FISCALIZAÇÃO DE PROJETOS DE ENGENHARIA
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<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 1 -<br />
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong><br />
<strong>ENGENHARIA</strong><br />
WELINGTON JOSÉ FERREIRA<br />
1
INTRODUÇÃO<br />
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 2 -<br />
Seis fases de um projeto: Entusiasmo; Desilusão; Pânico; Busca dos<br />
culpados; Punição dos inocentes; Glória aos não participantes.<br />
Os grandes processos industriais têm origem bem anterior à revolução<br />
Industrial. O uso de tecnologia siderurgia é contemporâneo à civilização<br />
sumeriana. As grandes obras civis ocorrem desde os antigos impérios egípcios,<br />
como o do faraó Ramsés. Alexandre, o Grande, realizou um dos maiores<br />
aterros da história para atacar aos fenícios situados na ilha de Tiro no mar<br />
egeu a 700 metros da costa. Os romanos construíam aquedutos de quilômetros<br />
de extensão em diversas províncias.<br />
Aqueduto situado no sul da França, perto de Remoulins, Uzès e Nîmes.<br />
Estes projetavam e edificavam pontes sobre largos rios em tempo recorde. As<br />
guerras traziam no bojo estruturas sofisticadas de engenharia como as<br />
retratadas no romance/poesia de Homero sobre a conquista de Tróia.<br />
A Inglaterra movida a vapor e pela mudança das atividades artesanais<br />
para manufatura industrial têxtil abriu caminho para a mecanização das<br />
atividades e nascia assim a industrialização, aproximadamente do jeito que<br />
conhecemos hoje. Esta chamada revolução gerou processos sofisticados e<br />
inéditos para fornecer quantidades de produtos cada vez maiores para atender<br />
a crescente demanda mundial. Parte gerada por ela mesma. As indústrias<br />
existentes atualmente, como as atuais siderúrgicas, indústrias químicas, de<br />
petróleo e suas derivadas, necessitam de equipamentos que trabalham com<br />
consumo, uso ou geração de grandes valores de energia cinética, potencial,<br />
térmica, elétrica, magnética, química.<br />
As variáveis de processo geral, temperatura, vazão, pressão, vibração,<br />
atingem altíssimos valores. As reações e tratamentos químicos nestas<br />
industriais possuem grande poder corrosivo, contaminante, são de grande<br />
impacto ambiental. Isso tudo se traduz em equipamentos submetidos a<br />
tremendos esforços, mecânicos, elétricos e químicos. Para que atingirmos<br />
padrões de elevada segurança industrial houve a criação de associações de<br />
engenharia internacionais que padronizaram a fabricação de equipamentos,<br />
assim como a fixação de fatores de segurança baseados na experiência, no<br />
desenvolvimento da tecnologia de materiais e em modelos probabilísticos.<br />
2
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 3 -<br />
Os padrões industriais são fruto da necessidade de elevados padrões de<br />
segurança motivado por inúmeros acidentes. Como exemplo:<br />
No período de 1870 a 1910 ocorreram nos Estados Unidos 10.000 explosões<br />
de caldeiras (média de 250/ano). Nos anos seguintes foram registradas de<br />
1300 a 1400 explosões anualmente. Nesta mesma época acidentes<br />
provocados por caldeiras causavam a morte de 50.000 pessoas e feriam outros<br />
2 milhões anualmente.<br />
Evidenciou-se para toda a sociedade daquela época, duas grandes<br />
necessidades:<br />
Regulamentar o projeto e a fabricação de equipamentos<br />
pressurizados, particularmente de caldeiras;<br />
Capacitar técnicos para controlar a qualidade e a deterioração destes<br />
equipamentos.<br />
O primeiro código estadual norte-americano de projeto e fabricação de<br />
caldeiras foi criado em 1908. Esta iniciativa pioneira foi tomada em decorrência de<br />
acidente que ocorrera numa fabrica de calçados localizada na cidade de Brockton<br />
estado de Massachussets, USA em março 1905. A caldeira que explodiu atravessou o<br />
teto de dois andares e foi pousar numa residência próxima.<br />
Groover Co. Shoe Factory antes do acidente<br />
3
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 4 -<br />
Groover Co. Shoe Factory após o acidente<br />
A disciplina de Projeto evolui na medida em que padrões de engenharia<br />
foram criados para estabelecer critérios de segurança e qualidade mínimos na<br />
elaboração de desenhos, na construção de estruturas metálicas, civis,<br />
equipamentos mecânicos, elétricos e de instrumentação. Os cálculos<br />
estruturais dão a base para a confiabilidade mecânica dos equipamentos, os<br />
atuais sistemas de automação concedem os recursos de controle e segurança<br />
do processo, baseado em normas internacionais e também na tecnologia de<br />
segmentos industriais voltados no caso especifica, para a área de Petróleo e<br />
Gás.<br />
A engenharia de um Projeto industrial se divide em pólos de tecnologia<br />
cuja origem é:<br />
- A tecnologia proprietária dos fabricantes de equipamentos,<br />
- A tecnologia de construção,<br />
- A tecnologia de integração.<br />
- A tecnologia do processo<br />
- Os padrões gerais de Engenharia.<br />
- Os padrões internacionais.<br />
O esforço da fiscalização de Projeto, diante do quadro exposto, é o de<br />
conduzir a gestão das diversas especialidades, integrando todas essas<br />
tecnologias num projeto consolidado, documentado, aperfeiçoado pela soma<br />
das partes que nele trabalharam, com o cuidado para que as etapas<br />
posteriores não invalidem aquilo que foi anteriormente definido. Os<br />
equipamentos, instrumentos, estruturas, tubulações e acessórios se integram<br />
através de inúmeras disciplinas. A tecnologia de construção se agrega para<br />
tornar viável aquilo que o Projeto estabeleceu. Desde que o Projeto tenha sido<br />
pensado e estabelecido também em nível de construção.<br />
A fiscalização de Projetos deve ter o foco no Cliente - O que o Cliente<br />
necessita de uma instalação industrial ou quais os imprescindíveis itens de<br />
4
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 5 -<br />
Qualidade que irá requerer? Como se alcançar um patamar de Excelência de<br />
Projeto, levando em conta os muitos atores que dele participam?<br />
O produto final deste Projeto não será entregue nas mãos do grupo que<br />
participou da elaboração... Contudo, nas mãos do grupo que efetivamente irá<br />
operar e manter instalação.<br />
Temas diversos como Complexidade do Projeto, a Gestão dos<br />
stakeholders 1 , o acompanhamento e o controle de sua execução, as questões<br />
de Qualidade, de Integração, Custo, Prazo, todas essas questões se somam<br />
ou se multiplicam como fatores de sucesso ou colaboram para que o Projeto<br />
seja caro ou cumpra parcialmente seus objetivos.<br />
A GOVERNANÇA exige que ele atinja os objetivos de Custo, Prazo e<br />
Performance.<br />
O CLIENTE que ele atinja os objetivos de Operabilidade, Especificação dos<br />
Produtos, manutenção, Segurança Industrial, Confiabilidade e Durabilidade<br />
O EMPREENDIMENTO que ele atinja os Objetivos de Qualidade, Execução<br />
física, Custo, Prazo, Integração, Comissionamento, Pré-Operação e Partida.<br />
De modo resumido as questões principais da fiscalização do Projeto de<br />
Engenharia se desdobram nas seguintes áreas significativas:<br />
A GESTÃO DAS INTERFACES<br />
WORKFLOW<br />
DOCUMENTAR O <strong>DE</strong>SENVOLVIMENTO DO PROJETO – A HISTÓRIA DO<br />
PROJETO<br />
A COMPLEXIDA<strong>DE</strong><br />
A QUESTÃO NORMATIVA<br />
A QUESTÃO LEGAL<br />
A OPERACIONALIZAÇÃO – COOR<strong>DE</strong>NAÇÃO E <strong>FISCALIZAÇÃO</strong><br />
A CONSTRUTIBILIDA<strong>DE</strong><br />
EXCELENCIA DO PROJETO <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong><br />
1 Stakeholder – Nomenclatura que o processo de Gestão de Projetos concede as interfaces externas que<br />
impactam o Projeto, tais como cliente, operação, governança, manutenção, comunidade, governo, etc.<br />
5
VISÃO GERAL<br />
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 6 -<br />
Você só precisará de um documento quando, espontaneamente, ele<br />
se mover do lugar que você o deixou para o lugar onde você não irá<br />
encontrá-lo.<br />
A fiscalização de Projeto se organizará através do exigido na Diretriz<br />
Contratual de Projeto Executivo, seguindo as premissas de QUALIDA<strong>DE</strong> e do<br />
anexo de CONSTRUTIBILIDA<strong>DE</strong>.<br />
O Projeto Executivo gera extensa documentação, que tem que ser<br />
Historiada,<br />
Catalogada<br />
Organizada<br />
Disponibilizada<br />
Revisada<br />
Confiabilidade da Documentação significa que o que o que<br />
está construído está documentado no maior grau de exatidão<br />
possível.<br />
Para a realização da gestão do Projeto são necessários documentos e<br />
ferramentas que são essenciais para a sua efetivação.<br />
- Contrato<br />
- Anexos especificos<br />
- Lista de Documentos<br />
- EAP do Projeto<br />
- Plano de Trabalho<br />
- ANS – Acordo de Nível de Serviço<br />
- Controle da Documentação<br />
- Controle dos Fornecedores – Diligenciamento 2 e Controle da Documentação<br />
de Fornecedores.<br />
- Controle do Escopo<br />
- Controle das alterações de Projeto<br />
- Planejamento da Execução do Projeto Executivo<br />
- Histograma da Equipe<br />
- Matriz de Atribuições<br />
- Plano de Comunicação de Projeto<br />
- Procedimento de Coordenação<br />
- Sistema de gestão eletrônica do Projeto –<br />
- Cronograma especifico do PROJETO<br />
- Controle das revisões diligenciadas para a PRODUÇÃO<br />
- Gestão dos DATABOOKS.<br />
- Controles de tramitação de documentação, GRTD´s, CT´s, ADP´s, etc.<br />
2 Diligenciamento – As atividades administrativas necessárias tramitação, comentários, acerto das<br />
questões comerciais, jurídicas e fiscais da documentação do Fornecedor<br />
6
- Controle da Qualidade do Projeto<br />
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 7 -<br />
É fundamental o envolvimento do Cliente, sua assinatura, sua<br />
participação, levando em conta não somente a gerencia do projeto, mas os<br />
públicos alvos.<br />
A equipe de Segurança necessita conhecer previamente todo o sistema<br />
proposto, todos os equipamentos a serem disponibilizados, todos os insumos<br />
de segurança da unidade.<br />
O Projeto deve ter o mapeamento de todas as questões de NR-13, as<br />
plantas de locação dos vasos e caldeiras, para atendimento a norma.<br />
O SUPRIMENTO nasce das definições de Projeto e amarrado as<br />
definições no Vendor-List 3 .<br />
O Parecer técnico necessita muitas vezes critérios de análise mais<br />
apurados, ele define se o que se fornece se adéqua a premissa operacional, a<br />
premissa de automação, de integração. Quanto mais complexo o equipamento<br />
maior o numero de profissionais envolvidos, e o devido cuidado com plena<br />
adequação ao Fluxograma de Processo.<br />
A análise ambiental do sistema é um requisito aplicável – O sistema ou<br />
os subsistemas são ambientalmente viáveis? Atendem aos requisitos de<br />
legislação de emissão acústica?<br />
A consulta ou o envolvimento das equipes de manutenção em caso de<br />
Ampliação de Unidades para a validação e análise prévia de Vendor List para<br />
configuração do CONTRATO é uma prática que agrega valor ao Projeto, além<br />
de evitar as situações de não aceitação de itens de determinados fornecedores<br />
baseados na experiência do grupo daquela unidade especifica.<br />
O IBE e os CRITÉRIOS devem se complementar e não manifestar<br />
inconsistências, que gerem contradições ou possibilidade de aplicação de um<br />
padrão que seja o de menor qualidade para aquela situação de Projeto e que<br />
não vá de encontro as premissas do Projeto Conceitual e do Básico.<br />
A qualidade do projeto é intrínseca – vai além da FORMATAÇÃO ou das<br />
questões de FLUXO e COMENTÁRIOS.<br />
O ESCOPO 4 do PROJETO é a base do futuro empreendimento, e compreende<br />
não somente aquilo que deve ser emitido de documentação para sua<br />
realização, mas a critica e a consistência e a consolidação das diretrizes<br />
adotadas.<br />
É Função da fiscalização que a qualidade de execução do Projeto seja<br />
estabelecida com os profissionais necessários, com a aplicação de uma<br />
metodologia de análise que englobe sempre as questões principais.<br />
3 3 Vendor-List – Vendor-List é uma lista de fornecedores especifica para determinado projeto que<br />
relaciona quais os fabricantes são exigidos para determinados equipamentos. Ele é um recurso legal<br />
baseado em experiência técnica para pré-seleção de fornecedores<br />
4 Escopo – Também chamado de Objeto, define O QUE e ATÉ ON<strong>DE</strong>. O que será projetado, até onde os<br />
limites daquele projeto.<br />
7
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 8 -<br />
Devem ser definidos atores que verifiquem essas questões<br />
periodicamente no desenvolvimento do Projeto<br />
O Projeto deve considerar as questões inerentes a operação por sistemas e o<br />
seccionamento destes sistemas, em nível de Comissionamento e Operacional<br />
por raqueteamento, 5 ou por válvulas no limite de bateria. 6 e ou sistemas.<br />
WORKFLOW<br />
Histórico<br />
A informação que obriga a uma mudança radical no projeto sempre<br />
chega ao<br />
projetista depois do trabalho terminado, executado e funcionando<br />
maravilhosamente (também conhecida como síndrome do: "Saco!<br />
Mas só<br />
agora!!!").<br />
Antes do advento dos CADs - referência ao Computer-Aided Design (CAD) ou,<br />
em português, “Desenho Assistido por Computador”, nome genérico dos<br />
softwares utilizados pelas áreas de engenharia, geologia, arquitetura e design<br />
para facilitar a realização de projetos e desenhos técnicos - os projetos eram<br />
feitos em papel vegetal, nos quais os desenhistas faziam as plantas da<br />
instalação industrial.<br />
Primeiro era desenhado sobre a planta de arquitetura com papel vegetal, a<br />
lápis, utilizando uma prancheta. Em seguida, passava-se a caneta nanquim e<br />
era jogada uma camada de talco com uma escova de limpar prancheta para<br />
ajudar a tinta a fixar melhor e não borrar. Depois era tirada uma cópia<br />
heliográfica da planta para ser enviada aos demais profissionais que deveriam<br />
aprovar o projeto antes da instalação iniciar efetivamente sua construção. Este<br />
processo de heliografia consiste em uma produção de fotogravuras sobre<br />
chapa metálica revestida com material betuminoso, como um mimeógrafo.<br />
Quando os dispositivos eletrônicos começaram a aparecer nas empresas de<br />
projetos, eram para calcular, não para realizar o desenho. Esses primeiros<br />
dispositivos foram as calculadoras eletrônicas. Hoje, diferentemente, os<br />
5 Raqueteamento – termo informal para o secionamento de uma tubulação através de aparato colocado<br />
entre flanges que possui normalmente o formato que lembra uma raquete de tenis.<br />
6 Delimitação física ou lógica de um trecho do sistema ou da unidade.<br />
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<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 9 -<br />
projetos são feitos 100% nos computadores. Todo o processo do fluxo de<br />
documentação era realizado em papel. E o arquivo final era uma planta em<br />
vegetal. E suas cópias seriam carimbadas com a expressão “certificado” ou<br />
“para construção”.<br />
Na denominada era digital o Workflow é nome que designa o fluxo de trabalho,<br />
em que serão mapeados os atores que irão gerar, tramitar, comentar, aprovar e<br />
certificar os documentos do projeto (Conceitual, Básico, Executivo), realizando<br />
esse fluxo parcialmente em formato digital (normalmente as extensões .dwg e<br />
.pdf), com auxilio da internet, mídia ótica ou magnética com o uso de um<br />
sistema de gestão eletrônica de documentos (GED), no caso de <strong>ENGENHARIA</strong><br />
<strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> com a utilização de sistema eletrônico de gestão de Projetos.<br />
E parcialmente em meio impresso.<br />
O fluxo de documentação possui uma segunda instancia. Na verdade o projeto<br />
só se torna real após sua CERTIFICAÇÃO. Quando é liberado para<br />
Construção. Nesse momento deixa de ser digital e será endereçado aos<br />
executantes que trabalharão com ele em meio físico.<br />
O papel não é descartado, independente da pratica atual da confecção de<br />
databooks em meio digital. É com o meio físico que os técnicos, encarregados<br />
e engenheiros atuarão para as fases de C&M 7 até a operação e manutenção<br />
futura da planta. O AS-BUILT será confeccionado com base na atualização e<br />
correção realizada nessas plantas utilizadas no campo.<br />
O CONTROLE das revisões de Projeto segue durante TODA a fase de<br />
realização do empreendimento, e com uma metodologia que verifique essa<br />
revisão em todas as frentes de trabalho. Essa atribuição deve estar bem<br />
definida na matriz de atribuições se delegada ao setor de construção e<br />
montagem. Mas ainda que delegada ao setor de Construção e Montagem deve<br />
ser AUDITADA pela fiscalização de PROJETO.<br />
O Comentário de um projeto multidisciplinar ocorre através de um Workflow de<br />
Projeto entre alguns grupos, assim como entre eles o Cliente. A quantidade de<br />
tempo necessária para análise de alguns documentos de algumas disciplinas<br />
implicaria numa equipe de engenharia dedicada por parte do cliente. Na sua<br />
inexistência com interfaces de uma ou duas pessoas por parte do Cliente fazse<br />
necessário a reanálise do envolvimento deste no escopo de comentários –<br />
Incluindo os demais clientes.<br />
Haverá, na maioria dos casos, visível separação entre os grupos que<br />
receberão a obra e os que realizarão o projeto, sendo normalmente<br />
avisados por ultimo e sem ter participado do processo decisório do<br />
Projeto, em condições na qual não foram consultados. O papel da<br />
fiscalização de Projetos é verificar se os fluxos de comunicação<br />
necessários são existentes, se funcionam, se necessitam ser criados.<br />
Obs. Projetos sem comentários por parte do Cliente acarretam aprovação da<br />
documentação por decurso de prazo, conforme estabelecido no CONTRATO<br />
na maioria dos casos. Essa situação caracteriza o não envolvimento da parte<br />
7 C&M – Acrônimo usual para Construção e Montagem – expressão similar a Completação Mecanica<br />
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<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 10 -<br />
interessada ou a incapacidade da estrutura de apoio de engenharia inexistente<br />
ou recursos insuficientes para isso. A situação de responsabilidade dos<br />
comentários e de sua consolidação é um ponto crítico na análise do Projeto. A<br />
Engenharia de uma empresa possui órgãos que realizam a análise de<br />
documentos e sua aprovação, a consolidação dos comentários é normalmente<br />
realizada pelas suas equipes de Projeto.<br />
Responsabilidade de Projeto – por parte do Cliente com o ajuste prévio de<br />
um fluxo de comunicação que envolva as partes interessadas<br />
O projeto possui suas características de estruturais e as arquitetônicas, ou<br />
ergonômicas. Por estruturais relacionamos o trabalho matemático dos diversos<br />
memoriais necessários para consolidar as questões de materiais, metalúrgicas,<br />
do processo, tecnológicas.<br />
Exemplo de acompanhamento de HH realizado do Projeto<br />
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<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 11 -<br />
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VISÃO OPERACIONAL<br />
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 12 -<br />
Toda a idéia revolucionária provoca três estágios: 1º. é impossível -<br />
não perca meu tempo. 2º. é possível, mas não vale o esforço 3º. eu<br />
sempre disse que era uma boa idéia.<br />
PLANEJAMENTO DA ATIVIDA<strong>DE</strong> <strong>DE</strong> <strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> PROJETO<br />
As gerências cujas disciplinas/atividades façam parte do escopo da<br />
Fiscalização formalizam uma equipe de profissionais que executam a atividade<br />
de fiscalização do Projeto.<br />
Esta equipe é constituída (normalmente) de um Coordenador, e de fiscais das<br />
disciplinas/ atividades listadas a seguir:<br />
Ancoragem/ Fundações;<br />
Arquitetura e Urbanismo;<br />
Arquitetura Naval;<br />
Arranjo;<br />
Caldeiraria;<br />
Eletricidade;<br />
Mecânica (Equipamentos Dinâmicos);<br />
Estrutura;<br />
Gerenciamento Eletrônico de Documentação (GED);<br />
Grandes Máquinas;<br />
Instrumentação e Automação Industrial;<br />
Obras Civis, para instalações terrestres;<br />
Processo;<br />
Projeto 3D;<br />
Ruído e Vibrações;<br />
Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS);<br />
Sistemas Navais;<br />
Telecomunicações – realizada pela TIC;<br />
Tubulação;<br />
Ventilação e Ar Condicionado (HVAC).<br />
O fiscal pode ser designado para atuar em mais de uma disciplina/ atividade,<br />
conforme a sua capacitação e necessidade do projeto.<br />
A equipe de fiscalização de projeto que atuou no Projeto Básico / Projeto de<br />
Definição (FEED) é, preferencialmente, mantida nas fases posteriores, de<br />
modo a manter o histórico do projeto adquirido pelos fiscais.<br />
Durante o ciclo de vida do projeto, desde que previamente acordado com a<br />
UIE, pode ser criada a figura do “Package Engineer”, sendo este o responsável<br />
por todas as informações referentes a um determinado pacote da Unidade.<br />
Em outros casos, onde o Coordenador de Fiscalização / Gerente de Projeto e<br />
Suprimento julgarem conveniente, pode ser avaliada a criação do Coordenador<br />
de Módulo, profissional responsável pelo encaminhamento / solução dos<br />
assuntos técnicos referentes a um determinado Módulo da Unidade.<br />
12
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 13 -<br />
O Coordenador deve divulgar, entre os integrantes da equipe, o Contrato, o<br />
Acordo Específico com o cliente, a Proposta de Trabalho (PT) e qualquer outra<br />
documentação que se faça necessária, assegurando durante toda a atividade<br />
de fiscalização, que os mesmos estão sendo cumpridos, além de manter a<br />
equipe de fiscalização atualizada quanto às prioridades e metas do<br />
Empreendimento.<br />
Também deve divulgar entre os fiscais de disciplina, no início do projeto, a Lista<br />
de Documentos emitida pela Contratada, para que o fiscal possa analisar o<br />
Planejamento proposto pela mesma para a sua disciplina.<br />
Algumas das funções do grupo de fiscalização de Projetos:<br />
Elaborar a Análise de Documento de Projeto (ADP), para os documentos<br />
analisados pelo CLIENTE, dentro do prazo estabelecido em contrato, estando<br />
os mesmos liberados após esse prazo, durante as etapas de projeto de<br />
definição e executivo.<br />
Responder a Consulta Técnica (CT) ou “Technical Query Form” (TQF), emitida<br />
pela Contratada, dentro do prazo estabelecido em contrato, atentando para que<br />
as mesmas não podem ser utilizadas como instrumento para solicitação de<br />
alteração de escopo definido no contrato.<br />
Seguir o fluxo de liberação de documentos estabelecido no início do projeto.<br />
Apoiar o Empreendimento na emissão da “Technical Complementary<br />
Clarification” (TCC) para a contratada, quando se fizer necessário algum<br />
esclarecimento técnico de item ou documento contratual, por parte do<br />
CLIENTE.<br />
A fiscalização de Projetos deve proceder também a Avaliação regular da<br />
Contratada.<br />
Avaliação da Contratada<br />
A Contratada é avaliada através de Auditorias técnicas e de qualidade, e os<br />
seguintes aspectos devem ser considerados:<br />
Atendimento a prazos e custos;<br />
Quantidade e gravidade de não-conformidades do projeto;<br />
Alocação de recursos materiais e humanos ao projeto;<br />
Coordenação, planejamento e controle;<br />
Gerenciamento da Documentação;<br />
Análise da Documentação de Fornecedores;<br />
Assistência Técnica à Construção e Montagem;<br />
Capacitação Técnica da Contratada<br />
13
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 14 -<br />
FLUXOGRAMA TÍPICO <strong>DE</strong> <strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> PROJETO<br />
PLANEJAMENTO DA EQUIPE<br />
Entradas: Aprovação do EVTE Conceitual/Básico<br />
Saídas: Definição do Coordenador e dimensionamento da equipe de<br />
fiscalização<br />
ACOMPANHAMENTO DO PROJETO BASICO<br />
Entradas: Aprovação do EVTE Conceitual<br />
Saídas: Sugestões relacionadas a construtabilidade e ao mercado<br />
SUPORTE TÉCNICO À LICITAÇÃO<br />
Entradas: Projeto Básico<br />
Saídas: Elaboração de Anexos Contratuais; Esclarecimento aos<br />
licitantes<br />
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> DO PROJETO<br />
1) <strong>DE</strong> <strong>DE</strong>FINIÇÃO<br />
2) EXECUTIVO<br />
Entradas: Projeto Básico ou de Definição (se<br />
houver)<br />
Saídas: Liberação de documentos (ADPs)<br />
Resposta às CTs ou TQFs;<br />
Reuniões periódicas ou específicas; Reuniões com<br />
fornecedores<br />
AVALIAÇÃO DA CONTRATADA,<br />
DO PROCESSO E PRESERVAÇÃO<br />
DO CONHECIMENTO<br />
Entradas: Desempenho das Contratadas<br />
Saídas: Auditorias; Informações para<br />
preenchimento do BAD; Relatórios de Acompa-<br />
nhamento e de Preservação do Conhecimento<br />
ASSISTÊNCIA TÉCNICA À OBRA<br />
(quando solicitada pela UIE)<br />
Entradas: Projeto Executivo<br />
Saídas: Apoio técnico; Emissão de relatórios; Registro de “Lessons<br />
Learneds”<br />
ENTREGA DA DOCUMENTAÇÃO DO PROJETO<br />
EXECUTIVO À UIE<br />
Entradas: Projeto Executivo<br />
Saídas: Documentação de Projeto e Projeto 3D<br />
ENTREGA (PELA UIE) DA DOCUMENTAÇÃO<br />
FINAL AO CLIENTE<br />
Entradas: Projeto Executivo e Projeto 3D<br />
Saídas: Documentação (Projeto; “As Built”; Prontuários NR-13);<br />
Manuais & Data Books (C & M, Equipamentos/Vendors, Operação);<br />
14
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 15 -<br />
O CONTRATO define o ESCOPO de determinado empreendimento ou projeto.<br />
Incluindo o próprio projeto. A fiscalização de Projeto deve participar<br />
efetivamente na consistência da documentação de projeto que será base da<br />
futura obra. Durante a fase licitatória surgiram inúmeras duvidas das licitantes.<br />
Essas duvidas gerarão até mesmo MUDANÇAS <strong>DE</strong> PROJETO. Uma vez<br />
consolidadas as respostas concedidas nas circulares, estas respostas agora se<br />
somam ao escopo do Projeto. Podendo mesmo acrescer ou retirar partes do<br />
projeto a ser executado, mudar tecnologias, etc. O controle de ESCOPO<br />
necessita controlar também o novo escopo ou escopo modificado gerado<br />
durante o processo e Licitação.<br />
EXEMPLO <strong>DE</strong> PARTICIPAÇÃO DA <strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong><br />
PROJETO NA ELABORAÇÃO DOS ANEXOS CONTRATUAIS<br />
ANEXO PARTICIPAÇÃO<br />
MEMORIAL <strong>DE</strong>SCRITIVO – ESCOPO <strong>DE</strong> SERVIÇOS (SCOPE OF WORK) SIM<br />
GENERAL TECHNICAL <strong>DE</strong>SCRIPTION SIM<br />
DIRETRIZES <strong>DE</strong> SERVIÇOS <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> (DIRECTIVES FOR ENGINEERING SERVICES) SIM<br />
DIRETRIZES PARA CONSTRUÇÃO E MONTAGEM (DIRECTIVES FOR CONSTRUCTION AND<br />
ASSEMBLY)<br />
DIRETRIZES PARA SUPRIMENTO (DIRECTIVES FOR PROCUREMENT) SIM<br />
DIRETRIZES PARA PLANEJAMENTO E CONTROLE (DIRECTIVES FOR PLANNING AND CONTROL)<br />
DIRETRIZES PARA SISTEMA <strong>DE</strong> GERENCIAMENTO <strong>DE</strong> QUALIDA<strong>DE</strong> (DIRECTIVES FOR QUALITY<br />
MANEGEMENT SYSTEM)<br />
DIRETRIZES PARA CONDICIONAMENTO (DIRECTIVES FOR COMMISSIONING)<br />
ESTRUTURA ANALÍTICA <strong>DE</strong> PROJETO E CRITÉRIOS <strong>DE</strong> MEDIÇÃO (PROJECT BREAKDOWN<br />
SCHEDULE AND MEASUREMENT CRITERIA)<br />
INSTALAÇÕES PARA OS REPRESENTANTES DO CLIENTE (FACILITIES FOR PNBV’S<br />
REPRESENTATIVES)<br />
REQUISITOS <strong>DE</strong> SAÚ<strong>DE</strong>, SEGURANÇA E MEIO AMBIENTE (HEALTH, SAFETY & GENERAL<br />
ENVIRONMENTAL REQUIREMENTS) (1)<br />
A tabela abaixo é padrão em alguns procedimentos comuns em áreas de<br />
empreendimentos industriais. Serve como uma referencia para visualizarmos<br />
as necessidades de uma LISTA de DOCUMENTOS, cujos documentos<br />
dependerão exclusivamente do Projeto a ser desenvolvido, podendo existir<br />
outros documentos necessários a realização do mesmo.<br />
A LISTA de DOCUMENTOS é uma das bases da fiscalização de Projetos, ela<br />
modifica no decurso de tempo, mas estabelece desde o inicio do CONTRATO<br />
os documentos principais a serem gerados, servindo como base para a<br />
estimativa de HH que será gasto para seu desenvolvimento e também como<br />
base para a montagem da EAP de Projeto.<br />
NÃO<br />
SIM<br />
SIM<br />
SIM<br />
SIM<br />
15
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 16 -<br />
TABELA <strong>DE</strong> REFERÊNCIA <strong>DE</strong> DOCUMENTOS PARA LIBERAÇÃO<br />
Grupo de Documentos Sigla<br />
Geral<br />
Manual de operação da unidade (Código MODU) MA<br />
Projeto 3D -<br />
Simbologia e abreviaturas <strong>DE</strong><br />
Lista de documentos do projeto LI<br />
Especificação de critérios para nomenclatura dos modelos e áreas<br />
da maquete 3D ET<br />
Planta-Chave do modelo 3D <strong>DE</strong><br />
Especificação técnica do esquema completo de pintura da Unidade ET<br />
Lista de equipamentos ordenados por tipo/tag LI<br />
Processo/Utilidades<br />
Fluxogramas de Processo <strong>DE</strong><br />
Fluxogramas de Utilidades <strong>DE</strong><br />
Fluxogramas de Engenharia (Utilidades/óleo/gás) <strong>DE</strong><br />
Memórias de Cálculo MC<br />
Folhas de Dados de Processo para Equipamentos e Instrumentos FD<br />
Relatórios de Alívio e Despressurização RL<br />
Lista de Linhas (folha de dados de tubulação) LI<br />
Lista de Linhas Criticas LI<br />
Manual de Operação da Planta de Processo MA<br />
Matriz de Causa e Efeito <strong>DE</strong><br />
Estudo de Radiação do Flare MC<br />
Arranjo/Tubulação<br />
Arranjo da planta de processo <strong>DE</strong><br />
Plantas de tubulação (inclusive da rede de combate a incêndio e<br />
instalações hidrosanitárias) e suporte <strong>DE</strong><br />
Lista de material de tubulação LI<br />
Isométricos de tubulação IS<br />
Desenhos de suporte padrão <strong>DE</strong><br />
Desenhos de suportes especiais <strong>DE</strong><br />
Lista de suportes; LI<br />
Requisições de material. RM<br />
Relatório de consistência do projeto de tubulação com a<br />
verificação dos fluxogramas de engenharia inteligentes RL<br />
Relatório de interferência entre todas as disciplinas envolvidas no<br />
modelo 3D RL<br />
Relatório de análise de tensões RL<br />
Memórias de Cálculo MC<br />
Especificação Técnica ET<br />
(* 1) A primeira revisão do documento é para Liberação e as demais para<br />
Informação.<br />
Elétrica<br />
Balanço elétrico de emergência MC<br />
Balanço elétrico principal MC<br />
Balanço elétrico da geração auxiliar MC<br />
Diagrama unifilar do sistema elétrico de corrente alternada <strong>DE</strong><br />
Diagrama unifilar do sistema elétrico de corrente contínua <strong>DE</strong><br />
16
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 17 -<br />
Lista de cargas e memória de cálculo da autonomia de<br />
baterias/UPS LI<br />
Estudo de Fluxo de Potencia RL<br />
Estudo de coordenação de proteção, seletividade e tabela de<br />
ajuste dos relés de proteção RL<br />
Estudo de queda de tensão na partida de motores RL<br />
Estudo de sobretensões, coordenação do isolamento RL<br />
Estudo de confiabilidade/FMEA dos sistemas UPS e respectiva<br />
distribuição/ rotas de cabos RL<br />
Estudo de queda de tensão na magnetização de transformadores RL<br />
Relatório de estudo de curto-circuito, com diagrama de<br />
impedâncias e quadro resumo de faltas RL<br />
Relatório de estudo de curto-circuito monofásico a terra, MT e BT RL<br />
Estudo de Estabilidade Eletromecânica RL<br />
Estudo de harmônicos e ressonância (quando aplicável) RL<br />
Lista de cargas indicando tipo (essencial, emergência,<br />
auxiliar/principal) com notação do quadro conectado e<br />
redundâncias LI<br />
Diagramas de Blocos Típicos para CDC’s (MT e BT) e CCM de MT <strong>DE</strong><br />
Diagrama Típico Funcional para CCM’s de BT <strong>DE</strong><br />
Diagramas Funcionais de Painéis <strong>DE</strong><br />
Diagramas de interligação <strong>DE</strong><br />
Plantas de Força/Aterramento <strong>DE</strong><br />
Plantas de Iluminação <strong>DE</strong><br />
Plantas de Iluminação de emergência (incluindo neste documento<br />
as rotas de fuga) <strong>DE</strong><br />
Arranjos de salas de painéis elétricos <strong>DE</strong><br />
Especificações Técnicas ET<br />
Lista de cabos LI<br />
Detalhes típicos <strong>DE</strong><br />
Requisições de material de equipamentos, inclusive painéis e<br />
quadros RM<br />
Memórias de cálculo MC<br />
Folhas de dados de equipamentos, inclusive painéis e quadros FD<br />
Arranjo de bandejamento principal de cabos elétricos de<br />
força/controle, incluindo principais rotas para consumidores<br />
redundantes e rotas da distribuição de emergência em relação à<br />
distribuição normal; junto com as informações quanto às<br />
anteparas divisórias de compartimentos de alto risco de incêndio. <strong>DE</strong><br />
Arranjo de bandejamento principal de cabos elétricos de sistemas<br />
UPS, indicando rotas para alimentadores redundantes (idem<br />
bandejamento de força) <strong>DE</strong><br />
Lista de equipamentos elétricos e eletrônicos em áreas<br />
classificadas, incluindo tabela com nome, tag, função, sistema,<br />
fabricante, tipo, tensão, potência nominal, grau de proteção, tipo<br />
de proteção EX, grupo de gases, classe de temperatura, número<br />
do Certificado de Conformidade, Entidade certificadora (OCC),<br />
parâmetros (máximos/ de projeto/ real) de circuito<br />
intrinsecamente seguro (V, I, P, C, L, R), relação lp/ln, tempo tE<br />
para proteção de motores de segurança aumentada, incluindo os<br />
acessórios de instalações certificados. LI<br />
Manuais com Certificados de conformidade de proteção “Ex” dos<br />
equipamentos elétricos e acessórios de instalação para atmosferas<br />
explosivas. MA<br />
Plano de Áreas Classificadas, conforme Anexo E_04 da ET- <strong>DE</strong><br />
17
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 18 -<br />
3000.00-1200-941-PCI-001.<br />
Plano de balizamento náutico e aeronáutico <strong>DE</strong><br />
Planta de encaminhamento de cabos e bandejas <strong>DE</strong><br />
Lista de materiais LI<br />
Manual de Operação dos painéis de controle de gerador de<br />
emergência, gerador auxiliar, gerador principal, bomba de<br />
combate a incêndio MA<br />
Equipamentos Mecânicos e Caldeiraria<br />
Especificações técnicas de Equipamentos; ET<br />
Lista de equipamentos ordenados por tipo/tag; LI<br />
Requisições de Material; RM<br />
Folhas de Dados; FD<br />
Memórias de Calculo MC<br />
Ventilação e Ar Condicionado<br />
Fluxogramas de engenharia <strong>DE</strong><br />
Planos gerais e cortes <strong>DE</strong><br />
Especificações técnicas ET<br />
Lista de equipamentos LI<br />
Requisições de material de equipamentos RM<br />
Memórias de cálculo MC<br />
Folhas de dados de equipamentos FD<br />
Ruído/ Vibração<br />
Folhas de dados de ruído de equipamentos FD<br />
Estudo de ruído estrutural RL<br />
Estudo de ruído nas acomodações RL<br />
Estudo de ruído aéreo, incluindo VAC RL<br />
Estudo consolidado de ruído estrutural e aéreo, com resumo dos<br />
níveis de ruído previstos RL<br />
Relatório contendo as recomendações propostas e executadas<br />
para atenuação de ruído RL<br />
Relatório final de medição de ruído da unidade em operação RL<br />
Relatório contendo recomendações propostas para atenuação de<br />
vibração estrutural RL<br />
Arquitetura<br />
Projeto arquitetônico (plantas, cortes e vistas) <strong>DE</strong><br />
Arranjo dos equipamentos e mobiliário <strong>DE</strong><br />
Detalhes construtivos <strong>DE</strong><br />
Especificações Técnicas de Arquitetura (pisos, painéis e forros,<br />
portas, janelas, etc.) ET<br />
Especificações técnicas dos equipamentos e mobiliário (cozinha,<br />
sanitários, ginásio, laboratório, lavanderia, hospital, oficinas, etc.) ET<br />
Catálogos de equipamentos e mobiliário -<br />
Plantas de isolamento (térmico, acústico e proteção passiva) <strong>DE</strong><br />
Especificação técnica para isolamentos ET<br />
Memorial Descritivo MD<br />
Projeto paisagístico <strong>DE</strong><br />
Estudos Ergonômicos (sala de controle, etc.) RL<br />
Listas de material LI<br />
SMS – Segurança, Meio Ambiente e Saúde Ocupacional<br />
Matriz de Causa e Efeito (fogo e gás) <strong>DE</strong><br />
18
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 19 -<br />
P&ID’s do Sistema de Combate a Incêndio<br />
(água/espuma/dilúvio/CO2/water-mist) <strong>DE</strong><br />
Plano de Classificação de Áreas <strong>DE</strong><br />
Plano de Segurança (Safety Plan) <strong>DE</strong><br />
Proteção Passiva Contra Incêndio <strong>DE</strong><br />
Especificação Técnica dos Equipamentos e Acessórios do Sistema<br />
de Segurança (armários de equipamentos, bóias salva-vidas,<br />
balsas salva-vidas infláveis, chuveiros lava-olhos, coletes salvavidas,<br />
embarcação de salvamento, equipamento autônomo de<br />
respiração, extintores, hidrantes, macas, monitores portáteis de<br />
oxigênio e gás combustível, rede antiderrapagem). ET<br />
Especificação Técnica dos Equipamentos e Acessórios do Sistema<br />
de Segurança (canhões monitores de água/espuma, conjunto<br />
moto-bomba de incêndio, embarcação salva-vidas e turco, placa<br />
de aviso, sinalização de segurança, sistema de combate a incêndio<br />
(água/espuma, dilúvio e CO2) e sistema de proteção passiva<br />
contra incêndio). ET<br />
Folhas de dados do Sistema de Segurança (balsa salva-vidas<br />
infláveis, bomba de concentrado de espuma, embarcações salvavidas<br />
rígida, de resgate, salva-vidas e turco, equipamentos de<br />
segurança, placa de aviso, sistemas de combate a incêndio (CO2 e<br />
espuma) e tanque de estocagem de espuma). FD<br />
Lista de Dados para Classificação de Áreas LD<br />
Lista de Equipamentos de Segurança LD<br />
Memorial de Cálculo dos Sistemas de Combate a Incêndio<br />
(água/espuma/dilúvio/CO2) MC<br />
Memorial de Cálculo de Ruído MC<br />
Memorial Descritivo dos Sistemas de Combate a Incêndio<br />
(água/espuma/água atomizada/dilúvio/CO2) MD<br />
Instrumentação/Automação Industrial<br />
Arranjo da sala de controle <strong>DE</strong><br />
Arranjo de localização dos detectores de alagamento em<br />
compartimentos e espaços da Unidade <strong>DE</strong><br />
Diagramas de níveis de parada de emergência <strong>DE</strong><br />
Memorial descritivo MD<br />
Esquemas funcionais típicos <strong>DE</strong><br />
Plantas de locação de instrumentos e bandejamento <strong>DE</strong><br />
Plantas de locação de detectores com as respectivas elevações dos<br />
sensores <strong>DE</strong><br />
Diagramas de malhas de instrumentação <strong>DE</strong><br />
Especificações técnicas ET<br />
Lista de instrumentos organizados por tipo/tag LI<br />
Lista de cabos/multicabos LI<br />
Folhas de dados de instrumentos FD<br />
Telas do Sistema Supervisório -<br />
Diagramas de Ladder comentado <strong>DE</strong><br />
Diagramas Lógicos de Instrumentação e Automação <strong>DE</strong><br />
Lista de bornes de E/S do painel PLC LI<br />
Softwares aplicativos -<br />
Telas gráficas -<br />
Detalhes de instalação de instrumentos <strong>DE</strong><br />
Memórias de cálculo de válvulas de controle, válvulas de<br />
segurança e alívio, dispositivos primários de vazão, sistema de<br />
corrente contínua, ar comprimido e pulmão, unidade hidráulica,<br />
etc. MC<br />
19
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 20 -<br />
Lista de material LI<br />
Requisições de materiais RM<br />
Matriz de Causa e Efeito <strong>DE</strong><br />
Telecomunicações<br />
Unifilares dos sistemas de comunicação e dos sistemas de<br />
telefonia <strong>DE</strong><br />
Diagramas de interligação <strong>DE</strong><br />
Arranjo da sala de equipamentos e sala de rádio <strong>DE</strong><br />
Plano de antenas (plantas e vistas) <strong>DE</strong><br />
Roteamento principal de cabos de alimentação e de antenas <strong>DE</strong><br />
Plantas de telecomunicações e bandejamento <strong>DE</strong><br />
Especificações técnicas ET<br />
Lista de equipamentos ordenados por tipo/tag LI<br />
Lista de cabos LI<br />
Lista de material LI<br />
Requisições de material de equipamentos RM<br />
Folhas de dados de equipamentos FD<br />
Projeto da torre de telecomunicações <strong>DE</strong><br />
Detalhes típicos. <strong>DE</strong><br />
Estrutura<br />
Premissas do Projeto Estrutural ET<br />
Planos estruturais da Unidade: flutuadores, colunas, conveses,<br />
contraventamentos, conexões, etc. <strong>DE</strong><br />
Plano de cargas indicando sobrecargas mínimas nas áreas livres <strong>DE</strong><br />
Desenhos do sistema de “pull-in” <strong>DE</strong><br />
Especificações técnicas ET<br />
Modelos computacionais para análise global, local e de fadiga -<br />
Memória de cálculo incluindo as análises global, local e de fadiga MC<br />
Lista de material LI<br />
Requisição de material RM<br />
Sistemas Navais<br />
Manual de operação MD<br />
Relatório de Controle de Peso RL<br />
Desenhos gerais (embarcação, “turret” e “offloading”). <strong>DE</strong><br />
Lista de equipamentos LI<br />
P&IDs dos sistemas navais <strong>DE</strong><br />
Folhas de dados de equipamentos FD<br />
Lista de materiais LI<br />
Memórias de cálculo; MC<br />
Resultados de teste com modelo reduzido (tanque de prova e<br />
túnel de vento) RL<br />
Diagrama de tubulação e arranjo dos recursos de escorva dos<br />
sistemas de lastro e esgoto (bilge) <strong>DE</strong><br />
Descrição e arranjo dos equipamentos de convés do sistema de<br />
ancoragem <strong>DE</strong><br />
Procedimento de instalação das linhas de ancoragem MD<br />
Memorial Descritivo dos Sistemas de Pull In e Pull Out MD<br />
Folhas de Dados de Peso FD<br />
Civil – Estruturas “On site”<br />
Lista de Padrões de Engenharia (“Standards”) LI<br />
20
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 21 -<br />
Planta Geral Plano Diretor <strong>DE</strong><br />
Planta Geral de locação de sondagens (1) <strong>DE</strong><br />
Relatório de Sondagens (1) RL<br />
Especificação Técnica Critérios para Execução de Investigações<br />
Geotécnicas ET<br />
Planta Geral de Levantamento Topográfico <strong>DE</strong><br />
Relatório Levantamento Topográfico RL<br />
Especificação Técnica Critérios para Projeto e Execução de<br />
Serviços de Topografia ET<br />
Planta Geral de Terraplenagem <strong>DE</strong><br />
Planta de Seções <strong>DE</strong><br />
Especificação Técnica Critérios para Projeto e Execução de<br />
Terraplenagem ET<br />
Planta Geral de Arruamento e Pavimentação <strong>DE</strong><br />
Planta de Seções e Detalhes <strong>DE</strong><br />
Especificação Técnica Critérios para Projeto e Execução de<br />
Arruamento e Pavimentação ET<br />
Memória de Cálculo da Pavimentação MC<br />
Planta Geral de Drenagem (2) <strong>DE</strong><br />
Planta de Seções e Detalhes <strong>DE</strong><br />
Especificação Técnica Critérios para Projeto e Execução de<br />
Drenagem ET<br />
Memória de Cálculo do Sistema de Drenagem MC<br />
Planta Geral de Estaqueamento (3) <strong>DE</strong><br />
Planta Geral de Locação das Fundações <strong>DE</strong><br />
Planta Geral de “Underground” <strong>DE</strong><br />
Planta de Formas das Fundações <strong>DE</strong><br />
Planta de Armação das Fundações <strong>DE</strong><br />
Especificação Técnica Critérios para Projeto e Execução de<br />
Fundações ET<br />
Memória de Cálculo das Fundações MC<br />
Formas das Edificações de Concreto <strong>DE</strong><br />
Armações das Edificações de Concreto <strong>DE</strong><br />
Especificação Técnica Critérios para Projeto e Execução de<br />
Edificações de Concreto ET<br />
Memória de Cálculo das Estruturas de Concreto MC<br />
Planta das Estruturas Metálicas <strong>DE</strong><br />
Elevações das Estruturas Metálicas <strong>DE</strong><br />
Especificação Técnica Critérios para Projeto, Execução e Montagem<br />
de Estruturas Metálicas ET<br />
Memória de Cálculo das Estruturas Metálicas MC<br />
Lista de Embutidos no concreto (“Inserts”) LI<br />
Lista de Chumbadores. LI<br />
Requisição de Material RM<br />
Parecer Técnico PT<br />
21
CONSTRUTIBILIDA<strong>DE</strong><br />
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 22 -<br />
Assim que tiver esgotado todas as suas possibilidades e confessado<br />
seu fracasso, haverá uma solução simples e óbvia, claramente visível<br />
a qualquer outro, que não você...<br />
A Análise de CONSTRUTIBILIDA<strong>DE</strong> deve ser uma ferramenta a ser utilizada<br />
como critério para consolidação do Projeto Executivo, definida no CONTRATO<br />
como exigência para a essa fase especifica.<br />
Análise de Construtibilidade<br />
Documentos FASE 1 FASE 2<br />
Momentos de Aplicação<br />
FASE 3<br />
(Após a<br />
conclusão do<br />
Projeto Básico)<br />
FASE 4<br />
(Após o início do<br />
contrato de<br />
Construção e<br />
Montagem)<br />
Termo de Referência do Empreendimento (Project Charter); X X X X<br />
Declaração de Escopo do Projeto; X X X<br />
Plano de Execução do Empreendimento (PEP) X X X<br />
Cronograma Integrado X X X X<br />
Estimativa de Custos X X X<br />
Relatório da Análise de Risco. X X X X<br />
Relatórios das VIPs Anteriores (incluindo Construtibilidade) X X X X<br />
Plano de Contratação X X X<br />
IBE X<br />
Plano de Tecnologia (Quando disponivel) X<br />
Documentos de Engenharia<br />
Fluxograma de Processo X<br />
Fluxograma de Engenharia X X X<br />
Lay-out de tubulação X X<br />
Desenhos dos equipamentos. X X<br />
Desenhos relativos à movimentação de cargas. X<br />
Classificação de áreas. X X<br />
Modelo CAD 3D X X X<br />
Lista de Equipamentos X X X<br />
Arranjo Geral X X X<br />
Lições Aprendidas de Projetos Similares X X X X<br />
Dados do Local (Solo, Topografia, Acesso,Indices Pluviométricos, etc). X X X X<br />
Relatório de Avaliação Socioambiental e de SMS. X X X X<br />
Por Construtibilidade aplicada ao PROJETO entendemos a validação de<br />
diversos critérios, dentre eles destacamos os seguintes:<br />
PROJETO/<strong>DE</strong>SIGN Aspectos Gerais de Projeto<br />
PROJETO/<strong>DE</strong>SIGN Aspectos Gerais de Projeto<br />
PROJETO/<strong>DE</strong>SIGN Aspectos Gerais de Projeto<br />
PROJETO/<strong>DE</strong>SIGN Equipamentos Mecânicos<br />
Disponibilidade dos principais<br />
atores ligados ao<br />
desenvolvimento<br />
(Design).<br />
do Projeto<br />
Considerações a respeito de<br />
outras Unidades no site<br />
Considerar alternativas para<br />
evitar obras subterrâneas ou<br />
elevadas<br />
Densidade (n° de Itens<br />
instalados em determinado<br />
espaço)<br />
PROJETO/<strong>DE</strong>SIGN Equipamentos Mecânicos Dimensão dos equipamentos<br />
PROJETO/<strong>DE</strong>SIGN Equipamentos Mecânicos Aspectos de manutenção<br />
22
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 23 -<br />
PROJETO/<strong>DE</strong>SIGN Equipamentos Mecânicos Padronizar equipamentos<br />
PROJETO/<strong>DE</strong>SIGN Instrumentação e Elétrica<br />
PROJETO/<strong>DE</strong>SIGN Instrumentação e Elétrica<br />
Garantir que os envelopes<br />
estejam adequados à passagem<br />
de grandes máquinas sobre<br />
eles.<br />
Considerar eletrocalhas e<br />
eletrodutos<br />
PROJETO/<strong>DE</strong>SIGN Instrumentação e Elétrica Padronizar equipamentos<br />
A Necessidade de um Projeto Conceitual e um Básico consolidado gera a<br />
necessidade do uso de uma visão de Construtibilidade<br />
Significa que o uso de ferramentas de Construtibilidade deve acontecer desde<br />
a fase de conceituação.<br />
A fiscalização do Projeto necessita realizar um estudo critico dos documentos<br />
que dão a base do Projeto, Critérios de Projeto, Especificações Técnicas, IBE 8 ,<br />
Vendor-List. Verificar suas prescrições, recomendações, listar seus itens e em<br />
alguns pontos do seu desenvolvimento realizar uma verificação do atendimento<br />
a estes itens com apoio de especialistas. Em todas as disciplinas, se<br />
necessário com apoio externo. A gestão do projeto deve encaminhar ou<br />
evidenciar essa verificação.<br />
Os critérios podem conter orientações que travam a flexibilidade das soluções<br />
do Projeto Executivo.<br />
A análise pelo Cliente para entrega do Projeto é normalmente realizada após a<br />
etapa de Construção e Montagem, ou seja, após a construção, a análise dos<br />
critérios e das normas referenciadas evita desgastes com a comparação dos<br />
critérios e o Projeto.<br />
8 IBE – Informações Básicas de Empreendimentos – Critérios gerais da planta, unidade, local,<br />
empreendimento especifico tais como eletricidade, dados climáticos, dados de processo, instrumentação,<br />
etc.<br />
23
COMPLEXIDA<strong>DE</strong><br />
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 24 -<br />
Nada é tão fácil quanto parece, nem tão difícil quanto a explicação do<br />
manual.<br />
A Complexidade de um Projeto, conforme Simon 1962:<br />
Grande número de componentes com múltiplas interações em que é difícil compreender o<br />
comportamento dos componentes individuais ou prever o comportamento global do sistema,<br />
com base no conhecimento das condições de partida.**<br />
Compreendendo o Projeto como a configuração de um sistema com centenas<br />
ou milhares de componentes interligados que devem funcionar em conjunto<br />
para alcançar um objetivo, quanto maior a quantidade desses componentes,<br />
quanto maior as interfaces, quanto mais complexo o processo, maior a<br />
Complexidade do Projeto.<br />
A fiscalização de Projetos na área industrial de vulto envolve-se em situações<br />
de grande complexidade.<br />
FATORES QUE AGREGAM COMPLEXIBILIDA<strong>DE</strong> AO PROJETO<br />
Podemos agrupar numa lista de fatores, informalmente chamados de gatilhos,<br />
os fatores comumente relacionados com a complexidade dos projetos,<br />
colocando-os num ranking em ordem decrescente de intensidade:<br />
a) Pessoas<br />
b) Internacionalidade<br />
c) Multidisciplinaridade<br />
24
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 25 -<br />
d) Cliente<br />
e) Tamanho do projeto;<br />
f) Novos parceiros<br />
g) Quantidade de parceiros e pessoas de contato<br />
h) Dinâmica<br />
i) Variações e opções abertas<br />
j) Dependência de outras empresas<br />
k) Quantidade de fontes de informações<br />
l) Quantidade de informações para analisar<br />
m) Dependência de outros departamentos<br />
n) Novos processos<br />
o) Baixo nível de maturidade<br />
p) Nova tecnologia<br />
q) Política de empresa<br />
Esses fatores devem ser discutidos e tratados pelas equipes de gestão.,<br />
mapeando-se, riscos, impactos, oportunidades, soluções.<br />
TIPOS <strong>DE</strong> COMPLEXIDA<strong>DE</strong><br />
Alguns autores postulam quatro tipos básicos de Complexidade de Projeto:<br />
Complexidade de Fé - Compreende a necessidade do uso da criatividade e da<br />
intuição como ferramentas para trabalhar com o desconhecido, daí o nome.<br />
Complexidade de Fato – Grande quantidades de informação a serem<br />
integradas.<br />
Complexidade de Interação – Grande numero de interfaces, empresas,<br />
pessoas, sistemas, locais.<br />
Tipo de Projeto – Relacionada ao tamanho do projeto, a tecnologia envolvida.<br />
Esses tipos podem ser detalhados por suas características, perspectivas e<br />
definições, esquematizando uma configuração semelhante ao quadro anexo.<br />
Na medida em que eu aperfeiçôo os processos de gestão e as atividades<br />
relacionadas a esses tipos, mais antecipo soluções, previno problemas, facilito<br />
o processo de um modo geral.<br />
Configuração do Padrão de Complexidade<br />
Grupo Característica Perspectiva Definição<br />
Complexidade<br />
de Fé -<br />
complexidade<br />
envolvida na<br />
criação de algo<br />
único ou<br />
resolver<br />
problemas<br />
novos.<br />
Nível de<br />
Imaturidade<br />
Dinâmica<br />
Tecnológico Definição dos parâmetros técnicos do projeto.<br />
Quanto mais detalhado for, maior a dificuldade para<br />
fazer mudanças.<br />
Comercial Definição da configuração macro da organização.<br />
Tecnológico Frequência e impacto das mudanças nos aspectos<br />
tecnológicos e técnicos.<br />
Comercial Frequência e impacto das mudanças na equipe do<br />
projeto e organização macro.<br />
25
Complexidade<br />
de Fato -<br />
complexidade<br />
em lidar com<br />
uma quantidade<br />
muito grande de<br />
informações<br />
interdependen-<br />
tes.<br />
Complexidade<br />
de Interação –<br />
presente em<br />
interfaces entre<br />
sistemas, locais,<br />
seres humanos e<br />
é caracterizada<br />
pela<br />
transparência,<br />
multiplicidade<br />
de referências e<br />
empatia<br />
Tipo de Projeto<br />
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 26 -<br />
Número de<br />
fontes /<br />
elementos<br />
Interdependên-<br />
cia<br />
Referencial<br />
Transparência Equipe<br />
Tecnológico Quantidade de interfaces técnicas de cada sistema, ou<br />
seja, como os sistemas estão inter-relacionados.<br />
Comercial Quantidade de pessoas ou empresas com as quais se<br />
tem que lidar com durante o projeto.<br />
Tecnológico Interdependência dos elementos técnicos.<br />
Comercial Reflete-se principalmente na frequência de<br />
comunicação ou na dependência mútua para a tomada<br />
de decisões.<br />
Tecnológico Uso de diferentes referências técnicas, tais como<br />
normas e padrões diferentes, ou a diferença entre o<br />
significado das variáveis.<br />
Comercial Variabilidade de referências pessoais.<br />
Clientes<br />
Parceiros<br />
Outros<br />
Empatia Equipe<br />
Clientes<br />
Parceiros<br />
Outros<br />
Indica a influência de questões políticas no projeto.<br />
Uma questão pessoal e intangível que faz um<br />
determinado conjunto de pessoas trabalhar melhor<br />
juntos do que outros.<br />
Tamanho do Projeto Tamanho da parcela do (orçamento) projeto pela qual<br />
a empresa analisada é responsável.<br />
Amplitude da Responsabilidade Amplitude da responsabilidade da empresa em um<br />
determinado projeto.<br />
Customização e<br />
Singularidade<br />
Tecnológico Grau de customização técnica / tecnológica do escopo<br />
solicitado, podendo ir de um padrão a um novo<br />
protótipo.<br />
Comercial Grau de customização das atividades organizacionais /<br />
comerciais, ou seja, novos parceiros, clientes, ou<br />
mesmo uma nova equipe.<br />
Se eu fosse resumir as questões de complexidade de Projetos em quatro<br />
palavras, essas seriam:<br />
Internacionalidade<br />
Cliente<br />
Pessoas<br />
Multi-Disciplinalidade.<br />
São os quatro gatilhos mais importantes de complexidade identificados<br />
("internacionalidade”, “cliente”, “pessoas” e “multi-disciplinaridade")<br />
caracteristicamente relacionados à complexidade da interação. Isso implica<br />
26
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 27 -<br />
na criticidade da interação para a função de gerenciamento de projetos<br />
(GERALDI, 2007, p. 7; GERALDI e ADLBRECHT, 2007. p. 34).<br />
TEMAS<br />
Alguns Temas chaves e suas instâncias que impactam a complexidade dos<br />
projetos foram levantados por diversos líderes de Projeto, são estes:<br />
Metas<br />
- Metas de nível elevado / mal determinadas na prática<br />
- Clientes pouco claros sobre as metas e os objetivos<br />
- Definição incompleta ou inadequada de requisitos<br />
- Decisões anteriores difíceis para acomodar ou não mais aplicáveis<br />
Stakeholders<br />
- Várias ou mudanças das partes interessadas (stakeholders) seniores<br />
- Vários clientes<br />
- múltiplos fornecedores<br />
- Vários stakeholders<br />
- Clientes exigentes / expectativas ou metas não realísticas<br />
- Alta visibilidade / sensível políticamente<br />
- Falta de controle devido a vários proprietários ou clientes do projeto<br />
- Suporte sênior inadequado<br />
- Variação ou difícil de manter o engajamento das partes interessadas –<br />
Mudanças nos requisitos das partes interessadas<br />
- Novas exigências<br />
- Incerteza das informações<br />
- informações ambíguas ou incompletas<br />
- Muitas pessoas com interesse, inclusive o governo<br />
Interfaces e Interdependências<br />
- Falta de controle devido a múltiplas interfaces<br />
- Falta de controle devido a muitos proprietários<br />
- Falta de controle devido a múltiplas plataformas<br />
- Integração de sistemas / plataformas múltiplas<br />
- Diferentes filosofias de design em todas as plataformas<br />
- Interdependência em relação a outros projetos<br />
- Atualização / modernização do sistema existente / adaptação -<br />
Interdependência com o ambiente<br />
- Interdependências inter-organizacionais<br />
- Interdependências dos cronogramas<br />
- Integração da qualidade<br />
- Integração de sistemas<br />
27
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 28 -<br />
- Muitas interfaces e interações de sistemas<br />
Tecnologia<br />
- Inovação<br />
- Tecnologia desconhecida<br />
- Tecnologia de ponta<br />
- Tecnologia muito difícil<br />
- Alteração no ambiente tecnológico / mudança tecnológica<br />
Processos de gestão<br />
- Relações com o contratante<br />
- Opções de aquisição<br />
- Relações contratuais difíceis - Contratos múltiplos<br />
- Ética do contratante / práticas comportamentais de aquisição<br />
- Aceleração (fast tracking) / engenharia concorrente / sobreposição de<br />
processos<br />
- Diferentes problemas técnicos com contratos diferentes<br />
- Custo controlado pelo fornecedor / monopólios<br />
- Disponibilidade controlada pelo fornecedor<br />
Práticas de trabalho<br />
- Diferenças culturais entre departamentos, organizações ou países<br />
participantes<br />
- Diferenças de terminologia cultural<br />
- Distância geográfica / fusos horários - Culturas internas<br />
- Diferenças de língua<br />
- Multidisciplinaridade<br />
- Processos administrativos que devem ser respeitados<br />
- Micro-relatórios / micro-comunicação<br />
- Responsabilidades divididas / sem autoridade clara - Seleção inadequada do<br />
pessoal do projeto<br />
- Metodologia do projeto inadequada<br />
- Pressão orçamentária<br />
Tempo<br />
- Mudança dos tomadores de decisão ao longo do tempo<br />
- Extensão do histórico do projeto que influencia as decisões posteriores<br />
- Falta de capacidade de definir / instabilidade dos requisitos ao longo do tempo<br />
- Relacionamentos-chave mudando ao longo do tempo<br />
- Planos constantemente reformulados<br />
- Mudança dos interessados importantes<br />
O Processo de gestão do Projeto envolve lidar do melhor modo com todas<br />
essas instancias.<br />
28
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 29 -<br />
Certo PMS (Project Manager Sênior) otimista disse certa vez: “Não<br />
importa quão experiente seja sua equipe, o numero de controles que<br />
sejam realizados, a metodologia de gestão aplicada, certamente diante<br />
de um Projeto complexo você irá falhar”<br />
Um processo de gerenciamento de projetos é definido como “um conjunto de<br />
ações e atividades inter-relacionadas realizadas pela equipe do projeto para<br />
obter um conjunto pré- especificado de produtos, resultados, serviços ou<br />
objetivos” (PMI, 2008).<br />
Em sua dissertação de mestrado 9 Ricardo Toshio Yugue resume em vinte e<br />
seis os principais processos extraídos dos Grupos de Processo do PMI (Project<br />
Management Institute) para uma eficaz gestão da questão da Complexidade de<br />
Projeto:<br />
Processos<br />
1. Elaboração do<br />
termo de abertura<br />
(Project Charter)<br />
2. Reunião inicial<br />
(kick-off meeting)<br />
3. Controle de<br />
mudanças<br />
82<br />
Processos<br />
4. Identificação de<br />
requisitos<br />
Quadro – Processos de gerenciamento de projetos<br />
Grupo de<br />
Processos<br />
Integração É<br />
Definição<br />
realizada pelo iniciador ou<br />
Referência<br />
PMI (2008); Maximiano et<br />
patrocinador do projeto e tem por al. (2010a; 2010c); Besner<br />
objetivo formalizar a existência do<br />
projeto e autorizar seu gerente a aplicar<br />
os recursos organizacionais necessários<br />
às atividades do projeto.<br />
e Hobbs (2008); Mulcahy<br />
(2005); Streun (2006).<br />
Comunicação<br />
É uma reunião de comunicação e de<br />
coordenação para assegurar que todos<br />
Maximiano et al. (2010a;<br />
2010c); Besner e Hobbs<br />
tenham conhecimento e correto<br />
entendimento dos detalhes do projeto e<br />
das pessoas que nele trabalham.<br />
(2008); Mulcahy (2005);<br />
Le Bissonnais (2003).<br />
Integração Envolve a identificação, documentação, ABNT (2000); PMI (2008);<br />
aprovação e controle de mudanças feitas Mulcahy (2005); Streun<br />
nos principais documentos de referência<br />
do projeto (linhas de base), como, por<br />
exemplo, o cronograma e a EAP iniciais.<br />
(2006); Cleland (1999); Le<br />
Bissonnais (2003).<br />
Quadro - Processos de gerenciamento de projetos (continuação)<br />
Grupo de<br />
Processos<br />
Escopo<br />
Definição<br />
Está relacionada à quantificação e<br />
documentação de necessidades, desejos<br />
e expectativas das partes interessadas no<br />
projeto, mais especificamente às<br />
condições ou capacidade que deve ser<br />
atendida pelo projeto e/ou seus produtos<br />
ou resultados.<br />
Referência<br />
ABNT (2000); PMI (2008);<br />
Besner e Hobbs (2008);<br />
Mulcahy (2005); Peels<br />
(2006); Le Bissonnais<br />
(2003).<br />
9 Dissertação denominada Contribuição ao Estudo dos Processos de Gerenciamento e da Complexidade<br />
dos Projetos.<br />
29
5. Elaboração da<br />
declaração do<br />
escopo<br />
6. Elaboração da<br />
Estrutura Analítica<br />
do Projeto (EAP ou<br />
“WBS”)<br />
7. Elaboração do<br />
Dicionário da EAP<br />
ou “WBS”<br />
8. Estimativas de<br />
recursos<br />
9. Elaboração do<br />
cronograma<br />
10. Estimativa de<br />
custos<br />
11. Elaboração do<br />
orçamento<br />
12. Cálculo do<br />
valor agregado (EV)<br />
Processos<br />
13. Plano de<br />
gerenciamento da<br />
qualidade<br />
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 30 -<br />
Escopo Inclui descrever as principais entregas,<br />
premissas e restrições do projeto e a<br />
descrição do trabalho a ser realizado. A<br />
declaração do projeto é usada para<br />
confirmar ou desenvolver um<br />
entendimento comum do escopo do<br />
projeto entre as partes interessadas.<br />
Escopo Envolve realizar a decomposição<br />
hierárquica do escopo total do projeto,<br />
orientada à entrega do trabalho a ser<br />
executado pela equipe do projeto.<br />
Escopo Cada componente da EAP deve ser<br />
detalhado por meio de uma breve<br />
descrição do escopo, das entregas, das<br />
atividades associadas e de uma lista dos<br />
marcos. Também pode incluir os<br />
recursos necessários, a estimativa de<br />
custos e outras referências técnicas que<br />
facilitem o trabalho.<br />
Tempo Processo de estimativa dos tipos e<br />
quantidades de material, pessoas,<br />
equipamentos ou suprimentos que serão<br />
necessários para realizar cada atividade.<br />
Tempo Processo de análise do sequenciamento<br />
de atividades, durações, recursos<br />
necessários e restrições para o<br />
estabelecimento de, pelo menos, uma<br />
data de início e de término planejadas<br />
para cada atividade do projeto.<br />
Custos Processo de desenvolvimento de uma<br />
estimativa dos recursos monetários<br />
necessários para terminar as atividades<br />
do projeto.<br />
Custos Processo de agregação dos custos<br />
estimados de atividades individuais ou<br />
pacotes de trabalho para estabelecer uma<br />
linha de base autorizada dos custos.<br />
Custos Trata-se do cálculo do valor do trabalho<br />
terminado expresso em termos do<br />
orçamento inicialmente aprovado<br />
atribuído a esse trabalho para uma<br />
atividade ou componente da EAP.<br />
Quadro - Processos de gerenciamento de projetos (continuação)<br />
Grupo de<br />
Definição<br />
Processos<br />
Qualidade Envolve descrever como a equipe de<br />
gerenciamento de projeto implementará<br />
a política de qualidade da organização e<br />
inclui o controle da qualidade, a garantia<br />
da qualidade e a melhoria contínua de<br />
processos.<br />
ABNT (2000); PMI (2008);<br />
Maximiano et al. (2010a;<br />
2010c); Besner e Hobbs<br />
(2008); Mulcahy (2005);<br />
Mepyans-Robinson (2006).<br />
PMI (2008); Maximiano et<br />
al. (2010a; 2010c); Besner<br />
e Hobbs (2008); Mulcahy<br />
(2005); Turner e Cochrane<br />
(1993); Peels (2006);<br />
Mepyans-Robinson (2006);<br />
Le Bissonnais (2003).<br />
PMI (2008); Maximiano et<br />
al. (2010a; 2010c); Besner<br />
e Hobbs (2008); Mulcahy<br />
(2005); Mepyans-Robinson<br />
(2006a); Cleland (1999).<br />
ABNT (2000); PMI (2008);<br />
Houston (2006).<br />
ABNT (2000); PMI (2008);<br />
Mulcahy (2005); Houston<br />
(2006); Cleland (1999).<br />
ABNT (2000); PMI (2008);<br />
Maximiano et al. (2010a;<br />
2010c); Besner e Hobbs<br />
(2008); Mulcahy (2005);<br />
Peels (2006); Abdomerovic<br />
(2006); Cleland (1999).<br />
ABNT (2000); PMI (2008);<br />
Mulcahy (2005);<br />
Abdomerovic (2006).<br />
PMI (2008); Maximiano et<br />
al. (2010a; 2010c); Besner<br />
e Hobbs (2008); Ellis Jr<br />
(2006); Lambert (2006).<br />
Referência<br />
PMI (2008); Peels (2006);<br />
Le Bissonnais (2003).<br />
30
14. Organograma<br />
do projeto (estrutura<br />
organizacional)<br />
15. Elaboração da<br />
matriz de<br />
responsabilidades<br />
16. Realização de<br />
atividades de<br />
desenvolvimento da<br />
equipe<br />
17. Elaboração do<br />
plano de<br />
comunicação<br />
18. Gerenciamentos<br />
dos staeholders<br />
19. Elaboração dos<br />
relatórios de<br />
desempenho<br />
20. Manutenção e<br />
atualização dos<br />
registros<br />
21. Elaboração da<br />
matriz de análise de<br />
riscos<br />
(probabilidade/<br />
impacto)<br />
Processos<br />
22. Definição das<br />
estratégias de<br />
resposta a riscos<br />
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 31 -<br />
Pessoas Trata-se da representação gráfica dos<br />
membros da equipe de projeto e suas<br />
relações hierárquicas, de cima para<br />
baixo.<br />
Pessoas Envolve a representação do<br />
relacionamento do organograma do<br />
Pessoas<br />
projeto com a EAP com o objetivo de<br />
garantir que cada componente do escopo<br />
de trabalho do projeto tenha uma pessoa<br />
ou equipe a ele relacionada.<br />
Envolve os esforços para aumentar o<br />
desempenho da equipe de projeto por<br />
meios de treinamento, construção da<br />
equipe, agrupamento, reconhecimento e<br />
recompensas.<br />
Comuni-<br />
cação<br />
Comuni-<br />
cação<br />
Comuni-<br />
cação<br />
Comuni-<br />
cação<br />
Envolve descrever as necessidades de<br />
comunicação, como e em que formato as<br />
informações serão comunicadas, quando<br />
e onde será realizada cada comunicação<br />
e quem é o responsável pelo<br />
fornecimento de cada tipo de<br />
comunicação. Também define quem será<br />
comunicado.<br />
É o processo de comunicação e interação<br />
com as partes interessadas com o<br />
objetivo de atender às suas expectativas,<br />
necessidades e interesses, além de<br />
eventuais divergências.<br />
Envolve a elaboração de documentos ou<br />
peças de comunicação que apresentem<br />
as informações sobre o desempenho do<br />
projeto, podendo ser composto por<br />
cálculos e análises sobre o andamento do<br />
trabalho do projeto.<br />
São realizados como resultado do<br />
processo de controle integrado de<br />
mudanças e incluem o registro de<br />
solicitações de mudanças e quaisquer<br />
documentos que estejam sujeitos ao<br />
controle de mudanças.<br />
Riscos Significa especificar as combinações de<br />
probabilidade e impacto que resultam<br />
em uma classificação dos riscos em<br />
diferentes prioridades de atenção, para<br />
posterior análise quantitativa e<br />
planejamento da resposta.<br />
Quadro - Processos de gerenciamento de projetos (continuação)<br />
Grupo de<br />
Definição<br />
Processos<br />
Riscos É o processo de desenvolvimento de<br />
opções e ações para aumentar as<br />
oportunidades e reduzir as ameaças aos<br />
objetivos do projeto.<br />
ABNT (2000); PMI (2008);<br />
Maximiano et al. (2010a;<br />
2010c); Peels (2006); Le<br />
Bissonnais (2003).<br />
PMI (2008); Maximiano et<br />
al. (2010a; 2010c); Besner<br />
e Hobbs (2008); Towe<br />
(2006); Cleland (1999).<br />
ABNT (2000); PMI (2008);<br />
Maximiano et al. (2010a;<br />
2010c); Besner e Hobbs<br />
(2008); Mulcahy (2005);<br />
Dinsmore (2006); Le<br />
Bissonnais (2003).<br />
ABNT (2000); PMI (2008);<br />
Maximiano et al. (2010a;<br />
2010c); Besner e Hobbs<br />
(2008); Mepyans-Robinson<br />
(2006b).<br />
PMI (2008); Mepyans-<br />
Robinson (2006b);<br />
Englund (2006).<br />
PMI (2008); Maximiano et<br />
al. (2010a; 2010c); Besner<br />
e Hobbs (2008); Mulcahy<br />
(2005); Peels (2006);<br />
Mepyans-Robinson<br />
(2006b); Lambert (2006);<br />
Le Bissonnais (2003).<br />
PMI (2008); Besner e<br />
Hobbs (2008); Mulcahy<br />
(2005); Peels (2006).<br />
ABNT (2000); PMI (2008);<br />
Maximiano et al. (2010a;<br />
2010c); Besner e Hobbs<br />
(2008); Hillson (2006).<br />
Referência<br />
ABNT (2000); PMI (2008);<br />
Maximiano et al. (2010a;<br />
2010c); Mulcahy (2005);<br />
Hillson (2006).<br />
31
23. Elaboração do<br />
plano de aquisições<br />
24. Administração<br />
de contratos<br />
25. Registro de<br />
lições aprendidas<br />
26. Obtenção ou<br />
emissão da carta de<br />
aceitação pelo<br />
cliente<br />
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 32 -<br />
Aquisições É o processo de elaboração do plano que<br />
descreve como os processos de<br />
aquisição do projeto serão gerenciados.<br />
Aquisições É o processo de gerenciar as relações de<br />
aquisição, monitorar o desemepnho e<br />
fazer mudanças e correções necessárias<br />
nos contratos, de forma a garantir que<br />
ambas as<br />
obrigações.<br />
partes cumpram suas<br />
Aprendi-<br />
zado<br />
A aprenidzagem obtida, a experiência<br />
adquirida e as recomendações de<br />
melhoria dos processos são incluídas nos<br />
arquivos do projeto para que possam ser<br />
aproveitadas em outros projetos no<br />
futuro.<br />
Integração Processo de formalização da aceitação<br />
das entregas terminadas do projeto,<br />
assegurando que todos os requisitos<br />
foram atendidos.<br />
PMI (2008); Le Bissonnais<br />
(2003); Mulcahy (2005);<br />
Woolf (2007).<br />
ABNT (2000); PMI (2008);<br />
Maximiano et al. (2010a;<br />
2010c); Mulcahy (2005);<br />
Edwards (2006)<br />
ABNT (2000); Maximiano<br />
et al. (2010a; 2010c);<br />
Besner e Hobbs (2008);<br />
Mulcahy (2005); Edwards<br />
(2006).<br />
PMI (2008); Maximiano et<br />
al. (2010a; 2010c); Besner<br />
e Hobbs (2008); Mulcahy<br />
(2005).<br />
Essa abordagem sobre a Complexidade visa levantar os temas relevantes a<br />
serem pensados e repensados para gestão de Projetos.<br />
32
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 33 -<br />
MO<strong>DE</strong>LO 3D A energia sempre faltará na metade da renderização daquele modelo 3D para<br />
o qual você gasta três dias para realizar<br />
Com o avanço da computação utilizamos intensamente representações<br />
tridimensionais para projetar.<br />
O uso do desenho técnico como única ferramenta de projeto é algo<br />
marcante dos séculos XVIII, XIX e XX. Com o desenho como única forma de<br />
projetar houve um considerável aumento na velocidade de desenvolvimento e<br />
diminuição dos custos dos projetos. No entanto, o uso da representação<br />
ortogonal (plantas, seções e vistas) não é completa. Ela não contempla uma<br />
série de elementos e detalhes essenciais em um trabalho de composição de<br />
espaços. Elementos esses que se fazem perceptíveis somente em<br />
representações tridimensionais. Antoni Placid Gaudí i Cornet, arquiteto catalão<br />
que deixou como legado inúmeras catedrais em Barcelona tem suas obras<br />
marcadas por um exaustivo exercício de desenho para complementar os<br />
aspectos bidimensionais. Executou pranchas e mais pranchas de refinado<br />
desenho técnico e artístico. Percebendo a limitação dessas ferramentas, Gaudí<br />
se lançou em uma incessante produção de maquetes. Maquetes de madeira,<br />
de gesso, de fios e até mesmo de areia. Visitando o museu da Igreja da<br />
Sagrada Família em Barcelona pode-se ver um belíssimo modelo 3D feito com<br />
fios e saquinhos de areia. Foi com esse modelo que o arquiteto concebeu a<br />
rica volumetria da catedral. Se voltarmos para a idade média, vemos as antigas<br />
guildas utilizando maquetes de gesso e madeira como elemento projetual em<br />
grandes construções. Obras seculares como grandes igrejas eram erguidas ao<br />
longo de várias gerações de construtores e tinham como única referência de<br />
projeto uma maquete. Geralmente esse modelo ia sendo modificado para se<br />
adaptar à obra. Analisando o Renascimento Italiano de 1400, percebemos que<br />
os grandes arquitetos da época utilizavam largamente essa técnica. Um bom<br />
exemplo é Filippo Brunelleschi. Ele confeccionou uma série de maquetes para<br />
a Igreja de Santa Maria del Fiori que iam sendo alteradas no decorrer de sua<br />
complexa construção.<br />
Então, no final do século XX, com o avanço da computação e o fácil acesso a<br />
bens de consumo começamos a perceber uma completa substituição da<br />
prancheta, do papel e do nanquim por computadores. Esse foi o ápice da<br />
otimização do processo de projeto. Nunca em toda a estória da arquitetura se<br />
viu uma velocidade de produção tão incessante como agora. Com essa vasta<br />
disseminação do computador como interface para desenvolvimento de<br />
projetos, novas ferramentas começam a surgir. Nessa onda de criação de<br />
novas ferramentas para arquitetos temos surgimento de softwares para<br />
representação tridimensional de projetos de arquitetura, as chamadas<br />
maquetes eletrônicas ou maquetes 3D. Inicialmente usava-se o AutoCad 3D.<br />
Com o incansável intuito de criar plataformas mais amigáveis vimos novos<br />
programas de representação tridimensional tomando espaço: 3D Studio, Maya,<br />
Lightwave, FormZ, Cinema 4D, Modo, Sketchup e ferramentas PDMS (Plant<br />
Design Management System). O Plant Design Management System (PDMS) é<br />
um sistema com ambiente totalmente integrado, permitindo o gerenciamento<br />
automático tanto da parte gráfica do projeto quanto dos dados. Por se tratar de<br />
uma base de dados centralizada, possibilita que usuários atuem apenas em<br />
33
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 34 -<br />
sua área de interesse, garantindo assim a consistência e integridade de todos<br />
os dados do projeto.<br />
Essa nova tecnologia de Projeto agrega a nova tecnologia BIM (building<br />
information model), um Modelo de Construção e Informação ou Maquete<br />
eletrônica que agrega as informações de cada componente das diversas<br />
disciplinas.<br />
Contudo é o uso consistente da ferramenta 3D, que tratará com<br />
qualidade da questão de COMPLEXIDA<strong>DE</strong> do Projeto. É imprescindível que a<br />
aplicação dessa ferramenta seja planejada, sistematizada, documentada, fruto<br />
de melhoria continua e receba o tratamento adequado para conferir ao Projeto<br />
a Qualidade desejada. Deve existir um alto padrão na execução da<br />
modelagem 3D e na gestão da Qualidade dessa modelagem. Para isso é<br />
essencial haverem diretrizes claras com relação aos objetos, tags, na exatidão<br />
das representações geométricas. No tratamento de gestão do vasto volume de<br />
informações que comporão a modelagem. Na representatividade do modelo.<br />
Mesmo as linhas finas devem ser contratadas junto a maquete.<br />
34
HISTÓRIA DO PROJETO<br />
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 35 -<br />
A história do Projeto deve estar bem documentada, assim como seu<br />
desenvolvimento e as etapas de sua consolidação através de atas, reuniões<br />
workshops. A mudança ou alterações de conceitos no Projeto diferentes do<br />
solicitado em IBE ou Critério ou Norma deve ser JUSTIFICADO para emissão<br />
do PROJETO especifico.<br />
O ciclo de vida de um Projeto de sua gestação ou concepção até sua aplicação<br />
deve ser documentado em todos os seus aspectos e modificações.<br />
35
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 36 -<br />
E ele continua em modificação até posteriormente ao período da pré-operação<br />
do sistema.<br />
O tratamento das revisões e sua atualização continua é fruto de um trabalho de<br />
controle que impactará várias disciplinas envolvidas;<br />
REFERENCIAS dos projetos em outros Projetos, em PROCEDIMENTOS e<br />
PLANOS.<br />
Impacto na Qualidade<br />
Projeto<br />
Conceito<br />
Definições<br />
Fornecedores<br />
Fornecimentos<br />
Modificações<br />
Construção e Montagem<br />
Comissionamento<br />
Qualidade<br />
Pre Operação<br />
Operação<br />
As auditorias realizadas durante a fase de Construção e Montagem levantam<br />
inúmeras inconsistências no referenciamento de Projeto em documentos de<br />
planejamento, qualidade e comissionamento. O software de gestão eletrônica<br />
de Projetos é utilizado como repositório das ultimas atualizações do mesmo,<br />
incluindo a atualização dos documentos dos Fornecedores. Auditorias<br />
realizadas em obras levantam inúmeros casos de documentos ainda obsoletos<br />
guardados em sistemas de documentação eletrônica, considerando<br />
discordância de revisões cadastradas e as utilizadas pela equipe de Produção.<br />
36
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 37 -<br />
O controle da evolução do Projeto da geração, no tramite, nas referencias, até<br />
a execução concede consistência a montagem.<br />
Os manuais de Operação e de Manutenção devem referenciar do mesmo<br />
modo as ultimas revisões do Projeto.<br />
O histórico do Projeto resgata o QUANDO e o PORQUE modificaram os<br />
desenhos. Ele JUSTIFICA o futuro do Projeto.<br />
O controle das revisões utilizadas controla a aplicação dessas mudanças no<br />
PRESENTE do mesmo.<br />
O PASSADO deve estar catalogado, rastreável, ou utilizando outro termo, ser<br />
resgatável.<br />
Algumas situações redefinem o projeto, já não posso aplicar determinado<br />
CRITÉRIO porque um acordo ou mudança foi <strong>DE</strong>FINIDA em algum lugar do<br />
passado e determinada ATA, reunião, Consulta Técnica, Mudança de Mudança<br />
de Escopo, Pedido de Esclarecimento ou orientação definiram que a partir<br />
daquele momento tal equipamento ou premissa seria a mais adequada para<br />
continuidade do Projeto.<br />
O envolvimento nessas redefinições e inclusão dos demais stakeholders é<br />
importante para que em algum momento haja uma resposta evidenciada ( com<br />
responsabilidade das partes) nesse histórico para eliminar questionamentos<br />
diversos.<br />
Resgatar informações num Projeto gigantesco pode se tornar uma tarefa muito<br />
ingrata. Daí a necessidade de uma metodologia para catalogar, tornar<br />
rastreável, tornar indestrutível*, essas consolidações.<br />
A geração do Projeto Executivo parte de alguns documentos principais:<br />
1- Instruções Básicas do Empreendimento – Define os parâmetros básicos<br />
de uma determinada unidade.<br />
2- Memorial descritivo – Descreve o que deverá ser feito, define o escopo<br />
dos serviços.<br />
3- Critérios diversos de Projeto – Impõem materiais, condições especificas,<br />
normas utilizáveis, padrões de construção, tecnologias construtivas,<br />
recomendações e exigências para a realização de determinado projeto.<br />
4- Projeto Básico – A base da qual serão definidas todas as demais<br />
questões relativas a um projeto, a partir do qual são escolhidos os<br />
equipamentos, instrumentos, são definidas as interligações e arranjos de<br />
tubulações. O projeto Básico define temperaturas, as pressões, as<br />
vazões, os rendimentos, as potencias de equipamentos. Ele define as<br />
tecnologias a serem utilizadas, as questões de Arranjo, de Segurança,<br />
de Automação. Define globalmente o sistema elétrico, elege os sistemas<br />
37
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 38 -<br />
de comunicação, os sistemas mecânicos, as facilidades operacionais,<br />
as utilidades de uma planta industrial e ou de uma plataforma maritma.<br />
5- Anexos de Projeto no CONTRATO: Todas as demais recomendações e<br />
exigências que não somente os documentos técnicos, estabelecem<br />
condições da GESTÃO do projeto.<br />
6- VENDOR e SERVICE LISTS (nomenclatura variável) - São os<br />
documentos que definem quais fornecedores/fabricantes e prestadores<br />
de serviços estão qualificados para fornecer bens e serviços para um<br />
determinado contrato.<br />
7- Respostas concedidas ás circulares à época da CONTRATAÇÃO.<br />
Durante o processo licitatório os participantes emitiram diversos<br />
questionamentos. Esses questionamentos respondidos agora fazem<br />
parte da documentação de contrato. Muitas vezes eles modificam,<br />
complementam o Projeto, ou definem áreas nebulosas do projeto e o<br />
que for respondido nelas tem valor contratual. Elas agora modificaram o<br />
ESCOPO do contrato, elas agem como um novo anexo contratual.<br />
Observação. Um anexo do contrato é só um modo de dividir a documentação<br />
contratual em partes menores, já que um contrato pode chegar a centenas ou<br />
mesmo milhares de folhas. O anexo agrega assuntos correlatos, por exemplo,<br />
segurança, transporte de pessoal, obrigações trabalhistas, sobressalentes,<br />
comunicação, responsabilidade social, etc.<br />
O Projeto Executivo será consolidado por<br />
8- PT´s (Pareceres Técnicos) – Os fabricantes serão consultados para<br />
fornecer seus equipamentos. Com base nos requisitos ou<br />
especificações técnicas eles fazem uma Proposta Técnica. Pode ou não<br />
estar atendendo a todas as exigências. Quatro ou Seis fabricantes<br />
apresentam seus equipamentos e é necessário que a equipe de Projeto<br />
relativa à disciplina do equipamento emita seu parecer. É isso que<br />
definimos. Ou não. Em linguajar de Projeto: Atende ou Não Atende, Ele<br />
está de acordo com o que foi exigido? Possui diferenças que não<br />
comprometem o desempenho ou segurança? Não atinge o mínimo<br />
requerido?<br />
9- TAF`S (Testes de Aceitação de Fabrica)<br />
10- FD`S de fabricante (Folhas de Dados de Fabricantes)<br />
11- Consultas Técnicas (Consultas Técnicas)<br />
12- Comentários do CLIENTE via Workflow<br />
13- Comentários em Atas, Reuniões, emails.<br />
14- AS-BUILT<br />
38
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 39 -<br />
Esta documentação (1-13) É ESTABELECIDA A PARTIR <strong>DE</strong> normas diversas:<br />
TECNICAS<br />
Internacionais<br />
DO CLIENTE<br />
Nacionais<br />
LEGAIS<br />
Portarias<br />
Normas Regulamentadoras<br />
Legislação Federal, Estadual, e Municipal<br />
Legislação Ambiental<br />
Sendo necessário haver momentos de análise da adequação legal do<br />
Projeto Executivo, em virtude de seu desenvolvimento.<br />
O Cliente deve ser chamado à participação de todas as reuniões de<br />
conceitos, validação, ou necessidades de modificações, sendo<br />
necessariamente convocado para:<br />
- Reuniões de Coordenação<br />
- Análises dos Pareceres Técnicos<br />
- O acompanhamento das questões de SUPRIMENTO<br />
- reuniões de <strong>DE</strong>FINIÇÕES ou de CONSOLIDAÇÃO.<br />
- Modificação do escopo<br />
- Reunião de Abertura<br />
A fiscalização do Projeto ocorre em determinada fase na qual<br />
teoricamente já foram utilizados ferramentas de consolidação do mesmo, tais<br />
como Análise de Risco, Construtibilidade, Engenharia de Valor e Hazop.<br />
O processo de desenvolvimento do Projeto necessitaria a aplicação<br />
dessas metodologias em todas as suas fases.<br />
39
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 40 -<br />
Caso não tenham sido aplicadas as premissas anteriores por razões quaisquer<br />
resultará em diversos casos em que a fiscalização do Projeto EXECUTIVO<br />
disporá em mãos de um projeto BASICO com diversos holds (indefinições).<br />
Há exemplo dos investimentos em que os projetos possuem unidades com<br />
tecnologias proprietárias onde o ON-SITE 10 possui um projeto básico bem<br />
estabelecido e um OFF-SITE 11 sem definições.<br />
A mudança de PROJETO pode inviabilizar e mesmo triplicar o custo inicial de<br />
um CONTRATO. A consistência do PROJETO com apoio de especialistas é a<br />
malha fina para que os equipamentos e sistemas principais não venham a<br />
sofrer mudanças significativas.<br />
Significa consolidar o dimensionamento das estruturas, salas, armazéns, áreas<br />
abrigadas, pisos, estruturas elevadas, a definição da drenagem, da altura das<br />
tubulações, do posicionamento dos suportes, dos locais das bases dos skids<br />
(estruturas metálicas onde são montados os componentes de um pacote, ex:<br />
bomba e motor elétrico; compressor, filtros, válvulas, etc.) de equipamentos e<br />
dos skids auxiliares, dos sistemas subterrâneos de cabeamento, alturas dos<br />
porões de cabos das subestações, distancias mínimas para equipamentos<br />
pressurizados, ou com produtos inflamáveis, os materiais dos tanques,<br />
tubulações, etc.<br />
HIERARQUIA<br />
10<br />
On-Site – Diz-se do Projeto da Unidade Industrial em si até seu limite de bateria – detalha os sistemas,<br />
tubulação, civil, elétrica, etc, até esse limite.<br />
11<br />
Off-Site – Diz-se das unidades ou sistemas auxiliares externos a uma determinada área industrial,<br />
suprimento de água, efluentes, as estradas de acesso, energia elétrica externa, alimentação de gás ou os<br />
dutos de produtos, etc.<br />
40
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 41 -<br />
Há uma hierarquia de impactos no Projeto – Uma mudança no patamar anterior<br />
causa mudanças em toda a rede a posterior.<br />
Exemplo grosso modo:<br />
LAY-OUT<br />
CIVIL - ESTAQUEAMENTO<br />
CIVIL - ESTRUTURAS<br />
BASES EQUIPAMENTOS<br />
CIVIL – RE<strong>DE</strong> ELETRICA SUBTERRANEA<br />
GRAN<strong>DE</strong>S EQUIPAMENTOS<br />
TUBULAÇÃO – LINHAS MAIORES<br />
PACOTES<br />
ELETRICA<br />
INSTRUMENTAÇÃO<br />
AUTOMAÇÃO<br />
TELECOMUNICAÇÕES<br />
Os portais da QUALIDA<strong>DE</strong> de Projeto desejável pelos clientes sempre passa<br />
por um crivo, uma peneira que irá conter as visões de:<br />
- ERGONOMIA<br />
- MANUTENÇÃO<br />
- OPERACIONALIDA<strong>DE</strong><br />
- FLEXIBILIDA<strong>DE</strong> OPERACIONAL<br />
- MANUTENABILIDA<strong>DE</strong><br />
- CONFIABILIDA<strong>DE</strong><br />
- CONFORTO TÉRMICO, ACUSTICO<br />
- SEGURANÇA OPERACIONAL<br />
- SEGURANÇA AMBIENTAL<br />
GESTÃO DAS INTERFACES<br />
A responsabilidade do Cliente deve ser estabelecida de modo claro<br />
desde o Projeto Conceitual, Básico, e no Executivo, num procedimento de<br />
coordenação em que as partes interessadas participem ou sejam<br />
devidamente comunicadas.<br />
IMPORTANTE FRISAR QUAIS SEJAM ESSAS PARTES INTERESSADAS.<br />
A GESTÃO DOS STAKEHOL<strong>DE</strong>RS FANTASMAS<br />
41
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 42 -<br />
O stakeholder fantasma é aquele que aparece do nada e que apesar de<br />
rumores sobre sua existência, ninguém concedia a mínima importância para o<br />
mesmo. Até que ele assombre-nos com suas colocações.<br />
Os atores da empreitada industrial são vários:<br />
Operadores<br />
Inspetores de equipamentos<br />
Equipe de manutenção em diversas áreas<br />
Equipe de meio ambiente<br />
Equipe de segurança Industrial<br />
Equipe de Segurança Patrimonial<br />
Engenharia de Automação<br />
Engenharia de Processo<br />
Engenharia de Corrosão<br />
Materiais<br />
Laboratoristas<br />
Equipe de Comunicação<br />
O Publico Externo<br />
Sindicatos<br />
Ministério do trabalho<br />
ANP<br />
COMUNIDA<strong>DE</strong><br />
E a unidade deve atender nas suas diversas disciplinas a<br />
todos esses grupos<br />
Ou seja, a EXCELENCIA de um PROJETO de <strong>ENGENHARIA</strong> está interligada<br />
ao atendimento das expectativas destes vários públicos alvo.<br />
Uma aplicação de LV referenciando se necessidades especificas destes grupos<br />
estão sendo atendidas seria de grande valia.<br />
Exemplos de necessidades especificas:<br />
Ergonomia<br />
Laudos NR-13<br />
Documentação de fabricação<br />
Manuais de operação e manutenção<br />
Lista de equipamentos de segurança<br />
Pontos de amostragem<br />
42
Analisadores de vibração<br />
Analisadores<br />
Sistemas de drenagem<br />
Identificação visual<br />
Sobressalentes<br />
Ferramentas especiais<br />
Planta de segurança<br />
Pontos de monitoramento de corrosão<br />
Bloqueios (raquetes) sistemas<br />
Diagrama de causa e efeito<br />
Otimização do processo<br />
Fichas químicas produtos<br />
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 43 -<br />
Deve ser avaliada a participação, a comunicação, a informação e mesmo<br />
comentários dos grupos alvo nas suas áreas de atuação.<br />
Imprescindível que a operação seja envolvida nas discussões sobre as<br />
unidades que assumirá<br />
Antes da sua respectiva construção.<br />
Antes. Não depois.<br />
COMISSIONAMENTO<br />
A questão do Projeto passa pela capacidade de COMISSIONÁ-LO – Tendo<br />
condição de suprir todas as necessidades para as fases de:<br />
- Completação mecânica<br />
- Acesso pra os ensaios de QUALIDA<strong>DE</strong><br />
- Comissionamento e testes funcionais<br />
- Pré-operação e Operação assistida<br />
Significa que o Projeto deverá prover os recursos e insumos até esse instante.<br />
- Assistência técnica<br />
- Garantias<br />
- Sobressalentes<br />
- Ferramentas especiais<br />
- Insumos para preservação e operação do equipamento<br />
O Projeto deve ser documentado o suficiente para que possamos<br />
realizar suas atividades sem erro.<br />
43
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 44 -<br />
44
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 45 -<br />
EXCELENCIA DO PROJETO <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong><br />
Nenhum Projeto é perfeito. E entre sua concepção e sua aplicação muitos<br />
eventos ocorrem e a soma das partes pode ser maior que o esboço original. A<br />
casa aquisição uma parcela da qualidade intrínseca daquele pedaço vai se<br />
acrescentando ao todo e se um desses pedaços não mantém o padrão exigido<br />
pode desqualificar o projeto de um modo geral. Excelência significa que haverá<br />
manutenção da Qualidade do Projeto na linha do tempo, da concepção até o<br />
As-Built e que as partes interessadas participarão agregando qualidade ao<br />
mesmo. A Excelência tem seus olhos voltados nos objetivos do Projeto, na<br />
satisfação do Cliente e nos altos padrões de Engenharia voltados para<br />
Segurança, Manutenção, Ergonomia, Intercambiabilidade, Durabilidade,<br />
Confiabilidade e Performance.<br />
De modo não exaustivo elencamos algumas pontos relevantes nesses padrões<br />
enumerados anteriormente.<br />
SEGURANÇA<br />
O atendimento as inúmeras normas internacionais, as legislações especificas e<br />
aos critérios de Projeto, aliados ao uso de procedimentos de soldagem, testes<br />
hidrostáticos, ensaios não destrutivos, de inspeção e de comissionamento<br />
adequados, atendendo aos requisitos de Qualidade são um dos alvos da<br />
fiscalização de Projetos. A consistência da documentação dos fornecedores, os<br />
treinamentos necessários, as instruções de segurança operacionais, os<br />
manuais de manutenção e operação, os sobressalentes para partida e<br />
operação assistida, os manuais de manutenção, os aspectos de assistência<br />
técnica e as garantias do equipamento. A segurança da instalação do<br />
equipamento diz respeito a classificação de área adequada, atendendo aos<br />
critérios de pressão máxima admissível e os recursos de segurança adicionais<br />
que se fizerem necessários.<br />
MANUTENÇÃO<br />
Acesso aos equipamentos<br />
Acesso e facilidades para alimentação dos insumos<br />
Facilidade para retirada e transporte dos equipamentos<br />
Facilidade para desmontagem com mapeamento das ferramentas especiais<br />
necessárias<br />
Acesso e facilidade de parametrização de relés, interfaces<br />
Acesso de termografia aos painéis<br />
Atendimento das normas de NR-10<br />
Acessórios para apoio a operação elétrica, para segurança segundo a NR-10,<br />
Equipamentos que não sofram radio-interferencia<br />
ERGONOMIA<br />
45
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 46 -<br />
Poder acessar as válvulas e equipamentos sem ocasionar má postura ou<br />
condição insegura operacional<br />
Por questão ergonômica:<br />
- A utilização racional dos espaços<br />
- A ergonomia do uso dos equipamentos<br />
- Acabamento, revestimentos, encaminhamento de eletrodutos,<br />
- Manutenção dos equipamentos e sistemas.<br />
- Posicionamento e operação das válvulas<br />
- Acesso às tomadas, e dos acessórios dos sistemas auxiliares<br />
- Rotas desimpedidas de entrada e saída na unidade e aos equipamentos<br />
- Proteção acústica, térmica, vibracional, emissão de ondas, para o operador<br />
INTERCAMBIALIDA<strong>DE</strong><br />
Intercambialidade é a possibilidade de substituição temporária de um<br />
equipamento por outro similar, montado em outra parte qualquer da Unidade ou<br />
sistema. Só é possível tal substituição com o uso intensivo de padronização de<br />
componentes.<br />
DURABILIDA<strong>DE</strong><br />
Equipamentos projetados para condições de insalubridade e corrosão que<br />
serão submetidos sem necessidade de substituição freqüentes.<br />
SEGURANÇA<br />
Equipamentos que sejam seguros para operação e manutenção, que possuam<br />
dispositivos de alivio de sobrepressão, de resistência a fogo, sistemas de<br />
combate a incêndio, dispositivos para proteção pessoal, para segurança de<br />
inspeção. Eles Devem ter segurança para operação normal e para paradas em<br />
emergência.<br />
CONFIABILIDA<strong>DE</strong><br />
Os sistemas devem ser projetados para serem seguros e mesmo quando<br />
submetidos as suas situações limite permanecerem íntegros e restaurada as<br />
condições de normalidade permanecem operando sem perda da qualidade dos<br />
produtos, do uso de energia, das condições ambientais, de segurança<br />
operacional e mantendo a performance para o qual foram projetados. Eles<br />
mantém suas características de fabrica ou das suas curvas de atenuação e não<br />
falham. Os equipamentos possuem taxas de operação e taxas de falha, e estes<br />
se mantém ou dentro ou superiores as condições de manutenção previstas.<br />
PERFORMANCE<br />
Significa que os sistemas podem trabalhar normalmente na capacidade<br />
máxima para a qual foram projetados, dentro das condições de Projeto.<br />
46
INTEGRAÇÃO <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong><br />
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 47 -<br />
A integração de Projetos é necessária quando o escopo do Projeto é dividido<br />
entre projetistas diferentes. Essas Projetistas podem estar participando em<br />
atividades ou disciplinas especificas de um determinado Projeto, onde há a<br />
figura de uma Projetista Líder, ou pode ser realizado por grupos separados e<br />
escopos distintos para um empreendimento. Exemplo: Determinada unidade<br />
petroquímica, complexo para produção de uréia, em que os Fornos sofreriam<br />
um projeto separado do restante da Unidade, e haveria a necessidade de<br />
integração de diversas disciplinas para interligá-los ao restante das Unidades.<br />
Uma integração pode abranger os sistemas de automação, telecomunicações,<br />
tubulações, instrumentação, rede ethernet, rede de válvulas motorizadas,<br />
sistemas de dilúvio, sistemas de detecção de gás, sistema de iluminação<br />
normal e de emergência, sistemas de combate a incêndio, sistemas de<br />
utilidades diversos como vapor, ar de serviço, ar de instrumentos. Pode<br />
ocorrer de uma projetista especificar a potencia de um motor, com<br />
fornecimento do mesmo e a subestação que irá alimentá-lo ser escopo de uma<br />
segunda projetista. Isso engloba diversas integrações, inclusive de bancos de<br />
dados, interfaces de automação e do supervisório 12 . Os limites de bateria<br />
devem estar perfeitamente discriminados. Por limites de bateria denominamos<br />
o limite de construção ou projeto em uma área da unidade. Cada disciplina<br />
sofre uma linha de corte determinada, as tubulações – até o bocal de<br />
determinados vasos; cabeamento elétrico – até determinados equipamentos;<br />
cabeamento de instrumentação – até determinada caixa de junção ou de<br />
terminais. A análise da integração consiste em verificar se há não há<br />
pendência de definições, exemplo se uma projetista define 40 válvulas<br />
motorizadas, e a outra fará sua automação e alimentação, tenho que possuir<br />
painéis com a potencia necessária para todas elas, minha automação deve<br />
possui a capacidade de monitorar e controlar essas 40 válvulas, os dois<br />
projetos devem identificá-las com os mesmos códigos ou TAG`S.<br />
INTEGRAÇÃO <strong>DE</strong> PACOTES<br />
12 Supervisório – Nome usualmente dado ao sistema de automação elétrica ou de instrumentação e<br />
processo da Unidade – normalmente possui telas onde são representados os equipamentos com dinâmicas<br />
para verificar seu status de funcionamento – ligado, desligado, fechado, aberto, cheio, vazio, alarmes. Etc.<br />
47
A integração de Pacotes<br />
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 48 -<br />
Turbinas a gás e vapor, compressores, analisadores, determinados pacotes de<br />
filtragem, geração de nitrogênio, injeção química, injeção de odorizador,<br />
geradores, utilidades diversas, fornos, etc, são fornecidos com sistemas de<br />
instrumentação e PLC´s 13 e outros que necessitam ser integrados em nível de<br />
processo, de completação mecânica e de automação. Essa integração envolve<br />
padronização de protocolos, integração de controles e de rede para operação<br />
remota. Compreende alinhamento e interconexão de tubulações, conexão de<br />
flanges e de sistemas elétricos. Compreende integração de documentos de<br />
fornecedor/projetista/montadora. Impacta o projeto da automação e do SDCD<br />
da unidade, o TAF desse sistema em fabrica, e o futuro comissionamento do<br />
sistema integrado.<br />
O CONTROLE do ESCOPO é atividade fundamental da fiscalização de<br />
Projetos – Há projeto para cada COISA a ser realizada ou construída, o projeto<br />
contratado e suas disciplinas abraçam tudo que é necessário para sua<br />
realização<br />
QUALIDA<strong>DE</strong> DO PROJETO EXECUTIVO<br />
QUALIDA<strong>DE</strong> do Projeto engloba outras premissas:<br />
- A responsabilidade de todas as partes envolvidas está evidenciada?<br />
- por “Todas as partes envolvidas” queremos realmente expressar TODAS AS<br />
PARTES QUE <strong>DE</strong>VERIAM EFETIVAMENTE ESTAR ENVOLVIDAS?<br />
- O Projeto necessita de parceiros internacionais, possuímos documentação<br />
em língua portuguesa da documentação? Uma das premissas de análise da<br />
documentação por parte do cliente é se a mesma está na língua portuguesa.<br />
A fiscalização do PROJETO necessita de uma metodologia para<br />
acompanhamento e controle eficaz:<br />
- Da execução do Projeto Executivo<br />
13 PLC – Programador Lógico Programavel<br />
48
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 49 -<br />
- Da emissão de Pareceres Técnicos<br />
- Das definições de Projeto que envolva as interfaces dos setores de<br />
Engenharia, Lideres de disciplina de Projeto da Contratada, Lideres de<br />
disciplina do Cliente.<br />
- Das consultas técnicas e pareceres que modificam o Projeto. A história do<br />
Projeto deve ser documentada desde o Conceitual, guardando as<br />
consolidações do básico.<br />
- Verificar o envolvimento das demais interfaces necessárias para aceitação do<br />
Projeto.<br />
- Da gestão do workflow de projeto<br />
- Da gestão da qualidade da documentação e do histórico das revisões no<br />
SIGEM até sua certificação.<br />
- Da gestão das revisões geradas pelas modificações de campo<br />
- A consolidação da matriz de causa e efeito, diagramas de malha, diagramas<br />
de ligação e da documentação de automação de projeto, necessita tratamento<br />
diferenciado para o AS-BUILT. São centenas de documentos, podendo chegar<br />
a milhares de folhas de poucos documentos. Sua qualidade é evidenciada pela<br />
segura integração dos pacotes, dos diagramas de memória, dos endereços<br />
consolidados.<br />
- A gestão da retirada de interferências. Os modelos 3D integram diversas<br />
disciplinas tais como arquitetura, eletricidade, tubulação, estruturas civis. A<br />
complexidade das tubulações e diversos encaminhamentos de cabeamento de<br />
instrumentação e eletricidade geram centenas ou milhares de interferências. As<br />
redes de tubulação sofrem pesados estudos de flexibilidade, acústicos, de<br />
escoamento e surge, normalmente não sofrem alterações uma vez definidas,<br />
mas a mudança de determinadas situações após haverem multicabos<br />
passados pode gerar meses de atrasos na instrumentação.<br />
A gestão do Projeto Executivo deve ter em mente os erros mais comuns e<br />
sempre verificar quanto a sua existência no Projeto:<br />
- Tagueamento repetido<br />
- Inconsistência de ranges de instrumentos<br />
- Equipamentos inadequados em áreas classificada<br />
- Ergonomia de válvulas motorizadas<br />
- Acessibilidade de equipamentos<br />
- Automação correta de elementos do campo. Se uma válvula em local de difícil<br />
acesso necessita ter sua operação diária, deve ter um processo de automação<br />
incorporado.<br />
- Um sistema de compressores deve ter a capacidade de suas pontes<br />
dimensionada para a pior condição de carga, com a portabilidade do<br />
equipamento para um local em que possa ser depositado em área<br />
desimpedida.<br />
- Um instrumento não pode travar a abertura de outro equipamento<br />
- Nenhum eletroduto ou eletrocalha pode estar em elevação ou situação que<br />
possa ocasionar queda acidental, ou travando escadas.<br />
- Os acessos aos equipamentos não podem ser impedidos por instrumentos.<br />
49
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 50 -<br />
- Os painéis devem estar situados de tal modo que possua acesso aos<br />
equipamentos em seu interior através de portas ou de placas extraíveis.<br />
- Sistemas de telecomunicações têm que possuir sistemas de aterramento com<br />
projetos específicos e proteções adicionais contra descarga atmosféricas<br />
- Equipamentos como geradores de emergência que geram alto grau de ruídos<br />
devem estar em locais com barreiras acústicas, em dimensões adequadas.<br />
- Projetos de tubulações, em situações temperatura baixa, exigem<br />
especificações de materiais especiais e sua rastreabilidade em 100% do<br />
projeto até sua instalação.<br />
E assim por diante.<br />
A QUESTÃO LEGAL<br />
Para aceitação da Unidade e sua certificação os sistemas deverão atender as<br />
diversas legislações e a normalização técnica. As premissas de legislação<br />
aplicadas ao Projeto serão argüidas pelo Ministério do Trabalho, pela ANP,<br />
pelos Órgãos ambientais, pela ANP, por Certificadoras independentes. Uma<br />
instalação não recebe o aval de funcionamento sem atender os requisitos de<br />
- Aterramento<br />
- Proteção Contra Descargas atmosféricas<br />
- Certificação de equipamentos em áreas classificadas<br />
- Laudos dos documentos conforme a NR-13<br />
- Atendimento ao disposto na NR-13<br />
- Atendimento as questões da NR-23 – Combate a incêndios<br />
- Atendimento ao estabelecido pelo EIA-RIMA (Estudo de Impacto Ambiental),<br />
PBA. (Plano Basico Ambiental) e pelo PAC (Programa Ambiental de<br />
Construção) A emissão da Licença de Operação é condicionada a um Projeto<br />
analisado a nível ambiental, com premissas de emissão atmosférica, estimativa<br />
de consumo de água e qualidade de retorno dos efluentes, limites de emissão<br />
acústica, da geração de resíduos.<br />
USO DOS CRITÉRIOS e ESPECIFICAÇÔES TECNICAS<br />
As questões pertinentes aos IBE e CRITÉRIOS de PROJETO serão argüidas<br />
pelos stakeholders do CLIENTE. Se essa documentação não conceder<br />
flexibilidade para mudanças que se fizerem necessárias no PROJETO, haverá<br />
inconsistências, com questionamentos e discussões por parte do CLIENTE. A<br />
hierarquia de autoridade do PROJETO deve ficar claramente estabelecida no<br />
contrato em caso de divergências ou modificações e o CLIENTE deverá<br />
participar efetivamente desse estagio de definições para gestação do<br />
PROJETO. O controle das justificativas gera o histórico do Projeto para ser<br />
conferido e consultado pelas partes interessadas a qualquer momento, para<br />
50
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 51 -<br />
que todos relembrem ou reconheçam as definições anteriores. O “como e<br />
porque chegamos até aqui”.<br />
Os critérios possuem “pais” ou geradores que são órgãos externos ao escritório<br />
de Projeto (<strong>ENGENHARIA</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong>) e até mesmo ao CLIENTE.<br />
Duvidas relativas ao uso dos Critérios – quem elaborou o critério? Importante<br />
ter esse mapeamento.<br />
Os Critérios podem ter orientações conflitantes – Alguns critérios gerados pelas<br />
unidades ou setores específicos podem ter sido gerados para contratos onde<br />
somente eles seriam usados como base para execução dos serviços,<br />
incorporando questão de cópias, formatação de documentos, padronização de<br />
formatos digitais – para questões gerais vale o documento mestre é a Diretriz<br />
de Projeto – Anexo Contratual.<br />
Existe uma hierarquia ou ordem geral a ser seguida na elaboração do Projeto<br />
Executivo. - CONTRATO – ANEXOS – DOCUMENTOS <strong>DE</strong> REFERENCIA –<br />
NORMAS CITADAS NOS DOCUMENTOS <strong>DE</strong> REFERENCIA – NORMAS<br />
REFERENCIADAS NAS NORMAS CITADAS.<br />
O critério estabelece condições de aceitação da TECNOLOGIA adotada,<br />
citando as exigências para que essa tecnologia seja utilizada, quais serão os<br />
ensaios, os testes de aceitação, os documentos a serem gerados, os cuidados<br />
e distancias mínimas, questões de segurança e de padronização. Por exemplo,<br />
se o Critério estabelece um protocolo de comunicação pra determinado<br />
equipamento de automação, significa que todos os equipamentos daquela<br />
unidade irão utilizar aquele tal protocolo e que se um equipamento for fornecido<br />
com outro protocolo não vai se comunicar com ninguém.<br />
Para essa análise prévia do que os critérios estabelecem pode-se criar uma<br />
matriz para avaliar se o Projeto está correspondendo - em cada etapa de seu<br />
desenvolvimento - ao que foi estabelecido. Essa atividade é uma das funções<br />
principais da fiscalização do Projeto.<br />
Importante aplicar uma metodologia qualquer para validar essa questão.<br />
51
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 52 -<br />
A SOLUÇÃO DO PROBLEMA<br />
Não existe metodologia de gestão que neutralize o erro dos projetos. Há os<br />
limites das ferramentas matemáticas, de tecnologia dos materiais, há a<br />
complexidade envolvida, a gestão de centenas de milhares de variáveis,<br />
pessoas, integração, etc. A condução do tratamento das não conformidades de<br />
modo a preservar a equipe e a rever os processos, é fundamental para a<br />
fiscalização de Projetos. Jamais o contrário. Mesmo concepções podem mudar<br />
os conceitos que originaram as definições através das quais o Projeto foi<br />
desenvolvido. A mudança conceitual é a que mais impacta, dentro de uma<br />
hierarquia de projeto, porque ela a semente da árvore. Se mudar a semente até<br />
a espécie de árvore pode modificar. Embora isso não ocorra de um modo geral,<br />
uma planta de amônia não é transformada, via de regra, em planta de celulose,<br />
mas, podem ocorrer em nível de sistemas, de subsistemas, filosofias de<br />
controle, de automação, de equipamentos e de instrumentos. O<br />
acompanhamento da execução física e de índices de aprovação/reprovação de<br />
Projeto servem como ferramentas estatísticas, mas não aferem a qualidade do<br />
Projeto ou da Projetista. A minimização dos processos que conduzem ao erro<br />
necessita de uma abordagem que inclua:<br />
- Comunicação clara entre as partes;<br />
- Esclarecimentos á Projetista que tragam a mesma para a “zona de conforto”<br />
que significa que ela consegue tratar o problema dentro de sua expertize, na<br />
qual hajam opções de mercado, de materiais, de fornecedores, de tecnologia<br />
disponível, com minimização dos riscos de processo e de cálculo;<br />
- Definições onde haviam holds 14 ;<br />
- Verificar as necessidades de complemento das COMPETENCIAS<br />
necessárias à equipe que realiza o Projeto;<br />
- Utilizar as reuniões de modo a articular soluções de engenharia, com<br />
criatividade, envolvimento do cliente, minimizando na medida do possível os<br />
impactos de construção e montagem e de Fornecimento de equipamentos.<br />
14 Holds – Nos desenhos e diagramas são desenhados balões vazios onde deveriam estar equipamentos,<br />
instrumentos, padrões, são os chamados “buracos” ou “lacunas” não definidas no Projeto Básico<br />
deixando a cargo do Projeto Executivo sua discussão, definição e implementação.<br />
52
A ANÁLISE DA COISA<br />
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 53 -<br />
A análise da coisa é um mnemônico. Um algoritmo divertido. Um exercício de<br />
pedagogia aplicado aos projetos industriais. As grandes questões que<br />
envolvem todas as ciências humanas podem ser simplificadas na maioria dos<br />
casos. Existem é claro questões que são essencialmente complexas, mas o<br />
padrão de abordagem de uma situação complexa é sua desconstrução. Ou<br />
seja, posso não entender como funciona o universo em sua totalidade, mas<br />
posso compreender algumas coisas básicas a respeito do mesmo. E a partir<br />
delas vou compreendendo coisas mais complexas. Algumas perguntas<br />
expostas na lista abaixo teriam economizado bilhões de dólares se tivessem<br />
ocorrido antes ou durante a etapa de desenvolvimento de algum projeto.<br />
Boa reflexão!<br />
53
A COISA cabe? Dimensionamento<br />
Correto<br />
A COISA chega lá? Análise do<br />
transporte e vias de acesso<br />
A COISA sai de lá?<br />
Manutenabilidade<br />
A COISA já funcionou?<br />
Experiência anterior, feedback do<br />
equipamento<br />
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 54 -<br />
Se a COISA for ligada o restante<br />
permanece de pé? Análise da<br />
capacidade de energia do sistema.<br />
A COISA tem manual? Manuais de<br />
manutenção, operação<br />
Fizeram alguma adaptação na<br />
COISA? O equipamento sofreu<br />
alguma adaptação de projeto para a<br />
nova situação?<br />
54
A COISA necessita de “algo”?<br />
Análise da alimentação, do<br />
suprimento de utilidades para o<br />
equipamento<br />
Tem alguma COISA que leve esse<br />
“algo” pra COISA?<br />
Encaminhamento de tubulação, do<br />
cabeamento.<br />
Tem como mexer na COISA sem<br />
se machucar? Ergonomia para<br />
manutenção e Operação.<br />
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 55 -<br />
A COISA faz o que disseram que<br />
a COISA faz? Ela atende o<br />
requerido para o Projeto de<br />
Performance? As condições dos<br />
produtos são EXATAMENTE as<br />
condições fornecidas ao<br />
FABRICANTE? Viscosidade,<br />
temperatura, fluidez, grau<br />
impurezas, sólidos em suspensão,<br />
altitude de instalação, ambiente<br />
classificado, corrosivo, etc.<br />
Na Exatidão requerida?<br />
Na Velocidade necessária?<br />
Na Potencia solicitada?<br />
55
Eu preciso de alguma COISA pra<br />
abrir a COISA? Ferramentas<br />
Especiais.<br />
O pai da COISA vai estar junto<br />
quando a COISA chegar?<br />
Assistência Técnica<br />
E quando ela for ligada?<br />
Assistência Técnica<br />
A COISA faz aquilo que disseram<br />
que a COISA faz, sempre?<br />
Confiabilidade.<br />
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 56 -<br />
A COISA suja? Questões<br />
ambientais, especificação de<br />
efluentes, dispersão atmosférica,<br />
resíduos industriais.<br />
A COISA gasta muito pra<br />
funcionar? Consumo estimado<br />
A COISA para de modo seguro?<br />
Parada de segura do sistema<br />
56
É assim que se opera a COISA?<br />
Manuais de Operação<br />
É assim que a gente faz a<br />
manutenção da COISA? Manuais<br />
de manutenção<br />
O Fornecedor pensa sobre a<br />
coisa a mesma coisa que você?<br />
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 57 -<br />
Definição clara e inequívoca para<br />
as TRÊS partes (CLIENTE,<br />
CONTRATADA, FORNECEDOR)<br />
do escopo de Fornecimento<br />
A base da coisa é do tamanho da<br />
coisa? O Skid do equipamento foi<br />
contrastado com a base dele?<br />
Alguém verificou se a coisa ta<br />
interferindo com alguma coisa?<br />
57
Alguém sabe o que fazer com a<br />
coisa? Todo o treinamento<br />
necessário foi contratado?<br />
A coisa que se conecta a coisa,<br />
se conecta mesmo a coisa?<br />
Integração<br />
A coisa fala minha língua?<br />
Comunicação (linguagem) dos<br />
protocolos, língua dos manuais<br />
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 58 -<br />
A coisa fala a língua de alguém?<br />
Padronização de protocolos<br />
A coisa foi feita para seres<br />
humanos utilizarem?<br />
Ergonomia<br />
58
LIÇÕES APRENDIDAS<br />
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 59 -<br />
Lições Aprendidas é a arte de não cometer novamente os erros do projeto<br />
anterior. Seminários e workshops devem ser desenvolvidos para que as<br />
disciplinas de projeto possam agregar experiência alheia em seus portfólios.<br />
Uma empresa necessita de uma base de conhecimento e disponibilizá-la para<br />
seus funcionários. Vivemos uma era de perda de identidade das empresas de<br />
engenharia. Muitas delas não possuem um banco de dados, um repositório ou<br />
qualquer outra coisa que não seja os diretórios de trabalho e os arquivos sendo<br />
gerados por determinados softwares, dependendo sempre dos Seniors das<br />
disciplinas que são os verdadeiros arquivos das experiências passadas, ou dos<br />
Consultores que por sua vez não possuem condição de atender um projeto<br />
com crescentes graus de complexidade, com equipes divididas<br />
geograficamente, ou equipes de grandes dimensões. As empresas<br />
constantemente perdem sua história e o que presenciamos na maioria dos<br />
casos é a reconstrução, o retrabalho, a adaptação de procedimentos, normas,<br />
manuais, começando a partir do “zero” ou de muito pouco. Um projeto não se<br />
resume ao desenho ou aos cálculos, as simulações e as estimativas, ele<br />
necessita de que haja uma uniformidade do potencial técnico, uma divulgação<br />
continua dos erros e acertos, das dificuldades vividas e vencidas para que uma<br />
continua capacitação e amplo processo de comunicação para que a qualidade<br />
do projeto cresça até o grau de excelência. A experiência divulgada, mantida,<br />
compartilhada e acessível é a chave para a maturidade de uma equipe de<br />
projeto.<br />
Welington José Ferreira<br />
59
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 60 -<br />
Os três porquinhos narrado por um pai engenheiro<br />
O filho quer dormir e pede ao pai (engenheiro) para contar uma história e ele conta a<br />
dos três Porquinhos. Meu Filho, era uma vez três porquinhos ( P1, P2 e P3) e um Lobo<br />
Mau, por definição, LM, que vivia os atormentando.<br />
P1 era sabido e fazia Engenharia Elétrica e já era formado em Engenharia Civil. P2 era<br />
arquiteto e vivia em fúteis devaneios estéticos absolutamente desprovidos de cálculos<br />
rigorosos.P3 fazia Comunicação e Expressão Visual na ECA.<br />
LM, na Escala Oficial da ABNT, para medição da Maldade (EOMM) era Mau nível<br />
8,75 (arredondando a partir da 3ª casa decimal para cima). LM também era um mega<br />
investidor imobiliário sem escrúpulos e cobiçava a propriedade que pertencia aos Pn<br />
(onde "n" é um número natural e varia entre 1 e 3), visto que o terreno era de boa<br />
conformidade geológica e configuração topográfica, localizado próximo a Granja<br />
Viana. Mas nesse promissor perímetro P1 construiu uma casa de tijolos, sensata e<br />
logicamente planejada, toda protegida e com mecanismos automáticos. Já P2 montou<br />
uma casa de blocos articulados feitos de mogno que mais parecia um castelo lego<br />
tresloucado. Enquanto P3 planejou no Autocad e montou ele mesmo, com barbantes e<br />
isopor como fundamentos, uma cabana de palha com teto solar, e achava aquilo "o<br />
máximo".<br />
Um dia, LM foi ate a propriedade dos suínos e disse, encontrando P3:-<br />
"Uahahhahaha, corra, P3, porque vou gritar, e vou gritar e chamar o Conselho de<br />
Engenharia Civil para denunciar sua casa de palha projetada por um formando em<br />
Comunicação e Expressão Visual! "<br />
Ao que P3 correu para sua amada cabana, mas quando chegou lá os fiscais do Conselho<br />
já haviam posto tudo abaixo. Então P3 correu para a casa de P2.<br />
Mas quando chegou lá, encontrou LM à porta, batendo com força e gritando:- "Abra<br />
essa porta, P2, ou vou gritar, gritar e gritar e chamar o Greenpeace, para denunciar que<br />
você usou madeira nobre de áreas não-reflorestadas e areia de praia para misturar no<br />
cimento." Antes que P2 alcançasse a porta, esta foi posta a baixo por uma multidão<br />
ensandecida de ecos-chatos que invadiram o ambiente, vandalizaram tudo e ocuparam<br />
os destroços, pixando e entoando palavras de ordem.<br />
Ao que segue P3 e P2 correm para a casa de P1.Quando chegaram na casa de P1, este os<br />
recebe, e os dois caem ofegantes na sala de entrada.<br />
P1: O que houve?<br />
P2: LM, lobo mau por definição, nível 8.75, destruiu nossas casas e desapropriou os<br />
terrenos.<br />
60
<strong>FISCALIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENGENHARIA</strong> - 61 -<br />
P3: Não temos para onde ir. E agora, que eu farei? Sou apenas um formando em<br />
Comunicação e Expressão Visual!<br />
Tum-tum-tum-tum-tuuummm!!!! (isto é somente uma simulação de batidas à porta, meu<br />
filho! o som correto não é esse.)<br />
LM: P1, abra essa porta e assine este contrato de transferência de posse de imóvel, ou eu<br />
vou gritar e gritar e chamar os fiscais do Conselho de Engenharia em cima de você!!!, e<br />
se for preciso até aquele tal de Confea<br />
Como P1 não abria (apesar da insistência covarde do porco arquiteto e do...do...<br />
comunicador e expressivo visual) LM chamou os fiscais, e estes fizeram testes de<br />
robustez do projeto, inspeções sanitárias, projeções geomorfológicas, exames de agentes<br />
físico-estressores, cálculos com muitas integrais, matrizes, e geometria analítica<br />
avançada, e nada acharam de errado. Então LM gritou e gritou pela segunda vez, e veio<br />
o Greenpeace, mas todo o projeto e implementação da casa de P1 era ecologicamente<br />
correta.<br />
Cansado e esbaforido, o vilão lupino resolveu agir de forma irracional (porém supercomum<br />
nos contos de fada): ele pessoalmente escalou a casa de P1 pela parede, subiu<br />
ate a chaminé e resolveu entrar por esta, para invadir.<br />
Mas quando ele pulou para dentro da chaminé, um dispositivo mecatrônico instalado<br />
por P1 captou sua presença por um sensor térmico e ativou uma catapulta que<br />
impulsionou com uma força de 33.300 N (Newtons) LM para cima.<br />
Este subiu aos céus, numa trajetória parabólica estreita, alcançando o ápice, onde sua<br />
velocidade chegou a zero, a 200 metros do chão.<br />
Agora, meu filho, antes que você pegue num repousar gostoso e o Papai te cubra com<br />
este edredom macio e quente, admitindo que a gravidade vale 9,8 m/s² e que um lobo<br />
adulto médio pese 60 kg, calcule:<br />
a) o deslocamento no eixo "x", tomando como referencial a chaminé.<br />
b) a velocidade de queda de LM quando este tocou o chão e<br />
c) o susto que o Lobo Mau tomou, num gráfico lógico que varia do 0 (repouso) ao 9<br />
(ataque histérico).<br />
(Autor desconhecido)<br />
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