Por Jacob MeloE se você nãosouberNatalR. G. NORTEBRASILEstudioso e praticante do Espiritismo e do Magnetismo há mais de 50 anos. Autor de vários livros sobre o tema, é um dosfundadores do EMME, bem como da Casa que dirige: o Lar Espírita Alvorada Nova, de Parnamirim (RN). Reside em Natal (RN).É formado em Engenharia Civil e pós-graduado em Psicanálise.E se você não souber fazer uma coisa, como vocêage?No sufoco, você encontra uma dica, uma luzinha...Será isso suficiente?Imaginemos uma dúvida de construção na cabeça deum pedreiro. Valerá ele simplesmente bolar uma soluçãomágica, pedir solução a um servente, ou seria mais prudenteperguntar ao engenheiro? Coisa semelhante se aplicariaa qualquer profissão...Mas vamos ao que interessa: se você tem uma dúvidaespírita de base, você acataria uma opinião de alguém sópor ser mais antigo? Será que vai dar certo?Voltando ao quesito pedreiro/engenheiro: na dúvida,mas agora com a resposta do servente, você iria conferircom quem sabe do projeto ou seguiria cegamente aquelasugestão?Agora surge uma dúvida grave na postura espírita,daquelas que envolve filosofia, ciência e moral. Será quesó porque quem te respondeu é espírita há muitos anos ésuficiente para, neste alicerce, ser construído teu edifíciodoutrinário?Tantas perguntas visam a nos deixar mais atentosquanto ao que buscamos – ou deveríamos buscar –, quandoqueremos ter certeza a respeito do que assimilamos,apreendemos e aprendemos. Afinal, a repetir o dito popular,tem muita gente “comendo gato por lebre” e, com isso,maculando verdades imorredouras, porém distorcidas.Observando a História, seria quase inimaginável alguémque conviveu com Jesus se precipitar e tomar decisõesequivocadas. Mas eis que dentre os 12 que O seguirammais de perto, um O traiu, outro O negou, outro10 Atração_maio de 2021mais duvidou que fosse Ele... Enfim, como aconteceu comeles, nossas vacilações, dúvidas e falta de base nos levam adecisões pouco felizes.Agora estamos num ponto profundo de abissal questionamento:e Kardec? O que ele nos deixou ficou escrito,inquestionável, lúcido, por inteiro. E o que fazemos? Preferimosperguntar a um médium, assistir a uma palestrasem maior profundidade, seguir orientação de “casas” quecontradizem o próprio codificador... Ainda por cima lemospouco, muito pouco. E estudamos ainda menos, cada vezmenos.Seria, pois, de se estranhar tamanha “Torre de Babel”entre os que se dizem espíritas? Parece que, nesse meio,falarem línguas estranhas entre si é o que demarcaria independência.Só que essa independência gera o caos, o abandonoe o desconhecimento, com os consequentes erros ecomprometimentos negativos.Caberia sim, a quem se propõe ser a mãe, máter, prestara melhor e mais fiel orientação aos seus filhos, porém,ordinariamente, tal não ocorre, já que seus fundamentos,ao que parece, não seguem os padrões do bom construtor.Tem-se por base a antiguidade, os cargos e títulos, o “semprefoi assim”, ficando o basilar codificador do lado de forada construção.Se você não souber de algo que diga respeito à baseespírita, não saia por aí perguntando ou ouvindo simplesmente;vá à fonte primordial, às obras de Allan Kardec, jamaisdeixando de fora quaisquer delas. Aí chegando, estude-ascom critério, análise e todo empenho, pois ainda quevocê não saiba o que é, jamais chegará a portos falsos.Por fim, ponderemos: para que a dúvida seja a mestrado saber é necessário que a procura pelas respostas nãoseja superficial.
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