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Para que o público possa se aproximar do vocabulário
kuikuro, uma das línguas indígenas faladas no
território do Xingu, há ainda um mural composto
por palavras e ilustrações. As peças do painel têm
dois lados, podendo ser giradas e manuseadas. Em
uma das faces, há uma ilustração feita pela artista
danirampe e, na outra, a palavra correspondente
em kuikuro, português e braille.
De acordo com a Área de Educação do IMS, a motivação
do projeto decorre “da constatação de que
devemos como sociedade refletir cada vez mais
sobre a história e a realidade atual dos povos originários
do Brasil”. A coordenadoria de Diversidade e
Inclusão do IMS também complementa: “Ter a possibilidade
de vivenciar um pouco da cosmovisão indígena
é uma oportunidade para nos fortalecermos
em nossas conexões de alteridade, fundamental
para o reconhecimento do outro em sua inteireza,
dignidade e humanidade”.
Sobre a parceria, a Associação Vaga Lume revela:
“Estamos no chão das bibliotecas comunitárias da
Amazônia há mais de 20 anos e podemos perceber
o impacto da leitura na vida de crianças a mais velhos,
acessar a literatura de autoria indígena é ampliar
leitura de mundo e conhecer o que há de mais
rico da cultura originária e contemporânea.”
O espaço conta com mediadores disponíveis para
conversar com o público e incentivar a fruição, leitura
e interação.
A exposição Xingu: contatos está em cartaz desde
novembro de 2022, a mostra revisita a trajetória
de lutas e resistências do Xingu, primeiro grande
território indígena demarcado no Brasil, em 1961.
Exibida no 7º e no 8º andar do centro cultural,
a exposição apresenta múltiplas narrativas e olhares
em torno do território, tendo como destaque
a produção audiovisual indígena contemporânea,
que tem no Xingu um de seus principais
pólos. O conjunto inclui seis curtas-metragens,
feitos especialmente para a exposição,
de autoria de Divino Tserewahú, Kamatxi Ikpeng,
Kamikia Kisêdjê, Kujãesage Kaiabi, Piratá
Waurá e do Coletivo Kuikuro de Cinema.
A mostra traz ainda um trabalho inédito do artista
Denilson Baniwa, fotografias produzidas
pelos comunicadores indígenas da Rede Xingu
+, e um mural, com grafismos alto-xinguanos,
criado pelo artista Wally Amaru na empena de
um prédio na rua da Consolação. Em diálogo,
são exibidos imagens, reportagens e outros
documentos produzidos no Xingu por não indígenas
desde o final do século 19.
A equipe de curadoria é formada pelo cineasta
Takumã Kuikuro, diretor de documentários
como As hiper mulheres (2011), pelo jornalista
Guilherme Freitas, editor-assistente da serrote,
revista de ensaios do IMS, e pela assistente de
curadoria Marina Frúgoli.
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