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Revista Dr Plinio 284

Novembro de 2021

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Apóstolo do pulchrum<br />

os raios do Sol e parece feita de luz, para os homens pensarem<br />

como o este astro é belo. As nuvens se miram sobre<br />

a superfície tranquila da água. Dir-se-ia que elas se<br />

espantam com sua própria formosura refletida na água.<br />

Bens do espírito ao lado dos bens do corpo. Como a<br />

Providência soube aliar o prático ao belo, de tal maneira<br />

que a primeira coisa notada pelo o homem é o belo e sorri<br />

encantado. E tudo isso nós temos nesta Terra de exílio.<br />

Imaginem o que seria o Paraíso Terrestre. Imaginem, sobretudo,<br />

como será esse lugar incomparável, o Paraíso<br />

Celeste!<br />

Ambiente que convida a alma<br />

para a contemplação<br />

Nessa fotografia a natureza é europeia e, portanto,<br />

bem diversa da nossa. Encontramos no alto desse monte<br />

uma pirâmide, não feita por algum faraó, mas feita<br />

por gigantescos movimentos da crosta terrestre, em épocas<br />

incalculáveis. Vejam a beleza do jogo de luzes nesse<br />

panorama! Aquela luz prateada, discreta, se concentra<br />

na encosta gelada desse pico de morro, parecendo iluminar<br />

toda a parte nevada. Depois, um verde denso e profundo<br />

desemboca num abismo escuro. Não. A luz desce e<br />

é condensada por essa névoa ligeira refletida em vários<br />

pontos, e traz para junto do homem todos os esplendores<br />

desse pico inacessível.<br />

Novamente aparece a água. Desta vez corre compacta,<br />

caudalosa, serena, frígida, quase tanto quanto o pico<br />

desse morro. Todo o panorama é feito de alturas. As próprias<br />

árvores parecem píncaros vegetais tendentes a subir<br />

e a se comparar com o píncaro mineral. Elas são graciosas<br />

e leves para compensar o maciço da montanha.<br />

Porém, veio o frio e a árvore perdeu suas folhas, que aos<br />

poucos começam a renascer. A árvore demonstra aí toda<br />

sua beleza e delicadeza extrema, mas também força,<br />

luz brilhante e radiosa; obscuridade, ambas convidam<br />

à contemplação recolhida e séria. Águas que indicam o<br />

passar contínuo de todas as coisas terrenas. É a frase da<br />

Escritura: Sic transit gloria mundi! 1<br />

As grandes luzes estão nos píncaros da fé<br />

As grandezas desta Terra escoam como a água, mas<br />

só Deus é eterno. Deus está representado naquele monte,<br />

que nunca muda, é sempre o mesmo. O rio da História<br />

passa, os homens passam. Deus, no mais alto de sua<br />

glória e de sua luz, continua intacto. É uma verdadeira<br />

lição de religião, de harmonia de virtudes: delicadeza<br />

e força, pureza, recolhimento, esplendor,<br />

sabedoria, tudo reunido<br />

nesses ambientes. Habitável para<br />

o homem; deleitável. Não há quem<br />

não gostaria de morar lá perto<br />

num chalé bem agasalhado, vendo<br />

essa natureza frígida, mas saudável,<br />

e se nutrindo dos seus frutos e<br />

criações. Prático e belo!<br />

Ora, diante desses grandes panoramas<br />

o homem acaba por ser<br />

desafiado: “Você tem coragem de<br />

subir?” Veja as pedras escorregadias!<br />

Que caminhos resvaladios e<br />

Viccente T. Marques<br />

João C. V. Villa<br />

João C. V. Villa<br />

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