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Estrela de David no Cruzeiro do Sul

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais. Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira. O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais.

Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira.

O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

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CAPÍTULO 5

Brasil: País de Imigrantes

A

presença judaica no Brasil data dos primórdios, com a chegada de Cabral,

em cuja armada já havia cristãos-novos, como nos ensina o Almirante

Max Justo Guedes. Eram também conhecidos como conversos, ou pejorativamente

marranos, na literatura hebraica “anusim”.

Nas décadas seguintes, muitos outros viriam nas expedições, às vezes até

como financiadores. O mesmo fenômeno aconteceu também com as expedições

de Colombo em 1492 e Hernan Cortés em 1519. Os cultores secretos da Lei de

Moisés vinham animados pela possibilidade de viver longe do ódio e da intolerância,

e principalmente das garras da Inquisição, aliada às notícias das riquezas

do Novo Mundo. Nem todos se mantiveram fiéis à fé de seus ancestrais, e os

que haviam abraçado o cristianismo eram visados pela Inquisição, suspeitos de

serem judaizantes (judeus em segredo), “crime” para o qual correspondia a pena

de serem queimados vivos nas fogueiras. O terror inquisitorial certamente em

muito contribuiu para que as comunidades de conversos fossem desaparecendo,

até não restar mais indícios da tênue vida judaica. Apenas com o Marquês de

Pombal e a Abertura dos Portos este panorama iria se modificar.

Assim, a atual comunidade judaica brasileira não descende linearmente

daqueles pioneiros, cujo judaísmo latente foi se perdendo através das gerações.

Se a estes fosse dada a possibilidade de exercer livremente sua religião, é possivel

que hoje o número de judeus brasileiros fosse muitíssmo maior. Mas como

não foi isso que aconteceu, pouco a pouco os criptojudeus e os cristãos-novos

foram perdendo a identidade judaica. Assim, as origens dos atuais judeus brasileiros

são mais recentes, ou seja, correspondem a imigração procedente nos últimos

200 anos de alguns polos principais, em diferentes levas vindas do Império

Otomano, Marrocos e a Europa, principalmente. Entretanto, o DNA daqueles

cristãos-novos de priscas eras permanece adormecido, possivelmente em boa

parte da atual população brasileira, em partes infinitesimais.

A raiz de tudo foi certamente a Diáspora Judaica, iniciada em 70 d.C. com a

destruição de Jerusalém pelos romanos, quando o povo hebreu se espalhou pelos

quatro cantos da terra.

Dispersos, os judeus mantiveram ao longo dos séculos uma ligação sedimentada

nos laços religiosos com a Torá (Bíblia) e com a Terra Santa, onde

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