Política Nacional de Gestão Estratégica e Participativa no SUS ...
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1 Introdução<br />
O Estado brasileiro vem enfrentando, energicamente, a lógica da<br />
oferta <strong>de</strong> serviços fragmentados, que advém da visão compartimentada<br />
das necessida<strong>de</strong>s sociais, difi cultando a apreensão integral das complexas<br />
dimensões que compõem o cotidia<strong>no</strong> dos indivíduos e das coletivida<strong>de</strong>s.<br />
Tal modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> oferta atendia aos interesses corporativistas<br />
e produtivistas das “múltiplas prestações <strong>de</strong> serviços”, resultando na<br />
criação e manutenção do caos na <strong>de</strong>manda. Confi gurava, <strong>de</strong>sta forma,<br />
um <strong>de</strong>svio do objeto da gestão pública, constituindo-se em estratégia<br />
disfarçada <strong>de</strong> privatização do Estado, por meio do esvaziamento do<br />
compromisso com a construção da eqüida<strong>de</strong> na oferta e utilização dos<br />
serviços públicos.<br />
A eqüida<strong>de</strong> a ser construída pelas políticas públicas <strong>de</strong>ve viabilizar a<br />
extensão <strong>de</strong> cobertura <strong>de</strong> serviços com qualida<strong>de</strong> em <strong>no</strong>me da universalida<strong>de</strong>,<br />
que não <strong>de</strong>ve ser confundida com iniciativas que oferecem serviços<br />
<strong>de</strong> baixo custo, precários e <strong>de</strong> caráter compensatório e focalizante.<br />
A emergência dos movimentos sociais <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s 70 e 80, associada<br />
à mobilização nas universida<strong>de</strong>s e nas organizações <strong>de</strong> usuários, gestores<br />
e trabalhadores da saú<strong>de</strong>, gerou, <strong>de</strong> modo pluralista e suprapartidário,<br />
as condições sociais e políticas <strong>de</strong> on<strong>de</strong> emerge, em meio à luta<br />
social, a <strong>no</strong>ção da saú<strong>de</strong> como direito, assim como os princípios que<br />
viriam a servir <strong>de</strong> base para a criação do <strong>SUS</strong>.<br />
Neste <strong>no</strong>vo contexto histórico, realizou-se, em 1986, a 8 a Conferência<br />
<strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, com a participação <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> cinco mil <strong>de</strong>legados,<br />
que aprovaram as bases do que viria a se constituir numa das<br />
principais conquistas sociais do período, o Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>,<br />
marco da construção <strong>de</strong>mocrática e participativa das políticas públicas,<br />
principal reforma popular e <strong>de</strong>mocrática em curso <strong>no</strong> Estado brasileiro.<br />
Esse amplo processo social gerou um fato inédito e singular: a<br />
apresentação <strong>de</strong> texto para a Assembléia <strong>Nacional</strong> Constituinte, que<br />
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