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DOCE EQULÍBRIO<br />
É importante fazer<br />
escolhas conscientes<br />
Nutrólogo orienta que o caminho para uma vida saudável é a reeducação alimentar<br />
e busca por alimentos nutritivos sem, necessariamente, excluir algum ítem<br />
DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />
Não é de hoje que alguns<br />
alimentos são<br />
classificados como<br />
heróis ou vilões da<br />
saúde. Essa classificação reflete<br />
em uma série de dietas<br />
da “moda”, muitas delas altamente<br />
restritivas, que dominam<br />
o mercado da beleza e<br />
nutrição. No último dia 16 de<br />
outubro comemorou-se o Dia<br />
Mundial da Saúde, que teve<br />
início em 1981 com o objetivo<br />
de conscientizar as pessoas<br />
sobre nutrição saudável.<br />
Mais do que nunca é necessário<br />
ter cautela ao escolher<br />
uma forma de se alimentar.<br />
Em longo prazo, regimes muito<br />
limitados trazem consequências<br />
negativas ao organismo.<br />
O melhor caminho para<br />
uma vida saudável é a reeducação<br />
alimentar e a busca<br />
por escolhas saudáveis sem,<br />
necessariamente, excluir um<br />
nutriente.<br />
Segundo o cardiologista e<br />
nutrólogo do Instituto Dante<br />
Pazzanese de Cardiologia, Daniel<br />
Magnoni, as pessoas estão<br />
mudando os comportamentos<br />
alimentares e estabelecendo<br />
uma relação inadequada<br />
com a comida. “É o que<br />
chamo de terrorismo nutricional,<br />
ou seja, a busca por um<br />
corpo em forma ultrapassa os<br />
limites de saúde”.<br />
O especialista diz que são<br />
regimes extremos que não<br />
tem conexão com o estilo de<br />
vida das pessoas. “É preciso<br />
lembrar que nenhum alimento<br />
isoladamente é responsável<br />
por engordar ou desenvolver<br />
algum tipo de doença. Estar<br />
com o corpo desejado significa<br />
também ser saudável.<br />
Nesse sentido, o segredo está<br />
no equilíbrio do consumo, seja<br />
qual for o grupo alimentar”,<br />
explica.<br />
Uma alimentação restritiva,<br />
alerta, reflete a desconexão<br />
com a comida, além do risco<br />
de desenvolver a ortorexia.<br />
Parecida com transtornos como<br />
a bulimia e a anorexia, é o<br />
estado no qual a pessoa lê rótulos<br />
o tempo inteiro e se limita<br />
em alimentar-se somente<br />
segundo certos preceitos. Por<br />
exemplo, se o “vilão” do momento<br />
é o açúcar ou o glúten,<br />
o indivíduo vai acreditar que<br />
excluir totalmente esses alimentos<br />
é a melhor opção.<br />
Porém, na maioria das vezes,<br />
não presta atenção na<br />
quantidade que ingere de outros<br />
produtos, podendo até<br />
engordar.<br />
De acordo com o estudo<br />
publicado no jornal da Sociedade<br />
Americana de Psicologia,<br />
nove em cada dez pessoas<br />
que iniciam um regime restritivo<br />
fracassam, sendo que<br />
sete acabam com um peso<br />
maior do que quando começaram.<br />
“A dieta com a exclusão<br />
de ingredientes tem uma<br />
resposta muito rápida, mas,<br />
depois de um período, o resultado<br />
passa a ser lento, pois o<br />
organismo se adapta a essa<br />
situação. Isto é, começa a<br />
fazer reservas podendo acumular<br />
gorduras, por exemplo,<br />
e a tendência é que, ao término<br />
desse regime, o indivíduo<br />
compense o que deixou<br />
de comer ingerindo porções<br />
maiores, já que sente a ausência<br />
do que foi excluído”, explica<br />
Magnoni.<br />
Consequências negativas<br />
Regimes muito<br />
limitados prejudicam<br />
o organismo<br />
O cardiologista e nutrólogo<br />
Daniel Magnoni afirma que o<br />
organismo fica nitidamente<br />
mais fraco e os prejuízos diferem<br />
de acordo com o grupo<br />
de alimentos retirado do<br />
cardápio. No caso dos carboidratos,<br />
por exemplo, o<br />
corpo fica mais cansado,<br />
pois não está recebendo sua<br />
principal fonte de energia.<br />
O açúcar é o único componente<br />
que, transformado em<br />
glicose, fornece energia para<br />
o cérebro. O ingrediente também<br />
é responsável pela liberação<br />
do neurotransmissor<br />
serotonina que traz a sensação<br />
de bem-estar. Já a restrição<br />
da ingestão de gorduras<br />
pode interferir na reserva<br />
energética que protege o<br />
corpo das alterações de temperatura,<br />
na produção hormonal<br />
e das membranas celulares.<br />
O ideal para manter o corpo<br />
e a mente saudáveis é<br />
optar por escolhas conscientes<br />
e, de maneira geral, a reeducação<br />
alimentar junto à<br />
prática de exercícios físicos<br />
e um sono adequado. “As<br />
pessoas precisam resgatar o<br />
prazer de comer. Mais importante<br />
do que seguir dietas da<br />
moda é conhecer o próprio<br />
corpo e suas necessidades,<br />
suprindo-as de maneira adequada”,<br />
indica o nutrólogo.<br />
“É importante reforçar que<br />
não existem vilões ou mocinhos<br />
na alimentação. O que<br />
importa é o contexto e a<br />
quantidade consumida do ingrediente.<br />
O prejudicial à<br />
saúde é o excesso e qualquer<br />
alimento consumido com<br />
equilíbrio não fará mal à saúde.<br />
Escolhas conscientes devem<br />
permear a busca por<br />
mais saúde”, salienta Magnoni.<br />
<strong>Novembro</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 17