Romantismo Contextualização histórica e das artes - Repositório ...
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Raquel Ribeiro<br />
literatura; a poesia deixa de ser rigorosamente metrificada e rimada. (Acedido em 2 de Agosto de<br />
2010 em http://slowfoodbych.blogspot.com/2009/09/romantismo-ou-realismo.html) A beleza para<br />
o escritor clássico residia na imitação da natureza, não no particular, mas no universal. Em vez de<br />
criar tipos verosimilhantes aos seres individualizados e reais, idealizava seres com to<strong>das</strong> as<br />
perfeições e sem quaisquer defeitos. O autor romântico procede de maneira diferente: movimenta<br />
nas suas obras todos os tipos humanos. Sente gosto em referir com pormenor os traços individuais<br />
dos heróis, não tendo pudor de colocar ao lado de pessoas sãs os marginais, os fora de lei, os<br />
aleijões tanto morais como físicos: o ladrão, o pirata, o assassino, o traidor, o incestuoso, o<br />
adúltero, a prostituta, o cego, o corcunda, o mutilado. Às vezes, não teme aliar a elevação de<br />
sentimentos à hediondez física. (Acedido em 2 de Agosto de 2010 em<br />
http://farol<strong>das</strong>letras.no.sapo.pt/romantismo.htm)<br />
Como o público do romantismo não tem grande preparação literária, ignora as convenções e<br />
padrões da literatura clássica e prefere a expressão concreta imediatamente acessível <strong>das</strong> imagens<br />
e símbolos que dão corpo sensível ao pensamento (realismo descritivo), as principais<br />
características românticas, adapta<strong>das</strong> ao seu público são: estilo declamatório, por vezes<br />
redundante e um pouco vago, em que a abundância prejudica a concisão e o rigor; o gosto <strong>das</strong><br />
hipérboles (aproximando-se do Barroco), <strong>das</strong> exclamações e imagens, que concretizam e<br />
popularizam; o uso de vocabulário mais rico em alusões concretas, menos selecto e mais correntio,<br />
familiar e sensorial; a presença física <strong>das</strong> personagens humanas e <strong>das</strong> paisagens; o recurso ao<br />
romanesco, à peripécia que prende a imaginação; o tom de mensagem ao próximo <strong>das</strong> obras,<br />
converti<strong>das</strong> em meios de comunicação. (Acedido em 3 de Agosto de 2010 em<br />
http://www.citi.pt/cultura/literatura/poesia/j_g_ferreira/romantis.html)<br />
Um dos géneros preferidos foi a novela, na qual, com o pretexto de situar a acção dentro do<br />
mundo medieval, o autor podia interligar o leitor a um mundo misterioso e sublime. Entre as que<br />
obtiveram maior êxito cabe assinalar: O castelo de Otranto (1764) de Horace Walpole (1717-1797);<br />
O monge (1795) de M. G. Lewis (1775-1818); O castelo de Rackrent (1800) de Maria Edgeworth<br />
(1767-1849), assim como as novelas de Ann Radcliffe (1764-1823) ou os poemas de Thomas Gray<br />
(1716-1771), não podendo esquecer a obra de Walter Scott (1771-1832), com um considerável<br />
número de novelas nas quais se tratam temas da história da Escócia e Inglaterra: Ivanhoe (1820),<br />
Kenilworth (1821), que lhe serviram para alcançar um reconhecimento mundial.<br />
A grande popularidade de que gozaram as chama<strong>das</strong> novelas góticas impulsionou fortemente<br />
a arquitectura romântica. Também a poesia teve um destacado papel nesta recuperação. James<br />
Macpherson (1736-1796) exerceu uma notável influência no movimento romântico europeu com os<br />
seus pretensos fragmentos de poesia antiga: Fingal (1762), Temora (1763) e Osian (1795). (MORA;<br />
COLL, 1992, pág.168)<br />
As primeiras manifestações em poesia e prosa popular na Inglaterra são considera<strong>das</strong> "préromânticas".<br />
Os autores ingleses mais conhecidos desse pré-<strong>Romantismo</strong> são William Blake, cujo<br />
misticismo latente em The Marriage of Heaven and Hell (O Casamento do Céu e Inferno, 1793)<br />
atravessará o <strong>Romantismo</strong> até ao Simbolismo, e Edward Young (1689-1765), cujos Night Thoughts<br />
(Pensamentos Nocturnos, 1742) reeditados por William Blake em 1795, influenciarão o Ultra-<br />
<strong>Romantismo</strong>, ao lado de James Thomson (1700-1748), William Cowper e Robert Burns. O