130414_Revista_Coll_Business_1a_Ed

Opinião
por Diego Godoy
Príncipe Encantado
não Existe
O que a sua empresa faz? Essa pergunta que
parece muito simples, pode ter inúmeras
variações ou trazer uma enorme complexidade
nas respostas.
Como headhunter, atendendo diretamente empresas
todos os dias na busca por executivos de
alta e média gerência no Brasil, vivo situações
inusitadas e que fazem com que essas empresas
percam muito tempo e muito dinheiro. O motivo
que leva à formação de um gargalo como este é
muito simples.
O core business de uma empresa define tudo
em sua estratégia. Por definição de Philip Kotler,
um dos maiores autores para a área de negócios,
core business é a atividade principal e essencial
de uma empresa. Ou seja, o core business de
uma empresa como o McDonald’s é vender
hambúrgueres com batata frita de forma rápida, o
de uma empresa de cobrança é garantir o máximo
e mais efetivo nível de recebimento de títulos de
seus clientes.
É nesse ponto que a “porca torce o rabo”: vamos
imaginar um cenário hipotético, em que a sua
empresa precisa contratar um gerente comercial
com o objetivo de expandir as vendas no mercado
de outro estado em que ainda não atua. Você deve
buscar ter a pessoa certa para essa expansão,
correto? Correto! Porém o que é “a pessoa certa”?
NÓS BUSCAMOS
PROFISSIONAIS QUE REUNAM
AS SEGUINTES QUALIDADES:
/
/
/
/
/
Competências técnicas necessárias
para a função;
Perfil pessoal e comportamental
adequado para lidar com a função;
Disponibilidade para residir em outra
região se for o caso;
Remuneração compatível com o
plano de salários da empresa;
Habilidades acessórias, como uma
certificação específica por exemplo.
A “pessoa certa” deve reunir as atribuições
para que consiga expandir as vendas no
mercado do outro estado, objetivo central
da contratação desse profissional, ou seja,
o que a sua empresa deve fazer é pensar
no core business e no alcance do objetivo
que deve ser endereçado através da
contratação desse novo executivo.
Diego Godoy é
Headhunter da Michael
Page, maior empresa do
mundo especializada em
recrutamento e seleção
de executivos de alta e
média gerência com 11
escritórios no Brasil.
As situações inusitadas que citei são, na maioria
das vezes, causadas pelo desvio neste foco,
de alcançar um objetivo através desse novo
profissional, e o processo seletivo acaba se
tornando uma busca pelo “príncipe encantado”
em vez da “pessoa certa”.
Então, na próxima vez que for buscar um
profissional para sua empresa, pense antes no
motivo que o fez ter aquela posição na estrutura
para a sua empresa fazer o que ela realmente tem
que fazer.
diegogodoy@
michaelpage.com.br