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2 RESISTENC1A Quínta-íeira, 17 de Julho de 1902<br />
•*ma*iawMaewaiBeiÉÉaíeÉwemi<br />
considerável: começou mais cedo, por<br />
isso os resultados sám melhor conhecidos...<br />
Não é justo, clama o Estado,<br />
que protesta e fdz bem; torne se a começar,<br />
ou deem me algum partido! O<br />
outro não quer saber, grita que é escândalo,<br />
que o perseguem!... invoca<br />
a liberdade! Liberdade de continuar,<br />
bem entendido, e um pouco, liberdade<br />
de impedir o outro de partir.<br />
No fundo, o melhor seria que cada<br />
um podésse educar os filhos a seu modo;<br />
se não houvesse nada, se se tivesse<br />
de crear tudo, poder-se iam arranjar<br />
as coisas; mas ha todo um passado<br />
velho, e tantos hábitos, usos, e pretendidos<br />
direitos!... E depois estamos<br />
em tempo de guerra; é necessário primeiro<br />
vencer, depois.. .ver se-ha.<br />
Sou hostil ao ensino religioso, violentamente.<br />
.. Mas o outro é ainda<br />
tàm medíocre.<br />
Henri de Régnier.—Fui educado no<br />
collegio Stanislas e a educação, que<br />
la recebi, não teve importancia alguma<br />
no desenvolvimento da minha personalidade<br />
intellectual e moral. Quanto á<br />
liberdade de ensino parece-me que é<br />
o partido mais sábio.<br />
Paul Adam.—Fui educado no lyceu<br />
Henry IV, em Paris, e terminei a minha<br />
educação no lyceu de St. Quentin,<br />
ambos seculares.<br />
A educação do lyceu teve pouca influencia<br />
sobre mim. Só me desenvolvi<br />
fóra, e sobretudo mais tarde. Conservo<br />
má lembrança dos meus annos de internato;<br />
porque a regra destes estabelecimentos<br />
perturbou sempre o meu<br />
caracter.<br />
Quanto á liberdade de ensino, dir-<br />
Ihes-ei que sou muito respeitador de<br />
todas as liberdades; por isso gostaria<br />
de ver dar a umas creanças uma edu<br />
cação absolutamente catholica e a outras<br />
uma educação absolutamente revolucionaria,<br />
segundo as. convicções<br />
de cada um.<br />
Francis Jammes.—Recebi uma edu<br />
cação secular, excepto em alguns meses<br />
tam dolorosos, como os do lyceu.<br />
Não penso que esta educação tenha<br />
tido muita influencia sobre mim.<br />
Quizera que as creanças fossem educadas<br />
por poetas, que lhes ensinariam<br />
o amor que existe no coração de tudo.<br />
Num rapaz de seis annos exaltarse-ia<br />
o gosto que tivesse pelo seu Cavallo<br />
de páu, e numa rapariga da mesma<br />
edade a sua aífeição á boneca.<br />
Depois, na adolescência, mandarse-iam<br />
trocar sorrisos nos campos.<br />
Quanto aos professores, sem trabalho,<br />
tornar-se-iam mechanicos ou deputados,<br />
por forma a não haver falta nem<br />
de caminhos de ferro, nem de governo.<br />
Informam-nos de que a câmara, em<br />
virtude do disposto no art.° 42, n.° 10,<br />
do Código de Posturas, não mandará<br />
proceder ao reparo do calcetamento<br />
das ruas, da cidade, na parte onde existam<br />
casas sem os beiraes dos telhadosterem<br />
as devidas caleiras.<br />
Na verdade é deveras atrazador, e<br />
incommodo em dias chuvosos, os telhados<br />
estarem despejando sobre os<br />
pobres transeuntes as águas que nêlles<br />
caèm, com a aggravante de ser em<br />
grandes quantidades, por virem encanadas<br />
pelas telhás, por falta de gotteiras.<br />
Desde o momento que a câmara<br />
imponha fortes multas aos donos dos<br />
prédios que não tiverem caleiras nos<br />
beiraes dos telhados, verá como êlles<br />
se apressam a mandá-las pôr, acabando-se<br />
assim com um estado de coisas<br />
que tantos incommodos e prejuizos<br />
causa.<br />
E mesmo os forasteiros não irám dizer<br />
para as suas terras, que em Coimbra<br />
a cmli\ação ainda íião chegou aos te<br />
lhados, apezar de aqui ser o berço da<br />
sciéncia.<br />
E' menos verdadeira a notícia publicada<br />
ha dias no Século, em informação<br />
enviada desta cidade, de ter um<br />
cão raivoso saído da quinta do Cidral,<br />
mordido grande número de cães na freguesia<br />
dos Olivaes, e uma creança,<br />
que teve de seguir para o Instituto Bacteriológico.<br />
Contestando taes informações, publica<br />
o filho do dono da quinta do Ci<br />
dral, num collega local, uma carta, ria<br />
qual accusa o auctor da informação de<br />
lhe ter promettido uma rectificação e<br />
ainda não o ter feito.<br />
Tem estado na Covilhã o nosso<br />
prestante amigo e dedicado correligionário<br />
sr. Cassiano Augusto Martins<br />
Ribeiro.<br />
Contribuição de serviço sobre<br />
os automóveis<br />
Publicamos a seguir a reclamação,<br />
dirigida pelos proprietários de automóveis<br />
á câmara municipal desta cidade,<br />
contra a contribuição de serviço que a<br />
vereação entendeu dever este anno fazer<br />
sobre êlles incidir.<br />
E' um documento duma clara eloquência<br />
e lógica precisa, com cuja doutrina<br />
não podemos deixar de concordar,<br />
convencidos até de que a própria<br />
câmara ha de scceitá la depois de re<br />
flectir sobre a leitura, que deve ir fazer,<br />
dos diplomas legaes nella citados.<br />
Apçzar de reconhecermos—aparte<br />
os erros commettidos — as boas intenções<br />
e o zelo relativo do illustre prezi<br />
dente da câmara, devemos no entretanto<br />
notar que se a textura lógica da representação<br />
dispensa commentários, ha<br />
períodos de um fino espírito que sam<br />
uma severa lição á pompa ruidosa com<br />
que os batedores ia edilidade percor<br />
rem as estradas do seu concelho ante o<br />
contribuinte embasbacado pela belleza<br />
dos poneys e os i5 %, que o fausto<br />
camarário ainda outro dia lhes arrancou.<br />
Seria bom pensar nisso...<br />
Ill. mc e Ex. m0 Sr. ^Presidente da Cá<br />
mar Municipal de Coimbra e vereadores.<br />
Os abaixo assignados, proprietários<br />
de vehículos automóveis para transporte<br />
seu e de suas famílias, veem,<br />
em conformidade com o § 2. 0 , do art.°<br />
73 do Código Administrativo, recla<br />
mar extraordinariamente contra a con<br />
tribuição de serviço que lhes foi lançada<br />
sobre os automóveis, por a julgarem<br />
destituída de fundamento, como<br />
vám demonstrar com uma singela hermeneutica<br />
jurídica, que cfferecem á<br />
apreciação d