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ALTERNATIVA 209

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Jornal de Opinião!

ANO 15 | ed. 209 | OUTUBRO 2020 | Nova Friburgo | PerIOdico Mensal | Distribuicao Gratuita

ELEIÇÕES 2020

16 candidatos

concorrem

à prefeitura de

Nova Friburgo

Não se tem notícia na história política do

município de um pleito reunindo tantos

candidatos e o envolvimento de 26 partidos.

A disputa pelas 21 cadeiras da Câmara

reúne 556 candidatos, também um número

recorde.

Em ambos pleitos existem expectativas de

uma grande dispersão de votos. O cenário

não descarta a possibilidade da eleição de

novo alcaide com número de votos, percentualmente

abaixo dos registrados em eleições

anteriores amargando com reduzida

representatividade política.

Mais na página 03

NESTA EDIÇÃO

KARIN SCARPA

PÁGINA 2

Carta para minha avó

FELIPE QUINTAS

PÁGINA 2

Homenagem

aos 90 anos da

Revolução de 1930

NEY FABIANO

PÁGINA 3

Eleição em

Nova Friburgo

CÉLIA CAMPOS

PÁGINA 4

Eleições 2020

RAFAEL BORGES

PÁGINA 4

Para quem vai

seu voto em 2020?

PEDRO PINHO

PÁGINA 5

Efemérides

90 ANOS DA REVOLUÇÃO DE 1930

– A ERA VARGAS –

Pedro Pinho reporta no artigo sobre as efemérides de

outubro, o dia 3 daquele mês no ano de 1930, que deu início a

Era Vargas que mudou a história do Brasil (página 05).

Felipe Quintas também presta homenagem aos 90 anos da

Revolução de 30, enumerando o excepcional legado de Getúlio

Vargas para o País e seu povo (página 02).

A ESPERA DE UMA

RESPOSTA CONVICENTE

Este jornal continuar

á a p r e s e n t a n d o

charges, cobrando ao

p r e s i d e n t e o u a

primeira-dama, que

apresentem ao Brasil

u m a e x p l i c a ç ã o

convincente sobre este

fato. Evidentemente,

não repetindo aquela

versão fantasiosa de

quitações de empréstimos

que não foram

e n c o n t r a d o s n a s

quebras de sigilo bancários de Fabrício Queiroz e sua esposa

Márcia Aguiar.

Até então, são inafastáveis as suspeitas que esse dinheiro

venha das ilícitas “rachadinhas” que Queiroz operava, inclusive

beneciando o então deputado estadual Flávio Bolsonaro.

ALDA DE OLIVEIRA

PÁGINA 6

Pobres e pretos

importam mais

LUIS FILIPE SATURNINO

PÁGINA 6

Eleição imprevisível

E MAIS

UMAS & OUTRAS

PÁGINA 7

NOTAS LOCAIS

PÁGINA 8


2 alternativa | NOVA FRIBURGO | OUTUBRO 2020 | ED. 209 |

KARIN SCARPA

Carta para minha avó

FELIPE QUINTAS

Homenagem aos 90 anos

da revolução de 1930

Oi vó!

Tô com saudade de você. A senhora tá bem?

Onde cê tá, tem caqui? E abraço, tem? Aqui não

tem mais, vó. Nem caqui nem abraço. O nosso pé

murchou até morrer. O pai arrancou. Saiu fácil, fácil.

E abraço tá difícil de ganhar. A mãe diz pra gente dar

tchau pro amigo pela janela da sala. Nem no muro

da frente eu chego mais. Brincar só pela tela do

computador, vó. Não gosto não. Dói o olho. A cabeça

embanana. Cansa sem correr. Cansa de car

parada. Não tem mais joelho ralado, nem suor no

sovaco, nem cabelo fedido, mas tem que lavar a

mão a toda hora. E as compras também. Pai ca

zangado que só. Diz que não aguenta mais lavar

saco de arroz e lata de milho. A cozinha tá feia, feia.

Só reclamação. O mingau cheio de canela que eu

comia enquanto a senhora preparava minha merenda

da escola, nunca mais comi. Dá uma vontade na

boca...

A senhora lembra da dona Cenira, da casa verde

da esquina? Não sai mais não. Diz que não quer

morrer de vírus. Nem abre a porta pro Alê entregar o

jornal. Pede pra pôr no tapetinho da entrada. Tá viva, mas tá enterrada lá, a pobre. A mãe também

só deixa eu ir no quintal dos fundos. Quintal medonho. Tá seco, sem grama e sem caqui. A

goiabeira que eu balançava ainda tá lá, mas tá tão vergada que dá dó subir nela. Goiaba não

tem. Da última vez que deu, era só bicho e broca.

Eu tô triste, vó. Queria ter um irmão brincar junto. E chorar junto. Eu choro com a Nalva. A

senhora lembra da Nalva? Era boneca pra doação. Faltava cabelo, faltava roupa, faltava até cílio

nos olhos azuis dela. Veio no saco de brinquedos pros pobres da igreja. A senhora tava organizando

as doações e eu ali sentada nos seus pés. Quando pegou a Nalva, reclamou que tinha

gente que achava que pobre só merecia coisa estragada, gente que confundia doação com lixo.

Ficou brava e colocou a boneca na pilha pra jogar fora. Fiquei com pena dela. Ali, separada do

grupo, vendo quieta os outros brinquedos indo se divertir com novas crianças e ela cando pra

trás. Me deu uma vontade de chorar... Me levantei num pulo, catei a Nalva e apertei no peito.

Falei baixinho, no pé do ouvido dela, que ia ser feliz comigo. A senhora me apertou no peito. Eu e

a Nalva no colo de vó. Nalvinha continua com pouco cabelo, mas pelada não tá mais. Tá cheia

de roupa, a menina. Cada dia troco uma. A vermelhinha de bolinhas brancas é a preferida. Acho

que ela sabe que foi a vó quem fez. Tá toda sorridente. Agora que não brinco mais na rua sou

todinha dela. Hoje acordou molhada. Eu disse que foi xixi. Não queria que ela soubesse que foi

choro meu.

Tô com saudade de tudo, vó. De comer doce de leite na panela vendo desenho, da mãe

reclamar que eu tô fedida de tanto correr, de brigar com a Janete pela manga que cai do pé da

casa dela, de soltar pipa no muro com o Vicente, da escola. Tô com saudade de não querer ir pra

escola. Tô com saudade de você, vó. Mãe e pai também, mas não falam. Eu falo. Eles não querem

ouvir. Mandam logo eu mudar de prosa. Falo com a Nalva, que não fala de volta. Só na

minha cabeça. Aí ela até canta. Canta aquela música do Fui no Tororó que a senhora ensinou,

sabe qual? A senhora ainda canta, vó? Aí tem música? Tem or? Tem caqui? Dá pra caminhar

nas nuvens? E quando chove, vó, dá pra ver a chuva sair debaixo dos seus pés? Dá pra ver a

gente, vó? Dá?

Tem tanta coisa pra te perguntar, vó. Tanta. Mas eu só escrevi essa cartinha pra dizer que te

amo, viu. E que essa coisa de pandemia ia car muito melhor com a senhora aqui. Não ia ter

esse troço que dá nó na garganta e sufoca o peito da gente. Troço ruim esse chamado saudade. E

ia ter mingau, né vó?

Olha, eu vou dormir agora. Mãe gritou pra apagar a luz. Eu já z o nosso combinado, tá? Não

esqueço não. Dei boa noite pra lua como a gente fazia junto e joguei seu beijinho pro céu. Joguei

um pro meu vô também. Durma bem, vó. Eu amo você. Do tamanho do mundo. Daquele mundão

que não cabia na casa da gente.

Muitos beijos da sua neta,

Flor (e da Nalva também)

PS: Meu aniversário tá chegando. Você vem me ver em sonho, vó? Vem?

A p ó s a R e v o l u ç ã o d a

Independência, que consagrou, em 2

de Julho de 1823, na Bahia, a vitória

do Brasil sobre Portugal pela luta

armada do povo brasileiro, a Revolução

de 3 de outubro de 1930, que

completa 90 anos, é, enquanto

Revolução Nacional, a continuação e o

aprofundamento da sua predecessora.

Foi a Revolução de 1930 quem,

pela primeira vez desde a demissão de

José Bonifácio do Gabinete Imperial e

de seu irmão Martim Francisco do

Ministério da Fazenda, em julho de 1823, iniciou a obra de edicar a nossa independência

econômica e social a partir da independência política já conquistada.

O que se iniciou, com a chegada de Getúlio Vargas, dos tenentes e de vários tipos de

reformadores ans às instâncias máximas do Estado, foi a obra de edicação das bases

materiais e institucionais da nossa soberania, até então ausentes na prática. Não foi

iniciada apenas a industrialização pesada e o que se chama de “nacionaldesenvolvimentismo”;

aspecto esse geralmente mais destacado pelos estudiosos e

comentaristas.

Foram, também, começados os pressupostos para um desenvolvimento saudável e

sustentado: a criação de uma administração pública moderna e eciente por meio do

DASP (Departamento Administrativo do Serviço Público), criado em 1938; o controle

nacional sobre as nanças e os nossos recursos naturais, constitucionalizados em 1937; a

educação pública, gratuita e de qualidade e o amparo à saúde das crianças e das famílias

trabalhadoras, pela criação do Ministério da Educação e Saúde, já em 14 de novembro de

1930; o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, criado já em 26 de novembro de

1930, para organizar as relações entre patrões e empregados de maneira negociada entre

eles; as leis trabalhistas, estendidas aos trabalhadores canavieiros em 1941 e reunidas

pela CLT em 1943, garantindo, pela primeira vez, que o crescimento econômico e a

industrialização não se dariam com o sacrifício dos trabalhadores mas serviriam também a

eles; a promoção de uma identidade nacional autenticamente brasileira, descriminalizando

e promovendo o samba e a capoeira, organizando o Carnaval e democratizando o até

então aristocrático futebol. Também foram criados inúmeros museus e fundações para

preservar a memória nacional. Valem mencionar, também, os avanços democráticos e

civilizatórios introduzidos pela Revolução de 1930, como o voto feminino e o voto secreto,

aplicados já na eleição constituinte de 1933; a igualdade de direitos entre lhos bastardos

e legítimos; e a descriminalização do aborto para casos de estupro.

Com Getúlio, o Brasil ganhava feições de Nação. Formaram-se grandes empresas

nacionais que logo estariam entre as maiores do Brasil e, em vários casos, do mundo,

como a Vale do Rio Doce, a CSN, a FNM, a CHESF e a Petrobrás. O Brasil se desenvolvia

de forma autônoma, sem presença signicativa de capital estrangeiro, e para dentro,

procurando integrar todas as regiões e todos os contingentes populacionais brasileiros,

envolvendo-os em um mesmo projeto nacional. Pela primeira vez, começava-se a desfazer

o funesto legado da escravidão, a que a República Velha havia sido indiferente.

Por tudo isso, a Revolução de 1930 atraiu acirrada oposição dos setores plutocráticos e

estrangeiros insatisfeitos com a ruptura da ordem colonial até então existente. Não

contentes em golpear Getúlio em 1945, levaram-no à morte em 1954. Não o impediram,

contudo, de se tornar a maior gura histórica do século XX e de toda a história do Brasil. A

Revolução de 1930 até hoje não foi perdoada por seus inimigos, e todo o desmonte a que o

Brasil é submetido hoje ainda é a busca pela destruição do seu legado. Legado esse que,

para ser vivo, precisa ser resgatado e retomado, não como ornamento demagógico, mas

como prática política daqueles que sonham com o Brasil grande, unido e generoso que

Getúlio Vargas também sonhou.

KARIN SCARPA é escritora, graduada em história UFF

e pós-graduada em fotografia pela UCAM

FELIPE QUINTAS é doutorando em Ciência Política pela Universidade Federal Fluminense.


alternativa NOVA FRIBURGO | OUTUBRO 2020 | ED. 209 | 3

NEY FABIANO DE CASTRO

A eleição de Nova Friburgo

O eleitores friburguenses devem estar perplexo com os 16 postulantes ao mandato

de Prefeito e de 556 candidatos às 21 cadeiras da Câmara. Um incremento em

relação ao pleito de 2016 de 62,5% para a eleição majoritária e de 54% % para a

proporcional.

Eleitorado

Difícil identicar as razões e motivações para que tantas pessoas coloquem seus

nomes para as escolhas dos 151.502 eleitores aptos a votar na eleição de um turno,

no dia 15 de novembro. As mulheres ampliaram sua maioria no eleitorado com

52,9%contra 47,1 dos homens.

Merece uma exame mais aprofundado o pequeno crescimento do eleitorado entre

nestes últimos 4 anos que acrescentou apenas 457 novos eleitores eleitores aos

151.045 registrados na eleição de 2016.

Uma das causas já detectada foi a signicativa redução do Voto Facultativo de

Jovens, tendência também observada pelo TSE a nível nacional. O desinteresse da

juventude friburguense na participação política é expresso nos seguintes números: em

2016 1.185 jovens nas faixas etárias de 16 e 17 anos se inscreveram como eleitores

(577 masculino e 608 feminino). Estes números caíram em 2020 para 367 (174

masculino e 193 feminino).

Outros Eleitores Facultativos são os com idade igual ou superior a 70 anos. Em

uma outra comparação, observa-se que, em 2016, este segmento somava 16.399

eleitores, e em 2020, de acordo com as crescentes taxas de longevidade, subiu para

19.645.

Este grupo, somado ao eleitorado jovem, que também não tem obrigatoriedade de

votar, tem peso signicativo no total da Abstenção.

indireta que utilizará as Sobras, ou seja, o montante de votos dados a partidos que não

conseguiram superar o quociente eleitoral. Essas sobras serão aproveitadas para

eleger vereadores para as cadeiras sobrantes. em um processo recorrente de cálculo

que inicia com os partidos com o maior Quociente Partidário. A experiência de eleições

anteriores sugere que, sem as coligações, o número de eleitos indiretamente (por

sobras) será muito superior ao de outras eleições. Isto, apesar do empenho dos

partidos em atrair o maior número de candidatos para compor suas “nominatas” até o

limite do número e cadeiras mais sua metade. 16 dos atuais vereadores concorrem a

reeleição e historicamente uma boa parte deles consegue seu intento.

Dados de eleições anteriores e palpites para 2020

O quadro abaixo mostra os dados apurados para Prefeito de 5 eleições anteriores e

inclui também uma previsão desta coluna para a próxima eleição de 15 de novembro.

O palpite mais crítico é o número de Votos Válidos, obtido subtraindo do

Comparecimento (nº de pessoas que votaram) a Abstenção mais os votos em Branco e

Nulos. Os dados dos 5 últimos pleitos mostram um crescente tendência do não

comparecimento as urnas. Neste pleito, com o agravante da pandemia há uma

expectativa de aumento elevado da abstenção (previsões estimam entre 26% e até

30%)

Por último, com base nos últimos resultados para a eleição da Câmara e utilizando

os mesmos parâmetros da previsão de votos válidos para Prefeito, estima-se que o

Quociente Eleitoral necessários para um partido eleger vereador se situe em 4.400

votos válidos.

O aumento de candidatos

Há indícios de que as novas regras estabelecidas na última Reforma Política,

notadamente, as Cláusulas de Barreiras que exigiram índices de desempenho eleitoral

dos 33 partidos inscritos no TSE. Entretanto, com 26 partidos participando da eleição

friburguense esta restrição não pode ser considerado como signicativa.

Diferentemente, a Proibição de Coligações nas eleições proporcionais de deputados

e vereadores inuiu muito no aumento de candidatos para os cargos de prefeito e de

vereadores. Todos partidos que concorrem a Câmara tem estrategicamente candidatos

a Prefeito, um cabeça de chapa que dá visibilidade a respectiva legenda.

O cenário local não deixa de reetir a grande fragmentação dos partidos com

assentos nos diversos parlamentos, que em tese, explica o elevado número de

candidatos à Prefeitura. É esperado que, a partir da divulgação de pesquisas eleitorais

conáveis, surjam em torno de 6 a 8 candidatos a Prefeito com possibilidades maiores

de sucesso. Todavia parece inevitável que ocorra uma grande dispersão de votos

culminará com a eleição de um novo alcaide com pequeno apoio eleitoral e representação

política.

Câmara Municipal

A eleição para a Câmara pode trazer algumas surpresas. Sabe-se que no sistema

eleitoral proporcional predomina o critério partidário, o que leva muitas vezes os mais

votados a não se elegerem. A regra principal, uma verdadeira barreira, é o “Quociente

Eleitoral”, que corresponde ao resultado da divisão dos Votos Válidos (em candidatos

ou legendas partidárias, excluídos os em branco e nulos) por 21 cadeiras estabelecidas

para a Câmara,

O Quociente Partidário previsto no sistema proporcional corresponde ao resultado

da divisão dos Votos Válidos pelo Quociente Eleitoral. Assim, cada partido elegerá

diretamente tantos vereadores quanto for o seu Quociente Partidário, em ordem dos

mais votados dentro de sua lista de candidatos. Usualmente a regra de eleição direta

não preenche todas a vagas disponíveis. Ai entre em cena um mecanismo de eleição

Em tempo: O colunista DECLARA SEU VOTO para o exvereador

CLÁUDIO DAMIÃO. E escolherá uma candidata a

vereadora, torcendo que as mulheres que, são maioria do

eleitorado, aumentem sua participação na Câmara,

atualmente sub-representadas por apenas 2 parlamentares

dos 21 cargos existentes.

NEY FABIANO DE CASTRO é graduado em Direito e Administrção | neyfabianocastro@gmail.com |


4

alternativa

| NOVA FRIBURGO | OUTUBRO 2020 | ED. 209 |

CÉLIA CAMPOS

Eleições 2020

RAFAEL BORGES

Para quem vai

seu voto em 2020?

Nova Friburgo sempre foi uma cidade operária voltada para elite. Já foi

polo hoteleiro, de moda intima, gastronômico, metal-mecânico, e sabe-se-lá

mais o quê. Mas, nunca foi polo de saúde, educação, mobilidade ou

qualquer outra coisa voltada ao cidadão, o foco é sempre o empresariado.

É uma cidade com custo de vida caro, muito graças à privatização dos

serviços: da coleta de lixo, passando pelo transporte, até energia e água.

Esse modelo de cidade operária voltada para poucos não parece ter dado

certo. Ao longo dos anos, a população empobreceu e não teve qualquer

melhora dos serviços mais básicos.

É hora de elegermos uma administração que tenha políticas voltadas para

área social, que pense na melhoria de vida dos mais pobres.

O Estado (lato sensu) deve servir a quem precisa.

Transporte Coletivo Público

A situação da concessão do transporte em Nova Friburgo é surreal. Dos 4

anos do atual governo, dois, ou seja, durante metade do mandato, a

empresa atua em agrante desrespeito à legislação.

O contrato acabou em setembro de 2018 e até a presente data, o que se

vê é a empresa tripudiando. Tem um “acordo” não homologado pela Justiça.

Não compareceu ao certame licitatório, não obedece ao decreto legislativo

que reduz a tarifa. Assim como, não obedece horários e quantitativo de

veículos.

Em nenhum outro governo se chegou, nem perto, de situação tão

esdrúxula. O governo atual não toma qualquer providência quanto a farra da

empresa de transporte.

Não foram poucas as tentativas de reunir o campo popular-democrático

da cidade em torno do mesmo projeto eleitoral. Uma eleição fragmentada

como a que se avizinha, em cidades sem segundo turno, exige muito mais

jogo de xadrez do que análises intuitivas. As desculpas que ouvi na

perspectiva de justicar a proliferação de candidaturas do mesmo campo

soaram tão ingênuas quanto contraditórias. Algumas parecem construídas

para esconder vaidades inconfessáveis; outras parecem ignorar a conjuntura

política de momento, como se a democracia brasileira fosse um belo pássaro

voando em céu de brigadeiro. Declaro meu voto no candidato Cláudio

Damião porque é de longe a pessoa mais preparada para governar a cidade

e também porque, como poucos, compreendeu as especicidades do

próximo processo eleitoral e trabalhou arduamente pela construção da

unidade.

Nova Friburgo não tolera mais uma gestão publica burocrática,

enfadonha, pouco criativa e rendida às diculdades inerentes à

administração de uma cidade de médio porte, que é pólo numa região

tremendamente afetada pela crise econômica que assola o país. O prefeito

que se propunha moderno, experiente, eciente e dinâmico não fez nada

além da boa e velha acomodação de interesses. Negociou com a Câmara

Municipal, aquela conhecida chancelaria de atos do Executivo e, embora

encontrasse alguns reveses e percalços, nada foi efetivamente capaz de

desmontar as estruturas dessa relação viciada. Para além de recolher ampla

antipatia popular, em todos os distritos e bairros da cidade, ninguém sabe a

que vem se dedicando a liderança política mais importante do município.

A pandemia funcionou como aquela prova de recuperação do aluno

relapso. Poderia ter servido para salvar a gestão, demonstrando capacidade

de enfrentamento, articulação interna e com outros entes federativos,

disposição para agregar e força política. Ao invés disso, assistimos ao caos:

passando por ordens desencontradas, decretos pouco compreensíveis,

atitudes insensíveis, confusões cromáticas com as bandeiras de sinalização,

de perigo e negligência com o pessoal de apoio à saúde, tudo parece ter sido

planejado para dar errado. Como, aliás, aconteceu na maior parte do país –

este sempre foi, anal, o projeto de Jair –, Nova Friburgo experimentou

dezenas de mortes evitáveis, assim entendidas como aquelas que, a

depender de políticas públicas bem desenhadas e executadas, não nos

pegariam de surpresa.

Cláudio Damião dispõe de muito diferenciais. Dispensemo-nos de

revisitar seus predicados morais e éticos, colocados à prova durante

décadas de vida pública imaculada. Centremo-nos, pois, na sua disposição

de governar a cidade com espírito democrático, radicalmente participativo e

transformador. A genuinidade de seus propósitos está tatuada em um

histórico de ousadia e comprometimento. Cláudio Damião sempre colocou

sua energia política em defesa dos mais pobres, da probidade

administrativa e do envolvimento popular nos processos decisórios. Em

2021/2024 não será diferente. Vamos juntos.

CELIA CAMPOS é advogada

RAFAEL BORGES é advogado | rafaelborges@nb-advs.com.br


alternativa NOVA FRIBURGO | OUTUBRO 2020 | ED. 209 | 5

PEDRO PINHO

Efemérides

A história do Brasil tem sido a luta pela independência, pela soberania nacional

contra as imposições coloniais do liberalismo. E no mês de outubro podemos

comemorar importantes datas para estas conquistas, para os uxos civilizatórios no

Brasil e no mundo.

No mundo, a Revolução Chinesa de 1949, que trouxe nova perspectiva da

participação popular, consciente e adequada às condições nacionais. O

desenvolvimento socialista chinês buscou a realidade material e a nacionalização do

pensamento, ou seja, agir conforme as condições físicas e culturais do país. E,

passados 71 anos, a República Popular da China (RPC) desponta como potência

mundial, colocando uma efetiva opção de rumos para humanidade: o nacionalismo

socialista. E contra ele temos o liberalismo colonizador e belicista, dentro e fora de

suas fronteiras, dos Estados Unidos da América (EUA), também, de certo modo, o

nacionalismo russo, com as transformações que vem ocorrendo naquele país desde

Pedro, o Grande, e outras opções de menor expressão, como aquela dos estados

islâmicos.

No Brasil tivemos a Revolução de 1930, movimento popular, de todas as classes

sociais, que redirecionaram a condução do Brasil para a inclusão dos trabalhadores,

para a educação libertadora, para a consciência de nossas riquezas e para a

contemporaneidade da economia industrial. E aquele momento de nossa história,

denominada Era Vargas, vem passando por avanços e retrocessos nestes 90 anos.

Outro avanço, também em outubro, deu-se em 1953 quando, no dia 3, o

Congresso Nacional aprovou a Lei 2004, criando a maior empresa brasileira,

promotora do desenvolvimento, a Petróleo Brasileiro S.A. PETROBRÁS.

Lamentavelmente há minoritária parcela de nossa população, que detém aqui

poder econômico, controle das instituições de repressão e de doutrinação, que vem

dicultando os avanços nacionalistas e civilizatórios, como o que vivemos neste

momento. E atendendo aos interesses do liberalismo e dos impérios estrangeiros,

tem deles ajudas de toda natureza como se viu no golpe de 1964.

No contra uxo, o mês de outubro deste ano já conta com a decisão do Supremo

Tribunal Federal (STF), de 1ª do mês, abrindo ao capital estrangeiro o controle do

reno no Brasil. Sem qualquer ressalva, armo que esta decisão prenuncia dias

muito piores para o Brasil.

Mas há ainda um fato que reputo mais grave. De quem se diz de esquerda,

assume posturas aparentemente em defesa da democracia (palavra de muitos e

distintos signicados) e convoca para Conferências sobre os 100 anos da República

de Weimar (!). Sim caros leitores, o Brasil vivendo a alienação física e cultural de sua

gente, a entrega das riquezas naturais e tecnológicas conquistadas com dedicação

de gerações (Embraer, Petrobrás, Eletrobrás, Base de Alcântara), e quando a

Petrobrás sofre um golpe crucial do Supremo Tribunal Federal (STF), parcela dos

caminhoneiros articula greve, revoltados com a traição de quem elegeram para

Presidente, a Carta Maior convoca para uma masturbação coletiva, lançar no esgoto

qualquer esforço que possa germinar numa transformação no Brasil.

Menos mal seria analisar o pleito municipal de São Paulo, em 1959; os 61 anos

da eleição, por cerca de 100 mil votos, do rinoceronte Cacareco.

Neste mês, além da Petrobrás, também se comemora outra grande empresa,

símbolo de nossa nacionalidade, são 212 anos da fundação, por Dom João VI, do

Banco do Brasil pelo Alvará de 12 de outubro de 1808. E que os responsáveis pela

economia no Governo Bolsonaro procuram se descartar, como se fosse um traste

inútil. O Banco do Brasil é o principal sustentáculo da economia agrária e da criação

pecuária nacional; sua ausência afetará seriamente o abastecimento brasileiro, o

que para os liberais é altamente desejável, pois signica também a morte dos mais

necessitados.

Foi também em outubro que nasceu o cruzeiro, a moeda nacional instituída por

Vargas, conforme a Lei 4.791, de 05/10/1942.

Outro fato de outubro pode gerar um importante debate. Em 29 de outubro de

1945, um golpe militar põe m ao Estado Novo. Teria sido benéco para o Brasil?

São igualmente respeitáveis as respostas.

Para este nacionalista escriba, a resposta é não. Isto não signica qualquer

preferência por ditaduras ou regimes de qualquer forma não democráticos. Mas

como os seres humanos, os animais, os vegetais, há um caminho a percorrer até a

maturidade, ao apogeu da vida e da força e do vigor.

A soberania da Nação é, para mim, a base, o alicerce onde se construirão todos

os atributos da cidadania. Pode-se, acaso, imaginar uma colônia democrática?

Certamente será preciso dar muitas voltas e interpretações pouco convincentes para

imaginar a democracia sem liberdade.

E um país sem soberania é um país escravo, uma colônia, cujas manifestações

explícitas vemos, a cada momento, em personalidades governamentais. E não

apenas dos Governos Temer e Bolsonaro.

O presidente Lula se confessou derrotado por Henrique Meirelles, Guido

Mantega, poderia também incluir Aloizio Mercadante e Fernando Haddad, adeptos

de um Banco Central unicamente dirigido para os banqueiros, que tem o ilusório

nome de Banco Central independente, ou seja, que não presta contas à Nação. E

quando Lula se sentiu derrotado? Quando ao invés de privilegiar a dívida nanceira

no orçamento federal, propunha que se colocasse em primeiro lugar a geração de

emprego. E, ao m, tivemos todos os governos petistas repetindo o mantra do

Consenso de Washington: primeiro os banqueiros, depois as empresas estrangeiras

e nalmente os ricos nacionais. Para os pobres e todos os necessitados, nada. Ou o

que sobrar. É a melhor tradução que conheço do tripé macroeconômico, que, por

sua vez, é uma súmula do decálogo determinado no Consenso de Washington.

Assim, caros amigos, outubro não é um mês das bruxas, nem de cópias mal

feitas de culturas estrangeiras. Outubro tem o dia do saci, que neste ano cai no

sábado, 31/10.

Parabéns!

PEDRO AUGUSTO PINHO é avô e administrador aposentado


6

alternativa

NOVA FRIBURGO | OUTUBRO 2020 | ED. 209 |

ALDA MARIA DE OLIVEIRA

Negros e pobres

importam muito mais

LUIZ FELIPE SATURNINO

Eleição imprevisível

A pandemia está

fazendo o mundo dar

um giro de 360º;

quando passar, estaremos

exatamente no

mesmo lugar principalmente

em terras

brasileiras. Os invisíveis

– empobrecidos e

oprimidos e oprimidos

– terão ganham

u m d i n h e i r i n h o ,

assim no diminutivo,

que não deu para

nada a não ser para

subir, como nunca antes na história deste país, o índice de aprovação do gestor federal.

Aquele que foi à ONU descrever o país de mentirinha onde até, acreditem! alimentamos

grande parte do mundo com o produto do nosso agronegócio. Pode até

ser, mas por que então temos tanta gente com fome? Onde está o nó que impede que

as famílias tenham justas três refeições por dia?

Tudo tem um começo. E a escravidão se candidata a ser uma das causas da miséria.

Povo negro africano escravizado só comia à noite, nas senzalas, os restos da casa

principal, dos brancos. Exatamente como hoje, século 21, ano 2020.

Época houve em que se mostrava o Nordeste como arena da miséria. No campo,

no interior.

A culpa era da seca. Aí democratizou-se a seca, a miséria, o desgoverno, sentouse

os políticos numa Brasília dita de governo central, elegeu-se uma cambada de

senadores e deputados que fazem o lhes interessa e esqueceram que o Brasil é formado

por um povo de duzentos milhões de pessoas. Muitos camponeses foram chegando

para as periferias das cidades, trocaram de território, mas não conseguiram

trocar de sorte: continuaram empobrecidos e oprimidos.

O Estado do Rio de Janeiro então se especializou em produzir governadores que

saem direto do Palácio das Laranjeiras, para a prisão em Niterói. Esforçaram-se eles,

em construir uma engenharia de roubalheira magníca, conseguindo roubar um

estado decididamente falido.

O resultado não poderia ser outro. As comunidades faveladas das duas maiores

cidades do país sentem fome, aquela crucial, terrível, de se abrir a geladeira ou os

armários e tudo são prateleiras vazias.

E as esquerdas, as esquerdas que semearam a esperança, a renda mínima,

foram, paulatinamente se afastando das bases, baixando o tom da necessária crítica,

perdendo o rumo, rasgando compromissos e se acomodando no andar de cima.

Restaram ações, de ponta a ponta do país, dum grupo de brasileiros e brasileiras

que se importa, que vai à luta colocando-se a serviço de mitigar a miséria. Falo da

CUFA – Central Única das Favelas. Entretanto são barrados por questões de infraestrutura

governamental quando distribuem kits de higiene, álcool gel, sabão, máscaras

e falta água nas torneiras.

Fico com a citação de um dos brasileiros vivos que mais admiro, Leonardo Boff

“nada mais humanitário, social, político, ético e espiritual que saciar a fome dos

pobres da Terra”. Só com eles, juntos, irmanados, conseguiremos dar um novo rumo

à sociedade igualitária. Essa a tarefa maior pós-pandemia.

ALDA MARIA DE OLIVEIRA Engª Agrª, UFPEL/RS;

M. Sc. Imperial College, London University e avó de Maria Clara e Micaela Flor

| aldah.olive@bol.com.br |

Foi dada a largada para a

corrida eleitoral em Nova Friburgo.

O cenário está extremamente

fragmentado. São inéditos

16 candidatos a prefeito. O

tão propalado afunilamento das

pré-candidaturas acabou não

acontecendo no período de

convenções partidárias. Poucos

saíram do páreo. Temos o atual

Prefeito Renato Bravo (PP)

concorrendo a reeleição. Querendo

se transferir da Câmara

para o Palácio Barão de Nova

Friburgo: Alexandre Cruz (Cidadania), Johnny Maycon (Republicanos) e Sergio Louback

(PSC). Há o ex-deputado estadual Wanderson Nogueira (PDT), além do ex-vereador Cláudio

Damião (PSOL). Dois médicos postulantes: Luis Fernando (PROS), ex-vereador, e

Arthur Mattar (Avante), ex-diretor médico do Hospital Raul Sertã no atual governo. Empresários

cada um ao seu estilo: André Montechiari (PRTB) e Juvenal Condack (PSD), exsecretário

de fazenda do governo Rogério Cabral. Há uma delegada, Danielle Bessa (PSL).

Uma representante do distrito de Lumiar, Silvia Faltz (PT). Ainda há o engenheiro Cacau

Rezende (PV), o bancário Hugo Moreno (PSTU), o radialista Mariozan (PTC) e a bióloga

Lucidarlen Novaes (PMB).

O cardápio eleitoral friburguense está sortido. Tem de tudo um pouco. É o maior número

de candidatos da história política de Nova Friburgo. Esta fragmentação ocorre pela fraca

gestão do atual Prefeito com um governo mal avaliado pela população. Com isso não teve o

poder de aglutinação dos partidos em torno da sua candidatura. Caso fosse um bom governo

naturalmente aglutinaria em torno de si o apoio de vários grupos políticos. Outro fator é

o m da coligação proporcional que obriga todos os partidos a lançarem uma nominata de

candidatos a vereador a mais completa possível e a candidatura própria pode ajudar a

garantir uns votos de legenda. É uma aposta arriscada. Poucos partidos conseguiram formar

uma nominata completa, dicultando a dar densidade ao candidato a prefeito. Daí a

importância de formar uma coligação sólida para viabilizar a candidatura majoritária. É

muito difícil ir para rua pedir voto sem o amparo de um grupo substancialmente coeso.

Todos os campos ideológicos estão divididos nesta eleição. Acabam disputando o

mesmo nicho do eleitorado. O bolsonarismo se divide entre três candidaturas: a do PSL,

composta pelo grupo do deputado federal Luiz Lima; a do Republicanos onde estão liados

os dois lhos do Presidente; e a do PRTB do Vice-Presidente Hamilton Mourão. Tentam se

alinhar com a gura presidencial.

O campo progressista rachou em quatro candidaturas. Não houve a capacidade de

dialogar na construção de uma unidade, ou de pelo menos se costurar um consenso. Então

PSOL, PT e PV lançaram candidatos próprios. PDT e PSB se juntaram em torno de uma só

candidatura.

Mas a centro-direita também cou no mesmo cisma com sete candidaturas. A fragilidade

do Prefeito inviabilizou a aglutinação das diversas forças políticas. Aliás, o mesmo

grupo político aposta simultaneamente em três candidatos quando deveriam estar unicados.

Mas dessa vez, com o risco de dar soma zero, ou seja, um anular o outro diante da

pulverização do cenário pela enorme quantidade de postulantes.

Tanto a direita quanto a esquerda estão divididas nesta eleição municipal. Ambas não

conseguiram aparar as suas arestas. O caminho natural seria convergir para candidatos

viáveis eleitoralmente dentro de uma construção coletiva. Mas as vaidades prevaleceram.

Ninguém entendeu por um projeto maior abrir mão da sua candidatura, chegando ao

recorde de 16 candidatos. Os projetos pessoais se impuseram com partidos isolados lançando

candidaturas próprias em todo o espectro político municipal. Assim o resultado da

eleição cou imprevisível sem nenhum favorito. A única certeza é quem ganhar terá uma

votação bem abaixo da maioria necessária para governar a cidade. Muitos candidatos

estão disputando o mesmo nicho do eleitorado que continua profundamente indeciso e

desinteressado em dar seu voto de conança.

LUIS FILIPE SATURNINO é advogado e cientista social | filsaturnino@gmail.com


alternativa NOVA FRIBURGO | OUTUBRO 2020 | ED. 209 | 7

UMAS & OUTRAS

Mentira tem pernas curtas

No discurso na abertura da Conferência da ONU Bolsonaro armou que está

transferindo mil dólares como Auxílio Emergencial à população vulnerável em razão

da pandemia. Uma mentira que, generosamente colunista de economia do O Globo,

considerou imprecisão e erro.

Fazendo as contas: 1) o dólar comercial de compra do dia (o mais barato)

custava R$ 5,44; 2) As parcelas já pagas (5 x R$ 600 + 3 R$ 300) somam R4

4.200,00 que equivale a US$ 736; 3) Faltam 1000 – 736 = US$ 264, o que

corresponde a R$ 1.436,16.

Não à toa, pessoas já ingressaram com ações na Justiça cobrando a diferença.

Micheque (1)

“Hey, Michelle, conta aqui para nós

A grana que entrou na sua conta é do Queiroz?

Hey, capitão, como isso aconteceu?

Levante a mão pro alto e agradeça muito a Deus”

O conjunto Detonautas Roque Clube lançou música e

vídeo, que viralizou nas redes sociais, contendo uma sátira ao

caso, até agora sem explicação convincente, de depósitos

realizados por Fabrício Queiroz e sua esposa (ex assessor de

Flávio Bolsonaro) na conta da primeira dama Michelle

Bolsonaro. A letra do vocalista do conjunto Tico Santa Cruz

repete na estrofe inicial a indagação que o país faz.

Micheque (2)

Segundo informe da imprensa, a primeira dama esteve em uma delegacia de São

Paulo para registrar queixa e tentar proibir a divulgação da música Micheque

(disponível em YouTube Music”.

Oportunismo e incoerência

Bolsonaro assinou lei aumentando

para cinco anos a pena para quem

maltrata cães e gatos. Assim, o resto dos

animais podem serem maltratados nos

rodeios e caçados pelos estimados

membros dos clubes de caça. A cena foi

emocionante, ele e dona Michelle com

cães no colo, uma cachorrada junto a um

monte de gente inclusive beijando os animais. Ninguém ali mencionou os bichos

queimados no Pantanal. Um aceno oportunista aos milhares de cachorreiros. Ele é

contra maus tratos em animais, mas defende a tortura em humanos.

Inecácia e negativismo

Quatro meses antes de ser contagiado pelo Covid-19, Trump declarou em 18 de

maio tomar hidroxicloroquina para se prevenir da doença: “Eu tomo, muitos

médicos tomam. Espero não precisar tomar, espero que encontrem alguma

resposta(vacina), mas acho que as pessoas devem ser autorizadas (a tomar.”

Ecos da Assembleia da ONU

Ganhou grande repercussão matéria publicada nas redes sociais com pequenos

trechos de alguns pronunciamentos com contrastes humanitário mais importantes:

- China – Xi Jinping: “Vivemos em uma aldeia global

interconectada com um interesse comum. (...) Nenhum país pode

ganhar com as diculdades dos outros ou manter a estabilidade

tirando vantagem dos problemas dos outros. (...) Devemos nos ver

como membros da mesma grande família, buscar a cooperação

ganha-ganha e superar as disputas ideológicas. (...) Várias vacinas

Covid-19 desenvolvidas pela china estão em testes clínicos de fase III (...) essas

vacinas se tornarão um bem público global e serão fornecidas a outros países em

desenvolvimento com prioridade”.

- EUA – Donald Trump: “Setenta e cinco anos após o m da

Segunda Guerra Mundial e a fundação das Nações Unidas, estamos

mais uma vez engajados em uma grande luta global. Travamos uma

batalha feroz contra o inimigo invisível – o vírus da China – que

ceifou inúmeras vidas em 188 países. (...) Distribuíremos uma

vacina, derrotaremos o vírus, acabaremos com a pandemia e

entraremos em uma nova era de prosperidade, cooperação e paz sem

precedentes. Enquanto buscamos esse futuro brilhante, devemos responsabilizar

a nação que desencadeou essa praga no mundo: a China”.

- Argentina . Alberto Fernández: “Esta pandemia nos revelou frágeis

e recriou a necessidade de construir pontes entre pessoas, entre

nações e entre regiões. Não é tempo de globalizar a indiferença,

mas globalizar a solidariedade em suas múltiplas dimensões.

(...) Temos que ser capazes de sonhar e construir uma vacina contra

a injustiça social, a depredação ambiental, a discriminação em

todas as suas formas. (...) Nenhum país pode pagar sua dívida às custas de que

seu povo que sem saúde, sem educação, sem segurança ou sem capacidade de

crescer. Também é equilíbrio priorizar os direitos humanos sobre todo o resto.”

Em tempo: o pronunciamento de Bolsonaro não merece qualquer comentário.

AGU tentou em uma tacada promover 606 procuradores

ao topo da carreira com salários de R$ 27,3 mil

Temendo a reforma administrativa que Bolsonaro está gestando, a Advocacia

Geral da União – AGU promoveu de uma única vez 606 procuradores ao topo da

carreira. As promoções ocorreriam sem que houvesse necessariamente alteração de

funções. Graças a imprensa que botou a boca no trombone sobre a medida absurda,

as promoções foram revogadas.

Véio da Havan desiste de IPO na bolsa

O empresário bolsonaristas, Luciano Hang, que gosta de se

fantasiar de Zé Carioca, não conseguiu convencer investidores

sobre o valor de sua empresa e teve que desistir de lançar oferta

pública de ações de sua empresa na bolsa de valores. A falta de

operação forte e polêmicas políticas rebaixaram pelos

investidores o valor por ele pretendido que o levou a desistir

Do Vice Mourão sobre o torturador Coronel “Brilhante Ustra”

“Um homem de honra que respeitava os direitos humanos de

seus subordinados”

Conclusão: não adianta nos livrarmos só do Bolsonaro

(A Declaração foi feita em entrevista do Vice-Presidente a TV

alemã Deutsche Welle e revelada em matéria publicada pela

jornalista Sarah Teólo)


8

alternativa

NOVA FRIBURGO | OUTUBRO 2020 | ED. 209 |

NOTAS LOCAIS (por Luiz Felipe Saturnino)

Cardápio eleitoral variado

A eleição de Nova Friburgo tem inéditos 16 candidatos a prefeito. São

e l e s : Re n a t o B r a v o ( P P / M D B ) , A l e x a n d r e C r u z ( C i d a d a-

nia/DEM/Podemos/Solidariedade), Johnny Maycon (Republicanos), Sergio

Louback (PSC/PSDB/PL), Wanderson Nogueira (PDT/PSB), Cláudio Damião

(PSOL/PCB), Luis Fernando (PROS/PTB/DC), Arthur Mattar (Avante), André

Montechiari (PRTB), Juvenal Condack (PSD), Danielle Bessa

(PSL/Patriotas), Silvia Faltz (PT), Cacau Rezende (PV), Hugo Moreno

(PSTU), Mariozan (PTC) e Lucidarlen Novaes (PMB).

Nova Friburgo recordista

As disputas mais acirradas estão em seis cidades, que têm 16 candidatos

cada uma: Campo Grande (MT), Contagem (MG), Curitiba (PR), Goiânia

(GO), Nova Friburgo (RJ) e Santos (SP). Entre essas, o maior crescimento foi

de Nova Friburgo: 167%. O nosso município teve apenas seis concorrentes

ao cargo em 2016.

Pequenas coligações

majoritárias

As coligações majoritárias demonstram uma tendência. No máximo,

quatro partidos apoiando um candidato a prefeito. Ninguém conseguiu a

formação de uma ampla aliança para disputar a eleição. O Prefeito Renato

Bravo só se coligou a um partido. Dessa forma, os tempos de televisão

caram parecidos.

Distribuição do tempo de televisão

O maior tempo de televisão é do Prefeito Renato Bravo com 1min 24segs;

após vem o Vereador Sergio Louback com 1min 22segs; em seguida o

Presidente da Câmara Alexandre Cruz dispõe de 1min 19segs; a Delegada

Daniele tem 1min 12segs; já Wanderson Nogueira cou com 1min 11segs;

Silvia Faltz do PT 1min 04segs; o ex-secretário Juvenal Condack tem

43segs; o vereador Johnny Maycon está com 38 segs; Dr. Luis Fernando

conta com 24segs; o ex-vereador Cláudio Damião tem 18 segs; o ex-Diretor

Médico do HRS Arthur Mattar com 12segs; por m Cacau Rezende com

9segs.

Vereadores candidatos

Dos 21 vereadores, três disputam a eleição para prefeito: Alexandre Cruz,

Johnny Maycon e Sérgio Louback. A vereadora Nazareth Catarina é a única

que não disputa a eleição este ano. Os demais 16 vereadores são candidatos

à reeleição.

Fases da campanha

A campanha eleitoral se iniciou freneticamente com postagem de vídeos

e material de divulgação tanto dos candidatos a prefeito quanto a vereadores

pelas redes sociais em tempos de pandemia. Agora se iniciou a segunda

etapa através da propaganda eleitoral de televisão quando o eleitor começa

prestar atenção na eleição. Contudo, o eleitorado começará a se denir nos

últimos vinte dias de campanha, quando provavelmente se intensicará a

presença dos candidatos nas ruas pedindo votos.

NOSSOS PARCEIROS

EXPEDIENTE

Banca Raul Sertã

Banca do Chiquinho

Banca da Galeria São José

Banca ABC/Extra

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Banca do Cônego

Banca do Wagner

Banca Vila Amélia

Casa Riachuelo

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Banca de Conselheiro

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Wagner

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Narciso|Portela

Marcello

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Leandro

General Osório

Alberto Braune

Alberto Braune

Alberto Braune

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Praça Sant’Ana

Roseiral (Olaria)

Vila Amélia

Francisco Mieli

Suspiro

Praça Lafayete Bravo

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Diretor Responsável:

NEY FABIANO DE CASTRO | neyfabianocastro@gmail.com

Projeto Gráfico:

LÓGICA INFORMÁTICA

Revisão Gráfica e Diagramação:

NATASHA ANGELO | natashaartes@gmail.com

Impressão: Tribuna de Petrópolis

Tiragem: 1.000 exemplares

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Colaboradores:

Alda Maria de Oliveira, Celia Campos, Cláudio Damião,

Felipe Maruf Quintas, Luiz Carlos Quintieri,

Luiz Filipe Saturnino, Regina Lobianco,

Pedro Pinho e Rafael Borges.

Os textos são de responsabilidade de seus autores;

não expressando, necessariamente, a opinião do jornal.

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