41ª Edição_Revista ATRAÇÃO
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Por Dra Norma A de Oliveira
Quando a Criança Interior
Ferida do Adulto é o Carrasco da
Criança em Desenvolvimento
Aracaju
Sergipe
BRASIL
Médica Psiquiatra (RQE: 2898), Mestre em Ciências da Saúde (UFS), Pós graduação em Psicologia Transpessoal
e em Terapia Regressiva; Membro da Associação Brasileira de Psiquiatria, da Associação Médico-Espírita
do Brasil e da Academia de Letras Espíritas de Sergipe. Presidente da Associação Sergipana de Psiquiatria.
Autora dos livros Transtorno Mental sob um Novo Prisma, Associação entre Depressão e Síndrome Coronariana
Aguda e Psicanálise Transpessoal e Terapia de Vivências Passadas.
Até a década de 1970, nem a ciência percebia
a dor da criança se configurando em sofrimento físico
ou mental. E sobretudo admitia-se que esse sofrimento
poderia estar vinculado à constelação familiar.
Raramente, na infância, recebemos amor maduro e
suficiente, pois os pais são também espíritos em processo
evolutivo, com arestas morais a reparar e um
longo caminho a percorrer no processo de aprendizado
contínuo. E é assim que vamos encontrar pais
amorosos, justos, que agem com equidade, alteridade
e sabedoria, porém não perfeitos; e vamos encontrar
pais tóxicos, disfuncionais e que agem, consciente ou
inconscientemente, como verdadeiros carrascos dos
seus filhos.
Vejamos algumas situações dolorosas para as almas
que estão retornando ao berço familiar na condição
infantil: há pais que agem com indiferença e não
expressam afeto; há pais que rejeitam a paternidade e
maternidade; há pais que violentam fisicamente seus
filhos; há pais que violentam psicologicamente seus
filhos; há pais que acusam indevidamente seus filhos;
há pais que amam intensamente um filho e repudiam
ou hostilizam um outro; há pais que competem com
os próprios filhos; há pais que induzem seus filhos a
realizarem suas frustrações; há pais que bloqueiam
as aspirações e potenciais dos seus filhos; há pais que
utilizam o filho como escudo; há pais que os utilizam
como objetos sexuais; há pais que comercializam seus
filhos; há pais que os submetem a alienações parentais;
há pais que humilham seus filhos e fazem-nos
sentirem-se pessoas más e há pais que matam seus
filhos (AGRAMS, 1990).
Sob o prisma espiritual, sabemos que, além dos
traumas e conflitos que os pais carregam, hexistem
os laços do passado, quando muitas reencarnações
ocorrem agrupando, na mesma família, espíritos em
processo de reajuste, para ressignificarem experiências
dolorosas e reconstruírem laços saudáveis.
Na urna do coração infantil, reside a decifração
dos inquietantes enigmas da felicidade sobre o mundo.
[...]
Talvez, por isso mesmo, à frente da multidão aflita,
proclamou o nosso divino Mestre:
— Deixai vir a Mim os pequeninos (EMANUEL,
2013).
ABRAMS, J. O Reencontro da Criança Interior. São Paulo: Editora Cultrix, 1990.
KARDEC, A. O Evangelho segundo o Espiritismo. FEB, 1994, Cap. XIV, p. 199-208.
PIERRAKOS, E. O caminho da Autotransformação. São Paulo: Editora Cultrix, 2004.
KORCZAC, J. Como Amar uma Criança. Editora Paz e Terra, 1958.
EMMANUEL (Espírito). Evangelho segundo Lucas. Francisco Cândido Xavier. São Paulo: FEB,
2013.
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