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Jornal Paraná Novembro 2016

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DOCE EQULÍBRIO<br />

É importante fazer<br />

escolhas conscientes<br />

Nutrólogo orienta que o caminho para uma vida saudável é a reeducação alimentar<br />

e busca por alimentos nutritivos sem, necessariamente, excluir algum ítem<br />

DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />

Não é de hoje que alguns<br />

alimentos são<br />

classificados como<br />

heróis ou vilões da<br />

saúde. Essa classificação reflete<br />

em uma série de dietas<br />

da “moda”, muitas delas altamente<br />

restritivas, que dominam<br />

o mercado da beleza e<br />

nutrição. No último dia 16 de<br />

outubro comemorou-se o Dia<br />

Mundial da Saúde, que teve<br />

início em 1981 com o objetivo<br />

de conscientizar as pessoas<br />

sobre nutrição saudável.<br />

Mais do que nunca é necessário<br />

ter cautela ao escolher<br />

uma forma de se alimentar.<br />

Em longo prazo, regimes muito<br />

limitados trazem consequências<br />

negativas ao organismo.<br />

O melhor caminho para<br />

uma vida saudável é a reeducação<br />

alimentar e a busca<br />

por escolhas saudáveis sem,<br />

necessariamente, excluir um<br />

nutriente.<br />

Segundo o cardiologista e<br />

nutrólogo do Instituto Dante<br />

Pazzanese de Cardiologia, Daniel<br />

Magnoni, as pessoas estão<br />

mudando os comportamentos<br />

alimentares e estabelecendo<br />

uma relação inadequada<br />

com a comida. “É o que<br />

chamo de terrorismo nutricional,<br />

ou seja, a busca por um<br />

corpo em forma ultrapassa os<br />

limites de saúde”.<br />

O especialista diz que são<br />

regimes extremos que não<br />

tem conexão com o estilo de<br />

vida das pessoas. “É preciso<br />

lembrar que nenhum alimento<br />

isoladamente é responsável<br />

por engordar ou desenvolver<br />

algum tipo de doença. Estar<br />

com o corpo desejado significa<br />

também ser saudável.<br />

Nesse sentido, o segredo está<br />

no equilíbrio do consumo, seja<br />

qual for o grupo alimentar”,<br />

explica.<br />

Uma alimentação restritiva,<br />

alerta, reflete a desconexão<br />

com a comida, além do risco<br />

de desenvolver a ortorexia.<br />

Parecida com transtornos como<br />

a bulimia e a anorexia, é o<br />

estado no qual a pessoa lê rótulos<br />

o tempo inteiro e se limita<br />

em alimentar-se somente<br />

segundo certos preceitos. Por<br />

exemplo, se o “vilão” do momento<br />

é o açúcar ou o glúten,<br />

o indivíduo vai acreditar que<br />

excluir totalmente esses alimentos<br />

é a melhor opção.<br />

Porém, na maioria das vezes,<br />

não presta atenção na<br />

quantidade que ingere de outros<br />

produtos, podendo até<br />

engordar.<br />

De acordo com o estudo<br />

publicado no jornal da Sociedade<br />

Americana de Psicologia,<br />

nove em cada dez pessoas<br />

que iniciam um regime restritivo<br />

fracassam, sendo que<br />

sete acabam com um peso<br />

maior do que quando começaram.<br />

“A dieta com a exclusão<br />

de ingredientes tem uma<br />

resposta muito rápida, mas,<br />

depois de um período, o resultado<br />

passa a ser lento, pois o<br />

organismo se adapta a essa<br />

situação. Isto é, começa a<br />

fazer reservas podendo acumular<br />

gorduras, por exemplo,<br />

e a tendência é que, ao término<br />

desse regime, o indivíduo<br />

compense o que deixou<br />

de comer ingerindo porções<br />

maiores, já que sente a ausência<br />

do que foi excluído”, explica<br />

Magnoni.<br />

Consequências negativas<br />

Regimes muito<br />

limitados prejudicam<br />

o organismo<br />

O cardiologista e nutrólogo<br />

Daniel Magnoni afirma que o<br />

organismo fica nitidamente<br />

mais fraco e os prejuízos diferem<br />

de acordo com o grupo<br />

de alimentos retirado do<br />

cardápio. No caso dos carboidratos,<br />

por exemplo, o<br />

corpo fica mais cansado,<br />

pois não está recebendo sua<br />

principal fonte de energia.<br />

O açúcar é o único componente<br />

que, transformado em<br />

glicose, fornece energia para<br />

o cérebro. O ingrediente também<br />

é responsável pela liberação<br />

do neurotransmissor<br />

serotonina que traz a sensação<br />

de bem-estar. Já a restrição<br />

da ingestão de gorduras<br />

pode interferir na reserva<br />

energética que protege o<br />

corpo das alterações de temperatura,<br />

na produção hormonal<br />

e das membranas celulares.<br />

O ideal para manter o corpo<br />

e a mente saudáveis é<br />

optar por escolhas conscientes<br />

e, de maneira geral, a reeducação<br />

alimentar junto à<br />

prática de exercícios físicos<br />

e um sono adequado. “As<br />

pessoas precisam resgatar o<br />

prazer de comer. Mais importante<br />

do que seguir dietas da<br />

moda é conhecer o próprio<br />

corpo e suas necessidades,<br />

suprindo-as de maneira adequada”,<br />

indica o nutrólogo.<br />

“É importante reforçar que<br />

não existem vilões ou mocinhos<br />

na alimentação. O que<br />

importa é o contexto e a<br />

quantidade consumida do ingrediente.<br />

O prejudicial à<br />

saúde é o excesso e qualquer<br />

alimento consumido com<br />

equilíbrio não fará mal à saúde.<br />

Escolhas conscientes devem<br />

permear a busca por<br />

mais saúde”, salienta Magnoni.<br />

<strong>Novembro</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 17

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