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Jornal Paraná Dezembro 2019

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Pulverização aérea é segura

Página 3


OPINIÃO

Bom passado. Futuro seguro

Estamos no limiar de uma nova fase

de enormes transformações que devem

continuar nas próximas décadas, com

novas ferramentas de biotecnologia

PLÍNIO NASTARI

Aintensidade das transformações

observadas

hoje no setor sucroalcooleiro

do Brasil

pode ser comparada àquela vivida

após a criação do Proálcool,

em 1975. O setor, ainda

tutelado pelo Estado, foi invadido

por uma onda de renovação,

com a instalação de unidades

produtoras focadas na

produção de etanol, que embora

fosse velho conhecido, ainda

não fazia parte do dia-a-dia do

setor.

Desde os idos de 1930, já eram

conhecidas no Brasil as possibilidades

de uso do etanol em

motores, pela adição à gasolina

em vários níveis, inclusive com

o desenvolvimento de misturas

elevadas, como a “azulina”.

Pesquisadores pioneiros, como

Eduardo Sabino de Oliveira, já

haviam identificado as vantagens

do etanol para uso automotivo,

mas foi só em 1975,

com a criação do Proálcool,

que veio a transformação.

O setor, que foi açucareiro por

quase cinco séculos, passou a

conviver com a dualidade açúcar-etanol,

e todos os desafios,

crises e oportunidades que esta

nova realidade trouxe para produtores

e setores afins. A história

destes 33 anos de desenvolvimento

recente é rica, e muito

mais bonita, do que feia, muito

mais alegre, do que triste. Identificamos

vários heróis, que se

destacaram por sua criatividade,

combatividade e atitude,

em momentos de crise.

Alguns nomes que despontam

são os dos idealizadores Lamartine

Navarro Jr. e Cicero

Junqueira Franco; dos implementadores

Shigeaki Ueki e Ernesto

Geisel; dos inovadores

Maurilio Biagi, Duvílio Ometto e

Luis Antonio Ribeiro Pinto; das

lideranças em momento de crise

de Werther Annicchino e

João Carlos de Figueiredo Ferraz;

da ousadia de Rubens

Ometto Silveira Melo, e outros.

Desde então, o setor foi liberado

das amarras do Estado, conquistou

o mercado mundial de

açúcar, atingiu competitividade

com a gasolina, a preços de

mercado, e hoje avança célere,

galgando novos patamares de

demanda de etanol, ao ritmo de

3,5 bilhões de litros por ano, só

no mercado interno. Estamos

no limiar de uma nova fase de

enormes transformações. Os

avanços obtidos com pesquisa

e desenvolvimento, que elevaram

o rendimento médio agroindustrial

do Brasil, de 2024

para 6450 litros de álcool hidratado

equivalente, entre 1975 e

2007, devem continuar nas

próximas décadas, com novas

ferramentas de biotecnologia.

Uma das coisas mais valiosas

do setor é o fato de que já é

competitivo com energia de origem

fóssil, mas ainda não está

otimizado. Ainda há muito o que

avançar em produtividade, e em

redução de custos. Os mercados

de energia, líquida e elétrica,

são muito maiores do que

o de açúcar, ou o de alimentos.

O setor sucroalcooleiro do Brasil

qualificou-se nas últimas três

décadas, para chegar à porta

destes imensos mercados, e é

esta enorme demanda que dá

suporte à expansão de oferta,

ao ritmo de 10,7% ao ano, entre

2000 e 2008, sem crise de

preço por excesso de oferta.

A transformação que se inicia

agora é a da entrada de novos

produtores de peso, com enorme

capacidade de alavancagem

financeira, e custos baixos

de capital. Chegou à fase de

instalação de projetos integrados

de produção e logística, em

que são minimizados os custos

fixos unitários, pela administração

conjunta de várias unidades

produtoras. Nesta fase, novos

produtos passam a fazer parte

da cesta de alternativas. Produtos

que já eram conhecidos há

tempos - o fluxograma que o

Jairo Balbo desenvolveu já os

identificava há 20 anos - começam

a ser implementados. Empresas

mundiais como Dow,

Braskem e Solvay investem em

plantas, associadas ou individuais,

para produção de resinas

termoplásticas. Formas inovadoras

de transformação de sacarose

de cana em energia são

exploradas com biotecnologia

de ponta, pela Amyris, em consórcio

com a Crystalsev.

Uma das coisas valiosas do setor é o

fato de que já é competitivo com a

energia fóssil, mas não está otimizado.

Nos últimos trinta anos, foi inegável

o papel do setor em promover

o desenvolvimento descentralizado

no interior. Muitos

viveram ou assistiram à verdadeira

transformação urbana e

social, ocorrida em cidades como

Ribeirão Preto, São José do

Rio Preto, Araçatuba, Presidente

Prudente e Bauru, e que agora

começa a ser replicada no

interior de Minas Gerais, Goiás e

Mato Grosso do Sul. Isso se deu

com o aproveitamento de mão

de obra excedente, de baixa qualificação,

que estava disponível à

época. Agora, começa a ser valorizada

a mão de obra mais especializada:

o filho do boia fria de

ontem é o operador de colhedora

mecanizada de hoje. A produtividade

da mão de obra é

maior, e também a sua renda.

Este setor foi o grande impulsionador

da transferência para o

campo de muitas conquistas trabalhistas

atingidas no meio urbano.

Mas, a transformação

continua, e o setor que desenvolveu

uma ideia local, está se

tornando cada vez mais global.

O Brasil sucroalcooleiro é a

grande referência mundial para

a produção de energia limpa,

renovável e sustentável. Ainda

há imperfeições, mas, no geral,

o que está sendo feito é de excelente

qualidade. O que as famílias

Ometto e Pavan fizeram

ao transformar Pradópolis em

uma referência de desenvolvimento

e os índices de desenvolvimento

humano de Araras e

Orindiúva são a regra e não a

exceção. E ainda há muito o

que fazer. Há muito o que ser

otimizado, trabalhado, estudado

e escrito. Tenho certeza de que

muitas páginas ainda serão escritas

sobre este setor, seus

produtos, subprodutos, tecnologias

e mercados.

Plinio Mário Nastari, presidente

da Datagro. Publicado

originalmente na Revista Opiniões.

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Jornal Paraná


DIA DE CAMPO

Aplicação aérea de defensivos é segura

Evento em Goioerê mostra que técnicas e boas práticas, definidas na

Legislação, eliminam risco de deriva na pulverização por aviões

Asimulação de uma pulverização

aérea, conduzida

em Goioerê, no

Noroeste do Paraná,

comprovou que a adoção de um

conjunto de boas práticas garante

segurança total nessa modalidade

de aplicação de defensivos.

Na ação, a deriva - deslocamento

de gotículas pulverizadas

para fora da faixa-alvo da

aplicação - não chegou a 50 metros:

distância pelo menos cinco

vezes menor que a área de segurança

definida por lei. A demonstração

fez parte do dia de

campo promovido pelo Sindicato

Nacional das Empresas de

Aviação Agrícola (Sindag), com

apoio do Sistema FAEP/SENAR-

PR, além de empresas e entidades

como a Alcopar. Produtores

rurais, representantes do setor

sucroenergético, lideranças e

empresários participaram.

Na demonstração, o avião fez as

aplicações ao longo de uma

faixa de 400 metros de extensão.

Para comprovar as áreas onde

as gotículas efetivamente caíram,

posicionaram-se papelotes

a cada cinco metros, a partir da

faixa de aplicação, até se chegar

a um raio de 100 metros. Para

pulverizar o produto, a aeronave

fez voos rasantes, entre três e

cinco metros de altura, a partir

do topo da cultura.

A análise dos papeis comprovou

que a deposição se concentrou

na faixa de aplicação. A partir de

30 metros desta área, já não se

verificava concentração considerável

do produto. Dos 50 metros

em diante já não havia

vestígios das gotículas pulverizadas.

O índice de deriva verificado

se encontra, com grande

margem, dentro da área de segurança

estabelecida pela Instrução

Normativa (IN) 2/2008,

do Ministério da Agricultura, Pecuária

e Abastecimento (Mapa):

mínimo de 500 metros de cidades

ou de 250 metros de mananciais

e moradias isoladas.

“As boas práticas minimizam os

riscos na aplicação aérea, a

ponto de praticamente eliminálos.

Qualquer pulverização dentro

dessas boas práticas vai ser

completamente segura para a

sociedade”, observou o professor

Ulisses Antuniassi, da Universidade

Estadual Paulista

(Unesp), especialista em aplicação

aérea. Um ponto que chama

a atenção é que a aplicação se

mostrou segura mesmo com a

demonstração tendo sido feita

em condições meteorológicas

adversas. Durante o voo, o vento

chegou a 21 quilômetros por hora,

quando o ideal é inferior a 9

quilômetros por hora. “Se fosse

uma aplicação convencional, o

avião nem teria decolado. Nós fizemos,

por se tratar de uma demonstração.

E ainda com o

vento superior, a deriva ficou

bem abaixo do limite estabelecido”,

disse o professor.

Para a técnica da FAEP Elisangeles

Souza, que monitora temas

diretamente relacionados ao

controle de agroquímicos, o

evento atesta que a pulverização

aérea não implica em riscos ambientais

nem às comunidades

no entorno das propriedades. “A

legislação fala em 250 e em 500

metros, como área de segurança.

Se comprovou que a deriva

ficou em uma área pelo menos

cinco vezes menor”.

O professor Ulisses Antuniassi

destacou que é imprescindível

também adotar boas práticas. A

primeira é a gestão da informação.

O produtor e a empresa

aérea devem fazer um levantamento

do entorno - identificando

eventuais áreas sensíveis e de

segurança - e estabelecer um

mapeamento da aplicação, respeitando

as faixas de segurança.

A segunda é adequar o plano de

aplicação a aspectos meteorológicos,

fazendo a pulverização só

em condições de tempo ideais,

observando a temperatura e a

umidade, além da direção e força

do vento. Tudo isso, levandose

em conta o tipo de produto a

ser aplicado e as especificações

que constam da bula.

O terceiro pilar é a adoção de

técnicas que reduzem a possibilidade

de deriva. A empresa deve

levar em conta a composição da

cauda do avião e a altura do voo

de pulverização, de acordo com

as condições do tempo e do tipo

de lavoura. Entre os aspectos

técnicos, o professor destaca o

ajuste do espectro de gotas, que

dimensiona a espessura das gotículas

que serão pulverizadas.

“Quer reduzir a deriva, tem que

se evitar gotas menores, mais

suscetíveis ao vendo e às condições

atmosféricas. É melhor

optar por gotas médias”, disse.

Segundo o professor, a cada safra,

cerca de 25% das aplicações

de defensivos no Brasil são

feitas por aviões, por isso o tema

merece ser analisado com serenidade

e bom senso, considerando

o tipo de cultura, dimensão

e área em que se encontra a

lavoura, para definir qual o melhor

método de controle de pragas.

A aplicação de defensivos

por meio de aviões é inviável a

pequenas propriedades, mas é

indispensável a plantações extensas,

principalmente soja, algodão,

milho e cana-de-açúcar.

“Em muitas culturas e regiões,

não precisa de aplicação aérea.

Mas em outras, é imprescindível.

Na cana, depois que ela atinge

dois metros, não tem como

fazer aplicação, sem ser pela

plataforma aérea. Mais de 60%

das aplicações em cana adulta

têm que ser feitas por avião”,

ressaltou. “Do ponto de vista

técnico, posso dizer que o controle

químico é seguro. Do ponto

de vista de sociedade, é fundamental

que coexistam técnicas

diferentes, como agricultura orgânica

e controle químico, para

que possam se complementar e

que a gente possa gerar segurança

alimentar para a sociedade”,

apontou.

A técnica da FAEP destacou que

o evento foi mais uma oportunidade

de se disseminar informação

técnica e qualificada, em relação

a um tema que é alvo de

uma série de preconceitos por

parte de segmentos da sociedade.

“É importante a gente trabalhar

com informação segura e

favorecer esse nivelamento de

informação”, disse Elisangeles.

A margem de informações técnicas

e de estudos científicos,

tramita na Assembleia Legislativa

do Paraná (Alep), o Projeto

de Lei (PL) 2/2018, que pretende

proibir a pulverização aérea

em todo o território paranaense.

Em maio, a FAEP e a Agência de

Defesa Agropecuária do Paraná

(Adapar) enviaram a cada parlamentar

estudos e relatórios

técnicos, jurídicos e ambientais,

demonstrando que a aplicação

de defensivos por meio de

aviões é eficiente e fundamental

à agricultura do Paraná e que a

proibição desta atividade seria

inconstitucional. Ainda assim, o

projeto foi aprovado na Comissão

de Constituição e Justiça da

Alep. A propositura se encontra

no âmbito da Comissão de Ecologia,

Meio Ambiente e Proteção

aos Animais e não há previsão

de quando a matéria irá a

plenário.

Jornal Paraná 3


EVENTO

UDT Cana expõe

tecnologias e inovações

Apesar da estiagem, trabalhos mostraram que com capricho e ferramentas

técnicas é possível reduzir os efeitos do estresse hídrico e obter resultados

Mais de 200 engenheiros

agrônomos,

técnicos

agrícolas, gerentes

e diretores das usinas e

destilarias paranaenses participaram

de 12 a 14 de novembro

na Unidade de Difusão

Tecnológica em Cana-de-Açúcar

- UDT Cana Paraná, em Paranavaí,

do Dia de Campo UDT

Cana.

“Era um sonho antigo fazer um

trabalho como o das cooperativas

agrícolas da região reunindo

em um só lugar várias

empresas que atuam no segmento,

mostrando tecnologias

desenvolvidas para a cana-deaçúcar.

A ideia é investir no

crescimento do setor sucroenergético

mostrando opções

de tratamento para melhorar

os resultados no campo e,

consequentemente, na indústria”,

afirmou o coordenador

da unidade, o professor doutor

Anderson Gualberto, do departamento

de Agronomia da

Universidade Estadual de Maringá

(UEM).

A área agrícola de pesquisa e

extensão em cana-de-açúcar é

uma vitrine regional de difusão

tecnológica de conhecimento

e inovação no manejo da cultura,

contendo aproximadamente

12,5 hectares de ensaios

instalados. O objetivo é

desenvolver pesquisas, testar

e validar novas tecnologias,

além de promover a difusão

entre os profissionais das usinas

e destilarias do Paraná.

São conduzidos também ensaios

em parcelas demonstrativas

de empresas parceiras,

mostrando novos tratamentos

e protocolos de defensivos,

fertilizantes e variedades.

“Apesar de nessa primeira edição

do projeto as parcelas de

cana terem sofrido com as longas

estiagens do período, conseguimos

selecionar tratamentos

mostrando que as empresas

têm ótimos produtos que dão

resultado mesmo em situações

desfavoráveis de clima”, disse

Gualberto ressaltando que a

próxima edição do evento já está

sendo preparada para março

ou abril. “Devemos dobrar a

área com a adesão de mais seis

empresas ao projeto”.

Neste primeiro dia de campo

foram apresentados os trabalhos

com melhoramento de

cana do Centro de Tecnologia

Canavieira (CTC), mostrando

desempenho dos materiais da

empresa mais cultivados no

Brasil, com destaque para a

CTC 9001 BT lançado este ano

e CTC 20 BT lançado no ano

passado e que já ocupam 8 mil

hectares plantados no Centro

Sul, sendo mil hectares no Paraná.

Dentre os novos plantios,

a CTC 9001 BT já é a quarta

mais plantada no Paraná e a

terceira mais plantada em São

Paulo, Mato Grosso do Sul e

Minas Gerais.

Segundo pesquisadores do

CTC, a tecnologia tem funcionado

para o controle da broca

com 0,3% de escape no Paraná,

mesmo em ano seco, com

ganhos potenciais de até R$ 2

mil por hectare de acordo com

os índices de infestação de broca

da usina. A empresa deve

lançar nos próximos anos uma

variedade de cana resistente à

seca e outras variedades com a

tecnologia BT e RR (tolerância a

herbicida), além de transformar

variedades de outros programas

de melhoramento, colocando a

tecnologia BT.

Com foco na importância de

caprichar no manejo do canavial,

desde um preparo de solo

eficiente e plantio com mudas

MPB de altos vigor, potencial

genético e sanidade, a Syngenta

trouxe seu portfólio de

produtos, ferramentas e tecnologias

para aumentar a produtividade

do canavial.

Apresentou seu lançamento

para controle de gramíneas e

folhas largas com alta seletividade

e sem fitotoxidade e destacou

a importância de não

perder o “time” de aplicação

Anderson Gualberto:

próximo dia de

campo deve dobrar

de tamanho

4

Jornal Paraná


de inseticidas contra as principais

pragas, ponto ainda mais

importante em anos secos

como o desta safra, para que

não haja redução de produtividade

ou comprometimento da

eficiência da aplicação. Mostrou

ainda a importância do uso

de fungicida, que tem crescido

muito, possibilitando aumentar

a taxa fotossintética e a produtividade

do canavial.

A UPL apresentou seus campos

demonstrativos com sua

linha completa de defensivos e

bioestimulantes além do programa

de proteção com biosoluções,

que oferecem tratamentos

completos desde o

plantio, cana soca, plantio de

muda MPB com polímero hidroabsorvente.

A Bayer também

trouxe seu portfólio de

produtos defensivos contra

pragas, plantas daninhas e fungos.

O maior destaque foi dado

ao controle de broca da cana e

da cigarrinha, pragas que têm

causado enormes prejuízos

aos produtores de cana.

A equipe técnica da Froya Chemical

Solutions mostrou sua

linha de fertilizante organomineral

para aplicações foliares e

no plantio. Trabalhos mostraram

o diferencial dos fertilizantes

à base de aminoácidos,

com aumento do teor de matéria

orgânica do solo e da produtividade

em mais de 10 toneladas

de cana por hectare. Já

nos campos demonstrativos da

FMC os profissionais das usinas

puderam acompanhar os

resultados da linha de produtos

biológicos e químicos da empresa

para controle de pragas,

doenças e plantas daninhas,

além do laboratório móvel itinerante

com foco no manejo do

nematoide.

Os trabalhos da Lam Agroscience

focaram na recuperação

de áreas degradadas através

do aumento das taxas de matéria

orgânica, no perfil do solo,

com turfa (possui de 72% a

93% de matéria orgânica estável).

O produto aumenta o CTC

e a aeração do solo, diminui o

estresse das plantas por veranico,

beneficia os microorganismos

e melhora a qualidade

do solo, retendo mais água e

descompactando o solo. Outros

benefícios são a indução

de raízes do perfilho, com canas

mais vigorosas e menor incidência

de doenças.

Mesmo com o longo período

de estiagem, os resultados foram

visíveis nos campos demonstrativos

da Sanovita onde

foram usados fertilizantes

foliares complementares naturais,

com recuperação mais

rápida do canavial, aumento

do desenvolvimento vegetativo,

do rendimento e da tolerância

a ataque de pragas,

doenças e estresse hídrico, já

que a planta com mais vigor

cria mecanismo de defesa. A

equipe técnica da empresa

mostrou que com a suplementação

especial foi possível

também padronizar e uniformizar

os perfilhos e aumentar

o enraizamento da

cana.

O projeto é do ITAM, Instituto

de Tecnologia Agropecuária de

Maringá, ligado a UEM, é desenvolvido

em parceira com Alcopar

e conta com o apoio de

empresas parceiras.

Jornal Paraná 5


DOIS

PONTOS

Paraguai

O Paraguai se consolida

como o segundo maior fornecedor

de etanol para o

Brasil, atrás apenas dos Estados

Unidos. Dos 84,45

milhões de litros do biocombustível

adquiridos no exterior

em outubro, 21,9 milhões,

ou 26,5%, vieram do

país vizinho. A participação

paraguaia como exportador

do produto ao Brasil cresce

mês a mês. Os paraguaios

têm a vantagem de pertencerem

ao Mercosul e estarem

livres da tarifa de 20%

que pode ser aplicada aos

EUA.

Milho

A fatia da produção de etanol

de milho na oferta total

do biocombustível do País,

entre 4% e 5% atualmente,

deve chegar a 8% em 2020

e atingir até 20% em 2028.

A oferta do biocombustível

do cereal deve superar 2 bilhões

de litros em 2019 e

chegar a 8 bilhões de litros

daqui a nove anos. Mato

Grosso deve se consolidar

como o maior produtor brasileiro

de biocombustível a

partir desse grão. O avanço

acompanhará o aumento da

produção do cereal, de 31

milhões de toneladas na última

safra, para 52,2 milhões

de toneladas em

2028. Mato Grosso tem 12

usinas produtoras de etanol,

sete exclusivamente de cana,

três que usam cana e

milho e duas apenas de

milho e cinco novas usinas

exclusivas de milho serão inauguradas

até 2021, além

de unidades de grupos tradicionais

de cana que devem

ser transformadas para processar

também o grão.

Bioeletricidade

A bioeletricidade tem equilibrado

o valor da conta de energia.

De janeiro a setembro, a

geração de energia a partir do

bagaço e da palha da cana

para o Sistema Interligado Nacional

foi de 16.583 GWh,

sendo que 84% dessa produção

aconteceram no período

mais seco e crítico para o setor

elétrico, entre maio a novembro,

quando a bandeira tarifária

esteve amarela ou vermelha,

mostrando como é estratégica

esta energia renovável, sustentável

e não intermitente para o

Em setembro, dados da Agência

Nacional do Petróleo, Gás

Natural e Biocombustíveis

(ANP) indicam o maior consumo

de etanol hidratado em

2019 – 1,87 bilhão de litros,

crescimento de 4,1% em relação

ao mesmo período de

2018. O aumento se reflete na

participação do etanol na matriz

de combustíveis do ciclo

Etanol

sistema elétrico brasileiro. Em

2018, os consumidores pagaram

R$ 6,9 bilhões a mais nas

contas de luz, referente ao

acionamento das bandeiras tarifárias,

número que chega a

R$ 2 bilhões até setembro

deste ano. Apenas 15% do potencial

da bioeletricidade da

cana é aproveitado podendo

gerar quase 7 vezes a oferta

atual, o que representaria atender

30% do consumo de energia

elétrica no Brasil e uma

conta mais barata para o consumidor

final.

Otto (frota de veículos de passeio

e carga leve), que atingiu

48,2% em 2019.Trata-se do

maior valor desde 2009,

quando o índice atingiu 48,4%,

no período de janeiro a setembro.

No acumulado do ano, a

expansão do volume atinge

22,8% em comparação a

2018, superando 16,3 bilhões

de litros de etanol.

Energia

Sem poder vender sua energia excedente no mercado

livre, a Cogen (entidade que reúne os setores de biomassa,

gás natural e outras fontes) estima uma perda

de aproximadamente R$ 1 bilhão por safra para as usinas

de álcool e açúcar. As empresas não estão sendo

remuneradas pela geração adicional, segundo Newton

Duarte, presidente da entidade, que solicitou ao Ministério

de Minas e Energia a ampliação do total comercializado

no mercado livre. De acordo com Duarte, as

usinas têm condições de produzir energia excedente,

mas, estão inibidas de investir.

Índia

A Índia tem a intenção de

aderir à mistura de 10% de

etanol na gasolina (E10) até

2023. Para tanto, a produção

terá que ser fortemente

incentivada, a ponto de dobrar

de volume. Este ano, os

produtores indianos devem

disponibilizar 2,4 bilhões de

litros de etanol combustível

no mercado interno, atingindo

5,8% de mistura na

gasolina. Para efetivar os

10% de participação seriam

necessários 5 bilhões de litros

de biocombustível. A

adoção do E10 no país tem

ligação direta com o mercado

de açúcar. A Índia tornou-se

o maior produtor do

mundo, com 32,9 milhões

de toneladas de açúcar na

safra 2018/19. Como a

cana é fonte de renda para

mais de 35 milhões de produtores

rurais, o governo

local tem adotado uma política

de preços mínimos e

subsídios à exportação para

dar vazão ao excedente, distorcendo

o mercado internacional

da commodity. Potencialmente,

a mistura de

10% de etanol na gasolina

possibilitaria a retirada de 4

milhões de toneladas de

açúcar do mercado internacional.

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Jornal Paraná


VIVE

Santa Terezinha busca melhoria continua

Visando diferenciar suas operações e produtos através de um empreendimento sustentável,

usina participa do Programa Vive e obteve o Vive Claim Level desde a primeira tentativa

ASanta Terezinha, uma

das maiores produtoras

de açúcar no Brasil,

sendo a maior produtora

do Estado do Paraná,

mais uma vez atingiu o VIVE

Claim Level em todas as suas

unidades participantes do VIVE.

Este é um contínuo programa

de voluntariado, sustentabilidade

e melhoria para as cadeias

de fornecimento de ingredientes,

abrangendo todas as operações

e atividades para os produtores

até os usuários finais

que têm um impacto na sustentabilidade.

Visando diferenciar suas operações

e produtos através de um

empreendimento sustentável,

as unidades de Tapejara, Terra

Rica e Paranacity e suas fazendas

fornecedoras participam do

Programa Vive desde abril de

2016.

A Santa Terezinha obteve o Vive

Claim Level desde a sua primeira

tentativa, abraçando o conceito

de melhoria continua e assim

aumentando as notas dos

pilares das Fazendas e Instalações

Industriais ano a ano em

todas as suas unidades participantes.

Na auditoria de 2018, as três

usinas participantes novamente

obtiveram o Vive Claim Level,

atingindo uma nota média de

94% nas Instalações Industriais,

e 89% nas Fazendas. Pode

se destacar os resultados

atingidos nos pilares de Instalações

Industriais, Lavoura e Rastreabilidade.

Gerando melhorias em diversas

áreas da empresa, a Santa Terezinha

realizou diversas mudanças,

incluindo: a criação de um

plano de proteção do solo, instalação

de alarmes de incêndio

adicionais, e a implementação

de um plano de redução de

agroquímicos.

“Nós fizemos a parceria com o

Programa VIVE em reconhecimento

à sua habilidade em conduzir

melhorias continuas e

proporcionar um valor comercial

tangível ao nosso negócio.

Implementando as melhores

práticas, nós já fizemos diversas

mudanças importantes em

nossas usinas e fazendas participantes,

criando benefícios

globais no meio-ambiente, no

âmbito social e econômico, e

mais importante, para as comnidades

locais que vivem ao

redor e são empregadas por

nós. Os benefícios da nossa

participação não param por

aqui, além disso, o alcance internacional

do VIVE também

nos ajudou em estabelecer relações

importantes com os clientes

finais de açúcar bruto sustentável

ao redor do mundo”,

afirmou o diretor Comercial da

Santa Terezinha, Moacir Meneguetti.

Exportando 100% da sua produção,

a Santa Terezinha solidamente

se estabeleceu como

um fornecedor líder de açúcar

bruto sustentável para as refinarias

autônomas do mundo.

Mais que isso, com sua significativa

escala e o impressionante

desempenho atual no

VIVE, a trajetória contínua no

VIVE promete ser muito proveitosa.

Em 2018, as três

usinas participantes

atingiram uma nota

média de 94% nas

Instalações Industriais

e 89% nas Fazendas

Jornal Paraná 7


MEIO AMBIENTE

Semeando o Verde mobiliza 1.500

alunos e professores

Realizado pela Santa Terezinha, projeto de educação socioambiental

promove atividades pedagógicas, culturais e plantio de árvores

Contribuir com o desenvolvimento

da

consciência ambiental

é o objetivo do Semeando

o Verde que, desde

2012, leva a educação sustentável

para alunos de escolas da

rede pública municipal de ensino.

Neste ano, o projeto beneficia

cerca de 1.500 estudantes

do 4º ano e educadores de 25

escolas em 10 municípios do

Paraná e Mato Grosso do Sul.

Durante os meses de outubro e

novembro, alunos e professores

estarão envolvidos em atividades

que englobam palestras

educativas, concursos culturais

com premiação e plantio

de mudas de árvores nativas e

frutíferas.

Realizado pela Usina Santa Terezinha

em parceria com secretarias

municipais de educação,

IAP (Instituto Ambiental do Paraná)

e Emater (Instituto Paranaense

de Assistência Técnica

e Extensão Rural), a 8° edição

do Semeando o Verde traz uma

novidade: o Concurso Cultural

focado no gênero textual Histórias

em Quadrinhos. As crianças

puderam mostrar a criatividade

por meio do tema “A minha,

a sua e a nossa atitude

pode contribuir com um futuro

sustentável”.

gião previamente definida. As

premiações contemplarão os

vencedores do 1° lugar com tablets

e passeios ecológicos. Já

as escolas vencedoras receberão

uma Smart TV 40”.

A primeira semente para o projeto

foi plantada em 2005, na

Unidade Ivaté, com a realização

do evento chamado Festa

Anual das Árvores. A partir de

2012, passou a se chamar Semeando

o Verde e foi disseminado

para todas as unidades

produtivas da Usina Santa Terezinha.

Em oito anos de atividade,

o Semeando o Verde já

plantou mais de 230 mil mudas

de árvores, contribuindo com a

recuperação de áreas de reflorestamento

e envolvendo mais

de 36 mil crianças em ações

educativas com temáticas ambientais.

Neste ano, o Semeando o Verde

foi certificado com o Selo

ODS (Objetivos de Desenvolvimento

Sustentável), concedido

pelo Sesi (Serviço Social da Indústria)

do Paraná em reconhecimento

aos projetos que contribuem

para o alcance das metas

de sustentabilidade estipuladas

pela ONU (Organização

das Nações Unidas). O projeto

também já havia sido reconhecido

pelas edições 2012 a

2015 do Selo ODM (Objetivos

de Desenvolvimento do Milênio)

e pela edição 2017 e 2018

do Selo ODS.

Em oito anos

foram plantadas

mais de 230

mil mudas

Neste ano, a premiação do

concurso será feita por escola.

Os alunos que desenvolverem

as melhores histórias em quadrinhos,

e também seus respectivos

professores orientadores,

receberão prêmios determinados

por fases: a) Fase Escola:

alunos e seus professores

orientadores b) Fase Regional:

escola vencedora por re-

8

Jornal Paraná

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