PHILIP

III
Philip decidiu pousar para descansar
um pouco.
A sombra formada no chão denunciou
que “ele” ainda estava ao seu lado.
Philip estava confuso e não conseguia
ser dono dos seus pensamentos. Todo o
lugar era estranho: aquelas árvores sem
brilho, aquela calçada movimentada, aquele
barulho de multidão - como se todos os homens
aprendessem a andar marchando.
Naquela hora nem passava pela sua ideia voltar
e ele nem percebia que a tarde renunciava
frente à escuridão da noite.
Queria entender o significado das coisas, mas o
alcance de entendimento lhe parecia tão distante
que ele começava a se conformar tomando a aparência
como determinação.
Tentava conversar com outros que pousavam, mas
era como se não ouvissem ou compreendessem suas
palavras.
Todos se comportavam de forma semelhante, como se
seus íntimos fossem moldados pelo mesmo artista; um
artista seguro, que mantinha em todas as obras as linhas
do seu gênero triste.
Sentia fome e procurou algo entre o jardim que lhe saciasse
o apetite.
Porém foi imediatamente interrompido. Eles apareceram,
amarrando suas asas.