14.06.2021 Views

s289[online]

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

A forma de pensar dita o sucesso

“O discurso de ódio não é argumento”

Roberto aguiar

O papel social

da Associação

Protectora dos

pobres mantém-se

atual e pertinente

€2,50 | N.º289

ANO XXIV mensal junho 2021

5 602930 003431

Crossfit por

ricardo brito

DESPORTO

Madeira inspira

estilista espanhol

Turismo


PUB

www.sabermadeira.pt

Revista Saber Madeira

saber.fiesta.madeira

sabermadeira@yahoo.com

291 911 300

TC


sumario

08

04 ENTREVISTA

Passados que são 132 anos da sua

fundação, a Associação Protectora

dos Pobres do Funchal continua

na linha da frente do apoio à

população mais vulnerável com

serviços e atividades que visam a

integração social desta população.

A APP pela voz do seu diretor

técnico, Roberto Aguiar.

28

08 Atualidade

Campanha “O discurso de ódio

não é argumento”

10

12

14

16

Lugares de Cá

Rabaçal-Risco-25 Fontes

Caprichos de Goes

A acusação de “loucura” como

instrumento de descredibilização

pública- Parte 2

Em Análise...

Geração do vazio

(Des)Conhecida Arte

Arte com pintura acrílica e papel

de seda

20 Desporto

O Crossfit por Ricardo Brito

22

23

Opinião Hélder Spínola

Cultura ambiental no ensino

superior

Cantinho da Poesia

Santos Populares

33

24 Saúde

A responsabilidade do Médico de

Família na prevenção do AVC

25 Nutrição

Batata ou batata-doce:

qual a melhor opção?

26

28

Câmara Municipal do Funchal

Funchal candidata-se à Rede das

Cidades Criativas da UNESCO

Viajar com Saber

Montesinho

30 Finanças

Dicas para ultrapassar casos de

sobreendividamento

31 Turismo

Madeira inspira coleção de estilista

espanhol

32 Comportamento

Mentalidade fixa ou de

crescimento?...

34

ImagE Consulting

Indecisão destrói sonhos

Dicas de Moda

Blue Resort

36 Makeover

Um dia com... Sandra Dantas

38 Motores

O novo Opel Manta GSE

ElektroMOD

40

42 Decoração

E que se faça luz...

44

Marcas Icónicas

Rowenta

45 Social

53

54

Fashion Advisor

Cores e texturas de verão

43 Inovação

O restaurante do futuro...

À mesa com... Fernando Olim

Estatuto Editorial

saber JUNHO 2021

3


ENTREVISTA

Dulcina Branco

arquivo APP & D.R. (direitos reservados)

Roberto aguiar

O diretor técnico da Associação Protectora dos Pobres do Funchal abriu-nos a porta da instituição que fica

na rua do Frigorífico, espaço que todos conhecem como a Sopa do Cardoso. Mas aqui se proporciona mais

do que refeições. Trata-se, sobretudo, de dar um rumo à vida de quem tudo perdeu, ou está em vias disso,

por causa do álcool, da droga, da prostituição, do abandono da família, da violência doméstica...

A integração social é o objetivo. 470 pessoas estão inscritas na Associação Protetora dos Pobres sendo que,

cerca de 20% destas estão em situação de sem-abrigo.

É um pouco deste mundo que o sociólogo Roberto Aguiar, responsável do Gabinete de Apoio ao Utente

da APP desde maio de 2002 e atual diretor técnico da instituição, explica nesta entrevista.

4 saber JUNHO 2021


A Associação Protectora

dos Pobres do Funchal é

uma Instituição Particular

de Solidariedade Social de

utilidade pública, sem fins

lucrativos, com uma marcante

vertente assistencialista

desde a sua génese, em

1889. Proporciona às pessoas

mais desfavorecidas

o acesso diário a refeições

equilibradas nutricionalmente,

durante todo ano,

bem como o salvaguardar

das necessidades básicas,

nomeadamente: refeições,

balneários, lavandaria,

rouparia e um espaço para

pernoita em espaço adequado

e seguro. A APP acompanha

e promove a mudança

de hábitos de vida através

de elaboração de projetos

individuais de integração

social que visa a plena inclusão

social. Seis técnicos

asseguram o funcionamento

dos serviços da técnica é

composta duas assistentes

sociais, um educador e um

animador responsáveis pelo

Atelier Ocupacional e uma

outra assistente social que

é responsável pelo projeto

‘A Minha Casinha’ (acompanhamento

às pessoas em

situação de sem-abrigo).

Passados que são 132 anos da fundação,

qual é o papel e a importância da Associação

Protectora dos Pobres do Funchal na

atualidade?

- O papel social da APP mantém-se atual e

pertinente e em tempos de crise, como estamos

a agora a viver, a nossa atuação ainda se

torna mais relevante, por ser uma resposta

presente e fiável. Tem reflexos/impacto positivos

na comunidade visto que, em primeira

medida, cumpre o papel de salvaguardar as

necessidades mais básicas de sobrevivência

humana, para muitos utentes/clientes que

não teriam outra forma de as satisfazer sem

ser na APP, tendo em conta o seu perfil sociológico

e história de vida associada a uma

pobreza e exclusão social persistente. Os

serviços disponibilizados funcionam como

atenuante da revolta/mau estar por parte

dos grupos mais desfavorecidos da nossa

sociedade, contendo, eventuais, manifestações

de desagrado e contribuindo para um

clima de segurança geral que toda a comunidade

acaba por beneficiar. A APP é parceiro

efetivo no Plano Regional de Integração de

Pessoas em Situação de Sem-Abrigo 2018 –

2022, com medidas concretas na sinalização,

acompanhamento e encaminhamento de

Pessoas em situação de Sem-Abrigo. Somos

uma instituição integradora que procura nas

suas ações o bem-estar comum da comunidade.

Para tal, atuamos em parceria com outras

instituições de referência, como sejam a

Casas de Saúde Mental, no encaminhamento

para tratamentos em internamento de desabituação

de álcool e de outras substâncias

psicoativas. Acompanhamos na pós-alta, na

pernoita e na posterior integração habitacional

e profissional bem como na área da

saúde, de utentes encaminhados por nós e

também no acolhimento de utentes encaminhados

pelas Casas de Saúde, nomeadamente

Casa de Saúde Câmara Pestana e Casa de

Saúde São João de Deus. A APP está estabelecida

no concelho do Funchal mas apoia todas

as pessoas que a procura.

Que serviços disponibiliza a APP e quais

são os seus apoios?

- Os serviços são essencialmente o refeitório/

cantina social, serviços de balneários, lavandaria,

rouparia, acolhimento noturno e atelier

ocupacional. A APP está organizada sobre

estas três grandes áreas de intervenção,

em que a primeira tem a ver com a cantina

social - inclui esta valência a higiene pessoal

(balneários, lavandaria e rouparia - temos

mais gente a procurar-nos nesta valência),

depois o Centro de Acolhimento Noturno

(pernoita temporário), e o Atelier Ocupacional,

espaço de tempo livre onde também são

transmitidas competências a nível individual

e social para ajudar as pessoas a se integrarem

ou reintegrarem, o que se consegue

através do teatro inclusivo, do coro, da conceção

de produtos manufaturados que são

vendidos nas feiras de cariz social. Todos os

serviços são de acesso gratuito para os utentes

e estão disponíveis durante todo o ano.

Em 2016 foi criada uma Equipa de Rua para

Pessoa em Situação de Sem-abrigo que intervém

junto das pessoas de forma a motivá-las

a aderir a projetos individuais de integração

social como forma de reabilitação psicossocial.

Esta equipa é atualmente composta por

dois assistentes sociais (deverá ser reforçada

com novos técnicos) e faz as intervenções de

rua com o intuito de ganhar confiança junto

das pessoas para que venham até à APP. Depois

de cá estarem, é mais fácil de trabalhar.

A APP recebe uma comparticipação mensal

do Instituto de Segurança Social da Madeira

previsto em Acordo Atípico, donativos diversos

em géneros e em numerário e também

fazemos regularmente candidaturas a programas

de apoio social com fontes de financiamento

alternativos. A maior parte do nosso

financiamento vem da Segurança Social

(comparticipação mensal) e temos as doações

de vária ordem, numerária e outra, a

solidariedade de algumas empresas, particulares...

Tivemos um grupo alemão que reside

na Madeira que angariou uma verba e veio

cá entregar, a Igreja Inglesa também ajuda...

Todas as doações que temos são utilizadas

cá ou são dadas aos utentes. Mas há muita

ajuda, de facto, ajuda esta que é transposta

de imediato para o utente.

Quem são os utentes da APP?

- São pessoas carenciadas, na verdadeira

acepção da palavra. Debatemo-nos com a

grande heterogeneidade de perfil da população

e diferenças de competências dos que

nos procuram e usufruem dos nossos serviços.

Em termos de perfil sociológico, constata-se

que a maioria são homens, (na ordem

dos 80%) entre os 30 e 55 anos, desempregados,

com fracas habilitações literárias (ao

nível do 1º ciclo básico), baixos ou nenhum

tipo de rendimento, ausência de apoio de

retaguarda familiar e forte prevalência de

problemas de adição e de perturbação psíquica.

As pessoas em situação de sem-abrigo

são cerca de 20% dos que cá chegam. Temos

inscritos, de forma regular, 470 pessoas,

número maior até à data, e há 250 pessoas

para inscrição social. Temos 190 utentes que

beneficiam diariamente dos nossos vários

serviços/valências. Todos os anos temos cerca

de 100 pessoas que pedem uma ajuda e

outras 100 pessoas que deixam de vir nesse

ano. Este ano, tivemos mais pessoas a pedir

ajuda, nomeadamente refeições e bens alimentares.

Temos mulheres em situação de

sem-abrigo, com problemas de adição (toxicodependência)

e prostituição. Antigamente,

vinha a família toda – pais e filhos. Hoje

são famílias disfuncionais, monoparentais e

numa situação muito degradada.

Como é que as pessoas chegam à Associação

e como são encaminhadas?

- As duas principais portas de entrada na APP

é por conhecimento próprio - vêm pedir ajuda

alimentar e banho, e encaminhados pela

linha de emergência, e outros chegam en-

saber JUNHO 2021

5


caminhados por outras instituições como a

Segurança Social, principalmente. Quando a

pessoa chega, é sujeita a uma entrevista para

sabermos das suas necessidades, expetativas

e competências, a fim de ser encaminhado

para os nossos serviços. Uma pessoa que

foi desalojada é encaminhada para o centro

de acolhimento, por exemplo. Alguém que

precisa de uma consulta de saúde, temos

uma enfermeira que colabora conosco 2x por

semana que consulta, temos ainda uma médica

voluntária que faz consultas sem custos

acrescidos e que é outra mais-valia. Depois da

pessoa entrar, passa por várias fases, ou seja,

não vai diretamente para o Centro Ocupacional,

por exemplo. Quando cá está, beneficia

dos serviços e atividades. A pessoa entra às

sete da tarde, os seus bens pessoais são guardados,

toma o seu banho, janta, vê televisão e

vai dormir. Os quartos são partilhados e há o

andar para os homens e o andar para as mulheres.

A pessoa pode não querer ficar, pode

sair depois do jantar mas fica responsável por

si. Por ter um espaço onde ficar e dormir não

quer dizer que queira estar nesse espaço e,

portanto, pode sair. Há um período de permanência

autorizado que é de 15 noites mas

sabemos que ninguém resolve a sua vida em

15 noites. Não colocamos ninguém fora que

ainda não tenha resolvido a sua vida. A razão

principal da saída do centro de acolhimento

tem a ver com a integração em quarto e

quando assim é, ajudamos com loiças, equipamentos,

mobília, roupa de cama...

Como caracteriza a população sem-abrigo

no concelho do Funchal?

- O fenómeno dos sem-abrigo, ou das pessoas

em situação de sem-abrigo, é um fenómeno

social característico das sociedades consideradas

mais desenvolvidas, onde há muitas

pessoas que não conseguem acompanhar as

exigências em termos de competências sociais,

pessoais e competências profissionais e

acabam relegadas, ou elas próprias afastam-

-se, para as margens da sociedade. Estas evidências

atuam como fatores de exclusão social

que, em última análise, podem conduzir

a uma situação de sem-abrigo. Note-se que,

a pessoa que está em situação de sem-abrigo

não é um sem-abrigo – posso estar a dormir

na rua mas não sou um sem-abrigo. A pessoa

que está em situação de sem abrigo está sem

teto ou sem casa. Sem casa é aquele que está

numa situação mais degradante – dorme em

espaço público, em casas devolutas, é o sem-

-abrigo puro, por assim dizer. Sem teto é o

que está a ser acompanhado no centro de

acolhimento, ou está internado no hospital,

ou está em casa alugada e paga a renda com

a ajuda da Segurança Social... No que concerne

ao acompanhamento das Pessoas em Situação

de Sem-Abrigo feito pela ERSA da APP

no concelho do Funchal, constata-se um ligeiro

aumento, mas o mais saliente é a visibilidade

que estas pessoas estiveram sujeitas,

pela sociedade em geral, devido em grande

parte ao confinamento que a maior parte da

população sofreu. É possível mudar, é um fenómeno

dinâmico que procuramos trabalhar

em termos de reintegração e de reabilitação.

E conseguem mudar?

- A maior parte não consegue. É muito difícil

trabalhar pessoas que consomem substâncias

psicoativas (álcool e drogas), estamos a

falar de pessoas que estão muito degradadas

mentalmente, com muita perturbação mental.

A maioria não consegue mudar mas há

muitas integrações, quer profissional, quer

familiar, habitacional, só que não são sustentadas,

são muito curtas. Há recaídas, saídas...

Para mudar, a pessoa tem de querer.

A pessoa tem de querer ser ajudada e o que

acontece nestas situações é que a pessoa

não tem consciência de que precisa de ajuda.

Elaboramos um projeto de vida que a pessoa

até aceitou num primeiro momento mas se

acontece uma situação que põe em causa

esse projeto, ela desiste. É um processo longo,

de ganhar confiança porque estamos a

falar de pessoas com baixa autoestima e capacidade

de resiliência muito baixa. Mas há,

de facto, integrações. Muitas destas pessoas

não têm documentos, não têm uma morada

- estão à margem da sociedade e uma coisa

que fazemos é dar a morada da associação

para que possam abrir o seu processo na Segurança

Social, por exemplo.

O Plano Regional de Integração de Pessoas

em Situação de Sem-Abrigo 2018 – 2022 é

importante porquê?

- Tem muitas vantagens. Já houve outros planos

e é importante que existam, nem que

seja para dar conhecimento das situações a

diferentes pessoas de diversas áreas. Tem

referenciadas situações que continuam a ser

válidas. Evoluímos mas os problemas mantém-se.

Já se falava da toxicodependência

- não tanto com a intensidade como agora,

já se falava do alcoolismo, do desemprego.

Estes problemas mantém-se na atualidade.

O plano atual tem dois grandes eixos que

são: divulgação da problemática e reforço

da integração das pessoas em situação de

sem-abrigo. Na minha ótica, deve haver estruturas

físicas diferenciadas, adaptação das

medidas à nossa realidade e trabalhar os

problemas na nascente. A realidade dos sem

abrigo em Lisboa não é a mesma da região.

A resposta principal ao sem-abrigo passa,

na minha opinião, por se criar um albergue,

o que não existe na Madeira. Antes de criar

um novo centro de acolhimento e casas de

transição, a criação de um albergue será um

projeto fundamental. O albergue é uma resposta

de pernoita muito simples, em que as

pessoas por uma questão de dignidade têm

um espaço onde dormir, ao invés de estarem

na rua, ao que depois se segue um trabalho

de intervenção por técnicos das várias áreas.

O albergue não resolve o problema dos sem

abrigo mas resolve o problema da dignidade

humana. Por outro lado, as situações devem

ser trabalhadas na génese, ou seja, o sem-

-abrigo está desempregado mas a prioridade,

se calhar, não é o emprego. Estamos a

falar de pessoas não estão preparadas para

assumir responsabilidades ou para residirem

num determinado local e isto implica haver

um trabalho técnico ‘à priori’. O toxicodependente

tem que ser tratado. O alcoólico tem

que ser tratado. Trabalhar em parceria – as

instituições entre si - é fundamental para o

sucesso das situações. Há muitas dificuldades

dado que as instituições têm objetivos,

missões e filosofias de intervenção diferentes

mas é possível conciliar e modelar atividades

comuns. Mas este trabalho não resulta, ou

muito dificilmente resultará em sucesso se a

pessoa não quiser ser ajudada, como já referi

anteriormente. Depende da pessoa e da von-

6 saber JUNHO 2021


tade que tem. É o querer. É o reconhecer que

tenho o problema para mudar. Depende da

capacidade individual de cada um mas tem

que existir respostas para que as pessoas

tenham essa oportunidade e a sociedade só

beneficia se ajudar estas pessoas.

A pandemia trouxe ‘novos pobres’?

- Não sei se são novos pobres mas este ano,

tivemos mais pessoas a pedir ajuda, tendo-se

verificado a procura acentuada pelas refeições.

Houve um aumento considerável nesta

área. São pessoas que normalmente não

recorreriam ao apoio prestado pela APP. Estamos

a falar de pessoas que ficaram desempregadas,

essencialmente. É um facto que, as

situações de crise desde sempre provocaram

uma maior procura pelos nossos serviços, foi

assim na crise económica de 2008. As pessoas

não procuram alojamento – são pessoas

que têm a sua casa - mas alimentação

e outros bens. O número de refeições subiu.

A nossa instituição tem uma garantia para a

sociedade em geral e que tem a ver com o

facto de estar disponível todo o ano. Nunca

estivemos fechados. Reformulou ao nível

das refeições mas nunca deixou de distribuir.

As refeições são confecionadas na nossa cozinha

pelas nossas cozinheiras e com produtos

da região. Temos uma média de 350

refeições diárias, 125 dos quais são sempre

certos. Sempre mais homens do que mulheres,

normalmente sozinhos, desempregados

e com idades entre os 45 e os 55 anos.

Como decorreu a adaptação dos serviços

à pandemia?

- Tivemos que reformular as respostas sociais

disponibilizadas, nunca fechámos mas

tivemos que adaptar. Em março de 2020 fomos

surpreendidos com a urgência de adotar

medidas para evitar a disseminação do

Covid-19. A extrema gravidade desta situação

levou-nos ao inevitável confinamento,

por determinações do Governo Regional da

Região Autónoma da Madeira, segundo as

recomendações das Autoridades de Saúde.

Foi preparado o Plano de Contingência por

razões sanitárias com o intuito de manter ativas

e funcionais as respostas e serviços considerados

fundamentais para a comunidade

local e a população mais carenciada que nos

procura, para atenuar as suas dificuldades.

Esta situação, completamente nova, foi muito

desafiante em termos organizativos. A

nossa instituição tem uma preocupação muito

grande que é a população mais carenciada,

e a população mais carenciada não podia

- nem pode - ser duplamente prejudicada.

Fizemos um esforço muito grande para ter

os serviços em funcionamento. Implementámos

medidas adicionais, nomeadamente

a suspensão da valência Ocupação Desenvolvimento

Competências Pessoais - Atelier

Ocupacional, bem como o encerramento da

sala de convívio, a 14 de março do corrente

ano, de forma a evitar a aglomeração de

pessoas em espaços fechados e reduzidos.

No refeitório e num primeiro momento, a 16

de março, foi efetuada a redução de lugares

disponíveis possibilitando um espaçamento/

distanciamento de segurança entre as pessoas.

A 20 de março, as refeições passaram

a ser distribuídas em termo (tipo take-away)

em embalagens próprias e descartáveis. O

almoço passou a ser distribuído das 12:00h

às 13:30h e o jantar das 19:00h às 16:30h, em

todos os dias da semana. A nossa preocupação

era que a cozinha não tivesse um surto, o

que nunca aconteceu, felizmente.

Tiveram aqui pessoas infetadas?

- Cinco pessoas infetadas, três dos quais

utentes.

A sociedade ficou mais solidária?

- Em março e abril houve uma retração mas

agora há uma maior sensibilidade, as pessoas

estão mais solidárias. Desde o temporal

de 2010 que as pessoas estão mais solidárias.

A população madeirense, no meu entendimento,

é bastante solidária.

Nestes 20 anos que tem de serviço na APP,

que situações o marcaram a si?

- Há várias situações, positivas e negativas.

Uma mais recente é um rapaz com um percurso

de consumo de drogas pesadas e álcool,

encaminhado do concelho de Santa

Cruz. Procurámos fazer a recuperação com

vários tratamentos, teve recaídas e saídas,

conseguiu encontrar um trabalho de jardineiro

mas a responsabilidade do trabalho foi tão

grande que não tem conseguido corresponder

pelo que, está atualmente na rua. É uma

situação recorrente o não conseguir integrar-

-se. Sempre que há uma tentativa de integração

falhada, a pessoa degrada-se mais. Mas

temos casos positivos como o de um rapaz

com problemas familiares, separação, desemprego,

muito obeso... Ficou conosco 14

meses, perdeu peso, recuperou a relação

que tinha com o filho, conseguiu encontrar

trabalho e agora está bem. Está integrado.

Há casos de sucesso no Atelier Ocupacional.

São pessoas que passaram pela situação de

rua e estão agora em quarto alugado. Não se

conseguem integrar no mercado de trabalho

porque estão muito degradados mas estão

cá connosco e isso é um sucesso. Tivemos

um senhor que era vítima de violência doméstica

e conseguiu recuperar a sua vida. No

Centro Ocupacional recebemos pessoas com

problemáticas diferentes e a todos procuramos

acomodar. Não estamos preparados

para certas situações mas acolhemos todas e

procuramos resolver. s

saber JUNHO 2021

7


ATUALIDADE

Madalena Nunes

& Sílvia Camacho

A Câmara Municipal do Funchal dinamizou em

parceria com a Rede Europeia Anti-Pobreza –

EAPN Madeira, a campanha “O discurso de ódio

não é argumento”, uma iniciativa nacional

integrada na Semana da Interculturalidade

que decorreu entre os dias 5 e 11 de abril. A

vereadora Madalena Nunes e a representante

da EAPN Madeira, Sílvia Camacho, explicam

em que consistiram as ações desta iniciativa

que teve como objetivo maior a luta contra a

discriminação e a promoção do respeito pela

diferença. Diversas figuras públicas vestiram

a camisola da campanha. Madalena Nunes fez

ainda o retrato da realidade que diz respeito à

pobreza no concelho do Funchal.

“O discurso de ódio não é argumento”

O que foi este projeto da Rede Europeia

Anti-Pobreza e como foi implementado

no Funchal?

Sílvia Camacho: Tratou-se de uma campanha

nacional, lançada no âmbito da Semana

da Interculturalidade, contra o discurso do

ódio e sob o lema “O Discurso de Ódio não

é Argumento. #Daravoltaao texto #EAPN”. A

EAPN- Portugal convidou o criativo Miguel

Januário para “pegar em algumas narrativas

e ideias estereotipadas, frases típicas de discurso

de ódio e tentar contra-argumentar

com algum sentido de humor”. O resultado

foi impresso em t-shirts. Esta ação de sensibilização

esteve direcionada apenas para as

redes sociais e pretendeu mobilizar algumas

figuras públicas que, literalmente, aceiteram

vestir a camisola e lançar a mensagem na

sua própria rede social para que chegasse

ao maior número de pessoas. O escritor Valter

Hugo Mãe, Rosa Monteiro, secretária de

Estado para a Cidadania e a Igualdade, os

artistas Carlão, Surma e Capicua e o apresentador

Jorge Gabriel foram algumas das

personalidades que vestiram (literalmente)

a camisola da campanha. Por cá, o Núcleo

da Região Autónoma da Madeira da EAPN-

Portugal lançou o desafio a algumas personalidades,

dos mais variados quadrantes da

sociedade madeirense. Assim, para além da

Vereadora Madalena Nunes, a campanha

também contou com o apoio do Bispo do

Funchal D. Nuno Brás, o Presidente da Assembleia

Legislativa da Região Autónoma da

Madeira Dr. José Manuel Rodrigues, a Secretária

Regional da Inclusão Social e Cidadania

Dra. Augusta Aguiar, os músicos Miguel Pires

e Vânia Fernandes, os jornalistas Paulo

Jardim e Gil Rosa, Guida Vieira, o Tenente

Coronel Rui Nunes- Presidente da Cruz Vermelha

Portuguesa, os humoristas 4Litro, entre

muitos outros.

O discurso de ódio em que se traduz e

como se reproduz?

S.C.: O discurso de ódio tem vindo a ganhar

cada vez mais espaço dentro da Europa e

em Portugal não é exceção. Este discurso

encontra-se reproduzido não só num “português

suave” em conversas e comentários

espontâneos, mas também de forma explícita

através das redes sociais, de caixas

de comentários de notícias, nas paredes

das cidades ou mesmo em ações de ruas.

A campanha visou assim alertar para tipos

distintos de discriminação (ex. classismo,

xenofobia, machismo, racismo, homofobia e

transfobia) - e quis, de forma simples e eficaz,

“defender um discurso humano, digno

e com algum humor, com o objetivo de desarmar

a futilidade com que muitas dessas

ofensas são proferidas, provocando uma reflexão

crítica sobre esses preconceitos.

A Câmara Municipal do Funchal aderiu a

esta campanha com que objetivos?

Madalena Nunes: Ao aderirmos a esta

campanha, estamos a fazer várias coisas.

Estamos a dar visibilidade a uma luta que é

da CMF desde 2013: sensibilizar as pessoas

para a necessidade de se construir uma cidade

mais justa, democrática e igualitária,

em que o respeito e o abraço à diversidade

são fatores de inclusão e de melhoria da

qualidade de vida. A diferença é um caminho

que conduz ao desenvolvimento, pois

utiliza o potencial de cada um ou uma de

nós nessa construção. Estamos a reforçar

a parceria com a EAPN (iniciada em julho

de 2018) e com os princípios que estabelecemos

com eles: conhecer melhor o nosso

território e a partir desse conhecimento potenciar

os recursos existentes no Funchal no

8 saber junho 2021


combate à pobreza e tentar encontrar medidas

adequadas ao combate à pobreza, à

exclusão social e ao respeito pela igualdade

dentro do território que é a Cidade do Funchal.

Estamos a dar visibilidade à luta pela

inclusão, sensibilizar a população para as

questões do respeito pela diferença e para

interiorizarem a ideia de que reconhecer a

diversidade, a diferença é um caminho que

conduz ao desenvolvimento, pois utiliza o

potencial de cada um ou uma de nós.

Enquanto vereadora com o pelouro da

Inclusão, qual é a realidade da pobreza

na cidade do Funchal e o que a preocupa

mais nesta problemática?

M.N: O fenómeno da pobreza é um atentado

aos direitos humanos. As pessoas perdem a

sua dignidade e a sociedade acaba por perder

valor humano, social e financeiro, com

consequências muito negativas no seu desenvolvimento

e progresso. Em Portugal são

precisas 5 gerações para uma família pobre

poder sair da pobreza. Isso equivale a cerca

de 125 anos. Na RAM, atualmente existe

a taxa de risco de pobreza mais elevada de

todo o país: 32,9%. No Funchal a pobreza

está associada ao desemprego e aos salários

muito baixos. Quem acaba por sofrer

mais são as pessoas mais vulneráveis: pessoas

idosas, crianças e mulheres. E é na tentativa

de colaborar na defesa desses grupos

de pessoas que a CMF tem investido em medidas

de ação imediata, que ajudam a viver

melhor no dia a dia, e em medidas que terão

efeito a médio e longo prazo. É assim que investimos

anualmente cerca de 2 milhões de

euros no Fundo de Investimento Social (FIS),

com medidas como o apoio à habitação, à

natalidade e família, ao emprego, por exemplo.

Em termos de investimento a médio e

longo prazo apostamos na educação, com

os manuais gratuitos do 1º ciclo até ao secundário,

bolsas para o ensino superior, tablets

para o 1º ciclo, apostando em melhorar

a literacia digital e o sucesso escolar. Temos

um projeto educativo municipal que ajuda

a olhar e usar a cidade como uma bolsa de

recursos educativa e educadora, que ajuda

todos e cada um ou uma de nós a desenvolver-se

e a progredir.

A pandemia agravou a pobreza no concelho?

M.N.: A pandemia trouxe uma maior taxa

de desemprego e carências financeiras, com

reflexos imediatos visíveis nas dificuldades

alimentares e na habitação. O Cabaz Vital

que a Câmara Municipal do Funchal implementou

em maio de 2020 para ajudar as

famílias afetadas pelo impacto da COVID19

tem visto disparar a sua procura. O mesmo

está a acontecer com as necessidades

de habitação, mostrando que o Funchal e,

consequentemente, a RAM vão atravessar

períodos muito difíceis no que diz respeito a

dificuldades sociais e económicas. s

Dulcina Branco

André Gonçalves (Câmara Municipal do Funchal)

saber junho 2021

9


LUGARES DE CÁ

Rabaçal/Risco/25 Fontes

I

gualmente locais de grande

beleza natural, os trilhos

Risco e 25 Fontes, situados

na zona do Rabaçal (Calheta)

são dos mais frequentados.

Acede-se aos mesmos pela

estrada regional E.R. 110, descendo

até à casa de abrigo do

Rabaçal. Os trilhos seguem por

duas levadas paralelas, localizadas

a diferentes cotas. As águas

destas levadas alimentam a

Central Hidroeléctrica da Calheta.

O trilho PR.6.1 acompanha a

Levada do Risco, a 1000 m de

altitude, levando o caminhante

a uma impressionante queda de

água que cai na vertical formando

um risco na rocha. Descendo

ao trilho PR 6, poderá visitar a

Lagoa das 25 Fontes, formada

pelas águas que descem do Paul

da Serra. O nome de 25 Fontes

advém do número de nascentes

que durante todo o ano alimentam

a bonita lagoa existente.

Antes de chegar ao Posto Florestal

encontra-se um trilho que

dá acesso à vereda da Lagoa do

Vento. Os percursos encontram-

-se bem sinalizados. A vegetação

predominante nestes percursos

é a Floresta Laurissilva, classificada

como Património Mundial

Natural pela UNESCO. s

Dulcina Branco

Cícero Castro

visitmadeira.pt , cmcalheta.pt

10 saber JUNHO 2021


saber JUNHO 2021

11


CAPRICHOS DE GOES

Diogo goes

Professor do Ensino Superior e Curador

A acusação

de “loucura”

como instrumento

de descredibilização

pública

– parte 2

(Texto adaptado a partir de artigo com o mesmo

título publicado no Jornal da Comunidade Científica

de Língua Portuguesa - A Pátria, 1-10-2020)

(cont.)

Ao longo da história moderna, os

detentores do poder político e económico

procuraram impor uma

ordem moral e estética que ordenasse

socialmente as massas populares,

para melhor controlá-las e explorá-las. A associação

do conceito de “feio” aos conceitos

de “mau”, “impuro” ou “criminoso” procurou

demonstrar e justificar as políticas de opressão

e controle sobre determinados grupos

sociais e étnicos (Eco, 2007). Loucos, tolos,

parvos, burros, são alguns dos exemplos da

adjetivação encontrada habitualmente na

gíria popular para classificar todos aqueles

que se diferenciam das normas instituídas

por uma elite. A nominação da “loucura” ou

da “burrice” visa identificar os adversários,

críticos de um sistema e ao descredibilizar

a sua opinião pública, excluí-los da sociedade

(Eco, 2007). Gonçalves (2010) considera

a partir de Foucault (2005) que, a caracterização

do “louco” desempenha a função de

definir a diferença e a exceção, por oposição

à própria normalidade, possibilitando que a

existência de uma conflitualidade entre “vertiginosos”

e “sãos”, constitua razão da própria

manutenção de uma hegemonia social

e moral, culturalmente aceite. Uma das formas

de descrição da loucura é a sua representação

em espaços de exclusão. O modo

dessa representação «possui implícito um

cunho moralizador» (Gonçalves, 2010), pois,

identifica os vícios e os pecados como consequências

«indesejáveis», que podem levar

ao limite à loucura. O processo de exclusão

funciona, portanto, como «regulador da

normalidade» (Gonçalves, 2010). A identificação

da loucura com diversos comportamentos

anómalos ou divergentes de uma

maioria, tem por objetivo garantir a persistência

dos resultados da ambiguidade dessa

acusação. Por um lado, a acusação de loucura,

serve para descredibilizar e excluir quem

é diferente ou diverge da maioria, porque

a aceitação da diferença, poderá colocar

em causa o sistema moral aceite e quem o

controla. Por outro lado, identificar o alvo da

exclusão, serve para proteger os alegados

saudáveis, incutindo-os a continuar a cumprir

as normas convencionalmente aceites

(Foucault, 2005; Furtado, 2013; Gonçalves,

2010; Roterdão, 2012). Do «parvo» em Gil

Vicente aos «Caprichos» de Goya

A personagem o «parvo» do «Auto da barca

do inferno» de Gil Vicente, se por um lado

caracteriza uma sociedade revestida de uma

ingenuidade, por outro lado demonstra que

12 saber junho 2021


a sabedoria dos alegados loucos (Gonçalves,

2010), excêntricos ou revolucionários,

torna-se perigosa para as elites que detêm o

poder. Portanto, a denominação de “parvo”

ou “louco”, visa tão somente, excluir todos

os indesejados à manutenção da hegemonia

vigente. Descredibilizar os críticos de um

sistema de dominação e ordenação social é

a resposta mais confortável para uma elite,

do que aceitar questionar uma qualquer

ordem moral e social aceite (Furtado, 2013;

Goes, 2020d; Gonçalves, 2010). A narrativa

da loucura – digo, da crítica – na “trilogia da

barca” em Gil Vicente, como na obra «Elogio

à Loucura» de Erasmo de Roterdão opera

um julgamento moral das personagens,

caracterizando culturalmente a sociedade

da época (Furtado, 2013; Goes, 2020d; Gonçalves,

2010; Roterdão, 2012). «A loucura,

como sabedoria, também se revela quando

apresenta um profundo conhecimento,

perceção e crítica da realidade» (Gonçalves,

2010). Também na série de gravuras «Los

Caprichos» de Francisco José de Goya, «a

misoginia, a apatia da nobreza, a ignorância

do povo e o abuso do poder do clero» (Nunes,

2013) são representadas satiricamente,

fazendo uso da representação de animais

de carga, os burros. Estes animais até à contemporaneidade

irão adquirir e personificar

toda a carga simbólica que a caracterização

caricatural e satírica da sociedade espanhola

do final do século XVIII lhes conferiu. Do

ponto de vista da psicologia, a consciência

individual e o desenvolvimento de complexos

são influenciados pelo contexto cultural,

no qual cada indivíduo se insere. O contexto

cultural e o conjunto de imagens simbólicas,

subjacentes a este, definem determinantemente

a identidade da (quase) totalidade de

indivíduos de uma sociedade, expostos aos

inúmeros estímulos visuais e comportamentos

culturais de uma sociedade. (cont. na

próxima edição). s

Referências:

Arnheim, Rudolf (1973). The Genesis of a Painting:

Picasso's Guernica. Londres: University of California

Press

Baéz, F. (2004). História universal da destruição de

livros. Ediouroi.

Barcelos de Morais Silva, J., & Henrique de Aquino Gomes,

S. (2016). Reflexões sobre a verdade a partir do

prefácio de Origem do Drama Barroco Alemão de

Walter Benjamin. Comunicação &Amp; Informação,

19(2). https://doi.org/10.5216/ci.v19i2.38026

Benjamin. Walter. (1984). Origem do Drama Barroco

Alemão. Trad. Rouanet, S. São Paulo: Ed. Brasiliense

Debord, G. (2003). A sociedade do espetáculo. Projeto

Periferia. Obtido de http://www.ebooksbrasil.

org/adobeebook/socespetaculo.pdf

Eco, U. (2007). História do Feio. Lisboa: Difel.

Eco, U. (2010). On Beauty: A History of a Western

Idea. Quercus.

Foucault, M. (2005). História da loucura na Idade

Clássica. São Paulo: Perspectiva.

Furtado, M. (2013). Elogio da Loucura, de Erasmo de

Rotterdam: as raízes do Humanismo. Universidade

Estadual da Paraíba.

Goes, D. (2020a). A fenomenologia dos populismos

totalitários do século XXI e o discurso da crise das

democracias liberais. A Pátria - Jornal da Comunidade

Científica de Língua Portuguesa. Obtido de

https://apatria.org/politica/a-fenomenologia-dos-

-populismos-totalitarios-do-seculo-xxi-e-o-discurso-

-da-crise-das-democracias-liberais/

Goes, D. (2020b). Da génese do liberalismo económico

à crise das elites. A Pátria - Jornal da Comunidade

Científica de Língua Portuguesa. Obtido de https://

apatria.org/economia/da-genese-do-liberalismo-

-economico-a-crise-das-elites/

Goes, D. (2020c, agosto 12). “Ceci n’est pas”… Democracia:

é um simulacro. Jornal Económico. Obtido de

https://jornaleconomico.sapo.pt/noticias/ceci-nest-

-pas-democracia-e-um-simulacro-623056

Goes, D. (2020d, setembro 23). Se non è vero, è ben

trovato! Jornal Económico. Obtido de https://jorna-

leconomico.sapo.pt/noticias/se-non-e-vero-e-ben-

-trovato-639062

Goés, J. C. (2020). A colonialidade fascistoide. A Pátria

- Jornal da Comunidade Científica de Língua Portuguesa.

Obtido de https://apatria.org/sociedade/a-

-colonialidade-fascistoide/

Gombrich, E. H. (2008). Historia del Arte. PHAIDON.

Gonçalves, T. (2010). A representação do louco e da

loucura nas imagens de quatro fotógrafos brasileiros

do século XX: Alice Brill, Leonid Streliaev, Cláudio

Edinger, Claudia Martins. Universidade Estadual de

Campinas.

Guerreiro, A. (2007). Enciclopédia e hipertexto: Aby

Warburg e os arquivos da memória. Obtido de

http://www.educ.fc.ul.pt/hyper/resources/aguerreiro-pwarburg/

Hartt, Frederick (1993). Art: a History of Painting,

Sculpture, Architecture. Nova York: Harry N.

Abrams Inc. Publishers.

Hensbergen, Gijs van. (2005). Guernica: La historia de

un icono del S. XX. Barcelona: Debate Editorial

Lipovetsky, G. (2019). Agradar e tocar: Ensaio sobre

a sociedade da sedução. Lisboa: Edições 70.

Martins, J. (2006). Portugal e os Judeus. Vega.

Nunes, C. A. (2013). Los Caprichos, de Francisco

Goya: Manifestações da sombra coletiva espanhola.

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Ramírez,, Juan Antonio (1999). Guernica - La Historia

y el Mito, en Proceso. Madrid: Sociedad

Editorial Electa España.

Resende, G. (1902). Chronica de El-Rei D. João II (M.

D’Azevedo, Ed.). Lisboa: Bibliotheca de Classicos

Portuguezes.

Roterdão, E. de. (2012). Elogio à locura. Lisboa: Vega.

Saraiva, J. H. (1993). História de Portugal. Mem Martins:

Publicações Europa-América.

Warburg, A. (1999). The renewal of pagan antiquity.

Los Angeles: The Getty Research Institute Publications

Programs.

saber JUNHO 2021

13


em análise...

Francisco Gomes

Analista político

Geração

do vazio

Sim, é urgente refundar esta

sociedade psicopatizante,

recheada de jovens mimados,

que não sabem o que é

altruísmo e que alimentam

competições néscias pela

imagem corporal e pela vida

imaginária.

Carolina rodrigues

Ao contrário da minha irmã, que

nasceu no ano da revolução, eu

não vivi o 25 de Abril, e, porque

nos anos que se seguiram àquele

evento eu era ainda demasiado novo para

perceber a palavra ‘Liberdade’, compreendi

a importância da Democracia pela voz

dos outros, nos relatos que me ajudaram

a perceber como a mesma abriu as portas

do ensino e as da igualdade de género,

possibilitou a remuneração das mulheres

pelo trabalho e lhes libertou o passaporte

da autorização do pai e do marido, permitiu

o planeamento familiar e o divórcio,

potenciou a Autonomia e aceitou no espaço

público e em igualdade o adversário

político que as nossos convicções pessoais

repudiam. As redes sociais e a ausência de

crivo que as define são também fruto desse

Abril, e, graças a elas, a clássica figura do

treinador de bancada ganhou expressão

magnânima, com os portugueses a revelarem

que, afinal, são tudo, desde escritores,

activistas sociais e especialistas de futebol

a virologistas sazonados, conselheiros matrimoniais

e até juristas, inquisidores e juízes.

São tudo o que não sabíamos que são.

São, também, tudo o que não podem - ou

não deveriam - pensar que são. E, seguindo

por essa linha megalómana de pensamento

todo-poderoso, agem conforme o

que oportunidade lhes proporciona, isto é,

um pouco como quem entra num bloco e

aproveita para ser cirurgião ou como quem

entra numa obra e aproveita para ser arquiteto.

Só porque sim! E o ‘só porque sim’

é sempre triste e desastroso. Mas, porventura,

são os jovens que mais consomem e

14 saber JUNHO 2021


internet

alimentam o narcisismo das redes e que,

graças a elas, transformaram estes tempos

na era da hiper-valoriozação e da hiper-exposição.

Nos seus perfis, sofrem do síndrome

do vedetismo, agindo como se fossem

estrelas da vida pública e se todos os outros

estivessem interessados no seu corpo,

na sua cara, no que fazem, no que comem,

no que vestem e no que lhes passa nos seus

‘estados de alma’. Assim, não querem saber

- e odeiam quem sabe - do futuro a longo

prazo e o único espírito de sacrifício que

conhecem é o da luta patética pelo corpo

perfeito que viram no ‘Insta’. Não têm a mínima

tolerância à frustração e a medida da

sua relevância é a obtenção de reforço positivo

rápido e na forma de ‘likes’. Os papás

míopes e as criancinhas contrariadas irão

dizer que sempre foi assim e que os jovens

de todas as gerações também procuraram

a afirmação. Certo. Mas, agora, é diferente,

pois estamos perante a geração do vazio

absoluto - o vazio mental e emocional, que

é pseudo-preenchido por aspirações tontas

ao vedetismo e pelo seguidismo patológico

de outras ‘celebridades’ das redes sociais,

que vivem da mentira e do faz-de-conta e

cujo contributo para o bem-estar social é

absolutamente nulo. Sem surpresa, temos

a proliferação das perturbações alimentares,

da ansiedade e das taxas de suicídio

assustadoras em jovens que estão insatisfeitos

com a vida, com o corpo e com a sua

identidade, pois pensam que a vida que

têm e que a pessoa que são não são dignas

de serem ‘consumidas’ nas redes na mesma

medida que as de ‘influencers’ idiotas

que, armados em adultos, são, na verdade,

criaturas frágeis e dependentes de critérios

externos de superioridade, como são as

reacções das redes sociais. Sim, é urgente

refundar esta sociedade psicopatizante,

recheada de jovens mimados, que não sabem

o que é altruísmo e que alimentam

competições néscias pela imagem corporal

e pela vida imaginária. Porque temos de ser

muito mais do que o consumo desenfreado

de mentiras, é chegada altura de cortar

com as destrutivas redes que, no final do

dia, nos tornam escravos das opiniões de

estranhos e banalizam a essência humana

que - verdadeiramente - nos dá brilho e nos

dá alma. s

saber JUNHO 2021

15


[DES]CONHECIDA ARTE

Vanessa Pinto

Advogada/Artesã

Pintura acrílica e papel de seda

Nasceu no Funchal há 42 anos,

formou-se em Direito pela Faculdade

de Direito de Lisboa, tendo exercido

a profissão de advogada até há

2 anos, iniciando-se então nos

trabalhos de artesanato «como

forma de evasão ao mundo do

Direito e ao dos Tribunais», explica.

Vanessa decora vasos de barro,

pedras e outros objetos com

pintura acrília e papel de seda e que

resultam em objetos decorativos de

grande beleza. Podemos encontrála

e às suas peças nas feiras de

artesanato e em sites de venda

online.

Dulcina Branco

Virgílio Baptista silva & tiago avelar machado

Como começou neste mundo do artesanato

e que peças cria?

- Comecei a realizar trabalhos de artesanato

como forma de evasão ao mundo

do Direito e ao dos Tribunais, há cerca de

dois anos. As minhas peças são variadas e

únicas, para decoração. Decoro vasos de

barro, pedras e outros objectos com pintura

acrílica e papel de seda. Mais recentemente

enveredei pelo desenho em pratos

de barro e porcelana. Ultimamente, também

tenho produzido objectos em terracota,

como pássaros, peixes, saboneteiras e

jarras, posteriormente adornados com os

meus desenhos.

Como decorre o seu processo criativo?

- A minha mente está constantemente a

conceber objectos e desenhos...Para realizá-

-los tenho um atelier em casa com vista para

o roseiral do meu pai. Uma vista que esti-

16 saber JUNHO 2021


mula constantemente a minha criatividade.

Onde podemos encontrar o seu trabalho?

- Normalmente divulgo as minhas peças no

Facebook e Instagram, bem como outros sites

de venda online. Uma outra forma que

encontrei para expôr é vender as minhas

peças foi na Mercarte, uma feira semanal

que se realiza no Jardim Municipal ou no

Jardim do teleférico, aos sábados. Também

tenho algumas peças na loja Número 56 da

Rua Nova de São Pedro, Funchal, um espaço

que pertence à minha família.

A pandemia afetou o seu trabalho?

- Sem qualquer dúvida. Por um lado, a pandemia

proporcionou-me mais momentos

de criatividade mas, por outro lado, o facto

de não haver turistas é de ter havido o cancelamento

das feiras onde vendia os meus

produtos acarretou-me grandes dificuldades.

À semelhança de todos os sectores de

actividade, artesãos e artistas foram grandemente

afectados por esta pandemia.

O trabalho dos artesãos tem sido devidamento

reconhecido/protegido?

- Na minha opinião, creio que as entidades

governamentais deveriam apoiar com mais

iniciativas o sector do artesanato. Na verdade

as criações artísticas e artesanais locais

são larga e amplamente procuradas pelos

turistas. Como sugestão deixo a ideia da divulgação

pela própria Secretaria Regional de

Turismo e Cultura de um desdobrável com o

descritivo das feiras existentes, respectivos

locais e horários de funcionamento. s

saber JUNHO 2021

17


desporto

O gosto pelo desporto e exigência levou-o à prática do Crossfit,

em que tem vindo a destacar-se ao nível da competição.

O Crossfit é uma modalidade desafiante e à qual Ricardo Brito

aderiu há já alguns anos. Natural e residente em Câmara de Lobos,

Ricardo Brito tem 40 anos, trabalha na empresa SAM e é bombeiro

na Associação Humanitária Bombeiros de Câmara de Lobos.

Frequenta um curso no ensino superior em Proteção Civil.

Ricardo Brito

atleta

gentilmente cedidas pelo entrevistado

Tive a sorte de

encontrar pessoas muito

competentes ao nível do

crossfit, muito capazes

de nos fazer crescer

como atletas e com

uma enorme capacidade

de nos motivar

O que é o Crossfit e como surgiu o seu

interesse pela prática desta modalidade

desportiva?

- Diria que, o Crossfit é uma modalidade

onde o último é mais aplaudido que o primeiro,

existe enorme competitividade mas

não há rivalidade. O Crossfit tem uma particularidade

que é o de criar uma comunidade

onde todos se ajudam, onde treinamos para

superar os desafios e em que ninguém fica

para trás: o primeiro motiva o último fazendo

com que este atinja o seu próprio objetivo.

Assim sendo, esta modalidade despertou-me

o interesse vendo outros treinando.

Desconhecia o nome da modalidade mas

muito rapidamente despertou-me a curiosidade

e o interesse pela prática da mesma

porque vi que era muito desafiante. Havia

sempre acompanhamento do treinador e

todos faziam o mesmo, por vezes em grupo.

Estávamos em setembro de 2015, um amigo

meu, o Gonçalo Jardim, levou-me a experimentar

a modalidade e nunca mais parei de

praticar.

O que tem de mais desafiante a modalidade?

- É muito desafiante e apresenta vários desafios.

Por exemplo: realizar um movimento

ou uma técnica pode tornar-se um desafio

muito exigente em termos de vontade e

dedicação, sendo certo que, os desafios no

Crossfit são sempre alcançáveis. Na Naval

Box (local onde treino), tive a sorte de encontrar

pessoas muito competentes ao nível

do crossfit, muito capazes de nos fazer

crescer como atletas e com uma enorme

capacidade de nos motivar, são exigentes e

disciplinados e todos esses fatores vão nos

preparando para níveis ou patamares cada

vez mais difíceis.

Qual é a realidade desta modalidade na

Madeira?

- Quando comecei a treinar havia apenas a

Naval Box – Insular Crossfi (Box é a designação

do espaço físico de treino do crossfit)

e que estava a dar os primeiros passos. Os

meus atuais treinadores, Igor, Tânia e André

já entravam em competições nacionais e

foram eles a fazer crescer esta modalidade

na região. Na atualidade, existe um número

considerável de atletas a praticar crossfit,

seja na Naval Box seja na Crossfit FNC - são

estas as duas boxes que atualmente desenvolvem

a modalidade na Madeira. A modalidade

cresceu com o número de praticantes

em espaços (ginásios) os quais introduziram

exercícios e técnicas em aulas. Para os praticantes

desta modalidade, existe o Training

Camp, que reúne atletas desta box ou outra

para aperfeiçoamento de várias técnicas

e que dá oportunidade a todos os que não

participam em competições de sentirem um

pouco esse ambiente comunitário e competitivo.

No caso do Madeira Cross Games,

estamos a falar de níveis de treinamento

elevados. Digamos que, é o culminar de um

ano de dedicação e que põe à prova as capacidades

dos atletas na modalidade. Trata-se

de, uma competição anual que reúne atletas

de vários países como França, Inglaterra,

Itália entre outros, acolhe também um grande

número de atletas nacionais e de várias

boxes, em que participam atletas internos.

No meu caso, tenho conseguido arrecadar

primeiros lugares nesta competição.

Em que é que a pandemia afetou a modalidade?

- Numa primeira fase, condicionou - e mui-

18 saber JUNHO 2021


to - a prática mas graças aos treinadores, de

forma online, permitiram que os atletas pudessem

treinar nas suas casas, o que é não

a mesma coisa. Faltava algo, já que o crossfit

é convivência, treinos em grupo e competitividade

saudável, e isso não existe em frente

ao computador. Em termos psicológicos,

tivemos de saber lidar com isso e confesso

que, cada vez que passava pela Box e a via

vazia, sem vida, fazia alguma impressão. Foi

complicado.

Enquanto praticante/monitor, o que gostaria

de vir a concretizar na modalidade

e que ainda não concretizou (um projeto,

um sonho...)?

- Acho que a Naval Box tem feito de tudo

para fazer crescer a modalidade. Para além

de trazer à Região atletas de outros países

- dando a conhecer o destino Madeira - também

o faz cá dentro, realizando o Madeira

O Crossfit é uma

modalidade onde o

último é mais aplaudido

que o primeiro,

existe enorme

competitividade mas

não há rivalidade

Cross Games e Training Camp em vários

concelhos como Funchal, Machico, Calheta

e Porto Moniz, e espero bem que próximo

seja Câmara de Lobos.

Para terminar, como é que as pessoas podem

aceder à modalidade?

- BOXs, são estes os espaços onde se pratica

crossfit, é assim que se chama, e qualquer

pessoa pode praticar. De resto, as pessoas

que mais me surpreenderam no crossfit

não foram os que ganharam os troféus (eles

são exequentes) mais sim as pessoas que

quando entraram tinha algum peso a mais

- muito honestamente essas pessoas merecem

a minha admiração e respeito, são

enormes, com grande crença e superação.

Aproveito para reconhecer e destacar o trabalho

desenvolvido pelos meus treinadores

na adoção de treinos específicos para pessoas

com menos mobilidade física. O Crossfit

é para todos e o mundo está cheio de

belos exemplos. s

saber JUNHO 2021

19


MADEIRA AVES

JOSÉ FRADE

Fotógrafo autoditata

José Frade nasceu há 53 anos no

concelho de Cascais. Trabalha

no sector automóvel mas foi

a sua paixão pela fotografia,

principalmente a fotografia de

natureza, que o fez aprofundar

os seus conhecimentos sobre

as aves e consequentemente

aderir ao grupo "Aves de Portugal

Continental", grupo esse criado

pelo Armando Caldas, mas, como

membro desde o primeiro dia,

foi convidado pelo fundador, em

conjunto com ele, administrar

o referido grupo, vendo aí uma

oportunidade para partilhar os

seus conhecimentos e incentivar as

pessoas à protecção da natureza.

Dulcina Branco

José Frade,

administrador do grupo “Aves de Portugal Continental”,

que gentilmente nos cede as fotos que ilustram

esta rubrica

Atlas das Aves do Arquipélago

da Madeira, um projeto

de conservação da Natureza

Uma das ferramentas que está ao

dispor de quem tem por missão fazer

a gestão dos recursos naturais

são os Atlas. Pela sua importância

ecológica e beleza, as Aves são espécies que

atraem a atenção do público, têm um papel

ecológico de extrema importância mas

subestimada importância social, cultural e

económica. Foi pelo conjunto destes fatores

que o Serviço do Parque Natural da Madeira,

em parceria com a Sociedade Portuguesa

para o Estudo das Aves, desenvolveu o

“Primeiro Atlas das Aves que Nidificam no

Arquipélago da Madeira”. Este projeto originou

uma base de dados que pode ser utilizado

de forma integrada nos mais variados

campos de atividade, desde a conservação

da natureza, passando pelos setores com

importância sócio-económica a exemplo do

setor do turismo de natureza. A observação

de aves e outros animais é uma vertente

turística em expansão contínua e que tem

sido explorada de forma consistente no arquipélago

da Madeira. s

Fonte: www.atlasdasaves.netmadeira.com

20 saber JUNHO 2021


Gaivota-d'asa-escura

(Larus fuscus)

Uma ave da família Laridae.

Nidifica em praticamente toda a costa

atlântica da Europa, inverna no sul.

Presença esporádica na Madeira.

Maçarico-galego

(Numenius phaeopus)

Ave da família Scolopacidae.

Nidifica no norte da Europa, inverna no sul.

Inverna em pequenos números

no arquipélago da Madeira.

saber JUNHO 2021

21


OPINIÃO

Hélder Spínola

Biólogo/Professor Universitário

Cultura

Ambiental

no Ensino

Superior

As Instituições de Ensino Superior

(IES) são das organizações com

maior poder de influência nas

transformações sociais, exigindose-lhes

que assumam as suas

responsabilidades de uma forma

mais efetiva no contributo que

podem dar para ultrapassarmos

a atual crise ecológica.

Com o desenvolvimento tecnológico

e o crescimento populacional, o consumo

de recursos e a produção de

poluição por parte da humanidade

excedeu largamente a capacidade do Planeta

Terra, causando uma grave crise ecológica.

Os desequilíbrios ambientais que corporizam

esta crise são inúmeros e afetam

globalmente o Planeta, destacando-se, entre

muitos outros, as alterações climáticas,

a perda de biodiversidade e a poluição dos

oceanos. Assiste-se, atualmente, a um despertar

da humanidade para a gravidade da

situação, mas a esperança continua, acima

de tudo, depositada em tecnologias mais

limpas e eficientes, sem que se vislumbre

uma abordagem que altere efetivamente a

verdadeira causa do problema: a cultura de

consumo. A crise ecológica que hoje atravessamos

exige uma mudança profunda na sociedade

e nas instituições que a compõem.

Exige uma transformação cultural, apenas

possível através da educação, sendo necessário

rever a relação entre a humanidade e

a natureza, revertendo o processo ao longo

do qual nos fomos excluindo dela, e questionar

os objetivos e a eficácia da própria

educação ambiental que temos seguido (ou

não) ao longo de décadas. As Instituições de

Ensino Superior (IES) são das organizações

com maior poder de influência nas transformações

sociais, exigindo-se-lhes que assumam

as suas responsabilidades de uma forma

mais efetiva no contributo que podem

dar para ultrapassarmos a atual crise ecológica.

Assim, como promotoras e incubadoras

de novos modelos de sociedade, propõe-se

que as IES adotem uma nova visão

e estratégia para a educação ambiental (e

para a sustentabilidade), integrando-se num

processo de transformação cultural capaz

de reestabelecer o equilíbrio entre a humanidade

e o Planeta. Para isso, sugere-se um

novo entendimento da educação ambiental,

focando-se num processo de transformação

cultural da sociedade, mais do que no plano

individual, e olhando não apenas para a promoção

da literacia ambiental (conhecimentos,

atitudes e comportamentos), mas, acima

de tudo, da cultura ambiental. Esta nova

abordagem, que não é mais do que assumir

e incentivar algo que já germina socialmente,

imprimindo-lhe outra dinâmica e eficácia,

significa mudar o modelo de funcionamento

e de educação em vigor nas IES, não se

deixando aprisionar pelas salas de aulas e

libertando-se para os espaços abertos do

Campus, para as cantinas, corredores, e todos

os locais onde a interação social se dê e

a dimensão cultural da comunidade se expresse.

É na dinâmica social, e na sua interação

com o espaço físico e funcional, que esta

transformação cultural poderá se expressar

e consolidar. Para isso, as IES terão de assumir

o desafio de promover a cultura ambiental,

entendida como um sistema complexo

de códigos, padrões e formas de organização

partilhadas pela sociedade, ou grupos

sociais, aprendidos através da educação e

socialização, e que contribuem para a manutenção

dos equilíbrios ambientais, manifestando-se

através de normas, crenças,

valores, atitudes, conceitos, conhecimentos,

hábitos, práticas, comportamentos, expetativas,

estilos de vida, instituições, e modelos

de organização social e económica que, no

seu conjunto, asseguram a sustentabilidade

ambiental de uma comunidade. Será ainda

necessário orientar os processos de educação

ambiental através de uma abordagem

mais abrangente e eficaz, compatível com

a dimensão, exigência e ambição dos seus

novos desafios, baseando-se em dinâmicas

socioeducativas e ancoradas em contextos

socioculturais reais. s

22 saber JUNHO 2021


Cantinho da poesia

Santos Populares

Rosa Mendonça

Escritora

facebook.com/rosa.6823mendonca/

[rosa mendonça autora]

Eventos de cariz popular envolvidos em embriagantes luares

Entre sardinhadas, manjericos, alhos-porros, martelos, balões, festa rija

As barracas enchem-se de alegria, sorrisos e diversão

As avenidas ganham outro colorido, outra magia.

Criam-se trajes temáticos com imperiosa dedicação e entusiasmo

Lá vem Santo António, o casamenteiro, pela mão dos bairros lisboetas.

Desfilam sobre a calçada portuguesa já há algumas décadas

Perante um auditório ilustre, exigente e irrequieto.

O júri não dá tréguas, ano após ano espera surpresas e muito glamour.

Fascinado, o público aguarda ansioso pela marcha do seu bairro.

Na igreja de Santo António, onde as limpezas deixaram tudo a luzir,

Chegam em charretes sofisticadamente decoradas os futuros noivos.

Elas adornadas com longos vestidos brancos, eles com fraques elegantes

Enamorados, trocam juras de amor, abençoados pelo santo padroeiro

De 23 para 24, lá vem a noite mais esperada do ano, a de são João

O Porto mergulha num arraial com loucura sem igual

As ruas iluminam-se para os milhares de devotos

Nas mãos alhos-porros ou martelos...reina a animação

Segue em romaria frenética, rumo à ribeira, um mar de gente

Rostos expectantes, de olhos postos no céu

Aguardam o ponto alto da noite: o fogo-de-artifício da ponte D. Luís

É uma noite tão comprida e o cansaço nunca aparece

O regresso a casa faz-se com o raiar do dia, para curar a folia e os excessos.

Nós, madeirenses, com singulares tradições: enfeitam os fontenários e

saltam à fogueira

Entre 27 a 28 festeja-se o São Pedro, o derradeiro santo padroeiro do mês

Com as tradicionais travessias noturnas dos barcos engalanados,

Transportam os romeiros de outros portos para os portos festivos

São eles quem preenchem as ruas e vielas, animadas por acordeões,

castanholas, pandeiros, sininhos e cantares ao despique.

Juntam-se em grupos dando vida às vivências seculares

Tanta folia abraça a noite, em dia de lua cheia

Todos lançam suas sortes: ora deitam um ovo num copo com água, ora com

a faca que apunhala a bananeira, ora em banhos no mar em água lampa*…

Ano após ano, aguardam-se os santos populares

Cresce o fervor a cada festa popular, que a devoção do povo é imensa.

E com rimas de amor e paixão nascem pérolas de poesia

São quadras de sabedoria popular que coroam os manjericos perfumados

É a planta dos namorados por excelência. Receber uma de presente é sinal

de promessa no coração.

s

D.R.

*…água lampa – regionalismo madeirense, que significa água abençoada pelo padroeiro.

saber JUNHO 2021

23


SAÚDE

Dr. Rui Cernadas

Rui Cernadas

Médico especialista em Medicina Geral e Familiar

Membro da Comissão Científica da Sociedade

Portuguesa do AVC

A Responsabilidade

do

Médico de

Família na

Prevenção

do AVC

OSNS sobre o qual todos falam,

bem ou mal, é um serviço público

aos cidadãos que dele esperam

capacidade de resposta e assistência

clínica de qualidade. O desejo de cada

cidadão ter o seu médico de família deve

encontrar da parte dos médicos de família

uma elevada responsabilidade profissional

com a sua comunidade de utentes. Os médicos

de família devem exercer a promoção da

saúde e a prevenção de doença, assumindo

de vez um papel decisivo na chamada “prevenção

primária”. Este período terrível de

combate à infeção pela COVID-19 deixou os

utentes longe dos seus médicos e os centros

de saúde entrincheiraram-se em “muros”

que, dificultam o acesso e a proximidade,

os princípios fundamentais dos Cuidados

Primários e da Medicina Geral e Familiar.

Não é possível cumprir o objectivo dos cuidados

antecipados à população, reduzindo

o risco de aparecimento de determinadas

patologias e atuar sobre os factores de risco

de modo atempado e precoce, se o acesso

aos médicos de família não for retomado

urgentemente!. Quando pensamos no acidente

vascular cerebral, o AVC, temos de

recordar que a idade é, também, como no

caso da COVID-19, o mais importante e mais

forte fator de risco. E não devemos esquecer

o peso da história familiar de AVC, como

possível preditor de eventos. Mas se estes

fatores, idade ou genética, são fatores de

risco que os médicos não podem modificar,

outras questões são tidas como modificáveis.

Por exemplo, os benefícios da atividade

física regular e continuada, bem como o seu

impacto no controlo da hipertensão arterial,

da diabetes e do peso. Ou a importância

de cumprir os tratamentos indicados pelos

médicos, tomando os medicamentos diariamente,

nos horários e doses prescritas. E é

preciso procurar, identificar e tratar o mais

precocemente possível as pessoas que têm

e desconhecem valores elevados de pressão

arterial, lembrando que, a hipertensão é o

fator de risco modificável mais importante

e com maior influência na tragédia do

AVC. Temos de insistir no combate ao uso

exagerado do sal, açúcar e gorduras na alimentação,

reforçando a ingestão de frutas

e de legumes. E o tabaco! O tabagismo é a

primeira causa evitável de doença, incapacidade

e morte, contribuindo qual vírus fumegante

para quase todas as dez principais

causas de morte a nível mundial!. A ação

do médico de família e a acessibilidade aos

seus doentes e o inverso, não se podem limitar

ou reduzir a contactos telefónicos ou

às tecnologias de comunicação à distância. A

“normalidade” da Pandemia não pode abrir

mais as portas a outras “pandemias” preveníveis

e igualmente dolorosas, trágicas e

dispendiosas, embora menos mediáticas. E

falo entre muitas outras, da doença hipertensiva,

da diabetes, da insuficiência cardíaca,

da doença pulmonar obstrutiva crónica,

das doenças neurodegenerativas, do AVC

obviamente. Fica em 2021 o meu apelo à

responsabilidade dos médicos de família no

seu Dia, o Dia Mundial do Médico de Família,

um sonho e um desejo renovado pela prevenção

primária e pelo combate de sempre

contra a doença e o AVC em particular. s

24 saber junho 2021


NUTRIÇÃO

Alison Karina

de Jesus

Alison Karina de Jesus

Nutricionista (2874N)

facebook.com/nutricionalmentebem

instagram.com/nutricionalmentebem

info@nutricionalmentebem.com

https://nutricionalmentebem.com/

Internet

Batata ou Batata-Doce: qual a melhor opção?

A

batata doce é considerada ótima

para a saúde e a outra é pintada

como a vilã da história e considerada

boa para nos dar uns quilos a

mais. Como tal, são cada vez mais as pessoas

que na hora de escolher optam pela batata

doce em relação à batata. Começando pela

batata doce, trata-se de um tubérculo, tal

como a batata, proveniente de uma planta

rasteira, cultivada pelos povos indígenas da

América do Sul e Central. Existem diversas

variedades de batata-doce, sendo que a cor

tanto da pele como da polpa pode variar entre

o branco, o amarelo, o laranja, o rosa e o

roxo. Tem como principal característica o seu

sabor adocicado e as suas cores vivas. Cada

100g de batata-doce fornece uma média de

118 calorias, 1 grama de proteína, 28 gramas

de hidratos de carbono e quantidades muito

reduzidas de gordura. A principal diferença

entre batata e batata-doce está no tipo de

hidratos de carbono. A batata é rica em hidratos

de carbono de absorção rápida, ou

seja, o açúcar é libertado para o sangue com

muito mais rapidez e os níveis de insulina aumentam.

Consequentemente, o organismo

deixa de queimar a gordura acumulada nas

reservas adiposas (massa gorda), para dar

prioridade àquela que está no sangue. Após

este pico de glicemia no sangue, o açúcar no

sangue “cai a pique”. Tal facto vai refletir-se

no apetite, na medida em que, após a queda

da glicemia, a pessoa fica com maior vontade

de comer. Com a batata-doce, acontece o

contrário: os seus hidratos de carbono, por

serem complexos, ou seja, de absorção lenta,

não elevam drasticamente os níveis de insulina

no sangue, o que consequentemente leva

a uma melhor gestão dos níveis de energia

no organismo. A batata doce acaba por ser

mais interessante do ponto de vista nutricional.

Não tem um impacto tão abrupto na produção

de insulina, ou seja, vai manter-nos saciados

durante mais tempo e os hidratos de

carbono não se vão transformar em gordura

tão facilmente. A batata-doce é um alimento

altamente versátil que pode ser utilizado em

purés, sopas, assados e cozidos, tornando

fácil a sua inclusão na dieta, como principal

fonte de hidratos de carbono. Posto isto, importa,

contudo, salientar que existe a ideia errada

de que a batata-doce é menos calórica

do que a comum. Mas na verdade, energeticamente

falando, as duas são muito semelhantes.

Por outro lado, a batata comum tem

mais potássio e vitaminas do complexo B,

mais proteína e menos sódio. Se formos falar

de preço sabemos que a batata-doce é mais

cara do que a tradicional batata. Concluindo:

o importante é variarmos a alimentação ao

máximo. Portanto, deverá haver espaço para

as duas na alimentação, visto que ambas são

boas fontes de hidratos de carbono e de nutrientes

e devem ser incluídas no contexto de

uma alimentação saudável e variada. s

saber junho 2021

25


PUBLIREPORTAGEM

Departamento Comunicação e Imagem da Câmara Municipal do Funchal

Funchal candidata-se

à Rede das Cidades Criativas da UNESCO

A

CMF vai candidatar, este ano, o Funchal

à Rede das Cidades Criativas

da UNESCO. A rede foi criada pela

Organização das Nações Unidas

para a Educação, a Ciência e a Cultura em

2004 e, segundo o Presidente Miguel Silva

Gouveia, “procura desenvolver a cooperação

internacional entre cidades que identificam

a criatividade como um fator estratégico

para o desenvolvimento sustentável, assumindo

o objetivo de promover e fortalecer

as indústrias culturais a nível local e a cooperação

ativa a nível internacional.” Esta abrange

sete áreas criativas, sendo que “pela sua

História, pelas tradições e pelo trabalho que

o Município tem vindo a desenvolver, julgamos

que o Funchal tem todas condições

de vir a integrar a Rede das Cidades Criativas

da UNESCO na categoria artesanato e

folclore.” A CMF vai, igualmente, começar a

desencadear contactos com múltiplas entidades

do concelho que se pretende venham

a estar envolvidas neste projeto. As cidades,

ao apresentarem a sua candidatura, têm de

escolher uma das áreas criativas estabelecidas,

nomeadamente: artesanato e folclórica;

design; cinema; gastronomia; literatura; artes

e multimédia; e música. Neste momento,

Portugal tem integradas nesta rede as seguintes

cidades: Idanha-a-Nova, Cidade Criativa

na categoria música (2015); Óbidos, na

categoria literatura (2015); Amarante, na categoria

música (2017); Barcelos, na categoria

artesanato e arte popular (2017); e Braga, na

categoria artes mediáticas (2017). O autarca

acrescenta que “através de uma série de práticas

inovadoras, a Rede de Cidades Criativas

da UNESCO representa uma contribuição

tangível para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento

Sustentável do Funchal e das

Nações Unidas para a próxima década, por

meio da formulação de políticas centradas

nas pessoas, com uma forte componente

de iniciativas locais. A rede enaltece, acima

de tudo, o papel central das cidades no desenvolvimento

sustentável, uma visão com

a qual nos identificamos plenamente e que

queremos promover, quer no contexto da

nossa Região, quer no contexto do país.”. Viveiro

de Lojas, Made in Funchal e Matadouro

são exemplos da aposta na criatividade Na

candidatura do Funchal sobressaem, desde

logo, as atividades em curso na cidade relacionadas

com o artesanato local e regional.

“A UNESCO dá uma grande importância ao

trabalho em rede e a cidade tem vindo a

mostrar, ao longo dos últimos anos, como o

26 saber JUNHO 2021


setor público, privado e empresarial podem

trabalhar em conjunto para manter vivas as

tradições, adaptá-las aos tempos modernos

e incentivar novas formas criativas de artesanato”,

reforça Miguel Silva Gouveia.Entre

os projetos dinamizados pelo Município,

emerge, desde logo, o recém-inaugurado

“Viveiro de Lojas” na Zona Velha da cidade,

uma iniciativa inovadora, que pretende ajudar

a densificar o tecido comercial local com

novos e diferenciados conceitos. Também o

site Made in Funchal, em https://www.madeinfunchal.cm-funchal.pt/,

foi criado pelo

Município em forma de catálogo, permitindo

a todos os interessados encontrar empreendedores

locais das mais diversas categorias,

tais como moda, decoração e artes, entre

outras. O Presidente destaca, justamente,

que “o Made in Funchal e o Viveiro de Lojas

são dois projetos que contribuem para

o alcance dos objetivos da Agenda 2030, no

que concerne a apoiar as atividades produtivas,

a criação de emprego, a criatividade e o

crescimento das micros, pequenas e médias

empresas. Com o Viveiro de Lojas, o Município

visa, especificamente, a elaboração e a

implementação de políticas para promover

o turismo sustentável, que gera empregos

e promove a cultura e os produtos locais.”.

A estas duas atividades, soma-se “o futuro

Hub Criativo que vai nascer no antigo

Matadouro do Funchal, naquele que será

o novo polo de criatividade, cultura e empreendorismo

da cidade. Pretendemos que

este histórico espaço industrial se assuma

como um ecossistema de grande vitalidade,

assente na partilha e na inovação, e funcionando

também como um polo de investigação

e desenvolvimento das artes e do artesanato

regional. Desta forma, será possível

preservar as tradições culturais e artísticas

do concelho e da Região, mas também dar

nova roupagem ao setor, reinventando-o e

dinamizando-o economicamente.”. Na candidatura

a submeter à UNESCO, o Município

destaca ainda: o Funchal Folk – Arraial do

Mundo, um festival internacional de folclore

promovido pelo Grupo de Folclore Monte

Verde, com o apoio da CMF; a Aldeia de Natal

baseada no artesanato, que foi o mote para

a edição do ano passado, num tributo aos

artesãos madeirenses e aos brinquedos tradicionais;

as feiras temáticas de artesanato

no Mercado dos Lavradores; e os workshops

dinamizados ao longo do ano nos museus

municipais, dirigidos aos alunos do ensino

básico e à população sénior. Projeto com

crescente visibilidade internacional Ao tornar-se

membro da rede, o Funchal poderá

aproveitar as oportunidades de intercâmbio

e colaboração, nacionais e internacionais,

com outras cidades-membro, capitalizando

os seus ativos criativos. A Rede das Cidades

Criativas, com a marca da UNESCO, é, de resto,

um projeto crescente e atraente no plano

internacional, e uma fonte de inovação em

cidades com políticas urbanas que envolvem

a cultura. Com esta adesão, o Município ganhará,

igualmente, visibilidade a nível internacional

para as atividades desenvolvidas

no Funchal, num momento em que decorre

a candidatura do Funchal a Capital Europeia

da Cultura em 2027. As cidades-membro reconhecem

a importância do desenvolvimento

urbano sustentável e inclusivo e, portanto,

comprometem-se a valorizar o papel da

cultura e da criatividade na implementação

da Agenda 2030 para o Desenvolvimento

Sustentável. Sendo esta uma rede de cidades,

o interesse, a inscrição e as atividades

futuras no âmbito dos membros devem ser

apoiados e coordenados pelo Município,

sempre em articulação com outras entidades

relevantes do concelho. s

CMF apoiA RETOMA DA

economia local

PUB

saber JUNHO 2021

27


viajar coM saber

ANTÓNIO CRUZ

AUTOR E VIAJANTE › antonio.cruz@abreu.pt

Montesinho

1] São, arredondamente, vinte quilómetros desde Bragança. Por

estrada calma e por vezes sinuosa que me entrega uma sucessão

de paisagens sem mácula e que desafiam à evasão de todos os

meus sentidos. Para, finalmente, desaguar num casario de pequena

dimensão e muita beleza.

Montesinho. Encostado a Espanha ali mesmo acima

de Bragança, onde cessa território português para

dar início a território espanhol. Um Parque Natural

do mais bonito e fantástico que temos no nosso

país e que leva uma das mais belas aldeias de

Portugal com o mesmo nome.

António cruz › António Cruz escreve de acordo com a antiga ortografia

1]

28 saber JUNHO 2021


2]

3]

3] Os substantivos não fogem à repetição do que tenho vindo

a contar acerca de todas as aldeias por onde tenho vindo a

passar ao longo desta viagem muito bem conseguida: silêncio,

paz, sossego, tranquilidade, beleza, autenticidade, isolamento. E

uma aprazível solidão.

2] Não fugindo à regra dos arruamentos empedrados,

às casas de granito recuperadas, aos largos que levam o

pelourinho e/ou a capela, Montesinho é mais um testemunho

de intervenção correcta e inteligente. Bem pensada e

excelentemente preservada.

5]

4]

5] São lugares - todas estas aldeias são lugares - de gatos. Luzidios,

bem tratados, acarinhados pelas mais simples das mãos,

alimentados a amor e ternura. Pois são companheiros fiéis e

leais. Porque são companhia de Invernos à lareira e de mantas

no colo. São, tantas vezes, companheiros de viuvez nos confins

da nossa percepção geográfica.

6]

4] Porque estas também são terras de mel. De um mel puro e bem

laborado pelas incansáveis abelhas que preservam o planeta. Assim

saiba o Homem preservá-lo e manter em dia a consideração e

respeito que ele nos merece.

6] As últimas moradas também podem ter vistas bonitas. E chilreios

de pássaros alegres. E cómodos que não precisam ser demasiado

grandes para serem confortáveis. R.I.P.

saber JUNHO 2021

29


FINANÇAS

Dicas para

ultrapassar

casos de

sobreendividamento

Dulcina Branco

doutorfinancas.pt • www.doutorfinancas.pt

"O último ano foi complicado para

muitas famílias. Dos negócios que fecharam,

aos lay-offs, muitas foram as

famílias que viram os seus rendimentos

afetados. Seja qual for a situação, o importante

é termos noção exata da saúde

das nossas finanças e agir o mais depressa

possível. E há muitas coisas que podemos

fazer”, salienta Rui Bairrada, CEO do Doutor

Finanças. A empresa especializada em

finanças pessoais e familiares partilha dicas

para as famílias que estejam numa situação

de fragilidade financeira. “Numa situação

em que antevemos problemas financeiros

é preciso fazer uma análise detalhada de

como gastamos o nosso dinheiro. E a partir

dessa análise podemos tomar decisões”,

acrescenta Rui Bairrada. Há uma série de

medidas que pode pôr em prática de forma

a resolver a situação financeira o mais depressa

possível, tais como: renegociar contratos,

avaliar quanto paga de eletricidade e

qual a tarifa que tem contratada, negociar

e renegociar os contratos de telecomunicações

no que concerne às plataformas

de streaming e benefícios da sua utilização

como a Netflix, Spotify, HBO, Amazon e Disney,

renegociar as condições com regularidade

dos contratos que tem com o banco,

renegociar os contratos de seguros, inclusivamente

os associados ao crédito habitação

e os associados ao cartão de crédito. Se

a situação é já de incumprimento, há que

resolver os problemas diretamente com as

instituições com quem tem créditos ou financiamentos,

não sendo possível recorrer

a outras instituições. Atualmente, há instrumentos

que protegem melhor as famílias, e

que obrigam os clientes e as instituições de

crédito a negociar. E, desde que os clientes

demonstrem capacidade de cumprir com os

seus compromissos financeiros, mediante

novas condições, as instituições estão obrigadas

a encontrar uma solução para cada

caso, evitando os tribunais. Se estiver numa

situação limite, há soluções para reduzir os

encargos de forma imediata mas antes de

avançar, deve ter em atenção duas questões:

estas soluções têm de ter a aprovação

da instituição financeira com quem tem o

contrato de crédito a decorrer, e qualquer

uma delas torna o custo final do crédito

mais elevado. Ainda assim, pode ser a solução

para evitar que entre em incumprimento

ou que, já tendo entrado, consiga regularizar

as dívidas. s

30 saber junho 2021


TURISMO

Madeira inspira coleção de estilista espanhol

A

hospitalidade dos seus habitantes,

as paisagens, a gastronomia e a

cultura local serviram de inspiração

ao estilista Juan Duyos para criar

as propostas para o outono. A coleção será

apresentada na próxima Semana da Moda

de Madrid. A coleção vai integrar todas as

características que o criador encontrou na

Madeira: a hospitalidade das suas gentes, a

natureza luxuriante de mar e floresta com

todas as suas cores, as tradições, o artesanato,

a cultura e a gastronomia. Para tal, está a

trabalhar de forma exaustiva e em constante

contato com os artesãos da ilha para uma

colaboração única para o outono, que vai

desfilar na Semana de Moda de Madrid. Os

dias que passou na ilha foram marcantes.

As paisagens deslumbrantes, o clima ameno,

a beleza selvagem do Atlântico, o calor

humano das pessoas, o artesanato e os seus

artesãos, a cultura tão marcada e orgulhosa.

A todos estes atrativos junta a segurança

que sentiu e que tem pautado o destaque

da Madeira na luta contra a pandemia. “A

Madeira é uma ilha aparentemente simples,

vibrante, divertida e com uma diversidade

incrível de relevos e paisagens. Sentimo-

-nos confortáveis. Sentimo-nos muito bem.

Ficámos surpreendidos com o seu povo

acolhedor e hospitaleiro, que desperta um

sentimento de pertença, como se fôssemos

locais, e estivéssemos entre amigos: uma

ilha tão tua, tão minha, tão nossa!. Cores

e cheiros. A gastronomia e o artesanato. É

algo que sinto no meu dia-a-dia e que, sempre,

me ligará à ilha bem como a admiração

que me faz ver como sua população se sente

tão enraizada e orgulhosa da sua história

e tradições. Até o seu tamanho é perfeito!.

A Madeira é acessível, com uma variedade

de paisagens diferentes e surpreendentes

e com vegetação inesgotável. A Madeira,

verdadeiramente, inspira-me infinitamente.

Desde que estivemos lá, há um sentimento

constante dentro de mim, e é de voltar. Foi

a primeira vez e tenho a certeza que serão

muitas mais” refere o criador. Nuno Vale, Diretor

Executivo da Associação de Promoção

da Madeira, destaca “estamos encantados

que o Juan Duyos se tenha deixado encantar

pela Madeira e a nossa natureza, as nossas

cores bem como as nossas gentes e o seu

artesanato sejam fonte de inspiração para a

sua próxima coleção.” s

DULCINA BRANCO

Ana Mestre (LifeStyle Account)

saber JUNHO 2021

31


SAÚDE

Sónia ferreira

info@arquiteturadoser.pt

Sónia Ferreira

Psicóloga Clínica e 'Coach'

Mentalidade

fixa ou de

crescimento?

– como a

forma de

pensar dita

sobre o nosso

sucesso

O

autor Napoleon Hill dizia: “O homem

é tão grande quanto a medida

de seu pensamento”. E assim

é. E para melhor definir o conceito

vamos usar um estrangeirismo mais em

voga: o ‘mindset’. Esta pequena palavra não

significa mais que o conjunto de crenças que

temos acerca da vida, das situações e sobre

nós. Ou seja, o ‘mindset’ funciona como uma

espécie de filtro, através do qual avaliamos

os acontecimentos e, dada a sua importância,

o tema tem sido muito estudado ao longo

dos anos. Uma das protagonistas destes

estudos foi a psicóloga Carol Dweck, que dividiu

o conceito em duas formas de expressão

com implicações muito diferentes na

nossa vida: mindset fixo e de crescimento.

Ora, um mindset fixo pressupõe-nos como

seres estáticos! Isto quer dizer que ficamos

parados em relação à forma como (não) fazemos

uso das nossas capacidades. Explicando

melhor: este tipo de mindset acontece

quando assumimos que a nossa forma

de ser, a nossa inteligência ou aptidões não

podem mudar de forma significativa. Dessa

perspetiva, o sucesso dependeria apenas de

capacidades inatas. Algo como “burro velho

não aprende línguas” é um bom exemplo de

um mindset fixo que acredita que a idade

é uma limitação a novas aprendizagens. No

entanto, não é apenas neste provérbio que

vemos este tipo de mindset. Sempre que

nos sentimos impotentes face a alguma situação

e baixamos os braços com algo no

pensamento como “não tenho jeito para

isto”, “coisas boas só acontecem aos outros”

ou “a vida é mesmo assim” ditamos a aceitação

da situação e todo um conformismo

que em nada nos beneficia. Por outro lado,

quem tem um “mindset de crescimento”

sabe que as habilidades podem ser aprendidas

e desenvolvidas, desde que exista

dedicação e empenho. Este tipo de mindset

encara os obstáculos e desafios como

oportunidades de aprendizagem e crescimento.

Esta é, não só, uma forma otimista

de olhar para as situações como implica

que cada pessoa tem o poder de assumir

a liderança para encontrar soluções e alternativas

quando as coisas não correm de

acordo com o esperado. Winston Churchill

dizia que “o sucesso é ir de fracasso em

fracasso sem perder o entusiasmo”, um excelente

exemplo de um mindset de crescimento

em que permitir-se falhar, aprender

e arriscar fazem parte do glossário de quem

quer atingir os resultados mais desejados.

Resumindo, o importante é percebermos

qual dos tipos de mindset é que estamos

a usar. Para isso, de uma forma resumida,

basta que avaliem as seguintes dicotomias:

são mais propensos a abraçar desafios ou

a evitá-los?; quando surgem obstáculos costumam

desistir ou persistir?; vêm o esforço

e empenho como inútil ou como parte do

caminho que leva ao sucesso?; fogem das

críticas ou assumem a escuta ativa dos comentários

construtivos?; encaram o sucesso

dos outros como uma ameaça ou como uma

inspiração?. Como já devem ter percebido

as primeiras opções são fixas e as segundas

de crescimento. Se calhar, enquanto leem

estas palavras sentem que têm um pouco

dos dois e isso é muito natural. Há contextos

em que estamos mais predispostos ao

crescimento e outros em que nos sentimos

mais presos a crenças que nos impedem o

movimento e está tudo certo, pois é exatamente

essa clareza que faz a diferença na

forma como encaramos as circunstâncias,

gerimos o comportamento e construímos a

felicidade. s

32 saber JUNHO 2021


IMAGE consulting

instagram.com/qvestir.marisafaria/

facebook.com/QvestirConsultoriaImagem/

www.q-vestir.com/

info@q-vestir.com

D.R.

Marisa Faria

Consultora de Imagem

Indecisão

destrói

sonhos

Já parou para pensar que a vida corre

tão rápido que nem nos damos de

conta? Acordamos, começamos na

correria desenfreada e num ápice o

dia termina. E assim as semanas passam,

os meses e os anos... E quando damos de

conta, pensamos que tínhamos tantos planos

para concretizar, tantos sonhos para

viver, mas o comodismo instalou-se e tudo

isso parece estar cada vez mais distante.

Pois é, a verdade é que grande parte das

pessoas vive a sua vida em modo piloto

automático e termina a sua vida sem concretizar

os seus sonhos. Porque passou a

vida a adiar, à espera do momento certo

e à espera de sinais do universo para arriscar.

Habituam-se a viver uma vida de indecisão.

E nada acontece!. Quantas vezes

nos olhamos no espelho e ficamos desanimados

por não nos sentirmos felizes com

a nossa imagem?. Esse sentimento afeta

direta e profundamente o nosso Comportamento,

as nossas Atitudes e os nossos

Resultados. Porque quando nos sentimos

bem connosco, a nossa atitude perante as

coisas, perante a vida e perante os outros

é outra. Quando nos sentimos infelizes

com a nossa imagem, isso também reflete-

-se em tudo o que nos rodeia. Então, até

quando vai adiar a decisão de cuidar de si

e tornar-se a mulher que veste-se para os

seus sonhos, que expressa os seus desejos,

que veste-se para sentir-se feliz e que sai

da zona de conforto para aparecer para o

mundo como a mulher extraordinária que

é, na sua essência? s

saber junho 2021

33


DICAS DE MODA

Lúcia Sousa

Fashion Designer Estilista › 914110291

WWW.luciasousa.com

FACEBOOK › LUCIA SOUSA-Fashion Designer estilista

D.r. (direitos reservados)

Sandra Jesus

Cabeleireiro › aulo Silva

Makeup › Sónia Barbosa

Sandália › Foreva

Blue Resort

Em modo Verão! Dentro dos outfits básicos,

este vestido é confortável e elegante

- um estilo prático para desfrutar dos

momentos de lazer. Um vestido confortável

em malha com estampado floral silvestre

em azul e branco, as mangas são em estilo ‘kimono’

e a definir a cintura com elástico. Este

tipo de silhueta ajusta-se a qualquer tipo de

físico e tamanho. Deixo-vos esta sugestão para

os dias de sol! s

34 saber JUNHO 2021


saber JUNHO 2021

35


MAKEOVER

Mary Correia de Carfora

Maquilhadora Profissional › Facebook Carfora Mary Makeup

Um novo brilho...

Mary de Carfora

D.R.

Sandra Dantas

Cabeleireiro Play Art (Cláudia)

Olá! Estou de regresso às mudanças

de visual com um trabalho

da Cláudia, do 'Play Art' , à nossa

princesa Sandra Dantas, protagonista

desta história com um final feliz.

A colaboração da Cláudia, do prestigiado

cabeleireiro 'Play Art' foi essencial nesta

mudança de visual. A Cláudia aplicou no

cabelo um novo tom que não só deu mais

brilho como destacou o belo rosto da Sandra,

o qual ganhou um novo brilho e claridade.

Complementei com uma maquilhagem

um pouco mais arrojada do que o habitual,

para um jantar especial. Sair da rotina

e conseguir um novo estilo, por vezes,

é necessário! E quando conseguimos que

encaixe perfeitamente com a personalidade

da pessoa, o resultado só pode ser encantador!

A Sandra ficou admirada e feliz! Recordou

novamente a pessoa linda que é! A

Sandra tem a sua história mas existem histórias

que já não precisam ser recordadas

nem contadas. O importante é que esteja

feliz. O meu muito obrigada ao cabeleireiro

'Play Art' pelo amor com que elabora os

seus trabalhos e pela disponibilidade incondicional.

s

36 saber JUNHO 2021


Um dia com...

Sandra Dantas

‹ Antes ‹ DEPOIS

saber JUNHO 2021

37


MOTORES

O Regresso

ao Futuro!

Opel

apresenta

novo Manta

GSe ElektroMOD

Nélio Olim

D.R. (direitos reservados)

Q

uem não se recorda do velhinho

Opel Manta, equipado com motores

a combustão e que muito rodou

pelas estradas deste mundo!.

Desta vez, sofreu um transplante e regressou

à estrada, em modo elétrico. Com este

regresso dum modelo emblemático, a Opel

quer deixar bem claro o seu manifesto pela

mobilidade elétrica com a conversão de um

Manta clássico num modelo vanguardista

com motor elétrico, não abdicando, contudo,

da sua configuração de tração traseira

e de caixa manual, dando assim origem ao

Manta GSe ElektroMOD. Nascido há mais de

50 anos com um motor a gasolina de quatro

cilindros, o Manta é o primeiro ‘mod’ elétrico

na história da marca alemã, com este

Manta GSe ElektroMOD a combinar o melhor

de dois mundos: as linhas clássicas de

um ícone do estilo com a tecnologia avançada

de uma mobilidade sustentável. “O Manta

GSe demonstra, de uma forma notável, o

entusiasmo com que construímos automóveis

na Opel. Combina a enorme tradição

Opel com o compromisso atual de uma mobilidade

livre de emissões, para um futuro

mais sustentável e entusiasmante. A Opel já

é, atualmente, elétrica graças a vários dos

seus modelos, aos quais se junta, agora, o

lendário Manta”, referiu Michael Lohscheller,

CEO da Opel. Debaixo do inconfundível

capô preto deste modelo desportivo Opel

da década de 1970, encontra-se agora um

motor elétrico com 108 kW (ou seja, 147

cavalos de potência). A bateria, de iões de

lítio de 31 kWh de capacidade do renascido

Opel Manta permite uma autonomia média

de cerca de 200 quilómetros, carrega em

quatro horas, e onde o “e” de GSe, representa

agora a eletrificação do modelo. Sendo

realistas, o lançamento do Opel Manta

GSe ElektroMOD acaba por refletir um certo

fascínio crescente de uma comunidade de

fãs que gostam de ver transformar modelos

clássicos em novos conceitos de mobilidade,

redesenhados e, como neste caso,

eletrificados. O novo GSe é o Manta A mais

potente alguma vez construído pela ex-

-equipa oficial da Opel. Em 1974 e 1975, o

Manta GT/E era a versão mais potente da

primeira geração graças a um motor de

105 cv. Tal como nos modelos de produção

Opel Corsa-e e Opel Mokka-e, o Manta GSe

consegue, também, recuperar energia nas

travagens e armazená-la na bateria. O recarregamento

da bateria é feito através do

carregador de bordo de 9,0 kW, monofásico

ou trifásico AC (corrente alternada). Isto

significa que é possível carregar totalmente

a bateria do Manta em menos de quatro

horas. A pintura em “amarelo néon” corresponde

à recém-atualizada identidade corporativa

da Opel e enquadra o capô preto

que acaba por lhe conferir um contraste significativo.

Já o interior integra a mais recente

tecnologia digital da Opel, fazendo com

que a instrumentação clássica analógica, de

formato redondo, passasse à História. No

seu lugar, o condutor tem agora à frente um

grande Opel Pure Panel, semelhante ao do

novo Mokka de produção, com dois ecrãs

integrados de 12 e 10 polegadas, orientado

para o condutor, a apresentar todas as informações

relevantes sobre o veículo, tais

como o estado do carregamento da bateria

e a autonomia. Os bancos desportivos apresentam

uma linha amarela decorativa, ao

centro, tendo sido outrora desenvolvidos

para o Opel ADAM S, oferecendo, agora, um

nível de conforto e de suporte lateral muito

superiores aos do Manta original, podendo

conduzir confortavelmente e usufruir do

som dos lendários amplificadores Marshall.

O volante, de três braços, é da marca Petri,

redesenhado pela Opel. O estilo dos anos

70 foi mantido e a marca amarela no topo

do volante, na posição “12 horas”, é mais

um elemento desportivo. Para os revivalistas

mas, simultaneamente, amigos da sustentabilidade

ambiental, esta é, seguramente,

uma opção a considerar. Agora só falta

saber os preços do ‘novo’ Manta, que a Opel

ainda não divulgou. s

38 saber junho 2021


saber junho 2021

39


FASHION ADVISOR

JORGE LUZ

www.facebook.com/jorgeluz83/

Cores e texturas de verão

Olá! Esta estação está mais colorida

e leve do que nunca. Use e abuse

das sedas - as sedas frescas

com estampas muito marcantes.

Destacam-se os tons neons e que são predominantes

nesta estação. Estampas florais

com cores muito fluorescentes. O estilo vindo

da India veio para ficar. Muitas rendas,

muitos bordados, muitas aplicações...Vestidos

e túnicas muito expressivos com muitos

detalhes. Peças que, com toda a certeza,

fazem brilhar a beleza de qualquer mulher.

São peças tão marcantes que os acessórios

não passam disso mesmo, acessórios. Os

acessórios querem se discretos. A beleza e

textura das diferentes peças de vestuário

falam por si. Jogue com as tendências e

divirta-se. s

Jorge Luz

Jorge Luz

40 saber JUNHO 2021


saber JUNHO 2021

41


DECORAÇÃO

E que se faça luz...

Aluz é um dos bens mais essenciais e importantes para o

nosso bem-estar, mas também para a nossa saúde. Quer

seja na sala, quarto, cozinha ou mesmo casa de banho, um

espaço bem iluminado é um dos principais requisitos para

uma casa confortável e acolhedora. Na La Redoute encontra um

mundo iluminado, cheio de texturas, tamanhos, cores e materiais

distintos, prontos para servir todas as suas necessidades. De pé, de

teto ou para aplicar na parede, a variedade é imensa e o difícil será

escolher. Para candeeiros mais tradicionais pode sempre optar por

linhas regulares, com pormenores clássicos e abajures em tons neutros.

Se a decoração do seu espaço prima pela subtileza, arrisque

com candeeiros coloridos, detalhes arrojados, padrões e tamanhos

contrastantes. Em linho, ráfia, vidro, cerâmica, metal, latão ou bambu,

a iluminação dos espaços nunca mais será aborrecida. Ah!. E não

se esqueça do exterior, dê um toque extra de personalidade com

lanternas para velas, por exemplo... s

Teresa Mesquita (teresamesquita365.pt), Dora Sousa (dorasousa@redoute.pt) newsredoute.com/fotos

newsredoute.com/fotos

42 saber JUNHO 2021


inovação

O restaurante do futuro:

não tem mesas mas chega a qualquer lado

Não tem mesas, nem balcão. Não é presencial, mas também

não é virtual. Foi neste contexto que nasceram o Las Gringas

e o Ameaça Vegetal, assentes na tecnologia e na criação

de novas experiências, sendo os primeiros conceitos

do coletivo Foodriders lançado durante a pandemia pelo casal Marta

Fea e Damian Irizarry juntamente com o chef Diogo Noronha. Os primeiros

são os antigos proprietários do Pistóla y Corazon e o segundo

o antigo chef do Pesca, e ambos “sentiram” na pele os efeitos da

Covid-19 com o encerramento dos respetivos restaurantes. Os três

jovens empreendedores, com provas dadas no setor da restauração

há vários anos, queriam fazer parte da redefinição do conceito de

restaurante do futuro e por isso criaram a Foodriders, uma startup

sediada em Lisboa, “mas com os olhos postos no mundo”. Após meses

de trabalho chegaram à conclusão que o restaurante do futuro

tem de assentar em quatro elementos essenciais: menor investimento,

baixo custo de operações, experiências únicas e uma plataforma

digital. “Passaram da teoria à prática e já têm em funcionamento o

primeiro restaurante do futuro em Portugal”, segundo o comunicado

enviado às redações. A primeira cozinha deste coletivo abriu em 18

de março, na Penha de França, Lisboa, e está de portas abertas todos

os dias das 12h às 23 horas. Não é um restaurante convencional porque

não tem mesas para os clientes, mas também não é virtual, uma

vez que, ao contrário de muitos não está escondido num armazém,

mas funciona num movimentado bairro de Lisboa, onde os clientes

podem entrar, ver onde são confecionadas as refeições e conhecer

todos os projetos deste coletivo. Na cozinha Foodriders são servidos

dois conceitos gastronómicos. E em vez de uma sala de jantar,

com limite de clientes, têm uma “cidade” de jantar. Literalmente.”,

referem. Isto porque esteja o cliente onde estiver, a Foodriders vai

servi-los. Graças a uma inovadora aplicação, desenvolvida dentro do

coletivo, e pensada pela primeira vez por profissionais do setor, tanto

é possível fazer um pedido de delivery para uma morada como

para um miradouro ou qualquer espaço público, basta um “drop a

pin” no GPS e, desde que uma bicicleta ou mota chegue lá, a entrega

está garantida. Flexibilidade e mobilidade são conceitos associados

ao restaurante do futuro, um restaurante capaz de transformar as

novas tecnologias em pontes para assegurar a proximidade com os

clientes. A Foodriders conta ainda com inúmeras iniciativas na área

do design e das artes apoiadas na sustentabilidade, uma das preocupações

do coletivo em todas as suas ações. s

Dulcina Branco www.facebook.com/Foodriders www.idealista.pt/news/

saber junho 2021

43


MARCAS ICÓNICAS

Desde a sua fundação, em 1909 que esta marca

alemã é reconhecida mundialmente. Em 1884,

Robert Weintraud, um industrial de Offenbach,

criou a empresa Weintraud & Co GmbH

que produzia então materiais de escritório,

acessórios para fumadores, candeeiros e relógios.

Adquirida pelo Groupe SEB em 1988, líder

mundial em pequenos eletrodomésticos, a marca

afirmou-se no seu segmento (ferros de engomar,

aspiradores e secadores de cabelo) com produtos

de alta qualidade. A Rowenta oferece uma vasta

gama de produtos que combinam performance

tecnológica, design elegante e nível elevado de

facilidade de utilização. Pioneira, a Rowenta

apoiou-se no desenvolvimento de produtos ecointeligentes

ao celebrar uma parceria com a WWF

para colocar o design ecológico na vanguarda

do seu processo de inovação. Associada à Elite

Model Look, a Rowenta lançou uma balança

electrónica de quarto ou casa de banho com

enorme sucesso. Com uma história de mais de

cem anos, a Rowenta está presente em mais de

120 países e emprega mais de 20 mil pessoas

em meia centena de países. A filial em Portugal

foi aberta em 1992. No final do ano de 2001, a

integração da Moulinex e Krups permitiu ao

Groupe SEB reforçar a sua posição de liderança

e adequar a oferta de produtos às necessidades

dos consumidores. O grupo facturou 3,2 milhões

de euros em vendas em 2009 e detém a liderança

mundial em frigideiras antiaderentes, ferros a

vapor e geradores de vapor, jarros eléctricos,

fritadeiras, preparação alimentar, torradeiras,

máquinas de café expresso e filtro e refeições

informais. Cerca de 30 por cento das vendas

anuais reportam a novos produtos.

Dulcina Branco

Internet e Rowentaportugal.pt

44 saber JUNHO 2021


LUGARES DE CÁ

SOCIAL

Presidente da República

em visita à Madeira

› Museu de Imprensa – Madeira expôs “A nova vida da velhinha máquina de escrever”

› Bombeiros Voluntários de Câmara de Lobos reforçam meios de intervenção e salvamento

› Ilha de Porto Santo dinamizou campanha de limpeza nas suas praias

› Funchal recebeu o Campeonato Europeu de Natação Adaptada

› Presidente Marcelo esteve no Funchal em maio para preparar 10 de Junho

› Ministra da Cultura esteve em Porto Santo onde presidiu a conferência internacional

saber JUNHO 2021

45


social

“A Nova Vida da Velhinha

Máquina de Escrever”

O Museu de Imprensa da Madeira, situado em Câmara de Lobos,

teve em exposição, entre os meses de abril e junho deste

ano, a exposição temporária “A nova vida da velhinha máquina

de escrever” e que consistiu na apresentação de 35 máquinas fabricadas

na Europa e nos Estados Unidos da América de diversas

marcas e anos. Foi uma oportunidade única para ficar a conhecer

uma máquina que marcou o séc XX em termos de evolução tecnológica

do tratamento de texto e a nível de evolução do design.

Estas belas máquinas são atualmente peças de museu e apreciadas

por colecionadores de todo o mundo. s

DB

D.R. (direitos reservados)

46 saber JUNHO 2021


Bombeiros Voluntários

de Câmara de Lobos

com nova viatura

O presidente do Governo Regional presidiu à cerimónia de entrega

da viatura de salvamento e resgate em montanha junto à

Câmara Municipal de Câmara de Lobos, aos Bombeiros Voluntários

do concelho. A corporação passa a ficar melhor dotada nos

meios de salvamento e socorro com a nova viatura que está preparada

para fazer resgate e salvamento em zonas de orografia

acidentada. Miguel Albuquerque dirigiu-se ao comandante dos

Bombeiros Voluntários de Câmara de Lobos para sublinhar que

«para além de ter um dos quartéis mais bonitos da Madeira, com

a obra do Rigo, tem um quartel dotado dos meios necessários

para o cumprimento da sua missão». s

DB

D.R.

saber JUNHO 2021

47


social

“Porto Santo Sem Lixo Marinho”

“Porto Santo Sem Lixo Marinho” intitulou a campanha de limpeza

das praias da ilha e que juntou o Governo Regional da Madeira

e a Câmara Municipal de Porto Santo com o apoio da Força Aérea

Portuguesa, a ONG francesa ‘Wings of the Ocean’ e a Comissão

de Proteção de Crianças e Jovens do Porto Santo. Destaque

para a presença em Porto Santo do imponente veleiro Kraken, da

ONG ‘Wings of the Ocean’, que desenvolve ações mundiais para a

proteção dos ecossistemas costeiros. Esta campanha de limpeza

abrangeu ribeiras e outros espaços tendo resultado em mais de

650kg de lixo recolhido. s

DB

gentilmente cedidas por Fábio Brito

(Câmara Municipal de Porto Santo)

48 saber JUNHO 2021


Campeonato Europeu

de Natação Adaptada no Funchal

O Complexo de Piscinas Olímpicas do Funchal recebeu entre os

dias 16 a 22 de maio, o `WPS European Open Swimming Championships’,

evento de natação adaptada internacional que apura

os atletas para os Jogos Paralímpicos de Tóquio. O Campeonato

Europeu de Natação Adaptada trouxe à capital madeirense cerca

de 750 participantes, distribuídos por 48 seleções nacionais.

O evento juntou o Governo Regional, a Câmara Municipal do

Funchal, a Federação Portuguesa de Natação e a Associação de

Natação da Madeira numa grande organização que foi de enorme

importância, desde logo por ser a última competição a possibilitar

o acesso aos Jogos Paralímpicos de Tóquio e um teste à

organização do Mundial de Natação Adaptada que se realiza no

próximo ano no Funchal. s

DB

Pedro Vasconcelos

saber JUNHO 2021

49


social

Madeira na agenda

do Presidente da República

O Presidente da República deslocou-se à Região em maio onde

apresentou cumprimentos às autoridades regionais. Foi a primeira

visita de Marcelo Rebelo de Sousa no segundo mandato

como Chefe do Estado. Marcelo Rebelo de Sousa reuniu com o

Representante da República, Ireneu Barreto, com o Presidente

do Governo Regional, Miguel Albuquerque, com o Presidente da

Assembleia Legislativa da Madeira, José Manuel Rodrigues, e com

os líderes parlamentares. Esta visita serviu ainda para preparar

as celebrações do 10 de Junho que este ano se centraram na Madeira

e tiveram a presença do Chefe do Estado Português. s

DB

Amílcar Figueira (Assembleia Legislativa Regional)

50 saber JUNHO 2021


Ministra da Cultura

em Porto Santo

O Centro de Congressos de Porto Santo recebeu a conferência

“Da Democratização à Democracia Cultural: Repensar instituições

e práticas”, uma iniciativa com o alto patrocínio da Presidência

Portuguesa do Conselho da União Europeia e em que

marcou presença a Ministra Graça Fonseca. A Ministra da Cultura

presidiu ao evento que ficou marcado pelo lançamento do

documento estratégico “Carta de Porto Santo”. Nesta visita a Ministra

pode visitar alguns locais da ilha e até saborear as famosas

lambecas. s

DB

gentilmente cedidas por Fábio Brito (Município de Porto Santo)

PUB

saber JUNHO 2021

51


À MESA COM...

As sugestões de

FERNANDO OLIM

Queijos, legumes frescos e as frutas da época dão um

colorido diferente à mesa de verão ao mesmo tempo

que economiza na carteira e aufere de refeições

saudáveis. Nestes dias de calor, as refeições querem-

-se leves e confecionadas com produtos frescos da época, como

frutas e legumes que facilmente se encontram no mercado e

nas lojas de bairro. Cerejas e morangos nas saladas, o polvo com

pimento e outros sabores que tão bem sabem nestes dias que

ainda são de cuidados face à atual pandemia. s

PRODUÇÃO FERNANDO OLIM

Agradecimentos Catering Sun City

DULCINA BRANCO

FERNANDO OLIM

Aline Ponce for Pixabay

52 saber JUNHO 2021


entrada

‘Vassoura’

de queijos

Uma forma diferente e divertida de apresentar uma

entrada com base em queijo. Fatie o queijo e finalize

conforme mostra a imagem.

prato

principal

Salada de polvo

com pimento

O polvo é preparado e depois de cozido com

uma cebola, corte e disponha numa travessa e

complemente com pimento verde, cebola roxa e

pimento vermelho a gosto. Finalize com gotas de

azeite e vinagre de maçã.

sobremesa

Bandeja ‘Santo Queijo’ com

frutos vermelhos e exóticos

Disponha numa bandeja o queijo fresco da fábrica

madeirense ‘Santo Queijo’ e complemente com frutos

vermelhos e exóticos.

saber JUNHO 2021

53


ESTATUTO EDITORIAL

A Revista Saber Madeira é uma revista mensal de

informação geral que dá, através do texto e da

imagem, uma ampla cobertura dos mais importantes

e significativos acontecimentos regionais,

em todos os domínios de interesse, não esquecendo

temáticas que, embora saindo do âmbito

regional, sejam de interesse geral, nomeadamente

para os conterrâneos espalhados pelo

mundo.

É um projeto jornalístico e dirige-se essencialmente

aos quadros médios e de topo, gestores,

empresários, professores, estudantes, técnicos

superiores, profissionais liberais, comerciantes,

industriais, recursos humanos e marketing.

Identifica-se com os valores da autonomia, da

democracia pluralista e solidária, defendendo

o pluralismo de opinião, sem prejuízo de poder

assumir as suas próprias posições.

Comunicações, Limitada

Parque Emp. Zona Oeste, lote 7 | 9304-006 Câmara de Lobos 291 911 300 comercial@oliberal.pt

Estatuto Editorial

Mais do que a mera descrição dos factos, tenta

descortinar as razões por detrás dos acontecimentos,

antecipando tendências, oportunidades

informativas.

Pauta-se pelo princípio de que os factos e as opiniões

devem ser claramente separadas: os primeiros

são intocáveis e as segundas são livres.

Como iniciativa privada, tem como objetivo o

lucro, pois só assim assegura a sua independência

editorial e económico-financeira face aos grupos

de pressão.

Através dos seus acionistas, direção, jornalistas

e fotógrafos, rege-se, no exercício da sua atividade,

pelo cumprimento rigoroso das normas éticas

e deontológicas do jornalismo.

A Revista Saber Madeira respeita os princípios

deontológicos da imprensa e a ética profissional,

de modo a não poder prosseguir apenas

fins comerciais, nem abusar da boa fé dos leitores,

encobrindo ou deturpando a informação.

O LIBERAL, uma empresa gráfica regional,

com vocação internacional.

Estamos presentes no mercado há mais de 25 anos.

... execução de todos os tipos de material administrativo

| cartão comercial | papel timbrado | envelope | calendário (parede - mesa) | risca-rabisca |

factura | recibo | guia...

... material informativo e promocional

| postal | flyer | diptíco | tríptico | desdobráveis | jornais | revistas...

... editamos livros

| não fique na sombra, publique as suas obras [mediante acordo e condições entre a editora e o autor]

... serviço de plotter de corte e de plotter de impressão

Decoração de Viaturas, Decoração de Montras, Outdoors.

PUB

www.sabermadeira.pt

Revista Saber Madeira

saber.fiesta.madeira

sabermadeira@yahoo.com

291 911 300

Propriedade:

O.L.C. Unipessoal Lda.

Sociedade por Quotas; Capital Social:

€500.000,00 Contribuinte: 509865720

Matriculado na Conservatória Registo

Comercial de Lisboa

Sede: Parque Empresarial Zona Oeste - PEZO,

Lote 7, 9304-006 Câmara de Lobos

Sócio gerente com mais de 5% do capital:

Edgar R. de Aguiar, H.S.S.A.N.C.

Sede do Editor

Edgar R. de Aguiar

Parque Empresarial Zona Oeste - PEZO,

Lote 7, 9304-006 Câmara de Lobos

Director

Edgar Rodrigues de Aguiar

Redação

Dulcina Branco Miguens

Secretária de Redação

Maria Camacho

Colunistas

António Cruz, Hélder Spínola, Alison Jesus,

Sara de Freitas, Nélio Olim, Isabel Fagundes,

Mary de Carfora, Francisco Gomes

Depart. Imagem

O Liberal, Lda.

Design Gráfico

O Liberal, Lda.

Departamento Comercial

O Liberal, Lda.

2021 CUPÃO DE ASSINATURA

Nova Assinatura Renovação Assinatura

Nome

Empresa

Morada

Código Postal

Localidade

Concelho Contribuinte Nº

Data de nascimento

Telem.

Fax

Telefone

E-mail

Assinatura Data / /

SIM, quero assinar e escolho as seguintes modalidades:

Cheque

à ordem de ‘’O Liberal Comunicações, Lda’’

Pago por transferência Bancária/Multibanco

MPG NIB nº 0036.0130.99100037568.29

“O Liberal”

Parque Emp.da Zona Oeste, Lote 7, Socorridos,

9304-006 Câmara de Lobos • Madeira / Portugal

291 911 300

sabermadeira@yahoo.com

assinaturas@tribunadamadeira.pt

www.sabermadeira.pt

Revista Saber Madeira

saber.fiesta.madeira

ASSINATURA

Ligue já!

EXPRESSO 291 911 300

PREÇOS ESPECIAIS!

TABELA DE ASSINATURA - 1 ANO

MADEIRA € 24,00

EUROPA € 48,00

RESTO DO MUNDO € 111,00

Os valores indicados incluem os portes do correio e I.V.A. à taxa em vigor

Serviço de Assinaturas

Luisa Agrela

Administração, Redação,

Secretariado, Publicidade,

Composição e Impressão

Ed. “O Liberal”, Parque Empresarial

Zona Oeste, Lote 7,

9304-006 Câmara de Lobos

Madeira / Portugal

Telefones: 291 911 300

Fax: 291 911 309

Email: preimpressao@oliberal.pt

Depósito Legal nº 109138/97

Registo de Marca Nacional nº 376915

ISSN 0873-7290

Registado no Instituto da Comunicação

Social com o nº 120732

Membro da Associação da Imprensa

Não Diária - Sócio P-881

Tiragem

7.000 exemplares

[Escrita de acordo com

Novo Acordo Ortográfico]

54 saber JUNHO 2021


PUB


PUB

TODAS AS

JORNALISMO COM INDEPENDÊNCIA

CONTACTO LUÍSA AGRELA

PEZO - Socorridos - Lote 7 - 9304-006 Câmara de Lobos 291 911 300

assinaturas@tribunadamadeira.pt www.tribunadamadeira.pt www.facebook.com/tribunamadeira

TC

PHOTO PIXABAY

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!