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ALTERNATIVA 213

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NESTA EDIÇÃO

KARIN SCARPA

PÁGINA 2

Maia

PANDEMIA

BRASIL, SEGUNDO NO MUNDO

EM CONTAGIADOS E MORTES

FELIPE QUINTAS

PÁGINA 2

Uma coalizão

necessária

NEY FABIANO

PÁGINA 3

O 4º Ministro

da Saúde

É i n e v i t á v e l a

qualquer veículo de

comunicação não deixar

de dedicar espaços para

a p a n d e m i a q u e

assumiu proporções

assustadoras no país.

Diariamente, dados

seguros obtidos pelo

consórcio de veículos da

i m p r e n s a j u n t o a s

Secretarias de Saúde

E s t a d u a i s v ê m

revelando números que

mostram o crescimento

da circulação do vírus

em todo país.

O dia 22 de março

registrou a soma de

cerca de 12 milhões de

c a s o s d e c o n t á g i o

conrmados e mais de

255 vidas perdidas que

chegaram a um patamar

d e 1 . 5 0 0 m o r t e s

diárias. Este trágico

cenário levou ao colapso

do sistema de saúde, e a

falência dos estoques de

insumos indispensáveis

a o t r a t a m e n t o d e

atingidos pelo Covid 19.

Vacinas

A vacinação que

atenuaria a circulação

do vírus iniciada em 20

de janeiro, após 2

meses, chegou em 1ª

dose aos braços de

1 2 , 3 m i l h õ e s d e

p e s s o a s 5 , 8 % d a

população, apenas para

os grupos prioritários e

segue em ritmo lento ou

com paralizações pela

ausência de um uxo

regular no fornecimento

das doses e decorrência

da incompetência e

descaso com que o

governo Bolsonaro

conduziu as tratativas

com os laboratórios

produtores.

LULA readquire seus

direitos políticos

Sem condenações

Lula é presidenciável na

eleição do próximo ano

e muda o tabuleiro

eleitoral para 2020.

Um plano de governo

c o n s e n s u a l u n i r á

partidos de esquerda e

segmentos do centro

político em torno da

candidatura dele ou de

outro por ele apoiado.

CLÁUDIO DAMIÃO

PÁGINA 4

O inútil

voto útil

RAFAEL BORGES

PÁGINA 4

Um chamado

afetivo e racional

à solidariedade

PEDRO PINHO

PÁGINA 5

Compreensões,

compromissos,

candidaturas

ALDA DE OLIVEIRA

PÁGINA 6

Governadores

governam...

Presidente empaca

LUIS FILIPE SATURNINO

PÁGINA 6

Na pandemia:

apelo por empatia

E MAIS

UMAS & OUTRAS

PÁGINA 7

NOTAS LOCAIS

PÁGINA 8


KARIN SCARPA

Maia

FELIPE QUINTAS

Uma coalizão necessária

Hoje o céu amanheceu tão azul que fez os

picos nevados do Norte parecerem pintura. Um

lindo dia para todo mundo. A brisa suave com

aroma de lenha tostada anunciava baixas

temperaturas. Minha cama me convidava para

car. Vai que o dia passa mais rápido. Tempo

estático. A corrente de imobilidade gerada pela

pandemia foi veneno quase fatal para mim.

Potencializou medos, ativou lembranças, revelou

uma bomba colossal alojada em meu peito. Abri

as janelas na esperança de que o frio congelasse o

detonador, mas o tal do dia lindo fez trabalho

inverso e acionou a contagem regressiva.

Lembrei de minha mãe e do que ela dizia quando eu tentava convencê-la a me deixar

fazer alguma coisa usando o batido "mas mãe, todo mundo faz!". "Você não é todo

mundo, Mariana!" É. Eu não sou todo mundo. Odeio dias claros, céu azul, praia, calor.

Amo a chuva. Água benta, remédio sagrado. A doce. Da chuva, dos rios, das cachoeiras.

Salgada, só lágrimas. Certamente verter algumas aliviaria um bocado a pressão que

esmaga meu peito. Há 8 meses não sei o que é isso. Assim como não sei mais o que é

ouvir aquele bom dia todo dia, nos horários mais estranhos por conta do fuso incômodo.

Também quei sem o abraço seguro que me protegia do mundo lá fora. Saudade de você,

mãe. Até do irritante "você não é todo mundo" eu sinto falta. Dizem que você está num

lugar melhor. Sei... Lugar melhor pra mim é aqui, ao meu lado.

Adoeço. De dor, de solidão, de ódio. Ódio selvagem e plural que junta na mesma bacia

um vírus maldito que levou a minha mãe, um presidente sádico que permitiu e se divertiu

até, e um bando de gente que pariu esse genocídio todo. Alegam que foi só um voto.

Discordo. Foi uma procuração para matar. Não perdoo. Nem os que a assinaram e nem os

que covardemente se abstiveram. Quem cala consente, diz o ditado.

Talvez desistir desse mundo fosse uma boa saída. Ou só calar e consentir. Escolho a

luta. Engulo um café forte, arranco os pijamas, visto uma roupa quente, luvas, gorro e

saio. Como curupira, é verdade, com os pés pra trás e já querendo voltar, mas vou. Sei o

que procuro. Aperto o passo. Me dirijo à cachoeira guardada no coração da oresta nos

arredores da cidade. Não escolhi esse endereço ao acaso.

O frio havia espantado outros andarilhos. Percorri o trajeto inteiro sem cruzar com

ninguém. Quanto mais me aproximava do rio, mais meu coração encontrava seu ritmo. A

natureza potente me isolava do mundo lá fora, como o abraço de mamãe. Protegida, me

sentei numa pedra grande, generosa, segura. Tirei as luvas para tocá-la e sentir a energia

acumulada por séculos. Com os olhos xos nas águas límpidas que corriam em direção a

exuberante queda d'água metros à frente, me pus a imaginar quantas lágrimas aquele rio

havia lavado. Quantos sorrisos, presenciado. Quanta dor, medo, desespero, amor. Quanto

amor aquelas águas haviam abençoado? Eu era mais uma história e ao mesmo tempo era

todas. Molécula e corpo. Gota e rio. Filha e mãe. Quis me banhar inteira, me inundar de

vidas passadas, deixar a ancestralidade atravessar meu corpo. O frio impediu o gesto, mas

as mãos insubmissas se atiraram por inteiro. Transbordei. Chorei uma correnteza. Me z rio.

Não sei quanto tempo quei ali, mas me sentia leve. A bomba, desarmada. Lavei o

rosto, respirei fundo. Estava pronta para seguir nesse mundo. Já na estrada deserta, me

virei para um último adeus. De olhos fechados, agradecendo a generosidade do

universo, senti um carinho nas pernas, um afago, um abraço quentinho. Abri os olhos.

Um enorme cachorro peludo se encostava em mim. Me abaixei para retribuir o mimo. Ele

me encarou, me envolveu mais uma vez e correu para o rio. Olhei ao redor e um senhor se

aproximava. Nos cumprimentamos. Ele disse que "ela" não tinha medo do frio e adorava

aquelas águas. Era fêmea, então. Sorri. Antes de partir perguntei o nome da moça bonita

que veio me abraçar.

Maia.

Não esperei chegar em casa para buscar o signicado do nome. Liguei o celular.

Maia. Em Tupi, mãe.

O céu azul pela primeira vez pareceu lindo para mim.

O Brasil foi construído pelas Forças Armadas. A despeito dos autoritarismos,

das arbitrariedades, das violações à dignidade humana perpetradas sob a

batuta de governos militares ou civis-militares, o fato é que muito do que

valorizamos , como a Independência, a República, as indústrias de base, o que

temos de infraestrutura, integração nacional, direitos trabalhistas e sociais e

grande parte do sistema universitário e da ciência e tecnologia, nada disso

existiria sem a decisiva participação militar.

A contribuição da direita e da esquerda puramente civis foi praticamente

nula. Mesmo o antigo PSD e o trabalhismo eram civis-militares por denição

genética, pois representavam os distintos grupos civis coligados com os

militares no apoio à Revolução de 30 e ao Estado Novo, e tinham fortes alianças

com setores militares de todos os matizes ideológicos.

Na verdade, em todos os momentos em que a direita e a esquerda

puramente civis se alçaram ao poder, o que houve foi o desmantelamento da

instituição Forças Armadas e o desmanche e a entrega total do país, como nos

governos Campos Sales e FHC. Nesses casos, o estrago só não foi maior pelo

contrapeso das oligarquias regionais, que bem ou mal precisam de um mínimo

de país para continuarem existindo.

As Forças Armadas são a única instituição nacional hoje com memória

institucional de projeto nacional. Não existe projeto nacional hoje sem

protagonismo militar. Os grupos políticos interessados em um projeto nacional

devem procurar as Forças Armadas e fazer as alianças e parcerias necessárias,

não obrigatoriamente por anidade ideológica, mas por conveniência prática

para retomar a construção do país.

Quem no Brasil não quiser se aliar com as Forças Armadas, pelo motivo que

for, não está preparado para a política em nosso país. Ela também requer a

composição com oligarquias regionais e locais (organizadas parlamentarmente

no chamado “centrão”), detentoras do poder no Brasil profundo e que, apesar

de conservadoras por instinto, por várias vezes apoiaram políticas

transformadoras, o caso mais recente sendo o governo Lula. Nos dias que

correm, Forças Armadas + oligarquias locais (centrão) impediram que a tríade

demencial Paulo Guedes + Sérgio Moro + Olavo de Carvalho arrasasse

completamente o Brasil, diluindo o ultraliberalismo americanólo com a água

refrescante do pragmatismo e de algum bom senso.

Não se entenda, contudo, que as Forças Armadas e as oligarquias locais em

si vão “salvar” o Brasil. Mas, sim, que sem elas não se faz nada no Brasil. São as

condições políticas que a história nos proporcionou. E não se entenda por isso

que o Brasil seja necessariamente “conservador”.

Todas as conquistas que tivemos, inclusive a de fazer a maior revolução

industrial do século XX fora do bloco socialista e com amplos direitos sociais e

trabalhistas, só foi possível pelo apoio e até mesmo protagonismo das Forças

Armadas e das oligarquias locais. Continua havendo oportunidade para isso, e

eu diria que hoje há até mais, já que o mundo não é mais “bipolar” entre dois

impérios mas, cada vez mais, multipolar entre várias potências regionais, o que

dá mais espaço de manobra interna para o desenvolvimento nacional. Uma

coalizão necessária entre a classe média nacionalista, as Forças Armadas e as

oligarquias regionais/locais, tal como ocorrido na Era Vargas e, em alguma

medida, na Era Lula, continua sendo fundamental para restaurar os caminhos

do Brasil soberano e justo.


O 4º Ministro da Saúde

Desde fevereiro de 2020, ou seja ,

em pouco mais de 1 ano, a área mais

importante do governo federal para o

enfrentamento da terrível pandemia do

coronavírus o Ministério da Saúde

esteve sob o comando de 4 ministros

como mostra o infográco do site Poder

360.

O primeiro, deputado federal

Henrique Mandetta. Nomeado no início

do governo Bolsonaro durou 13 meses

e meio no cargo até ser fritado por

aparecer demais na mídia e não aceitar

os desatinos do presidente quanto as

medidas mínimas para conter o

contágio do vírus como o uso de

máscaras e o isolamento social e

rejeitar o kit de medicamentos

comprovadamente sem ecácia contra

o Covid 19.

O segundo, o médico oncologista

Nelson Teich não necessitou mais de

um mês para avaliar o choque de ideias

com o Presidente, e decidiu deixar o

c a r g o , s e m f o r n e c e r m a i o r e s

explicações do seu ato.

O terceiro, tirado da cartola de

Bolsonaro, foi o general da ativa Eduardo

Pazuello, militar da área de intendência

tido como especialista em logística, mas,

sem qualquer intimidade com a área da

saúde. Foi, por algum tempo, Ministro

interino até ser nomeado como efetivo.

Sua passagem na administração da

saúde foi um desastre. Ele abriu mão de

quadros técnicos substituindo-os com

militares também jejunos sobre os

problemas da saúde. Também não

conseguiu coordenar as ações para o

enfrentamento da pandemia e

submeteu-se ao “mandante” ao propor

protocolo de “tratamento preventivo”

com medicamentos inecazes que seus

2 antecessores se recusaram aprovar.

Sua exoneração deu-se em um momento

em que o contágio do vírus e o número de

mortes alcançaram níveis inaceitáveis.

O quarto, o médico cardiologista e

público alinhado com Bolsonaro,

Marcelo Queiroga. O que disse até

então não é animador. Seria bom que

sua fala de “dar continuidade a gestão

de Pazuello”, seja mera cortesia com o

execrado exonerado.

Marcelo Queiroga será o 4º Ministro

da Saúde do Governo Bolsonaro

ministros nomeação demissão

Luiz Henrique Mandetta

médico ortopedista

Nelson Teich

médico oncologista

Eduardo Pazuello

general do Exército

Eduardo Pazuello

general do Exército

Marcelo Queiroga

médico cardiologista

Ainda que anunciado Queiroga não

foi nomeado para o cargo por ser

Administrador de empresa o que a

legislação proíbe enquanto ocupar

aquele cargo, bem assim, se existirem

pendências com o INSS e FGTS. Ele

está sendo indicado no pior momento

da pandemia com alta expansão da

crise sanitária e trágicos recordes

d i á r i o s d e m i l h a r e s d e n o v o s

contagiados e de mortes alcançando

um patamar de 2.000 óbitos diários.

Até o dia 22 de março em que

escrevemos esta matéria, ocupamos o

segundo lugar mundial em contagiados,

cerca de 12 milhões e 294 mil vidas

perdidas que poderiam ser evitadas. A

se manter esta tendência é provável que

até o m do março a desonrosa marca

dos 300 óbitos seja alcançada e

ultrapassada. Dentre 192 países cujos

dados são acompanhados pela

Universidade Johns Hopkins, o Brasil

ocupa o 2º lugar atras apenas dos

Estados Unidos em contagiados

conrmados e em mortes.

Agrava mais a situação os dados

diários que deixam próximo o colapso

1º.jan.2019

16.abr.2020

menos de 1 mês

no cargo

15.mai.2020

assume como

interino

16.set.2020

é efetivado depois

de 4 meses

15.mar.2021

é anunciado como

novo ministro

16.abr.2020

15.mai.2020

15.mar.2021

do sistema nacional de saúde com las

de demandantes de leitos de enfermaria

e de UTI e, em paralelo, vários estados

já estão perto de esgotarem insumos

básicos para o tratamento da Covid,

sendo exemplos o oxigênio o kit de 11

medicamentos necessários para

intubação, a medida derradeira para

tentar a sobrevida de pacientes.

Por sorte o futuro ministro Queiroga

encontra algumas questões que o

Presidente a contragosto teve que

entubar: Como o uso de máscaras (bastou

Lula fazer uma entrevista usando máscara

para o Presidente e seu séquito logo após

em pronunciamento usar proteção que

cujo uso atribuía a “maricas”.). Também a

demanda por vacinas, que - pesquisa do

Datafolha no qual quase 90% dos

entrevistados manifestaram desejo de se

vacinarem – fez Bolsonaro retroceder o

tom de suas falas antes negacionista, e

até na maior cara de pau apropriar-se

vacina Coronavac (“a vacina chinesa do

Dória”) e ainda divulgando a compra da

vacina russa Sputinik.5, até então, não

aprovada pela ANVISA.

Mas, a questão central do momento

é o distanciamento social, um cabo de

g u e r r a d e B o l s o n a r o c o m o

governadores e prefeitos. O novo

ministro, se conrmado, entrará no

meio do tiroteio, buscando uma saída

para o confronto entre o que manda a

ciência e o que prega tresloucadamente

o presidente que critica e questiona

medidas restritivas a atividades não

essenciais e a mobilidade da população

propostas por Governadores e prefeitos.

Isto, quando o momento exige um

fechamento global ( lockdown), como

adotado com sucesso em outros países

que diminuíram a circulação do vírus e

estão poupando vidas.

Como vem sendo divulgado

Queiroga estuda baixar diretrizes

nacionais sobre distanciamento social

com protocolos sanitários para o

funcionamento do comércio e normas

para circulação de pessoas menos

rígidas do que as praticadas por

prefeitos e governadores, atendendo

aos reclamos do presidente, ainda que

manifeste que “deseja trabalhar junto

à q u e l e s p o d e r e s , p a r a e v i t a r

orientações dissonantes para a

população.”

P r e o c u p a u m a i n f o r m a ç ã o

divulgada na coluna da escritora Dorrit

Harrazim no jornal O globo de domingo

21/03, que o ministro Queiroga “teria

condenciado a um colega médico sua

intenção de realizar blitzes nos

hospitais para aferir se as UTIS estão

realmente lotadas, se tem essa gente

toda morrendo de Covid-19”. Lembra

uma orientação feita pelo Capitão

Corona aos seus seguidores fanáticos,

que levou alguns grupos tentarem

invadir as UTIs de hospitais.

E n q u a n t o t u d o i s s o o c o r r e

permanece e se ampliam as crises

sanitária, econômica, política, social e

moral. Para constatar este cenário que

ampliou a desigualdade basta sair de

casa. Temos 2 ministros da saúde e, na

verdade, nenhum.

Em tempo: Não sou a favor do

impeachment de Bolsonaro. Sou por

sua Interdição por acreditar no laudo do

exército brasileiro que o aposentou aos

33 anos por “incapacidade mental.”


CLÁUDIO DAMIÃO

O inútil voto útil

A eleição para prefeito de Nova Friburgo em 2020 foi totalmente atípica.

Para surpresa dos eleitores dezesseis postulantes à cadeira número 1 se

apresentaram. Uma peculiaridade foi a extrema direita, que se apresentou

com mais de uma candidatura. Cada uma delas, a seu modo, buscando ser o

el representante do discurso bolsonarista, lavajatista, reacionário.

Outras candidaturas representaram o que podemos chamar de uma

direita mais “tradicional”, por assim dizer. De todo modo um ponto une a

maioria desses grupos em maior ou menor grau: certa identidade com o

bolsonarismo. Variam no discurso, mas vários pontos os unem no mesmo

ideário ultraconservador.

Em outro campo, mas não alinhadas, estavam as demais candidaturas

progressistas ou de esquerda, campo onde me situo.

Não pretendo aqui fazer uma análise do processo eleitoral, mas, sim,

tentar responder uma pergunta que permanentemente me fazem: Por que

vocês não zeram uma aliança programática do campo de esquerda para

enfrentar a direita e a extrema direita?

Aos que me perguntam respondo: O PSOL e o PCB se colocaram desde o

início a disposição para construir unidade, formar uma frente, buscar um

programa de governo unicado. Fomos proativos na busca do entendimento.

Num primeiro momento abrimos mão de indicar nome para a cabeça de

chapa para que juntos pudéssemos construir uma candidatura unicada. As

respostas que ouvimos nem vou publicar aqui. Ainda assim insistimos.

Lançamos dois Manifestos chamando para a construção da unidade. Nada

disso sensibilizou as outras forças políticas.

Não quero julgar ninguém, mas penso que houve falta de visão

estratégica. Também não vou criticar. É direito de cada um. Mas é necessário

esclarecer, pois ca parecendo, quando me perguntam sobre o assunto, que

a falta de unidade partiu de nós. E isso não é verdade.

Esgotadas todas as tentativas de aliança, cheguei a propor a certo

candidato um pacto de não agressão. Contudo, bastou iniciar a campanha e

a nossa candidatura foi atacada com ações judiciais absurdas. E os ataques

não partiram dos candidatos da direita ou da extrema direita. Partiram de

uma candidatura regada por muitos milhares de reais, que resolveu apontar

as suas armas contra nós, esquecendo que os adversários eram outros,

esquecendo o pacto assumido. Não guardamos rancor. Atribuímos a isso a

falta de denição ideológica, de certo personalismo e de pouca maturidade

política.

Se o objetivo era nos prejudicar, não conseguiu. Até a campanha do voto

útil que promoveu se mostrou inútil. O resultado eleitoral se deniu sob

outros parâmetros. A vida segue. Eu continuo na luta como sempre estive

independente de eleição de cargos ou nomeações.

RAFAEL BORGES

Um chamado afetivo

e racional à solidariedade

Escrevo esta pequena carta, na forma de manifesto, porque nutro

respeito pelo prefeito atual da cidade e sua equipe de colaboradores e

ainda tenho esperanças de que a racionalidade será capaz de

desbancar o desespero e neutralizar pressões inoportunas, exercidas

porque se convencionou naturalizar o falso dilema entre vidas e

economia. Anal, não haverá economia quando boa parte de nós

estivermos mortos.

A decisão sobre coloração das bandeiras municipais é política. Não

é técnica. O decreto que estabeleceu os critérios foi construído pelo

prefeito e por seus assessores, que o zeram politicamente orientado

por valores e intenções especícas. Se o decreto permite a “evolução”

da bandeira num momento em que a cidade registra lotação máxima

de leitos é porque há algo de errado com a métrica. Este erro não é

técnico; é político. E são políticos os seus autores.

Por mais que a positividade de testes apresente resultados mais

favoráveis, trata-se de dado que não conversa com a capacidade de

atendimento hospitalar e que, portanto, não pode ser equivalente ao

nível de ocupação dos leitos. Da mesma forma, assinalar como

desculpa para evolução da bandeira que os leitos estão parcialmente

ocupados por cidadãos de outras cidades é inútil e beira o

diversionismo, com todo o respeito. Acaso expulsaremos algum

teresopolitano do hospital na hora em que precisarmos da vaga para

um friburguense?!

Esta foi a semana em que, pela primeira vez na vida, li um ofício

redigido na forma de “aviso” para que juízes da Comarca cassem

cientes acerca do fechamento parcial da emergência do principal

hospital da cidade. Salvo se o documento for mentiroso, e desde logo

peço desculpas se for esta a hipótese, parece que sobraram razões -

técnicas e políticas - para um decreto de lockdown sério.

O mundo inteiro vê acabar nas prateleiras dos hospitais brasileiros,

públicos e privados, insumos básicos para tratamento em unidades

intensivas. Além da falta generalizada de leitos. Nova Friburgo é parte

do Brasil e integra esta realidade dramática. A escalada ainda maior

de casos não nos poupará. É preciso adotar medidas que sejam

capazes de contornar essa situação, de forma cirúrgica e eciente.

Antes que só reste (tentar) encomendar os caixões.

RAFAEL BORGES é advogado


PEDRO PINHO

Compreensões, compromissos, candidaturas

O presente momento político é muito mais grave do que a imensa maioria

da população pensa e os partidos políticos, a imprensa hegemônica, as

redes sociais, as manifestações em geral estão nos apresentando. É evidente

que morrerem mais de mil e quinhentas pessoas por dia, em média, pela

desídia, despreparo e inércia dos governantes, é muito grave e merece

absoluto repúdio. Mas precisamos entender como chegamos a este ponto e

porque não há reação da população mais castigada pela situação vigente.

Estamos submetidos a uma doutrinação permanente que denomino

pedagogia colonial. É a forma como as elites, em todo mundo, procuram

fazer o povo compreender os fatos sociais, as consequências econômicas

que o prejudicam, e encontrar nas decisões do poder a possível ou a melhor

solução. É a sucessora da verdade divina que por séculos os povos aceitaram

pela fé e pela falta de conhecimento cientíco.

Darcy Ribeiro, gênio brasileiro, que os cariocas e uminenses trocaram

na administração do estado por Wellington Moreira Franco, dizia que as

elites brasileiras eram as mais competentes do mundo, pois se mantinham

no poder desde a chegada dos conquistadores portugueses. E mantendo,

por quatro séculos, a escravidão formal e sempre a efetiva.

A situação atual começa a ser construída pelos interesses econômicos

estrangeiros na campanha pela redemocratização, contra a ditadura militar.

Os governos de Costa e Silva até Ernesto Geisel, inclusive, elaboraram

planos de desenvolvimento e buscaram nos empresários brasileiros e no

próprio Estado os executores dos crescimentos nacionais. Esta losoa

desenvolvimentista, nacionalista e soberana era contrária ao que dominava

o mundo ocidental desde o nal dos anos 1960: o poder das nanças.

Foi a luta das nanças contra a indústria que engendrou as crises do

petróleo, a alta dos juros, a especulação monetária que resultaram na

concentração de renda e na conquista dos governos dos Estados Unidos da

América (EUA) e do Reino Unido. Destes têm início as desregulações e as

privatizações, na verdade a transferência de bens públicos para particulares

e nancistas.

No Brasil, o grande fantasma do m dos governos militares era a

retomada do poder pelo Varguismo. E havia um líder, da mesma linha do

nacional trabalhismo, capaz de empolgar as multidões e conquistar o

governo: Leonel Brizola.

Uniram-se então parcela dos militares e de apoiadores de seus governos,

com as oposições do centro à direita, para impedir este desfecho. Mas era

necessário um candidato à esquerda, que pudesse se contrapor a Brizola.

Foi encontrado na liderança popular de Luiz Inácio Lula da Silva.

Para a eleição indireta de Tancredo Neves estiveram unidos militares e

políticos de várias tendências, excluindo o nacional trabalhismo, e com ele a

ideia de soberania e das propostas nacionalistas. O projeto era limitado à

democracia e à globalização, à prioridade da iniciativa privada e redução da

ação do Estado, identicada como ditatorial e arbitrária. Parte desta

articulação pode ser encontrada em “O complô que elegeu Tancredo” de

Gilberto Dimenstein, Ricardo Noblat, José Negreiros, Roberto Lopes e

Roberto Fernandes (Editora JB, Rio de Janeiro, 1985).

Na progressão dos governos, com os inevitáveis confrontos, sejam dos

agentes nacionais sejam das consequências da concentração de renda no

exterior, além da malícia dos principais articuladores, se estabeleceram os

discursos dos governos e da oposição, de modo a impedir um terceiro e

indesejável caminho para as nanças estrangeiras.

Veriquem os caros leitores que desde Sarney, os discursos sempre foram

privatizantes. E desde Collor até Bolsonaro houve entrega de patrimônio

público a empresas privadas. Também os grandes lucros caram sempre

com o setor nanceiro e transferidos para o exterior.

O que mudou foi o modelo de exploração e de gestão dos conglomerados

nanceiros. A partir do século XXI houve a participação crescente dos capitais

ilícitos na gestão do que são atualmente denominados “gestores de ativos”.

Também a participação dos paraísos scais é crescente. Compare a

quantidade de locais que eram identicados pela ocultação dos

proprietários de haveres nanceiros em 1990 e em 2020. A ordem de

grandeza passou das unidades para centenas de trilhão, em moedas de

curso internacional.

Nenhum governante, de Collor a Bolsonaro, revogou privatização ou

transferência de bem público para gestão privada. Nenhuma redução de

direitos trabalhistas e previdenciários foi revista. Também, sob diversas

modalidades, inclusive a ação decisiva do poder judiciário, a

industrialização brasileira foi sendo reduzida, sendo hoje muito limitada a

ação da engenharia nacional.

Assim, é bastante viável se supor que, com a pandemia mortal ceifando

nossas vidas, seja necessário um novo acordão para que as nanças

internacionais não deixem de manter os ganhos substanciais que o Brasil, o

mais rico país do mundo, lhes proporciona. Esta bem pode ser a razão da

decisão do Ministro Fachim e das surpresas que este novo conglomerado

nos imporá.

Não há partido, ou grupamento dissidente, que propugne pela

reestatização da energia, em todas suas modalidades, pela nacionalização

das empresas de engenharia e toda área de pesquisa e desenvolvimento,

pela valorização do trabalho, pelo aumento real dos salários e proteção dos

aposentados e pensionistas. E pela intransigente defesa da soberania

nacional e da autonomia decisória do povo brasileiro.

PEDRO AUGUSTO PINHO é administrador aposentado


ALDA MARIA DE OLIVEIRA

Governadores governam...

Presidente empaca

República Federativa do Brasil, esse é o nome do nosso país. Vinte e seis

Estados e o Distrito Federal. E os Governadores estão mandando ver mesmo. Já

sabemos, nós população comum, quase todos os nomes de cada um. Tal o

protagonismo que evidenciaram agora na pandemia.

Pandemia cujo assustador crescimento depois de estarmos num patamar

quase aceitável em julho do ano passado está levando o país ao colapso. A pior

crise sanitária da história do país, segundo a respeitadíssima FIOCRUZ.

Colapso negado pelo general – especialista em logística!!! – que agora

nalmente sai para que o Ministério da Saúde tenha um médico, cientista para

sua gestão. Para mim, efeito Lula livre. Como a máscara que Bolsonaro

começou a usar. Mas não adianta se fantasiar: a máscara vai caindo célere pela

rampa do Planalto.

Agora também numa crise de burrice: se o STF permitiu que os governadores

e Prefeitos atuassem nas necessárias restrições regionais para que ir lá se

“queixar” que os Governadores estão usando da autoridade exclusiva da

Presidência da República para determinar horário noturno de car – TODOS –

em casa. Está sentindo que o poder lhe escapa das mãos, lentamente e reage.

Pior, empaca. Como uma mula, que me perdoem os muares.

Comemorou 66 anos mais um seis e a besta está caracterizada devidamente

e falou para apoiadores amontoados como não pede o distanciamento social

que tanto precisamos na frente de um ridículo bolo azul e branco rodeado por

balões verdes e amarelos!!! É tudo festa, a não ser para os quase 300 mil mortos

pelo COVID e a família brasileira enlutada.

Governadores constroem fóruns, os mais diversos para atender as regiões.

Aliás sempre fui de opinião que o Brasil devia ter cinco vice-presidências eleitas

para atender melhor nossas regiões.

E esses fóruns se organizam para comprar mais vacinas, aumentar leitos

comuns e de UTIs, contratar mais prossionais intensivistas – mas o país não

tem mais ninguém – e editarem medidas restritivas que ajudem a debelar o vírus

e sairmos da “vergonha internacional” como disse o Presidente da Câmara

Arthur Lira.

Por falta de gestão completa da crise hoje nos tornamos um perigo para toda

a América Latina. Que tempos!!!

E a chapa de 22 para Presidência da República, considerando que o ex-

Presidente Lula diz não querer concorrer e Doria revelou que irá tentar a

reeleição para São Paulo, a minha chapa, envolve dois extremos geográcos da

nação: Flávio Dino, PCdoB do Maranhão e Eduardo Leite, PSDB, do Rio Grande

do Sul. Tempos muito difíceis.

LUIZ FELIPE SATURNINO

Na pandemia:

apelo por empatia

A pandemia trouxe momentos de solidariedade. Parecia haver uma

conscientização social em prol da coletividade para preservar vidas e evitar o

colapso do sistema de saúde, seja público ou privado. Há um ano a mobilização até

começou bem para o necessário isolamento social. Talvez o medo sobre um novo

vírus desconhecido tenha imposto limites de circulação às pessoas por puro instinto

de sobrevivência.

Claro que havia a preocupação de como os trabalhadores e empresários iriam se

sustentar nanceiramente com a obrigatória paralisação da maior parte da

economia do país. A circulação de mercadorias necessárias para a sobrevivência

das pessoas continuou, como os alimentos, por exemplo, assim como os serviços

essenciais. Daí, houve uma forte pressão da Oposição e dos parlamentares de uma

maneira geral pela criação de uma renda mínima por parte do Governo Federal.

Dentro deste contexto, o Congresso Nacional aprovou um auxílio emergencial para

os trabalhadores e linhas de créditos para as empresas conseguirem passar por este

momento tão difícil de pandemia. Esta ajuda nanceira perdurou até o nal do ano

passado.

Agora, deve retornar em valores inferiores ao anterior e por um menor tempo.

Sempre na base da pressão. Ficamos no pseudodilema entre salvar vidas e a

economia. Ainda continuamos nesta discussão tosca provocada pelo negacionismo

do Presidente Jair Bolsonaro. Ao invés de adotar medidas sanitárias e econômicas

imprescindíveis para a população, prefere o confronto infantil se eximindo das suas

responsabilidades administrativas e constitucionais. Diariamente nega a realidade.

Caso clássico de escapismo. Em plena pandemia, a maior reforma econômica é a

vacina para as pessoas poderem voltar a trabalhar com tranqüilidade. Esta é a

fórmula da cadeia produtiva restabelecer certa normalidade. Assim a economia

volta a funcionar com geração de empregos e renda. Somente os negacionistas não

enxergam o óbvio. O primordial é salvar vidas.

Neste momento agudo cabe ao Governo garantir a subsistência dos mais

necessitados através de um programa da renda mínima como o auxílio emergencial,

e linhas de crédito especiais como uma forma de auxiliar as empresas neste período

de crise do covid. A função do Estado é garantir a saúde da população com leitos

hospitalares, medicamentos, insumos e vacinação em massa. Após um ano de

pandemia, já deveríamos ter aprendido sobre a importância das restrições

sanitárias como evitar aglomerações, a necessidade do isolamento social, o uso de

máscaras, do distanciamento para diminuir a propagação do novo coronavírus que

é altamente contagioso. Como se percebe, a economia se recupera enquanto as

vidas perdidas não ressuscitam.

No decorrer do tempo, os municípios e as pessoas foram relaxando as medidas

de restrições. O comércio e as indústrias voltaram a funcionar, em tese, com as

limitações exigidas pelos Decretos governamentais. As pessoas retomaram a

circular pelas ruas. Houve certo cansaço, além da necessidade de trabalhar para o

sustento nanceiro individual e das famílias. Nem todos podem fazer home ofce.

Muitos precisam ir à luta até mesmo pela omissão do Governo Federal que faz de

tudo para sabotar as medidas sanitárias restritivas adotadas por Estados e

Municípios. Incrivelmente, joga contra a sua própria população a quem tem o dever

constitucional e ético de proteger com todas as salvaguardas necessárias.

Mas este relaxamento junto com a inépcia governamental demonstra o fracasso

como sociedade em relação a solidariedade social. Muitas pessoas agem com

egoísmo. Menosprezam a pandemia, não se importando com o outro. Em algumas

atitudes há certo ar de deboche. Neste momento crítico do mundo ter empatia é

fundamental. Mas nem todos têm a aptidão para se identicar com o outro, se

colocando no lugar de outra pessoa, buscando agir da forma como ela agiria nas

mesmas circunstâncias. Fazer um sacrifício pessoal pelo bem comum: a saúde de

todos. A empatia leva as pessoas a ajudarem umas às outras. Está intimamente

ligada ao altruísmo - amor e interesse pelo próximo - e à capacidade de ajudar. Os

brasileiros precisam ter esta compreensão, pensando no próximo para a superação

desta profunda crise sanitária.


UMAS & OUTRAS

Lobby familiar (1)

O jornal O Globo de domingo 14/03, página 10, revelou em extensa

matéria a atuação do Zero 4, Jair Renan abrindo portas do governo para um

grupo de empresas do setor de mineração. Já obtendo, com seu prestígio de

lho do Presidente, algumas “cortesias” como o presente um carro elétrico

avaliado em R$ 90 mil da Neon E. Motors. Um mês após . marcada por

assessor especial da presidência abriu-se um espaço na agenda do Ministro

do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho que recebeu representantes

de empresas capixabas Gramazini Granitos e Mármores Thomazini, que tem

interesses junto ao governo, e contou também com a presença de Jair

Renan.

Lobby familiar (2)

Segundo a matéria, assinada pelo jornalista Pedro Capetti, “a

intermediação de encontros com ministros e a proximidade de Jair Renan

com a Granazini e outras companhias despertou ao atenção do Ministério

Público Federal(MPF) que instaurou um procedimento preliminar para

apurar ”possíveis crimes de tráco de inuência e lavagem de dinheiro”. Jair

Renan é o único sócio da empresa Bolsonaro JR Eventos e Mídia

formalizada em novembro de 2020 com o capital de R$ 105 mil. O precoce

empresário segue o ritual da família de utilizar o poder em seu benefício, e

pode superar o Número 01, até então o mais esperto do clã, que atua no

mundo dos obscuros negócios imobiliários

Escalada do desvario e da irresponsabilidade de um mau governante

O Deputado mais votado do país

postou no Twitter o Zé Gotinha

q u e a p o i a a s d i v e r s a s

c a m p a n h a s d e v a c i n a ç ã o

portando uma ampola como se

fosse um fuzil. Uma imagem

infeliz que reete a mente doentia

d o s b o l s o n a r o s . E d u a r d o

Bolsonaro cometeu ainda ato

falho ao escrever: Nossa arma

AGORA e a vacina. Agora é

adverbo de tempo que pressupõe

uma mudança de posição. O

negacionismo do clã Bolsonaro,

principalmente o Presidente,

contra as vacinas somente

mudou agora quando 90% da

população manifestou desejo de

se vacinar. Por isso Eduardo quis

Ato falho

corrigir a sua mensagem,

provavelmente advertido da sua

mancada. O quadro ao lado

mostra atitudes do presidente

em alarmantes crescente marcos

de perdas de vidas.

1.000 mortos - "gripezinha"

5.000 - "histeria"

10.000 - "não sou coveiro"

20.000 - "e daí?”

30.000 - "todo mundo morre um dia"

35.000 - "vamos parar de divulgar números"

40.000 - "invadam hospitais e lmem leitos vazios"

50.000 - “hidroxicloroquina salva”

100.000 - “vamos tocar a vida”

115.000 - “bundão tem mais chance de morrer”

122.000 - "Ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina"

135.000 - "Conversinha mole de car em casa é para os fracos"

154.000 - "...a vacinação contra o novo coronavírus não será obrigatória"

156.000 - Vacina chinesa não transmite segurança "pela sua origem"

162.000 – “País de maricas”

170.000 - 7 milhões de testes “esquecidos”

172.000 - “Pergunta pro Vírus”

175.000 - “Por que tanta pressa? (pela vacina da Covid-19)”

179.000 - “Finalzinho da Pandemia”

180.000 - Consco da vacina

182.000 - “Vacinação obrigatória é antirrábica”

183.000 - "Para que essa ansiedade, angústia?"

191.000 - "Não dou bola para isso"

197.000 - “Mergulhei de máscara também, para não pegar Covid nos

peixinhos”

198.000 - “o Brasil está quebrado ! Não consigo fazer nada!”

200.000 - “ Lamento as 200 mil mortes, mas a vida continua.”

209.000 - "Não tem oxigênio, eu não posso fazer nada"

211.000 - “Apesar da vacina, ...”

230.000 - “A imprensa é o vírus do Brasil”

255.000 - “Tem idiota que pede pra comprar vacina. Só se for na casa

da sua mãe”

260.000 - “Chega de frescura e mimimi. Vão chorar até quando?”

ATE ´ QUANDO VAMOS ATURAR ESTES INSANOS DELÍRIOS


NOTAS LOCAIS (por Luiz Felipe Saturnino)

Contra aulas presenciais

Tanto o SEPE como o SINPRO são contrários a decisão do Governo

Johnny Maycon de retorno das aulas presenciais nas escolas públicas e

privadas. Aliás as aulas só podem retornar nestes moldes a partir da

bandeira laranja. Parece que neste momento tão crítico de aumento da

pandemia não houve adesão nem dos pais dos alunos.

Bandeiras da pandemia

Aliás, os critérios de embandeiramento em Nova Friburgo estão sendo

muito questionados pela população. Está na hora de tornar pública as taxas

de positividade e letalidade. Somente a taxa de ocupação de leitos é

divulgada com clareza. Não há transparência desde o Governo Renato

Bravo, continuando igual no Governo atual. A fórmula do cálculo deve ser

publicada com o resultado da bandeira da semana.

Desgastes com servidores

Algumas decisões afoitas tomadas pelo Governo Johnny Maycon sem o

devido diálogo com determinados segmentos têm gerado desgastes

desnecessários e possíveis perdas de apoios importantes ao Governo. Por

exemplo, muitos servidores municipais estão desapontados com os

movimentos abruptos que ocasionaram perda do poder aquisitivo, enquanto

o discurso de campanha era de valorização. Os ajustes devem ser pontuais

até haver possibilidade jurídica de reajuste salarial inviabilizada pela lei

federal da pandemia que congelou os vencimentos dos servidores públicos.

Secretariado

O Governo deverá ter ainda neste começo mudanças pontuais no

secretariado para dinamizar mais o funcionamento administrativo da

Prefeitura com uma coordenação melhor entre as Secretarias e

estabelecer uma relação de diálogo construtivo com a Câmara.

Base de governo?

Nos próximos meses, a tendência é o Governo começar enm o

processo de construção de uma base de sustentação na Câmara de forma

republicana e suave na base do diálogo e sem imposição. Até porque do

jeito que está vai desandar, inviabilizando a governabilidade. Fica o alerta.

Prefeitura x Faol

A Prefeitura e a FAOL estão em uma verdadeira quebra de braço

pública. A postura beligerante de ambas diculta um acordo. A empresa

de transporte público atua sem contrato, não permitindo ao Poder

Executivo impor obrigações. Além disso, a empresa alega não ter lucro na

sua operação. Enquanto a Prefeitura cobra dívidas pendentes e a FAOL

exige subsídios para manter a tarifa no preço atual. Parece não haver

diálogo entre as partes no momento. É preciso distensionar o clima para a

celebração de um contrato emergencial com obrigações mínimas e

penalidades estipuladas até a elaboração de um novo edital de licitação

inovador e atraente para os concorrentes.

TAC ?

Por enquanto, a condução das negociações está por conta do Ministério

Público na tentativa de fazer um Termo de Ajustamento de Conduta que já

não funcionou no Governo Renato Bravo. Quem deveria assumir a

responsabilidade é o Prefeito que foi eleito para resolver este tipo de

problema administrativo.

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