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OPINIÃO<br />
A nova política de preços de combustíveis<br />
Esta não traz qualquer grande inovação, mas é um passo importante para se<br />
ter um regime de concorrência plena no mercado de derivados de petróleo<br />
BOLÍVAR ROCHA (*)<br />
A política de preços anunciada<br />
pela Petrobras não traz<br />
qualquer grande inovação, mas<br />
não é, por isso, menos importante.<br />
Embora a liberdade de<br />
preços tenha sido instituída pela<br />
Lei do Petróleo há quase 20<br />
anos, o Brasil ainda não conheceu<br />
um regime de concorrência<br />
plena no mercado de derivados;<br />
a política anunciada é um<br />
passo importante nesse sentido.<br />
A novidade do novo regime é<br />
a frequência dos reajustes; preços<br />
serão revistos em periodicidade<br />
no máximo mensal.<br />
Segundo Pedro Parente, presidente<br />
da companhia, aumentos<br />
e reduções de preços pela Petrobras<br />
não deveriam ser notícia.<br />
É um desejo sensato, tanto<br />
mais que no Brasil os preços de<br />
refinaria não representam mais<br />
que um terço do preço da bomba.<br />
Tributos e as margens de<br />
comercialização compõem o<br />
restante.<br />
Gestões anteriores da Petrobras<br />
invocavam a preocupação<br />
em evitar a volatilidade excessiva<br />
para justificar a manutenção,<br />
por períodos prolongados,<br />
de preços marcadamente descasados<br />
do mercado internacional.<br />
Essa prática é agora<br />
enterrada e isso é saudável. A<br />
própria União, quando controlava<br />
formalmente os preços,<br />
adotava alinhamento automático<br />
ao mercado internacional.<br />
Não cabe à Petrobras,<br />
mas ao Poder Executivo,<br />
perseguir objetivos<br />
de política pública,<br />
como estabilidade<br />
ou modicidade<br />
de preços. A interferência<br />
indevida do governo<br />
nos preços<br />
praticados causou<br />
prejuízos à Petrobras,<br />
a seus acionistas<br />
e à indústria do<br />
etanol e representa a<br />
lição sobre o que não fazer.<br />
Antes da Lei do Petróleo, a interferência<br />
tinha amparo legal e<br />
gerava um crédito da Petrobras<br />
perante o Tesouro, cujo saldo<br />
final foi objeto de um bilionário<br />
acerto de contas em 2001. Mas<br />
já não há conta petróleo, nem<br />
base legal para ressarcimento<br />
pelo Erário: o prejuízo é irreversível.<br />
Esses danos estão na origem<br />
de uma leva sem precedentes<br />
de ações judiciais e processos<br />
administrativos para apurar responsabilidades<br />
e obter reparação.<br />
Relatório recente do GT<br />
Energia e Combustíveis do Ministério<br />
Público Federal reúne<br />
numerosos elementos que corroboram<br />
a acusação de interferência<br />
indevida.<br />
Outros países da região,<br />
Chile à frente, adotaram mecanismos<br />
voltados a atenuar a<br />
volatilidade de preços, que incluem<br />
a definição de uma<br />
banda desejável de preços e o<br />
uso de recursos de um colchão<br />
formado em momentos<br />
de preços internacionais mais<br />
baixos. Entre nós, a Contribuição<br />
de Intervenção no Domínio<br />
Econômico (Cide) que incide<br />
sobre os combustíveis<br />
poderia fazer esse papel.<br />
A interferência indevida do<br />
governo nos preços praticados<br />
pela Petrobras causou prejuízos<br />
históricos à companhia, acionistas<br />
e à indústria do etanol<br />
Se o governo deseja<br />
alcançar modicidade<br />
de preços de derivados<br />
básicos deve<br />
usar os instrumentos<br />
legais adequados,<br />
que incluem a<br />
política tributária e a<br />
eventual submissão<br />
ao Congresso Nacional<br />
de proposta<br />
de subsídios cruzados<br />
na estrutura de<br />
preços, mediante recomendação<br />
do Conselho Nacional<br />
de Política Energética.<br />
Os limites do que a Petrobras<br />
poderá fazer em matéria<br />
de preços são ditados pela legislação<br />
antitruste; a companhia<br />
não poderá praticar reduções<br />
tópicas de preços como<br />
forma de sufocar importações<br />
por concorrentes. No passado,<br />
a política de preços da companhia<br />
já foi questionada no<br />
Cade e resistiu.<br />
A Petrobras não tem sequer<br />
a obrigação de assegurar o<br />
abastecimento do mercado nacional<br />
embora, é claro, hipotética<br />
situação de desabastecimento<br />
seria desastrosa para<br />
a companhia. O governo tem a<br />
prerrogativa e o dever de lidar<br />
com preocupações relacionadas<br />
a abastecimento por meio<br />
do Sistema Nacional de Estoques<br />
de Combustíveis, previsto<br />
em legislação em vigor (e dormente)<br />
há 25 anos.<br />
Quando foi concebida a Lei<br />
do Petróleo, os poderes Executivo<br />
e Legislativo poderiam<br />
ter procedido à cisão da Petrobras<br />
em vários agentes econômicos,<br />
que passariam a competir<br />
entre si. Esta não foi a escolha<br />
da lei, mas sim o gradualismo.<br />
A marcante dominação<br />
que a Petrobras exerce<br />
nos mercados em que atua no<br />
Brasil condiciona e inibe decisões<br />
comerciais e de investimento<br />
de eventuais concorrentes<br />
e explica porque esse<br />
gradualismo já dura quase 20<br />
anos.<br />
O Conselho Nacional de Política<br />
Energética foi criado pela<br />
Lei do Petróleo para propor medidas<br />
aptas a assegurar os objetivos<br />
da política energética no<br />
país, que incluem a promoção<br />
da livre concorrência e a proteção<br />
dos interesses do consumidor.<br />
Está na hora de o CNPE<br />
exercer com mais desenvoltura<br />
suas atribuições legais.<br />
No regime de liberdade de<br />
preços, a Petrobras não está<br />
obrigada a adotar uma política<br />
de preços transparente. No entanto,<br />
convém que o faça, não<br />
apenas como forma de atrair<br />
parceiros para seu parque de<br />
refino, mas principalmente para<br />
proteger o valor de suas ações,<br />
como demonstram as reações<br />
positivas ao anúncio da nova<br />
política.<br />
(*) Bolívar Moura Rocha é<br />
advogado e integrou o governo<br />
federal.<br />
2<br />
<strong>Novembro</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
CENÁRIO<br />
Maior diálogo com governo<br />
melhora perspectivas<br />
Devem ser agendadas, no primeiro trimestre de 2017, audiências públicas com<br />
representantes do setor para planejar a matriz energética desejável<br />
MARLY AIRES<br />
Uma participação<br />
mais efetiva de representantes<br />
do governo<br />
federal nos eventos<br />
realizados recentemente pelo<br />
setor sucroenergético - sobre<br />
mercado, tendências e outros<br />
temas relacionados ao segmento<br />
-, mostram uma maior<br />
aproximação do governo com<br />
o setor, segundo o presidente<br />
da Alcopar, Miguel Rubens<br />
Tranin. E a própria decisão do<br />
governo de não interferir mais<br />
nos preços dos combustíveis<br />
e da Petrobras de alterar os<br />
preços da gasolina e óleo diesel<br />
conforme oscilações do<br />
valor pago pelo petróleo no<br />
mercado internacional, já vem<br />
ao encontro dos anseios do<br />
setor, sendo esta uma reivindicação<br />
antiga.<br />
O presidente da Alcopar foi<br />
um dos palestrantes da 16ª<br />
Conferência Internacional Datagro<br />
sobre Açúcar e Etanol,<br />
realizada nos dias 17 e 18 de<br />
outubro, no Grand Hyatt, em<br />
São Paulo. Ele falou sobre<br />
Com a perspectiva de melhora<br />
do mercado internacional<br />
de açúcar e consequente recuperação<br />
do setor, os bancos<br />
estão voltando a oferecer linhas<br />
de crédito para as usinas,<br />
afirma o presidente da Alcopar,<br />
Miguel Tranin. O problema é o<br />
nível de endividamento do setor.<br />
Citando dados apresentados<br />
nos eventos, Tranin diz<br />
que apenas um terço das usinas<br />
brasileiras tem acesso<br />
pleno a esses recursos, por<br />
estarem mais estruturadas.<br />
Outro um terço tem acesso limitado,<br />
devido às dificuldades<br />
“Competitividade - O que é<br />
preciso para que o setor volte<br />
a investir”. Também no dia 9<br />
de novembro atuou como moderador<br />
no 9º Congresso Nacional<br />
de Bioenergia, promovido<br />
pela UDOP (União dos<br />
Produtores de Bioenergia),<br />
nos dias 9 e 10 de novembro,<br />
em Araçatuba (SP), focando<br />
o tema “Estruturação<br />
de financiamentos, programas<br />
de investimento e oportunidades<br />
para o setor de<br />
bioenergia”.<br />
Crédito x endividamento<br />
econômicas que enfrenta e um<br />
terço não tem qualquer acesso<br />
a esses recursos.<br />
Uma das linhas interessantes<br />
de financiamentos disponíveis<br />
no mercado, cita Tranin, é<br />
a de Certificado de Recebíveis<br />
do Agronegócio (CRA), que<br />
são títulos de crédito nominativos,<br />
de livre negociação, emitidos<br />
exclusivamente por companhias<br />
securitizadoras registradas<br />
na Comissão de Valores<br />
Mobiliários e representativos<br />
de promessa de pagamento<br />
em dinheiro. “Cerca de 80%<br />
Tranin foi um dos palestrantes da 16ª Conferência Internacional Datagro<br />
Representantes da União<br />
presentes a esses eventos,<br />
comenta Tranin, afirmaram<br />
que o governo federal vai<br />
abrir um diálogo com o setor<br />
sucroenergético sobre políticas<br />
de incentivo aos biocombustíveis<br />
e que tudo que vem<br />
sendo discutido pelo setor<br />
será levado a Brasília para<br />
apreciação. "O governo tem<br />
procurado dialogar com o<br />
segmento e a sociedade",<br />
disse o secretário executivo<br />
do Ministério de Minas e<br />
dos produtores norte-americanos<br />
utilizam essa modalidade<br />
de crédito”, afirma.<br />
Tranin também cita que recuperar<br />
a produtividade, através,<br />
principalmente, da renovação<br />
dos canaviais é a<br />
grande base para fortalecimento<br />
do setor e para aumento<br />
da produção. “Todas as<br />
palestras abordando tecnologia,<br />
biotecnologia e melhoramento<br />
genético, entre outras,<br />
focaram na necessidade de reformar<br />
as lavouras de cana”,<br />
diz.<br />
Energia, Paulo Pedrosa.<br />
Outro ponto fundamental<br />
para o setor, a previsibilidade,<br />
o planejamento da matriz<br />
energética no longo prazo,<br />
apontado por Tranin como<br />
básico para que os empresários<br />
voltem a investir e impulsionar<br />
a produção de combustíveis<br />
renováveis, também<br />
pode começar a ser discutido<br />
em breve. Segundo Tranin,<br />
por indução do engenheiro<br />
Márcio Félix, secretário de Petróleo,<br />
Gás Natural e Combustíveis<br />
Renováveis do Ministério<br />
de Minas e Energia,<br />
devem ser agendadas no primeiro<br />
trimestre de 2017 audiências<br />
públicas com representantes<br />
do setor para<br />
planejamento da matriz energética<br />
desejável. “O objetivo<br />
é dar uma visão de futuro dos<br />
próximos 10 anos, garantindo<br />
retorno aos investimentos<br />
com maior previsibilidade e<br />
sustentação econômica e financeira”,<br />
afirma.<br />
Por outro lado, apesar de<br />
negativa, a queda na produção<br />
de cana-de-açúcar no<br />
Brasil e consequentemente,<br />
de açúcar, foi também o que<br />
possibilitou a recuperação<br />
antecipada dos preços da<br />
commodity no mercado internacional.<br />
O déficit mundial do<br />
produto estava previsto para<br />
ocorrer mais para frente. E<br />
ainda deve prolongar o cenário<br />
positivo por um período<br />
mais longo, três anos. “Mas<br />
há a preocupação de, se os<br />
preços subirem muito, estimular<br />
o aumento da produção<br />
de outros países como<br />
da Tailândia, gerando novo<br />
ciclo negativo”, afirma o presidente<br />
da Alcopar.<br />
Tranin comenta ainda que o<br />
ciclo atual de preços altos para<br />
o açúcar é bastante consistente,<br />
o que tem levado a uma<br />
forte demanda por equipamentos<br />
para fábrica de açúcar no<br />
Brasil. “Considerando o que já<br />
foi contratado para os próximos<br />
dois anos, isso significará<br />
de 3 a 4 milhões de toneladas<br />
de açúcar a mais na produção<br />
brasileira”, conclui.<br />
4<br />
<strong>Novembro</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
SAÚDE<br />
Usina Bandeirantes conscientiza<br />
sobre Outubro Rosa<br />
Várias ações foram realizadas<br />
para marcar a data e motivar as<br />
mulheres a se cuidarem, fazendo<br />
exames periodicamente<br />
Ocâncer de mama é<br />
o tipo de câncer<br />
mais comum entre<br />
as mulheres no Brasil<br />
e no mundo, depois do de<br />
pele, respondendo por 25%<br />
dos casos novos a cada ano.<br />
As chances de tratamento e<br />
cura são ampliadas significativamente<br />
se o problema for<br />
detectado no início.<br />
Com o objetivo de prevenir<br />
e orientar as mulheres para a<br />
importância do autoexame e<br />
de se fazer a mamografia regularmente,<br />
é que a Usina de<br />
Açúcar e Álcool Bandeirantes,<br />
localizada na cidade com o<br />
mesmo nome, realizou durante<br />
o mês de outubro uma<br />
campanha em atenção ao<br />
Outubro Rosa, que também<br />
visa à prevenção do câncer<br />
de colo do útero, segundo<br />
Mariana Fonseca, dos Recursos<br />
Humanos.<br />
No dia 21, o Departamento<br />
de RH e colaboradoras do<br />
setor administrativo da usina<br />
entregaram um kit e panfletos<br />
informativos para todas as<br />
colaboradoras da Usina Bandeirantes<br />
em todas as frentes<br />
de trabalho, tanto no campo<br />
quanto na indústria. Neste<br />
dia, as mulheres que trabalham<br />
na indústria e no setor<br />
administrativo vestiram-se de<br />
rosa e registraram o momento<br />
através de uma fotografia.<br />
O RH ainda publicou, através<br />
do setor de Comunicação<br />
Interna - via email e mural impresso<br />
-, uma homenagem<br />
relatando o motivo da campanha<br />
e contendo diversas<br />
selfies enviadas pelas próprias<br />
colaboradoras da empresa.<br />
<strong>Novembro</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 5
COMEMORAÇÃO<br />
Consecana-PR chega<br />
a sua 200ª reunião<br />
Foi criado para organizar a comercialização do setor e regular o mercado,<br />
servindo de referência para a livre negociação<br />
MARLY AIRES<br />
No dia 27 de outubro<br />
último, os representantes<br />
dos produtores<br />
e da indústria de<br />
cana-de-açúcar do <strong>Paraná</strong> se<br />
reuniram para definir os valores<br />
de referência da tonelada<br />
de cana básica para o próximo<br />
mês e comemorar a<br />
200ª reunião do Consecana-<br />
PR (Conselho dos Produtores<br />
de Cana-de-Açúcar, Açúcar e<br />
Álcool do Estado do <strong>Paraná</strong>).<br />
Desde que foi criado em<br />
2000, já são 17 anos-safra<br />
de trabalho. Com a saída do<br />
governo na safra 1998/99,<br />
após a extinção do IAA (Instituto<br />
do Álcool e do Açúcar),<br />
era necessário organizar a<br />
comercialização do setor e<br />
regular o mercado, dando um<br />
preço referência para a livre<br />
negociação das partes.<br />
Seguindo o modelo adotado<br />
pelo Consecana de São<br />
Paulo, o preço da cana para o<br />
período seguinte passou a ser<br />
decidido em conjunto por<br />
produtores e indústrias paranaenses,<br />
com base nos valores<br />
de comercialização dos<br />
derivados, no mix de comercialização,<br />
nos preços do<br />
ATR de cada produto e no<br />
preço médio do ATR do mês.<br />
Com o passar dos anos, o<br />
conselho do <strong>Paraná</strong> fez uma<br />
série de adaptações e aprimoramentos,<br />
adequando à<br />
sua realidade. Atualmente, os<br />
parâmetros definidos pelo<br />
Consecana-PR servem de referência<br />
para comercialização<br />
de mais de 80% da safra,<br />
com exceção das cooperativas,<br />
que adotam um sistema<br />
próprio.<br />
“É vital a atuação do Consecana<br />
balizando os preços que<br />
podem ser praticados na<br />
compra e venda da matériaprima.<br />
Este regula o mercado<br />
e dá segurança aos contratos<br />
no longo prazo, estabelecendo<br />
de forma clara como serão<br />
definidos os preços, dentro de<br />
uma metodologia do conselho”,<br />
afirma Ana Thereza da<br />
Costa Ribeiro, presidente do<br />
Consecana-PR e do Sindicato<br />
Rural de Porecatu.<br />
Presidente e<br />
vice-presidente<br />
se alternam no<br />
comando, sendo<br />
um representante<br />
da indústria e<br />
outro dos<br />
produtores<br />
de cana<br />
Preço justo<br />
Para o diretor da Dacalda e<br />
vice-presidente do Consecana-PR,<br />
Paulo Roberto Misquevis,<br />
que participa do conselho<br />
desde a fundação, este<br />
é fundamental para estabelecer<br />
o preço justo nas negociações,<br />
dando paridade<br />
de preços, valores bases à<br />
indústria e aos produtores,<br />
sem prejuízo para nenhum<br />
dos lados.<br />
“Sem o Consecana-PR<br />
faltaria referência e haveria<br />
desorganização do mercado”,<br />
diz. O vice-presidente<br />
cita que commodities como<br />
a soja e o açúcar têm referência<br />
na bolsa de produtos.<br />
Mas o etanol e a cana não<br />
têm.<br />
“O Consecana-PR foi criado<br />
para suprir a necessidade<br />
de referência para realizar a<br />
comercialização com maior<br />
tranquilidade e transparência<br />
nas relações de negócios<br />
entre os produtores e a indústria”,<br />
complementa.<br />
Todos conhecem e discutem<br />
o comportamento de<br />
preços e mercados, chegando<br />
a um consenso e facilitando<br />
as negociações. Tanto<br />
a indústria quanto os produtores<br />
são parceiros ao enfrentarem<br />
as altas e baixas<br />
do mercado de açúcar e etanol,<br />
com o valor da cana<br />
acompanhando essas oscilações.<br />
“Chega-se a um valor<br />
mais justo”, finaliza.<br />
6<br />
<strong>Novembro</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
Consenso é diferencial<br />
Conselho trabalha com transparência, regras e critérios<br />
claros na definição dos valores usados nas transações<br />
comerciais, estruturando a cadeia produtiva<br />
Para executar o trabalho, a<br />
Universidade Federal do <strong>Paraná</strong><br />
(UFPR) tem acesso a<br />
todo mapa de comercialização<br />
de álcool e açúcar das indústrias,<br />
e de forma independente,<br />
calcula uma média, que<br />
serve de base para estabelecer<br />
o preço da cana, além de<br />
municiar os membros do<br />
Consecana-PR com informações<br />
sobre os valores de referências<br />
dos produtos no<br />
mês, acumulados até o mês e<br />
projetados para o ano safra.<br />
Esse trabalho é coordenado<br />
pelo engenheiro agrônomo e<br />
economista José Roberto<br />
Canziani, e pela professora<br />
doutora Vânia Di Addario Guimarães,<br />
ambos do Departamento<br />
de Economia Rural e<br />
Extensão da UFPR.<br />
As reuniões dos 12 membros<br />
do Consecana-PR são<br />
mensais. O conselho é paritário,<br />
com seis representantes<br />
dos produtores indicados pela<br />
Faep (Federação da Agricultura<br />
do <strong>Paraná</strong>), normalmente presidentes<br />
de Sindicatos Rurais,<br />
e seis representantes da indústria,<br />
indicados pela Alcopar,<br />
além de seis suplentes de cada<br />
setor. A dupla que coordena os<br />
trabalhos, também com um representante<br />
de cada segmento,<br />
é eleita por dois anos<br />
sendo que cada um assume a<br />
presidência por um ano.<br />
Intermediando as negociações<br />
diretas entre indústrias<br />
sucroenergéticas e fornecedores<br />
de cana-de-açúcar, o<br />
Consecana-PR utiliza uma<br />
metodologia de pagamento da<br />
matéria-prima que hoje é modelo<br />
para outros setores.<br />
Seu diferencial é a transparência,<br />
com regras e critérios<br />
claros na definição dos valores<br />
que servem de referência<br />
para a livre negociação, além<br />
de estruturar a cadeia produtiva.<br />
Todos conhecem e discutem<br />
o comportamento de<br />
preços e mercados, chegando<br />
a um consenso que contempla<br />
os interesses dos dois<br />
lados.<br />
Os encontros são mensais e contam com a<br />
participação de 12 membros, além de convidados<br />
<strong>Novembro</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 7
FUTURO<br />
Caminho é buscar<br />
eficiência e mudar<br />
A economia será de uso intensivo de ativos, sem ociosidade, e o negócio<br />
de produção de cana-de-açúcar em 2030 será muito diferente do atual<br />
MARLY AIRES<br />
ocorrendo<br />
uma transformação<br />
na relação<br />
entre oferta “Está<br />
e demanda. As usinas terão<br />
que se antecipar às novidades<br />
se quiserem sobreviver”. A<br />
afirmação é do economista da<br />
Faculdade de Economia, Administração<br />
e Contabilidade de<br />
Ribeirão Preto (FEA/RP) da<br />
Universidade de São Paulo<br />
(USP), Marcos Fava Neves,<br />
que esteve em Maringá, dia 27<br />
de outubro, falando sobre “Eficiência<br />
- adaptando-se a nova<br />
realidade”, dentro do projeto<br />
Caminhos da Cana.<br />
Para o economista, tem<br />
que haver um choque de eficiência<br />
e o uso de ativo ser<br />
mais racional. “As coisas mudaram<br />
e nós não estamos<br />
conseguindo acompanhar.<br />
Vamos partir para uma economia<br />
de uso intensivo de ativos,<br />
sem ociosidade. O negócio<br />
de produção de canade-açúcar<br />
em 2030 será<br />
muito diferente do atual”,<br />
disse, ressaltando que, para<br />
começar, o setor tem que<br />
“buscar eficiência e cortar as<br />
gorduras para ter resultado<br />
mesmo em períodos difíceis”.<br />
“O produtor vai olhar a cana<br />
em 2030 como quem olha<br />
hoje o orelhão e dizer: ‘olha o<br />
que fazíamos em <strong>2016</strong>’. Se<br />
não tiver vontade de entender<br />
as mudanças, não vai participar”,<br />
alertou.<br />
Fava Neves comentou que<br />
a ocupação de área de canade-açúcar<br />
se dará por metro<br />
quadrado e que é preciso<br />
romper o conceito de delimitação<br />
de fronteira que existe.<br />
“A máquina terá de passar de<br />
uma propriedade para a outra<br />
e ser comandada remotamente”,<br />
exemplificou citando<br />
ainda que a expansão da produção<br />
se dará principalmente<br />
via genética, com aumento de<br />
produtividade.<br />
O economista também destacou<br />
que será preciso fortalecer<br />
as associações, sindicatos<br />
rurais, cooperativas e<br />
suas regiões. “Tem que se<br />
associar. Sozinho não se conquista<br />
nada. Tem que participar<br />
e fortalecer o grupo.<br />
Chega de omissão”, afirmou.<br />
Outro ponto citado foi o investimento<br />
necessário em<br />
técnicas agrícolas, adequação<br />
de variedades ao ambiente,<br />
inovações, tratos culturais<br />
e colheita para o aumento<br />
de produtividade e<br />
qualidade. E isso com redução<br />
dos custos de produção,<br />
fato possível com a melhora<br />
das compras, das atividades<br />
e do uso dos ativos, do aumento<br />
de produtividade e do<br />
compartilhar (vizinhar), entre<br />
outros.<br />
Com mudanças importantes<br />
que ocorrem no mundo, como<br />
as proibições crescentes aos<br />
combustíveis fósseis, a resistência<br />
ao açúcar e a tendência<br />
de uso de veículos coletivos,<br />
Fava Neves destacou as possibilidades<br />
que surgem com<br />
os novos produtos feitos a<br />
partir da cana-de-açúcar: bioquerosene,<br />
biodiesel, plástico<br />
verde e bagaço (para geração<br />
de energia), dentre outros.<br />
O economista<br />
Marcos Fava<br />
Neves falou<br />
sobre o assunto<br />
em evento<br />
em Maringá<br />
Usina gera desenvolvimento<br />
O economista da FEA/USP,<br />
de Ribeirão Preto, Marcos<br />
Fava Neves, destacou ainda<br />
em sua palestra que não tem<br />
outra coisa melhor para desenvolver<br />
pequenos municípios<br />
do que implantar um a<br />
usina. Citando o exemplo de<br />
Quirinópolis (GO), disse que<br />
a instalação de duas usinas<br />
no município, em 2005, fez<br />
com que dobrasse o número<br />
de empregos gerados de<br />
uma média de pouco mais<br />
de 4 mil para quase 11 mil<br />
em 2011.<br />
Da mesma forma, o total<br />
de ICMS arrecadado saiu de<br />
uma média de R$ 7,8 milhões<br />
a R$ 10,2 milhões<br />
para R$ 24,8 milhões, e o<br />
número de empresa de 988<br />
para 3.324. Também dobrou<br />
a renda per capita e quase<br />
triplicou o salário médio, aumentando<br />
a população de<br />
37,6 mil habitantes para<br />
43,3 mil.<br />
Outro exemplo citado, a<br />
Usina Aroeira, em Tupaciguara<br />
(MG), “se tornou um<br />
modelo de geração e distribuição<br />
de renda”, afirmou.<br />
Gera 700 empregos e com<br />
a moagem de 1,36 milhão<br />
de toneladas de cana, gera<br />
R$ 18 milhões em salários<br />
que são investidos na<br />
região, R$ 20 milhões em<br />
impostos, e compra outros<br />
R$ 30 milhões em produtos,<br />
movimentando fornecedores.<br />
8<br />
<strong>Novembro</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
INDÚSTRIA<br />
Destilaria São Tomé não<br />
vai operar na safra 2017/18<br />
Plantio e tratos culturais das lavouras continuam e toda cana produzida<br />
pelos parceiros será moída pelas unidades Tapejara e Rondon<br />
MARLY AIRES<br />
Para a safra 2017/18,<br />
a Usina Santa Terezinha<br />
suspendeu as<br />
atividades de moagem<br />
de cana-de-açúcar da<br />
Destilaria São Tomé, localizada<br />
no município com o<br />
mesmo nome, no <strong>Paraná</strong>.<br />
Toda a matéria-prima disponível<br />
dessa unidade será processada<br />
nas indústrias da<br />
empresa localizadas em Tapejara<br />
e Rondon, que ficam<br />
próximas, segundo informou<br />
o Conselho de Administração<br />
da Santa Terezinha, no início<br />
de novembro, através de nota<br />
de esclarecimento divulgada<br />
à imprensa.<br />
“Serão mantidos e respeitados<br />
os contratos junto aos<br />
seus parceiros da área agrícola.<br />
As atividades de plantio,<br />
tratos culturais e demais continuarão<br />
ocorrendo normalmente<br />
na referida filial, uma<br />
vez que se vislumbra a retomada<br />
da moagem no futuro”,<br />
diz a nota.<br />
Em seu comunicado, a empresa<br />
afirmou que “a presente<br />
medida se deve às bruscas<br />
alterações de mercado, que<br />
têm afetado de diversas maneiras<br />
a produção de açúcar<br />
versus etanol”. Esta medida é<br />
prevista para vigorar durante<br />
o exercício de 2017. No final<br />
da nota, é ressaltado que<br />
“caso o mercado sofra novas<br />
alterações, o grupo estudará<br />
a retomada da moagem na<br />
unidade, a qual permanecerá<br />
em stand by por igual período”.<br />
O Conselho de Administração<br />
da usina ainda apontou<br />
no comunicado que “aos colaboradores<br />
da Unidade São<br />
Tomé será oportunizado,<br />
também, o remanejamento<br />
para as demais unidades, no<br />
sentido de minimizar, ao máximo,<br />
impactos econômicos<br />
e sociais”.<br />
A safra <strong>2016</strong>/17 na unidade<br />
foi encerrada no dia 2 de novembro.<br />
A destilaria tem capacidade<br />
para esmagar 1<br />
milhão de toneladas de cana<br />
por safra e gera 1 mil empregos<br />
diretos.<br />
A indústria foi construída<br />
em 1982 por um grupo de<br />
empresários da região que<br />
se uniu para formar uma<br />
cooperativa agrícola: a Coanto.<br />
Vários anos após a<br />
fundação, a destilaria foi<br />
vendida para a Cocamar<br />
Cooperativa Agroindustrial,<br />
que a manteve até 2006.<br />
Neste ano, em pleno período<br />
de expansão do setor sucroenergético,<br />
a Santa Terezinha<br />
comprou a indústria, integrando-a<br />
ao grupo.<br />
Santa Terezinha é a sexta maior do País<br />
Indústria foi<br />
adquirida em<br />
2006, em<br />
pleno período<br />
de expansão<br />
do setor<br />
sucroenergético<br />
Sexta maior empresa do setor<br />
de açúcar e álcool do País<br />
e a maior do segmento do<br />
agronegócio do Sul do Brasil,<br />
a Usina Santa Terezinha, atualmente,<br />
é composta pelo corporativo<br />
e o terminal logístico<br />
- em Maringá, o terminal rodoferroviário<br />
em Paranaguá, e<br />
onzes unidades produtivas -<br />
Iguatemi, Paranacity, Tapejara,<br />
Ivaté, Terra Rica, São Tomé,<br />
Cidade Gaúcha, Rondon,<br />
Umuarama (Costa Bioenergia)<br />
e Moreira Sales (Usina<br />
Goioerê) - no <strong>Paraná</strong>, e Usina<br />
Rio <strong>Paraná</strong> - no Mato Grosso<br />
do Sul.<br />
Também é sócia da PASA -<br />
<strong>Paraná</strong> Operações Portuárias,<br />
terminal de armazenagem e<br />
exportação de açúcar em Paranaguá;<br />
da CPA Armazéns<br />
Gerais, terminal de armazenagem<br />
e transbordo de líquidos<br />
e a granel, em Sarandi; da Álcool<br />
do <strong>Paraná</strong>, que administra<br />
o terminal público de exportação<br />
de etanol; e da CPLPAR,<br />
companhia constituída para<br />
construir o poliduto, visando<br />
escoar a produção de etanol<br />
do Estado até o Porto de Paranaguá,<br />
entre outros investimentos.<br />
A empresa conta com<br />
mais de 16 mil colaboradores<br />
nos setores agrícola, industrial<br />
e administrativo, se<br />
posicionando como a 5ª colocada<br />
no ranking que aponta<br />
as empresas com o maior<br />
número de empregados diretos<br />
do agronegócio no<br />
Brasil.<br />
Na safra 2015/16, a usina<br />
esmagou cerca de 16,3 milhões<br />
de toneladas de cana,<br />
produzindo 1,55 milhão de<br />
toneladas de açúcar - na sua<br />
totalidade destinadas à exportação<br />
-, 408 milhões de<br />
litros de etanol e 579 megawatts/hora<br />
de bioeletricidade,<br />
para consumo interno e comercialização<br />
na rede de<br />
transmissão de energia elétrica.<br />
10<br />
<strong>Novembro</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
CUIDADOS<br />
Outubro Rosa é lembrado<br />
na Santa Terezinha<br />
Como é feito há anos, todas as unidades da<br />
usina realizaram ações de orientação e prevenção<br />
do câncer de mama e colo de útero<br />
DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />
Comprometida com o<br />
movimento internacional<br />
Outubro Rosa,<br />
a Usina Santa Terezinha<br />
promove, anualmente,<br />
em todas as suas unidades<br />
produtivas, corporativo e logística,<br />
diversas ações para a<br />
prevenção do câncer de mama<br />
e colo de útero. O objetivo<br />
é o fortalecimento do rastreamento<br />
e diagnóstico precoce,<br />
já que as doenças, se descobertas<br />
no início, têm chances<br />
de cura muito maiores.<br />
No Corporativo, em Maringá<br />
(PR), cerca de 70 mulheres<br />
participaram das atividades,<br />
em parceria com a Unimed,<br />
que esteve na Associação dos<br />
Funcionários da Usina com a<br />
van cor de rosa do “Circula<br />
Saúde”. Assistiram à palestra,<br />
tiraram dúvidas sobre sintomas,<br />
tratamentos e medidas<br />
preventivas, e participaram de<br />
ginástica laboral. Também<br />
passaram por mini atendimentos<br />
de psicologia e nutrição e<br />
realizaram exames de pressão<br />
arterial e glicemia com profissionais<br />
de saúde da usina.<br />
As colaboradoras do Terminal<br />
Logístico, em Maringá, assistiram<br />
palestra sobre a prevenção<br />
do câncer de mama e<br />
de colo de útero, participaram<br />
do sorteio de brindes e de um<br />
café da manhã.<br />
Em Rondon, 120 colaboradoras<br />
de todos os setores receberam<br />
orientações e as visitas<br />
foram acompanhadas<br />
pelo médico da unidade, Rafael<br />
Curioni, que enfatizou a<br />
importância da mamografia<br />
preventiva. Em Paranacity, o<br />
Outubro Rosa teve ações de<br />
saúde preventiva e de beleza,<br />
com um bate-papo sobre prevenção,<br />
palestra sobre autoestima<br />
e aulas de automaquiagem.<br />
Em Terra Rica, foram realizadas<br />
palestras sobre saúde e<br />
prevenção nas frentes de trabalho<br />
com as colaboradoras<br />
rurículas. Em parceria com a<br />
Unipar (Universidade Paranaense),<br />
por meio do Prove<br />
(Programa de Valorização da<br />
Educação), os colaboradores<br />
da Indústria, Mecânica e Administrativo<br />
receberam orientações,<br />
fizeram medição de<br />
glicemia e aferição de pressão<br />
arterial com os acadêmicos<br />
dos cursos de Farmácia e<br />
Curso Superior de Tecnologia<br />
em Estética e Cosmética.<br />
As colaboradoras começaram<br />
o dia em São Tomé com<br />
a palestra ‘Prevenção é a melhor<br />
solução’, com a ginecologista<br />
Ana Claudia Martins. Em<br />
seguida, a colaboradora e psicóloga<br />
Ana Lúcia Pintinha<br />
falou sobre saúde mental -<br />
‘Mulher contemporânea e doenças<br />
psicossomáticas’.<br />
Em Tapejara foram distribuídos<br />
materiais informativos e<br />
os veículos da empresa foram<br />
adesivados para reforçar a<br />
lembrança da data. Em Eldorado<br />
(MS), na Usina Rio <strong>Paraná</strong>,<br />
as atividades foram realizadas<br />
em parceria com a Secretaria<br />
Municipal de Saúde e<br />
a Rede Feminina de Combate<br />
ao Câncer. Teve palestra com<br />
a enfermeira da prefeitura sobre<br />
a importância do autoexame,<br />
mamografia e da realização<br />
do exame clínico anualmente.<br />
Na Unidade Ivaté, as palestras<br />
sobre a prevenção foram<br />
ministradas por universitários<br />
do curso de Enfermagem da<br />
Unipar. Em Iguatemi, colaboradoras<br />
que trabalham na lavoura<br />
também receberam orientações<br />
e materiais informativos<br />
durante o trajeto até as frentes<br />
de trabalho. Para as mulheres<br />
do Administrativo e da Indústria<br />
o tema foi discutido durante as<br />
reuniões de PPR (Programa de<br />
Participação nos Resultados)<br />
da empresa.<br />
12<br />
<strong>Novembro</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
ESPECIAL<br />
Usina Jacarezinho faz 70 anos<br />
Uma das principais geradoras de emprego, renda e impostos, impulsiona a<br />
economia da região, movimenta os demais setores e gera qualidade de vida<br />
MARLY AIRES<br />
Fundada há 70 anos,<br />
em 1946, a Usina Jacarezinho,<br />
localizada<br />
no município com o<br />
mesmo nome no Norte do<br />
<strong>Paraná</strong>, se tornou uma das<br />
principais geradoras de emprego,<br />
renda e impostos no<br />
município. É a usina que impulsiona<br />
a economia local e<br />
regional, movimentando os<br />
demais setores e promovendo<br />
melhora de qualidade de<br />
vida à comunidade. Em média<br />
são gerados 1.350 empregos<br />
diretos e 450 indiretos.<br />
No mesmo ano também foi<br />
criada a empresa Companhia<br />
Canavieira de Jacarezinho,<br />
que é responsável pelo fornecimento<br />
de cana-de-açúcar<br />
para a usina. Mas a indústria<br />
só entrou em funcionamento<br />
em 1949, tempo necessário<br />
para a construção da estrutura<br />
e plantio da matériaprima.<br />
Dentro de suas metas de expansão<br />
e melhoria contínua de<br />
seu parque industrial e produtos,<br />
a Usina Jacarezinho vem<br />
investindo há anos na aquisição<br />
de vários equipamentos<br />
que aumentam a capacidade<br />
de moagem da usina, sua rentabilidade,<br />
permitem maior variação<br />
do mix de produção e<br />
aprimoram os processos, resultando<br />
em produtos de qualidade<br />
ainda melhor.<br />
Os investimentos que possibilitaram<br />
uma maior diversificação<br />
de produtos da usina<br />
tiveram início em 2015, com a<br />
Mais recentemente, em<br />
2011, foi criado o Grupo Maringá,<br />
que surgiu a partir da<br />
cisão da Companhia Melhoramentos<br />
Norte do <strong>Paraná</strong>.<br />
Além da Usina e da Canavieira,<br />
o grupo é composto<br />
pela Maringá Ferro-Liga S/A<br />
(setor de siderurgia), sendo<br />
controladas por uma Companhia<br />
Holding denominada<br />
São Eutiquiano Participações<br />
S/A.<br />
A capacidade atual de esmagamento<br />
da Usina Jacarezinho<br />
é de 2,5 milhões de<br />
toneladas de cana, isso corresponde<br />
a moagem diária de<br />
13 mil toneladas e produção<br />
de 22 mil sacas de açúcar e<br />
500 mil litros de etanol. O volume<br />
moído vem num crescimento<br />
contínuo desde a safra<br />
2008/09, quando foram processados<br />
1,266 milhão,<br />
mesmo com a crise financeira<br />
mundial e as dificuldades<br />
enfrentadas pelo setor<br />
no Brasil. A única exceção<br />
foi o da safra 2011/12,<br />
quando houve um pequeno<br />
recuo devido às condições<br />
climáticas.<br />
Para a safra <strong>2016</strong>/17, em<br />
instalação de uma peneira molecular<br />
com capacidade de<br />
produção diária de 500 mil litros<br />
de etanol anidro (combustível<br />
que é adicionado à gasolina).<br />
Este sistema de desidratação<br />
de etanol é o que há de<br />
mais moderno no mundo. A<br />
planta industrial é totalmente<br />
automatizada e resulta em um<br />
produto final de alto padrão de<br />
qualidade, chegando a um<br />
grau alcoólico acima de<br />
99,9%.<br />
Expectativa é moer 2,45 milhões de toneladas de cana de açúcar<br />
andamento, a expectativa é<br />
fechar com 2,45 milhões de<br />
toneladas, afirma o gerente<br />
industrial Paulo Augusto da<br />
Silva, volume bem próximo a<br />
capacidade da usina. Com<br />
isso devem ser produzidos<br />
80,3 milhões de litros de etanol<br />
e 3,6 milhões de sacos<br />
(de 50 kg) de açúcar. Para a<br />
safra 2017/18 a usina está<br />
trabalhando com números<br />
bem próximos ao desta safra.<br />
A comercialização do açúcar<br />
e do etanol nos mercados<br />
interno e externo é efetuada<br />
pela Copersucar, Cooperativa<br />
dos Produtores de Cana,<br />
Açúcar e Etanol do Estado de<br />
São Paulo, da qual a usina é<br />
Melhorias são contínuas<br />
Com isso, na safra 2015/16<br />
foram produzidos 45,2 milhões<br />
de litros de etanol anidro<br />
e 37,7 milhões de litros<br />
de hidratado (combustível<br />
que abastece diretamente os<br />
veículos), totalizamos 82,9<br />
milhões de litros. Para a safra<br />
em andamento estão previstos<br />
80,3 milhões de litros,<br />
sendo que 53% deste volume<br />
serão de anidro.<br />
Em <strong>2016</strong> foi adquirido o<br />
quarto redutor TorqMax, dando<br />
assim mais eficiência e estabilidade<br />
de moagem, com disponibilidade<br />
industrial da ordem<br />
de 99%, o que coloca a Usina<br />
Jacarezinho entre as melhores<br />
do Brasil, neste indicador.<br />
Está sendo implantado também<br />
o sistema de sulfitação do<br />
açúcar, que possibilitará a produção<br />
de açúcar branco,<br />
acrescentando mais um produto<br />
ao portfólio da usina.<br />
Sempre com o intuito de atender<br />
às normas ambientais, serão<br />
instalados ainda mais três<br />
lavadores de gases nas chaminés<br />
das caldeiras.<br />
Segundo o diretor corporativo,<br />
Eduardo Lambiasi, a Usina<br />
Jacarezinho tem buscado,<br />
de forma intensiva, reduzir<br />
seus custos de produção e<br />
aprimorar a qualidade, pontos<br />
cooperada desde 1968. “A<br />
maior parte da produção de<br />
açúcar é destinada à exportação”,<br />
ressalta o gerente<br />
Administrativo/Financeiro,<br />
José Carlos Fagnani. Com<br />
seis tanques e seis armazéns,<br />
a usina tem capacidade<br />
para armazenar 45 milhões<br />
de litros de etanol e 100 mil<br />
toneladas de açúcar.<br />
fundamentais para se ter<br />
competitividade no cenário<br />
atual, tido como extremamente<br />
desafiador. “Fazemos<br />
isso através da melhoria dos<br />
processos, do aprimoramento<br />
da manutenção industrial e<br />
agrícola, nos tratos culturais,<br />
no plantio e no aumento da<br />
escala de produção”, afirma<br />
Lambiasi, destacando que<br />
desde 2011, a usina aumentou<br />
em 800 mil toneladas a<br />
moagem. “Outro aspecto importante<br />
é a diversificação das<br />
fontes de receita, sempre visando<br />
um portfólio mais rentável”,<br />
ressalta.<br />
<strong>Novembro</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 13
ESPECIAL<br />
Investimentos no campo<br />
Visando melhorar o aproveitamento da<br />
capacidade industrial, a usina implantou<br />
o setor de qualidade agrícola em 2015<br />
Ao contrário do que ocorre<br />
na maior parte das usinas brasileiras,<br />
as renovações das lavouras<br />
de cana-de-açúcar têm<br />
sido realizadas dentro do percentual<br />
ideal na Usina Jacarezinho,<br />
de forma a obter uma<br />
idade e produtividade adequadas,<br />
dentro de um equilíbrio de<br />
custo e resultados.<br />
Segundo o gerente Agrícola,<br />
Valter Sticanella, dos 28,6 mil<br />
hectares cultivados na área da<br />
usina, nos municípios de Jacarezinho,<br />
Cambará, Santo Antônio<br />
da Platina, Ourinhos, Salto<br />
Grande, Ibirarema, Palmital e<br />
outros, a Companhia Canavieira<br />
de Jacarezinho é responsável<br />
pela produção e fornecimento<br />
de aproximadamente<br />
50% da matéria-prima, plantando<br />
13 mil hectares.<br />
A busca constante por novas<br />
formas de gestão do trabalho<br />
e a adoção de novas tecnologias<br />
resultaram na implantação<br />
do sistema de piloto automático,<br />
que monitora o canavial<br />
com exatidão e reduz os erros<br />
na colheita mecanizada, que já<br />
atinge 90% da área total. Também,<br />
o plantio mecanizado já<br />
chega a 90% nas áreas próprias<br />
e arrendadas e estão<br />
sendo adquiridos três colhedoras,<br />
quatro tratores, oito caminhões,<br />
seis transbordos e<br />
10 carretas canavieiras para a<br />
próxima safra.<br />
Visando melhorar o aproveitamento<br />
da capacidade industrial,<br />
a Usina Jacarezinho<br />
implantou o setor de qualidade<br />
agrícola em 2015. Com os estudos<br />
de viabilidade técnica e<br />
econômica na performance<br />
agrícola, medindo diariamente<br />
as perdas, pisoteio e outros índices,<br />
buscou sincronizar os<br />
dois setores e atender aos requisitos<br />
de qualidade do canavial<br />
de um modo geral.<br />
Sticanella ressalta ainda o<br />
cuidado com a escolha de variedades,<br />
buscando sempre<br />
materiais cada vez mais produtivos,<br />
através de convênios<br />
com a Ridesa, CTC e IAC.<br />
Todas as áreas próprias já possuem<br />
a carta de solo que visa<br />
a locação da variedade pelo<br />
ambiente de produção, além<br />
Inclusão e oportunidades<br />
Renovação dos canaviais segue ritmo normal<br />
de determinar todo manejo, as<br />
operações agrícolas e fertilização.<br />
“Incentivamos ainda nossos<br />
fornecedores a desenvolver<br />
o plantio de cana através<br />
de fomento e variedades de<br />
alto rendimento”, finaliza.<br />
Em defesa dos direitos das<br />
pessoas com deficiência, a<br />
usina mantém há dez anos o<br />
projeto de inclusão social que,<br />
além de gerar emprego, proporciona<br />
conhecimentos e habilidades<br />
especificamente associados<br />
à ocupação, com<br />
formação profissional e qualificação<br />
para o trabalho.<br />
Há quatro anos, também firmou<br />
um convênio com as<br />
Apaes de Jacarezinho, Santo<br />
Antônio da Platina, Cambará e<br />
Chavantes, promovendo diversas<br />
ações com o propósito de<br />
oferecer um trabalho a essas<br />
pessoas e proporcionar o direito<br />
ao exercício da cidadania. Além<br />
disso, de maneira criativa, a<br />
empresa cumpre, desde 2006,<br />
com os requisitos definidos na<br />
legislação, segundo Cláudia de<br />
Oliveira Calegari, supervisora de<br />
Recursos Humanos.<br />
“Com essa parceria com as<br />
APAEs, criando ocupações<br />
destinadas especificamente às<br />
Da direita para esquerda:<br />
José Carlos Fagnani,<br />
gerente Administrativo<br />
Financeiro, Rogério<br />
Procópio Jardim Gomes<br />
Braga, gerente<br />
Corporativo de Recursos<br />
Humanos e Cláudia de<br />
Oliveira Calegari,<br />
supervisora de Recursos<br />
Humanos, receberam<br />
o Prêmio Master<br />
Cana Social 2014<br />
pela empresa<br />
pessoas com deficiência, que<br />
não teriam acesso aos empregos<br />
comuns, oferecemos à<br />
comunidade algo que de fato<br />
assegura a essas pessoas o<br />
pleno exercício de seus direitos<br />
básicos, inclusive os direitos à<br />
educação, saúde, trabalho, lazer,<br />
bem estar pessoal, social<br />
e econômico”, afirma Cláudia.<br />
A iniciativa ainda oferece a esses<br />
colaboradores a formação<br />
de hábitos e atitudes de trabalho,<br />
como pontualidade, respeito,<br />
segurança, responsabilidade,<br />
condutas socialmente<br />
aceitas, sendo esses comportamentos<br />
desenvolvidos no dia<br />
a dia de trabalho.<br />
“Dessa maneira, a pessoa<br />
enfrenta melhor as necessidades<br />
da vida e do mercado de<br />
trabalho, desenvolvendo a autoconfiança<br />
e realização pessoal<br />
formada no conhecimento<br />
da realidade, valores e expressões<br />
culturais. O ser humano<br />
se realiza plenamente quando<br />
se torna produtivo no contexto<br />
em que vive”, diz Cláudia.<br />
Todas as hortaliças e legumes<br />
produzidos pelos colaboradores<br />
são vendidos nas cidades<br />
e os valores resultantes revertidos<br />
para a manutenção do<br />
projeto, reposição de insumos<br />
e ferramentas utilizados: arames,<br />
sementes, catracas para<br />
arame liso, sombrites para horta,<br />
regadores e outros. Na<br />
maioria das cidades, as atividades<br />
são autossustentáveis.<br />
“O objetivo fundamental alcançado<br />
por esse projeto é o<br />
de priorizar a inclusão social,<br />
ampliando as oportunidades<br />
de trabalho para as pessoas<br />
com deficiência e proporcionando<br />
a elas o acesso ao trabalho,<br />
à renda, desenvolvimento<br />
profissional e conscientização<br />
da sociedade”, ressalta.<br />
Atualmente, a empresa conta<br />
com 54 pessoas com deficiência,<br />
sendo que 18 fazem<br />
parte do convênio firmado<br />
junto às APAEs da região. Considerando<br />
familiares diretos,<br />
são beneficiados aproximadamente<br />
120 pessoas. “Mais importante<br />
do que a quantidade<br />
atingida é o fato que as pessoas<br />
beneficiadas estão dentre as<br />
mais fragilizadas e menos favorecidas<br />
na sociedade brasileira,<br />
daí os bons resultados e o reconhecimento<br />
obtido”, comenta<br />
a supervisora. Em 2013, a<br />
Câmara Municipal de Chavantes<br />
registrou uma “Moção de<br />
Agradecimentos” pelo projeto e<br />
em 2014, a usina recebeu o<br />
prêmio Master Cana Social.<br />
14 <strong>Novembro</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
Meio ambiente preservado<br />
Entre as ações adotadas estão o uso responsável dos recursos naturais,<br />
valorização das melhores práticas agrícolas, industriais e trabalhistas<br />
A Usina Jacarezinho está inserida<br />
no modelo de gestão<br />
de sustentabilidade da Copersucar.<br />
Isso tem possibilitado<br />
atender prontamente às exigentes<br />
cláusulas e padrões do<br />
mercado global, com produtos<br />
de alta qualidade e ecologicamente<br />
sustentáveis. Entre<br />
as práticas da usina estão<br />
ações relacionadas à sustentabilidade,<br />
com o uso responsável<br />
dos recursos naturais,<br />
valorização das melhores práticas<br />
agrícolas, industriais e<br />
trabalhistas na produção.<br />
A usina atende aos padrões<br />
norte-americanos e japoneses<br />
para exportar o etanol (EPA-<br />
Environment Protection Agency)<br />
e está em fase de certificação<br />
do CARB (California Air<br />
Resources Board). Também<br />
concluiu em <strong>2016</strong> o registro<br />
de todas suas áreas no CAR<br />
(Cadastro Ambiental Rural) e<br />
está atendendo as exigências<br />
Dentro da política da qualidade<br />
e sustentabilidade econômica,<br />
social e ambiental,<br />
todas as empresas do Grupo<br />
Maringá são certificadas pela<br />
ISO 9001/2008 e auditadas<br />
pela KPMG. Para a gestão estratégica<br />
da empresa, e uma<br />
visão integrada de todos os<br />
do Código Florestal.<br />
Dentro do projeto de florestamento,<br />
a usina plantou aproximadamente<br />
250 mil mudas<br />
de espécies nativas da região,<br />
formando 108 hectares de<br />
matas. E visando a inclusão<br />
da comunidade, desenvolve<br />
trabalhos de conscientização<br />
e respeito ao meio ambiente<br />
com alunos de escolas da<br />
rede pública.<br />
Desde 2014, toda cana-deaçúcar<br />
colhida no estado de<br />
São Paulo é feita de forma totalmente<br />
mecanizada e crua. E no<br />
<strong>Paraná</strong>, a usina vem reduzindo<br />
a queima de cana em percentual<br />
acima do exigido pela lei,<br />
sendo que na safra <strong>2016</strong>/17 já<br />
colheu mecanicamente em<br />
torno de 90% do total.<br />
“Estamos ainda investindo<br />
em melhorias na estrutura de<br />
combate a incêndios com<br />
novos caminhões, equipamentos,<br />
inspetoria territorial<br />
e treinamentos”, afirma a gerente<br />
da Qualidade/Segurança,<br />
Márcia Raquel Câmara<br />
Gusi.<br />
Nas frentes de trabalho no<br />
processos, são utilizadas algumas<br />
metodologias: BSC<br />
(Balanced Score Card), Programa<br />
5’S e Auditorias (Segurança<br />
do Trabalho, NBR<br />
17.505, ISO 17025, Copersucar,<br />
Assessorias Técnicas). E<br />
na busca por melhoria contínua,<br />
está em fase de implantação<br />
a NBR ISO 22000, Bonsucro<br />
e OHSAS 18001.<br />
Segundo o gerente Administrativo/Financeiro,<br />
José<br />
Carlos Fagnani, a empresa<br />
prima pela satisfação de seus<br />
clientes, fornecendo produtos<br />
de qualidade, a custos com-<br />
Fundada em 1946, sempre foi uma das principais empresas do município.<br />
Atualmente são gerados 1.350 empregos diretos e 450 indiretos<br />
campo são utilizados ônibus<br />
equipados com áreas de vivência,<br />
sanitários, água potável<br />
refrigerada, mesas e banquetas<br />
para refeições, e nas<br />
áreas mecanizadas, carretas<br />
transformadas em áreas de<br />
vivência, acrescenta.<br />
Sustentabilidade como princípio<br />
petitivos, com segurança total,<br />
qualidade de vida aos colaboradores<br />
e respeito ao<br />
meio ambiente.<br />
Para garantir que os trabalhadores<br />
diretos e indiretos<br />
tenham qualidade de vida no<br />
trabalho, a Usina Jacarezinho<br />
adotou uma Política de Qualidade<br />
e Segurança do Trabalho<br />
Integrada. Para isso, implantou<br />
os Serviços Especializados<br />
em Segurança e Saúde<br />
do Trabalhador (SESTR),<br />
destinados ao desenvolvimento<br />
de ações técnicas, integradas<br />
às práticas de gestão<br />
de segurança, saúde e<br />
meio ambiente do trabalho.<br />
Usina está<br />
atendendo as<br />
exigências do<br />
Código Florestal<br />
A equipe multiprofissional<br />
do SESTR é integrada por<br />
médico, enfermeiro, engenheiro<br />
de segurança, técnico<br />
de segurança e em enfermagem,<br />
fisioterapeuta, dentista,<br />
professor de educação física<br />
e analista de meio ambiente.<br />
Destacam-se os trabalhos<br />
desenvolvidos com a CIPA/<br />
CIPATR, Brigada de Emergência,<br />
OPI (Observação para<br />
Prevenção de Incidentes),<br />
Diálogos de Segurança e<br />
Campanhas de Prevenção:<br />
Cuidados com as Mãos, Direção<br />
Defensiva, Outubro<br />
Rosa, <strong>Novembro</strong> Azul, Vacinação<br />
H1N1, Hipertensão,<br />
Diabetes e Doenças DST.<br />
Também é realizada a Semana<br />
Interna de Prevenção de<br />
Acidentes, orientando os colaboradores<br />
e terceiros quanto<br />
à segurança no trabalho e<br />
saúde.<br />
<strong>Novembro</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 15
ESPECIAL<br />
De olho no futuro, usina<br />
investe em seu pessoal<br />
Cursos e treinamentos garantiram<br />
um salto em qualidade quanto ao<br />
rendimento do trabalho e na<br />
qualidade de vida do colaborador<br />
Consciente da necessidade<br />
de preparar e investir<br />
em seu quadro pessoal, no<br />
período de 2011 a 2015, a<br />
Usina Jacarezinho ofereceu<br />
mais de 179,5 mil horas de<br />
cursos e treinamentos de<br />
capacitação a seus colaboradores.<br />
Isso garantiu um<br />
salto em qualidade quanto<br />
ao rendimento do trabalho e<br />
na qualidade de vida do colaborador.<br />
Segundo Condurme Aizzo,<br />
diretor de operações sucroenergéticas<br />
da usina, em tempos<br />
difíceis na economia, a<br />
empresa identificou a necessidade<br />
de qualificar ainda<br />
mais seu capital humano,<br />
com foco no desenvolvimento,<br />
iniciando pelo fortalecimento<br />
das políticas de recursos<br />
humanos. “Olhamos<br />
para a crise como um momento<br />
de mudança, onde fica<br />
evidente a necessidade de<br />
preparar e capacitar a mão de<br />
obra”, afirma.<br />
Com foco nas lideranças, a<br />
empresa investiu em treinamentos<br />
e coaching. “Apesar<br />
de contarmos com um time<br />
excelente, todos aderiram à<br />
ideia para continuar inovando,<br />
o que resultou em um novo<br />
recorde de produção e diversificação<br />
dos produtos da<br />
empresa”, finaliza Aizzo.<br />
Desde 2014, o setor de recursos<br />
humanos desenvolve<br />
a Política de Gestão de Desempenho<br />
e de Treinamento e<br />
Desenvolvimento, com o objetivo<br />
de valorizar os colaboradores,<br />
fazer a gestão de<br />
talentos e manter na empresa<br />
a mão de obra capacitada,<br />
afirma Rogério Procópio Jardim<br />
Braga, gerente Corporativo<br />
de Recursos Humanos.<br />
Os colaboradores têm seu<br />
desempenho avaliado periodicamente<br />
e com base nos resultados,<br />
é estabelecido um<br />
plano de desenvolvimento individual,<br />
que serve como matéria-prima<br />
para a gestão de<br />
talentos e para determinar as<br />
ações de treinamento e desenvolvimento.<br />
O Grupo Maringá fornece<br />
ajuda de custo ou bolsas de<br />
estudo para eventos e treinamentos<br />
visando o cumprimento<br />
das funções atuais do<br />
colaborador ou futuras atividades<br />
e projetos ligados ao<br />
negócio. “Temos excelentes<br />
índices de aproveitamento interno.<br />
Nos últimos três anos,<br />
31,53% do efetivo foram promovidos<br />
e houve uma redução<br />
das demissões por<br />
iniciativa do empregado de<br />
4,37%, em 2014, para<br />
2,08%, até setembro <strong>2016</strong>”,<br />
cita Braga.<br />
Pesquisa sobre<br />
engajamento da<br />
equipe avaliou o<br />
comprometimento<br />
de todos<br />
Programa de excelência<br />
Em <strong>2016</strong> foi criado um<br />
programa de excelência dentro<br />
do Grupo Maringá, capacitando<br />
81 colaboradores,<br />
sendo que 37 são da Usina<br />
Jacarezinho. O trabalho foi<br />
conduzido por um comitê<br />
composto pelas áreas de<br />
Controladoria, RH, Qualidade<br />
e Gerentes Administrativos,<br />
que buscaram direcionar<br />
multiplicadores para que<br />
usem as técnicas, conceitos<br />
e suporte do programa como<br />
meio para atingirem os<br />
objetivos de suas atividades,<br />
sem desviar de suas funções<br />
básicas.<br />
“A experiência foi muito<br />
produtiva e serviu como um<br />
veículo motivacional. Houve<br />
uma maior identificação entre<br />
os membros da equipe e<br />
pode se estabelecer uma<br />
parceria de trabalho, uma<br />
troca de posições e lugares,<br />
trazendo como resultado<br />
uma melhor integração”,<br />
afirma Adriano Bertoldo, gerente<br />
Corporativo de Controladoria.<br />
Segundo Rogério Procópio<br />
Gomes Braga, gerente<br />
Corporativo de Recursos<br />
Humanos, outra oportunidade<br />
de desenvolvimento na<br />
empresa foi a pesquisa de<br />
engajamento do Grupo Maringá,<br />
ocorrida em outubro,<br />
com 80% dos colaboradores.<br />
O objetivo foi atrelar o<br />
desempenho das pessoas<br />
na organização ao negócio<br />
da empresa.<br />
“A pesquisa foi elaborada<br />
através do conceito de ‘engajamento’,<br />
avaliando o<br />
quanto as pessoas querem e<br />
de fato agem para contribuir<br />
para o sucesso da organização”,<br />
afirma, esclarecendo<br />
que “engajamento é o nível<br />
de comprometimento emocional<br />
e intelectual de um indivíduo,<br />
que resulta em um<br />
comportamento direcionado<br />
para resultados”.<br />
A pesquisa foi pautada<br />
em três pontos: 1) o quanto<br />
as pessoas falam positivamente<br />
sobre a organização<br />
para os colegas de trabalho,<br />
potenciais colaboradores<br />
e clientes; 2) o quanto<br />
as pessoas têm um intenso<br />
desejo de fazer parte como<br />
membro da organização; e<br />
3) o quanto as pessoas<br />
mostram esforço extra e<br />
engajamento nas atitudes,<br />
contribuindo para o sucesso<br />
do negócio.<br />
16<br />
<strong>Novembro</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
DOCE EQULÍBRIO<br />
É importante fazer<br />
escolhas conscientes<br />
Nutrólogo orienta que o caminho para uma vida saudável é a reeducação alimentar<br />
e busca por alimentos nutritivos sem, necessariamente, excluir algum ítem<br />
DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />
Não é de hoje que alguns<br />
alimentos são<br />
classificados como<br />
heróis ou vilões da<br />
saúde. Essa classificação reflete<br />
em uma série de dietas<br />
da “moda”, muitas delas altamente<br />
restritivas, que dominam<br />
o mercado da beleza e<br />
nutrição. No último dia 16 de<br />
outubro comemorou-se o Dia<br />
Mundial da Saúde, que teve<br />
início em 1981 com o objetivo<br />
de conscientizar as pessoas<br />
sobre nutrição saudável.<br />
Mais do que nunca é necessário<br />
ter cautela ao escolher<br />
uma forma de se alimentar.<br />
Em longo prazo, regimes muito<br />
limitados trazem consequências<br />
negativas ao organismo.<br />
O melhor caminho para<br />
uma vida saudável é a reeducação<br />
alimentar e a busca<br />
por escolhas saudáveis sem,<br />
necessariamente, excluir um<br />
nutriente.<br />
Segundo o cardiologista e<br />
nutrólogo do Instituto Dante<br />
Pazzanese de Cardiologia, Daniel<br />
Magnoni, as pessoas estão<br />
mudando os comportamentos<br />
alimentares e estabelecendo<br />
uma relação inadequada<br />
com a comida. “É o que<br />
chamo de terrorismo nutricional,<br />
ou seja, a busca por um<br />
corpo em forma ultrapassa os<br />
limites de saúde”.<br />
O especialista diz que são<br />
regimes extremos que não<br />
tem conexão com o estilo de<br />
vida das pessoas. “É preciso<br />
lembrar que nenhum alimento<br />
isoladamente é responsável<br />
por engordar ou desenvolver<br />
algum tipo de doença. Estar<br />
com o corpo desejado significa<br />
também ser saudável.<br />
Nesse sentido, o segredo está<br />
no equilíbrio do consumo, seja<br />
qual for o grupo alimentar”,<br />
explica.<br />
Uma alimentação restritiva,<br />
alerta, reflete a desconexão<br />
com a comida, além do risco<br />
de desenvolver a ortorexia.<br />
Parecida com transtornos como<br />
a bulimia e a anorexia, é o<br />
estado no qual a pessoa lê rótulos<br />
o tempo inteiro e se limita<br />
em alimentar-se somente<br />
segundo certos preceitos. Por<br />
exemplo, se o “vilão” do momento<br />
é o açúcar ou o glúten,<br />
o indivíduo vai acreditar que<br />
excluir totalmente esses alimentos<br />
é a melhor opção.<br />
Porém, na maioria das vezes,<br />
não presta atenção na<br />
quantidade que ingere de outros<br />
produtos, podendo até<br />
engordar.<br />
De acordo com o estudo<br />
publicado no jornal da Sociedade<br />
Americana de Psicologia,<br />
nove em cada dez pessoas<br />
que iniciam um regime restritivo<br />
fracassam, sendo que<br />
sete acabam com um peso<br />
maior do que quando começaram.<br />
“A dieta com a exclusão<br />
de ingredientes tem uma<br />
resposta muito rápida, mas,<br />
depois de um período, o resultado<br />
passa a ser lento, pois o<br />
organismo se adapta a essa<br />
situação. Isto é, começa a<br />
fazer reservas podendo acumular<br />
gorduras, por exemplo,<br />
e a tendência é que, ao término<br />
desse regime, o indivíduo<br />
compense o que deixou<br />
de comer ingerindo porções<br />
maiores, já que sente a ausência<br />
do que foi excluído”, explica<br />
Magnoni.<br />
Consequências negativas<br />
Regimes muito<br />
limitados prejudicam<br />
o organismo<br />
O cardiologista e nutrólogo<br />
Daniel Magnoni afirma que o<br />
organismo fica nitidamente<br />
mais fraco e os prejuízos diferem<br />
de acordo com o grupo<br />
de alimentos retirado do<br />
cardápio. No caso dos carboidratos,<br />
por exemplo, o<br />
corpo fica mais cansado,<br />
pois não está recebendo sua<br />
principal fonte de energia.<br />
O açúcar é o único componente<br />
que, transformado em<br />
glicose, fornece energia para<br />
o cérebro. O ingrediente também<br />
é responsável pela liberação<br />
do neurotransmissor<br />
serotonina que traz a sensação<br />
de bem-estar. Já a restrição<br />
da ingestão de gorduras<br />
pode interferir na reserva<br />
energética que protege o<br />
corpo das alterações de temperatura,<br />
na produção hormonal<br />
e das membranas celulares.<br />
O ideal para manter o corpo<br />
e a mente saudáveis é<br />
optar por escolhas conscientes<br />
e, de maneira geral, a reeducação<br />
alimentar junto à<br />
prática de exercícios físicos<br />
e um sono adequado. “As<br />
pessoas precisam resgatar o<br />
prazer de comer. Mais importante<br />
do que seguir dietas da<br />
moda é conhecer o próprio<br />
corpo e suas necessidades,<br />
suprindo-as de maneira adequada”,<br />
indica o nutrólogo.<br />
“É importante reforçar que<br />
não existem vilões ou mocinhos<br />
na alimentação. O que<br />
importa é o contexto e a<br />
quantidade consumida do ingrediente.<br />
O prejudicial à<br />
saúde é o excesso e qualquer<br />
alimento consumido com<br />
equilíbrio não fará mal à saúde.<br />
Escolhas conscientes devem<br />
permear a busca por<br />
mais saúde”, salienta Magnoni.<br />
<strong>Novembro</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 17
DOIS<br />
PONTOS<br />
Abastecimento<br />
Petróleo<br />
Entressafra<br />
A julgar pelos preços futuros<br />
do etanol hidratado na<br />
BM&FBovespa, a entressafra<br />
de cana-de-açúcar no Centro-Sul<br />
do Brasil, entre janeiro<br />
e março, será marcada<br />
por cotações até 21% mais<br />
altas para o etanol utilizado<br />
A produção mundial de açúcar<br />
na safra global 2017/18,<br />
que se inicia apenas em outubro<br />
do ano que vem, pode registrar<br />
incremento de 8,5<br />
milhões a 13,5 milhões de toneladas,<br />
projetou a lMC International.<br />
O Brasil pode aumentar<br />
a fabricação em até 1 milhão<br />
de toneladas, para entre<br />
18<br />
<strong>Novembro</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />
diretamente no tanque dos<br />
veículos. Muitas usinas do<br />
Centro-Sul do Brasil encerraram<br />
a safra mais cedo, com<br />
produção menor de cana por<br />
causa das adversidades climáticas<br />
e preferência pelo<br />
açúcar, mais remunerador.<br />
Safra global<br />
39 milhões e 40 milhões de toneladas.<br />
Apesar da perspectiva<br />
de uma safra de cana menor,<br />
as usinas estão investindo em<br />
aumento da capacidade de<br />
cristalização. A Índia pode elevar<br />
sua produção em até 3,5<br />
milhões de toneladas, para 26<br />
milhões de toneladas, caso as<br />
condições climáticas retornem<br />
à normalidade e na Tailândia, o<br />
aumento potencial é de 2,5<br />
milhões de toneladas, para até<br />
12,5 milhões de toneladas. A<br />
União Europeia pode ter incremento<br />
semelhante, para mais<br />
de 20 milhões de toneladas,<br />
com o fim do regime de cotas<br />
de produção no bloco.<br />
Venda antecipada<br />
A fixação de preços das usinas<br />
de cana do Brasil no mercado<br />
futuro de Nova York para<br />
a safra 2017/18 atingiu, até o<br />
final de outubro, 8 milhões de<br />
toneladas, ou 30,6% da exportação<br />
projetada para o<br />
país, estimou a Archer Consulting.<br />
O ritmo de fixação é o<br />
maior já registrado para esta<br />
época do ano, com preços e<br />
um câmbio favorável para exportações.<br />
Em safras anteriores,<br />
o percentual máximo de<br />
fixação acumulada até o mês<br />
de outubro foi de 25% em<br />
O presidente da Raízen, Luis<br />
Henrique Guimarães, afirmou<br />
que o Brasil pode sofrer uma<br />
‘crise de abastecimento de<br />
combustíveis’ se a economia<br />
voltar a crescer e o governo<br />
não adotar incentivo à produção<br />
doméstica de etanol. Disse<br />
que o atual governo ‘tem<br />
uma interlocução boa’ com o<br />
segmento, mas ressaltou que<br />
Renovação<br />
COP22<br />
Quase um ano depois da<br />
sua aprovação, em Paris, o<br />
primeiro acordo vinculante<br />
contra as mudanças climáticas<br />
que envolve todo o planeta<br />
entrou oficialmente em<br />
vigor dia 3/11, mas resta um<br />
longo caminho a percorrer. A<br />
entrada em vigor ocorreu às<br />
vésperas da 22ª Conferência<br />
da ONU sobre o Clima, realizada<br />
de 8 a 18/11, na cidade<br />
marroquina de Marrakesh, e<br />
2014/15. Preços remuneradores<br />
incentivam as usinas a<br />
anteciparem suas fixações. O<br />
percentual só não é maior devido<br />
a uma enorme parcela<br />
das usinas que estão impossibilitadas<br />
de fixar preços por<br />
restrições de crédito.<br />
‘tem que ver os frutos acontecerem’.<br />
E reforçou que os próximos<br />
dois meses serão<br />
cruciais, já que o governo terá<br />
que decidir se terá prorrogada<br />
a presumilidade dos créditos<br />
de PIS/Cofins para as usinas,<br />
prevista para terminar no fim<br />
deste ano. A importação de<br />
gasolina será uma realidade<br />
crescente no país.<br />
As usinas sucroalcooleiras<br />
investiram pouco na renovação<br />
de seus canaviais. A taxa<br />
de renovação está abaixo do<br />
esperado, elevando a idade<br />
média das plantações no<br />
Centro-Sul para 3,6 anos,<br />
maior patamar desde a safra<br />
2011/12. O foco de boa parte<br />
dos grupos continua a ser a<br />
redução das dívidas. A situação<br />
preocupa, sobretudo por<br />
ser um ano de La Niña. A depender<br />
da intensidade do fenômeno,<br />
as temperaturas<br />
podem ficar acima da média<br />
e as plantações antigas são<br />
mais vulneráveis a problemas<br />
desse tipo.<br />
92 países já o ratificaram. O<br />
Acordo de Paris, aprovado<br />
por aclamação por representantes<br />
de 195 países na COP<br />
21, em 2015, é destinado a<br />
substituir o Protocolo de<br />
Kyoto em 2020 e tem como<br />
objetivo manter o aumento<br />
da temperatura média mundial<br />
"muito abaixo de 2°C",<br />
mas "reunindo esforços para<br />
limitar o aumento de temperatura<br />
a 1,5°C", em relação<br />
dos níveis pré-industriais.<br />
Cotas açucareiras<br />
Os limites de produção do<br />
açúcar desaparecerão a partir<br />
de outubro de 2017 na União<br />
Europeia (UE), que pretende limitar<br />
os riscos em um setor<br />
amplamente reestruturado na<br />
Europa e dominado mundialmente<br />
pelo Brasil. A Política<br />
Agrícola Comum europeia, que<br />
se aplica aos 28 países do<br />
bloco, estabelece atualmente<br />
uma cota de produção de açúcar<br />
de 13,5 milhões de toneladas<br />
anuais. Com o fim deste<br />
limite, também desaparecerá o<br />
Os preços do petróleo<br />
vão se recuperar menos do<br />
que o esperado nos próximos<br />
quatro anos, segundo<br />
a Organização dos Países<br />
Exportadores de Petróleo. A<br />
demanda não tem reagido<br />
com a força prevista, por<br />
isso acreditam que os preços<br />
subirão US$ 5 por barril<br />
no médio prazo, atingido<br />
US$ 60 em termos nominais<br />
em 2020. É um valor<br />
US$ 20 abaixo dos US$ 80<br />
por barril previstos em<br />
2015 para o mesmo período.<br />
O cartel culpa a crise<br />
financeira e os impostos<br />
elevados pela menor demanda.<br />
conceito de produção "fora da<br />
cota", destinada à fabricação de<br />
biocombustível e outros produtos<br />
industriais não alimentares<br />
e a exportação até um teto de<br />
1,374 milhão de toneladas fixado<br />
pela Organização Mundial<br />
do Comércio. Os fabricantes da<br />
UE poderão aumentar sua produção<br />
em 20%, em um momento<br />
em que várias usinas de<br />
açúcar europeias não funcionam<br />
a pleno vapor. A Europa,<br />
que é importadora, se tornará<br />
um exportador.
PIS/Cofins<br />
O setor produtivo de etanol pediu ao governo que a<br />
recomposição do PIS/Cofins, de R$ 0,12 por litro do<br />
álcool hidratado a ser cobrado a partir de 1º de janeiro<br />
de 2017, recaia sobre a gasolina. O argumento é de<br />
que ao taxar o combustível de petróleo o governo incentivaria<br />
o combustível renovável de cana e ainda caminharia<br />
para cumprir as metas de redução de<br />
emissões previstas no acordo climático da COP-21. O<br />
combustível fóssil já paga uma alíquota de PIS/Cofins<br />
que varia de R$ 0,28 por litro para a gasolina C (com<br />
até 27% de etanol anidro) a R$ 0,38 por litro para a gasolina<br />
A (sem etanol). Caso assuma toda a taxação, a<br />
alíquota do PIS/Cofins da gasolina passaria a entre R$<br />
0,40 e R$ 0,50 por litro.<br />
Contencioso<br />
Por ora, não se trata de<br />
disputa legal, mas brasileiros<br />
não descartam levar as<br />
barreiras chinesas ao açúcar<br />
para a Organização<br />
Mundial do Comércio<br />
(OMC) para tentar evitar<br />
uma taxação que pode significar<br />
duras perdas ao setor<br />
exportador nacional. O caso<br />
foi alvo de uma intervenção<br />
do Brasil na OMC e o governo<br />
pedirá explicações a<br />
uma delegação chinesa. Segundo<br />
a diplomacia brasileira,<br />
a China deveria considerar<br />
que a imposição de<br />
salvaguardas é um instrumento<br />
que deve ser aplicado<br />
apenas em “situações<br />
excepcionais”. O Brasil é o<br />
maior exportador de açúcar<br />
do mundo e a China é seu<br />
maior cliente.<br />
Petrobras<br />
A Petrobras pretende vender<br />
seus principais ativos na<br />
área de biocombustíveis até<br />
o fim deste ano. Para isso<br />
contratou o Itaú BBA e o Citibank<br />
para assessorar na<br />
venda de suas fatias nas<br />
empresas Guarani, Bambuí<br />
Bioenergia e Nova Fronteira,<br />
donas de nove usinas de<br />
etanol no Brasil. Esses bancos<br />
também estão buscando<br />
sócios para outros<br />
negócios da estatal, como<br />
fertilizantes, petroquímica e<br />
distribuição.<br />
Índia<br />
O Brasil apresentou um<br />
plano à Índia para que os excedentes<br />
de produção de<br />
açúcar do país não sejam jogados<br />
no mercado internacional<br />
e deprimam os preços<br />
da commodity: produzir mais<br />
etanol. O governo indiano<br />
tem sido sistematicamente<br />
acusado em comitês na<br />
OMC de criar mecanismos<br />
para subsidiar a exportação<br />
de açúcar e, assim, prejudicar<br />
outros produtores.<br />
A Renuka do Brasil S. A.,<br />
com usinas em Promissão e<br />
Brejo Alegre, no interior paulista,<br />
anunciou que Manoel<br />
Vicente Bertone será seu<br />
novo CEO. Bertone tem pela<br />
frente o desafio de levar<br />
adiante o plano de recuperação<br />
judicial recém aprovado<br />
pelos credores da companhia.<br />
Com larga experiência<br />
no setor da bioenergia e no<br />
agronegócio como um todo,<br />
foi, por quatro anos, Secretário<br />
Nacional de Produção e<br />
Agroenergia do Ministério da<br />
Agricultura (2007- 2011).<br />
Ele também foi CEO da Usina<br />
Bandeirantes, em Bandeirantes,<br />
no <strong>Paraná</strong>, onde também<br />
O Ministério de Minas e<br />
Energia e entidades ligadas<br />
iniciaram um debate com<br />
as representantes do setor<br />
de biocombustíveis, com o<br />
objetivo de aprimorar práticas<br />
e agendas importantes<br />
para o segmento. Esses esforços<br />
estão sendo agrupados<br />
na iniciativa BioBrasil<br />
Renuka<br />
BioBrasil<br />
Sancor Seguros<br />
atuou como assessor do<br />
Conselho de Administração<br />
por mais de 30 anos. Presidiu<br />
ainda, por muitos anos, o<br />
Conselho Nacional do Café,<br />
setor em que tem larga experiência.<br />
2030, para repensar o papel<br />
desses combustíveis na<br />
matriz energética. Uma<br />
dessas diretrizes é a competitividade.<br />
O ministério<br />
reconheceu a dificuldade<br />
do setor com o grande endividamento<br />
e que o investidor<br />
quer confiança, previsibilidade.<br />
Apesar de estar no Brasil há<br />
três anos, a Sancor Seguros,<br />
fundada há 71 anos, na Argentina,<br />
e presente também<br />
no Paraguai e Uruguai, já tem<br />
no País mais de 50% dos negócios<br />
internacionais do grupo.<br />
E mesmo com toda crise<br />
econômica que afeta o Brasil,<br />
a unidade local da seguradora<br />
cresceu 64% em faturamento<br />
neste ano, até outubro, em<br />
comparação com o exercício<br />
2014/15, e espera fechar o<br />
ano com faturamento no País<br />
de R$ 240 milhões, dos quais<br />
R$ 130 milhões advindos do<br />
agronegócio, cerca de 40%.<br />
No último dia 11/11, a Sancor<br />
Seguros inaugurou sua nova<br />
sede da matriz brasileira, em<br />
Maringá (PR), e apresentou<br />
seus planos de expansão<br />
para o Brasil.<br />
Pragas<br />
Dados da Organização de<br />
Plantadores de Cana do<br />
Centro-Sul do Brasil (Orplana)<br />
mostram que o ataque<br />
de pragas em canaviais<br />
da região se acentuou neste<br />
ano, o que contribuiu para a<br />
perda de produtividade das<br />
plantações. O bicudo da cana-de-açúcar,<br />
a broca e a<br />
cigarrinha figuram como as<br />
principais pragas que atacaram<br />
as lavouras. Sem investimentos,<br />
sem renovação,<br />
a infestação de pragas<br />
se acentuou. Adversidades<br />
climáticas, com episódios<br />
de seca e geadas, também<br />
prejudicaram a qualidade<br />
das plantações.<br />
<strong>Novembro</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 19
PLANTAS DANINHAS<br />
Monitorar para conhecer e controlar<br />
Em vez de adotar manejo padrão, é preciso fazer diagnóstico para ajustar<br />
tratamento, melhorando resultados, evitando repasses e reduzindo custos<br />
MARLY AIRES<br />
Com pouco tempo<br />
disponível e mão de<br />
obra cada vez mais<br />
escassa, as usinas<br />
tendem, normalmente, a adotar<br />
um manejo padrão de<br />
controle de plantas daninhas.<br />
“Como não há um monitoramento<br />
sistemático, não se<br />
tem números para gerenciar,<br />
para retratar a situação e projetar<br />
aonde se quer chegar. O<br />
controle de plantas daninhas<br />
é o único processo do cultivo<br />
da cana-de-açúcar que não<br />
tem números”, afirmou o<br />
professor doutor Marcos Antonio<br />
Kuva, da Herbae Consultoria<br />
e Projetos Agrícolas<br />
Ltda.<br />
Ele foi o palestrante da<br />
Reunião Técnica da Adama,<br />
realizada em outubro, em<br />
Maringá, com o apoio da Alcopar.<br />
O objetivo desta foi<br />
discutir o posicionamento de<br />
produtos para controle de<br />
plantas daninhas em cana<br />
soca úmida e apresentar os<br />
resultados obtidos com o<br />
herbicida da empresa multinacional<br />
em áreas testes na<br />
Usina Santa Terezinha e na<br />
Usina Alto Alegre.<br />
Segundo Kuva, o diagnóstico<br />
feito com base no monitoramento<br />
é a fase mais<br />
importante de todo o trabalho.<br />
É a partir dele que se<br />
identifica a real necessidade,<br />
que é diferente para cada<br />
lote, fazenda ou usina - um<br />
tratamento de manutenção<br />
ou de choque - e se desenvolve<br />
todo o planejamento.<br />
“É importante conhecer as<br />
plantas daninhas e o nível de<br />
infestação da lavoura para<br />
saber qual o manejo a ser<br />
adotado, ajustando produtos,<br />
dosagens ou combinações,<br />
ao ambiente existente. Tem<br />
que se fazer o controle de<br />
forma segmentada e não<br />
usar uma receita única, padrão,<br />
para toda área”, orientou<br />
o professor doutor.<br />
A amostragem seria semelhante<br />
à feita no caso de controle<br />
de pragas, estabelecendo-se<br />
notas para o nível de<br />
infestação e conforme a importância<br />
da planta daninha e<br />
os danos que causa. O levantamento<br />
é feito em pré-safra,<br />
entre fevereiro e abril.<br />
Reunião Técnica<br />
da Adama, com<br />
apoio da Alcopar,<br />
foi em outubro,<br />
em Maringá<br />
Maior chance de sucesso<br />
Citando os diversos estudos<br />
já realizados, o professor<br />
doutor Marcos Antonio Kuva<br />
disse que ao usar o produto<br />
certo, na medida certa e no<br />
lugar certo, há mais chance<br />
de sucesso, reduzindo o nível<br />
de infestação, o banco de semente,<br />
os repasses e os custos.<br />
Também ressaltou que é<br />
preciso monitorar os resultados,<br />
avaliando a situação no<br />
fechamento da cultura, vendo<br />
se atendeu ou não a necessidade.<br />
Kuva falou ainda das pesquisas<br />
desenvolvidas com<br />
vários produtos, tanto<br />
usando moléculas novas,<br />
como reposicionando moléculas<br />
antigas. Simulando<br />
uma infestação de alta pressão,<br />
constatou se que cada<br />
um tem seus benefícios e<br />
pontos fracos, além do momento<br />
ou situação certos de<br />
estes serem usados.<br />
Outro aspecto a ser observado,<br />
destacou o professor<br />
doutor, é a forma como o<br />
herbicida se degrada - biológica,<br />
química ou pela ação da<br />
luz. “Este tem que cumprir<br />
seu papel e desaparecer no<br />
ambiente. Mas é preciso observar<br />
qual fator de decomposição<br />
predomina e seu<br />
residual de controle. Dependendo<br />
da forma de degradação<br />
do produto, do ambiente<br />
existente, do manejo adotado,<br />
tem que ajustar a dose<br />
para compensar as perdas”,<br />
orientou.<br />
Meta é fechar a cana-de-açúcar sem mato competição<br />
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<strong>Novembro</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>