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Revista Aquaculture Brasil - 23ed

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ABR/JUN 2021

Juliana Antunes Galvão

Coordenadora do Grupo de Estudos e Extensão em Inovação Tecnológica

e Qualidade do Pescado

Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – ESALQ/USP

Piracicaba - SP

jugalvao@usp.br

Todo dia é dia de pescado!

Com uma costa de 8.500 km de extensão, abrigando

um montante significativo quanto as

reservas de água doce do mundo, clima favorável ao

desenvolvimento de muitas espécies e matérias primas

diversas para elaboração de ração, a cadeia produtiva

do pescado no Brasil está em franca ascensão através

da criação de organismos aquáticos. Cadeia se estruturando,

crescendo de forma consistente, as perspectivas

são extremamente positivas.

O consumo mundial de pescado está projetado

para aumentar em 31 milhões de toneladas na próxima

década para chegar a 178 milhões de toneladas em

2025. 21,5 kg/hab./ano é uma das projeções feitas pela

FAO para 2030, puxado por países como Japão e China

com 60-40 kg/hab./ano. O Brasil com seus 9,5 kg/hab./

ano tem tido incremento considerável de consumo

nos últimos anos, mesmo com diferenças significativas

quando consideramos as diferenças regionais que nosso

país apresenta.

Não podemos afirmar que o consumo de pescado

não está enraizado em nossa história, fazendo parte

da cultura do país, vide nossa ancestralidade indígena,

onde o pescado é presença certa no dia a dia dos pratos

indígenas, e nossa colonização portuguesa, povo

este, desbravadores dos mares e grandes consumidores

de pescado.

Afinal o que houve conosco?

Historicamente não desenvolvemos esta importante

cadeia produtiva como deveríamos e poderíamos. Por

outro lado, nosso país apresenta algumas particularidades

como o oferecimento de uma gama de diferentes

proteínas de origem animal, fruto de cadeias produtivas

fortemente consolidadas.

Em muitas residências, o brasileiro não tem o hábito

de preparo, nem sabe como preparar o pescado em

casa, preferindo consumi-lo em bares e restaurantes.

Primeiramente é preciso informar ao consumidor, o

quão distinta é a proteína do pescado em relação as outras

proteínas de origem animal. O pescado apresenta

excelente qualidade proteica em termos de quantidade

e qualidade de aminoácidos, com alta digestibilidade e

valor biológico. É fonte considerável de lisina comparado

com outras fontes proteicas de origem animal. Em

relação a quantidade calórica, e qualidade de lipídeos

e proteínas, devido a diversidade de espécies e consequentemente

de composição quanto aos nutrientes,

sempre teremos uma espécie que se adeque ao plano

alimentar e cardápio do consumidor, alcançando os

distintos objetivos nutricionais. Estudos realizados em

diversos países demostram associações entre consumo

de pescado e prevenção de síndrome metabólica, diminuição

de incidência de acidente vascular, diminuição

da probabilidade de desenvolvimento de sintomas

depressivos, Alzheimer, câncer gastrointestinal.

Pescado é saúde!

Uma importante iniciativa para incentivar o consumo

é a Semana do Pescado, que prioritariamente nasceu

de uma iniciativa governamental devido as próprias demandas

do setor, no intuito de ser uma segunda Semana

Santa para o segundo semestre do ano, objetivando

alavancar o consumo e consequentemente as vendas.

Em sua 18° edição, hoje a Semana do Pescado que não

é semanal e sim quinzenal, é um evento organizado

pelas entidades nacionais no mês de setembro, apoiado

pelas instâncias governamentais, sendo uma articulação

do setor produtivo, varejo e restaurantes.

Nosso pescado precisa ir além da Semana do Pescado

e atingir diferentes nichos de mercado, chegando

a todas as mesas. Dos entraves para o consumo de

pescado, o consumidor elenca em muitas pesquisas

fatores como qualidade, preço, hábito, praticidade,

entre outros.

Hoje há uma fatia de mercado com consumidores

com conhecimento e consciência de consumo, exigindo

uma cadeia que esbanje transparência e confiança.

O consumidor está focado em sensorialidade e prazer,

buscando alimentos premium, étnicos e gourmet; saudabilidade

e bem estar buscando produtos de baixo valor

calórico, energéticos e enriquecidos nutricionalmente;

convenientes e práticos com a facilidade dos pratos

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PARCEIROS NA 23° ED:

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