Romantismo Contextualização histórica e das artes - Repositório ...
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Raquel Ribeiro<br />
mediatização era o processo de anexação <strong>das</strong> terras de uma monarquia soberana por outra.<br />
Secularização era a redistribuição por estados seculares de territórios detidos por governantes<br />
eclesiásticos, tais como um bispo ou um abade.<br />
Com o colapso do Império Carolíngio (dinastia franca que prevaleceu de 843 a 987) e a<br />
afirmação do feudalismo (organização social e política baseada nas relações servo-contratuais que<br />
prevaleceu desde o século IX ao século XIII, tendo-se estendido pela Europa central e oriental até à<br />
Revolução de 1917), grande parte da Europa assistiu à criação de uma série de pequenos estados<br />
independentes. Os sucessivos reis da Germânia e imperadores do Sacro Império Romano-Germânico<br />
investiram também em muitos bispados, abadias e conventos de autoridade temporal, concedendo<br />
ainda direitos de Cidade Livre a muitas localidades, em toda a Alemanha.<br />
Ao contrário do sucedido em França e na Inglaterra, os reis germânicos foram incapazes de<br />
consolidar os seus domínios num estado centralizado, de modo que a Alemanha, ao longo dos<br />
séculos, compreendeu cerca de 300 estados independentes. (Acedido em 3 de Maio de 2010 em:<br />
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mediatiza%C3%A7%C3%A3o_Alem%C3%A3)<br />
Reichsdeputationshauptschluss<br />
A Reichsdeputationshauptschluss (formalmente Hauptschluss der außerordentlichen<br />
Reichsdeputation - Conclusão Principal da Delegação Imperial Extraordinária) foi uma resolução<br />
aprovada no dia 25 de Fevereiro de 1803 pelo Sacro Império Romano-Germânico, sendo a última lei<br />
significativa promulgada pelo Império antes da sua dissolução, em 1806. Baseada num plano<br />
acordado em Junho de 1802 entre a França e a Rússia, os seus princípios gerais tinham sido<br />
definidos no Tratado de Lunéville (1801). A lei estabelece uma redistribuição da soberania<br />
territorial dentro do Império, para compensar numerosos príncipes alemães por territórios a oeste<br />
do rio Reno que tinham sido anexos pela França como resultado <strong>das</strong> guerras da Revolução Francesa.<br />
A Reichsdeputationshauptschluss foi ratificada unanimemente pelo Reichstag (parlamento), em<br />
Março de 1803, e aprovada pelo imperador Francisco II (1768-1835) no mês seguinte. Contudo, o<br />
imperador fez uma reserva formal no que respeitava à realocação dos votos no Reichstag, já que o<br />
equilíbrio entre Estados Protestantes e Católicos havia sido fortemente alterado a favor destes<br />
últimos, que ficaram com cerca de 95 000 km 2 e com mais de três milhões de habitantes. A<br />
redistribuição foi conseguida por dois processos: a secularização de estados eclesiásticos e a<br />
mediatização de numerosos pequenos principados seculares.<br />
A Reichsdeputationshauptschluss alterou profundamente o mapa político da Alemanha.<br />
Centenas de estados foram eliminados, sobrevivendo apenas cerca de 40. Alguns dos estados<br />
sobreviventes tiveram importantes ganhos territoriais (Bade, Baviera e Hesse-Darmestádio) ou<br />
ganhos de estatuto, ao serem elevados à dignidade eleitoral (Bade, Hesse-Cassel e Württemberga),<br />
dado que substituíram três outros que o haviam perdido com as alterações. Das Cidades Imperiais,<br />
só Augsburgo, Bremen, Francforte no Meno, Hamburgo, Lübeck e Nuremberga sobreviveram como<br />
entidades independentes. O princípio de que os aliados de Napoleão podiam esperar ganhos quer em<br />
território, quer em estatuto foi também estabelecido, e haveria de se repetir em diversas ocasiões