16h, procurando espaços
frescos e sombras, uma vez que, para
além das queimaduras previne o desenvolvimento
de bolhas e descamação da pele. Se
porventura sentir algum sintoma como dor,
bolhas, vermelhidão, perca de pele nos seus
pés, deve marcar rapidamente uma consulta
com um podologista, para um diagnóstico
e tratamento adequados. s
16 saber agosto 2020
NUTRIÇÃO
Alison Karina
de Jesus
Alison Karina de Jesus
Nutricionista (2874N)
facebook.com/nutricionalmentebem
instagram.com/nutricionalmentebem
info@nutricionalmentebem.com
https://nutricionalmentebem.com/
namu.com
Alimentação e humor: alguma relação?
Somos o que comemos…Isto não é
segredo para ninguém! Também não
é segredo que os nossos hábitos alimentares
depois se refletem na nossa
saúde. É a partir dos alimentos que retiramos
os macronutrientes como as proteínas,
gorduras e os hidratos de carbono que o
nosso corpo utiliza como combustível, isto é,
para termos energia. Para além disso, também
encontramos as vitaminas e minerais.
Mas por que é que alguns alimentos nos
fazem mais felizes quando os comemos? A
cada dia que passa, surgem mais estudos
que demonstram e comprovam que não só
a nossa saúde física, mas também a mental
e emocional estão intimamente ligadas aos
nossos hábitos alimentares e que alguns
alimentos possuem nutrientes que podem
influenciar o nosso ânimo. Alguns alimentos
quando ingeridos estimulam a produção e
a libertação de alguns neurotransmissores
(substâncias que transportam os impulsos
nervosos) que agem como sedativos e tranquilizantes,
oferecendo mais disposição e
energia. Os principais neurotransmissores
que agem diretamente sobre o humor são
a serotonina, a dopamina e a noradrenalina.
No caso da serotonina é o mais conhecido e
é responsável pela regulação do humor e da
sensação de bem-estar e prazer, tendo ação
sedativa e tranquilizante. Já a dopamina e a
noradrenalina oferecem mais disposição e
energia. Mas para que estes neurotransmissores
sejam sintetizados é indispensável a
ingestão de vários nutrientes. Sem falar que,
sem energia, nada funciona no organismo,
portanto fontes de hidratos de carbono são
igualmente importantes no processo como
um todo. A presença destes nutrientes estimulam
os neurotransmissores, produz
energia necessária e possibilita a transmissão
dos impulsos nervosos para que dessa
forma ocorra toda a química cerebral necessária
a favor do bom humor. O processo
é simples, depende de uma alimentação
adequada em quantidade e qualidade, bem
como de um bom funcionamento do organismo
como um todo, pois sabemos que
uma alimentação com défices irá contribuir
para uma decadência rápida do nosso
estado de humor. A síntese da serotonina,
hormona responsável pela sensação de
bem-estar, depende da presença do triptofano
e da vitamina B6, pelo que a ingestão
de alimentos ricos nestes elementos: como
peixe, carnes de aves, laticínios, ovo, frutas e
vegetais poderá influenciar a sua síntese e,
consequentemente, a sensação de bem-estar.
E relativamente ao chocolate? Este poderá
transmitir uma sensação de bem-estar
porque a sua ingestão aumenta a produção
de endorfinas e serotonina. Na realidade,
os níveis de serotonina aumentam devido
aos hidratos de carbono e, portanto, quanto
mais alto for o nível de açúcar no sangue
mais depressa parece esse mecanismo funcionar.
Contudo, convém não esquecer que
a ingestão excessiva de gordura e açúcares
contida no chocolate pode estar na base do
desenvolvimento de obesidade e todas as
doenças associadas, pelo que deve ser consumido
com moderação. s
saber AGOSTO 2020
17
AVES DA MADEIRA
JOSÉ FRADE
Fotógrafo autoditata
Avibase
José Frade nasceu há 53 anos no
concelho de Cascais. Trabalha
no sector automóvel mas foi
a sua paixão pela fotografia,
principalmente a fotografia de
natureza, que o fez aprofundar
os seus conhecimentos sobre
as aves e consequentemente
aderir ao grupo "Aves de Portugal
Continental", grupo esse criado
pelo Armando Caldas, mas, como
membro desde o primeiro dia,
foi convidado pelo fundador, em
conjunto com ele, administrar
o referido grupo, vendo aí uma
oportunidade para partilhar os
seus conhecimentos e incentivar as
pessoas à protecção da natureza.
Dulcina Branco
avibase.bsc-eoc.org
José Frade,
administrador do grupo “Aves de Portugal Continental”,
que gentilmente nos cede as fotos que ilustram
esta rubrica
Avibase é um sistema de informação
em forma de base de dados sobre
todas as aves que existem ao nível
mundial. Contém 27 milhões
de registos sobre cerca de 10.000 espécies
e 22.000 subespécies de aves, incluindo informação
sobre distribuição, taxonomia, sinónimos
em diversos idiomas e muito mais.
Este site é gerido por Denis Lepage e está
alojado em Bird Studies Canada, o parceiro
canadiano do Birdlife International. Avibase
tem sido um trabalho em permanente desenvolvimento
desde 1992. s
18 saber agosto 2020
Garajau-comum (Sterna hirundo)
Uma ave marinha, da família Laridae.
É uma espécie que ocorre em todo o mundo.
Nidifica, entre outras ilhas, no arquipélago
da Madeira de Abril a Julho.
Cagarra (Calonectris borealis)
Ave marinha da família Procellariidae.
Uma das aves marinhas mais comuns no arquipélago
da Madeira. Ocorre em todo o Oceano Atlântico,
no sul como invernante e nidificam nas várias ilhas
a norte do Equador, incluindo a Madeira.
saber agosto 2020
19
em análise...
Francisco Gomes
Analista político
Sempre
a direito…
pelas linhas
da Esquerda
A sabedoria popular diz-nos
que a vida dá muitas voltas. E
os mais religiosos dizem-nos
também que Deus escreve
direito por linhas tortas. Quer
uma afirmação, quer a outra,
encaixam muito bem em
Marcelo Rebelo de Sousa.
Carolina rodrigues
Asabedoria popular diz-nos que a
vida dá muitas voltas. E os mais
religiosos dizem-nos também que
Deus escreve direito por linhas
tortas. Quer uma afirmação, quer a outra,
encaixam muito bem em Marcelo Rebelo de
Sousa. Depois de uma vida a militar no PSD,
partido que chegou a liderar, sem nunca assumir
uma candidatura a São Bento, chegou
a presidente, um feito justo, com base numa
ampla base de apoio popular, marcadamente
de Direita, e igualmente explicável pela
exposição pública de Marcelo como um dos
mais carismáticos comentadores televisivos
que o país já conheceu. Aliás, até antes da
eleição, houve quem dissesse que, tal a dimensão
do candidato Marcelo, que o mesmo
já era presidente mesmo antes de o ser.
Estavam certos.
Mas a história de Marcelo Rebelo de Sousa,
presidente, é uma que não deixa de intrigar.
Cedo, o presidente Marcelo assumiu a vontade
de, perante um governo socialista minoritário,
apoiado numa Esquerda radical,
não constituir como um foco de instabilidade
constitucional, algo que, a seu ver, e com
razão, seria contraproducente para um país
que estava a sair de uma austeridade pesada.
Todavia, esse desígnio cedo se converteu
numa disponibilidade total para actuar
como um espécie de seguro de vida a uma
geringonça que falhou (e continua a falhar)
muito e de forma grave nos mais diversos
assuntos, como na enorme carga fiscal que
impõe aos portugueses, nos embaraços internos
que cria e nos quais envolve familiares
de governantes, nos vergonhosos casos
que provoca com o exército e outras forças
de segurança e defesa nacional, na nacionalização
de bancos e empresas falhadas que
impõe, na prepotência com que impinge a
sua visão ideológica sobre o 25 de Abril e
até na discriminação que impinge entre os
portugueses de Fátima e os portugueses do
1º de Maio ou entre os portugueses dos festivais
de verão e os portugueses do Avante.
As intervenções de Marcelo em apoio ao
executivo socialista acumularam-se, repeti-
20 saber AGOSTO 2020
damente salvando um governo de apertos
que têm exposto claramente a sua incompetência.
Um dos vários exemplos é a novela
política que envolveu Costa, Centeno e o
Novo Banco, com o presidente da República
a dar às balas um peito que nem os parceiros
de coligação deram. Apesar de não sair
de tal situação com uma imagem reforçada,
Marcelo esclareceu com a mesma aquilo
que muitos já tinham como um dado adquirido:
Ele parte para as presidenciais como o
claro e inequívoco candidato do Partido Socialista.
E esta?!
Certamente que algumas vozes da praça
têm construído algum alarido em torno de
possíveis candidaturas alternativas, tais
como André Ventura, à Direita, e Ana Gomes,
à Esquerda. A meu ver, não passam de
murmúrios ténues, pois os seus proponentes
talvez desconheçam a ideia de que, no
Portugal democrático, todos os presidentes
da República foram reeleitos. Logo, duvido
que seja agora que aparecerá alguém para
contrariar o protagonismo que Marcelo tem
chamado a si. Não existem dúvidas que ele
continuará em Belém para mais um mandato,
mas, ao contrário do que se passou na
primeira eleição, esta reeleição será ganha
à custa de uma alteração na sua base de
apoio popular, que, desta feita, será marcadamente
de Esquerda. Caso para dizer que,
no caso de Marcelo, é mesmo verdade que
Deus escreveu direito por linhas tortas – no
seu caso, as linhas da Esquerda. s
saber agosto 2020
21
media
Estudo revela
mais precariedade no jornalismo
Dulcina branco
CCPJ (Comissão da Carteira Profissional de
Jornalista)
maven.com
Investigadores
Carlos Camponez (CEIS20/UC)
João Miranda (CEIS20/UC)
Joaquim Fidalgo (CECS/UM)
José Luís Garcia (ICS/UL)
José Nuno Matos (ICS/UL)
Madalena Oliveira (CECS/UM)
Paulo Martins (CAPP/UL)
Pedro Alcântara da Silva (ICS/UL)
Odomicílio dos jornalistas
substituiu as
redações. O número
dos profissionais que
não faz reportagem aumentou.
Uma percentagem significativa
de jornalistas enfrentou, durante
o Estado de Emergência,
as consequências do lay-off e
viu os seus rendimentos ou os
do seu agregado familiar diminuírem.
As expectativas sobre
a profissão baixaram significativamente.
A crise sanitária
aumentou as preocupações
com princípios deontológicos,
como o rigor da informação. A
tendência de precarização e a
crise dos média agudizaram-se.
Estas são as principais conclusões
do Estudo sobre os Efeitos
do Estado de Emergência
no Jornalismo no Contexto da
Pandemia Covid-19, que inquiriu
890 jornalistas em Portugal,
entre os dias 22 de maio e 8 de
junho de 2020. Desenvolvida
por investigadores do Centro
de Administração de Políticas
Públicas e do Instituto de Ciências
Sociais, da Universidade de
Lisboa, do Centro de Estudos
de Comunicação e Sociedade,
da Universidade do Minho, e do
Centro de Estudos Interdisciplinares
do Século XX, da Universidade
de Coimbra, esta pesquisa
foi realizada numa parceria
com a Comissão da Carteira
Profissional de Jornalista (CCPJ),
o Sindicato dos Jornalistas (SJ)
e a Associação Portuguesa de
Ciências da Comunicação (Sopcom).
s
22 saber agosto 2020
FINANÇAS
Estratégias para reduzir encargos
financeiros das famílias:
crédito consolidado ou moratória
ODoutor Finanças, empresa especializada
em finanças pessoais e
familiares, compara algumas das
medidas excecionais de apoio às
famílias e empresas aprovadas pelo governo
e instituições financeiras, com o objetivo
de identificar o seu impacto na gestão das finanças
pessoais dos portugueses. Começar
por “saber quantos créditos temos em mãos
é essencial”, diz Rui Bairrada, CEO do Doutor
Finanças. Para além do empréstimo da casa,
muitas famílias acumulam o crédito automóvel
e, por vezes, ainda algum financiamento
adicional recorrendo ao uso dos cartões de
crédito. A soma de todas estas prestações ao
final do mês pode ser muito elevada. Nesta
fase extraordinária de pandemia, governo e
instituições financeiras disponibilizaram soluções
financeiras excecionais para ajudar a
aliviar os encargos dos portugueses com os
seus créditos. Uma família que tenha vários
empréstimos em mãos pode optar por duas
soluções para reduzir encargos: recorrer
a uma moratória de crédito ou recorrer ao
crédito consolidado. No caso da moratória
de crédito, os clientes sentem um grande
alívio imediato no rendimento disponível.
Posteriormente ao período de carência os
encargos com os créditos aumentam, pois
os juros não pagos serão acumulados no capital
em dívida. Já no caso da consolidação
de créditos o alívio imediato não é tão elevado,
mas a redução de custos será mantida
até ao final do contrato reduzindo o valor total
pago com aqueles empréstimos. Além da
moratória no crédito habitação, as famílias
que estejam a ser afetadas financeiramente
pela pandemia podem pedir um adiamento
do pagamento de outros créditos. Ao recorrer
a estas moratórias, as condições base do
financiamento não mudam, ou seja, as taxas
de juro associadas mantêm-se, mas o montante
do crédito vai sofrer alterações, uma
vez que os juros que deviam ter sido pagos
neste período passarão a contar como capital
em dívida. Por outro lado, a consolidação
de créditos é uma solução financeira que
permite juntar vários créditos num só, com
melhores condições e uma única prestação
mensal mais baixa por redução da taxa de
juro. Colocando lado a lado a moratória e o
crédito consolidado, podemos verificar que
a primeira representa um alívio imediato no
orçamento das famílias. Contudo, terminado
o período da moratória, terá de pagar
a prestação, que deverá ser mais elevada.
Com o crédito consolidado, não terá o alívio
imediato de ficar alguns meses sem pagar,
mas vai conseguir reduzir o valor total das
suas dívidas, enquanto diminui no imediato
o valor da prestação. O Doutor Finanças recomenda
o aconselhamento junto de especialistas
financeiros. s
Susana freitas
Senior Communication Consultant YoungNetwork Group
Doutor Finanças
Internet
saber agosto 2020
23
PUBLIREPORTAGEM
Departamento Comunicação e Imagem da Câmara Municipal do Funchal
3.ª edição do Orçamento Participativo
do Funchal já arrancou
– submeta propostas online até 15 de setembro
O
Presidente da Câmara Municipal
do Funchal, Miguel Silva Gouveia,
apresentou, no Skate Park da cidade,
a 3.ª edição do Orçamento
Participativo do Funchal (OP Funchal 2020),
uma iniciativa que dá poder de decisão aos
cidadãos para apresentar projetos para
o seu concelho, inspirado nos valores da
Democracia Participativa. A submissão de
propostas é feita online este ano, através
do endereço op.cm-funchal.pt, e decorre
até ao dia 15 de setembro. Miguel Silva
Gouveia explicou, na ocasião, que “estamos
neste momento a dar o pontapé de saída
no terceiro Orçamento Participativo da Cidade
do Funchal, depois de duas edições
bem sucedidas, onde obtivemos um grande
número de participações e recebemos
o reconhecimento a nível nacional como a
segunda melhor prática de participação do
país.” . Todos os funchalenses com idade
igual ou superior a 15 anos podem apresentar
os seus projetos com ideias para a
cidade do Funchal, sendo importante res-
24 saber agosto 2020
salvar que as propostas submetidas devem
ser de interesse público, ou seja, obras para
usufruto de todos na cidade. O valor do Orçamento
Participativo é de 500 mil euros,
não podendo ultrapassar os 100 mil euros
por projeto, tendo cada proposta um prazo
de execução de 18 meses. Devido aos condicionalismos
provocados pela crise pandémica,
o regulamento do OP Funchal para
este ano foi alterado, com a submissão de
propostas a ser feita online. O Presidente
refere que, apesar da pandemia ter alterado
hábitos, “não podemos deixar que a participação
cívica seja suspensa e, como tal,
garantindo todas as questões de segurança,
teremos também à disposição de todos
um autocarro equipado com um computador,
que irá percorrer várias artérias do
Funchal, para que os cidadãos, devidamente
acompanhados pelos nossos técnicos,
possam submeter as suas ideias de forma
mais apoiada.”. “A verba reservada ao OP
Funchal estava prevista no Orçamento Municipal
para 2020 e, apesar de este ter sido
chumbado pelo PSD e pelo CDS, estamos a
fazer tudo o que está ao alcance para não
defraudar as expetativas dos funchalenses,
nomeadamente no que diz respeito à participação
cívica e à democracia participativa,
que são essenciais na forma como estamos
a governar a cidade desde 2013”, acrescenta
o edil. O autarca relembrou as propostas
vencedoras dos anteriores Orçamentos
Participativos, destacando o Skate Park do
Funchal, a ampliação do Ginásio Municipal
de São Martinho, os carregadores USB nas
paragens de autocarro e o Wi-Fi gratuito em
toda a cidade. “Todos estes projetos vieram
enriquecer a oferta pública no Funchal, e é
isso que as propostas devem considerar, investimentos
que fiquem ao dispor de toda
a população. O repto que lanço a todos os
cidadãos é que venham ajudar a construir
o nosso Funchal”, concluiu. As propostas
apresentadas até 15 de setembro serão
alvo de análise técnica pelos serviços da
Câmara Municipal do Funchal, seguindo-se
a fase de votação final dos projetos, que
decorre de 16 de outubro a 29 de novembro,
e onde vai ser possível votar online e
por um sistema de SMS que será disponibilizado
pela Autarquia durante o período
de votação. Os projetos vencedores serão
conhecidos no final de novembro. s
PUB
saber agosto 2020
25
viajar coM saber
ANTÓNIO CRUZ
AUTOR E VIAJANTE › antonio.cruz@abreu.pt
MADEIRA
1] A Quinta das Vinhas fica no Estreito da Calheta. Ali numa cota
algo mais acima, para permitir o abarcar do horizonte. Para permitir
que a imaginação e o sonho possam planar ao encontro de um céu
disponível. Ao encontro de um mar que se veste de azul e nos entrega
o encantamento, o maravilhamento, o fascínio. A imensidão do todo.
Agora, agora mais do que nunca e porque o
mundo resolveu fechar-se para viagens mais além,
existe uma procura, movida pela necessidade de
segurança, de conforto e de alguma proximidade
geográfica, em ficar por perto. E “por perto” pode
significar cá dentro. Mesmo da Região, que acolhe
um conjunto de opções fantásticas em termos de
lugares únicos.
António cruz › António Cruz escreve de acordo com a antiga ortografia
1]
26 saber junho 2020
2]
3]
2] É uma quinta tradicional que tem tido o privilégio de
passar de geração em geração de uma mesma família.
Uma história que remonta ao século XVII e que nos finais
do século XX foi transformada em turismo de habitação.
4]
3] Mas não um turismo de habitação qualquer.
Bem incluído paisagisticamente, bem consigo arquitectónicamente, bem
pensado decorativamente. Bem gerido do ponto de vista de mais valências
para além da simplesmente hoteleira. Refiro-me às vinhas que dão nome ao
lugar. E que passam por um processo de conversão para biológico. Um caso
de estudo em sentido literal.
5] E depois há todo um conjunto de casas de traça madeirense
que se agrupam nos fundos da propriedade. E que provocam o
sorriso dos nossos olhos. São bonitas e singelas. Acolhedoras
em tempos de qualquer estação. São a promessa do sossego,
da tranquilidade, do silêncio, da meditação, da pacificação da
mente e do corpo.
4] A Quinta das Vinhas são cerca de 30 hectares por onde nos podemos,
e somos naturalmente impelidos, a perdermo-nos. Por entre a beleza
do vinhedo, por razões aromáticas justificadas pelos maracujás, pelas
buganvílias, pelos agapantos. Ou até pela raridade de um tulipeiro ou
de um cipreste.
6] E há um galo que canta no fundo da paisagem. E um sino que
marca as horas invisíveis. Há um chilrear sossegado de pássaros
que esvoaçam em curvas de felicidade. E um ar que não se mexe.
E um mar que despertou poético. Um latido de cão que chega do
nada. E que logo se desfaz na paisagem campestre.
5]
7] É todo um conjunto de seduções que nos desafiam os
sentidos e invocam vontades de regressos.
7]
6]
saber agosto 2020
27
CINEMA
Dulcina Branco
cinecartaz.publico.pt
Título original
Onward
Direção
Dan Scanlon
Produção
Estúdios Pixar e Disney
Elenco
Tom Holland (Voz), Chris Pratt (Voz), Octavia
Spencer (Voz), Julia Louis-Dreyfus (Voz)
Data de estreia
6 de março de 2020
Gênero
drama, fantasia, aventura animação
Duração
103 min
País
Estados Unidos da América
Classificação
M/6, Cores
Distribuição
Walt Disney Studios Motion Pictures
Bora Lá
N
o passado, o mundo estava envolto
em magia. Contudo, como não
era fácil de controlar, decidiu-se
acabar com todas as suas manifestações.
Portanto, elfos, fadas, trolls, pégasos
e unicórnios habitam agora um mundo
moderno, em relativa harmonia. A morar
nos subúrbios de uma grande cidade com a
mãe, os jovens elfos Ian e Barley Lightfoot
recebem uma notícia extraordinária: antes
de morrer – quando Barley era muito pequeno
e Ian ainda não tinha nascido –, o pai
deixou-lhes um cajado mágico que, se bem
utilizado, o fará regressar à vida por 24 horas.
Desejosos por esse momento, os dois irmãos
vão ter de aprender a reavivar a magia
contida nos seus corações. s
28 saber agosto 2020
ATUALIDADE
O parapente
na Madeira
Ver do alto belas paisagens e
sentir o vento com aves por
companhia são experiências
únicas e que o parapente
oferece. Na Madeira, a prática do
parapente é uma das atividades
mais atrativas devido às
caraterísticas morfológicas da
ilha.
Dulcina Branco
gentilmente cedidas por Gabriel Branco,
Instrutor de Parapente.
AMadeira é mundialmente reconhecida
também por oferecer
excelentes condições na prática
do voo livre, onde se insere o parapente.
No entanto, devido à pandemia,
os parapentes ficaram em terra. Com o
pós-confinamento e com a reabertura das
fronteiras e dinamização do Turismo, a
atividade começa a registar nova dinâmica.
Na Madeira, encontram-se experientes
profissionais de voo livre, a exemplo de Gabriel
Branco, Instrutor de Parapente, que
revela que a atividade é experienciada com
a máxima segurança e assim se torne uma
experiência mágica e inesquecível. “Se não
há condições para voar, não voamos. Esta
é a regra”, diz o instrutor de parapente que
adianta que “a atividade é conduzida por
pilotos experientes - instrutores de escolas
especializadas na modalidade que, além da
destreza têm também conhecimento das
condições meteorológicas”. O aperfeiçoamento
na concepção de novos materiais
elevaram não só a enorme capacidade de
voo como também estabeleceram novos
padrões de segurança desta modalidade
que começou a desenvolver-se a partir dos
anos sessenta, com o engenheiro em aerodinâmica
e paraquedista norte-americanco
David Barish e o paraquedas que concebeu
para o projeto Apollo. Em 27 de junho de
1978, na cidade de Mieussy, no sul da França,
os paraquedistas Jean Claude Bétemps
e André Bohn decolaram de uma pequena
colina o que fez chamar a atenção para a
modalidade que começava a conquistar
as montanhas. Em 1982, no Paquistão, do
monte Gasherbrum, Pierre Gevaux realizou
o primeiro voo de parapente a oito mil
metros de altura. O parapente cresceu no
mundo do voo livre e atualmente tem praticantes
e entusiastas em todo o mundo. s
saber agosto 2020
29
BELEZA
Luísa
silva
luísa silva
964 885 153
Gabinete BeautyStudio by Luísa Silva
rua 31 de Janeiro nº 12E, 5º andar sala V, Funchal
Facebook › BeautyStudio by Luísa Silva
Instagram › @beautystudiols
COMBATER A INESTÉTICA CELULITE
A
elulite é um problema que afeta
cerca de 95% das mulheres.
Resulta da acumulação de gordura
nos adipócitos e da estrutura
desorganizada destas células no organismo
feminino. O nosso corpo representa aquilo
que comemos e a celulite é essencialmente
resultado de uma alimentação desequilibrada,
rica em açúcares, gorduras e alimentos
processados como refrigerantes, bolos e
até mesmo o álcool. Existem outros fatores
para além da alimentação que contribuem
para o aparecimento da celulite: genética,
alterações hormonais, sedentarismo, má circulação
e as repentinas alterações de peso.
De modo a combater este problema inestético,
comece por mudar a sua alimentação
(preferir alimentos crus ou cozinhados, chás
sem açúcar) e beber muita água; mude hábitos
de vida: pratique exercício, use variados
tipos de sapatos e a cada duas horas circule
pelo escritório de modo a não dificultar a
circulação sanguínea. As massagens de drenagem
linfática e anti-celulíticas são uma
ótima forma de eliminar e combater a celulite,
recomendamos que sejam feitas duas
por semana para potenciar resultados. Na
Beauty Studio by Luísa Silva temos o método
patenteado Levanta Bumbum®. Neste método
a celulite diminui drasticamente devido
ao aumento da oxigenação dos tecidos e à
libertação de toxinas ali retidas. O uso de
cosméticos e de suplementos é essencial que
melhores resultados Dica caseira: 1 colher de
café, 1 clara de ovo, 1 colher de mel, 1 colher
de vinagre. Misturar todos os ingredientes
e antes de colocar na pele, adicionar uma
colher de sal. Todos estes ingredientes têm
propriedades termogénicas, anti-inflamatórias,
anti-oxidantes e hidratantes. Aplicar a
mistura na zona desejada e envolver com
película aderente e folha de alumínio. Deixe
atuar 40 minutos. Repita o processo 2 a 3
vezes por semana. s
30 saber agosto 2020
DECORAÇÃO
Família reunida à volta da mesa
Nos últimos meses, o mundo foi levado a resguardar-se
e as nossas casas passaram a ser, ainda mais, o nosso
porto seguro. Lugar de descanso e relaxamento, os
momentos de convívio à volta da mesa assumiram ainda
mais importância. Apresentamo-vos várias sugestões para
transformar os momentos de refeição em horas de convívio num
ambiente ainda mais bonito e acolhedor. O primeiro passo é escolher
a mesa ideal – retangular, redonda, quadrada, oval ou até
mesmo triangular. Em vários tamanhos, estáticas ou dobráveis,
as matérias-primas adaptam-se a todos os estilos decorativos –
carvalho, madeira clara ou escura, mármore, nogueira e até em
metal ou vidro, para estilos de inspiração mais industrial. Por fim,
escolher as cadeiras que devem ser, acima de tudo, confortáveis.
Aposte na tendência e misture duas ou três de cada modelo para
uma sala super trendy. Dos modelos mais rústicos e campestres,
ou com linhas mais retas e modernas, a escolha é sua. Dê uma
nova vida à sala de jantar e aproveite os momentos de partilha
em família à volta da mesa. s
Tânia Tadeu (taniatadeu@taylor365.pt), Dora Sousa (dorasousa@redoute.pt) newsredoute.com/fotos
newsredoute.com/fotos
saber agosto 2020
31
DICAS DE MODA
Lúcia Sousa
Fashion Designer Estilista › 914110291
WWW.luciasousa.com
FACEBOOK › LUCIA SOUSA-Fashion Designer estilista
Cruise
Modo verão! Dentro dos outfits
básicos, este vestido confortável
e elegante para desfrutar dos
momentos de lazer. Um vestido
confortável em malha com estampado floral
campestre, ajustável no pescoço, o que permite
a quem usa decidir o tamanho do decote,
por conseguinte, a costa fica mais visivel,
ou menos. O cinto é amovível. Deixo-vos
com esta sugestão para os dias de sol! s
D.R. (direitos reservados)
Manequim › Sandra Jesus
Cabeleireiro › Paulo Silva
Makeup › Sónia Barbosa
Sandália › Foreva
32 saber agosto 2020
saber agosto 2020
33
MAKEOVER
Mary Correia de Carfora
Maquilhadora Profissional › Facebook Carfora Mary Makeup
Texto/Produção: Mary de Carfora
D.R.
Olá gente linda! Nesta edição,
inspirei-me em novos talentos
madeirenses que vão surgindo
nesta área da maquilhagem e
que acho que merecem ser reconhecidos.
É, para mim, um orgulho ter tantas meninas
maravilhosas na nossa ilha, a exemplo
da Andreia Gamelas. Com 25 anos, é uma
jovem que ama o mundo da maquilhagem
desde tenra idade. Durante alguns anos, fez
uma pausa no sonho de se tornar maquilhadora
profissional devido à maternidade
– a Andreia é mãe de duas lindas meninas.
Com as filhas mais crescidas, Andreia voltou
recentemente a pegar no sonho de construir
uma carreira profissional na área da maquilhagem,
o que tem vindo a acontecer com o
seu trabalho dedicado e persistente com a
intenção de crescer e melhorar as suas técnicas
de maquilhagem. A Andreia garante
que se sente a pessoa mais feliz do mundo
por poder partilhar um pouco do que ama
e de cor com os outros. Andreia conquistou
recentemente dois certificados profissionais
que a deixam orgulhosa e abrem novas portas
profissionais na área que lhe permite ser
quem ela quiser. s
Sigam-na no Instagram
@foundmyselfin_makeup
34 saber AGOSTO 2020
Novos talentos
Maquilhagem
saber AGOSTO 2020
35
MOTORES
Jornalista
Vasco Callixto
homenageado
pelo
Presidente
da República
Nélio Olim
Miguel Moniz e D.R.
N
asceu na Amadora a 12 de Janeiro
de 1925 e, aos 95 anos, continua
a fazer aquilo que mais gosta:
escrever. Jornalista e escritor de
viagens, é desde o mês de Julho Comendador
da Ordem de Mérito, grau honorífico
atribuído por Marcelo Rebelo de Sousa.
Especializado nas áreas do automobilismo
e do desporto automóvel, Vasco Callixto encontra
ainda na história da aviação nacional
motivo para muitos dos seus escritos. As
suas viagens são ainda motivo de muitos
dos seus artigos e monografias, destacando
sempre a presença portuguesa no mundo. É
colaborador da imprensa portuguesa desde
1944 e tem mais de meia centena de livros
publicados desde 1962, dos quais destacamos
o primeiro deles, “Fala a Velha Guarda”,
constituído por um conjunto de entrevistas
a antigos automobilistas portugueses. Entre
as suas muitas viagens e aventuras, destaque
para a que fez em 1964 quando conduziu
até ao Cabo Norte o primeiro veiculo automóvel
construído em Portugal. Nesta sua
vida aventurosa, Vasco Callixto teve ainda
tempo para fazer muita investigação, tendo
sido ainda diretor da revista “Rodoviária”
entre as décadas de 70 e de 90, revista esta
dedicada ao turismo e ao automobilismo.
Em 2005, Vasco Callixto historia as origens
da sua família desde meados do século XVIII
na sua obra “Uma família de Serpa”. Em Novembro
de 2006, Vasco Callixto chega com
a falecida esposa à Madeira num navio de
Cruzeiro, onde no pouco tempo de escala
visita alguns sítios emblemáticos da Região.
Cheio de vida e com uma grande alegria de
conviver, este jornalista veterano vê agora
reconhecida uma vida inteira dedicada a
escrever relatos de grandes viagens e de
memórias históricas. Regressa ao Palácio
de Belém meio século depois. A última vez
foi quando tinha lá ido, acompanhado pela
esposa, para entregar ao Almirante Américo
Thomaz um exemplar dum livro que havia
publicado. Desta feita, foi para ser homenageado,
tendo ainda ficado a promessa de
que Marcelo Rebelo de Sousa irá ler o novo
livro que Vasco Callixto está a preparar e
que reúne as crónicas publicadas nos últimos
anos. A cinco anos de completar o seu
século, mantém a sua juventude de espírito
e continua a desfrutar dos seus prazeres:
ler, escrever e viajar. Aliás, viajar, essencialmente
de automóvel, será sempre a sua
grande paixão. Sempre ao volante do seu
fiel e antigo Opel Corsa que sempre o leva a
todo o lado e com o qual percorre todos os
caminhos, desde a sua Amadora até onde
o destino o levar... Os nossos respeitosos
votos de parabéns, meu amigo, Senhor Comendador
Vasco Callixto! s
36 saber agosto 2020
saber agosto 2020
37
FASHION ADVISOR
JORGE LUZ
www.facebook.com/jorgeluz83/
A irreverência do verão
Pois é, minhas amigas, apresento-
-vos nesta edição peças muito 'in',
isto é, peças que são tendência da
estação. Falo de peças bem exuberantes,
com estampas bem marcantes
e cortes muito originais e diferentes. O
'oversize' conquistou o seu espaço e as
senhoras estão completamente rendidas.
O conforto que as peças 'oversize' proporcionam
explicam o sucesso da sua utilização
pelas senhoras. São peças bem largas
que surgem em forma de túnicas e vestidos
tipo “saco”. Nos pés, os ténis, a que cada
vez mais mulheres usam. São peças que se
modernizaram e que oferecem ao mesmo
tempo, conforto e elegância, um 'casual
chic' que veio para ficar. Nesta edição afastei
me um pouco do tradicional Boho Chic,
que é a tendência predominante, e quis
mostrar outro lado da estação que são os
oversize com as suas peças bem frescas e
esvoaçantes. As mangas extremamente largas
destacam-se e conferem elegância ao
visual. Os acessórios podem ajudam a definir
a imagem que se pretende transmitir
e adaptar ao momento: casual ou formal.
O calçado fecha o visual e as jóias são dispensáveis
visto as peças exuberantes e irreverentes
transmitem a 'informação' que
se pretende. Desfrutem destas sugestões e
até à próxima edição. s
Jorge Luz
d.r.
38 saber agosto 2020
saber agosto 2020
39
Lego
MARCAS ICÓNICAS
A
dinamarquesa Lego,
que há anos faz as
delícias de crianças
e adultos, destronou
a Rolex como marca com melhor
reputação no mundo. A
fabricante suíça de relógios
ocupa agora o terceiro lugar
do ranking, atrás da The Walt
Disney. Produzido pelo Lego
Group, cujo conceito original
se baseia num sistema patenteado
de peças de plástico que
se encaixam, permitindo inúmeras
combinações. É fabricado
desde meados dda década
de 1950, popularizando-se em
todo o mundo desde então. A
história da empresa e dos brinquedos
legos está associada a
uma origem humilde, na oficina
de Ole Kirk Christiansen, mestre
carpinteiro. Um incêndio na sua
pequena loja de carpintaria fê-
-lo envereadar para a construção
de brinquedos em miniatura,
como carrinhos de puxar,
porcos-mealheiros (cofrinhos),
carrinhos e caminhões. A partir
de 1934, empregando seis funcionários,
a empresa de brinquedos
adotou o nome Lego
que quer dizer “brincar bem”. A
linha de brinquedos de madeira
continuaria em produção até à
década de 60. Quando o uso do
plástico começou a se difundir,
Ole Kirk acompanhou a tendência
e começou a produzir brinquedos
em plástico; um desses
primeiros brinquedos produzidos
era modular: um caminhão
que podia ser desmontado e
remontado. Ole Kirk com o seu
filho Godtfred obtiveram amostras
de tijolos plásticos que se
encaixavam e que, entretanto,
apresentavam como novidade
a capacidade de serem “presos”
juntos. Para isso, possuíam diversos
“botões” redondos no
topo e um fundo retangular vazado.
Eles podiam ser mantidos
unidos, mas não tão fortemente
que não pudessem ser separados.
Esses blocos ganharam um
novo nome: Lego Mursten ou
“tijolos” Lego. A empresa familiar
produzia, à época, mais de
duzentos diferentes itens. Dentre
eles, apenas os tijolos de
ligação automática satisfaziam
aqueles requisitos, e a partir deles,
Godtfred imaginou montar
um sistema de brincadeiras. O
produto foi lançado no mercado
com o nome Lego System of
Play. Em 1958, o design do “tijolo”
clássico foi desenvolvido. A
nova tecnologia e o conceito de
um “sistema” de brinquedo, aumentaram
rapidamente as vendas.
Quando Ole Kirk faleceu,
o filho Godtfred herdou a liderança
da empresa. O sistema
Lego já se tinha transformado
no brinquedo mais popular da
Europa Ocidental. A expansão
do grupo foi marcada com a
inauguração, 1968, do primeiro
parque temático Legoland, na
Dinamarca. A empresa atingiu
a marca de mais de um milhão
de conjuntos vendidos. Um dos
ícones Lego surgiu em 1974,
quando figuras humanas com
braços articulados foram lançadas,
nos conjuntos Lego Family.
Os blocos Lego apresentaram
um potencial construtivo que
foi percebido por educadores
e cientistas como constituindo
uma valiosa ferramenta para
auxiliar crianças e jovens a
desenvolver a criatividade e a
capacidade de resolverem problemas
por si próprios. Dois
recordes foram registados no
Guiness World Records Book
utilizando produtos Lego em
1992: um castelo construído
com 400 mil “tijolos” Lego, e
uma ferrovia Lego com 545 metros
de extensão. A Lego Group
está hoje presente em 140 países
e destronou a Rolex como
marca com melhor reputação a
nível mundial. s
Dulcina Branco
Wikipédia e Lego Group.com
40 saber agosto 2020
LUGARES DE CÁ
SOCIAL
›
›
1.º Festival Gastronómico
Porto Santo - São João 2020
› Casa do Povo de Santa Cruz organizou workshop de comida saudável
› Baía do Funchal acolheu Regata de Canoas Tradicionais da Madeira
› Criamar promoveu “Bairro em Movimento” em São Gonçalo
› Edgar de Aguiar sucede a João Paredes na presidência do Rotary Clube do Funchal
› 40 anos da Central Dessanilizadora do Porto Santo
saber AGOSTO 2020
41
social
1.º Festival Gastronómico
Porto Santo - São João 2020
A Associação de Indústria, Comércio e Turismo do Porto Santo
organizou este primeiro evento que decorreu entre os dias 19 a
24 de junho. O I Festival Gastronómico - Edição Especial São João
2020 teve a participação de 19 restaurantes que adaptaram os
seus menus à gastronomia típica dos santos populares, como
a sardinha e o atum. O evento manteve viva uma tradição que
este ano, devido à pandemia da Covid-19, não pode cumprir-se
no moldes tradicionais. As Festas de São João no Porto Santo decorreram
em formato digital com as atuações dos artistas a serem
disponibilizadas no canal de Youtube do município de Porto
Santo. s
DB
Fábio Brito (Câmara Municipal de Porto Santo)
42 saber agosto 2020
Workshop de comida saudável
Decorreu em Santa Cruz mais uma edição do evento Sons e Sabores
da Madeira. Nesta edição em tempo de pandemia, o apelo
ao consumo dos produtos regionais madeirenses como alimentos
saudáveis esteve em cima da mesa. O evento contou com um
workshop de comida saudável apresentado pela nutricionista
Jéssica Fernandes e que foi aberto ao público. A organização foi
da Casa do Povo de Santa Cruz. s
DB
gentilmente cedidas enviadas por Casa do Povo de Santa Cruz
saber agosto 2020
43
social
Regata de Canoas Tradicionais
da Madeira
A baía do Funchal acolheu a 17º Edição da Regata de Canoas
Tradicionais da Madeira, uma organização conjunta com a Associação
Regional de Canoagem da Madeira e com o apoio da
Associação da Madeira Desporto para todos. A competição decorreu
sob rigorosas medidas de segurança devido à pandemia,
tendo mesmo sido limitada o número de inscritos. Participaram
concorrentes de cinco concelhos, nomeadamente de Santa Cruz,
Funchal, Câmara de Lobos, Ponta do Sol e Porto Moniz. O trajeto
da Regata foi idêntico ao das edições anteriores, com partida e
chegada no Varadouro de São Lázaro, numa distância de aproximadamente
2,5 quilómetros. Para além dos prémios de participação,
os participantes receberam uma medalha de presença e
uma t-shirt alusiva à regata. s
DB
gentilmente cedidas pela Associação Regional de Canoagem da Madeira
44 saber agosto 2020
‘Bairro em
Movimento’
PUB
A Criamar – Associação de Solidariedade
Social para o Desenvolvimento
e Apoio a Crianças e Jovens,
em parceria com a Junta de
Freguesia de São Gonçalo e com
o apoio da Agência da Madeira da
“União de Créditos Imobiliários”
associaram-se para criar um mural
no Campo de Futebol Professor
Luís Pereira. Sob o tema ‘Bairro em
Movimento’ teve como objetivo
a inclusão pelas artes plásticas. A
construção do mural contou com
a participação da população do
bairro. Crianças e alguns adultos
começaram a dar forma ao mural
o qual os interessados poderam
acompanhar o seu desenvolvimento
através do facebook da
Criamar. Refira-se que, a Associação
Criamar está presente no Bairro Social de São Gonçalo desde 2014, com um dos seus polos de
atividades, a Escola do Conhecimento/Biblioteca Comendador Manuel Pestana, aberto desde 2017
e onde se desenvolvem atividades diárias nas áreas de cidadania, botânica, desporto, artes plásticas,
literatura e estudo acompanhado; neste espaço está sediada a “Biblioteca Comendador Manuel
Pestana” – uma das maiores bibliotecas comunitárias da Madeira. s
DB
gentilmente cedidas enviadas por João Pedro (direção Criamar)
saber agosto 2020
45
social
Transmissão Tarefas
Rotary Clube Funchal
Decorreu no Meliã Madeira Mare Hotel a cerimónia de transmissão
de tarefas do Rotary Clube do Funchal. O Rotary Clube do
Funchal passa a ser presidido por Edgar Aguiar, que sucede a
João Paredes no cargo. Recorde-se que, o Rotary Clube do Funchal
assinalou em 2018 os seus 85 anos com um jantar comemorativo
que teve como convidado de honra o Presidente da República,
Marcelo Rebelo de Sousa, que enalteceu o Movimento
Rotário em Portugal e, particularmente na Madeira. s
DB
cicéro castro
46 saber agosto 2020
40 anos da Central
Dessalinizadora do Porto Santo
O 40.º aniversário da Central Dessalinizadora do Porto Santo,
uma infraestrutura construída pelo Governo Regional nos finais
da década de 70, foi assinalado com a presença da secretária
regional do Ambiente e Recursos Naturais, Susana Prada, que
fenalteceu a infraestrutura que foi um dos motores de desenvolvimento
social e económico da ilha de Porto Santo. No âmbito
da celebração, homenagearam-se os colaboradores que prestam
serviço na infraestrutura gerida pela Águas e Resíduos da
Madeira. s
DB
Fabio Brito (CMPorto Santo)
saber agosto 2020
47
À MESA COM...
As sugestões de
FERNANDO OLIM
Aproveite estes dias de verão para saborear pratos e
doces típicos madeirenses. Do milho frito à espetada
de carne, do peixe-espada ao atum, passando pelas
lapas, o bolo do caco, o bolo de mel e as incontáveis
variedades de fruta tropical, a ilha da Madeira é pródiga em
proporcionar boas experiências gastronómicas. Boas férias,
em segurança!. s
PRODUÇÃO FERNANDO OLIM
Agradecimentos restaurante Golden Gate
DULCINA BRANCO
Fernando Olim e internet
48 saber AGOSTO 2020
entrada
Tábua de queijos
Disponha numa travessa, diversos tipos de queijos a
gosto. Decore com frutas tropicais, a gosto.
prato
principal
‘Filet Mignon’ grelhado
Ao bife previamente grelhado com sal e pimenta,
adicione legumes salteados a gosto. Sugiro para o
acompanhamento, a batata doce assada. Finalize
com um molho de cogumelos.
sobremesa
Tarte de limão e chocolate
Prepare uma tarte de limão e disponha numa travessa
decorada com frutos exóticos. Envolva a tarte em
‘chantilly’ e lascas de chocolate negro.
saber AGOSTO 2020
49
ESTATUTO EDITORIAL
A Revista Saber Madeira é uma revista mensal de
informação geral que dá, através do texto e da
imagem, uma ampla cobertura dos mais importantes
e significativos acontecimentos regionais,
em todos os domínios de interesse, não esquecendo
temáticas que, embora saindo do âmbito
regional, sejam de interesse geral, nomeadamente
para os conterrâneos espalhados pelo
mundo.
É um projeto jornalístico e dirige-se essencialmente
aos quadros médios e de topo, gestores,
empresários, professores, estudantes, técnicos
superiores, profissionais liberais, comerciantes,
industriais, recursos humanos e marketing.
Identifica-se com os valores da autonomia, da
democracia pluralista e solidária, defendendo
o pluralismo de opinião, sem prejuízo de poder
assumir as suas próprias posições.
Comunicações, Limitada
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Estatuto Editorial
Mais do que a mera descrição dos factos, tenta
descortinar as razões por detrás dos acontecimentos,
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Pauta-se pelo princípio de que os factos e as opiniões
devem ser claramente separadas: os primeiros
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Através dos seus acionistas, direção, jornalistas
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de modo a não poder prosseguir apenas
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Registo de Marca Nacional nº 376915
ISSN 0873-7290
Registado no Instituto da Comunicação
Social com o nº 120732
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Não Diária - Sócio P-881
Tiragem
7.000 exemplares
[Escrita de acordo com
Novo Acordo Ortográfico]
50 saber agosto 2020