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Susana Isabel Ferreira da Silva de Sá ESTROGÉNIOS E ...

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asal, o cau<strong>da</strong>do-putámen, a substância negra, o mesencéfalo e o cerebelo (revisto em<br />

McEwen e Alves, 1999). Com efeito, estudos realizados no Homem (Hampson, 1990a,b;<br />

Maki et al., 2002; Gasbarri et al., 2008; Hatta e Nagaya, 2009) e em animais <strong>de</strong> experiência<br />

(revisto em Luine, 1997; ver também Daniel et al., 1997; Lacreuse et al., 2001) mostram que<br />

a flutuação dos níveis hormonais ao longo do ciclo ovárico e a administração <strong>de</strong> estrogénios<br />

induzem alterações a nível cognitivo, na atenção, na memória, na orientação espacial, na<br />

coor<strong>de</strong>nação motora fina e na fluência verbal. É hoje também claro que, em contraparti<strong>da</strong>, a<br />

redução dos níveis hormonais na menopausa se acompanha <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiências cognitivas e<br />

mnésicas, que são reverti<strong>da</strong>s pela administração <strong>de</strong> estrogénios (Resnick et al., 1997; Jacobs<br />

et al., 1998; Drake et al., 2000). É ain<strong>da</strong> conhecido o papel protector do estradiol em doenças<br />

<strong>de</strong>generativas do SNC como a esclerose múltipla (para revisão, ver Voskuhl, 2003; Offner,<br />

2004), a doença <strong>de</strong> Alzheimer (Honjo et al., 1995; Birge, 1996) e a doença <strong>de</strong> Parkinson<br />

(revisto em Saun<strong>de</strong>rs-Pullman, 2003), e em quadros complexos do foro psiquiátrico, como a<br />

<strong>de</strong>pressão (Gath e Iles, 1990) e a esquizofrenia (Riecher-Rössler et al., 1994; Huber et al.,<br />

2001). Devido à sua acção anti-inflamatória e <strong>de</strong> regulação <strong>da</strong> morte neuronal (Lee e<br />

McEwen, 2001; Stein, 2001; Maggi et al., 2004), os estrogénios também exercem influência<br />

protectora e até reorganizadora em lesões cerebrais <strong>de</strong> causa vascular ou traumática,<br />

reduzindo a extensão <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> necrose e promovendo recuperação morfológica e mnésica,<br />

tanto nos machos como nas fêmeas (Hall et al., 1991; Alkayed et al., 1998; Toung et al.,<br />

1998).<br />

4<br />

A última déca<strong>da</strong> foi particularmente rica em estudos que mostram que os estrogénios<br />

regulam o funcionamento do cérebro adulto normal e, pela sua acção neuroprotectora, limitam<br />

os fenómenos <strong>de</strong> <strong>de</strong>generescência neuronal que acompanham uma varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> doenças do<br />

SNC. Este facto é, ain<strong>da</strong>, <strong>de</strong> maior relevância se tivermos em linha <strong>de</strong> conta o aumento<br />

significativo <strong>da</strong> sobrevi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s mulheres, levando a que um terço <strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong> <strong>de</strong>corra após a<br />

menopausa, ou seja, em situação <strong>de</strong> carência relativa <strong>de</strong> esterói<strong>de</strong>s sexuais. Acresce que os<br />

moduladores específicos dos receptores <strong>de</strong> estrogénios representam uma nova classe <strong>de</strong><br />

agentes terapêuticos que, pelas suas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s anti-estrogénicas em órgãos periféricos, se<br />

encontram no grupo dos fármacos anti-neoplásicos mais prescritos em todo o mundo.<br />

Compreen<strong>de</strong>-se, portanto, que os estudos que têm como objectivo contribuir para o<br />

conhecimento aprofun<strong>da</strong>do dos efeitos e dos mecanismos <strong>de</strong> acção dos estrogénios no SNC<br />

continuem a ser <strong>da</strong> maior importância e actuali<strong>da</strong><strong>de</strong>.

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