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dell’America. È l’incontro di tre Paesi:<br />
Brasile, Colombia e Perù. Il suo<br />
nome indigeno significa “barro pegajoso”<br />
(“argilla aderente”). Vicina, per<br />
fronteira terrestre con Letícia, capitale<br />
del Dipartimento (Stato) di Amazonas,<br />
con circa 40 mila abitanti, ha<br />
una buona infra-struttura. Dall’altro<br />
lato del Rio Amazonas (Solimões) c’è<br />
Santa Rosa, piccola città peruviana con<br />
circa 500 abitanti, punto di entrata/<br />
uscita del Perù.<br />
Tabatinga è una città attiva 24 ore<br />
al giorno, con un’apparente ricchezza<br />
circolante nelle banche, attività commerciali<br />
e settori di divertimento, anche<br />
se non ha luoghi sofisticati. Segue<br />
lo “standard Amazonia” dove, “se c’è<br />
una porticina si installa baretto”. Non<br />
ci sono stabilimenti industriali. Le attività<br />
commerciali sono, per la maggior<br />
parte, piccole, favorite dagli acquisti<br />
dei colombiani. Quello che è il<br />
“denaro facile” che circola in città deriva<br />
da questi commerci e da contributi<br />
pubblici. È spaventosa la quantità<br />
di pensionati, principalmente tra gli<br />
indigeni. Non solo a Tabatinga, ma in<br />
tutta la regione, il grande offerente di<br />
lavoro è il potere pubblico, in particolare<br />
i comuni. Essi, per mancanza di<br />
infrastruttura, sopravvivono dei trasferimenti<br />
dell’Unione e dello Stato.<br />
Ma tanto quanto questo denaro movimenta<br />
la città, esso alimenta la corruzione.<br />
Non è difficile trovare qualcuno<br />
che accusi un sindaco di appropriazione<br />
di denaro pubblico e, a quanto<br />
sembra, le indagini della PF portano<br />
a ciò. Nei comuni dell’Amazzonia il<br />
“colonellismo” (mafia) e la corruzione<br />
sono più gravi della folcloristica<br />
portinha, instala-se um boteco”. Não existem<br />
estabelecimentos industriais. O comércio, na<br />
maioria, são pequenos estabelecimentos, favorecidos<br />
pelas compras que os colombianos fazem.<br />
O que é “dinheiro fácil” que circula na cidade é<br />
desse comércio e dinheiro estatal injetado na<br />
região. É assombrosa a quantia de aposentados,<br />
principalmente entre os indígenas. Não só em<br />
Tabatinga, mas na região, o grande empregador<br />
é o poder público, principalmente os municípios.<br />
Estes, por falta de infra-estrutura, sobrevivem dos<br />
repasses da União e do Estado. Mas ao mesmo<br />
tempo em que esse dinheiro movimenta a cidade,<br />
alimenta a corrupção. Não é difícil encontrar<br />
alguém que acuse um prefeito de desvio de dinheiro<br />
e, e ao que parece, as investigações da<br />
PF mostram isso. Nos municípios do Amazonas,<br />
o “coronelismo” e a corrupção são mais graves<br />
Foto A. Anater<br />
17 - INSIEME - Março - Marzo 2006<br />
corruzione del Nordest. Entrare in politica<br />
è l’opportunità per raccogliere<br />
una piccola fortuna. Questo denaro<br />
crea vere e proprie bande criminali nei<br />
comuni, con gli “amici” ed i “nemici”<br />
dei sindaci<br />
Mentre il denaro pubblico sparisce<br />
nei “meandri” della corruzione, la popolazione<br />
fa fatica a sopravvivere. Non<br />
si rivolta e non reagisce, perché pensa<br />
che tutto ciò sia giusto. Il popolo si trova<br />
in una situazione che non conosce i<br />
suoi diritti e non sa che ci sono meccanismi<br />
per obbligare gli amministratori<br />
a ben gestire la cosa pubblica. Il popolo<br />
è contento quando il sindaco gli da<br />
un aiuto in alimenti, (“è del governo federale<br />
o dello Stato”) o quando riceve<br />
una stretta di mano dal corrotto.<br />
Manca tutto. La scuola è una for-<br />
do que a folclórica corrupção do Nordeste. Entrar<br />
na política é a oportunidade de amealhar uma<br />
pequena fortuna. Esse dinheiro cria verdadeiras<br />
quadrilhas nas prefeituras, com os “amigos” e<br />
“os inimigos” de prefeitos.<br />
Enquanto o dinheiro público some nos “ralos”<br />
da corrupção, o povo pena para sobreviver. Não<br />
se revolta e não reage, porque considera que está<br />
tudo certo. O povo se encontra numa situação<br />
que não conhece seus direitos e não sabe que<br />
há mecanismos para obrigar o administrador a<br />
bem gerir a coisa pública. O povo fica agradecido<br />
quando o prefeito lhe dá uma cesta básica (“é do<br />
governo federal ou do estado”) ou quando recebe<br />
um aperto de mão do corrupto.<br />
Falta tudo. Escola é formal. Não raro se<br />
encontram pessoas com a oitava série que só<br />
sabem assinar o nome. Hospital só do Exército,<br />
• Claudenor Vergani<br />
malità. Spesso ci sono persone che<br />
sono arrivate fino alla terza media e a<br />
malapena sanno scrivere il loro nome.<br />
L’ospedale è solo dell’Esercito, “che<br />
salva la patria”, e riceve le sue matricole<br />
e la popolazione “tramite il SUS”<br />
(la salute pubblica) con una attenzione<br />
che, benché non sia la migliore, è<br />
il massimo che si possa fare. Non ci<br />
sono poliambulatori. Non ci sono le<br />
infrastrutture basiche: “si scava un fosso<br />
a lato dell’asfalto dentro il quale le<br />
case dirigono gli scarichi”. L’energia<br />
elettrica è razionata, dicono che sia la<br />
conseguenza dei furti di combustibile<br />
della centrale. E in questa “barca” il<br />
popolo va avanti.<br />
que “salva a pátria”, pois atende o seu pessoal<br />
e a população “pelo SUS” numa atenção que,<br />
se não é a melhor, é a possível. Não existem<br />
postos de saúde. Não há saneamento básico:<br />
“abre-se uma vala ao lado do asfalto para onde<br />
as casas encanam o esgoto”. A energia elétrica<br />
é racionada, dizem que é conseqüência do desvio<br />
do combustível da usina. E nesse “andar da<br />
carruagem” o povo vai levando a vida.<br />
Mas há o lado escuro de Tabatinga: o tráfico<br />
de drogas, a prostituição, os assassinatos, os<br />
crimes contra o patrimônio. E tudo tem uma única<br />
causa: a droga. Pelo tráfico ou em razão do<br />
uso. Dizem que em Tabatinga há mais de 100<br />
bocas-de-fumo. É de se perguntar: e a repressão?<br />
A PM e a PC são tidas como totalmente envolvidas<br />
ou omissas. A Polícia Federal, com limitado<br />
efetivo, se desdobra para cumprir com sua missão<br />
MATÉRIA DE CAPA � COPERTINA<br />
Ma c’è il lato oscuro di Tabatinga:<br />
traffico di droga, prostituzione,<br />
omicidi, crimini contro il patrimonio.<br />
E tutto per un’unica ragione: la droga.<br />
Per il traffico o in ragione dell’uso.<br />
Dicono che a Tabatinga ci siano più<br />
di 100 punti di vendita di droga. C’è<br />
da chiedersi: e la repressione? La PM<br />
e la PC sono considerate come conniventi<br />
o volontariamente assenti. La<br />
Polizia Federale, con un limitato numero<br />
di effettivi, sequestra più di 500<br />
chili di cocaina all’anno. I sequestri<br />
delle polizie statali sono talmente insignificanti<br />
che nel 2005 la PM ha consegnato<br />
alla PF meno di due chili di<br />
cocaina, con solo due arrestati.<br />
e, mesmo com todas as limitações, apreende mais<br />
de 500 quilos de cocaína por ano. As apreensões<br />
das polícias estaduais são tão insignificantes que<br />
em 2005 a PM apresentou na PF menos de 2<br />
quilos de cocaína, com apenas dois presos.<br />
Os crimes de furto e roubo são a fonte de<br />
financiamento “dessas bocas-de-fumo”. Praticamente<br />
não há quem não tenha conhecimento de<br />
um vizinho ou de familiares viciados. Não há quem<br />
não relate o drama das famílias que têm um membro<br />
viciado. Os assassinatos são fruto das guerras<br />
de quadrilha que geram o tráfico. Matam aqueles<br />
que lhes dão prejuízo em “roubos de drogas” e<br />
aqueles que ameaçam seu poder. São mais de 10<br />
mortes nos últimos anos, “de autoria desconhecida”.<br />
Novamente há omissão na apuração.<br />
O presídio de Tabatinga mostra o que é o<br />
tráfico da região. Dos cerca de 110 presos, pelos<br />
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