O verde à flor da pele

ESPECIAL
cosméticos
Kamura: sustentabilidade gera novo conceito de
cosméticos.
da consultora. Para ele, a sustentabilidade
não é moda, mas uma mudança de fato
nos setores, por isso vai ensejar o surgimento
de muitos produtos sustentáveis no
mercado. “ A onda da sustentabilidade vai
gerar um novo conceito de produto. “Os
artigos já consolidados devem permanecer,
enquanto os definidos como sustentáveis
serão mais uma alternativa para as pessoas
escolherem”. Pela sua análise, o consumidor
está começando a buscar produtos de
bom padrão e que tenham foco na preocupação
com o meio ambiente.
Kamura assina uma série de produtos
para cabelo, prova de prestígio que, nas
entrelinhas, lhe traz encargo de participar de
todo o processo de criação dos artigos. Além
da fórmula, aponta, a embalagem figura entre
os pontos fortes para o reconhecimento
dos artigos. Sua preferência recai sobre
embalagens simples, desprovidas de ornatos
supérfluos e, ele reitera, que traduzam
respeito ao meio ambiente. “A embalagem
do produto deve parecer comigo. Algumas
cores, por sinal, refletem meu estilo, como
vermelho e preto, e o design é sempre minimalista”.
Ele exemplifica com o lançamento
em breve de uma série de tinturas para
cabelos, considerada a primeira das linhas
que assina com foco direto na sustentabilidade.
“Há algum tempo estudamos esse
conceito e ainda este ano introduziremos a
série reformulando as embalagens atuais
de minhas tinturas para empregar o tema da
sustentabilidade com mais força”.
Essa preocupação há muito faz parte
dos princípios da Natura, maior grife
nacional de cosméticos nobres. “Em
1983, desenvolvemos e colocamos no
mercado o primeiro refil para cosméticos”.
Além de mais econômico para o
consumidor, o refil tem uma faceta de
sustentabilidade ao ensejar o reaproveitamento
da embalagem. “Iniciamos assim
os pilares da sustentabilidade em nossa
empresa.”, conta Emiliano Barelli, gerente
de desenvolvimento de embalagens da
Natura cosmético. E 27 anos depois, o
Cosméticos assinados por Kamura: tendência de destacar na embalagem o comprometimento ambiental.
Phytonatural: o nome diz tudo.
refil volta a ser uma credencial verde da
empresa por marcar sua estreia no uso de
biopolímeros (ver à página 48).
Os pilares sustentáveis da empresa,
revela o gerente, são os chamados 7Rs
ambientais. A Natura os assimila e cultiva
nas seguintes acepções: remover o desnecessário;
reduzir o excesso; refilar a embalagem
( total de vezes que a embalagem
original pode ser reutilizada sem prejudicar
sua aparência ou sua funcionalidade
e sem alterar o produto); reaproveitar ao
máximo de vezes a embalagem se afetar
sua aparência e funcionalidade; reciclar a
embalagem; usar material reciclado; redesign
das embalagens para modernizá-las
e valorizar os produtos. “Até na linha de
maquiagens conseguimos reduzir o uso
de material, algo que não imaginávamos
há alguns anos”, assinala Barelli. Entre as
embalagens, ele distingue, algumas são
feitas de material totalmente reciclado, a
exemplo dos frascos de óleos trifásicos
Ekos, soprados com polietileno tereftalato
(PET) recuperado. “Utilizamos uma
tecnologia que descontamina em 100%
os resíduos reciclados, possibilitando
assim o aproveitamento do material para
embalar cosméticos”, expõe o executivo.
“Nosso objetivo é usar o mínimo de material
possível, por isso direcionamos o
design para ser atraente e econômico, de
modo que a embalagem possa ser apro-
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plásticos em revista
Maio / 2010