XXXVII Revista PET Farmácia - Heranças da Colonização
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A d r i a n o M o n d i n i
E AÍ, TUTOR?
PARA MAIS 100 ANOS, É PRECISO SEMPRE INOVAR
A Faculdade de Ciências Farmacêuticas
(FCF) da UNESP atingiu um marco histórico
ao integrar o time das instituições de ensino
superior (IES) com mais de 100 anos no
Brasil. Não é uma tarefa fácil, uma vez que
uma instituição pública de ensino superior
não pode apenas existir, mas tem que
resistir. E os últimos anos não foram fáceis
para as universidades públicas brasileiras,
que viram minguar os recursos federais para
incentivo à pesquisa, com cortes substanciais
e progressivos ao fomento de projetos.
Soma-se ao cenário o não reajuste e
diminuição da oferta de bolsas para
estudantes da pós-graduação. As IES
paulistas passaram ainda pelo escrutínio de
uma Comissão Parlamentar de Inquérito que
investigou a gestão das coirmãs paulistas,
USP, UNESP e UNICAMP.
Como se não bastassem os desafios de
sustentabilidade que as universidades vêm
enfrentando nos últimos anos, observamos
uma escalada dos movimentos de extrema
direita, caracterizados por uma ideologia
política conservadora, nacionalista e, por
vezes, autoritária. Eles promovem visões
xenofóbicas, racistas e antidemocráticas e se
opõem a uma série de valores progressistas,
como direitos humanos, igualdade de gênero,
diversidade cultural e pensamento crítico,que
estão entre os fios condutores da
universidade pública. A pandemia de COVID-
19 desempenhou um papel significativo no
fortalecimento desses movimentos ao criar
uma atmosfera de incertezas e medos. Os
movimentos de extrema direita
aproveitaram-se dessa situação para
promover narrativas populistas, explorando o
descontentamento e o sentimento de
desconfiança em relação às instituições. No
processo, as universidades foram
exaustivamente criticadas, tendo sua
importância e relevância questionadas sem
bases concretas.
No contexto caótico e distópico, a
desinformação e o negacionismo também
tiveram um papel crucial no descortinar da
pandemia. A disseminação de informações
falsas sobre a COVID-19, como teorias da
conspiração e curas milagrosas, contribuiu
para o agravamento dos quadros da doença.
As redes sociais forneceram um terreno fértil
para a propagação rápida da desinformação.
Parte da população, incluindo gestores,
abraçaram o negacionismo, questionando a
gravidade da pandemia, a eficácia das
medidas de saúde pública e até mesmo a
existência do vírus, com motivações políticas,
econômicas e ideológicas.