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vereda do calhau de são jorge
distúrbios alimentares
Célia
Pessegueiro
Idealizar,
planear e ver
a obra nascer
é maravilhoso
Anos
€2,50 | N.º294 | ANO XXIV
mensal novembro 2021
5 602930 003431
Presidente
Pedro Calado
Câmara
Municipal
do Funchal
Ser professor, hoje
Educação
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ANIVERSÁRIO
Sempre convosco!
AGRADECEMOS A CONFIANÇA
DOS NOSSOS COLABORADORES, LEITORES, CLIENTES E FORNECEDORES
CONTACTO LUÍSA AGRELA PEZO - Socorridos - Lote 7 - 9304-006 Câmara de Lobos 291 911 300
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TC
sumario 22 34
04 ENTREVISTA
Foi a primeira mulher líder de uma
juventude partidária e a primeira
mulher eleita presidente de uma
câmara municipal na Madeira,
sonhou em ser hospedeira
mas licenciou-se em Línguas e
Literaturas Clássicas e Portuguesa
e hoje lidera, pela segunda
vez, o executivo municipal do
concelho de onde é natural. Célia
Pessegueiro em entrevista.
08
Em Análise
Gente que matou Deus
10 Educação
Francisco Oliveira (SPM) em
entrevista
13
Cantinho da Poesia
O Ex-Libris da ilha, Vinho Madeira
14 Madeira
‘Clássicos na Magnólia’ recordou
primeira Volta à Madeira
16
Caprichos de Goes
Um roteiro pela Arte
Contemporânea no Funchal
18 Media
O uso do Facebook pelos
municípios portugueses durante a
pandemia
19 Turismo
Madeira voltou a ser o “Melhor
Destino Insular da Europa”
20 Finanças
Quanto se ganha em Portugal?
As 10 profissões mais bem pagas
21 Nutrição
Distúrbios alimentares
22
Madeira Aves
Gaivota-de-cabeça-preta e
Moleiro-parasítico
24 Atualidade
Castanhas assadas, quentinhas
e boas
25
26
Lugares de Cá
Vereda do Calhau de São Jorge
Câmara Municipal do Funchal
Pedro Calado é o presidente
da Câmara Municipal do Funchal
Viajar com Saber
28
Bielorrússia
30 Decoração
Apps para o ajudar na decoração
da casa
43
31 Social
Image Consulting
Como construir uma imagem
pessoal externa...
32 Makeover
Um dia com... Adriana
34
Dicas de Moda
Planta-de-gelo
36 Motores
Madeira recebeu Campeonato
Nacional de Trial Urbano
38
40
52
54
Fashion Advisor
Cores e padrões de outono
Agenda Cultural da Madeira
Novembro
42 Instantâneo
À velocidade de cruzeiro
À mesa com...Fernando Olim
Estatuto Editorial
saber novembro 2021
3
ENTREVISTA
Célia Pessegueiro
Nunca tinha pensado
em ser presidente
de câmara até ser
convidada em 2013
para encabeçar a lista
do PS na Ponta do Sol
4 saber novembro 2021
O país tem mulheres a
liderar câmaras municipais
e uma destas é a ‘jovem’
presidente da autarquia
de Ponta do Sol que, nas
últimas eleições autárquicas,
teve o mérito de renovar e
reforçar a sua representação.
Célia Pessegueiro, que foi
a primeira mulher líder de
uma juventude partidária
na Madeira e a primeira
mulher eleita presidente
de uma câmara municipal
na Madeira, sonhou em ser
hospedeira, licenciou-se
em Línguas e Literaturas
Clássicas e Portuguesa e hoje
lidera, pela segunda vez,
o executivo municipal do
concelho de onde é natural. A
palavra à líder e determinada
presidente da autarquia de
Ponta do Sol que não deixa
nada por responder.
Sobre sonhos
para quando fosse
crescida, não sei em
que momento, mas a
dada altura surgiu-me
a ideia de que queria
ser hospedeira.
Queria conhecer
outros mundos, uma
vontade que sempre
me acompanhou
Dulcina Branco
D.R.
Que recordações tem da sua infância?
Como era a Célia em criança? Sonhava
ser o quê?
- Tenho boas recordações da minha infância,
toda ela passada nos Canhas. Guardo
memórias bastante agradáveis de andar na
casa de vizinhos nas horas de brincadeira,
porque naquele sítio não havia muitas crianças
da minha idade, a maioria tinha emigrado
com os pais. Percorria o Lombo do Meio
quase todo e a minha visita já era esperada
pelos vizinhos. Fazia companhia, as voltas
e também, às vezes, chateava um bocadinho,
tenho a certeza. Não me calava com
perguntas. Como detestava estar só, se me
deixassem, passava o dia com a vizinhança.
Fui educada por todos eles. Tenho também
boa memória das idas com a minha mãe
à «fazenda», tratar das verduras, apanhar
fruta. Aprendi sobre plantar, esperar e colher.
Aprendi sobre o ritmo da natureza que
é preciso respeitar, que é preciso trabalhar
para depois colher. Há muitos outros momentos
da minha infância que me trazem
um sorriso quando me lembro deles, mas
não os posso contar todos. Sobre sonhos
para quando fosse crescida, não sei em que
momento, mas a dada altura surgiu-me a
ideia de que queria ser hospedeira. Queria
conhecer outros mundos, uma vontade que
sempre me acompanhou. Lembro-me de
querer saber como se vivia noutros países,
onde estavam os tios e os primos, imaginava
outras facilidades que aqui não tinha e que
via através das fotografias e das conversas
que tínhamos nas longas férias de verão
quando visitavam a Madeira. Lembro-me
bem da ida ao aeroporto buscar a família, o
tempo de espera no terraço a ver aterrar os
aviões e de pensar que sorte teriam aquelas
senhoras bem trajadas a quem lhes pagam
para viajar. Nem tenho bem presente com
que idade quis ser hospedeira, mas julgo
que por volta dos cinco ou seis anos, a verdade
é que esse meu sonho esteve comigo
durante algum tempo.
Alguma vez imaginou que viria a ser
presidente de uma Câmara Municipal e
quando sentiu que esse momento poderia
ser uma realidade?
- Nunca tinha pensado em ser presidente
de câmara até ser convidada em 2013 para
encabeçar a lista do PS na Ponta do Sol. Até
então, sempre achei que tinha mais perfil
para o debate parlamentar do que para um
trabalho de executivo. Fui eleita vereadora,
fiquei na oposição, e depois de algum tempo
a me questionar o que fazia num executivo
se não executava, dei por mim a constatar
que seria um cargo que me daria grande
prazer desempenhar. Sendo eleita presidente,
e tendo poder para decidir e executar,
claro está! Passados quatro anos fui eleita
presidente, em 2017.
O que tem o cargo de Presidente da Câmara
Municipal de mais desafiante? O
que gosta mais do cargo?
- O mais desafiante é o ritmo, que é sempre
muito intenso. Há sempre muito que decidir
e fazer, porque a Câmara é uma autarquia
muito próxima do cidadão. Estou a falar
de situações imprevistas e emergências,
que querem soluções rápidas e eficazes, e
de projetos de fundo, que exigem um planeamento
maior e são bem mais complexos
de executar. Entre uns e outros nunca
há tempos calmos. Idealizar, planear e ver
a obra nascer é maravilhoso. Gosto muito
de passar dos projetos à sua concretização
e de ver o impacto que têm junto da população.
Quando se pensa uma «Loja do Munícipe»,
por exemplo, planeia-se tudo, desde
o financiamento até aos móveis. Quando se
vê o projeto implementado, vê-se o impacto
na mobilidade das pessoas mais idosas, no
conforto e dignidade com que o munícipe é
recebido, na melhoria da prestação de serviços
da Câmara, etc. Quando se transporta
este sentimento para a globalidade dos projetos
implementados, torna-se muito gratificante
constatar a melhoria do Município a
todos os níveis.
Que mudanças empreendeu e que diferenciam
a atual gestão camarária presidida
por si da dos seus antecessores?
- Muitas. Implementamos uma reforma dos
serviços que permite aumentar o poder de
resposta da Câmara, pagamos os nossos
fornecedores a tempo e horas, trabalhamos
com todos, promovemos a recuperação do
património municipal como não há memória,
valorizamos o espaço público com a criação
de espaços de fruição colocados ao serviço
da população, melhoramos as políticas
ambientais ao nível da recolha de resíduos
urbanos, saneamento e da manutenção de
espaços verdes, criamos novas acessibilidades
e recuperamos estradas degradadas,
trouxemos o digital e os serviços online à
Câmara da Ponta do Sol. Neste rol de coisas,
provavelmente estou a esquecer de muitas
outras coisas que meus antecessores nunca
deram grande importância.
Agora que vai para novo mandato na autarquia,
que áreas e projetos quer reforçar/melhorar
e que reação espera obter
da parte de quem governa a Região?
- A habitação é das áreas de grande aposta
neste mandato por ser uma da mais decisivas
para um desenvolvimento equilibrado
do território, promovendo a fixação das pessoas
nos seus locais de origem. Queremos
saber novembro 2021
5
um desenvolvimento do Concelho que chegue
a todos os sítios, com obras em todas as
freguesias, como fizemos nos últimos quatro
anos. Queremos criar novas centralidades
para onde queremos transpor a dinâmica
da vila. Ao mesmo tempo, continuaremos
com outras pequenas obras de proximidade
como o alargamento de veredas, criação de
estacionamentos, e reparação de levadas e
veredas para que a água e os agricultores
possam chegar mais facilmente aos seus
terrenos. Certo é que a qualidade das obras
públicas será igual quer sejam realizadas na
Vila da Ponta do Sol, quer no Carvalhal ou na
Lombada. Ao nível do ambiente queremos
implementar mais medidas que aumentem
a recolha seletiva, aumentem a extensão da
rede de saneamento básico e beneficiem a
ETAR, para que funcione no sistema secundário.
Enfim, espera-nos muito trabalho. Estamos
disponíveis para trabalhar com o Governo
Regional, como sempre estivemos. No
outro lado é que não se percebe a atitude. Já
desafiei a urgência do Governo reunir com
todos os municípios aquando da elaboração
do orçamento regional. É fundamental que
haja critério, regras transparentes e uma
distribuição equitativa das verbas por todos
os Municípios da Região. Não tem explicação
uns terem contratos-programa todos os
anos e outros não. E não nos digam que não
solicitamos esses apoios. Ainda este ano
quisemos financiamento no âmbito da Lei
de Meios, para prejuízos provocados pelo
20 de fevereiro e resposta foi que nesse
momento não havia verba disponível para
o nosso pedido. Voltaremos a insistir neste
assunto, terá de ser. Fazemos obra, pagamos
os nossos impostos à Região; temos
água, mas compramos a nossa água à ARM
e pagamos a tempo e horas; há iluminação
pública e mesmo nas estradas regionais é o
Município que paga; as nossas serras estão
carregadas de painéis fotovoltaicos e eólicas,
mas quem recebe os dividendos desta
exploração é o Governo Regional e a AREAM
e não os Municípios como a Lei determina
e como acontece no Continente. Não queremos
ser apenas um Município que cumpre
com as suas obrigações, mas que não recebe
aquilo a que tem direito.
No exercício do cargo surgem naturalmente
histórias e momentos porque uma
determinada razão, foram marcantes.
Que momentos são esses?
- São pequenas histórias que nos vão marcando
e que nos deixam a pensar, umas
mais divertidas, outras mais sérias. Destacaria
uma em que uma munícipe agendou um
atendimento comigo, aguardou até haver
vaga e, no dia marcado apareceu e esperou
pacientemente a sua vez. Quando entrou na
sala disse que só me queria dar os parabéns
pessoalmente, que estava muito feliz pela
minha eleição e que eu nem fazia ideia da
importância da minha eleição para as mulheres.
Fez-se silêncio. Percebi o que queria
dizer, mas ainda pensei que pudesse ser
apenas o início da conversa, que me chamaria
à atenção para alguma coisa, que teria
um pedido para fazer, mas não. Era apenas
isto, e era tão importante: como mulher,
sentia-se empoderada pela minha eleição.
Nem se sentou. Despediu-se e saiu. Até hoje
quando me lembro desta pequena conversa
penso sempre que é uma grande responsabilidade
não desiludir.
Sente que é um exemplo para outras mulheres?
- Até determinada altura nem pensava
nesse assunto, porque nunca pretendi ser
exemplo ou modelo para ninguém, que não
para mim própria. Ganhei consciência que
servia de inspiração a outras pessoas quando
algumas munícipes me disseram em momentos
diferentes que me sentiam orgulho
em me ter como presidente, que não sabia
a sorte que tinha em ter chegado tão longe
e pediam-me que não desistisse por muita
pressão que os meus adversários fizessem.
O facto dessa opinião vir de várias pessoas,
de zonas distintas do concelho, de várias
idades, que em muitos casos nem se conheciam,
por serem mulheres com vidas de
esforço e sofrimento, pelo facto de, na sua
maioria, terem pouca instrução, por falta de
oportunidades na vida, tocou-me de forma
profunda. Senti-me honrada pelas palavras
que delas recebi e, ao mesmo tempo, privilegiada
por ter conseguido estudar, por ter
sido independente financeiramente e por
ter tido a oportunidade de me candidatar e
ser eleita.
O facto de ser uma mulher a exercer um
cargo maioritariamente desempenhado
por homens teve, no seu caso e em algum
momento, algum tipo de ‘discriminação’?
- Houve episódios, sim. Não aqueles ataques
misóginos diretos e brutos, mas algo mais
insidioso, paternalista e, não raras vezes,
de forma inconsciente por parte de quem
pratica essa discriminação. Isso verifica-se
até em expressões que pretendem ser elogiosas.
Por exemplo, quando sinto a necessidade
de tomar uma postura de confronto
político, e que muitas vezes é interpretado
como uma atitude de coragem, ouço frequentemente
a expressão «É uma mulher
que os tem no sítio». O tom é elogioso, mas
reflete a tal discriminação velada, a ideia
de que certas atitudes são reserva do sexo
masculino.
Ganhei consciência
que servia de
inspiração a outras
pessoas quando
algumas munícipes
me disseram em
momentos diferentes
que me sentiam
orgulho em me ter
como presidente
6 saber novembro 2021
Há sempre muito
que decidir e fazer,
porque a Câmara é
uma autarquia muito
próxima do cidadão
Que marca gostaria de deixar quando um
dia deixar de ser Presidente da autarquia
de Ponta do Sol?
- Sobretudo, obra pública de qualidade. Sou
defensora de que, quando se faz uma obra,
tem de perdurar no tempo e tem de marcar
uma época. Gosto de obras do estilo do cais
da Ponta do Sol. Feito no século XIX, continua
no local praticamente como quando
foi construído. Além de funcional, continua
a ser admirado como monumento. Não é
uma obra efémera, como algumas marinas
ou estradas solúveis em água na época das
chuvas. Gostaria também de deixar uma Câmara
organizada, rápida, funcional e verdadeiramente
ao serviço da população.
Como é o seu dia de trabalho e como o
concilia com outras vertentes da sua
vida, nomeadamente a familiar?
- O trabalho de presidente não é propriamente
rotineiro, embora consiga estabelecer
alguma organização. É necessário tempo
para planear e preparar diversos projetos e
despachar os assuntos necessários, o que
normalmente reservo para as manhãs. À
tarde costumo fazer as saídas de campo,
com visita a locais ou obras que estejam em
curso. Ao fim do dia, aproveito para reunir
com os restantes membros da equipa para
ver a agenda e fazemos o ponto da situação.
Ao fim de semana normalmente existem
eventos em que é necessário representar o
município, pelo que algumas horas são dedicadas
a isso. Com uma agenda deste tipo,
ajuda ter um companheiro que também tem
participação política ativa. Não temos muito
tempo livre, pelo que aproveitamos muito
bem o tempo em que estamos juntos e em
casa dividimos as tarefas.
A Célia Pessegueiro presidente da Câmara
é diferente da Célia cidadã/política/
mãe de família?
- A Célia Pessegueiro é sempre a mesma
pessoa, mas claro que nas diferentes áreas
de atuação tem meios e recursos diferentes,
o que condiciona as suas escolhas. A Célia
Pessegueiro cidadã tende a ser mais utópica
que a Célia Pessegueiro presidente, que
tem forçosamente de ser mais pragmática.
Gosto de pensar que essas facetas formam
a pessoa que sou.
O que gosta de fazer quando não está a
trabalhar?
- Em período de férias, adoro viajar, ler os
meus livros e descansar num ritmo bem lento.
Fazer as coisas sem pressa e aproveitar
todos os momentos, saborear o meu café e
ter almoços lentos, aproveitar os passeios,
dar uns mergulhos e falar com gente diferente,
com outras culturas. Em alturas de
trabalho, gosto de aproveitar a minha casa,
sobretudo o sofá, ver as séries preferidas,
ler o meu livro. Esporadicamente dar uns
passeios nesta ilha linda e aproveitar a natureza.
Se a sua vida fosse uma banda sonora de
um filme, seria...? O livro da sua vida é...?
- A banda sonora de um filme de animação,
«Spirit: Espírito Selvagem» (na tradução portuguesa),
com música de Hans Zimmer, o
meu compositor preferido, e letra de Bryan
Adams. Livro, «Um Amor Feliz», de David
Mourão-Ferreira, por ter sido uma abertura
de horizontes antes de tempo.
A fechar esta entrevista, iremos ver a Célia
Pessegueiro num cargo político num
futuro próximo? A liderar o seu partido
político a nível regional, por exemplo?
- Não me imponho limites na minha intervenção
pública. Hoje sirvo as minhas gentes
a governar o Município da Ponta do Sol, mas
amanhã poderei servi-las num governo regional
ou mesmo nacional. Não sei o que o
futuro me reserva, mas é certo que estarei
sempre disponível para as oportunidades
que a vida me oferecer. s
Não sei o que o futuro
me reserva, mas é
certo que estarei
sempre disponível
para as oportunidades
que a vida me
oferecer
saber novembro 2021
7
em análise...
Francisco Gomes
Analista político
Gente que
matou Deus
Nunca atingiremos o nosso
verdadeiro potencial,
nem ultrapassaremos a
desorientação generalizada,
enquanto não aceitarmos
que o património espiritual e
religioso faz parte da matriz
social na qual nos movemos,
e, por isso, tem muito para
oferecer à construção da
sociedade.
Carolina rodrigues
É
importante que fique claro que a
crise que afecta os nossos dias não
é económica, mas de identidade. As
fábricas estão lá. Os restaurantes e
as lojas também. Mas o país não anda e
as pessoas não estão motivadas para trabalhar.
Porquê? Porque há cada vez mais
indivíduos que não sabem quem são, de
onde vêm e para onde vão. Ao mesmo
tempo, as vendas de livros de auto-ajuda
e de anti-depressivos estão em alta, e, a
cada clique, encontramos gurus da felicidade
(uns bem-intencionados, outros
bem-cretinos) que dizem ter ‘todas as respostas’
para uma vida plena. A isto, o país
tem respondido da forma como responde
a todas crises, isto é, apostando no cavalo
errado. Uma dessas apostas tem sido insistir
na separação entre a sociedade e a Fé.
Esta atitude, que vem na linha do radicalismo
ideológico instalado, ilustra bem como
somos mais dominados pela ignorância
de gente baixinha do que informados pelo
estudo, pelo conhecimento e pela análise.
Certamente, a laicidade é positiva, mas
não quando vista como um rasgar com a
dimensão espiritual. Pelo contrário, nunca
atingiremos o nosso verdadeiro potencial,
nem ultrapassaremos a desorientação generalizada,
enquanto não aceitarmos que
o património espiritual e religioso faz parte
da matriz social na qual nos movemos, e,
por isso, tem muito para oferecer à construção
da sociedade. Aliás, sem um reco-
8 saber novembro 2021
Wikipédia
nhecimento assumido da relevância da
dimensão espiritual nem vale a pena exigirmos
uma política com ética, empresas
com moral ou relações inter-pessoais com
dignidade. Nada disso irá acontecer enquanto
teimarmos no abismo leviano que
queremos cavar entre o papel social do ser
humano e os pilares espirituais e religiosos
que nos devem fundamentar e orientar. E
é irónico como, na laica França, passagens
da Sagrada Escritura são lidas nas escolas
como elementos do património identitário
comum. Também nos laicos Estados Unidos,
a mensagem de Deus, nas suas várias
expressões, forma uma base incontornável
do exercício da política, das normas de
conduta social e até das opções externas
que têm sido seguidas pelos governos ao
longo das décadas. Já em Portugal, acreditamos
que o certo é investir na sociedade
suicida, totalmente rendida à ditadura das
modas e à imposição de uma cultura única,
que constantemente nega a Deus e à
integridade espiritual, nas suas muitas expressões,
qualquer papel na orientação do
ser humano. Quando as coisas são assim,
percebe-se porque é que o país tem dificuldade
em ler um texto com mais de duzentos
e oitenta caracteres e se tem tornado
intolerante ao ponto de ridicularizar quem
ilumina a sua vida por noções de Fé, e não
egoísmos tolos e consumismos pacóvios.
Amansadamente seguimos pelo trilho que
não nos leva a lado nenhum. s
saber novembro 2021
9
educação
É uma das preocupações
constantes assinaladas nas
edições anuais do “Education
at a Glance” (relatório anual
publicado pela Organização
para a Cooperação e
Desenvolvimento Económico
(OCDE), constituindo-se como
das mais relevantes fontes
de informação internacional
sobre o estado da educação no
mundo) a de que uma grande
percentagem de professores,
na maioria dos países, vai
reformar-se na próxima década,
e Portugal apresenta uma das
situações mais preocupantes.
Ao desgaste e envelhecimento
da classe docente somamse
outras preocupações,
nomeadamente os contratos
precários e o famigerado sistema
de avalição. O Sindicato dos
Professores da Madeira, através
do seu coordenador de direção,
Francisco Oliveira, irá intensificar
a luta, nomeadamente
defendendo legislação regional
que combata o desgaste e o
envelhecimento dos docentes.
O SPM tem neste momento
2868 associados e constitui a
maior e mais antiga organização
sindical de professores da RAM. A
palavra aos professores através
do professor coordenador do
SPM, Francisco Oliveira, nesta
entrevista à qual nos respondeu
por escrito. Francisco Oliveira
tem licenciatura em Línguas e
Literaturas clássicas, mestrados
em Linguística Portuguesa
e Supervisão Pedagógica e é
coordenador do SPM desde maio
de 2015. Está no início do seu 3.º
mandato.
Francisco
Oliveira
Prof. Francisco, o que é ser professor,
hoje?
- É realizar-se profissionalmente, ajudando
a realizar os sonhos dos outros; é abrir novas
perspetivas de vida a toda a humanidade;
é dar a possibilidade de todos poderem
ter sucesso na vida; é colocar no coração de
cada criança, ou jovem, a luz da esperança.
Quais são os desafios que, de uma forma
geral, se colocam aos professores, na
atualidade?
- Os docentes dos nossos dias confrontam-
-se com uma multiplicidade de exigências
que nada tem a ver com o papel tradicional.
Diria que, o docente até há duas décadas
era um carro preparado para circular
em estradas alcatroadas. Hoje, exige-se-
-lhe que seja um veículo todo-o-terreno, já
que, para além das respostas estritamente
pedagógicas, tem de desempenhar papéis
que, tradicionalmente, eram exercidos por
outros agentes, como os pais, a família alargada,
os amigos e, de uma forma geral, pela
sociedade. Nos nossos dias, dos docentes
espera-se que sejam, pais, irmãos, avós,
tios, primos e amigos. Para além disso,
há um outro desafio enorme, que resulta
de uma contradição clara entre os novos
10 saber novembro 2021
papéis que se pede aos docentes e a sua
situação concreta de profissionais já desgastados
por décadas de trabalho e pelo
passar dos anos, ou seja, aos professores
e aos educadores pede-se-lhes que tenham
uma vitalidade de quem está no início da
carreira, cheios de energia e de disponibilidade
mental que é impossível ter ao fim de
20, 30, 40 ou mais anos de profissão. Infelizmente,
estes profissionais padecem das
limitações inerentes às marcas que a passagem
do tempo deixa nos seres humanos.
Por isso, se os nossos políticos não apostarem
em medidas que criem legislação que
permita o rejuvenescimento do corpo docente,
estarão a pôr em causa a educação
das próximas gerações.
Que preocupações levam os professores
ao sindicato?
- De entre muitas outras destacaria as
seguintes: em que condições poderão
aposentar-se sem grandes penalizações;
se isso não for possível, como poderão
manter-se em exercício nas escolas, salvaguardando
a sua sanidade mental e física,
até que reúnam as condições para atingir
a idade legal para a aposentação; sistema
de avaliação injusto; existência de vagas de
acesso a certos escalões.
E quando o sindicato leva as preocupações/reivindicações
dos professores à
tutela, qual é o ‘feedback’?
- Não nos podemos queixar da falta de diálogo,
ao contrário do que acontece a nível
nacional, com o governo da República. No
Para cativar jovens para a
docência, é necessário apostar,
verdadeiramente, na valorização
da carreira docente
entanto, há respostas díspares em relação
às nossas reivindicações. Por exemplo, se
em relação à recuperação do tempo de
serviço, ao fim de três manifestações de
centenas de professores, lideradas pelo
SPM, houve abertura para encontrar uma
solução, em relação à reivindicação de medidas
concretas que combatam o desgaste
e o envelhecimento dos docentes não tem
havido a mesma recetividade. Porém, neste
momento, é crucial encontrar respostas
para este problema, sob pena de pormos
em causa a qualidade da educação nos próximos
anos.
Na Madeira, há falta de professores e em
que disciplinas?
- Infelizmente, esse é já um problema bem
real na nossa região, com tendência a agudizar-se
nos próximos anos. Na verdade,
a realidade, em dois ou três anos, pôs em
causa os burocratas que garantiam que há
professores a mais; que o desemprego na
docência era garantido nas próximas décadas,
porque a crise demográfica provocaria
um excedente de docentes bem superior às
necessidades resultantes do aceleramento
do ritmo das aposentações. Tudo conjunturas
assentes em políticas economicistas
e não na realidade, nem na preocupação
com a qualidade da educação. Agora, na
nossa perspetiva, a preocupação tem de
ser a de criarmos condições para fixarmos,
rapidamente, todos os colegas contratados
e atrairmos novos professores e educadores,
sem os quais teremos de recorrer a
profissionais não qualificados. Neste momento,
nota-se, entre outras áreas, falta de
professores de Informática, Filosofia, Geografia,
História, Inglês e Português.
A pandemia trouxe novos desafios os
professores, nomeadamente o desafio
tecnológico?
- Os docentes já eram, na sua maioria, profissionais
altamente qualificados a nível
saber novembro 2021
11
Neste momento, notase,
entre outras áreas,
falta de professores de
Informática, Filosofia,
Geografia, História,
Inglês e Português
tecnológico, mas, com o investimento que
fizeram durante a pandemia, na procura
das melhores respostas à nova realidade,
reforçaram as suas competências a esse
nível, o que constitui, evidentemente, uma
valorização profissional e o que demonstra
a enorme capacidade de adaptação e de
resposta dos docentes a todos os contextos
de trabalho.
O SPM está a desenvolver a sua ação em
que frentes?
- Não sendo possível apresentar aqui todo
o programa sindical que foi referendado,
recentemente, pelos associados do SPM
para os próximos três anos, destacaria a
nossa determinação em lutarmos, ao lado
dos professores e dos educadores por uma
legislação regional que combata o desgaste
e o envelhecimento dos docentes, por um
modelo de aposentação adequado à nossa
profissão, pelo fim das vagas de acesso aos
5.º e 7.º escalões, por um sistema de avaliação
justo, pelo rejuvenescimento do corpo
docente e pelo fim da burocracia sistémica.
Apesar de tudo, vale a pena ser professor
e como é que se cativa os mais jovens
para a profissão docente?
- Continua a valer a pena ser professor
como ideal de vida, pelo que significa para
as crianças e jovens ter alguém que os faz
acreditar que, com esforço e dedicação ao
conhecimento, é possível concretizar todos
os sonhos. No entanto, em termos remuneratórios,
não vale a pena a carreira docente.
A prova disso é que, segundo estudo
recente da DECO, os jovens portugueses
são os que mais admiram os seus professores,
mas, pelo contrário, são os que menos
pretendem abraçar essa profissão, porque
encontram muitas profissões bem mais
aliciantes em termos salariais e condições
de trabalho. Para cativar jovens para a docência,
é necessário apostar, verdadeiramente,
na valorização da carreira docente,
adequando o seu estatuto profissional à
importância do seu papel social. s
Se os nossos políticos
não apostarem em
medidas que criem
legislação que permita
o rejuvenescimento
do corpo docente,
estarão a pôr em causa
a educação das próximas
gerações
Dulcina Branco
gentilmente cedidas pelo
Sindicato dos Professores da Madeira
12 saber novembro 2021
Cantinho da poesia
Rosa Mendonça
Escritora
facebook.com/rosa.6823mendonca/
[rosa mendonça autora]
O Ex-Libris
da Ilha,
Vinho Madeira
A poda, executada por antigos agricultores, amantes do vinho,
Faz-se com sabedoria e muito amor
Durante a primavera são regadas as parreiras, pela água de giro
Logo surgem os primeiros rebentos para a nova colheita
Em corredores, latadas e estacas dão colorido e beleza à paisagem
As folhas agasalham os futuros cachos de uva do imprevisível verão
Limpam-se as folhas secas das videiras com cuidado e alegria
Ainda verdes, os bagos vão amadurecendo até à cor vermelha escura
Em setembro reina a algazarra nos vinhedos de todos os quadrantes
Tudo recomeça a cada vindima, em busca do precioso néctar de Baco
São muitos os convidados para as vindimas,
Seja pelas entidades ou por particulares
Levam roupa leve e sempre com o chapéu de palha na cabeça
Os mais antigos cantam cânticos da época vindimal
E os restantes vão acompanhando, repetindo o verso do refrão
Uns colhem, outros transportam as caixas para o carro de recolha
O fruto da videira é rececionado em lagares caseiros ou públicos
O Instituto do Vinho recebe as uvas vindas de toda a ilha
São variadas as castas utilizadas na produção do vinho Madeira:
Sercial, Verdelho, Boal, Malvasia, Terrantez e Tinta Negra.
Há lagares mecânicos e outros artesanais onde se pisam as uvas descalços
Em pleno verão lavam-se as pipas, barris de madeira e cilindros em inox
Onde será depositado o mosto e deixado a arejar, até sair o natural sobejo
Com um caneco de alumínio, prova-se o primeiro e genuíno sumo da uva
Engarrafado em garrafas de cor escura e armazenado em locais escuros
Assim descansa o vinho madeira nas adegas por tempo indeterminado
Com as vindimas revisitam-se amigos e selam-se novas amizades
É uma festança, apesar da dura atividade pelos socalcos e vinhais
Outras colaboradoras ficam resguardadas à sombra,
Em cozinhas bem apetrechadas, ocupam-se dos churrascos
Que irão saciar e temperar os estômagos dos trabalhadores
Preparam manjares calóricos, energéticos e poderosos
Antes de encerrar a jornada, o vitivinicultor vai aos confins da adega
Traz a garrafa mais idosa para ofertar aos fiéis colaboradores
O momento de provar um cálice do envelhecido vinho madeira
Serve para arrematar os duros dias da vindima ao sol latejante
Enquanto o dia vai esvaziando no horizonte e escurece
Degusta-se devagar e com elevado prazer este preciosíssimo vinho
Referido por muitos autores em suas obras literárias como:
Charles Dickens, Jane Austen, William Shakespeare, Dostoievsky,
Tolstoi, Jules verme, Victor Hugo, Ricahard Penn Smith, …
Chega a qualquer parte do mundo, faz toda diferença à mesa
Deveras apreciado na gastronomia, impõe um paladar requintado
Marca presença assídua em todas as cartas de vinhos
Reservado para os momentos de vitórias, cerimónias e eventos
Brinda-se com fulgor à vida e a toda a sua essência
Brinda-se aos agricultores e ao Vinho Madeira!
s
D.R.
saber novembro 2021
13
MADEIRA
Clássicos na Magnólia
“Volta à Madeira”
A
s concentrações de automóveis
antigos são uma oportunidade
de trazer para o presente as belas
máquinas que antigamente
circulavam nas estradas e que, mercê do
trabalho de recuperação e conservação
de particulares e Governo, podem ser admiradas
pelo público. Foi o que aconteceu
com os Clássicos na Magnólia, evento do
Turismo que este ano, na segunda edição,
evocou a primeira Volta à Madeira, que se
realizou em 1959, e da qual restam ainda
alguns exemplares. Foi assim possível observar
um total de 45 viaturas clássicas –
20 motos e 24 carros clássicos – as quais
estiveram expostas durante dois dias nos
jardins da Quinta Magnólia, no Funchal. Ali
se encontraram o Hudson Super Six, um
carro da praça de táxis oferecido à RAM
pelo proprietário, ou o Mercedes Adenauer
300 Cabriolet, que esteve ao serviço do Governador
da Madeira, automóveis estes
que integram a coleção de viaturas do Governo
Regional. Tudo isto complementado
com figurantes vestidos à época que interagiram
com os visitantes. Refira-se ainda
que a Região dispõe atualmente mais de
dois mil carros clássicos em bom estado,
alguns dos quais se mostram nas imagens
a seguir. s
Dulcina Branco
Cícero Castro
14 saber novembro 2021
saber novembro 2021
15
CAPRICHOS DE GOES
Diogo goes
Professor do Ensino Superior e Curador
Um roteiro
pela Arte
Contemporânea
no Funchal:
exposições
a visitar
Na Galeria Marca de Água:
“Pooland”, de Marco Fagundes
Vasconcelos com Dimitra
Papathanasopoulou e Eduardo
Welsh, convida-nos a partilhar
uma narrativa ficcional, uma
crítica (quase política) em torno
da paisagem, mensurando a (falta
de) qualidade das transformações
que acontecem num território,
nomeadamente as estéticas.
AArte desempenha uma função
preponderante na ativação da crítica
e na mensuração do estado
civilizacional da nossa sociedade
contemporânea. Propostas de roteiros artísticos
no seio das cidades podem constituir
uma ferramenta de autoconhecimento
e contribuir para um desenvolvimento
social e humano, consciente e crítico. Na
Capela da Boa Viagem: “Before hoowes
grown” da autoria do artista plástico Hugo
Brazão, com curadoria de Hélder Folgado
é a exposição patente na Capela da Boa
Viagem – Núcleo Difusor de Arte e Cultura
Contemporânea – que, por meio da instalação
e site-specific, possibilita ao espectador
a leitura de múltiplas abordagens metamorfoseadas
em torno do conceito de ilha.
Como refere o autor, esta exposição justapõe
duas ideias: “a ideia de ilha exótica
como lugar propício à autotransformação”
enquanto metáfora vivencial do ser humano,
à semelhança da contínua (re)funcionalização
do espaço arquitetónico – capela;
por outro lado, “o desejo de fugir para uma
ilha longínqua, diferente daquela que vivemos”,
capaz de metamorfosear o artista e o
espectador. Talvez, as narrativas implícitas
nesta exposição, permitam lembrar José
Saramago, quando diz que: “É necessário
sair da ilha para ver a ilha, [...] não nos vemos
se não nos saímos de nós”. Está patente
até 20 de dezembro. No Museu de Arte
Sacra do Funchal: “De Nível. Passagens de
António Aragão no Museu de Arte Sacra do
Funchal”, com curadoria de Martinho Mendes
pretende ser mais do que uma evocação
a António Aragão ou uma retrospetiva
documental às suas duas passagens por
aquele espaço museológico (1980 e 1981).
A excelência desta exposição está intrínseca
à narrativa e ao discurso expositivo que
espelha uma pós-modernidade interventiva,
demonstrativa da atualidade do pensamento
de Aragão. Como refere o museu,
o projeto museográfico desta exposição
16 saber novembro 2021
“invoca os anos 80 de muitas formas”, nomeadamente,
inspirando-se numa coleção
de recortes da imprensa (1987) sobre uma
exposição de Bordado Madeira (organizada
por Luiza Cloude, no Museu Nacional
do Traje), cuja “plasticidade” é transportada
para a apresentação dos recortes da
imprensa sobre as exposições de Aragão.
Convoca-se o espectador para uma (re)ativação
da crítica, para a valorização do papel
escultural da investigação e para uma
experiência imersiva, pela interdisciplinaridade
de meios de expressão utilizados (ou
de representação), nos domínios das artes
plásticas, nomeadamente na pintura e na
performance. Esta exposição é demonstrativa
da excelência (e exigência) da programação
que tem vindo a ser reiterada pelo
MASF, estabelecendo diálogos entre o foro
do sagrado e o profano, entre a historicidade
e a veemência da contemporaneidade.
Pode ser visitada até 1 de janeiro. Na Galeria
Marca de Água: “Pooland”, de Marco
Fagundes Vasconcelos com Dimitra Papathanasopoulou
e Eduardo Welsh, convida-
-nos a partilhar uma narrativa ficcional,
uma crítica (quase política) em torno da paisagem,
mensurando a (falta de) qualidade
das transformações que acontecem num
território, nomeadamente as estéticas.
Uma exposição provocadora - que faz uso
do desenho, pintura, fotografia, escultura
e instalação - surpreende o público pela
sua aparente recusa da figuração grotesca
e recusa das formas antropomórficas, habituais
na obra de Fagundes Vasconcelos.
Antes, o discurso visual e narrativo percorre
paisagens telúricas, territórios povoados
por corpos escatológicos, os ficcionados
pelos autores, e até, talvez, os corpos dos
próprios espectadores. Numa clara alusão
ou revisitação à obra “Merde d’Artist” de
Piero Manzoni (1961), em “Pooland” questiona-se
a condição e valor da arte, no seio
de uma galeria de arte. Entre a plenitude de
uma paisagem conspurcada pela intervenção
humana e a domesticidade dos objetos
quotidianos, a exposição convoca diálogos
entre o corpóreo e o imaterial, entre o ficcional
e o real, entre efémero e o eterno.
Está patente até 23 de dezembro. Mais
exposições: a decorrer na cidade do Funchal
podemos encontrar outros projetos
artísticos de referência, nomeadamente,
na Quinta Magnólia - “Pensar Aragão mais
(ou menos) exa(c)tamente”, com curadoria
de Carlos Valente; Galeria Espaço Mar - “BD:
O Manel da Malta” de António Rodrigues; e
no Centro Cultural Anjos Teixeira - “Impermanência”
de Evangelina de Sousa. Estas
e outras exposições serão abordadas nos
próximos “Caprichos de Goes”. s
saber novembro 2021
17
media
miguel padeiro
ângela freitas
O uso do Facebook
pelos municípios
portugueses
durante a pandemia
de Covid-19
Um estudo que analisou
a comunicação dos
municípios portugueses
no Facebook durante
a primeira vaga da pandemia
de Covid-19, realizado por
investigadores da Universidade
de Coimbra (UC), concluiu que
as autarquias com maior autonomia
financeira comunicaram
mais neste período. A evolução
das taxas de infeção em municípios
vizinhos e as características
sociodemográficas locais
foram outros fatores que levaram
a que algumas câmaras
municipais comunicassem mais
ativamente do que outras nesta
rede social. Para chegarem a
estas conclusões, os autores do
estudo, Miguel Padeiro e Ângela
Freitas, do Centro de Estudos
de Geografia e Ordenamento
do Território da Universidade
de Coimbra, extraíram mais de
100 mil “posts” das páginas oficiais
de Facebook de 304 câmaras
municipais – 4 municípios
portugueses não têm página
nesta rede social –, entre março
e julho de 2020. Os dados
obtidos foram posteriormente
integrados numa extensa base
de dados (que abrangia dados
territoriais, sociodemográficos,
políticos e institucionais), cartografados
e analisados através
de métodos estatísticos, as designadas
análises de regressão.
Ao longo da pandemia, principalmente
na primeira vaga, as
câmaras municipais usaram
bastante o Facebook para comunicar.
«Era necessário divulgar
as medidas de confinamento,
mas também providenciar
conselhos de higiene, alertar
para diversos riscos, dar conta
da situação epidemiológica, e
publicitar os diversos apoios
que as câmaras implementavam
(compras, medicamentos,
apoio social, psicológico, financeiro).
Este estudo procurou
medir essa comunicação e
perceber quais os fatores que
levaram alguns municípios a
comunicar muito intensamente
e outros a comunicar menos»,
contextualiza Miguel Padeiro.
Os resultados do estudo, que
já se encontra publicado na
revista científica Government
Information Quarterly, mostram
uma importante variação
na intensidade da comunicação
através do Facebook. «A variabilidade
foi também temporal,
com um forte aumento das comunicações
na altura em que
a pandemia se instalava, uma
fase mais estável e depois uma
tendência para a diminuição a
partir de junho. Por outro lado,
a característica da população
influenciou um aumento da
comunicação na fase de forte
progressão do vírus, provavelmente
porque as vulnerabilidades
sociais requeriam um
maior cuidado e uma maior
comunicação», afirma o investigador
do CEGOT e docente da
Faculdade de Letras da Universidade
de Coimbra. Na era da
comunicação digital, em que as
redes sociais são uma poderosa
ferramenta para alcançar os
cidadãos de forma mais direta
e divulgar grandes quantidades
de informação, os autores
deste estudo consideram que
os resultados obtidos podem
contribuir para «melhorar o
nível de preparação em possíveis
contextos de crise no futuro.
Em particular, a definição
de estratégias de comunicação
para as crises de saúde pública
prolongadas será muito importante,
e o conhecimento dos fatores
que contribuem para uma
maior e melhor comunicação
será indispensável. A disponibilização
de recursos financeiros
para a realização de tais
estratégias e para a redução
da exclusão digital em todos os
municípios portugueses pode
contribuir para uma divulgação
mais eficaz». O próximo passo
da investigação vai centrar-se
na análise dos conteúdos das
comunicações realizadas no Facebook
pelas autarquias, «que
poderão revelar padrões interessantes
diretamente ligados
com a evolução geográfica do
vírus e com outras variáveis»,
finaliza Miguel Padeiro. O artigo
científico está disponível em:
Local governments’ use of social
media during the COVID-19
pandemic: The case of Portugal
- ScienceDirect. s
Cristina Pinto, Assessoria de Imprensa da
Universidade de Coimbra
Universidade de Coimbra (investigadores
Miguel Padeiro e Ângela Freitas).
18 saber novembro 2021
turismo
Madeira ‘Melhor Destino Insular da Europa’
2021
AMadeira voltou a ser o “Melhor
Destino Insular da Europa” na 28.ª
edição dos “World Travel Awards”,
vencendo as outras 11 ilhas que
estavam igualmente em votação. É já a oitava
vez que a Região ganha este galardão internacional.
Na corrida com a Madeira para
este prémio agora conquistado estavam
Açores, Ilhas Baleares e Canárias (Espanha),
Creta, Cíclades, Ilhas do Egeu (Grécia), Chipre,
Guernsey, Ilhas do Canal, Jersey, Ilhas
do Canal, Malta e ainda Sardenha e Sicília
(Itália). O Secretário Regional de Turismo e
Cultura e Presidente da Associação de Promoção
da Madeira, considera ser “um feito
notável a Madeira conquistar o prémio de
‘Melhor Destino Insular da Europa’ pelo oitavo
ano, contribuindo, desta forma, para
dar mais consistência ao reconhecimento
que a Região atingiu em todo o mundo nos
últimos anos, e onde sobressaiu em 2020
e 2021 pela confiança gerada com a segurança
apresentada pelo destino no controle
pandémico”. Por isso mesmo, Eduardo Jesus
sublinha que o prémio “deve encher de orgulho
todos quantos trabalham no Turismo
na Região, assim como os residentes que
veem a sua terra ser continuamente valorizada
internacionalmente, e, igualmente, os
milhares de viajantes que nos visitam, que,
assim, valorizam ainda mais o seu destino
de férias”. “Temos razões para estarmos satisfeitos
também pela forma como o destino
reagiu à pandemia, por via da afirmação
da segurança que aqui se vive”, conclui o
Eduardo Jesus. Os ‘World Travel Awards’ foram
criados em 1993 e são atribuídos anualmente
para reconhecer, premiar e celebrar
a excelência de todos os setores chave das
indústrias de viagens, turismo e hospitalidade.
Galardões da Madeira nos ‘World Travel
Awards’: Melhor Destino Insular da Europa
(Europe’s Leading Island Destination) 2021
– 2020 - 2019 - 2018 – 2017 – 2016 – 2014
– 2013. Melhor Destino Insular do Mundo
(World’s Leading Island Destination) 2020 –
2019 – 2018 – 2017 – 2016 – 2015 . s
ana.mestre@companhiasolucoes.com
Francisco Correia (Câmara de Lobos, Cabo Girão)
saber novembro 2021
19
FINANÇAS
Quanto se ganha em Portugal?
Estas são as 10 profissões mais bem pagas
Osalário mínimo nacional é de 665
euros (Portugal continental) e
deve chegar aos 750 euros em
2023, segundo o relatório que
acompanha a proposta de Orçamento do
Estado para 2022. Mas há em Portugal
quem ganhe muito mais todos os meses,
havendo profissões que oferecem salários
até 150.000 euros anuais. Segundo o
Dinheiro Vivo, que se apoia em dados do
ManpowerGroup, o mundo do trabalho
privilegia funções ligadas às novas tecnologias
e à digitalização sendo que, a área da
saúde ganhou também um novo destaque.
Estas são as 10 profissões mais bem pagas
em Portugal: 1) Diretor-Geral área da Saúde
– 120.000 a 150.000 euros por ano. A
pandemia fez aumentar a procura de profissionais
na área da saúde como médicos e
enfermeiros mas além destes, são também
cada vez mais procurados profissionais
altamente qualificados; 2) Chief Information
Officer (CIO) – 95.000 a 120.000 euros
por ano. Um chief Information Officer faz
a ligação entre a direção da empresa e a
equipa de colaboradores da área da informática.
Por esse motivo, além de formação
em Tecnologia da Informação, precisa de
ter também conhecimentos de estratégia,
liderança e gestão, o que torna esta uma
função muito especializada; 3) Diretor de
Centro de Serviços Partilhados – 90.000 a
110.000 euros por ano. O modelo de Centro
de Serviços Partilhados tem vindo, nos
últimos anos, a ser cada vez mais adotado
em Portugal. É uma opção escolhida por
grandes grupos económicos nacionais e
internacionais, sendo uma tendência que
vem aumentar a procura por perfis que os
possam dirigir; 4) SAP Consultant – mais
de 50.000 euros por ano. O consultor de
SAP (software de gestão de empresas) tem
como principal função gerir e adaptar o
software SAP às necessidades específicas
das empresas; 5) E-Commerce Manager –
50.000 a 75.000 euros por ano. O E-Commerce
Manager tem como objetivo obter o
melhor retorno sobre o investimento dentro
de uma organização, definindo ainda a
estratégia de negócio da empresa para os
canais digitais. Apesar de já ser uma profissão
com muita procura, devido ao crescimento
do comércio eletrónio, os desafios
da atual pandemia vieram potenciar ainda
mais a procura por estes profissionais; 6)
Software Engineer - + 45.000€/ano. É uma
profissão com elevadas exigências a nível
de competências, uma vez que é necessário
conhecimento aprofundado em linguagens
de programação, desenvolvimento de
software e sistemas operativos informáticos.
A tendência do mercado de trabalho
atual é que esta continue a ser uma função
muito procurada, devido à crescente dependência
da tecnologia; 7) Cibersecurity
Specialist – entre 45.000-60.000€/ano. A
pandemia acelerou a adoção de modelos
de trabalho remoto e com isso, aumentou
também o risco a que as empresas estão
atualmente expostas. Nos últimos meses
assistimos a um aumento importante na
procura por especialistas em cibersegurança,
ainda pouco disponíveis no mercado de
trabalho, com o consequente crescimento
acelerado do seu salário: 8) Machine Learning
Specialist - + 40.000€/ano. A Machine
Learning é um ramo da inteligência artificial
que se centra no desenvolvimento de programas,
que podem aceder aos dados e utilizá-los
para aprender por si próprios, sem
serem programados para o fazer. Alguns
dos mercados que mais utilizam Machine
Learning são serviços online, marketing e
serviços financeiros, mas existe potencial
para todas as indústrias; 9) Big Data Specialist
– 35.000-50.000€/ano. As empresas
têm vindo a procurar cada vez mais perfis
especializados em Big Data, sendo que a
previsão é que essa tendência se mantenha.
Existem diversos cargos ligados a estas
áreas, mas um dos mais procurados é
o de analista de Big Data; 10) Digital Marketeer
- 35.000- 45.000/ano. A especialização
é uma das grandes tendências do mercado
laboral e a área do Marketing não é exceção,
com perfis profissionais a evoluírem
para funções dedicadas a nichos. Algumas
das funções do Digital Marketeer incluem
a gestão e otimização dos canais digitais
da empresa, mas também criar, saber planear
e analisar resultados das campanhas
de marketing digital. Para além destas,
existem outras funções técnicas altamente
especializadas com competências muito
valorizadas no mercado, mas para as quais
existe pouca oferta de talento, devido à
necessidade de formação e anos de experiência
comprovada. Assim, têm também
salários atrativos as seguintes profissões:
Estivadores: 3.000€ a 3.500€/ mês; Modelador
têxtil: 2.500€ a 3.000€/ mês, Ferramenteiro:
2.500€ a 3.000€/ mês, Tubista: 2.000€
a 3.000€/ mês, Afinador de Máquinas de
Injeção: 1.600€ a 3.000€ /mês, Sushiman:
2.000€ a 2.500€/ mês, Técnico de instalação
e reparação de elevadores: 1.800€ a
2.300€/mês, Instalador de sistemas solares
e eólicos: 1.800€ a 2.000€/mês. s
Dulcina Branco
www.dinheirovivo.pt/empresas
Internet
20 saber novembro 2021
NUTRIÇÃO
Alison Karina
de Jesus
Alison Karina de Jesus
Nutricionista (2874N)
facebook.com/nutricionalmentebem
instagram.com/nutricionalmentebem
info@nutricionalmentebem.com
https://nutricionalmentebem.com/
Internet/ frambour
Distúrbios alimentares
São transtornos do comportamento
alimentar que exigem uma abordagem
multidisciplinar. Em ambos os
casos há um controlo rígido e obsessivo
da ingestão de alimentos, o que acaba por
evoluir para a falta de apetite real que caracteriza
a anorexia. No caso da bulimia, há um
comportamento compulsivo de consumo
desenfreado sendo que depois a pessoa
provoca o vómito. Apesar desta diferença,
os dois distúrbios alimentares podem surgir
associados e têm muito em comum. Além
dos aspetos psicológicos da preocupação
exagerada com o peso, a baixa autoestima e
distorção da imagem corporal, a anorexia e
a bulimia resultam numa dieta perigosa e insuficiente
a nível nutricional. A anorexia afeta
sobretudo raparigas (95%), a baixa autoestima
é uma caraterística transversal e sabe-se
também que a maioria são jovens com um
elevado rendimento escolar, muito organizadas,
exigentes consigo próprias e com alguns
traços de comportamento obsessivo. Vários
estudos permitem traçar o perfil de risco,
mas não podemos desprezar os fatores externos
que levam ao desenvolvimento de
transtornos alimentares como a anorexia e
a bulimia. Além da pressão familiar, escolar
e social que recai sobre a imagem e a questão
da moda, há uma questão importante,
que quase nunca é falada: a exigência do
controlo de peso no mundo da alta competição.
É problema grave, e que podemos ver
sobretudo nas atividades que se relacionam
com movimentos de elevação do próprio
corpo: A patinagem, o ballet e ginástica que
têm regras muito rígidas na alta competição,
sem qualquer acompanhamento de compensação
nutricional. Nas raparigas, a perda
da menstruação é um dos primeiros sinais
de que o peso desceu a um nível perigoso,
com graves implicações no desenvolvimento
hormonal. No geral, a carência de nutrientes
pode também conduzir a anemias graves,
osteoporose precoce, e níveis muito baixos
de fósforo e de potássio, o que pode provocar
falência cardíaca ou respiratória. A anorexia
nervosa é o transtorno psiquiátrico com
maior risco de morte. Existem comportamentos
estão quase sempre presentes. Se a
família ou amigos detetar alguns estes sinais,
é essencial incentivar a pessoa a procurar
um nutricionista ou acompanhá-lo até a consulta:
Falamos da perda de peso “involuntária”;
Hábitos como o de espalhar comida no
prato, para fingir que está quase vazio; Sinais
de isolamento social e recusa de programas
que impliquem “ficar à mesa”; Insistência em
usar roupas mais largas do que o normal e
muito leves, mesmo quando está frio (para
acelerar a termogenia, obrigando o organismo
a queimar mais calorias). O tratamento
implica uma mudança de comportamentos
que se revela difícil, mesmo quando já existe
acompanhamento psicológico e um médico
a alertar para o facto de a saúde estar em
risco. Daí ser fundamental a abordagem
multidisciplinar. O papel do nutricionista é o
de garantir uma evolução positiva com efeitos
de longo prazo, a chamada reeducação
alimentar. s
saber novembro 2021
21
MADEIRA AVES
JOSÉ FRADE
Fotógrafo autoditata
José Frade nasceu no concelho
de Cascais. Trabalha no sector
automóvel mas foi a sua paixão
pela fotografia, principalmente a
fotografia de natureza, que o fez
aprofundar os seus conhecimentos
sobre as aves e consequentemente
aderir ao grupo "Aves de Portugal
Continental", grupo esse criado
pelo Armando Caldas, mas, como
membro desde o primeiro dia,
foi convidado pelo fundador, em
conjunto com ele, administrar
o referido grupo, vendo aí uma
oportunidade para partilhar os
seus conhecimentos e incentivar as
pessoas à protecção da natureza.
Dulcina Branco
José Frade,
administrador do grupo “Aves de Portugal Continental”,
que gentilmente nos cede as fotos que ilustram
esta rubrica
Centro de Recuperação
de Aves da Madeira
Da responsabilidade do Instituto de
Florestas e Conservação da Natureza
(IFCN), o Centro de Recuperação
de Aves da Madeira é um projeto
inédito que deu os seus primeiros passos
em 2017. Integra um projeto mais amplo, o
LuMinAves, que tem como principal objetivo
reduzir os efeitos nocivos da iluminação
artificial nas populações de aves marinhas.
Na Madeira, a responsabilidade de recolha
e libertação de aves marinhas desorientadas
ou feridas estão centralizados no IFCN
e conta com a colaboração de câmaras municipais,
bombeiros, forças de segurança e
ONG. Este trabalho resultou na implementação
do programa 'Rede SOS Vida Selvagem',
que integra não apenas as aves marinhas
mas toda a vida selvagem encontrada debilitada
ou ferida, com a estrutura de recuperação
centralizada no Jardim Botânico da
Madeira –Eng. Rui Vieira. O local foi atingido
pelos incêndios de 2016 mas foi alvo
de intervenção e permitiu a instalação da
Rede Nacional de Centros de Recuperação
de Fauna com áreas de laboratório, internamento
e quarentena.
Fonte: Instituto de Conservação e Gestão da
Natureza s
22 saber novembro 2021
Gaivota-de-cabeça-preta
(Ichthyaetus melanocephalus)
Uma ave da família Laridae.
Nidifica na Europa, principalmente na zona do
Mar Negro, inverna na costa do
Mediterrâneo e Atlântico norte até à França.
Invernante rara na Madeira
Moleiro-parasítico
(Stercorarius parasiticus)
Ave da família Stercorariidae.
Nidifica no Norte da Europa,
inverna no Oceano Atlântico.
Migrador de passagem na Madeira
saber novembro 2021
23
ATUALIDADE
Por estes dias, a castanha
assada faz parte da imagem
outonal da cidade do Funchal
e André Agrela, de 26 anos, é
um dos cinco vendedores de
castanha assada autorizados
que se encontram na cidade.
A castanha que vende é de boa
qualidade e muito apreciada,
quer pelos madeirenses quer
pelos turistas, nomeadamente
dos cruzeiros que começaram
a chegar em força.
Dulcina Branco
D.R. (direitos reservados)
24 saber novembro 2021
Castanhas
quentinhas
e boas
O
turista de cruzeiro é bom para o
negócio. Quando há turistas tentamos
estar aqui mais cedo. Eles
gostam da castanha. É um fruto
que não se produz nos países deles por causa
do clima ou porque não faz parte das suas
tradições e então, experimentam e gostam
muito”, diz o André enquanto revira o assador
e de onde retira as castanhas assadas
que vende a dois euros à dúzia. O preço não
se alterou em relação ao ano passado nem
a qualidade. “Tentamos ter sempre a máxima
qualidade possível. Se a castanha tiver
‘bicho’ a pessoa pode reclamar. Trocamos a
castanha e oferecemos duas castanhas em
troca da castanha estragada”. André começou
a trabalhar aos 18 anos na área da restauração,
quando terminou a escola. Ajudou
outros a vender castanhas, interessou-se
pelo negócio e empreendedor nato como é,
adquiriu um carrinho para vender castanhas
assadas. Há cinco anos começou com o primeiro
e hoje a sua empresa já tem cinco destes
espaços para vender castanhas assadas
na cidade e não só, já que também expandiu
o negócio para eventos de empresas e escolas,
onde o magusto e as tradições ainda
se mantém. “Sempre que chega o outono,
a equipa vem cá para baixo com o carrinho
das castanhas. Entre as oito e meia da manhã
e as onze da noite, todos os dias, mais
um bocadinho na noite de fim de ano e até
ao mês de janeiro é vender castanha assada,
cerca de 1 tonelada por mês. Ficamos aqui
até janeiro, se tivermos castanhas”. O negócio
depende muito do tempo que faz, “sofremos
muito com a meteorologia, quer dizer,
se tiver muito sol assim como a chuva as
pessoas não vêm comprar”. A castanha que
vende vem do norte de Portugal, onde “há
quatro, cinco grandes empresas que compram
a castanha aos produtores portugueses
e as revendem. Eu vou lá pessoalmente
comprar a castanha” explica. Como bom
entendedor de castanha, ramo de negócio
em que se ‘especializou’ aprendendo com
quem percebe e trabalha na área, André dá
uma lição. “O continente produz centenas
de milhares de toneladas enquando que, a
Madeira produz 10 a 15 toneladas anuais.
A castanha nacional é de muito boa qualidade
e é a que mais se vende na Madeira,
no entanto, a castanha da Madeira é como a
sardinha portuguesa, pequenina mas muito
saborosa e mais resistente à septoriose, que
é a doença que mais afeta a castanha, principalmente
as variantes de Portugal continental.
A variedade predominante na Madeira é
a judia sendo que, no continente existem as
variedades de longal, martaínha, judia, bária
e colarinha. Este ano optamos por ter duas
variedades de castanha que é de calibre
34x40 ou seja, uma castanha maior que as
normais e a comercial que é 50x70. Estamos
a usar a martainha que é uma castanha de
excelente qualidade do norte de Portugal”.
Entre 70 a 80% da castanha produzida no
continente português destina-se à exportação,
constituindo os principais clientes a
Espanha e os mercados tradicionais de emigração
portuguesa, designadamente Brasil
e França. O abastecimento da Madeira em
castanha é assegurado pela produção local
e, em paralelo, por fruto de proveniência
externa, predominantemente de Portugal
continental. A proximidade geográfica e a
reconhecida boa qualidade da castanha do
continente português explicam, em grande
parte, esta preferência pelo mercado português.
Curiosamente, no século passado, a
Madeira chegou a exportar castanha para a
Europa e para a África Ocidental, conforme
registos do Grémio das Frutas e dos Produtos
Hortícolas da Madeira, com 119 exportadores
de castanha então registados. O
consumidor madeirense aprecia a castanha
mas este tem mais um caráter sazonal do
que a própria cultura, verificando-se o pico
da procura entre o primeiro de novembro,
na altura do Pão-por-Deus e os festejos de
São Martinho. Em consequência, a valorização
da castanha apresenta também um pico
nesta fase. Fora deste período, o seu valor
decresce. s
LUGARES DE CÁ
Dulcina Branco
Thierry fernandes
visitmadeira.pt
Vereda do Calhau Sao Jorge
F
ica na freguesia de São Jorge, no concelho
de Santana, esta vereda a qual
tem a particularidade de poder ser
percorrida, em parte do seu percurso,
por uma velha ponte que data do século
dezasseis. Um breve olhar sobre a íngreme
vereda lembra-nos que as gentes de Santana
tinham de subir por ali com as mercadorias
descarregadas no antigo cais de São
Jorge. Junto ao Calhau de São Jorge existiu a
Igreja Paroquial que foi a primeira e o mais
importante monumento barroco em espaço
rural insular da Madeira e uma pequena
capela em honra de S. Sebastião. A freguesia
de São Jorge foi fundada em 1515 por
D. Manuel I e é uma das mais antigas freguesias
madeirenses. Metade da freguesia
encontra-se em plena Floresta Laurissilva.
A actividade principal da população é a agricultura.
s
saber novembro 2021
25
PUBLIREPORTAGEM
D.R.
Pedro Calado na Câmara do Funchal
“em benefício de todos os funchalenses”
O
dia 20 de outubro de 2021 ficará,
com certeza, para sempre marcado
na vida de Pedro Calado
já que foi o dia em que tomou
posse do cargo de presidente da Câmara
Municipal do Funchal. A sessão de instalação
da Assembleia Municipal e da Câmara
Municipal decorreu na Praça do Município,
onde estiveram presentes os deputados
municipais eleitos, vereadores, presidentes
das juntas de freguesia, assim como o
presidente Governo Regional, Miguel Albuquerque
e outros membros do seu executivo.
Pedro Calado encabeçou a coligação
PSD/CDS-PP e conseguiu reconquistar a
liderança da autarquia oito anos depois
de os sociais-democratas terem perdido
a maioria absoluta no principal e mais populoso
concelho da Madeira. Saiu assim
derrotada a coligação liderada pelo PS, que
detinha a presidência desde 2013. Nos últimos
dois anos o cargo foi ocupado por
Miguel Silva Gouveia, que assume agora o
cargo de vereador. A Câmara Municipal do
Funchal será composta, nos próximos quatro
anos, por seis vereadores da coligação
PSD/CDS-PP e cinco da coligação “Confiança”.
A Assembleia Municipal é composta
por 17 deputados do PSD/CDS-PP, 14 da
Confiança, um do PCP e outro do Chega,
que se estreou nas eleições autárquicas.
Num discurso de cerca de meia hora, Pedro
Calado, que deixou a vice-presidência
do Governo Regional para candidatar-se à
Câmara do Funchal, salientou que adotará
“uma postura de trabalho conjunto com o
26 saber NOVEMBRO 2021
Governo Regional, em benefício de todos
os funchalenses”, não poupando nas críticas
ao Governo central. “O Governo Regional
sempre foi, é, e será, um parceiro estratégico
no desenvolvimento económico e
social da nossa cidade. Da mesma forma,
estamos disponíveis para trabalhar com o
Governo da República, mas sentimos, cada
vez mais, a necessidade que estes olhem
para os municípios da Região, de forma
bem diferente”, afirmou. “Não podemos
aceitar, ser tratados, como um mero departamento
governamental da República,
ou como um qualquer distrito, e muito menos,
ser coordenados por ministros com
tutelas autárquicas, sem conhecimento
profundo da realidade insular”. As verbas
transferidas do Orçamento do Estado para
as juntas de freguesia e municípios da região
têm, assim, “obrigatoriamente de ser
revistas em função das especificidades autonómicas
regionais, bem como, pela particularidade
da atuação autárquica insular”.
“Aliás, é chegado o momento deste país
dizer basta. Basta de continuarmos a observar,
de forma subserviente e tolerante,
ao degradar progressivo de todo um Estado”,
sublinhou. O presidente da Câmara do
Funchal disse também que, “à medida que
os efeitos da pandemia de covid-19 se vão
suavizando [...], destampa-se as profundas
feridas e as chagas de um país doente”.
“Outrora, aqueles que foram os nossos heróis,
nesta guerra, contra um inimigo sem
rosto -- os médicos, os enfermeiros, os assistentes
hospitalares - são agora deixados
ao abandono, sem condições, sem meios,
sem apoio, forçando a paralisar hospitais
e deixando populações sem acesso a cuidados
de saúde”, lamentou, acrescentando
que o Governo de António Costa vai injetar
no próximo ano mais dinheiro na TAP
do que na saúde. “O Governo da República
mete 990 milhões de euros numa companhia
falida e dá 700 milhões à saúde dos
portugueses”, criticou. Pedro Miguel Amaro
de Bettencourt Calado, de seu nome
completo, nasceu em Lisboa no dia 3 de
outubro de 1971. Concluiu o bacharelato
em Gestão de Empresas pelo Instituto Superior
de Gestão de Santarém em 1992 e
a licenciatura em Estatística e Gestão de
Informação pela Universidade Nova de
Lisboa em 1994. Antes de ocupar qualquer
cargo público, trabalhou na KPMG,
no Banco Espírito Santo, na Caixa Geral de
Depósitos e na Previsão - Empresa de Contabilidade
e Formação Profissional, tendo
sido diretor-geral desta última. Em 2005,
é eleito vereador da Câmara Municipal do
Funchal pelo PPD/PSD. Chega a vice-presidente
da Câmara Municipal em 2012. Passado
um ano, regressa à atividade privada,
desta vez como assessor da administração
do Grupo AFA. Em 2017, é convidado por
Miguel Albuquerque para vice-presidente
do Governo Regional da Madeira; assume
ainda a pasta dos Assuntos Parlamentares.
Em agosto de 2021, abandona o XIII Governo
Regional para encabeçar a candidatura
de coligação PPD/PSD.CDS-PP à presidência
da Câmara Municipal do Funchal nas
eleições autárquicas de 2021. Enquanto
co-piloto de Alexandre Camacho, venceu o
Rali Vinho Madeira de 2017, 2018 e 2019. s
PUB
saber novembro 2021
27
viajar coM saber
ANTÓNIO CRUZ
AUTOR E VIAJANTE › antonio.cruz@abreu.pt
Bielorrússia
Como é do conhecimento público, sou dos que gostam de viajar por países considerados impróprios. Ou
politicamente reprováveis. A Coreia do Norte é a minha lança geográfica mais reprovável. Mas quantos
países não há por esse mundo fora que têm más práticas humanas e ambientais e uma data de gente a
correr no encalço das suas maravilhas!? Pois, desta vez, deu-me para ir à Bielorrússia, esse lugar onde
vive um papão chamado Lukashenko, que à sombra de Putin (ditador com aura de santo), vai usando e
abusando do seu povo.
1] O país no seu todo que me permiti conhecer? Absolutamente
maravilhoso! Muito para além das minhas mais iluminadas
expectativas. Um país organizado, limpo, algo ambíguo na dicotomia
cidade vs campo. Mas fascinante em variadíssimos sentidos.
António cruz › António Cruz escreve de acordo com a antiga ortografia
1]
28 saber novembro 2021
2]
3]
2] Brest, cidade que confina com a Polónia, foi por onde
comecei o meu périplo depois de 4h30 num daqueles comboios
herdados da era soviética. Brest é uma cidade aberta, arejada,
cosmopolita e de bem com a vida. Limpa de nuvens (aquela sorte
que procuro sempre em viagem), foi imensamente refrescante
para os olhos e um verdadeiro colírio para a minha alma.
4] 5]
3] Encostada ao rio Bug era ver a população local de patins em
linha, de trotinetes eléctricas, a celebrar em grande o dia 9 de
Maio (que também me calhou em sorte), que assinala a vitória
das tropas russas sobre as nazis.
4] Povo todo na rua de bandeirinhas agitadas ao vento. Palavras de
ordem inscritas em cartazes. Fotografias de amigos ou familiares
que pereceram nos campos de batalha. Crianças de gelados nas
mãos. Casais de mãos dadas. Cerimónias militares que se impõem
em datas não menos militares.
6] E tem também um digníssimo Museu dos Caminhos de Ferro, que
reúne um impressionante espólio de carruagens e locomotivas da
era soviética. Extremamente bem cuidado, interessante para quem
engraça com comboios (e quem não engraça?), é um dos momentos
mais divertidos de uma passagem por Brest.
5] Brest tem um dos parques mais engraçados que podem ser
visitados e usufruídos por paragens bielorrussas. O Parque da
Cidade, assim tão simples no nome e singelo na sua arquitectura
paisagística.
7]
6]
7] Outro momento não menos divertido, e curioso, é alongarmo-nos
em passo lento pela rua mais icónica da cidade: a Sovetskaya. Estátuas
humanas, coros vocais, instrumentistas a darem música a quem
passa. Ou seja, toda a desmistificação de um país supostamente cinzento
e carrancudo. Que em Brest não o é de todo!
saber novembro 2021
29
DECORAÇÃO
Quer mudar a decoração da casa?
Estas apps podem ajudar
Quer mudar a decoração da casa mas não sabe por onde
começar? Há várias aplicações que podem ajudar neste
processo. Nestas plataformas pode incluir a divisão que
quer reformar – através de uma foto, por exemplo - e selecionar
todos os elementos decorativos que quer combinar. Desde a
disposição do pavimento ao mobiliário, passando pela combinação
de cores e texturas e pela iluminação. Nestas apps pode planear e
combinar todas as suas ideias de decoração e ver o resultado final.
Estas são as dez apps mais bem classificadas no mercado, segundo
a Apartment Therapy, que o vão ajudar a criar uma nova decoração
da sua casa: Magic Plan – permite criar plantas da casa com base nas
suas fotos, não sendo necessário medir ou desenhar; Room Scan
Pro - esta app desenha as plantas sozinha; Floor Plan Creator – permite
criar plantas detalhadas em 3D; Planner 5D - pode criar a sua
casa de sonho em 2D e 3D; Room Creator - em menos de 10 minutos
é possível projetar a decoração de uma sala com esta app. Para isso
basta inserir as dimensões da sala, os padrões do pavimento, as cores
da parede e adicionar a decoração; Amikasa – esta app ganhou
o prémio Webby Award para iOS e Androidm isto porque não só
o seu interface é intuitivo mas também porque com ela pode criar
a decoração dos espaços usando móveis e elementos decorativos
de marcas reais; Home Design 3D – é muito fácil de usar e tem um
nível de detalhe incrível. A versão mais recente oferece a opção de
impressão dos projetos em 3D; Rooms - oferece uma maneira divertida
e fácil de conjugar ideias de decoração das salas e quartos
virtualmente; Room Planner - além dos móveis da IKEA, esta app disponibiliza
outros e, assim, pode redesenhar a sua casa ou até criar
uma do zero. s
Dulcina Branco
www.idealista.pt/news/decoracao/espacos
30 saber novembro 2021
IMAGE consulting
instagram.com/qvestir.marisafaria/
facebook.com/QvestirConsultoriaImagem/
www.q-vestir.com/
info@q-vestir.com
D.R.
Marisa Faria
Consultora de Imagem
Como
construir
uma imagem
pessoal
externa,
consistente
com o nosso
interior?
INTERNET
Oque tem de bom, de único em si?.
Comece o processo de vestir-se
com isso em mente. Para além
de perceber-se melhor e sentir-
-se mais bonita porque está a focar nas suas
qualidades corporais, tira o foco daquilo que
lhe desagrada. De uma forma geral, há muita
falta de consciência corporal, de autoconhecimento.
Nós sabemos facilmente olhar
para alguém e apontar os pontos fortes e os
defeitos, mas connosco raramente acontece
assim. Normalmente focamos mais nos
aspetos negativos do nosso corpo, porque
achamos que nunca somos suficientemente
bonitas, fruto da constante comparação que
fazemos com as outras pessoas ou das imagens
de corpos “perfeitos” que vemos diariamente
nas redes sociais. É muito raro passar
por mim uma cliente que esteja bem ciente
das suas caraterísticas corporais, em especial
das suas qualidades. Na busca desesperada
para ter estilo, um erro muito comum a
que assisto é pensarem que têm que vestir
as tendências para estarem bem vestidas e
para ter estilo. No programa de Consultoria
de Imagem que criei “Mude a sua Imagem,
Mude a sua Vida” ensino que é possível estar
bem vestida e ter muito estilo sem ter que
obrigatoriamente vestir-se com as roupas
que estão na moda. Vestir-se bem tem muito
mais a ver com Autoconhecimento, pois
só tendo plena consciência de quem somos,
onde estamos, o que queremos, quais as
nossas necessidades e gostos é que existem
condições para começar a trabalhar numa
imagem que retrate exatamente como é
que a pessoa é, na sua essência, no seu melhor.
Por isso, no meu programa, para além
de ensinar a parte prática da composição de
looks, de cores, cabelo, maquilhagem, etc,
existe um processo inicial em que são trabalhados
os temas de Autoconhecimento,
Autoestima e Autoimagem. Desta forma, a
transformação que ocorre é muito mais verdadeira
e duradoura, porque parte de uma
transformação interna. s
saber NOVEMBRO 2021
31
MAKEOVER
Mary Correia de Carfora
Maquilhadora Profissional › Facebook Carfora Mary Makeup
Um dia com...
Adriana
cuidar da beleza e da auto-estima
AAdriana é a fundadora da Adrinails (gabinete de estética)
que fica no Caminho de Santa Quitéria (Santo Amaro).
Sendo técnica de unhas há 11anos, abriu o seu gabinete
em 2015. Em 2016, convidou a sua irmã Luísa a trabalhar
com ela e juntas têm vindo a apresentar trabalhos que encantam
muitas madeirenses. Nesta área de estética, o maior destaque são as
unhas de gel e as pestanas (clássicas, volume russo e efeito molhado),
bem como o threading e o lifting de pestanas. Em 2017, Adriana
foi convidada a representar uma marca de maquilhagem a qual tem
o exclusivo na ilha da Madeira. A Flormar é uma marca cem por cento
portuguesa com produtos de alta qualidade e com preços super
acessíveis. “O maior foco da Adrinails é, sem dúvida, cuidar da beleza
e da auto-estima das nossas clientes, trazendo sempre as últimas
novidades do mercado e adquirir sempre novos conhecimentos para
oferecermos o melhor às nossas clientes”, diz a Adriana, cujo trabalho
apresentamos nesta edição. Espero que gostem. s
Mary de Carfora
D.R.
32 saber novembro 2021
saber novembro 2021
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DICAS DE MODA
Lúcia Sousa
Fashion Designer Estilista › 914110291
WWW.luciasousa.com
FACEBOOK › LUCIA SOUSA-Fashion Designer estilista
D.r. (direitos reservados)
Mariana Fernandes, Beatriz,
Flavia Abreu (4affection Agency)
Cabeleireiro › Hulli Baxtter
Makeup › Mariana Gambino
EVENTO › Madeira Flower Collection
Pedro M.A.Faria www.pedrofariaphotos.com
Planta-de-gelo
Este projecto, apresentado no evento Madeira
Flower Collection, tem como inspiração
a PLANTA-DE-GELO ou (Barrilha),
típica da ilha do Porto Santo. Esta planta
tem um aspecto singular, pois fica coberta com
células que armazenam água, dando a aparência
de estarem cobertas de cristais de gelo. É
utilizada para consumo na culinária e fins medicinais.
Os vestidos são inspirados em fases da
planta: a planta rasteira em folhas e caules, em
fruto com cristais de água e a planta em flor. As
cores vão desde o verde,avermelhado e branco.
Os tecidos utilizados são o chiffon e seda
com original desenho de Bordado Madeira. s
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saber novembro 2021
35
MOTORES
Madeira
recebeu
Campeonato
Nacional de
Trial Urbano
Foi a primeira vez que o Campeonato
Nacional de Trial Urbano visitou à Madeira
e trouxe à Região os melhores
da modalidade a nível nacional para
participar em duas provas pontuáveis para
o campeonato. Os dias 23 e 24 de Outubro
marcaram estas duas jornadas, organizadas
pela Associação de Motociclismo da Madeira
e que contaram ainda com a presença e
supervisão dos elementos da Comissão de
Trial da Federação de Motociclismo de Portugal,
égide sob a qual decorreu esta prova.
Usando como palco principal de toda a ação
a Avenida Sá Carneiro, local onde foram
montados todos os obstáculos artificiais
para esta prova, a animação nas zonas de
obstáculos cativaram o público pela forma
artística como os pilotos superaram cada
zona e tentaram evitar as penalizações regulamentares.
Com cinco zonas de elevada
dificuldade pela frente, os pilotos da classe
Elite tiveram em três dos obstáculos o ‘ponto
de diferenciação’ e na contabilidade final
foi Diogo Vieira quem mostrou a sua superioridade
na frente de Paulo Gonçalves e
Filipe Paiva, este finalmente de regresso ao
seu nível de ‘trial’ habitual. Rogério Castro,
estreante na competição, foi o quarto classificado.
As senhoras enfrentaram igualmente
as mesmas cinco zonas de obstáculos e
quem venceu foi Leonor Valente na frente
de Rita Vieira e Sofia Porfírio. Na classe Futuro,
destinada a jovens até aos 10 anos de
idade e com motos elétricas a vitória foi de
Matias Mesquita seguido pelo pequeno e
talentoso Gonçalo Santos. Martim Ferreira
foi o terceiro na frente de Francisco Schreck.
Já no segundo dia de competição, entre os
pilotos mais jovens, foi Matias Mesquita a repetir
a vitória, seguido de novo por Gonçalo
Santos. Francisco Schreck e Martim Ferreira,
trocando as posições do primeiro dia, encerraram
por esta ordem a classificação do dia
2. Nas senhoras, Rita Vieira não deixou o título
de campeã nacional por mãos alheias e
superiorizou-se a Leonor Valente, relegando
para o degrau mais baixo do pódio a piloto
Sofia Porfírio. Na categoria elite, Diogo Vieira
foi o melhor novamente na segunda prova
pontuável para o Campeonato Nacional de
Trial Urbano, com a classificação do top 3 a
repetir a do primeiro dia de competição, exceção
feita a Rogério Castro que sofreu uma
queda na zona 2 e foi, por uma questão de
precaução, transportado ao Hospital Dr Nélio
Mendonça para ser submetido a exames
de rotina. No final da prova, e após a entrega
de prémios que contou com a presença
de diversas entidades, entre as quais de Pedro
Calado, recém empossado presidente
da Câmara Municipal do Funchal, de David
Gomes, Diretor Regional de Desporto, João
Rodrigues, Diretor Regional de Juventude, de
Paula Cabaço da Administração de Portos da
Madeira e de Rui Camacho em representação
do Turismo da Madeira, os responsáveis
pela comissão de Trial da FMP e da Associação
de Motociclismo da Madeira expressaram
a sua satisfação pelo êxito das duas
provas organizadas, reconhecendo o empenho
e dedicação das estruturas regionais
para o sucesso do evento, apesar de haver
sempre a necessidade de corrigir alguns aspetos.
“Foram dias cansativos de preparação
e montagem deste recinto improvisado, o
que só foi possível graças à incansável colaboração
de uma equipa de técnicos e operacionais
da empresa Incognitângulo Construções
e Obras Públicas, bem como à equipa
da Comissão de Trial da FMP. Foram incansáveis
e estiveram sempre disponíveis para
todas as correções e melhorias que tiveram
de ser feitas ao longo do desenvolvimento
da prova. Os patrocinadores do evento, a
Câmara do Funchal, o Turismo da Madeira
e as empresas que se juntaram a esta nossa
iniciativa foram fundamentais para dar
o suporte financeiro que esta prova necessitava,
já que os custos associados à insularidade
fazem aumentar o orçamento destas
provas. Estamos cansados mas felizes por,
apesar dos obstáculos e de comportamentos
menos corretos de certos indivíduos,
foi possível cumprir com sucesso o desafio
a que nos propusemos”, referiu Nélio Olim,
presidente da Associação de Motociclismo
da Madeira. Também Manuel Vieira, presidente
da Comissão de Trial da FMP, mostrou
a sua satisfação final pelo bom resultado
do evento e pela presença do público que
aderiu e acompanhou a prova, deixando à
Associação de Motociclismo da Madeira o
desafio de, no futuro, voltar a organizar outros
eventos nacionais, pontuáveis para os
campeonatos das modalidades geridas pela
sua comissão. Quanto aos atletas e seus
acompanhantes, fascinados pelas belezas
naturais da Madeira, pelo acolhimento que
tiveram e pela nossa gastronomia, prometeram
regressar em breve, com mais tempo,
para poderem disfrutar da nossa ilha. s
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saber novembro 2021
37
FASHION ADVISOR
JORGE LUZ
www.facebook.com/jorgeluz83/
Cores e padrões de outono
C
om um retorno à normalidade de
forma progressiva, o mundo da
moda reinventa-se. Neste outono-
-inverno, a cor e o brilho - tons metálicos
e tecidos festivos, como as lantejoulas,
são os protagonistas. Chegou a hora de
brilhar novamente com a sua própria luz.
Diga adeus às cores opacas e tristes já esta
estação veste-se com cores vivas e com um
toque luminoso. São tendência as peças
inovadoras e padronizadas, túnicas e vestidos
oversized 'boho chic' que tão bem combinam
com a estação outonal em tons de
natureza - verdes, castanhos e amarelos. As
mangas querem-se compridas e largas, ao
estilo 'balão'. As indispensáveis malhas voltam
a sair à rua assim como as transparências
em vestidos e túnicas - são uma grande
tendência desta meia-estação. s
Jorge Luz Jorge Luz Fernanda Barry
38 saber novembro 2021
saber novembro 2021
39
agenda cultural
Agenda
Cultural da
Madeira –
novembro 2021
SECRETARIA REGIONAL DO TURISMO E CULTURA
D.R.
EXPOSIÇÕES
pumpkin.pt
Coletiva “AQEA”
Até 20 Novembro
Galeria.a (Cine Teatro Santo António)
Curadoria: Paulo Sérgio BEJu
Esta exposição constitui a segunda parte do
“projeto senhor Ilhário” e reúne 21 artistas:
Carmo Afonso, Clara Cardoso, Diogo Brazão,
Filipe Gonçalves, Gil Nuno, Gonçalo Ferreira
de Gouveia, Ignazio Crobu, Isabel Natal, Lara
Jumá, Laura Freitas, Luísa Spínola, Margarida
Jardim, Patrícia Pinto, Pisco, Rodrigo Costa,
Sílvia Marta, Sofia D’Anca, Sónia Abreu,
Teresa Gouveia, Vanda Natal, Violante.G I L
“Exploração dos Recursos Naturais:
a madeira”
Até 2O Novembro
Átrio do Museu Etnográfico da Madeira
Esta exposição insere-se no projeto semestral
“Acesso às Coleções em Reserva”, que
tem como objetivo permitir a rotatividade
das peças do acervo do museu que não
estão patentes ao público. Este semestre
aborda o tema da exploração dos recursos
naturais da ilha, trazendo a público as profissões
tradicionais relacionadas com a exploração
da madeira, como os lenhadores
ou os carvoeiros, os sistemas de serração ou
os meios utilizados no seu transporte.
40 saber NOVEMBRO 2021
“Fios de deitar lenha”
Até 20 Novembro
Sala de Exposições Temporárias do Museu
Etnográfico da Madeira
Nesta mostra se aborda a composição e o
modo de funcionamento destes engenhos,
os “fios de deitar lenha”, como eram popularmente
designados, ou seja, os cabos
aéreos, usados para transportar carga, nas
serras da nossa ilha, e as diferentes profissões
que surgiram, associadas a esta atividade.
Na freguesia de Ponta Delgada, mais
precisamente nos sítios das três Lombadas,
ainda se utilizam os cabos, popularmente
designados por fios de deitar lenha, como
meio de fazer deslocar a carga nas serras
(lenha, feiteira e mato-bardo), suspensa em
ganchos de ferro, em locais distantes e de
difícil acesso.
“Um desejo inconcebível de abrir todas
as portas”
ATÉ 27 Novembro
Casa da Cultura de Santa Cruz | Quinta do
Revoredo
Curadoria: Bruno Ministro
Exposição integrada nas comemorações do
centenário do nascimento de António. São
marcas de multiplicidade na obra de António
Aragão a profusão de géneros literários
e artísticos praticados pelo autor da pintura
à poesia, passando pela escultura, ficção
e teatro. São-no também a diversidade de
formas por ele cultivadas, e expandidas,
nos campos de cruzamento entre cada um
desses mesmos géneros, o que se manifesta
em trabalhos de poesia experimental
e visual, pintura figurativa e não figurativa,
eletrografia, livro de artista, performance,
entre outros.
“O Sol Marca a Sombra”
Até 31 dezembro
Museu de História Natural do Funchal
Conceção e curadoria: Sonja Câmara.
A exposição “O Sol marca a Sombra” mostra
os trabalhos das oficinas inseridas neste
projeto multidisciplinar, as obras dos quatro
artistas convidados bem como, peças de
Lourdes Castro. O Sol marca a Sombra”, ao
mapear a ilha e o Grande Herbário de Sombras,
é um potenciador de novas experiências
e partilhas. A narrativa local do projeto
incute inevitavelmente o sentido amplo
e transcendente que atravessa a obra de
Lourdes Castro. Um projeto feito na comunidade
e para a comunidade.
“António Aragão, Memórias de um
Património Fotografado”
Até 31 dezembro
Museu de Fotografia da Madeira – Atelier
Vicente´s
Esta mostra reúne um alargado conjunto
de fotografias do acervo de António Aragão
(n.1921-m.2008), e evoca não só o centenário
do seu nascimento, como também a
nossa herança cultural e patrimonial. Estão
patentes imagens captadas entre os anos 60
e 80 do século XX, por Raul Perestrelo, Jorge
Valdemar Guerra, Manuel Rosado e outros
autores desconhecidos, que documentam
a paisagem, a arquitetura, o património religioso
e certas vivências, dos vários concelhos
da região.
“Pensar Aragão mais (ou menos)
exa(c)tamente”
Até 31 Dezembro
Quinta Magnólia – Centro Cultural
Curadoria: Carlos Valente
Coordenação: Teresa Klut
“Pensar Aragão” é evocar o conjunto vasto
da sua intervenção no devir cultural, tanto
local como global; é trazer infindavelmente
para o aqui e agora a influência que ainda
hoje exerce nos diversos campos do saber e
do fazer e, no que toca às artes, com o tom
experimental das suas vertentes: desenhadas,
pintadas, fotografadas, esculpidas, fotocopiadas,
declamadas, coladas, recortadas,
quer em presença, quer por correspondência,
etc. Uma coletiva que reúne os trabalhos
inéditos propostos por um grupo de artistas
convidados, ligados direta ou indiretamente
a Aragão porque com ele conviveram, com
ele (co)criaram, com ele aprenderam, ou,
tão simplesmente, com ele estabelecem alguma
afinidade artístico-estética.
“Recomeçar”
ATÉ 02 Janeiro 2022
Galeria dos Prazeres
Curadoria: The Cave Photography
A “The Cave Photography” e a Galeria dos
Prazeres apresentam a exposição itinerante
de fotografia “Recomeçar”, uma produção
The Cave Photography, Encontros da Imagem
e Galeria dos Prazeres. Com os apoios
DGArtes, Sonoscopia, Lumen, Imaging & Design
Studio, Koiástudio, Calheta Viva, esta
coletiva resulta de uma coprodução entre a
“The Cave Photography” e os 31º Encontros
da Imagem – Festival Internacional de Fotografia
e Artes Visuais, 2021. Apresenta obras
de Cecília de Fátima, Fátima Abreu Ferreira,
Gustavo Costa, Maria Oliveira, Miguel Refresco,
Patrícia Afonso, Paulo Pimenta e Rui
Pinheiro.
MÚSICA
Madeira Piano Fest 2021
3 a 11 novembro | 18h00
Teatro Municipal Baltazar Dias
Direção artística: Robert Andres
Quarta 3 novembro
Gala Chistiakova & Diego Benocci
Rússia-Itália
Recital de piano a quatro mãos
Bailados & danças
Tchaikovsky, Brahms
Quinta 4 novembro
Philippe Raskin
Bélgica
Recital de piano
Viagens musicais: de barroco ao jazz
Scarlatti, Haydn, Brahms, Rachmaninov,
Prokofiev, Albéniz, Sibelius, Gershwin
Sexta 5 novembro
Albert Mamriev
Israel
Recital de piano
O piano virtuoso
Wagner-Liszt, Alkan
Domingo 7 novembro
Bertrand Giraud & Catherine Lanco
França
Recital de piano a quatro mãos
Histórias musicais
Beethoven, Schumann, Liszt
Quinta 11 novembro
Antonio di Cristofano
Itália
Recital de piano
Os favoritos pianísticos
Beethoven, Schubert, Schumann, Chopin,
Rachmaninov, Gershwin
Dançando com a Diferença apresenta
“Gabo”
4 a 7 novembro
MUDAS.Museu de Arte Contemporânea da
Madeira
Uma criação de Patrick Murys
Público Escolar:
Dias 4 e 5 de novembro |11h00 | 15h00
Público Geral:
Dia 6 de novembro | 20h00
Dia 7 de novembro | 17h00
OUTROS EVENTOS
47.ª Feira do Livro do Funchal
12 a 21 Novembro
A placa central da Avenida Arriaga é de novo
o palco principal da Feira do Livro, importante
ação cultural que conta com a participação
da maior parte das livrarias madeirenses
e algumas editoras nacionais. A Feira
do Livro deste ano terá como mote a vida e
obra de José Saramago.
II Encontro Lusófono “Tanto Mar,
uma Só Língua”
18, 19 e 20 Novembro
Este segundo Encontro Lusófono propõe
uma viagem pela biogeodiversidade e multiculturalidade
das ilhas de Cabo Verde. Através
de um programa multidisciplinar, onde
há lugar para a literatura, a narração oral,
a música, a dança, a leitura performativa,
o cinema e a fotografia. Dia 18 no Instituto
Do Vinho, do Bordado e do Artesanato da
Madeira, dias 19 e 20 no Auditório da Reitoria
- Colégio dos Jesuítas – Uma e dia 21 na
Quinta do Palheiro Ferreiro. Inscrições:
https://forms.gle/4vMDpzdizSZB6PAw6
Mais Informações: Associação Contigo Teatro.
Email: contigoteatro@gmail.com / Tel.:
965 228 407
s
saber novembro 2021
41
Instantâneo
À velocidade de cruzeiro
Numa altura em que o mundo começa a recuperar da pandemia
de Covid-19, os grandes navios começam também a
regressar ao porto do Funchal, como foi o caso do navio de
cruzeiros ‘Iona’, este que foi o maior, até ao momento, a fazer
escala no Funchal e é um dos 10 maiores paquetes do mundo. Os
navios de cruzeiro deixaram de acostar na Madeira em maio do ano
passado devido à pandemia da covid-19. Até ao final do ano, estão previstas
mais de 100 escalas de navios de cruzeiro e a noite de passagem
de ano contará com doze grandes navios. s
Dulcina branco D.R.
42 saber novembro 2021
LUGARES DE CÁ
SOCIAL
›
›
Parque Temático da Madeira
tem 17 anos e está cada vez mais
dinâmico
› Tomada de Posse do novo executivo municipal do Funchal
› bp inaugura na ilha de Porto Santo o seu primeiro posto de abastecimento
› Festival Colombo em Porto Santo
› Vice-Almirante Gouveia e Melo em audiências no Funchal
› Cortejo da Flor encanta na Avenida do Mar
› Parque Temático da Madeira comemora 17.º aniversário
› Museu da Baleia divulga atividades educativas para 2021-2022
› Turismo lança “Da Madeira ao Hawai-Uma viagem musical”
saber NOVEMBRO 2021
43
social
Cerimónia de tomada de posse
Foi numa sessão aberta ao público e na presença das mais altas
individualidades que Pedro Calado, que encabeçou a coligação
‘Funchal Sempre à Frente’ (PSD/CDS-PP), vencedora com
maioria absoluta das eleições autárquicas de 26 de setembro,
tomou posse como novo presidente do executivo municipal.
Convidados e funchalenses fizeram uma ovação de pé ao novo
presidente, que vai governar a capital madeirense nos próximos
quatro anos. Miguel Silva Gouveia, que perdeu as eleições
de 26 de setembro, tomou posse como vereador. Nas eleições
autárquicas de 26 de setembro, a coligação PSD/CDS-PP, liderada
por Pedro Calado elegeu seis vereadores, enquanto que,
a coligação Confiança (PS/BE/PAN/MPT/PDR), que governava o
município, elegeu cinco vereadores. O PSD/CDS-PP obteve também
maioria absoluta na Assembleia Municipal, com 17 deputados,
ao passo que a Confiança elegeu 14, tendo o PCP/PEV e o
Chega ficado com um representante cada um. A Confiança e o
PSD dividiram a liderança nas 10 freguesias do concelho, governando
cinco cada um, com os sociais-democratas a vencerem
em nove. s
DB
Parlamento Mais Perto (ALRM).
44 saber novembro 2021
Alberto João Jardim recebe
Prémio ‘Emanuel Rodrigues’
À segunda foi de vez. O ex-presidente do Governo Regional recebeu
o Prémio ‘Emanuel Rodrigues’ das mãos do presidente da
Assembleia Regional da Madeira, José Manuel Rodrigues, numa
cerimónia que contou com a presença do Presidente do Governo
Regional, Miguel Albuquerque. A parte pecuniária do prémio, no
valor de 5 mil euros, foi para a Associação Dançando com a Diferença
que esteve representada por Telmo Ferreira. Deputado
à Assembleia Constituinte que aprovou a primeira Constituição
da República depois do 25 Abril, Emanuel Rodrigues (n.1943-
-m.2018) foi deputado e, posteriormente, presidente do parlamento
madeirense durante oito anos, depois dos quais deixaria
a política activa para se dedicar à advocacia. Com Alberto João
Jardim - presidente do Governo Regional da Madeira entre 1978
e 2015, Emanuel Rodrigues partilhou momentos únicos que marcam
a história política da Madeira.s
DB
Amilcar figueira (ALRM)
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saber novembro 2021
45
social
Festival Colombo Porto Santo
2021
A cidade do Porto Santo voltou a ser palco de mais uma edição
do Festival de Colombo. O evento evocou a passagem do navegador
genovês Cristovão Colombo na ilha dourada. O festival
apresentou a teatralização da chegada do navegador e outros
momentos relacionados com a época. s
DB
Júlio Castro
46 saber novembro 2021
Programa de drones das Forças
Armadas na Madeira
O programa de drones das Forças Armadas na RAM, que conta
com uma componente civil com o apoio do Governo Regional,
trouxe à Madeira oVice-Almirante Gouveia e Melo. O Adjunto
para o Planeamento e Coordenação do Estado-Maior General das
Forças Armadas teve audiências com o Representante da República
para a Madeira, Irineu Barreto, o presidente da Assembleia
Legislativa da Madeira, José Manuel Rodrigues, e o Presidente do
Governo Regional, Miguel Albuquerque. O Vice-Almirante Gouveia
e Melo foi recentemente homenageado pelo Presidente da
República pelo seu trabalho de coordenador do grupo que liderou
o processo de vacinação contra a covid-19 em Portugal. s
DB
ALRM
TERRAFUTURA_1_2_página_257x154mm.pdf 1 09/09/2020 16:44
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O FUTURO VEM
DA NOSSA TERRA.
Chegou Terra Futura, a agenda de Inovação
para a Agricultura da próxima década.
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
Esta iniciativa defende uma sociedade mais
consciente da sua alimentação e bem-estar,
que protege o planeta e valoriza os seus
recursos naturais. Que aposta numa cadeia de
valor inovadora e competitiva e que não vai
deixar ninguém para trás.
Nos próximos dez anos, vamos fazer crescer a
Agricultura. E entregá-la à próxima geração.
Saiba mais em: https://www.gpp.pt/index.php/
terra_futura/terra-futura
saber novembro 2021
47
social
Cortejo da Flor 2021
A Avenida do Mar e das Comunidades Madeirenses recebeu o
grande cortejo alegórico da Flor, evento que marca o programa
da Festa da Flor e do Vinho Madeira e que este ano foi excepcionalmente
realizado em outubro por causa da pandemia. Esta
edição teve como tema “Madeira, Jardim da Esperança” e trouxe
à rua mil e duzentos figurantes que foram divididos por doze
grupos. O público acorreu em força ao evento, entre visitantes e
turistas. O carro alegórico de João Egídio Rodrigues com o tema
“Flores de Esperança” abriu o desfile. Seguiram-se a Escola de
Samba Caneca Furada, com “Madeira, Alegria das Cores”, Isabel
Borges com “De Sol e de Lua”, a Geringonça com “Florescer”, a
Turma do Funil com “O Mundo da Imaginação”, o Império da Ilha
com “A Madeira é uma tela”, o Sorrisos de Fantasia com “Wonderland”,
a Animad com “Bella Ciao”, oTramas e Enredos com
“Jardim secreto”, a Fitness Team com “La Vie en Rose”, a Batucada
da Madeira com “Maravilhosas Flores do meu jardim” e Poeira
d’Enigmas com “Semeando Sonhos”. s
DB
Cícero Castro
48 saber novembro 2021
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saber novembro 2021
49
social
17.º aniversário do
Parque Temático da Madeira
Houve bolo de aniversário e muita animação no Parque Temático
da Madeira que, em mês da Festa da Flor - iniciativa
à qual se associou, celebrou o seu 17. º aniversário. A comemoração
compreendeu a realização de diversas iniciativas, a
exemplo da demonstração de iguarias típicas na tradicional
cozinha a lenha do Parque Temático, sempre com processos
e ingredientes regionais. No local foi confecionada a sopa de
trigo, o bolo família e o típico pão de Santana. Destaque ainda
para a exposição de viaturas clássicas, iniciativa dinamizada
pelo grupo Amigos Fiat Madeira e um concerto da Flor,
no âmbito da Festa da Flor 2021, por Vânia Fernandes, entre
muitas outras iniciativas. Não deixe de visitar este belo espaço
localizado em Santana e que está aberto de terça a domingo,
das 10h às 19h, com atrações ligadas à história, tradições,
cultura e costumes madeirenses. s
DB
Parque Temático da Madeira
50 saber novembro 2021
Atividades educativas do Museu da Baleia
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O Museu da Baleia da Madeira apresentou o plano
das atividades educativas para o ano letivo
2021-2022 e que, à semelhança dos anos anteriores,
procura complementar o currículo escolar
do sistema educativo regional. Apesar de se
manter a tipologia das atividades, são abordados
novos conteúdos. O programa disponibiliza
visitas de estudo, diferenciadas por ano de escolaridade,
desde o pré-escolar até ao secundário,
idas às escolas com ações que englobam palestras
e atividades experimentais, exploração
pedagógica de contos encenados, ações ambientais
de recolha de resíduos nas praias, entre
outras atividades. A apresentação foi precedida
pela formalização de parcerias com escolas do
primeiro ciclo do concelho de Machico. s
DB
Museu da Baleia da Madeira
“Da Madeira ao Hawaii - Uma viagem musical”
Assim se intitula este projeto da Secretaria Regional
de Turismo e Cultura que decorre até junho
de 2022. “Da Madeira ao Hawaii- Uma viagem
única” acompanha o ano letivo nos museus tutelados
pelo Turismo em vários concelhos. Direcionado
para as escolas, casas do Povo, universidade
sénior e comunidade local, apresenta um
momento musical protagonizado pelo músico e
musicólogo Vítor Sardinha e percorre o repertório
do Rajão através do tempo: o período renascentista,
barroco e clássico, a música tradicional
madeirense e o cancioneiro americano; apresenta
ainda os ateliers musicais dirigidos aos 1.º e 2.º
e 3º ciclos, secundário e universidade sénior. s
DB
SRTC
saber novembro 2021
51
À MESA COM...
As sugestões de
FERNANDO OLIM
Para que a qualidade nutricional seja assegurada, é importante
que os produtos hortícolas e as frutas sejam consumidos
frescos e de acordo com o seu ciclo natural. O
mês de novembro é o mês dos alimentos fora do comum,
como a endívia e o rábano mas outros, como a pimpinela e a abóbora,
surgem em força nesta época. É tempo das amoras, o ananás,
a banana, o dióspiro, os citrinos laranja, tangerina e limão e
as incontornáveis maçã, pêra e romã. É recomendado um consumo
diário de produtos hortícolas (400g) e 3 a 5 peças de fruta. s
Fonte: blog.unilabs.pt
PRODUÇÃO FERNANDO OLIM
Agradecimentos Catering Sun City
DULCINA BRANCO
FERNANDO OLIM
Getty Images
52 saber novembro 2021
entrada
Entradas salgadas
Croquetes de bacalhau e de carne, cones de semi frio
com frutos vermelhos e xarope de frutos, snacks de
frutos do mar com salmão para o início de refeição.
prato
principal
Joalheira de porco
assada no forno
A joalheira de porco deverá ser previamente
marinada com vinho e outros condimentos antes
de assada no forno. Acompanhe com couve
salteada e batata frita na manteiga. Decore com
hortelã ou coentros picados.
sobremesa
Tarte de brigadeiro
Prepare a tarte de brigadeiro húmido (bolo de chocolate)
e complemente com chocolate granulado e xarope
de morango. Decore com folha de hortelã e cereja
cristalizada.
saber novembro 2021
53
ESTATUTO EDITORIAL
A Revista Saber Madeira é uma revista mensal de
informação geral que dá, através do texto e da
imagem, uma ampla cobertura dos mais importantes
e significativos acontecimentos regionais,
em todos os domínios de interesse, não esquecendo
temáticas que, embora saindo do âmbito
regional, sejam de interesse geral, nomeadamente
para os conterrâneos espalhados pelo
mundo.
É um projeto jornalístico e dirige-se essencialmente
aos quadros médios e de topo, gestores,
empresários, professores, estudantes, técnicos
superiores, profissionais liberais, comerciantes,
industriais, recursos humanos e marketing.
Identifica-se com os valores da autonomia, da
democracia pluralista e solidária, defendendo
o pluralismo de opinião, sem prejuízo de poder
assumir as suas próprias posições.
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Estatuto Editorial
Mais do que a mera descrição dos factos, tenta
descortinar as razões por detrás dos acontecimentos,
antecipando tendências, oportunidades
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Pauta-se pelo princípio de que os factos e as opiniões
devem ser claramente separadas: os primeiros
são intocáveis e as segundas são livres.
Como iniciativa privada, tem como objetivo o
lucro, pois só assim assegura a sua independência
editorial e económico-financeira face aos grupos
de pressão.
Através dos seus acionistas, direção, jornalistas
e fotógrafos, rege-se, no exercício da sua atividade,
pelo cumprimento rigoroso das normas éticas
e deontológicas do jornalismo.
A Revista Saber Madeira respeita os princípios
deontológicos da imprensa e a ética profissional,
de modo a não poder prosseguir apenas
fins comerciais, nem abusar da boa fé dos leitores,
encobrindo ou deturpando a informação.
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Redação
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54 saber novembro 2021
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