ALTERNATIVA 211
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Jornal de Opinião!
ANO 15 | ed. 211 | JANEIRO 2021 | Nova Friburgo | PerIOdico Mensal | Distribuicao Gratuita
PANDEMIA
VACINA GRATUITA PARA TODOS
Bolsonaro faz ameaças
contra o sistema
eleitoral eletrônico
Inspirado na invasão do Congresso
a m e r i c a n o B o l s o n a r o a m e a ç a
armando:“se nós não tivermos o voto
impresso em 2022, uma maneira de
auditar o voto, nós vamos ter problemas
piores que os dos Estados Unidos”.
Acusa sem provas que há fraudes nas
eleições e, antecipando possível derrota
em 2022, diz que está tudo armado.
(Rafael Borges página 04 e
Umas & Outras página 07)
NESTA EDIÇÃO
Depois de muitas negativas,
tergiversações e retardamentoso
Governo Bolsonaro,mesmo pressionado,
só lançou no dia 16 de
dezembro o Plano Nacional de
Imunização – PNIquecontou na fase
preparatóriacom a participação de
especialistas de instituições de
pesquisa. O Plano prevê a utilização
de 108 milhões de vacinas na
cobertura de 50 milhões (22% da
população), distribuído em 4 grupos
prioritários. Até então, estão assegurados
cerca de 300 milhões de
vacinas decorrentes de compras e
acordoscomodo consórcio Covax da
OMS e Fiocruz/AstraZeneca/Oxford,
que em 2 duas doses, sem perdas,
permitiria imunizar cerca de 70% da
população.
Inspira preocupações quanto a
logística de recebimento, armazenamento
e distribuição. A compra
centralizada no Ministério da Saúde
de insumos básicos, em recente
licitação,que objetivava comprar
331 milhões de agulhas e seringas,
só conseguiu adquirir 7,5 milhões
desses produtos. Exemplos de
ineciência e providências tardias
podem retardar ainda mais a
ansiada vacinação.
KARIN SCARPA
PÁGINA 2
Sonho que
se sonha junto
CLÁUDIO DAMIÃO
PÁGINA 2
A banalidade
do mal
NEY FABIANO
PÁGINA 3
Vacinas gratuitas
para todos
RAFAEL BORGES
PÁGINA 4
O palhaço e
nós, os bobos
Primeiro dia de Posses
Johnny Maycon e
Serginho Doce Mania,
e l e i t o s p e l o
R e p u b l i c a n o s ,
tomaram posse em
sessão realizada no
Te a t r o M u n i c i p a l
Laércio Rangel Ventura
na tarde da 6ª feira, 01
de janeiro, nos cargos de Prefeito e Vice-Prefeito respectivamente.
A sua juventude e a pregação da nova política durante a
campanha geram a expectativa de um Governo inteiramente
oposto ao anterior. O colunista Filipe Saturnino analisa a eleição
do jovem político e a composição do seu secretariado.
Na manhã do mesmo dia, em sessão na Câmara, tomaram
posse os 21 vereadores eleitos, sendo 03 mulheres, ampliando
a representatividade feminina. Na 2ª feira, 04/01, foi realizada
a votação da presidência e demais cargos da mesa diretora do
legislativo friburguense. O Vereador Wellington Moreira, eu seu
terceiro mandato, se elegeu Presidente da Câmara para o
próximo biênio 2021/2022 com 14 votos.
Laura- Uma história de amor
E o título do o primeiro
romance da colaboradora do
Alternativa, Karin Scarpa, da
editora Chiado, que está nas
boas livrarias cariocas. Sobre
o livro a autora, poetisa e
professora da UFF, Monique
Brito, escreveu em seu perl
de Literatura no Instagram
@livro.afetivo:
"Laura é o primeiro romance da escritora Karin
Scarpa, uma mulher de escrita poderosa e urgente. O
livro traz histórias de onze mulheres, que falam de
muitas questões do nosso universo - o feminino - e
outros temas. Com uma prosa potente, de leitura
gostosa e convidativa, Karin e suas lindas mulheres nos
levam a muitas reexões a respeito de temas urgentes
para nós, como casamento, assédio.”
CÉLIA CAMPOS
PÁGINA 4
Vacinação
ALDA DE OLIVEIRA
PÁGINA 6
O capitalismo
precisa do racismo
LUIS FILIPE SATURNINO
PÁGINA 6
Jovem prefeito:
Nova política?
PÁGINA 5
2021 - Bicentenário do
Primeiro Projeto Nacional Brasileiro
por
PEDRO PINHO
FELIPE QUINTAS
2 alternativa | NOVA FRIBURGO | JANEIRO 2021 | ED. 211 |
KARIN SCARPA
Sonho que se sonha junto
CLÁUDIO DAMIÃO
A banalidade do mal
Sempre fui de sonhar muito, mas nunca
gostava do que via. Acordava querendo
esquecer. De uns tempos pra cá tem sido
diferente. Não sei precisar desde quando.
Arrisco um palpite. Desde que me auto exilei
de meu país. É recente. Ainda não comemoramos
o primeiro aniversário de um ano intenso
onde a luta contra a tristeza, medo e saudade
não tirou férias. Anal, o Universo
pregou uma peça trágica no planeta inteiro e
prendeu todos em casa para assistir. Os noticiários
narram em várias línguas a façanha de um vírus tido como o responsável. Acho que
ele foi apenas mais um ator nesse drama complexo e potente que o universo assina a direção.
Talvez a humanidade estivesse precisando de um basta na sua prepotência de achar
que tudo pode porque tudo quer. Talvez estivesse na hora de dizer que sozinhos não somos
nada, que cuidar do outro é mais importante do que cuidar de si, que a natureza é parte do
mesmo todo que nós somos e, se excluída dessa equação, perdemos todos. Ensinamentos
simples e básicos que todos os povos originários passam de geração em geração e generosamente
queriam nos ensinar, mas temos sido orgulhosos demais para aprender.
Voltemos aos sonhos. Aos meus sonhos, que agora valem a pena relembrar. O desta
noite especicamente.
Eu morava numa casa de vila. Uma casa gostosa, grande, arejada, simples e muito
colorida. Era um dia festivo e minhas crianças, me lembro de 5, vestiam camisas de escolas
que haviam frequentado. Eu usava a que vesti no dia do lançamento de Laura, com
dizeres de Caetano. Estava sentada num banco no quintal ao lado de minha amiga de adolescência
que virou irmã. Organizávamos lápis. Lápis que eu trazia de vários cantos do
mundo. A quantidade indicava que eu viajava intensamente. Ela me dava mais um que
havia comprado pra mim em NY. Eu dizia que adorava aquela cidade e ela respondia que
sabia. Óbvio que sabia. Então, um amigo que ocupava a animada casa da frente, se aproxima
de avental e pano de prato na mão. Secava uma tulipa. Vinha prosear. Chegava sorrindo,
lendo em voz alta os dizeres de minha camiseta. Eu chamava as crianças para ele ver
também. Gargalhava. Dizia que ia fazer o mesmo com os lhos dele. A música tocava
unindo todas as casas. Eu não via muros entre elas. Via sorrisos, crianças correndo, gente
cozinhando e sentia um aconchego e segurança que me davam a certeza de que ali era o
meu lugar. Um lugar coletivo de celebração do amor e da vida. E da memória. Que pra mim
é sinônimo de vida.
Instantes depois eu me via no pátio de uma escola pública. Em Siena, mas parecia
Madureira. Eu era turista e depois de percorrer as ruas históricas quis visitar uma escola,
me sentir em casa. As aulas iam começar e a algazarra das crianças correndo para o interior
do prédio robusto e desbotado pelo tempo indicava que eu tinha que ir. Comecei a me afastar,
me dirigindo ao portão. A senhora que fechava aquele gigante de ferro com a imponência
de um regente de larmônica, suspendeu o ato. Largou o portão e abriu os braços para
me receber. Não nos conhecíamos, mas foi o cumprimento mais natural que experimentei.
Entrei naqueles braços quentinhos me curvando um pouco para sentir todo o calor que
emanavam. Me aninhei naquele corpo menor que o meu, mas que estava acostumado a
abraçar um mundo inteiro. Sei que falamos algo. Em vão me esforcei pra lembrar. Fico com
o abraço. Sinto-o ainda. Dali, ainda ouvindo o vozerio das crianças ao fundo, esbarrei com
duas mulheres que conversavam numa esquina. Atenciosas, perguntaram em italiano, de
onde eu era. Comecei a responder o que para mim era óbvio, mas fui incapaz de completar
a frase. De onde eu era?
Acordei com um sorriso no rosto e lágrimas nos olhos. O dia cinza, frio e silencioso lá
fora me mostrava onde exatamente me encontro. Não há dúvida. Assim como não há abraços,
nem amigos dividindo um terreno sem muros unidos pelo samba. Mas talvez possa
haver. Talvez seja esse o nal da peça. E talvez esteja em nossas mãos escrevê-lo, anal
mais importante do que saber de onde somos é saber para onde queremos ir.
KARIN SCARPA é escritora, graduada em história pela UFF
e pós-graduada em fotografia pela UCAM
Estou lendo o livro “Eichmann
em Jerusalém – um Relato
sobre a banalidade do mal”.
Hannah Arendt, a autora, acompanhou
de perto todo o julgamento
do ocial nazista, que foi
capturado pela inteligência
israelense em território argentino,
onde se escondeu ao m da
guerra e vivia sob o nome de
Ricardo Klement.
Hannah Arendt nos faz ver
uma gura tida como “carrasco nazista”, “monstro”, assassino de milhares de
judeus, ciganos, negros, comunistas, homossexuais revestida na imagem de um
burocrata medíocre, sem senso de discriminação moral, um cidadão pai de
família, sem culpa ou remorso pelo seus atos.
Otto Adolf Eichmann foi julgado por um tribunal em Israel e condenado à
morte por enforcamento. Quem era ele, apenas um obediente servidor público,
orientado a obedecer sem questionar? Uma pessoa sem empatia ou de fato um
monstro? E de que matéria são feitos os monstros? Quais valores morais são a
base da sua visão de mundo?
Caberiam centenas de perguntas para tentar entender, se é que seria possível
entender, o que o levou a conduzir, sem questionar, milhares de pessoas para as
câmaras de gás e ao extermínio. Também caberia indagar: o que leva milhares
de pessoas a seguirem líderes lunáticos, promotores do ódio, do preconceito, da
naturalização da violência?
Não é o caso aqui de discorrer sobre a Segunda Guerra Mundial. O livro de
Hannah Arendt foi escrito em 1963, após ela acompanhar todo o julgamento de
Eichmann. Muita coisa mudou no mundo de lá pra cá. Contudo, os ciclos se
repetem em cadência e parece que o ser humano não muda tanto assim. Extermínios,
violência, mortes sem sentido ou por questões étnicas perduram sob
justicativas injusticáveis. Governos promotores do ódio e do preconceito
costumam ser ovacionados e contam com signicativo apoio popular.
A Segunda Grande Guerra cou no passado. Mas certamente sempre teremos
guras como Eichmann espalhadas por todos os cantos do planeta cumprindo
ordens, seguido a boiada ou sendo parte da boiada. Sendo orientados por
líderes da necropolítica e dizendo, sim.
Fazendo um giro para o momento atual, trazendo para o palco de uma outra
guerra, a guerra contra o Coronavírus, vimos governos de diversos países que
inicialmente menosprezaram o potencial mortífero do vírus mudarem de postura.
No Brasil, ao contrário, essa posição se consolida nas falas de um presidente
indecorosamente frio, nada empático. Um exemplar sem igual da necropolítica.
Em torno dele muitos dos que poderiam se rebelar, silenciam. Possivelmente
seguirão como Adolf Eichmann: a despeito das mortes estarão com a consciência
tranquila, bons cidadãos, certos do dever cumprido.
CLÁUDIO DAMIÃO foi vereador 2008/2016 | facebook.com/claudiodamiao.nf
alternativa | NOVA FRIBURGO | JANEIRO 2021 | ED. 211 | 3
NEY FABIANO DE CASTRO
Vacina gratuita para todos
Os versos acima são uma resposta brejeira e popular do cantor Chico
Cesar contra o negativismo do governo federal, que sabota a imunização da
população brasileira e instiga seus adeptos, que podem repetir um episódio
que o país assistiu na “A Revolta da Vacina”, que ocorreu em 1904, no Rio
de Janeiro, no qual uma parcela da população de antepôs com violência à
campanha de vacinação obrigatória contra a varíola implantada na cidade
por Oswaldo Cruz. Evento que causou grande destruição material na cidade
e um saldo de 31 mortos.
Certamente não chegaremos a tanto, ainda que com grande atraso vamos
ter a ansiada vacinação, mesmo correndo risco de virarmos jacaré.
Mas, se não há má vontade, há uma evidente incompetência por parte do
ministério militar da saúde e do almirante da Anvisa em colocar em ação o
Plano Nacional de Imunizações PNI. Um plano sem data de início que foi
tirado a fórceps após pressões da sociedade e de outros poderes e, somente
foi aprovado e aberto à sociedade no dia 16 de dezembro.
Um retardamento inexplicável, de vez que a pandemia que marcou sua
primeira presença no país em São Paulo no mês de fevereiro, e registrava a
primeira morte em 13 de março. No dia 10 de abril marcava mil morte e, a
partir daí seguiu numa curva ascendente chegando na quinta feira 7 de
janeiro a mais de 200 mil óbitos e, no dia seguinte ultrapassava também os
8 milhões de casos conrmados. O Brasil se mantém a tempos com o 3º
lugar no mundo em número de contagiados e o 2º lugar em número em
vidas perdidas.
As esperanças estão voltadas ao começo da vacinação que reduza a
circulação do contágio e consequentemente à escalada dos óbitos. O Plano
divulgado prevê cobertura vacinal em 4 grupos com prioridades em ordem
sucessivas, com as quanticações das populações alvos respectivas.
Ÿ Grupo 1: 14,03 milhões -trabalhadores da saúde (5,88 milhões),
pessoas de 80 anos ou mais (4,26 milhões), pessoas de 75 a 79 anos
(3,48 milhões) e indígenas com idade acima de 18 anos (410 mil).
Ÿ Grupo 2: 21,34 milhões- pessoas de 70 a 74 anos (5,17 milhões), de 65
a 69 anos (7,08 milhões) e de 60 a 64 anos (9,09 milhões).
Ÿ Grupo 3: 12,66 milhões - pessoas acima dos 18 anos com comorbidades
especicadas em uma lista.:
Ÿ Grupo 4: 3,34 milhões professores do nível básico ao superior (2,34
milhões), forças de segurança e salvamento (850 mil) e funcionários do
sistema prisional (144 mil).
Ÿ Para outros grupos prioritários ainda não houve denição em que fase de
vacinação entrarão. São: povos e comunidades tradicionais, ribeirinhas,
quilombolas, pessoas com deciência permanente severa e população
carcerária acima de 18 anos.
Ÿ
É imperativo que essas prioridades sejam ainda quanticadas a nível dos
Estados e de seus municípios, o que o IBGE pode proporcionar com sua
experiência em demograa. É necessário ainda que as etapas não sejam
rígidas permitindo que os estados e municípios possam dar início a etapa
seguinte imediatamente após imunizar a população-alvo da etapa anterior
Ao que parece, a pressão da sociedade forçou o governo federal a acelerar
“Eu vou tomar vacina quem não quiser que tome cloroquina,
não vou passar vergonha, quem não quiser que escute esse pamonha”
as negociações com o laboratórios produtores de vacinas, que até então,
vinham sendo empurradas com o barriga. A notícia da compra de 46
milhões da vacina Coronavac pelo governo federal reverte o triste episódio
no qual, o Ministro da Saúde teve a mesma proposta barrada pelo presidente
Bolsonaro cuja simplória justicativa para tal desprestígio foi: “um manda e
o outro obedece”
Setor privado quer vacinar também
Uma questão sensível teve início com o anúncio do presidente da
Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas que estaria articulando a
compra de 5 milhões de vacinas da vacina indiana Covaxin do laboratório
Bharat Biotech para a rede particular. Operação que pode competir com
acordos da rede pública de distribuição gratuita. Uma lógica que favorece o
andar de cima que não estará sujeita ao tempo da imunização dos grupos
prioritários. O dinheiro seria uma forma injusta como critério para acesso a
vacina. Principalmente para os brasileiros que vão estar fora dos grupos
prioritários que seriam os últimos a serem vacinados.
Um artigo do Professor do Insper e do IDP, Thomas Conti publicado na
edição do Globo do dia 8 de janeiro, levanta a questão da participação do
setor privado na vacinação abrindo portas para um debate mais qualicado.
Enfatiza que entre o” liberar geral” e o “proibir geral” dicilmente se obteria
um maior benefício. Salienta que temos criatividade e instrumentos para
criar todo tipo de restrição ou incentivo. E aponta 3 situações para a
autorização da participação privada: 1) apenas vacinas com que o governo
não tem acordo, ou 2) apenas vacinas com que o governo não iniciou
negociações; 3) apenas vacina que o governo informe que não tentará obter.
Aponta ainda algumas restrições sendo a mais razoável a que estabelece
que as vacinas no setor privado vacinas somente estariam disponíveis para
os mesmos grupos prioritários do calendário público. Outra proposta seria o
governo pagar para a oferta privada ser gratuita igual a pública.(que evoca o
desperdício de dinheiro público ao pagar valores acima do custo).
Como a produção de imunizantes tem limites, é indiscutível que, toda
vacina que for para o setor privado será retirada do público.
NEY FABIANO DE CASTRO é graduado em Direito e Administrção | neyfabianocastro@gmail.com |
4 alternativa | NOVA FRIBURGO | JANEIRO 2021 | ED. 211 |
CÉLIA CAMPOS
Vacinação
RAFAEL BORGES
O palhaço e nós,
os bobos
Como tudo que Jair faz nesta vida, suas
críticas ao sistema eleitoral eletrônico,
i m p u l s i o n a d a s p e l o s r e c e n t e s
acontecimentos no coração do Império,
integram uma estratégia diversionista,
desenhada sob medida e com algumas
nalidades bastante pragmáticas:
Bolsonaro suspende a compra de seringas e agulhas sob o argumento dos
preços terem subido. Eu conto ou vocês contam? O nome disso é mercado.
Capitalismo.
Ao mesmo tempo zera impostos de importação desses mesmos insumos.
E dá uma rasteira na indústria nacional. O Brasil ainda não está quebrado,
graças às reservas acumuladas nos governos Lula e Dilma, mas está
quebrando, graças à desfaçatez do presidente que nunca tem culpa de nada.
Como diria Sartre, para Bolsonaro, O inferno são os outros.
Não há nada o horizonte. Não há sinais de compra da vacina,
independente de qualquer língua que fale, não há compra de insumos, não
há planejamento – isso porque o Ministro da Saúde é expert em logística.
Gastou-se verba pública para a compra de Cloroquina (que não serve para
esse m) e agora se diz que não há dinheiro.
Não há dúvidas que os prossionais de saúde são linha de frente. Todavia,
a grande maioria da classe médica fez a escolha pelo grotesco. Tudo porque
não gostavam dos médicos cubanos.
Temos uma população que anda orgulhosa da própria ignorância. Lotam
praias, comércios, shoppings e festas. Prefeitos e governadores, por sua vez,
estão tomados pela letargia. Há um signicativo aumento dos casos de Covid
e não há sequer uma alteração das bandeiras.
O presidente chegou a armar que não tomaria a vacina porque não
queria virar jacaré. Independente da picardia, salvo melhor juízo, segundo o
próprio governo Bolsonaro já teve Covid, logo, não precisa ser imunizado.
Muitos duvidam que se fosse o Haddad seria diferente. Fico com o
exemplo do governador da Bahia Rui Costa do PT que adquiriu 19,8 milhões
de agulhas e seringas para vacinar a população logo que o imunizante contra
a Covid esteja disponível para a população. Para os governos do PT “Vidas
humanas não têm preço.”
a) canalizar a atenção da mídia e da
população em geral para um tema menor e
desimportante, enquanto o Brasil segue
quebrando recordes de mortos pela
pandemia, muitos dos quais evitáveis e
diretamente atribuíveis à inação do seu
Governo;
b) reforçar o discurso de polarização e
colocar Jair mais uma vez “contra tudo isso que está aí”, mesmo que o próprio e sua
família sejam subprodutos óbvios das estruturas que tentam demonizar e
c) reduzir o processo democrático a pleitos eleitorais e à metodologia (se papel
ou computador) empregada na captação da vontade popular, recurso que não é
exclusivo de Jair, diga-se de passagem, posto que empregado por diversas forças
políticas antes dele.
Divertir a mídia, no sentido amplo do termo, é o que Jair faz de melhor. Cada
declaração tresloucada é pauta para editoriais dos jornalões, que, por má-fé ou
burrice mesmo (e a ignorância é vizinha da maldade, já diz um ditado árabe),
dedicam reexões extensas a toda sorte de estupidez, como se conversassem com
um interlocutor intelectualmente honesto. Ficam Merval, Miriam e congêneres
entretidos com as palhaçadas, e o covid segue torando; parece até que disputa
corrida com a ciência, agora que deve saber sobre a chegada das vacinas.
A lógica de ringue e de auto-colocação permanente num “beco sem saída” é
recurso comum a derrotados, mas que funciona muito bem num ambiente
dominado por teorias da conspiração e linguagem mimética. O meme que dispensa
interpretações e o clima de perseguição são ferramentas utilíssimas na transmissão
de “pensamentos” falsos, pós-verdadeiros e mal intencionados. Consolidam no
imaginário popular a ideia de que a política é simplória, binária e que Jair só não
governa porque não o deixam. Como se o seu “não governo” não fosse, em si
mesmo, um projeto.
Só quem nunca leu meio livro de história consegue equiparar, ainda que
discursivamente, democracia à eleição. Nem a democracia liberal burguesa,
vitoriosa no Ocidente, é tão reduzida assim. Jair não está nem aí para a democracia,
seja de corte burguês, liberal ou socialista. Ele quer “causar” e “lacrar”, até que o
Twitter também lhe casse o login. Seu desejo é divertir, entreter e conspirar, ao passo
que impõe “democracia” como sinônimo de “eleições”, afastando cada vez mais o
controle popular dos seus atos e permitindo que as estruturas de governo se
convertam, sempre e sempre, em linhas auxiliares dos processos de acumulação de
capital.
Jair diverte para que Guedes tome e execute decisões. Os bobos somos nós.
CELIA CAMPOS é advogada
RAFAEL BORGES é advogado
alternativa NOVA FRIBURGO | janeiro 2021 | ED. 211 | 5
PEDRO PINHO
FELIPE QUINTAS
2021 -
Bicentenário do Primeiro Projeto Nacional Brasileiro
Cada novo ano signica uma renovação das esperanças. Ainda que
saibamos racionalmente que as questões e os desaos do nosso tempo
possuem uma temporalidade distinta da do calendário, nossos sentimentos
fazem votos de que o ano que se inicia seja melhor que o ano que se encerra.
A esperança, porém, é um
s e n t i m e n t o a b s t r a t o s e
desvinculado da memória. A
memória sem esperança, por
outro lado, é o pântano estéril da
saudade. Casar a esperança e a
memória é fundamental. E o ano
de 1821 suscita a nós, brasileiros,
exatamente essa combinação.
Em 2021, fazem 200 anos do
p r i m e i r o p r o j e t o n a c i o n a l
esboçado para o Brasil, as
“Lembranças e Apontamentos do
Governo Provisório de São Paulo”,
de autoria de José Bonifácio de Andrada e Silva. Esse programa, que serviu
de base para a atuação dos deputados paulistas nas Cortes portuguesas,
antes da representação brasileira ser alijada pelo grupo revolucionário-liberal
de Portugal, foi o primeiro delineamento de uma estratégia de construção
nacional da soberania brasileira.
Embora o programa fale do Brasil como parte do Reino Unido de Portugal,
Brasil e Algarves, que Bonifácio, naquele momento, defendia ser
“indivisível”, a aspiração de autonomia brasileira é evidente.
Logo no primeiro ponto programático especíco do Brasil, ele defende um
“Governo geral de união central do Brasil”. Para um país governado até 1808
por uma capital de além-mar, e que desde aquele ano era governado por uma
dinastia estrangeira, a proposta de um governo especíco para o Brasil, com
ampla autonomia, antecipava a necessária construção do Estado nacional,
sem o qual a preservação territorial e o progresso material e social são
impensáveis.
Logo adiante, Bonifácio propõe a abolição da escravidão e a melhoria das
condições de vida dos negros e dos índios, defendendo inclusive uma
reforma agrária em benefício deles e dos demais trabalhadores pobres, de
modo que eles fossem integrados a uma mesma comunidade nacional, sem
as assimetrias a que o colonialismo os havia submetido e que dilaceravam
por dentro a nação brasileira. Para Bonifácio, a Pátria não seria mais do que
um artifício de retórica enquanto seres humanos fossem tratados como
mercadorias, sem direito à cidadania.
A seguir, Bonifácio propõe que “haja em cada província do Brasil um
Ginásio ou Colégio”, bem como que se construa uma universidade nacional
na cidade de São Paulo, para “espalhar pelo Povo os conhecimentos que são
indispensáveis para o aumento, riqueza e prosperidade da Nação”. Décadas
antes da Revolução Meiji no Japão, que universalizou a educação pública,
gratuita e de qualidade a todo um povo e, assim, criou um dos países mais
desenvolvidos do mundo, Bonifácio defendia o mesmo para o Brasil. Ele
tinha em mente não apenas o necessário desenvolvimento técnico do Brasil,
mas a formação dos valores patrióticos da cidadania, sem os quais a
liberdade e o regime constitucional estariam ameaçados.
Bonifácio também defende a
interiorização da capital brasileira na
latitude de aproximadamente 15 graus,
equivalente a de Brasília hoje, com a
construção de estradas ligando a nova
capital a todas as províncias. A
localização do centro político no centro
da massa territorial brasileira e
continental sul-americana seria parte de
um esforço maior de integração nacional
para dentro e de povoamento do interior,
que seria resgatado por Getúlio em sua
memorável Marcha para o Oeste e
aprofundado por Juscelino Kubitschek
na construção de Brasília, cujo nome,
aliás, fora sugerido por Bonifácio.
No projeto de Bonifácio, a integração
nacional viabilizaria o desenvolvimento do país, pelo aproveitamento dos
amplos recursos territoriais e naturais para ns de colonização e
industrialização. Para tal, ele propôs a criação da Direção Geral de Economia
Pública, um órgão estatal que teria por função “vigiar e dirigir as obras de
pontes, calçadas, aberturas de canais, minas e fábricas minerais,
agricultura, matas e bosques, fábricas e manufaturas.”
Em resumo, Bonifácio propôs, em 1821, o desenho do Estado nacional,
guardião da soberania nacional, que seria ao mesmo tempo social e
desenvolvimentista. Esse Estado, que ele começou a construir na prática
quando Ministro do Reino, de janeiro de 1822 a julho de 1823, seria apenas
desenvolvido com maior fôlego após a Revolução de 1930, na Era Vargas. A
Independência formal, conquistada pela brava atuação militar e diplomática
de José Bonifácio, Maria Leopoldina, Pedro I, além das dezenas de milhares
de brasileiros que pegaram em armas contra o jugo português na Guerra de
Independência, apenas se transmutaria em Independência econômica e
social mais de 100 anos depois. Em 2021, comemoramos o bicentenário do
primeiro projeto nacional brasileiro, base da nossa nacionalidade. Oxalá
possamos retomá-lo.
PEDRO AUGUSTO PINHO é avô e administrador aposentado | FELIPE QUINTAS é doutorando em Ciência Política pela Universidade Federal Fluminense.
6 alternativa | NOVA FRIBURGO | JANEIRO 2021 | ED. 211 |
ALDA MARIA DE OLIVEIRA
O capitalismo
precisa do racismo
LUIZ FELIPE SATURNINO
Jovem prefeito:
nova política?
Sílvio Almeida, citado por nosso Rafael Borges em recente entrevista
numa das tv's de Nova Friburgo disse a frase acima. E continua, Rafael a falar
sobre as políticas públicas de exclusão, comparadas com os brancos: mais
negros nas prisões, mais negros assassinados, mais negros morrendo de
covid-19 e por aí segue a trilha da exclusão.
Políticas públicas de inclusão precisam de mais cotas para negros nas
Universidades, mais negros em cargos públicos nas três instâncias,
judiciário, executivo e legislativo.
Miguel, 4 anos, Ceará; Emily Vitória, 4 anos e Rebeca Beatriz, 7 anos, Rio
de Janeiro. No ano que passou, 22 crianças foram baleadas, oito morreram.
Crianças negras importam VIVAS!
Nova Friburgo tem um quadro interessantíssimo na futura Câmara de
Vereadores, a mais votada é uma preta, como ela gosta de dizer, Maiara
Felício, eleita pelo PT. E, depois de muitos anos temos três mulheres na
Câmara, como quando cheguei em NF, à época Ângela Fernandes, Saudade
Braga e Ledir. Hoje, Maiara, Priscila e Vanderléa.
Precisamos trocar de sinal. Hoje mais negros nas prisões, mais negros
assassinados e mais negros morrem de covid-19 e por outro lado temos
menos negros nas Universidades, menos negros nos cargos públicos,
executivo, legislativo e judiciário.
A pandemia só acirrou mais ainda essa desigualdade.
Onde está o Estado? Em lugar nenhum. Omisso.
Precisamos desconstruir o racismo estrutural começando pelos discursos
do governo federal que fala com a cara lavada que o Brasil não tem
racismo!!!
Precisamos apoiar, com todo o empenho, a ocupação dos espaços tanto
nas cátedras como nos bancos escolares de mais negros. Aumentar as cotas
nas Universidades.
É necessário e urgente um esforço maior para que toda a população tenha
as mesmas oportunidades.
Nossos principais instrumentos são as políticas públicas, a mobilização,
a imprensa comprometida, a educação e a cultura.
Como disse uma liderança negra um tempo atrás “é mais econômico
oferecer educação de qualidade do que construir presídios”. E ainda
“queremos menos mortes e mais formaturas.”
O povo negro merece porque ajudou a construir esta Nação. Porque é
gente que faz. Veja o que a Central Única de Favelas fez em muitos estados
do país, distribuindo cestas básicas e kits de limpeza para prevenir parte da
fome – nossa maldição – e transmissão do vírus da Covid-19.
Quero isso de 2021. Menos racismo e vacina para todos!
ALDA MARIA DE OLIVEIRA Engª Agrª, UFPEL/RS;
M. Sc. Imperial College, London University e avó de Maria Clara e Micaela Flor
| aldah.olive@bol.com.br |
Nova Friburgo se deparou com uma eleição
suis generis. Nada mais nada menos do que 16
candidatos a prefeito em um município sem
segundo turno. Diante da inoperância do Governo
Renato Bravo, mal avaliado pela população, foi
logicamente muito mal votado com apenas
3,70%, votação de candidato nanico ao invés de
prefeito disputando a reeleição. Este dado indica
um dos motivos da fragmentação do cenário eleitoral.
O outro é o m da coligação proporcional que
estimulou o lançamento de candidaturas próprias
para fortalecer a nominata de vereadores. Neste
aspecto, a eleição municipal serviu de balão de
ensaio com o resultado nal demonstrando o efeito
reverso.
Dessa forma, os projetos pessoais se impuseram com diversos grupos políticos se
dividindo na eleição majoritária. Não houve capacidade de aglutinação tanto no domínio
econômico quanto no domínio político. A votação se dispersou entre os vários
candidatos. Assim sendo, o eleitorado abandonou os políticos tradicionais, rompendo
laços estabelecidos na história política local. E escolheu pelo candidato sem vínculos
políticos fortes. O Prefeito eleito Johnny Maycon se lançou sem apoio do empresariado
local, levado ao Palácio Barão de Nova Friburgo pelo movimento da maioria silenciosa,
de sobremaneira o voto evangélico. O neopentecostalismo demonstrou seu poder
de inuência. O establishiment perdeu o controle eleitoral.
O Prefeito Johnny Maycon é o prefeito mais jovem de Nova Friburgo com a menor
votação da história política friburguense. Diante de um cenário fragmentado e de elevada
rejeição ao Governo, o eleitorado o identicou como o candidato de oposição ao
Prefeito Renato Bravo. Efeito de um mandato como vereador atuante e implacável na
scalização do Poder Executivo com a divulgação das suas ações contundentes durante
os quatro anos. Neste aspecto, soube se comunicar com a população. O seu discurso
de posse ecoou o da campanha eleitoral: fará um governo de combate a corrupção.
Poderia ter estabelecido prioridades, anunciado as primeiras medidas administrativas
e ações práticas, e denido as diretrizes balizadoras do governo. Optou em apresentar
o seu secretariado prestigiando servidores de carreira, a formação técnica e a juventude.
É uma aposta na prata da casa e na oxigenação da Administração Pública. Em um
primeiro momento, optou em não convidar os partidos políticos para compor o Governo.
É uma decisão política ousada a ser respeitada.
Assim como não quis interferir na eleição da Presidência da Câmara. E cumpriu à
risca. O candidato do seu partido perdeu a disputa. O Prefeito Johnny Maycon pretende
estabelecer uma nova relação institucional com o Poder Legislativo sem o tradicional
toma lá da cá de troca de cargos por apoio político. Ou seja, os Poderes devem se
relacionar de forma republicana e transparente. O novo Presidente Wellington Moreira
se comprometeu publicamente em dar governabilidade e ao mesmo tempo disse que
a Câmara deve scalizar os atos de gestão da Prefeitura. O discurso foi no sentido da
independência entres os Poderes. Provavelmente, o sistema de freios e contrapesos de
Montesquieu será testado à exaustão.
Fica um conselho como alerta ao novo Prefeito Johnny Maycon - pessoa séria,
íntegra, honesta, competente - é preciso estar preparado para ouvir críticas construtivas,
ter a humildade de assumir os erros e corrigir rotas, tomar decisões duras e até
impopulares para o bem da cidade, e aproveitar a sua juventude aliada à vontade de
adquirir conhecimento para se aprimorar como gestor municipal durante o mandato.
O aprendizado é constante. Não basta combater a corrupção se não souber o que
fazer. Ser honesto não é qualidade. É questão de caráter. Lidar com o dinheiro público
com lisura é obrigação. A população clama por serviços públicos de qualidade. Este
deve ser o objetivo do novo governo. Desejo sucesso nesta árdua tarefa.
LUIS FILIPE SATURNINO é advogado e cientista social | filsaturnino@gmail.com
alternativa | NOVA FRIBURGO | JANEIRO 2021 | ED. 211 | 7
UMAS & OUTRAS
Expontâneamente combinada
Cadê as Provas
O Partido dos Trabalhadores – PT entrou com pedidos ao TSE e ao Ministério
Público Federal para que o Presidente Bolsonaro apresente as provas de fraude no
sistema eleitoral brasileiro que já denunciou inúmeras vezes. O PT pede ainda que
ele seja responsabilizado caso não forneça provas e evidências das acusações
Quem é o interessado? (1)
Jair Bolsonaro está propondo inverter a lei da oferta e da procura. Ao armar,
“O Brasil tem 210 milhões de habitantes , um mercado consumidor de qualquer
coisa enorme. Os laboratórios tinham que estar interessados em vender para a
gente” Qualquer economista de seu governo poderia lhe explicar que: quando há
muita oferta, manda quem compra, mas quando há muita procura quem manda é
quem vende” e compra melhor quem se antecede.
Quem é o interessado? (2)
O general nomeado para o Ministério da Saúde, com fama de especialista em
logística, deve ter imaginado que, como grande comprador, poderia impor
condições aos fornecedores ou que as propostas cairiam em seu colo. Não
antecipou compras de insumos básicos para a vacinação como seringas e agulhas.
Resultado, na licitação que fez recentemente no qual objetivava adquirir 331
milhões desses produtos, o certame foi um fracasso tendo sido acertada apenas 7,9
milhões desses produtos. Agora aprovaram comprar sem licitação. Ai é que mora o
perigo!
Pessoas que estavam na Praia Grande comentaram que, repentinamente surgiu
um grupo estranho que foi para a beira do mar.
Eles puxaram grito de “mito” “mito” quando Bolsonaro chegou à praia. A claque
desapareceu logo após Bolsonaro retornar ao barco.
As presepadas de Collor de Mello eram mais bem feitas.
Ameaças após a invasão
do congresso americano (1)
Um dia após a tentativa de golpe por seguidores de Trump que provocou 5
mortes, Bolsonaro, em tom ameaçador voltou a questionar o sistema eleitoral
brasileiro.ao armar: “se nós não tivermos o voto impresso em 2022, uma maneira
de auditar o voto, nós vamos ter problemas piores que os dos Estados Unidos”.
Ameaças após a invasão
do Congresso americano (2)
À noite, no mesmo dia, o mito voltou a carga na defesa do voto impresso:
“Houve desconança(sobre o processo eleitoral)? Podem ser auditadas essas
seções pelo Brasil.? Qual o problema disso? Estão com medo? Já acertaram a fraude
para 2022? Eu só posso entender isso daí. Eu não vou esperar chegar 2022, nem sei
se vou vir candidato, para começar a reclamar . Temos que aprovar o voto impresso.”
Ameaças após a invasão
do Congresso americano (3)
Foi grande e imediata a repulsa a essas declarações por parte de ministro do STF,
da da OAB, de deputados e senadores e dos principais veículos da imprensa. Vale
ressaltar que em 6 eleições Ele, seus lhos e sua ex-mulher, foram eleitos pelo
sistema eleitoral que agora acusa de facilitar fraudes. Cale lembrar que na eleição
de 2018 Bolsonaro recebeu no 1º turno 49,2 milhões – 46,03%. No 2º turno teve
57,8 milhões – 55,13 %. Enquanto ele aumentou 8 milhões, seu adversário
Haddad cresceu 18 milhões.
Político a mais de 30 anos, Bolsonaro sabe, que após sua desastrada e
incompetente administração, a votação que ele teve, não tem mais! Dai, o discurso
antecipando uma suposta fraude.
Mais uma dos campeões de logística
A coluna do jornalista Lauro jardim no Globo
(03/01) publicou mais uma inépcia dos militares da
Saúde. Segundo o relato, 6 meses atrás, o Ministério da
Economia indagou sobre a necessidade de suspender a
tarifa de importação de seringas e agulhas da China.
Não se sabe se por vezo ideológico ou por erro de
cálculo sentaram em cima da proposta de isenção, que
só foi respondida armativamente no dia 24 de
dezembro. Após o asco da primeira licitação.
Prioridade mexicana
O México com 127 milhões de habitantes - o 4º pais com mais mortes - já iniciou
a vacinação, cobrindo primeiro o pessoal da saúde. A segunda prioridade será a
população idosa que vive em cidades pequenas e em áreas remotas. Sobre esta
prioridade o Presidente Obrador armou: “Vamos começar por baixo onde vivem os
mais marginalizados”
Primeiro os mais ricos
Pronunciamento do Presidente da OMS informou que 42 países já estão
vacinando suas populações, dentre os quais 36 são detentores de renda per capita
mais elevada e melhor IDH. O consórcio COVAX que objetiva levar vacinas aos
países mais pobres está encontrando diculdades para negociar compras com os
laboratórios.
Falta de conança
Informe do Banco Central mostram fuga líquida de dólares no país totalizando US$
72,9 bilhões no atual governo. Foram US$ 28 bilhões em 2020 e US$ 44,8 em
2019. Movimento que, só neste ano, inuenciou a desvalorização do real em
29,37% frente a moeda americana.
8
alternativa
NOVA FRIBURGO | janeiro 2021 | ED. 211 |
NOTAS LOCAIS (por Luiz Felipe Saturnino)
POSSE DO PREFEITO
Em seu discurso de posse, o Prefeito Johnny Maycon ergueu a bandeira de Nova
Friburgo dizendo que prefere morrer pela cidade a se corromper. Gesto
emblemático. Foi enfático que não tolerará corrupção em seu governo.
ANÚNCIO DO SECRETARIADO
Na cerimônia de posse do Prefeito Johnny Maycon foi anunciada a composição
do seu Secretariado Municipal de perl técnico e na maioria servidores concursados:
Secretaria Geral de Governo e Secretaria da Casa Civil: Pierre de Moraes;
Secretaria de Gabinete: Mayra Martins Sebastião;
Procuradoria Geral: Ana Paula Bitó Jordão;
Controladoria Geral: Kelle Barros Carvalho de Freitas;
Secretaria de Infraestrutura e Logística: Danny Dias Pinto;
Secretaria de Esportes e Lazer: João Victor de Carvalho Duarte;
Secretaria de Ordem e Mobilidade Urbana: Fabrício Corrêa Medeiros;
Secretaria de Obras: Bernardo Coelho Verly;
Secretaria de Educação: Caroline Moura Klein; d
Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano Sustentável: Vívian Alves
de Assis;
Secretaria de Assistência Social, Direitos Humanos, Trabalho e Políticas Públicas
para Juventude: Eliana de Fátima Mafort Lopes;
Secretaria Municipal de Saúde: Marcelo Murta Messeder Filho;
Secretaria de Finanças, Planejamento, Desenvolvimento Econômico e Gestão: Hugo
Leonardo de Carvalho;
Secretaria de Turismo e Marketing: Maria Angélica Rocha Carmo Moreira dos
Santos;
Secretaria de Cultura: Joffre Evandro Silva;
Secretaria de Defesa Civil: Evi Gomes da Silva;
Secretaria de Serviços Públicos: Eduardo Amaral Lima Trigo;
Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural: Marcelo da Silva Pereira;
Subprefeituras: de Conselheiro Paulino: Batista Canutt; Campo do Coelho: Robson
Ray Cardoso de Oliveira; Lumiar e São Pedro da Serra: Jorge de Oliveira Freimann;
Olaria, Cônego e Cascatinha: Matiel Gonçalves Custodio
Fundação D. João VI: Luiz Fernando Dutra Folly;
Banca Raul Sertã
Banca do Chiquinho
Banca da Galeria São José
Banca ABC/Extra
Banca do Marinho
Banca do Cônego
Banca do Wagner
Banca Vila Amélia
Casa Riachuelo
Banca do Marcello
Banca de Conselheiro
Padaria do Leandro
NOSSOS PARCEIROS
Gilberto
Chiquinho
Geraldo
Maycon Rosa
Mário Amêndola
Genival
Wagner
Mary Luci
Narciso|Portela
Marcello
Luiz Lontra
Leandro
General Osório
Alberto Braune
Alberto Braune
Alberto Braune
Paissandu
Praça Sant’Ana
Roseiral (Olaria)
Vila Amélia
Francisco Mieli
Suspiro
Praça Lafayete Bravo
Perissê
SECRETARIAS ACUMULADAS
Algumas Secretarias estão sendo acumuladas pelos novos Secretários porque
serão extintas ou fundidas em uma futura reforma administrativa, como por
exemplo: Governo/Casa Civil; Saúde/Política contra Drogas; Educação/Ciência e
Tecnologia.
TROCA REPENTINA
Marcelo Murta Messeder Filho, escolhido para a Secretaria Municipal de Saúde,
foi substituído pela enfermeira Nicole Ribeiro Lessa Ciriano. O Prefeito Johnny
Maycon não disse o motivo da troca. Murta se tornou assessor técnico.
SUBSECRETARIAS
Em um primeiro momento, não haverá nomeações para algumas Subsecretarias
que o Prefeito Johnny Maycon entende não terem utilidade. A questão é o critério a
ser adotado para o corte destas Subsecretarias consideradas desnecessárias. Esta
denição deve ser técnica com base no conhecimento da gestão municipal.
ELEIÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA CÂMARA
O Vereador Wellington Moreira (PSL) se elegeu Presidente da Câmara com 14
votos contra 07 votos do Vereador Marcinho Alves (Republicanos). O primeiro Vice-
Presidente é Joelson do Pote (PDT). A 2ª Vice-Presidência cou com Professor
André (PL). O 1º Secretário é José Carlos Schuabb (PRTB). A única representante
feminina é Wanderleia Abrace essa Ideia (Progressistas) como 2ª Secretária.
SEM INTERFERÊNCIA DO PODER EXECUTIVO
O Prefeito Johnny Maycon não interferiu na eleição da Mesa Diretora da Câmara.
Ao adotar esta postura o Governo abdicou do controle sobre a Direção do Poder
Legislativo e cará sem a Comissão de Constituição e Justiça, e a Comissão de
Finanças e Orçamento, as duas principais da Casa.
SEM BASE FORMAL
Até o presente momento, o Prefeito Johnny Maycon não se preocupou em
construir uma base de governo. Por enquanto, o discurso é de colaboração de ambos
os lados. Mas, formalmente, não há base formada para dar governabilidade e
aprovar matérias importantes para o Poder Executivo. O Prefeito não convidou
formalmente os vereadores ou partidos políticos para compor a sua base de
sustentação na Câmara.
EXPEDIENTE
Diretor Responsável:
NEY FABIANO DE CASTRO | neyfabianocastro@gmail.com
Projeto Gráfico:
LÓGICA INFORMÁTICA
Revisão Gráfica e Diagramação:
NATASHA ANGELO | natashaartes@gmail.com
Impressão: News Technology Editora e Gráfica
Tiragem: 1.000 exemplares
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
Colaboradores:
Alda Maria de Oliveira, Celia Campos, Cláudio Damião,
Felipe Maruf Quintas, Luiz Carlos Quintieri,
Luiz Filipe Saturnino, Regina Lobianco,
Pedro Pinho e Rafael Borges.
Os textos são de responsabilidade de seus autores;
não expressando, necessariamente, a opinião do jornal.