Romantismo Contextualização histórica e das artes - Repositório ...
Romantismo Contextualização histórica e das artes - Repositório ...
Romantismo Contextualização histórica e das artes - Repositório ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
14<br />
Raquel Ribeiro<br />
a fronteira leste de França. A 6 de Agosto de 1806, o Imperador Francisco II declarou a abolição do<br />
Sacro Império Romano-Germânico e, para obter o apoio dos estados alemães mais poderosos,<br />
anunciou que quem o apoiasse poderia mediatizar os estados vizinhos. Antes da Batalha de Waterloo<br />
(18 de Junho de 1815) e do exílio de Napoleão em Santa Helena (15 de Outubro de 1815), o<br />
Congresso de Viena (1814-1815) pretendeu restabelecer as antigas fronteiras da Europa. Foi<br />
decidido que os monarcas mediatizados, as Cidades livres e os Estados secularizados não seriam<br />
restabelecidos, mas, em vez disso, os monarcas dos estados mediatizados seriam considerados iguais<br />
aos restantes soberanos, recebendo uma compensação pela sua perda. Caberia a cada um dos<br />
restantes estados compensá-los, mas, por não terem autoridade para se queixar caso não fossem<br />
justamente reembolsados, muitos dos monarcas nunca receberam a suposta dívida. A mediatização<br />
transferiu a soberania de pequenos estados seculares para vizinhos maiores.<br />
A maior parte <strong>das</strong> mediatizações ocorreram em 1806, após a criação da Confederação do<br />
Reno. As últimas mediatizações foram: Arenberg (anexado à França em 1810 e não restabelecida em<br />
1814); Isenburg e Leyen (mediatizados em 1814 pelo Congresso de Viena por serem demasiado<br />
próximos de Napoleão); Salm (diversos estados de Salm sobreviveram até 1811-1813); e Stolberg<br />
(anexado pela Prússia em 1815). Também foram mediatizados no período 1806-1814 diversos<br />
estados criados por Napoleão para parentes e aliados próximos, incluindo: o Príncipe de<br />
Aschaffenburg, em 1806; o Grão-Duque de Francforte, em 1814; o Rei da Vestefália, em 1813, e o<br />
Grão-Duque de Würzburgo, em 1814. As únicas Cidades Livres que não foram aboli<strong>das</strong> em 1803<br />
foram: Augsburgo (abolida em 1805); Bremen; Francforte (abolida em 1866); Hamburgo; Lübeck<br />
(abolida em 1937) e Nuremberga (abolida em 1806). (Acedido em 6 de Maio de 2010 em:<br />
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mediatiza%C3%A7%C3%A3o_Alem%C3%A3)<br />
Cultural<br />
Até ao século XVIII toda a música era escrita a propósito de um acontecimento mais ou menos<br />
específico - encomendada por um príncipe, pela igreja, ou por um conselho de cidade, e tinha por<br />
fim divertir uma sociedade cortesã, dar profundeza ao culto colectivo ou intensificar o esplendor<br />
<strong>das</strong> festividades públicas. Os compositores eram músicos da corte, músicos da igreja ou músicos da<br />
cidade. As suas actividades artísticas limitavam-se ao desempenho dos deveres inerentes à sua<br />
função – raramente lhes ocorreria compor sem ser por encomenda mas sob a sua própria<br />
responsabilidade e impulso. Fora dos serviços religiosos, <strong>das</strong> distracções festivas e dos espectáculos<br />
de dança, a classe média raras vezes tinha oportunidade de ouvir música. Só por excepção podia<br />
assistir aos concertos dados por orquestras que estavam ao serviço da nobreza e <strong>das</strong> cortes. A classe<br />
média de espírito racionalista, moderada e disciplinada, por seu lado, prefere muitas vezes as<br />
formas não complica<strong>das</strong>, singelas e claras da arte clássica.<br />
Em meados do século XVIII, abriram-se as sociedades de concerto ao grande público - os<br />
Collegium musicum – que desenvolveram uma actividade musical que a classe média podia<br />
considerar sua. As sociedades de concerto alugavam grandes salas e pagavam aos músico, que