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as empresas de cobrança trabalham tanto para recuperar
o valor da dívida, como para resgatar a dignidade do
devedor inadimplente e, com isso, trazê-lo de volta aos
mercados de crédito e do consumo. “Levantar o moral
do devedor, resgatando sua condição cidadã”, esta é a
palavra de ordem na relação recuperação e inadimplente.
Sem constrangimentos, sem “forçar a barra”.
A célebre frase “não existe almoço grátis”, cunhada
por Milton Friedman, Economista Prêmio Nobel da
Universidade de Chicago, é a síntese da lógica e
da dinâmica da economia. A toda renda (receita)
corresponde um custo, ou seja, a obtenção de qualquer
produto exige remunerar os fatores de produção que
contribuíram para que ele existisse. Expressa o caráter
oneroso de qualquer atividade econômica. Não é
diferente no caso das ações de recuperação do crédito,
que são serviços, cuja produção deve ser remunerada.
O custo da cobrança, ou seja, a compensação paga às
empresas de cobrança pelo trabalho prestado tem sido
debitado aos contratantes, salvo algumas exceções.
Como no caso da cobrança de financiamento de
automóveis. Diante dos fatos, e da pressão constante
para redução de despesas com cobrança, é de se
perguntar se está correto esse procedimento.
Em princípio, não há restrições legais para que os
encargos da operação de cobrança/recuperação de
crédito recaiam diretamente sobre os devedores.
E, ponderando sobre a formação e o montante
das taxas de juros, não seria o caso de pensarmos
seriamente na transferência dos encargos da
cobrança diretamente para os devedores?
Colocada a questão, seria interessante refletirmos
sobre ações a serem tomadas rapidamente para
modificar este cenário.
Felipe Delvan é um
profissional com amplas
realizações na indústria de
serviços financeiros com
passagens em grandes
instituições no Brasil,
Europa e América Latina.
fd@maisresultado.com.br