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Pulverização aérea é segura
Página 3
OPINIÃO
Bom passado. Futuro seguro
Estamos no limiar de uma nova fase
de enormes transformações que devem
continuar nas próximas décadas, com
novas ferramentas de biotecnologia
PLÍNIO NASTARI
Aintensidade das transformações
observadas
hoje no setor sucroalcooleiro
do Brasil
pode ser comparada àquela vivida
após a criação do Proálcool,
em 1975. O setor, ainda
tutelado pelo Estado, foi invadido
por uma onda de renovação,
com a instalação de unidades
produtoras focadas na
produção de etanol, que embora
fosse velho conhecido, ainda
não fazia parte do dia-a-dia do
setor.
Desde os idos de 1930, já eram
conhecidas no Brasil as possibilidades
de uso do etanol em
motores, pela adição à gasolina
em vários níveis, inclusive com
o desenvolvimento de misturas
elevadas, como a “azulina”.
Pesquisadores pioneiros, como
Eduardo Sabino de Oliveira, já
haviam identificado as vantagens
do etanol para uso automotivo,
mas foi só em 1975,
com a criação do Proálcool,
que veio a transformação.
O setor, que foi açucareiro por
quase cinco séculos, passou a
conviver com a dualidade açúcar-etanol,
e todos os desafios,
crises e oportunidades que esta
nova realidade trouxe para produtores
e setores afins. A história
destes 33 anos de desenvolvimento
recente é rica, e muito
mais bonita, do que feia, muito
mais alegre, do que triste. Identificamos
vários heróis, que se
destacaram por sua criatividade,
combatividade e atitude,
em momentos de crise.
Alguns nomes que despontam
são os dos idealizadores Lamartine
Navarro Jr. e Cicero
Junqueira Franco; dos implementadores
Shigeaki Ueki e Ernesto
Geisel; dos inovadores
Maurilio Biagi, Duvílio Ometto e
Luis Antonio Ribeiro Pinto; das
lideranças em momento de crise
de Werther Annicchino e
João Carlos de Figueiredo Ferraz;
da ousadia de Rubens
Ometto Silveira Melo, e outros.
Desde então, o setor foi liberado
das amarras do Estado, conquistou
o mercado mundial de
açúcar, atingiu competitividade
com a gasolina, a preços de
mercado, e hoje avança célere,
galgando novos patamares de
demanda de etanol, ao ritmo de
3,5 bilhões de litros por ano, só
no mercado interno. Estamos
no limiar de uma nova fase de
enormes transformações. Os
avanços obtidos com pesquisa
e desenvolvimento, que elevaram
o rendimento médio agroindustrial
do Brasil, de 2024
para 6450 litros de álcool hidratado
equivalente, entre 1975 e
2007, devem continuar nas
próximas décadas, com novas
ferramentas de biotecnologia.
Uma das coisas mais valiosas
do setor é o fato de que já é
competitivo com energia de origem
fóssil, mas ainda não está
otimizado. Ainda há muito o que
avançar em produtividade, e em
redução de custos. Os mercados
de energia, líquida e elétrica,
são muito maiores do que
o de açúcar, ou o de alimentos.
O setor sucroalcooleiro do Brasil
qualificou-se nas últimas três
décadas, para chegar à porta
destes imensos mercados, e é
esta enorme demanda que dá
suporte à expansão de oferta,
ao ritmo de 10,7% ao ano, entre
2000 e 2008, sem crise de
preço por excesso de oferta.
A transformação que se inicia
agora é a da entrada de novos
produtores de peso, com enorme
capacidade de alavancagem
financeira, e custos baixos
de capital. Chegou à fase de
instalação de projetos integrados
de produção e logística, em
que são minimizados os custos
fixos unitários, pela administração
conjunta de várias unidades
produtoras. Nesta fase, novos
produtos passam a fazer parte
da cesta de alternativas. Produtos
que já eram conhecidos há
tempos - o fluxograma que o
Jairo Balbo desenvolveu já os
identificava há 20 anos - começam
a ser implementados. Empresas
mundiais como Dow,
Braskem e Solvay investem em
plantas, associadas ou individuais,
para produção de resinas
termoplásticas. Formas inovadoras
de transformação de sacarose
de cana em energia são
exploradas com biotecnologia
de ponta, pela Amyris, em consórcio
com a Crystalsev.
Uma das coisas valiosas do setor é o
fato de que já é competitivo com a
energia fóssil, mas não está otimizado.
Nos últimos trinta anos, foi inegável
o papel do setor em promover
o desenvolvimento descentralizado
no interior. Muitos
viveram ou assistiram à verdadeira
transformação urbana e
social, ocorrida em cidades como
Ribeirão Preto, São José do
Rio Preto, Araçatuba, Presidente
Prudente e Bauru, e que agora
começa a ser replicada no
interior de Minas Gerais, Goiás e
Mato Grosso do Sul. Isso se deu
com o aproveitamento de mão
de obra excedente, de baixa qualificação,
que estava disponível à
época. Agora, começa a ser valorizada
a mão de obra mais especializada:
o filho do boia fria de
ontem é o operador de colhedora
mecanizada de hoje. A produtividade
da mão de obra é
maior, e também a sua renda.
Este setor foi o grande impulsionador
da transferência para o
campo de muitas conquistas trabalhistas
atingidas no meio urbano.
Mas, a transformação
continua, e o setor que desenvolveu
uma ideia local, está se
tornando cada vez mais global.
O Brasil sucroalcooleiro é a
grande referência mundial para
a produção de energia limpa,
renovável e sustentável. Ainda
há imperfeições, mas, no geral,
o que está sendo feito é de excelente
qualidade. O que as famílias
Ometto e Pavan fizeram
ao transformar Pradópolis em
uma referência de desenvolvimento
e os índices de desenvolvimento
humano de Araras e
Orindiúva são a regra e não a
exceção. E ainda há muito o
que fazer. Há muito o que ser
otimizado, trabalhado, estudado
e escrito. Tenho certeza de que
muitas páginas ainda serão escritas
sobre este setor, seus
produtos, subprodutos, tecnologias
e mercados.
Plinio Mário Nastari, presidente
da Datagro. Publicado
originalmente na Revista Opiniões.
2
Jornal Paraná
DIA DE CAMPO
Aplicação aérea de defensivos é segura
Evento em Goioerê mostra que técnicas e boas práticas, definidas na
Legislação, eliminam risco de deriva na pulverização por aviões
Asimulação de uma pulverização
aérea, conduzida
em Goioerê, no
Noroeste do Paraná,
comprovou que a adoção de um
conjunto de boas práticas garante
segurança total nessa modalidade
de aplicação de defensivos.
Na ação, a deriva - deslocamento
de gotículas pulverizadas
para fora da faixa-alvo da
aplicação - não chegou a 50 metros:
distância pelo menos cinco
vezes menor que a área de segurança
definida por lei. A demonstração
fez parte do dia de
campo promovido pelo Sindicato
Nacional das Empresas de
Aviação Agrícola (Sindag), com
apoio do Sistema FAEP/SENAR-
PR, além de empresas e entidades
como a Alcopar. Produtores
rurais, representantes do setor
sucroenergético, lideranças e
empresários participaram.
Na demonstração, o avião fez as
aplicações ao longo de uma
faixa de 400 metros de extensão.
Para comprovar as áreas onde
as gotículas efetivamente caíram,
posicionaram-se papelotes
a cada cinco metros, a partir da
faixa de aplicação, até se chegar
a um raio de 100 metros. Para
pulverizar o produto, a aeronave
fez voos rasantes, entre três e
cinco metros de altura, a partir
do topo da cultura.
A análise dos papeis comprovou
que a deposição se concentrou
na faixa de aplicação. A partir de
30 metros desta área, já não se
verificava concentração considerável
do produto. Dos 50 metros
em diante já não havia
vestígios das gotículas pulverizadas.
O índice de deriva verificado
se encontra, com grande
margem, dentro da área de segurança
estabelecida pela Instrução
Normativa (IN) 2/2008,
do Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (Mapa):
mínimo de 500 metros de cidades
ou de 250 metros de mananciais
e moradias isoladas.
“As boas práticas minimizam os
riscos na aplicação aérea, a
ponto de praticamente eliminálos.
Qualquer pulverização dentro
dessas boas práticas vai ser
completamente segura para a
sociedade”, observou o professor
Ulisses Antuniassi, da Universidade
Estadual Paulista
(Unesp), especialista em aplicação
aérea. Um ponto que chama
a atenção é que a aplicação se
mostrou segura mesmo com a
demonstração tendo sido feita
em condições meteorológicas
adversas. Durante o voo, o vento
chegou a 21 quilômetros por hora,
quando o ideal é inferior a 9
quilômetros por hora. “Se fosse
uma aplicação convencional, o
avião nem teria decolado. Nós fizemos,
por se tratar de uma demonstração.
E ainda com o
vento superior, a deriva ficou
bem abaixo do limite estabelecido”,
disse o professor.
Para a técnica da FAEP Elisangeles
Souza, que monitora temas
diretamente relacionados ao
controle de agroquímicos, o
evento atesta que a pulverização
aérea não implica em riscos ambientais
nem às comunidades
no entorno das propriedades. “A
legislação fala em 250 e em 500
metros, como área de segurança.
Se comprovou que a deriva
ficou em uma área pelo menos
cinco vezes menor”.
O professor Ulisses Antuniassi
destacou que é imprescindível
também adotar boas práticas. A
primeira é a gestão da informação.
O produtor e a empresa
aérea devem fazer um levantamento
do entorno - identificando
eventuais áreas sensíveis e de
segurança - e estabelecer um
mapeamento da aplicação, respeitando
as faixas de segurança.
A segunda é adequar o plano de
aplicação a aspectos meteorológicos,
fazendo a pulverização só
em condições de tempo ideais,
observando a temperatura e a
umidade, além da direção e força
do vento. Tudo isso, levandose
em conta o tipo de produto a
ser aplicado e as especificações
que constam da bula.
O terceiro pilar é a adoção de
técnicas que reduzem a possibilidade
de deriva. A empresa deve
levar em conta a composição da
cauda do avião e a altura do voo
de pulverização, de acordo com
as condições do tempo e do tipo
de lavoura. Entre os aspectos
técnicos, o professor destaca o
ajuste do espectro de gotas, que
dimensiona a espessura das gotículas
que serão pulverizadas.
“Quer reduzir a deriva, tem que
se evitar gotas menores, mais
suscetíveis ao vendo e às condições
atmosféricas. É melhor
optar por gotas médias”, disse.
Segundo o professor, a cada safra,
cerca de 25% das aplicações
de defensivos no Brasil são
feitas por aviões, por isso o tema
merece ser analisado com serenidade
e bom senso, considerando
o tipo de cultura, dimensão
e área em que se encontra a
lavoura, para definir qual o melhor
método de controle de pragas.
A aplicação de defensivos
por meio de aviões é inviável a
pequenas propriedades, mas é
indispensável a plantações extensas,
principalmente soja, algodão,
milho e cana-de-açúcar.
“Em muitas culturas e regiões,
não precisa de aplicação aérea.
Mas em outras, é imprescindível.
Na cana, depois que ela atinge
dois metros, não tem como
fazer aplicação, sem ser pela
plataforma aérea. Mais de 60%
das aplicações em cana adulta
têm que ser feitas por avião”,
ressaltou. “Do ponto de vista
técnico, posso dizer que o controle
químico é seguro. Do ponto
de vista de sociedade, é fundamental
que coexistam técnicas
diferentes, como agricultura orgânica
e controle químico, para
que possam se complementar e
que a gente possa gerar segurança
alimentar para a sociedade”,
apontou.
A técnica da FAEP destacou que
o evento foi mais uma oportunidade
de se disseminar informação
técnica e qualificada, em relação
a um tema que é alvo de
uma série de preconceitos por
parte de segmentos da sociedade.
“É importante a gente trabalhar
com informação segura e
favorecer esse nivelamento de
informação”, disse Elisangeles.
A margem de informações técnicas
e de estudos científicos,
tramita na Assembleia Legislativa
do Paraná (Alep), o Projeto
de Lei (PL) 2/2018, que pretende
proibir a pulverização aérea
em todo o território paranaense.
Em maio, a FAEP e a Agência de
Defesa Agropecuária do Paraná
(Adapar) enviaram a cada parlamentar
estudos e relatórios
técnicos, jurídicos e ambientais,
demonstrando que a aplicação
de defensivos por meio de
aviões é eficiente e fundamental
à agricultura do Paraná e que a
proibição desta atividade seria
inconstitucional. Ainda assim, o
projeto foi aprovado na Comissão
de Constituição e Justiça da
Alep. A propositura se encontra
no âmbito da Comissão de Ecologia,
Meio Ambiente e Proteção
aos Animais e não há previsão
de quando a matéria irá a
plenário.
Jornal Paraná 3
EVENTO
UDT Cana expõe
tecnologias e inovações
Apesar da estiagem, trabalhos mostraram que com capricho e ferramentas
técnicas é possível reduzir os efeitos do estresse hídrico e obter resultados
Mais de 200 engenheiros
agrônomos,
técnicos
agrícolas, gerentes
e diretores das usinas e
destilarias paranaenses participaram
de 12 a 14 de novembro
na Unidade de Difusão
Tecnológica em Cana-de-Açúcar
- UDT Cana Paraná, em Paranavaí,
do Dia de Campo UDT
Cana.
“Era um sonho antigo fazer um
trabalho como o das cooperativas
agrícolas da região reunindo
em um só lugar várias
empresas que atuam no segmento,
mostrando tecnologias
desenvolvidas para a cana-deaçúcar.
A ideia é investir no
crescimento do setor sucroenergético
mostrando opções
de tratamento para melhorar
os resultados no campo e,
consequentemente, na indústria”,
afirmou o coordenador
da unidade, o professor doutor
Anderson Gualberto, do departamento
de Agronomia da
Universidade Estadual de Maringá
(UEM).
A área agrícola de pesquisa e
extensão em cana-de-açúcar é
uma vitrine regional de difusão
tecnológica de conhecimento
e inovação no manejo da cultura,
contendo aproximadamente
12,5 hectares de ensaios
instalados. O objetivo é
desenvolver pesquisas, testar
e validar novas tecnologias,
além de promover a difusão
entre os profissionais das usinas
e destilarias do Paraná.
São conduzidos também ensaios
em parcelas demonstrativas
de empresas parceiras,
mostrando novos tratamentos
e protocolos de defensivos,
fertilizantes e variedades.
“Apesar de nessa primeira edição
do projeto as parcelas de
cana terem sofrido com as longas
estiagens do período, conseguimos
selecionar tratamentos
mostrando que as empresas
têm ótimos produtos que dão
resultado mesmo em situações
desfavoráveis de clima”, disse
Gualberto ressaltando que a
próxima edição do evento já está
sendo preparada para março
ou abril. “Devemos dobrar a
área com a adesão de mais seis
empresas ao projeto”.
Neste primeiro dia de campo
foram apresentados os trabalhos
com melhoramento de
cana do Centro de Tecnologia
Canavieira (CTC), mostrando
desempenho dos materiais da
empresa mais cultivados no
Brasil, com destaque para a
CTC 9001 BT lançado este ano
e CTC 20 BT lançado no ano
passado e que já ocupam 8 mil
hectares plantados no Centro
Sul, sendo mil hectares no Paraná.
Dentre os novos plantios,
a CTC 9001 BT já é a quarta
mais plantada no Paraná e a
terceira mais plantada em São
Paulo, Mato Grosso do Sul e
Minas Gerais.
Segundo pesquisadores do
CTC, a tecnologia tem funcionado
para o controle da broca
com 0,3% de escape no Paraná,
mesmo em ano seco, com
ganhos potenciais de até R$ 2
mil por hectare de acordo com
os índices de infestação de broca
da usina. A empresa deve
lançar nos próximos anos uma
variedade de cana resistente à
seca e outras variedades com a
tecnologia BT e RR (tolerância a
herbicida), além de transformar
variedades de outros programas
de melhoramento, colocando a
tecnologia BT.
Com foco na importância de
caprichar no manejo do canavial,
desde um preparo de solo
eficiente e plantio com mudas
MPB de altos vigor, potencial
genético e sanidade, a Syngenta
trouxe seu portfólio de
produtos, ferramentas e tecnologias
para aumentar a produtividade
do canavial.
Apresentou seu lançamento
para controle de gramíneas e
folhas largas com alta seletividade
e sem fitotoxidade e destacou
a importância de não
perder o “time” de aplicação
Anderson Gualberto:
próximo dia de
campo deve dobrar
de tamanho
4
Jornal Paraná
de inseticidas contra as principais
pragas, ponto ainda mais
importante em anos secos
como o desta safra, para que
não haja redução de produtividade
ou comprometimento da
eficiência da aplicação. Mostrou
ainda a importância do uso
de fungicida, que tem crescido
muito, possibilitando aumentar
a taxa fotossintética e a produtividade
do canavial.
A UPL apresentou seus campos
demonstrativos com sua
linha completa de defensivos e
bioestimulantes além do programa
de proteção com biosoluções,
que oferecem tratamentos
completos desde o
plantio, cana soca, plantio de
muda MPB com polímero hidroabsorvente.
A Bayer também
trouxe seu portfólio de
produtos defensivos contra
pragas, plantas daninhas e fungos.
O maior destaque foi dado
ao controle de broca da cana e
da cigarrinha, pragas que têm
causado enormes prejuízos
aos produtores de cana.
A equipe técnica da Froya Chemical
Solutions mostrou sua
linha de fertilizante organomineral
para aplicações foliares e
no plantio. Trabalhos mostraram
o diferencial dos fertilizantes
à base de aminoácidos,
com aumento do teor de matéria
orgânica do solo e da produtividade
em mais de 10 toneladas
de cana por hectare. Já
nos campos demonstrativos da
FMC os profissionais das usinas
puderam acompanhar os
resultados da linha de produtos
biológicos e químicos da empresa
para controle de pragas,
doenças e plantas daninhas,
além do laboratório móvel itinerante
com foco no manejo do
nematoide.
Os trabalhos da Lam Agroscience
focaram na recuperação
de áreas degradadas através
do aumento das taxas de matéria
orgânica, no perfil do solo,
com turfa (possui de 72% a
93% de matéria orgânica estável).
O produto aumenta o CTC
e a aeração do solo, diminui o
estresse das plantas por veranico,
beneficia os microorganismos
e melhora a qualidade
do solo, retendo mais água e
descompactando o solo. Outros
benefícios são a indução
de raízes do perfilho, com canas
mais vigorosas e menor incidência
de doenças.
Mesmo com o longo período
de estiagem, os resultados foram
visíveis nos campos demonstrativos
da Sanovita onde
foram usados fertilizantes
foliares complementares naturais,
com recuperação mais
rápida do canavial, aumento
do desenvolvimento vegetativo,
do rendimento e da tolerância
a ataque de pragas,
doenças e estresse hídrico, já
que a planta com mais vigor
cria mecanismo de defesa. A
equipe técnica da empresa
mostrou que com a suplementação
especial foi possível
também padronizar e uniformizar
os perfilhos e aumentar
o enraizamento da
cana.
O projeto é do ITAM, Instituto
de Tecnologia Agropecuária de
Maringá, ligado a UEM, é desenvolvido
em parceira com Alcopar
e conta com o apoio de
empresas parceiras.
Jornal Paraná 5
DOIS
PONTOS
Paraguai
O Paraguai se consolida
como o segundo maior fornecedor
de etanol para o
Brasil, atrás apenas dos Estados
Unidos. Dos 84,45
milhões de litros do biocombustível
adquiridos no exterior
em outubro, 21,9 milhões,
ou 26,5%, vieram do
país vizinho. A participação
paraguaia como exportador
do produto ao Brasil cresce
mês a mês. Os paraguaios
têm a vantagem de pertencerem
ao Mercosul e estarem
livres da tarifa de 20%
que pode ser aplicada aos
EUA.
Milho
A fatia da produção de etanol
de milho na oferta total
do biocombustível do País,
entre 4% e 5% atualmente,
deve chegar a 8% em 2020
e atingir até 20% em 2028.
A oferta do biocombustível
do cereal deve superar 2 bilhões
de litros em 2019 e
chegar a 8 bilhões de litros
daqui a nove anos. Mato
Grosso deve se consolidar
como o maior produtor brasileiro
de biocombustível a
partir desse grão. O avanço
acompanhará o aumento da
produção do cereal, de 31
milhões de toneladas na última
safra, para 52,2 milhões
de toneladas em
2028. Mato Grosso tem 12
usinas produtoras de etanol,
sete exclusivamente de cana,
três que usam cana e
milho e duas apenas de
milho e cinco novas usinas
exclusivas de milho serão inauguradas
até 2021, além
de unidades de grupos tradicionais
de cana que devem
ser transformadas para processar
também o grão.
Bioeletricidade
A bioeletricidade tem equilibrado
o valor da conta de energia.
De janeiro a setembro, a
geração de energia a partir do
bagaço e da palha da cana
para o Sistema Interligado Nacional
foi de 16.583 GWh,
sendo que 84% dessa produção
aconteceram no período
mais seco e crítico para o setor
elétrico, entre maio a novembro,
quando a bandeira tarifária
esteve amarela ou vermelha,
mostrando como é estratégica
esta energia renovável, sustentável
e não intermitente para o
Em setembro, dados da Agência
Nacional do Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis
(ANP) indicam o maior consumo
de etanol hidratado em
2019 – 1,87 bilhão de litros,
crescimento de 4,1% em relação
ao mesmo período de
2018. O aumento se reflete na
participação do etanol na matriz
de combustíveis do ciclo
Etanol
sistema elétrico brasileiro. Em
2018, os consumidores pagaram
R$ 6,9 bilhões a mais nas
contas de luz, referente ao
acionamento das bandeiras tarifárias,
número que chega a
R$ 2 bilhões até setembro
deste ano. Apenas 15% do potencial
da bioeletricidade da
cana é aproveitado podendo
gerar quase 7 vezes a oferta
atual, o que representaria atender
30% do consumo de energia
elétrica no Brasil e uma
conta mais barata para o consumidor
final.
Otto (frota de veículos de passeio
e carga leve), que atingiu
48,2% em 2019.Trata-se do
maior valor desde 2009,
quando o índice atingiu 48,4%,
no período de janeiro a setembro.
No acumulado do ano, a
expansão do volume atinge
22,8% em comparação a
2018, superando 16,3 bilhões
de litros de etanol.
Energia
Sem poder vender sua energia excedente no mercado
livre, a Cogen (entidade que reúne os setores de biomassa,
gás natural e outras fontes) estima uma perda
de aproximadamente R$ 1 bilhão por safra para as usinas
de álcool e açúcar. As empresas não estão sendo
remuneradas pela geração adicional, segundo Newton
Duarte, presidente da entidade, que solicitou ao Ministério
de Minas e Energia a ampliação do total comercializado
no mercado livre. De acordo com Duarte, as
usinas têm condições de produzir energia excedente,
mas, estão inibidas de investir.
Índia
A Índia tem a intenção de
aderir à mistura de 10% de
etanol na gasolina (E10) até
2023. Para tanto, a produção
terá que ser fortemente
incentivada, a ponto de dobrar
de volume. Este ano, os
produtores indianos devem
disponibilizar 2,4 bilhões de
litros de etanol combustível
no mercado interno, atingindo
5,8% de mistura na
gasolina. Para efetivar os
10% de participação seriam
necessários 5 bilhões de litros
de biocombustível. A
adoção do E10 no país tem
ligação direta com o mercado
de açúcar. A Índia tornou-se
o maior produtor do
mundo, com 32,9 milhões
de toneladas de açúcar na
safra 2018/19. Como a
cana é fonte de renda para
mais de 35 milhões de produtores
rurais, o governo
local tem adotado uma política
de preços mínimos e
subsídios à exportação para
dar vazão ao excedente, distorcendo
o mercado internacional
da commodity. Potencialmente,
a mistura de
10% de etanol na gasolina
possibilitaria a retirada de 4
milhões de toneladas de
açúcar do mercado internacional.
6
Jornal Paraná
VIVE
Santa Terezinha busca melhoria continua
Visando diferenciar suas operações e produtos através de um empreendimento sustentável,
usina participa do Programa Vive e obteve o Vive Claim Level desde a primeira tentativa
ASanta Terezinha, uma
das maiores produtoras
de açúcar no Brasil,
sendo a maior produtora
do Estado do Paraná,
mais uma vez atingiu o VIVE
Claim Level em todas as suas
unidades participantes do VIVE.
Este é um contínuo programa
de voluntariado, sustentabilidade
e melhoria para as cadeias
de fornecimento de ingredientes,
abrangendo todas as operações
e atividades para os produtores
até os usuários finais
que têm um impacto na sustentabilidade.
Visando diferenciar suas operações
e produtos através de um
empreendimento sustentável,
as unidades de Tapejara, Terra
Rica e Paranacity e suas fazendas
fornecedoras participam do
Programa Vive desde abril de
2016.
A Santa Terezinha obteve o Vive
Claim Level desde a sua primeira
tentativa, abraçando o conceito
de melhoria continua e assim
aumentando as notas dos
pilares das Fazendas e Instalações
Industriais ano a ano em
todas as suas unidades participantes.
Na auditoria de 2018, as três
usinas participantes novamente
obtiveram o Vive Claim Level,
atingindo uma nota média de
94% nas Instalações Industriais,
e 89% nas Fazendas. Pode
se destacar os resultados
atingidos nos pilares de Instalações
Industriais, Lavoura e Rastreabilidade.
Gerando melhorias em diversas
áreas da empresa, a Santa Terezinha
realizou diversas mudanças,
incluindo: a criação de um
plano de proteção do solo, instalação
de alarmes de incêndio
adicionais, e a implementação
de um plano de redução de
agroquímicos.
“Nós fizemos a parceria com o
Programa VIVE em reconhecimento
à sua habilidade em conduzir
melhorias continuas e
proporcionar um valor comercial
tangível ao nosso negócio.
Implementando as melhores
práticas, nós já fizemos diversas
mudanças importantes em
nossas usinas e fazendas participantes,
criando benefícios
globais no meio-ambiente, no
âmbito social e econômico, e
mais importante, para as comnidades
locais que vivem ao
redor e são empregadas por
nós. Os benefícios da nossa
participação não param por
aqui, além disso, o alcance internacional
do VIVE também
nos ajudou em estabelecer relações
importantes com os clientes
finais de açúcar bruto sustentável
ao redor do mundo”,
afirmou o diretor Comercial da
Santa Terezinha, Moacir Meneguetti.
Exportando 100% da sua produção,
a Santa Terezinha solidamente
se estabeleceu como
um fornecedor líder de açúcar
bruto sustentável para as refinarias
autônomas do mundo.
Mais que isso, com sua significativa
escala e o impressionante
desempenho atual no
VIVE, a trajetória contínua no
VIVE promete ser muito proveitosa.
Em 2018, as três
usinas participantes
atingiram uma nota
média de 94% nas
Instalações Industriais
e 89% nas Fazendas
Jornal Paraná 7
MEIO AMBIENTE
Semeando o Verde mobiliza 1.500
alunos e professores
Realizado pela Santa Terezinha, projeto de educação socioambiental
promove atividades pedagógicas, culturais e plantio de árvores
Contribuir com o desenvolvimento
da
consciência ambiental
é o objetivo do Semeando
o Verde que, desde
2012, leva a educação sustentável
para alunos de escolas da
rede pública municipal de ensino.
Neste ano, o projeto beneficia
cerca de 1.500 estudantes
do 4º ano e educadores de 25
escolas em 10 municípios do
Paraná e Mato Grosso do Sul.
Durante os meses de outubro e
novembro, alunos e professores
estarão envolvidos em atividades
que englobam palestras
educativas, concursos culturais
com premiação e plantio
de mudas de árvores nativas e
frutíferas.
Realizado pela Usina Santa Terezinha
em parceria com secretarias
municipais de educação,
IAP (Instituto Ambiental do Paraná)
e Emater (Instituto Paranaense
de Assistência Técnica
e Extensão Rural), a 8° edição
do Semeando o Verde traz uma
novidade: o Concurso Cultural
focado no gênero textual Histórias
em Quadrinhos. As crianças
puderam mostrar a criatividade
por meio do tema “A minha,
a sua e a nossa atitude
pode contribuir com um futuro
sustentável”.
gião previamente definida. As
premiações contemplarão os
vencedores do 1° lugar com tablets
e passeios ecológicos. Já
as escolas vencedoras receberão
uma Smart TV 40”.
A primeira semente para o projeto
foi plantada em 2005, na
Unidade Ivaté, com a realização
do evento chamado Festa
Anual das Árvores. A partir de
2012, passou a se chamar Semeando
o Verde e foi disseminado
para todas as unidades
produtivas da Usina Santa Terezinha.
Em oito anos de atividade,
o Semeando o Verde já
plantou mais de 230 mil mudas
de árvores, contribuindo com a
recuperação de áreas de reflorestamento
e envolvendo mais
de 36 mil crianças em ações
educativas com temáticas ambientais.
Neste ano, o Semeando o Verde
foi certificado com o Selo
ODS (Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável), concedido
pelo Sesi (Serviço Social da Indústria)
do Paraná em reconhecimento
aos projetos que contribuem
para o alcance das metas
de sustentabilidade estipuladas
pela ONU (Organização
das Nações Unidas). O projeto
também já havia sido reconhecido
pelas edições 2012 a
2015 do Selo ODM (Objetivos
de Desenvolvimento do Milênio)
e pela edição 2017 e 2018
do Selo ODS.
Em oito anos
foram plantadas
mais de 230
mil mudas
Neste ano, a premiação do
concurso será feita por escola.
Os alunos que desenvolverem
as melhores histórias em quadrinhos,
e também seus respectivos
professores orientadores,
receberão prêmios determinados
por fases: a) Fase Escola:
alunos e seus professores
orientadores b) Fase Regional:
escola vencedora por re-
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Jornal Paraná