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A Blogosfera policial no Brasil: do tiro ao twitter ... - Marcos Rolim

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10A Blogosfera policial no Brasil: do tiro ao TwitterSÉRIE <strong>Debates</strong> <strong>CI</strong>especialistas e os governantes. O crescimento aceleradoda blogosfera mostra a urgência com que ospoliciais estão construindo um espaço onde é possívelfalar, tomar a palavra e elaborar conclusões,sempre na primeira pessoa. Diante de cinco opçõesfechadas, 40% responderam que ser blogueiro “éum meio de expressão política”. Um terço, isto é,31,4%, responderam que é “parte do trabalho” e17% “um serviço público”Comparada a outras áreas da internet, a blogosferapolicial ainda tem um alcance limitado. Entre os52 entrevistados que responderam sobre o númeromédio de acessos nos últimos meses, dois terços(69,2%) estimam receber até 500 visitas por dia.E pouco mais de um quarto dos blogueiros (26,9%)calcula que o blog vem recebendo mais de mil visitaspor dia. Mesmo assim, os blogueiros percebem que oconteúdo destas páginas repercute entre os colegas eseus chefes.De um modo geral, os blogueiros acham que contamcom apoio dos seus colegas (91,8%). Quando setrata de seus superiores hierárquicos, as avaliações sedividem. Apenas 24,3% acham que eles aprovam oblog. Um quinto (20%) acha que eles reprovam euma parcela semelhante (21,4%) acha que eles sãoindiferentes.O temor de retaliações ainda regula a blogosferapolicial. Entre os 73 entrevistados, 27 disseram já tersido censurados ou reprimidos. As ameaças de prisãoe transferência vêm em primeiro lugar, com quase26% dos casos. Casos notórios destas reações foramregistrados no Rio, onde o comando da Polícia Militar(PM) puniu três autores de blogs, e em São Paulo,onde o blog de um delegado foi retirado da internetpela Justiça, a pedido da Polícia Civil (PC) de São Paulo.Os blogs policiais implantaram na sociedade brasileiraum novo espaço de debate, onde não vigoramas regras hierárquicas e a rivalidade estabelecidas nascorporações. Além de apresentar a realidade dotrabalho policial e oferecer informações úteis aos quedesejam entrar para as forças de segurança, os blogsfazem com regularidade análises críticas das açõesdos gestores destas forças. Suas observações reverberamentre colegas, comandantes, governantes, naimprensa e na sociedade. O debate aberto de instituiçõestradicionalmente fechadas favorece a qualificaçãodas forças de segurança e a consolidação depadrões de conduta mais éticos e transparentes entrecomandantes e subordinados.Através dos blogs, os policiais vêm estabelecendocanais de diálogo entre si. Em alguns estados, comoSergipe e São Paulo, estas páginas tiveram importantepapel mobilizador em movimentos reivindicatórios.No ano de 2009, os comandos da PM de Goiás,Rio de Janeiro, Sergipe e São Paulo criaram seus própriosblogs, anunciando que assim estabeleciam umespaço para o diálogo com os seus comandados.Jornalistas começam, também, a criar suas própriaspáginas dedicadas ao tema “segurança públicae criminalidade”, expressando opiniões, abordandoassuntos esquecidos, estabelecendo novas fontes erespondendo às demandas dos leitores. A ampliaçãodestas páginas tende a acelerar a qualificação profissionaldos repórteres e editores destas áreas queobservamos a partir dos anos 1990.

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